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89 - Imtt

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Quem me conhece sabe que a veemência das minhas<br />

denúncias, críticas e sugestões têm rosto e assinatura.<br />

Nada do que faço, escrevo ou digo fica sem o meu<br />

nome, por isso quando sei que alguém para se dirigir aos<br />

transportadores se esconde no cobarde anonimato ou<br />

na simulação de nomes e alcunhas, dá-me vontade de<br />

o procurar para o confrontar e saber quais os objectivos<br />

da sua postura.<br />

Depois de há uns meses ter trocado impressões com um<br />

cobarde (ou uma cobarde) que se escondia por detrás da<br />

identidade SOPRANO, e se permitiu tentar ofender-me<br />

sobre a questão do lay-off imposto aos trabalhadores da<br />

Antram, agora uma mão amiga fez chegar até mim uma<br />

suposta carta, que terá circulado com o rasteiro recurso ao<br />

anonimato, cujos destinatários do texto são também dirigentes<br />

da mesma associação.<br />

O azedo do que escrevi ao tal ou tais cobardes que<br />

sopram, por razões óbvias não tem espaço de divulgação<br />

nestas páginas, mas agora que a Revista CAMIÃO irá ter<br />

o seu espaço próprio na internet poderemos vir a dedicar<br />

espaço a expressões e argumentos mais pesados. Deixei<br />

claro que desde o primeiro instante fui o primeiro a denunciar<br />

em vários espaços e por diversas formas quem<br />

se serviu da Antram (enquanto a teta deu) para fazer<br />

ajustes de contas com seres humanos, que na qualidade<br />

de profissionais da associação, desde há muito vinham<br />

denunciado a ostentação e o esbanjamento de receitas.<br />

Quem me conhece sabe que quando quis dizer aos antigos<br />

presidentes da Antram, Ricardo Félix e Osvaldo Costa, o<br />

que tinha para lhes dizer não mandei recados por ninguém<br />

e disse-lhes olhos nos olhos, escrevi e entreguei-lhes em<br />

mão o que tinha para os criticar e denunciar. Não mandei<br />

nem mando recados por ninguém.<br />

Sabem também as pessoas com domínio cerebral que<br />

ainda recentemente assinei diversos trabalhos jornalísticos<br />

a denunciar e a criticar a forma como Silvino Lopes e<br />

António Lóios, como dirigentes da Antp, mancharam tudo<br />

o que de bom tinham feito ao não defenderem condignamente<br />

os reais interesses dos transportadores que neles<br />

confiaram, para que reivindicassem junto do poder político<br />

uma mudança para o sector. Fui duro com Lóios, tal como<br />

não fui meigo com Silvino, porque como jornalista assumo<br />

como dever profissional denunciar tudo o que de forma<br />

rasteira é feito em nome dos transportadores, mas que no<br />

essencial serve apenas para alguns intérpretes fazerem<br />

fretes ao poder político, que a troco de uns amendoins<br />

e umas moedas lançadas para a algibeira compram o<br />

silêncio reivindicativo de quem tem o dever de isenção<br />

e seriedade.<br />

Relativamente a uma pretensa carta em que são elogiados<br />

os antigos presidentes da Antram Osvaldo Costa e Ricardo<br />

Félix e são criticados os actuais dirigentes da associação,<br />

quem conhece a minha postura sabe que tal documento<br />

não cola na minha forma de ser. É um cobarde papel<br />

conspurcado por quem não tem a coragem de assumir o<br />

OPINIÃO<br />

Os cobardes não têm rosto<br />

REFLEXÕES<br />

Sempre assinei o que penso, digo e escrevo<br />

confronto com aqueles que acusa de estarem a desgraçar o<br />

património e a identidade da Antram.<br />

Se por um lado muitos se recordam como critiquei tal como<br />

enalteci (em diversas ocasiões) o empenho dos actuais dirigentes<br />

da Antram para que se concretize a mudança e seja<br />

controlada a hemorragia que o esbanjamento de fundos<br />

provoca, por outro lado também se recordarão da forma<br />

como denunciei as remunerações chorudas pagas a funcionários<br />

de áreas específicas, que em termos de produtividade<br />

e saber deixavam muito a desejar. Não preciso nem<br />

nunca precisei de oratórias anónimas.<br />

Como não mando recados por ninguém as minhas opiniões<br />

nunca o foram nem serão anónimas. Por isso indigno-me<br />

quando algum cobarde a troco do anonimato tenta passar<br />

um recado e para que ele tenha credibilidade e leitores,<br />

logo tenta pulverizar com uma cobarde neblina a ideia<br />

de que o texto foi escrito por alguém sério e honesto.<br />

Não ataco a verdade com mentiras nem com anonimatos,<br />

por isso mesmo nunca observarão um artigo assinado por<br />

mim, e pior ainda um texto anónimo, a elogiar Osvaldo<br />

Costa e Ricardo Félix.<br />

Já agora para os mais distraídos faço questão de deixa<br />

mais uma vez vincado que reconheço que Osvaldo Costa<br />

foi, enquanto o foi, um distinto presidente da Antram. Deu<br />

credibilidade à associação, o que levou o poder político a<br />

escancarar-lhe as portas. Osvaldo Costa enquanto dirigente<br />

foi um senhor, até ao dia em que contrariou o dever de<br />

isenção e negociou com o governo de António Guterres<br />

(Jorge Coelho era então o ministro da tutela) uma compensação<br />

sobre um brutal aumento do gasóleo com descontos<br />

no valor das portagens usadas durante uma janela horária<br />

desajustada), que caiu que nem ginjas na frota da sua<br />

empresa que maioritariamente beneficiou da negociação.<br />

Sendo verdade que nem todos os camiões e transportadores<br />

usam auto estradas, também é verdade que a fórmula subscrita<br />

para minimizar um aumento dos combustíveis que<br />

afecta a todos, encaixava que nem uma luva na actividade<br />

de transportador da grande distribuição onde opera a principal<br />

empresa de Osvaldo. É verdade que Osvaldo Costa<br />

não esteve só nas negociações, nem foi ele que inventou a<br />

asneira e erro engocial, mas convenhamos que negociar<br />

compensações que apenas alcançaram uma pequena parte<br />

dos associados da Antram, sendo a empresa do presidente<br />

uma das que mais beneficiou, tal só podia ter merecido<br />

a minha crítica. Por esta e por outras razões, nunca ninguém<br />

contará comigo para elogiar Osvaldo Costa como<br />

alguém que deixou saudades pela sua seriedade e isenção.<br />

Osvaldo Costa não só falhou nas referidas negociações,<br />

como também não cumpriu comigo a sua palavra de honra<br />

de que depois de eleito, nas eleições mais participadas de<br />

sempre, levaria Ricardo Félix à barra do tribunal.<br />

Quanto a Ricardo Félix só alguém muito distraído ou que<br />

pensa que o “disco rígido” não guarda o passado é que<br />

pode brincar com o argumento de que eu escreveria algo a<br />

elevá-lo ao patamar de um grande dirigente. Não escondo<br />

que bebi muito na oratória de Félix, mas não me apanham<br />

a elogiar o homem e muito menos o dirigente. Ricardo Félix<br />

é daquelas pessoas que dá gosto ouvir a verter teoria, por<br />

vezes recessa e até fora de validade (bolorenta), mas sofre<br />

do erro insuperável de ter o seu discurso e pensamento um<br />

palmo à frente do cérebro e dois à frente da realidade. Mas<br />

dá gosto ouvi-lo falar de transportes como se da quinta<br />

sinfonia se tratasse. Para mim Ricardo Félix é um músico em<br />

transportes, que bem poderia ter escrito a letra de canção<br />

intitulada “Só eu sei!”. Por outro lado Ricardo Félix foi um<br />

presidente que deixou muitas coisas por esclarecer sobre<br />

a sua passagem na vida associativa. Ricardo Félix teve a<br />

coragem e ousadia de revolucionar a forma de ser e de<br />

estar da associação, mas o resultado final foi desastroso.<br />

Sobre Félix e Osvaldo por hoje ficamos por aqui.<br />

Importará também lembrar que quanto a hipotéticas críticas<br />

aos actuais dirigentes da Antram, eu só faço as que<br />

sempre fiz. Desde a primeira hora denunciei o despesismo,<br />

a ostentação e o esbanjamento que levaram a Antram a<br />

viver muito acima das suas possibilidades. Mas também<br />

deixei claro que reconheço que os actuais dirigentes têm<br />

demonstrado coragem para fazer rupturas com o passado,<br />

o que, como é compreensível, se por um lado merece o<br />

aplauso de uns também está sujeita à crítica de quem se vê<br />

vítima da reestruturação, depois de se ter dedicado de<br />

corpo e alma à associação. Ao mesmo tempo que critiquei<br />

a coragem dos actuais dirigentes por se empenharem em<br />

mudar o rumo do abismo, também critiquei a forma como,<br />

em alguns casos, foi permitida uma verdadeira caça às<br />

bruxas. Os actuais dirigentes da Antram têm estado bem<br />

na reestruturação das contas, mas não os poupo pela<br />

forma como permitiram que dedicados trabalhadores<br />

foram tratados.<br />

A terminar e para deixar evidente que da minha parte não<br />

há oratória de elogio de circunstância a dirigentes associativos,<br />

reafirmo o que sempre disse sobre Lóios e Silvino.<br />

Silvino e Lóios, se vistos no prisma e no enquadramento<br />

das agências de rating, para mim são lixo. Não os qualifico<br />

como homens (dado que tenho por eles respeito e admiração<br />

pelos passos que deram para defender os interesses<br />

dos transportadores em Junho de 2008), mas enquanto<br />

dirigentes associativos deixaram colapsar a realidade, por<br />

interesses que não eram aqueles para os quais estavam<br />

mandatados. Quando os transportadores associados da<br />

Antp, representados por Lóios e Silvino, tinham tudo para<br />

levar a bom porto as suas reivindicações eclipsaram-se.<br />

Quero deixar bem claro que só naquilo que é extraordinário<br />

nos homens e dirigentes é que os aplaudo. Os<br />

dirigentes associativos, tal como os decisores políticos, ocupam<br />

cargos – para os quais se disponibilizaram – que<br />

devem desempenhar com rigor, qualidade e isenção. Isso é<br />

um dever natural da função, logo não esperem aplausos e<br />

mimos. Mas se meterem o pé fora do penico e calcarem<br />

terrenos lamacentos não esperem outra coisa que não seja<br />

a crítica contundente e vigorosa. Mas isso tem a minha<br />

assinatura.<br />

Não me incluam na conspurcada lista dos que abanam a<br />

cabeça e silenciam a verdade. Como alguns sabem, reduzi<br />

significativamente a minha actividade como jornalista em<br />

Portugal, optando por deslocalizar a transmissão do meu<br />

saber efectivo em transportes e segurança rodoviária para<br />

centros de decisão onde tenho liberdade de enfrentar os<br />

esquemas, por considerar que devo trabalhar com quem<br />

respeita e reconhece o meu trabalho e aceita as minhas<br />

críticas contundentes e nelas acolhe sugestões para contornar<br />

obstáculos e enfrentar adversidades bem reais. Em<br />

Portugal sinto-me mal, porque ao mesmo tempo que se<br />

elogiam os medíocres quem pensa é considerado um<br />

incómodo.<br />

Em Portugal há cada vez mais o elogio da personalidade<br />

dos incompetentes, mas como isso me mete nojo decidi<br />

mudar de rumo.<br />

Luís Abrunhosa Branco<br />

V

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