Tratamento Ortodôntico-Cirúrgico da Classe III - Dental Press
Tratamento Ortodôntico-Cirúrgico da Classe III - Dental Press
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Figura 5 - A- Ângulo nasolabial. B- Sulco labiomental.<br />
melhores esforços para o tratamento de<br />
um caso cirúrgico exclusivamente com<br />
ortodontia, e, não obtendo sucesso,<br />
recorrer à terapia cirúrgica como segun<strong>da</strong><br />
alternativa.<br />
Para a consecução dos objetivos, os<br />
dentes superiores e inferiores devem estar<br />
bem posicionados em suas bases ósseas,<br />
portanto, devem ser elimina<strong>da</strong>s as<br />
compensações dentárias comuns como:<br />
incisivos inferiores retroinclinados e ou<br />
incisivos superiores inclinados para vestibular.<br />
Com a descompensação e o conseqüente<br />
agravamento do quadro <strong>da</strong> má<br />
oclusão, a anomalia revela-se em sua totali<strong>da</strong>de,<br />
ensejando uma correção<br />
esquelética satisfatória. Estudos recentes<br />
evidenciam que um bom<br />
reposicionamento <strong>da</strong>s bases ósseas consegue-se<br />
às expensas <strong>da</strong> remoção de to<strong>da</strong>s<br />
as compensações dentárias existentes<br />
5,23,30,43,45 .<br />
Quando há uma discrepância de modelo<br />
significativa, recorrem-se às extrações.<br />
Deve-se, porém, atentar que, ao<br />
serem extraídos elementos dentários do<br />
arco inferior, obtém-se uma relação<br />
molar de <strong>Classe</strong> <strong>III</strong>, mas uma relação de<br />
caninos de <strong>Classe</strong> I, o que reduz a quanti<strong>da</strong>de<br />
de retrusão mandibular no ato cirúrgico.<br />
Portanto, para alguns casos, re-<br />
comen<strong>da</strong>-se também a extração de dentes<br />
no arco superior, possibilitando uma<br />
maior retrusão mandibular cirúrgica.<br />
Com a extração de dois pré-molares superiores,<br />
obtém-se, ao final do tratamento,<br />
uma relação de molares de <strong>Classe</strong> II e<br />
de caninos de <strong>Classe</strong> I. Por esse aspecto,<br />
o planejamento deve ser meticuloso e<br />
conciso pois, extraindo-se dentes inferiores<br />
para uma terapia exclusivamente<br />
ortodôntica, coloca-se em risco o sucesso<br />
de uma terapia cirúrgica posterior 23,45 .<br />
Outro fator característico <strong>da</strong>s <strong>Classe</strong>s<br />
<strong>III</strong> concerne ao relacionamento transversal<br />
dos arcos. Muitas vezes se observa<br />
uma mordi<strong>da</strong> cruza<strong>da</strong> posterior no paciente<br />
e quando se articulam seus modelos<br />
de gesso, verifica-se um bom relacionamento<br />
transversal entre as bases. A<br />
inobservância dessa condição pode resultar<br />
numa expansão maxilar desnecessária.<br />
Por outro lado, nos casos com<br />
atresia maxilar, onde se faz necessária a<br />
expansão, devem ser observados cui<strong>da</strong>dosamente<br />
alguns detalhes, como por<br />
exemplo a condição periodontal <strong>da</strong> face<br />
vestibular <strong>da</strong> maxila. Caso sejam observa<strong>da</strong>s<br />
recessões gengivais, devem ser evita<strong>da</strong>s<br />
as manobras mecânicas de expansão,<br />
devendo esta etapa do tratamento<br />
constar do planejamento cirúrgico 4,23 .<br />
Assim que sejam alcançados os<br />
objetivos ortodônticos do tratamento, o<br />
profissional deve manter os arcos finais<br />
por um período mínimo de 4 a 6 semanas<br />
antes <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> de novas radiografias.<br />
Só assim poderá estar seguro de que<br />
foi manifestado todo o potencial de movimentação<br />
dos arcos e que não ocorreu<br />
alteração desde a toma<strong>da</strong> dos últimos<br />
registros. Modelos precisos são confeccionados,<br />
para a cirurgia de modelos e<br />
para a confecção do guia cirúrgico. Estes<br />
modelos são montados em articulador,<br />
com as devi<strong>da</strong>s toma<strong>da</strong>s de arco facial de<br />
registros, em cera. Somente desta maneira<br />
pode ser realiza<strong>da</strong> uma cirurgia de<br />
modelos simulando os movimentos necessários.<br />
Após esta etapa, e determina<strong>da</strong>s<br />
as dimensões dos procedimentos cirúrgicos,<br />
deve-se analisar a oclusão proposta<br />
e incluir qualquer alteração necessária,<br />
considerando-se que após a cirurgia<br />
é prudente que pouca ou nenhuma<br />
movimentação ortodôntica seja requisita<strong>da</strong><br />
4,10,14,23 .<br />
CIRURGIA EM MODELOS<br />
A razão básica para se realizar a cirurgia<br />
em modelos é determinar se o procedimento<br />
cirúrgico indicado produzirá<br />
um relacionamento oclusal adequado, ou<br />
pelo menos, que a mecânica realiza<strong>da</strong> no<br />
pós-cirúrgico o produza. Se uma boa<br />
oclusão dos modelos não for obti<strong>da</strong>, o<br />
ortodontista deve planejar as<br />
movimentações dentárias que ain<strong>da</strong> devem<br />
ser realiza<strong>da</strong>s ortodonticamente, antes <strong>da</strong><br />
cirurgia.<br />
Há, basicamente, dois tipos de cirurgia<br />
que são planeja<strong>da</strong>s com os<br />
modelos, a cirurgia com deslocamento<br />
de todo o arco, e a segmenta<strong>da</strong>. A<br />
cirurgia com deslocamento total do<br />
arco, pode ser realiza<strong>da</strong> ocluindo<br />
manualmente os modelos, até uma<br />
posição de melhor relação dentária<br />
possível, ou pela montagem em um<br />
articulador simples. Já a cirurgia segmenta<strong>da</strong><br />
requer maiores cui<strong>da</strong>dos, a<br />
começar pela fideli<strong>da</strong>de <strong>da</strong> reprodução<br />
dos modelos. A quanti<strong>da</strong>de de movimentação<br />
realiza<strong>da</strong> no ato cirúrgico,<br />
bem como os locais eleitos para as<br />
osteotomias, vão ser determinados por este<br />
REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 6<br />
NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997 17