Traduzindo clássicos: Gefunden, de Goethe – o trabalho do Barão ...
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Erthal, Mateus Duque - <strong>Traduzin<strong>do</strong></strong> <strong>clássicos</strong>: <strong>Gefun<strong>de</strong>n</strong>, <strong>de</strong> <strong>Goethe</strong> <strong>–</strong><br />
o <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>Barão</strong> <strong>de</strong> Paranapiacaba e sugestão <strong>de</strong> nova tradução<br />
poema po<strong>de</strong> ser efetivamente consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> uma tradução homogênea <strong>de</strong> um<br />
outro, o da língua <strong>de</strong> partida.<br />
A questão, no entanto, não só a respeito <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />
"necessário" ao traduzir, mas também a respeito <strong>de</strong> a que exatamente o<br />
tradutor <strong>de</strong>ve se manter fiel, tem movi<strong>do</strong> discussões <strong>de</strong> tradutores e poetas<br />
há muito tempo. O que <strong>de</strong>veria ser preserva<strong>do</strong>? Existiria uma "essência" <strong>de</strong> um<br />
poema? E, finalmente: seria realmente possível a transposição <strong>de</strong>sta essência<br />
<strong>de</strong> uma língua para outra? O que po<strong>de</strong> ser dito é que há, sim, diversas leituras<br />
possíveis <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada obra. Cada época, cada grupo social <strong>–</strong> e, no<br />
limite, cada indivíduo <strong>–</strong> "seleciona" aspectos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada obra que venham<br />
a justificar a leitura que carrega maior efeito, naquele contexto. Essas<br />
leituras específicas, po<strong>de</strong>m, sim, ser recuperadas em um processo <strong>de</strong><br />
tradução, ou seja, torna-se possível a transposição, <strong>de</strong> uma língua para outra,<br />
<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada leitura feita <strong>de</strong> uma obra <strong>de</strong> arte.<br />
Esta não é, contu<strong>do</strong>, tarefa fácil, mas o tradutor po<strong>de</strong> se valer <strong>de</strong><br />
certos pontos <strong>de</strong> apoio para garantir a tradutibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma obra. Para<br />
LARANJEIRA (2003: 18), "cada língua, produto e veículo <strong>de</strong> uma cultura, mantém<br />
<strong>de</strong>la as especificida<strong>de</strong>s". Acrescenta, porém:<br />
(…) em que pesem as especificida<strong>de</strong>s sócio-culturais, permanecem em<br />
gran<strong>de</strong> porcentagem os universais antropológicos, biológicos,<br />
sociológicos, culturais e linguísticos que têm servi<strong>do</strong> e sempre servirão<br />
<strong>de</strong> ponte para que o tradutor possa vencer os fossos <strong>de</strong><br />
intradutibilida<strong>de</strong> que, aqui e ali, se interpõem à sua tarefa. (LARANJEIRA<br />
2003: 19)<br />
Além disso, é importante ressaltar que o que po<strong>de</strong>ria ser consi<strong>de</strong>rada<br />
uma especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada língua nem sempre é algo comum a to<strong>do</strong>s<br />
os seus falantes. Há níveis <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> diferentes para falantes<br />
<strong>de</strong> uma mesma língua, mesmo que estes falantes estejam em um mesmo<br />
grupo linguístico. Mesmo assim, po<strong>de</strong>m ser estabeleci<strong>do</strong>s parâmetros<br />
TradTerm 18/2011.1, pp. 68-88 <strong>–</strong> www.usp.br/tradterm<br />
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