sonho realizado - CNC
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Educação de Qualidade:<br />
<strong>sonho</strong> <strong>realizado</strong><br />
Janeiro de 2011<br />
n° 131, ano XI<br />
E ainda:<br />
BALANÇO ECONÔMICO DE 2010<br />
PÁGINA 20<br />
www.cnc.org.br
Senac e BNDES:<br />
tabelinha vitoriosa<br />
para a Copa 2014<br />
Pioneiro na oferta de educação profi ssional<br />
para o Setor do Comércio de Bens, Serviços<br />
e Turismo, o Senac ampliou ainda mais o<br />
alcance de suas programações. De olho nas<br />
oportunidades que a Copa do Mundo<br />
de 2014 e as Olimpíadas de 2016 irão<br />
gerar, se uniu ao BNDES e presta<br />
importante apoio ao setor de<br />
Turismo e Hospitalidade. Agora,<br />
o Cartão BNDES disponibiliza<br />
linha de crédito exclusiva para<br />
micro, pequenas e médias<br />
empresas que querem<br />
investir em qualifi cação, com<br />
fi nanciamentos de cursos da<br />
área, além de inglês<br />
e espanhol.<br />
Senac e BNDES – entrando em<br />
campo para ganhar!<br />
Educando para o trabalho<br />
www.senac.br
Pioneiros<br />
Esta edição da <strong>CNC</strong> Notícias é marcada pelo fi m de dois ciclos<br />
– ambos com características que os distinguirão aos olhos dos que<br />
vierem depois. Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva<br />
passou a faixa presidencial a Dilma Rousseff, primeira mulher eleita<br />
para o mais alto cargo da Nação. Encerrou-se, assim, um período de<br />
oito anos, em que, sob o comando de um líder de origem sindical, o<br />
País experimentou avanços expressivos, principalmente na economia.<br />
No Sistema <strong>CNC</strong>-SESC-SENAC tivemos um fato que, por ser de<br />
âmbito interno, nem por isso deixou de ter signifi cações profundas. A<br />
primeira turma a ingressar na Escola SESC de Ensino Médio completou<br />
sua jornada e partiu para enfrentar os novos desafi os que um país<br />
sedento de valores está propondo.<br />
Há um cruzamento feliz nessas duas trajetórias. O Brasil que Lula<br />
deixou para a presidente Dilma Rousseff governar é, sem dúvida, um<br />
país mais sólido, mais forte, mais autoconfi ante. No entanto, ainda há<br />
muito a fazer. Os desafi os, nos diversos campos – não apenas no econômico<br />
– são tão grandes e diversos como o nosso imenso território.<br />
Os pioneiros da Escola SESC – criada para ser uma unidade modelo,<br />
orientada para a excelência – certamente estarão preparados<br />
para responder a esses desafi os e ajudar o Brasil a se tornar uma<br />
nação mais equilibrada socialmente, que cresce sem perder de vista<br />
os valores éticos. E que se desenvolve não para benefício de uma geração<br />
apenas, mas para todas as que vierem depois.<br />
O fi m desses dois ciclos representa também um recomeço. Com<br />
novas metas e esperanças renovadas.<br />
Boa leitura!<br />
EDITORIAL<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
1
Presidente: Antonio Oliveira Santos.<br />
Vice-Presidentes: 1º - José Roberto Tadros; 2º - Darci Piana;<br />
3º - José Arteiro da Silva; Abram Szajman, Adelmir Araújo<br />
Santana, Bruno Breithaupt, José Evaristo dos Santos, José<br />
Marconi Medeiros de Souza, Laércio José de Oliveira, Leandro<br />
Domingos Teixeira Pinto, Orlando Santos Diniz.<br />
Vice-Presidente Administrativo: Josias Silva de Albuquerque.<br />
Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira.<br />
Diretores: Alexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton<br />
Oliveira Dias, Antônio Osório, Carlos Fernando Amaral, Carlos<br />
Marx Tonini, Edison Ferreira de Araújo, Euclides Carli, Francisco<br />
Valdeci de Sousa Cavalcante, Hugo de Carvalho, Hugo Lima<br />
França, José Lino Sepulcri, Ladislao Pedroso Monte, Lázaro Luiz<br />
Gonzaga, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, Marcelo Fernandes<br />
de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Pedro Jamil<br />
Nadaf, Raniery Araújo Coelho, Valdir Pietrobon, Wilton Malta<br />
de almeida, Zildo De Marchi.<br />
Conselho Fiscal: Anelton Alves da Cunha, Antonio vicente da<br />
Silva, Arnaldo Soter Braga Cardoso.<br />
<strong>CNC</strong> NOTÍCIAS<br />
Revista mensal da Confederação Nacional<br />
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo<br />
Ano XI, n ª 131, 2011<br />
Gabinete da Presidência:<br />
Lenoura Schmidt<br />
Assessoria de Comunicação (ASCOM):<br />
ascom@cnc.com.br<br />
Edição:<br />
Cristina Calmon (editora) e<br />
Luciana Rivoli Dantas (subeditora – Mtb 21622)<br />
Redação:<br />
Andréa Blois, Celso Chagas, Edson Chaves Filho,<br />
Geraldo Roque e Joanna Marini<br />
Estagiários:<br />
Ana Luisa Alves e Marcos Vinícius do Nascimento<br />
Design:<br />
Carolina Braga<br />
Revisão:<br />
DA/CAA-RJ/Secretaria Administrativa - Elineth Campos e<br />
Daniela Marrocos<br />
Impressão:<br />
Gráfi ca MCE<br />
Colaboradores da <strong>CNC</strong> Notícias de janeiro 2011: Gisele Norões<br />
(SESC-CE), Danilo Costa (Fecomércio-DF), Tatiana Costa (SESC-<br />
-AM), Gabriela Bandeira (Fecomércio-BA), Elielson Almeida e Ênio<br />
Zampieri (Apel-<strong>CNC</strong>), Cristinalice Oliveira (APJ-<strong>CNC</strong>), Marjolaine<br />
Canto (Apex-<strong>CNC</strong>), Cristina Schulze (Fecomércio-SC).<br />
Colaborador especial: Roberto Nogueira Ferreira<br />
Créditos fotográfi cos: Erik Barros Pinto (capa, páginas 8, 10,<br />
11, 12 e 13); Banco de imagens – Stock.xchng (páginas 4 e<br />
51); Arquivo Time Magazine (página 4); Cristina Bocayuva<br />
(páginas 7, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 47 e 59); Sefot/<br />
Secom-CD (página 14); Carolina Braga (página 15); Divulgação/<br />
Fecomércio-PE (página 31); Joanna Marini (página 33); José<br />
Paulo Lacerda (página 34 e 35); Thiago Cristino (página 36);<br />
Felipe Vieira (página 38); Carlos Terra (página 39 e 46); Rodolfo<br />
Stukert (páginas 40 e 41); Roberto Stuckert Filho (página 41);<br />
arquivo pessoal (página 42); Fordesing.com (página 44); Bazzar<br />
Designs (página 45); Alex Paniago (página 48); Dorival Conde<br />
(página 49); Paulo Negreiros (página 52); Brizza Cavalcante/<br />
Agência Camara (página 53); Divulgação/Senac (página 54);<br />
Divulgação/NRF (página 55); Claudio Pedroso (página 56);<br />
Divulgação/Fecomércio-BA (página 57); Divulgação/SESC-AM<br />
(página 58); Divulgação/ABIH (página 60); Adriano Machado/<br />
AFP PHOTO (3ª capa)<br />
Ilustrações:<br />
Carolina Braga (páginas 16, 37, 43 e 56)<br />
Projeto Gráfi co:<br />
Carolina Braga, Marcelo Almeida e Marcelo Vital.<br />
A <strong>CNC</strong> Notícias adota a nova ortografi a.<br />
<strong>CNC</strong> - Rio de Janeiro<br />
Av. General Justo, 307<br />
CEP.: 20021-130<br />
PABX: (21) 3804-9200<br />
2<br />
<strong>CNC</strong> - Brasília<br />
SBN Quadra 1 Bl. B - n° 14<br />
CEP.: 70041-902<br />
PABX: (61) 3329-9500/3329-9501<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
20<br />
Capa 06<br />
Missão cumprida<br />
Emoção na formatura da primeira turma da Escola SESC de<br />
Ensino Médio. Uma despedida em grande estilo para 168 alunos<br />
que apostaram em um projeto inovador, idealizado pelo presidente<br />
do sistema <strong>CNC</strong>-SESC-SENAC, Antonio Oliveira Santos.<br />
2010: Melhor ano para a<br />
economia no Governo Lula<br />
Diretoria da <strong>CNC</strong> faz o tradicional balanço econômico do<br />
ano na última reunião de 2010. O consultor Econômico da<br />
entidade, Ernane Galvêas, afi rmou que, para a economia, o<br />
ano passado foi o melhor dos dois mandatos do ex-<br />
-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.<br />
4 FIQUE POR DENTRO<br />
5 BOA DICA<br />
6 OPINIÃO<br />
8 CAPA<br />
- Eles foram os primeiros...<br />
- Escola SESC pelo olhar da Câmara dos Deputados<br />
16 PESQUISA NACIONAL <strong>CNC</strong><br />
- No fi m de 2010, intenção de consumo cresce e<br />
endividamento desacelera, revelam pesquisas da <strong>CNC</strong><br />
20 REUNIÃO DE DIRETORIA<br />
- No último ano do Governo Lula: números que fi carão na<br />
história<br />
30 ENTREVISTA<br />
- Josias Silva de Albuquerque - Missões empresariais -<br />
um intercâmbio de Negócios
51<br />
34<br />
30<br />
Missões empresariais: um<br />
intercâmbio de negócios<br />
Quinze anos após a primeira viagem empresarial ao exterior, Josias<br />
Silva de Albuquerque, vice-presidente Administrativo da <strong>CNC</strong> e<br />
presidente da Fecomércio-PE, fala em entrevista sobre a tarefa de<br />
organizar missões, com o objetivo de criar oportunidades de negócios<br />
e aproximar agentes produtivos.<br />
Registro em ponto eletrônico<br />
ainda gera impasse na Câmara<br />
Prevista para 1° de março de 2011, a entrada em vigor da Portaria<br />
1.510/2009, que disciplina o Registro do Ponto Eletrônico nas<br />
empresas, pode ser adiada mais uma vez. Debate na Câmara dos<br />
Deputados sobre o assunto mostrou a divergência entre empregadores,<br />
trabalhadores, Justiça e Ministério do Trabalho e Emprego.<br />
Governo veta projeto sobre cadastro<br />
positivo e edita medida provisória<br />
No último dia de seu mandato como presidente, Lula vetou a proposta<br />
sobre o cadastro positivo de clientes, após aprovação do Senado em<br />
dezembro. O Governo editou a nº MP 518/2010, recriando o cadastro<br />
em um novo formato e com alterações importantes.<br />
32 ARTIGO<br />
- Roberto Nogueira Ferreira: Tributação: entendendo as mudanças na<br />
Lei Kandir<br />
- Cid Heraclito de Queiroz: Esperança e Confi ança: O discurso<br />
da presidente Dilma<br />
34 INSTITUCIONAL<br />
- Uso do Registro Eletrônico de Ponto ainda gera impasse<br />
- Conselho Nacional de Imigração comemora iniciativas bem-sucedidas<br />
- Entidades questionam na Justiça efeitos da Portaria 982 do MTE<br />
- Técnicos recebem capacitação para atuar no Legislativo<br />
- CRPS realiza última reunião do ano na <strong>CNC</strong><br />
- Lula fez balanço, registrado em cartório, de oito anos no Governo<br />
43 BENS<br />
- Expectativas mostram um 2011 promissor para o comércio<br />
46 TURISMO<br />
- Câmara de Turismo quer investir em pesquisas sobre demanda setorial<br />
- Conselho de Turismo encerra atividades de 2010 e anuncia novas ações<br />
- Uma visão de 360 graus sobre o turismo<br />
- Membros do Conselho Nacional de Turismo se reúnem com novo<br />
ministro Pedro Novais<br />
SUMÁRIO<br />
49 PRODUTOS <strong>CNC</strong><br />
- SEGS encerra ciclo de 2010 e entrega certifi cados<br />
- <strong>CNC</strong> lança a 39ª edição da Síntese da Economia Brasileira<br />
51 EM FOCO<br />
- Governo veta projeto e edita MP sobre o cadastro positivo<br />
52 SISTEMA COMÉRCIO<br />
- Senac-DF e Ministério Público fecham parceria<br />
- Mesa Brasil atende mais de 1,6 milhão de pessoas em 2010<br />
- Proposta da Fecomércio Minas quer fortalecer<br />
a Contribuição Sindical<br />
- Moda e oportunidade de negócios no 17° Senac Rio Fashion Business<br />
- Federações participam da maior feira mundial do varejo, em Nova York<br />
- SESC-CE recebe Selo de Responsabilidade Cultural<br />
- Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial completa 65 anos<br />
- Fecomércio-BA torna-se Autoridade de Registro de certifi cados digitais<br />
- SESC-AM amplia suas atividades com novas instalações<br />
59 ACONTECEU<br />
60 HOMENAGEM<br />
- Um trabalhador incansável do turismo brasileiro<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
3
FIQUE POR DENTRO<br />
4<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Empresa vai investir em<br />
parques eólicos no Brasil<br />
A ContourGlobal, multinacional do<br />
setor energético, deve investir cerca de<br />
R$ 900 milhões em projetos de parques<br />
eólicos no Brasil em 2011. No próximo<br />
leilão de megawatts, promovido pelo Governo<br />
Federal no segundo semestre, a empresa<br />
planeja adquirir de 200 a 300 MW.<br />
“O Brasil é um dos mercados mais importantes<br />
para a empresa. É o que receberá o<br />
maior aporte de recurso da companhia em<br />
todo o mundo nos próximos anos”, diz<br />
Juan Pablo Gomez, presidente da empresa<br />
para a América Latina. A Contour também<br />
deve investir mais R$ 1 bilhão para projetos<br />
energéticos no País, como as centrais<br />
hidrelétricas em Goiás e um parque eólico<br />
no Rio Grande do Norte. A empresa atua<br />
em 15 países, mas pretende direcionar de<br />
30% a 40% de todo o seu investimento para<br />
o Brasil nos próximos três anos. “Do total<br />
de megawatts gerados pela companhia no<br />
mundo nesse período, 40% serão no Brasil”,<br />
diz Gomez, que também está de olho<br />
em empresas de pequeno e médio portes do<br />
setor de energia renovável. Os primeiros<br />
negócios devem ser fechados já no primeiro<br />
semestre de 2011. O Governo brasileiro<br />
prevê um crescimento de 320% na produção<br />
de energia eólica em todo o País ao<br />
longo da década.<br />
Florianópolis cresce 393% na<br />
preferência dos brasileiros<br />
A cidade de Florianópolis, em Santa<br />
Catarina, é o local que mais cresce na preferência<br />
dos brasileiros, na hora de escolher<br />
um destino para viajar. Segundo uma<br />
pesquisa do site www.hoteis.com, líder no<br />
mercado global de reserva de hospedagens,<br />
em novembro de 2010 a procura pela<br />
capital catarinense apresentou um crescimento<br />
de 393% em relação ao mesmo mês<br />
de 2009. Isso signifi ca que os brasileiros<br />
estão querendo cada vez mais apreciar as<br />
paisagens e os festivais que acontecem<br />
na cidade. Florianópolis fi cou à frente de<br />
lugares como Flórida (EUA), Florença<br />
(Itália) e Bariloche (Argentina). Dentre os<br />
destinos brasileiros que mais crescem na<br />
preferência dos turistas estão, ainda, Ipojuca<br />
(Pernambuco), Gramado (Rio Grande<br />
do Sul), Balneário Camboriú (Santa Catarina),<br />
Porto Seguro, Costa do Sauípe e Itacaré<br />
(Bahia).<br />
2010: um ótimo ano para o Facebook e<br />
para o seu criador, Mark Zuckerberg<br />
Bilionário mais jovem do mundo, Mark Zuckerberg foi escolhido<br />
como a personalidade de 2010 pela revista Time “por conectar<br />
mais de meio bilhão de pessoas e mapear as relações sociais entre<br />
elas, por criar um novo sistema de troca de informações e por<br />
mudar a maneira como vivemos nossas vidas”, segundo a revista.<br />
Com mais de 500 milhões de usuários, o Facebook terminou o<br />
ano avaliado em US$ 50 bilhões e foi considerado a melhor empresa<br />
para se trabalhar. O site se tornou o terceiro mais acessado<br />
do mundo, atrás do Google e da Microsoft, mas já é o portal<br />
mais visitado dos Estados Unidos. Zuckerberg teve sua fortuna<br />
avaliada em US$ 6,9 bilhões e foi escolhido pela revista Forbes<br />
como uma das 68 pessoas mais poderosas do mundo. Ele ainda<br />
foi o tema central de A rede social, fi lme que conta a história<br />
da criação do Facebook e que é o favorito para os prêmios da<br />
crítica americana de cinema, como o Oscar e o Globo de Ouro.
Parem de falar mal da rotina:<br />
sucesso dos palcos vira livro<br />
Em 2002, a atriz Elisa Lucinda estreou a peça<br />
Parem de falar mal da rotina, trazendo situações<br />
do cotidiano que mostram como as pessoas agem<br />
sabotando seus relacionamentos, interações e a<br />
própria autoestima. A montagem se tornou sucesso<br />
de público e crítica e foi encenada em várias<br />
partes do Brasil e do mundo. A repercussão da<br />
história nos palcos levou a atriz, que também é<br />
escritora e cantora, a transformar a peça em livro,<br />
lançado pela editora Leya, através do selo Lua de<br />
Papel. Assim como na peça, Lucinda mostra no<br />
livro que podemos encontrar felicidade e alegria<br />
observando as atitudes simples e as pequenas coisas.<br />
Os capítulos do livro levam títulos de obras<br />
de cinema, TV, teatro e literatura, como Assim caminha<br />
a humanidade e Faça a coisa certa.<br />
Como combater as<br />
perdas no varejo<br />
O sucesso das vendas<br />
no comércio varejista<br />
depende de inúmeros fatores,<br />
mas um dos mais<br />
importantes é a prevenção<br />
de perdas. No livro<br />
Ganhar mais perdendo<br />
menos – Como combater<br />
as perdas no varejo,<br />
da Editora Senac-DF,<br />
João Carlos da Lapa ressalta a importância<br />
de combater as perdas, já que elas<br />
podem afetar – e muito – o lucro fi nal da<br />
empresa. O autor aborda desde noções<br />
básicas até dicas de como implantar um<br />
efi ciente programa em uma rede de lojas.<br />
O livro também traz estatísticas e casos<br />
reais para ajudar o empresário a compreender<br />
melhor os benefícios que evitar<br />
as perdas pode trazer.<br />
BOA DICA<br />
Obrigado pela informação<br />
que você não me deu<br />
Comunicar-se bem se tornou uma<br />
habilidade indispensável a um bom profi<br />
ssional. Para isso, a qualidade da informação<br />
e a clareza na sua transmissão<br />
são requisitos que podem determinar o<br />
sucesso ou o fracasso de um negócio<br />
ou ideia. No livro Obrigado pela informação<br />
que você não me deu, da editora<br />
Campus, o especialista Normann Kestenbaum<br />
explica a importância da comunicação<br />
na gestão empresarial, eliminando<br />
o excesso<br />
de informação e<br />
mostrando como<br />
lidar com problemas<br />
típicos<br />
da geração multitarefa:<br />
a falta<br />
de tempo e o<br />
desvio constante<br />
de atenção.<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
5
OPINIÃO<br />
6<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Por volta dos anos 1960, Theodore<br />
Schultz elaborou o conceito de<br />
capital humano, e os estudos dele<br />
derivados valeram-lhe, em 1979, o prêmio<br />
Nobel de Economia. Em síntese, esse conceito<br />
signifi ca um valor agregado ao ser<br />
humano pelos gastos em educação e saúde.<br />
Uma população que dispõe de um bom<br />
sistema educacional e bom grau de higidez<br />
tem pessoas com alta capacidade produtiva,<br />
qualquer que seja a atividade a que<br />
venham a se dedicar.<br />
Essa referência ao conceito de capital<br />
humano revela-se oportuna, em função dos<br />
últimos resultados do Programa Internacional<br />
de Avaliação de Alunos (PISA, em<br />
inglês), que, em um conjunto de 65 países,<br />
coloca o Brasil na 53ª posição, em aparente<br />
descompasso com sua posição no ranking<br />
das economias mundiais. Nas comparações<br />
internacionais, medidas pelo PIB<br />
expresso em dólares, a dimensão do<br />
PIB brasileiro coloca a economia nacional<br />
como a 8ª potência econômica mundial.<br />
O Pisa é um programa de avaliação<br />
internacional da qualidade da educação,<br />
desenvolvido pela Organização para a Cooperação<br />
e Desenvolvimento Econômico<br />
(OECD), ao qual o Brasil aderiu no ano<br />
2000. Visa medir o rendimento escolar,<br />
em matemática, ciências e leitura, dos alunos<br />
da faixa etária de 15 anos, com o pres-<br />
Educação e<br />
desenvolvimento<br />
nacional<br />
suposto de que, nessa idade, ao término do<br />
ensino fundamental, encerra-se o primeiro<br />
ciclo do ensino básico.<br />
Não obstante a baixa classifi cação atribuída<br />
ao Brasil pelo mais recente inquérito<br />
Pisa, houve, entre 2000 e 2009, avanços<br />
importantes nos três campos objeto da<br />
comparação internacional. Tomando-se<br />
como referência o valor 500, como o da<br />
média dos países da OECD, nosso país,<br />
tendo como ponto de partida o valor 250,<br />
avançou em matemática para 380, em<br />
leitura para 420 e em ciências para 410.<br />
Foram avanços substanciais, sem dúvida,<br />
mas que não se traduziram em modifi cação<br />
importante na classifi cação ordinal, porque<br />
outros países também avançaram na<br />
educação básica.<br />
No inquérito de 2009, teve mais ênfase<br />
a capacidade de leitura. Novamente tendo-<br />
-se como referência a média dos países da<br />
OECD, com o valor 100, nosso país fi cou<br />
na metade do caminho, com 50. Comparando-se<br />
com países da nossa região, essa<br />
notação de 50 é inferior à da Argentina e<br />
à do Peru e superior à de Chile, México,<br />
Uruguai e Colômbia.<br />
Seja como for, visto do ângulo global,<br />
aos olhos do Pisa o desempenho dos estudantes<br />
brasileiros continua medíocre. Surge,<br />
então, uma questão intrigante. Como<br />
pode o País, em seu conjunto, ter um capi-
tal humano de pouca qualidade e, ao mesmo<br />
tempo, ter uma projeção econômica<br />
internacional que o coloca entre as grandes<br />
economias emergentes?<br />
As respostas estão, certamente, centradas<br />
no tamanho de sua população. Entre<br />
190 milhões de habitantes, há um processo<br />
“darwiniano” de seleção natural de indivíduos,<br />
capazes até de superar condições socioeconômicas<br />
adversas para avançar até o<br />
ensino superior. Nesse mesmo contingente<br />
populacional de 190 milhões, há de haver<br />
uma percentagem, ainda que relativamente<br />
pequena, de pessoas com alto quociente<br />
de inteligência (QI), com testes de avaliação<br />
da capacidade cognitiva acima de 120,<br />
compondo, assim, massa crítica para aquisição<br />
de competência nas diversas áreas do<br />
conhecimento.<br />
São esses indivíduos que passam pelos<br />
bancos das universidades e escolas federais,<br />
estaduais e particulares de primeira<br />
linha e que, nos laboratórios, no campo ou<br />
nas linhas de produção industrial e nos serviços,<br />
explicam a dimensão alcançada pelo<br />
nosso PIB, hoje estimado em dois trilhões<br />
de dólares. E que, em certos domínios, nos<br />
situam nas fronteiras do conhecimento,<br />
como no caso de decifrar o código genético,<br />
do processo singular de enriquecimento<br />
de urânio, da engenharia genética aplicada<br />
à agropecuária, da exploração de petróleo<br />
Antonio Oliveira Santos<br />
Presidente da Confederação Nacional do<br />
Comércio de Bens, Serviços e Turismo<br />
e gás em águas profundas ou das técnicas<br />
construtivas das grandes barragens.<br />
A julgar pelos resultados do Pisa, nossa<br />
defi ciência no campo educacional está traduzida<br />
naqueles que, apesar de ultrapassar<br />
os anos do ensino fundamental, vencendo a<br />
evasão escolar, não conseguem bom desempenho<br />
ao fi nal do ensino médio. E isso tem<br />
travado o acesso ao nível superior.<br />
O que o Pisa indica com maior clareza,<br />
uma vez que o acesso às universidades e<br />
a grandes escolas não é necessariamente o<br />
objetivo fi nal de cada indivíduo, é que nossa<br />
debilidade maior está na formação dos<br />
chamados “quadros médios”, peça importante<br />
no conjunto do capital humano.<br />
Nesse sentido, foi alentadora, no discurso<br />
de posse da presidente Dilma Rousseff,<br />
a afi rmação que fez, certamente referindo-<br />
-se ao ensino básico, de que a autoridade<br />
maior em matéria de ensino é o próprio<br />
professor. Essa é uma indicação de que o<br />
Governo pretende recuperar, nesse nível<br />
de ensino, a dignidade do exercício do magistério.<br />
Como também parece promissora<br />
a proposta, agora apresentada pelo ministro<br />
da Educação no sentido de um ensino<br />
médio em tempo integral, completando o<br />
tempo dedicado ao ensino das matérias tradicionais<br />
com o ensino profi ssionalizante,<br />
como já vem ocorrendo na Escola SESC<br />
de Ensino Médio.<br />
OPINIÃO<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
7
CAPA<br />
8<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Eles foram os<br />
primeiros...
Chega ao fi m a jornada da primeira turma a ingressar<br />
na Escola SESC de Ensino Médio, a escola-residência<br />
que, instalada no Rio de Janeiro, nasceu com a missão<br />
de oferecer um ensino de excelência preparatório para o<br />
ingresso na educação superior. E tem início, por meio do<br />
SESC, uma etapa revolucionária na educação brasileira.<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
CAPA<br />
9
CAPA<br />
10<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Noite de gala para<br />
uma despedida em<br />
grande estilo<br />
Quando atravessaram o teatro da<br />
Escola SESC de Ensino Médio,<br />
no último dia 8 de dezembro de<br />
2010, a caminho do palco em que receberiam<br />
seus diplomas de conclusão de mais<br />
uma etapa de suas vidas acadêmicas, a<br />
impressão que passavam era a de serem<br />
pequenos adultos.<br />
Com passos fi rmes, sorriso no rosto e<br />
lágrimas que teimavam em descer pelas<br />
bochechas, aqueles 168 alunos, esbanjando<br />
confi ança, eram bem diferentes dos jovens<br />
que, em 2008, haviam chegado à escola<br />
trazendo na bagagem um misto de euforia<br />
pelas descobertas e medo do desconhecido.<br />
É evidente que três anos na vida de<br />
pós-adolescentes fazem muita diferença,<br />
mas, mais do que terem substituído tênis e<br />
mochilas, característicos da idade, por ternos,<br />
salto alto e maquiagem, como mandava<br />
a ocasião solene, os alunos da primeira<br />
turma da escola-residência eram o retrato<br />
mais perfeito da transformação que um<br />
projeto desse porte é capaz de promover.<br />
Ou, em outras palavras,<br />
do poder da Educação<br />
sobre uma sociedade.<br />
No livro de formatura,<br />
intitulado (Co)memorando...<br />
eles foram os primeiros,<br />
o depoimento da<br />
brasiliense Daniele Saluti<br />
Ernane Galvêas, Graça<br />
e Antonio Oliveira<br />
Santos, Claudia<br />
Fadel, Cid Heraclito<br />
de Queiroz e Bernardo<br />
Cabral, na formatura<br />
da Escola SESC<br />
Em meio a muita emoção, Escola SESC de Ensino<br />
Médio forma a primeira turma de alunos<br />
mostra que até mesmo os alunos, no auge<br />
das transformações típicas da idade, reconheciam<br />
e valorizavam a riqueza do período<br />
vivido na Escola: “Três anos mudam<br />
muito uma pessoa... ainda mais três anos<br />
vividos com tanta intensidade”. E quem ali<br />
duvidaria disso?<br />
Na plateia, pais e familiares aplaudiam,<br />
eufóricos, entre lágrimas. A música nos alto-<br />
-falantes contribuía com o clima: “estamos<br />
indo de volta pra casa”. A emoção tomava<br />
conta também dos funcionários da instituição,<br />
de diretores e executivos da <strong>CNC</strong>,<br />
do SESC e do Senac, além de fi guras ilustres,<br />
como os ex-ministros Ernane Galvêas<br />
e Bernardo Cabral. Sentados nas primeiras<br />
fi leiras, os diretores-gerais do SESC, Maron<br />
Emile Abi-Abib, e do Senac, Sidney Cunha,<br />
que acompanharam de perto a formação e<br />
o desenvolvimento desses jovens – os Departamentos<br />
Nacionais das duas entidades<br />
funcionam ao lado do campus da Escola,<br />
onde muitas atividades eram realizadas –,<br />
comportavam-se como pais adotivos.
Entre os presentes, acompanhado da<br />
família e visivelmente orgulhoso, o idealizador<br />
do projeto: Antonio Oliveira Santos,<br />
um homem de negócios que, no comando<br />
do Sistema <strong>CNC</strong>-SESC-SENAC, há anos<br />
vem investindo pesadamente em Educação,<br />
e que, como comentam os funcionários<br />
do Sistema, teve a coragem de apostar<br />
em um <strong>sonho</strong> – o ambicioso projeto de<br />
criar uma escola de excelência, destinada<br />
a fi lhos de comerciários, que funcionasse<br />
em horário integral e oferecesse, além<br />
das disciplinas regulares do ensino médio,<br />
formação profi ssionalizante, reunindo em<br />
um mesmo local estudantes de todo o País,<br />
para promover a integração social por<br />
meio da diversidade cultural. Uma aposta<br />
calcada na confi ança dos pais dos alunos e<br />
chancelada pela marca SESC. Para todos,<br />
a formatura desses alunos pioneiros era o<br />
coroamento de uma vitória.<br />
“É curioso como no começo de tudo<br />
pensamos sobre o fi nal de uma maneira diferente<br />
de quando realmente chegamos ao<br />
fi m.” O pensamento de Leticia Bastos, do<br />
Rio Grande do Sul, certamente era o mesmo<br />
de todos ali.<br />
A cerimônia, que, como tudo por lá, foi<br />
organizada pelos próprios alunos, com a<br />
orientação e a supervisão de professores e<br />
diretores, teve início com a apresentação<br />
de um vídeo em que os formandos mostravam,<br />
em meio a um mosaico de imagens,<br />
rostos e sotaques, a trajetória do grupo ao<br />
longo dos últimos três anos e destacavam<br />
o quanto o convívio com a diversidade de<br />
culturas, sotaques e experiências havia<br />
sido fundamental para a formação individual.<br />
Quatro alunos, escolhidos pelos próprios<br />
formandos, apresentaram o início da<br />
formatura. A diretora da Escola, Claudia<br />
Fadel, extremamente emocionada, classifi<br />
cou a noite como sendo de “conquista e<br />
realização”, e afi rmou que a primeira turma<br />
carregaria consigo o orgulho de ter fundado<br />
um projeto pioneiro, ousado e grandioso.<br />
“A missão de mudar o mundo está<br />
lançada”, disse. Em seu discurso, Claudia<br />
leu um texto escrito pelo aluno Geraldo<br />
Pereira Neto, de Minas Gerais, que ressaltava<br />
a dedicação da turma fundadora da<br />
instituição: “Este modelo é único no mundo,<br />
o que torna a nossa responsabilidade<br />
igualmente única; e, com certeza, todos<br />
nós aprendemos muito”, afi rmou.<br />
Convidado pela diretora, Oliveira<br />
Santos também subiu ao palco, de onde<br />
parabenizou os pais por “terem aberto o<br />
mundo aos seus fi lhos” – uma referência<br />
e um agradecimento por terem acreditado<br />
na proposta da instituição. E, em seguida,<br />
pediu licença à plateia para se dirigir aos<br />
alunos: “Vocês tomaram uma decisão difícil<br />
ao deixarem para trás a família, a casa,<br />
os amigos. Vieram em busca do desconhecido<br />
e, hoje, veem que foi uma escolha<br />
correta. Vocês são o orgulho desta escola,<br />
e eu tenho certeza de que, muito mais do<br />
que conhecimento acadêmico, todos levarão<br />
daqui valores como ética, respeito ao<br />
próximo e generosidade – características<br />
fundamentais para orgulhar não só a mim,<br />
CAPA<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 11
CAPA<br />
12<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
os diretores desta escola ou as famílias de<br />
vocês, mas sobretudo a sociedade”. Em<br />
retribuição à experiência proporcionada a<br />
quase duas centenas de alunos, Oliveira<br />
Santos recebeu uma homenagem das mãos<br />
do aluno Geraldo Pereira, que, em nome de<br />
todos, agradeceu pela transformação que a<br />
Escola SESC promoveu na vida daqueles<br />
jovens, que, naquela noite, concluíam uma<br />
etapa importante de sua trajetória escolar.<br />
O tom despojado marcou a noite do início<br />
ao fi m, mas a solenidade de formatura<br />
seguiu todos os ritos protocolares: homenagens,<br />
juramento, entrega de diploma e<br />
foto ofi cial – com direito a lágrimas e abraços<br />
apertados. Os alunos falaram muito sobre<br />
a diversidade de sotaques e culturas, de<br />
vidas e aprendizados. E de <strong>sonho</strong>s, como o<br />
do goiano Deivid Mendonça, que diz que<br />
seu nome poderia ser “Garoto Sonhador”:<br />
“Numa das aventuras sonhadas, cheguei<br />
aqui”. “A Escola SESC foi um capítulo de<br />
extrema coragem e superação no meu livro<br />
da vida”, resumiu a experiência a também<br />
goiana Ana Flávia Montes.<br />
No encerramento, uma mensagem especialmente<br />
preparada pelo senador Cristovam<br />
Buarque. Admirador do projeto, o<br />
educador esteve presente na inauguração<br />
da Escola SESC, em 2008, e desde então<br />
profere as palestras de abertura do ano letivo.<br />
Como não pôde estar presente à solenidade<br />
por compromissos de trabalho,<br />
Buarque encaminhou sua mensagem aos<br />
estudantes em vídeo. Ele parabenizou os<br />
estudantes e lhes agradeceu pela oportunidade<br />
de ver <strong>realizado</strong> “um milagre em educação”.<br />
“O que a gente precisa para mudar<br />
o Brasil é fazer 200 mil escolas como<br />
a Escola SESC de Ensino Médio. Vocês<br />
têm a obrigação de trabalhar para que as<br />
outras escolas sejam as melhores possíveis<br />
e para levar ao País algo que aprenderam<br />
aqui: que a escola pode ser a mesma para<br />
o fi lho do rico e do pobre, para quem mora<br />
em Rondônia, em Recife ou em qualquer<br />
lugar do País”, disse, acrescentando que,<br />
por conta do grupo idealizador daquela<br />
instituição e do empenho dos alunos, estava<br />
constatado “que um <strong>sonho</strong> da mais alta<br />
qualidade em educação é possível”.<br />
As comemorações se estenderam até a<br />
madrugada, no espaço da piscina do Departamento<br />
Nacional do SESC, onde aconteceu<br />
o baile de formatura.<br />
Pioneirismo, a marca da Escola SESC<br />
A escola-residência, um projeto pedagógico<br />
pioneiro no Brasil, recebe alunos<br />
de todos os Estados, principalmente fi lhos<br />
de comerciários, e tem uma proposta inédita<br />
no País: oferecer um ensino médio de<br />
excelência, capaz de preparar os estudantes<br />
para o ingresso no ensino superior. Em<br />
parceria com o Senac, a Escola SESC também<br />
oferece cursos de educação profi ssional.<br />
Para entrar, os candidatos passam por<br />
provas realizadas nos regionais do SESC<br />
de todo o País – o número de vagas varia<br />
de acordo com o tamanho do estado.<br />
Os alunos moram em uma vila especialmente<br />
construída para eles, dividida em<br />
área de meninas e de meninos, composta<br />
de quatro edifícios de três andares cada e<br />
dormitórios para dois ou três jovens. Os<br />
prédios contam com salas de estudo, copa,<br />
lavanderia e salas de convivência com jogos,<br />
aparelhos de som, TV e DVD. Em<br />
cada edifício mora um professor com sua
família – todos são também residentes, e<br />
os demais ocupam uma outra vila com 56<br />
apartamentos de três quartos.<br />
A estrutura da Escola SESC de Ensino<br />
Médio, com 131 mil metros quadrados e<br />
capacidade para 500 alunos, oferece, ainda,<br />
biblioteca, ginásio coberto, piscina<br />
semiolímpica, campo de futebol, quadras<br />
poliesportivas, salas de dança, ginástica e<br />
musculação. A escola é equipada com uma<br />
rede de internet sem fi o que cobre todo o<br />
campus, e os alunos recebem notebooks<br />
pessoais com acesso à rede para auxiliar<br />
nas pesquisas e tarefas escolares.<br />
As atividades extracurriculares são<br />
muitas e têm a adesão em massa dos estudantes.<br />
Em três anos de convívio intenso,<br />
no qual formaram uma verdadeira nova<br />
família, os alunos desta primeira turma<br />
participaram de diversos projetos, como<br />
torneios esportivos, mostras de teatro, festivais<br />
publicitários, concursos de poesia e<br />
festivais de música. Além disso, criaram e<br />
administraram um grêmio estudantil, uma<br />
orquestra, um coral, blogs, um jornal, um<br />
centro de memórias, que reúne fotografi as<br />
de acontecimentos dentro e fora da instituição,<br />
e participaram de projetos sociais<br />
nas comunidades vizinhas à escola.<br />
Os alunos também fi zeram passeios culturais:<br />
um grupo passou 15 dias na cidade<br />
de Boise, nos Estados Unidos, graças a um<br />
programa de intercâmbio fechado com a<br />
Riverstone International School; outro visitou<br />
as instalações do Instituto Tecnológico<br />
da Aeronáutica (ITA), em São José dos<br />
Campos, interior de São Paulo; e um terceiro<br />
participou, junto com os “imortais”,<br />
de um chá na Academia Brasileira de Letras.<br />
Para o trabalho de conclusão de curso,<br />
A diretora da<br />
Escola, Claudia<br />
Fadel, era<br />
uma das mais<br />
emocionadas. “A<br />
missão de mudar<br />
o mundo está<br />
lançada”, disse,<br />
em discurso.<br />
os alunos aproveitaram uma visita à Estância<br />
Ecológica SESC Pantanal, em Barão<br />
de Melgaço, Mato Grosso, destinada a<br />
estudos interdisciplinares, e produziram a<br />
Revista Pantanal, com entrevistas, artigos,<br />
reportagens e fotos sobre o tema biodiversidade.<br />
E, por meio de encontros e palestras<br />
promovidos pela Escola, conheceram<br />
personalidades, como os ex-ministros da<br />
Fazenda, Ernane Galvêas, e da Justiça,<br />
Bernardo Cabral, o ministro da Educação,<br />
Fernando Haddad, o acadêmico e gramático<br />
Evanildo Bechara, o escritor Luis<br />
Fernando Veríssimo, a cantora e escritora<br />
Adriana Calcanhoto e ídolos como o jogador<br />
de futebol Zico e a atriz Malu Mader.<br />
Edgar Morin, o famoso sociólogo e educador<br />
francês, e o astronauta brasileiro Marco<br />
Pontes também passaram pela Escola,<br />
transmitindo e trocando experiências com<br />
os alunos e aprendendo com<br />
eles um pouco sobre os ensinamentos<br />
extraclasse que a vida<br />
numa escola-residência tão<br />
multicultural proporciona.<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
CAPA<br />
13
CAPA<br />
14<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
No dia 5 de novembro de 2010, a<br />
TV Câmara exibiu, no programa<br />
Câmara Ligada, uma reportagem<br />
sobre a Escola SESC de Ensino Médio,<br />
situada na Barra da Tijuca, na cidade do<br />
Rio de Janeiro. A Câmara dos Deputados<br />
mostrou o cotidiano dos alunos na<br />
escola, longe de seus pais e responsáveis<br />
por si mesmos. Exibiu relatos de<br />
estudantes, que explicaram suas atividades<br />
diárias, desde acordar, arrumar a<br />
cama, estudar, praticar atividades físicas,<br />
até afazeres domésticos, como lavar e<br />
guardar suas roupas.<br />
Professores também contaram suas experiências<br />
de trabalhar no local onde residem<br />
– uma convivência permanente com seus<br />
alunos que resulta em uma especial troca<br />
de conhecimentos.<br />
Escola SESC pelo<br />
olhar da Câmara<br />
dos Deputados<br />
TV Câmara visitou por dois dias a Escola<br />
SESC de Ensino Médio e a exibiu como<br />
exemplo de nova educação juvenil<br />
A revista <strong>CNC</strong> Notícias entrevistou<br />
o produtor do programa, Guilherme<br />
Bacalhao, que, ao contar sua primeira<br />
experiência dentro de uma escola-residência,<br />
se disse impressionado ante a<br />
estrutura da Escola.<br />
O programa Câmara Ligada esteve<br />
na Escola SESC de Ensino Médio,<br />
na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro,<br />
no fi nal de 2010. Qual o<br />
motivo da visita?<br />
Visitamos a escola com o objetivo de<br />
conhecer a proposta de ensino adotada.<br />
A reportagem produzida foi veiculada no<br />
Câmara Ligada, programa televisivo semanal<br />
da TV Câmara. Cada edição sempre<br />
aborda um tema relacionado à juventude.<br />
O foco do programa que abordou a<br />
Escola SESC foi a educação do século<br />
XXI. O programa pode ser visualizado<br />
no www.camaraligada.com.br<br />
Qual a sua opinião, e dos demais que<br />
estiveram lá, sobre a Escola SESC, em<br />
geral? Você já esteve em alguma escola<br />
com essas características antes?<br />
Foi a primeira vez que conheci<br />
uma escola-residência. A estrutura e<br />
os investimentos na escola impressionaram<br />
a equipe.<br />
Equipe do Programa<br />
Câmara Ligada<br />
no estúdio da TV<br />
Câmara, em Brasília
Qual diferencial apontaria, após<br />
essa experiência com os alunos e professores<br />
da escola? O que mais te chamou<br />
a atenção nessa escola?<br />
Além da estrutura física gigantesca,<br />
o que mais me chamou a atenção<br />
foi a forma como alunos e professores<br />
acreditam e se envolvem com o projeto<br />
educacional. O reduzido número de<br />
alunos por sala de aula também é um diferencial<br />
que contribui para um melhor<br />
aproveitamento do aprendizado.<br />
Em que aspectos os alunos da Escola<br />
SESC se diferenciam dos demais<br />
estudantes no País, segundo sua observação<br />
ao entrevistá-los?<br />
Os alunos estão convictos de que têm<br />
acesso a um ensino de primeira qualidade.<br />
É certo que o acesso a um ensino de<br />
qualidade propicia o desenvolvimento<br />
das potencialidades individuais de cada<br />
estudante e, consequentemente, contribui<br />
para a construção de um elevado sentimento<br />
de autoestima.<br />
Qual a sua opinião sobre esse novo modelo<br />
de ensino em período integral? Você<br />
acredita que ele serviria de exemplo e base<br />
Vista panorâmica<br />
da Escola SESC de<br />
Ensino Médio, na<br />
Barra da Tijuca,<br />
Rio de Janeiro.<br />
Abaixo, turma de<br />
estudantes em<br />
aula prática.<br />
para modifi cações no padrão de ensino<br />
atual no País? Como?<br />
Creio que os investimentos necessários<br />
à implementação da Escola SESC de<br />
Ensino Médio difi cultam a adoção desse<br />
modelo em escala nacional. Apesar<br />
disso, investir em um ensino integral de<br />
qualidade é garantir a existência da mobilidade<br />
social. Para sermos uma sociedade<br />
realmente democrática, o fi lho da<br />
empregada doméstica e o fi lho do patrão<br />
precisam ter acesso a condições idênticas<br />
de realização profi ssional. Somente a<br />
existência de um ensino público e gratuito<br />
de qualidade pode garantir isso.<br />
CAPA<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 15
16<br />
PESQUISA NACIONAL <strong>CNC</strong><br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
No fim de 2010, intenção<br />
de consumo cresce e<br />
endividamento desacelera,<br />
revelam pesquisas da <strong>CNC</strong><br />
É inegável que, ano passado, o comércio teve um desempenho<br />
estupendo, considerando-se todos os movimentos da<br />
economia brasileira. A Divisão Econômica da <strong>CNC</strong> prevê um<br />
crescimento de 11,2% para 2010. E os resultados do primeiro<br />
ano de realização das Pesquisas Nacionais de Intenção de<br />
Consumo das Famílias (ICF-Nacional) e Endividamento e<br />
Inadimplência do Consumidor (PEIC-Nacional) mostram<br />
que o futuro é promissor: crescendo desde maio de 2010, a<br />
ICF voltou a registrar novo patamar recorde em dezembro, o<br />
terceiro consecutivo,<br />
encerrando o ano em<br />
143,4 pontos. Já<br />
a Peic mostra<br />
que o nível de<br />
endividamento<br />
das famílias<br />
brasileiras<br />
apresentou queda em<br />
dezembro, e o percentual<br />
daquelas com contas em atraso<br />
e que não terão condições de<br />
pagar suas dívidas também apresentou<br />
desaceleração no último mês do ano.
ICF: consumo das<br />
famílias avança de<br />
forma persistente<br />
Todos os sete componentes da Intenção<br />
de Consumo das Famílias<br />
(ICF) apresentaram crescimento<br />
em dezembro, na comparação com o<br />
mês anterior.<br />
Mereceram maiores destaques os<br />
itens relativos a nível de consumo atual<br />
(+5,1%), perspectiva profi ssional (+4,9%)<br />
e percepção mais favorável para aquisição<br />
de bens duráveis (+3,1%). Mesmo<br />
os subitens que apresentaram variações<br />
menos expressivas, como condições de<br />
compra a prazo e perspectiva de consumo<br />
(ambos aos 156,1 pontos) ainda dominam<br />
a percepção favorável por parte das<br />
famílias brasileiras.<br />
De acordo com a Divisão Econômica<br />
da <strong>CNC</strong>, os resultados praticamente confi<br />
rmam a percepção de que 2010, de fato,<br />
será o ano com maior crescimento das<br />
vendas do varejo na década, superando os<br />
9,7% verifi cados em 2007. No acumulado<br />
do ano o varejo cresce confortavelmente<br />
acima desse ritmo e deverá encerrar 2010<br />
com alta de 11,2%. O economista Fábio<br />
Bentes, responsável pela análise dos dados,<br />
destaca que o crédito, alongado a cus-<br />
tos historicamente baixos, associado à<br />
elevação dos ganhos reais no mercado<br />
de trabalho, complementa o cenário<br />
favorável ao consumo. “A ICF registrou<br />
a oitava alta e o terceiro recorde<br />
consecutivo. Parte desse resultado se<br />
deve a um efeito sazonal decorrente<br />
do 13º salário no bolso dos consumidores.<br />
Ainda assim, as variáveis que<br />
condicionam o consumo mantêm tendência<br />
persistente de alta. Todos os subitens apresentaram<br />
crescimento ante o mês anterior”,<br />
explica o economista.<br />
No mês, a elevação da ICF se deu de<br />
forma homogênea entre os cortes de renda,<br />
Consumo atual:<br />
Crescimento acima da média da ICF<br />
Não sabe /<br />
não respondeu<br />
0,8 %<br />
Maior<br />
43,6 %<br />
PESQUISA NACIONAL <strong>CNC</strong><br />
uma vez que as famílias com renda até 10<br />
salários mínimos e aquelas com renda superior<br />
a este patamar apresentaram a mesma<br />
taxa de variação (+3,1%). De forma<br />
semelhante, os dados regionalizados acusaram<br />
uma baixa dispersão de crescimento<br />
entre as regiões pesquisadas, com taxas<br />
que variaram de +2,4% (Norte) a +3,7%<br />
(Centro-Oeste). Contudo, foram as regiões<br />
Sudeste (+2,9%) e Nordeste aquelas<br />
que mais contribuíram para a alta da ICF<br />
(71,0% do crescimento do mês).<br />
Consumo atual:<br />
acima da média<br />
Para 43,6% das famílias brasileiras, a<br />
satisfação com o consumo em dezembro<br />
é maior que há um ano. Em novembro<br />
essa parcela correspondia a 39,6% dos<br />
pesquisados. Apesar de esse componente<br />
da ICF ser o que apresenta o menor<br />
patamar na pesquisa (120,5 pontos), sua<br />
variação ao longo de 2010 (+12,3%)<br />
só não é maior que a da perspectiva de<br />
consumo (+12,8%).<br />
Menor<br />
23,1 %<br />
Igual ao<br />
ano passado<br />
32,6 %<br />
Fonte: Pesquisa direta <strong>CNC</strong><br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 17
PESQUISA NACIONAL <strong>CNC</strong><br />
18<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Síntese dos resultados – ICF<br />
Indicador Nov./10 Dez./10 Var.%<br />
Emprego atual 135,7 139,6 +2,9%<br />
Perspectiva profissional 130,8 137,2 +4,9%<br />
Renda atual 149,4 151,1 +1,2%<br />
Compra a prazo 151,5 156,1 +3,0%<br />
Nível de consumo atual 114,7 120,5 +5,1%<br />
Perspectiva de consumo 152,4 156,1 +2,4%<br />
Momento para duráveis 139,1 143,3 +3,1%<br />
ICF 139,1 143,4 +3,1%<br />
A alta de 5,1% no último mês foi<br />
significativamente influenciada pela<br />
alta de 6,8% na avaliação das famílias<br />
mais ricas (com renda superior a 10 salários<br />
mínimos). Nos lares mais pobres<br />
houve crescimento de 4,7%. Em termos<br />
regionais o Centro-Oeste se sobressaiu<br />
(+13,1%): nesta região as vendas do varejo<br />
cresceram, no acumulado do ano,<br />
acima da média nacional (+13,1% contra<br />
+11,1%, respectivamente).<br />
Perspectiva profi ssional<br />
ainda favorável<br />
O bom desempenho do mercado de<br />
trabalho contribuiu não apenas para o<br />
avanço da satisfação das famílias em<br />
relação às condições de emprego e renda,<br />
mas também fomentando expectativas<br />
mais favoráveis no curto e médio<br />
prazos. Esse fenômeno, entretanto, tem<br />
sido sustentado pelo otimismo das famílias<br />
mais pobres, já que desde janeiro<br />
esse estrato da pesquisa registra alta<br />
de 2,2% na perspectiva profi ssional, ao<br />
contrário das famílias mais ricas, em que<br />
há recuo de 1,1%.<br />
No levantamento de dezembro, porém,<br />
coube às famílias mais ricas (+7,5%) o<br />
maior impacto sobre as expectativas para<br />
o mercado de trabalho nos próximos seis<br />
meses. À exceção da região Centro-Oeste<br />
(-5,8%), todas as demais áreas pesquisadas<br />
acusaram crescimentos que variaram<br />
de +1,3% (Norte) a +12,3% (Sul).<br />
Fonte: Pesquisa direta <strong>CNC</strong><br />
Não por acaso, o Nordeste é a região que<br />
sustenta o maior patamar nesse subitem<br />
(143,6 contra 137,2 da média nacional).<br />
Segundo as estatísticas do Caged, do Ministério<br />
do Trabalho e Emprego, a região<br />
Nordeste é aquela onde o emprego formal<br />
revela maior crescimento nos últimos 12<br />
meses até dezembro (7,9% contra 6,3%<br />
do Brasil).<br />
Duráveis: maior<br />
facilidade de crédito<br />
A percepção mais favorável para aquisição<br />
de bens duráveis foi impulsionada<br />
pelas famílias da região Sul (+12,2%).<br />
Em termos nacionais, 68,3% das famílias<br />
pesquisadas perceberam o momento<br />
atual como propício ao consumo desse<br />
tipo de bem. Essa percepção melhorou<br />
mais entre as famílias com renda até 10<br />
salários mínimos (+3,2%) do que entre<br />
as demais (2,1%).<br />
“As condições de crédito explicam parcialmente<br />
o comportamento das famílias”,<br />
diz Fábio Bentes.<br />
Além disso, o consumo de bens duráveis<br />
tem se benefi ciado da evolução<br />
dos preços relativos. Tomando-se como<br />
referência o IPCA, a maior parte dos<br />
bens duráveis registraram aumentos de<br />
preços menores que 5,25%, como, por<br />
exemplo, lavadoras de roupas (+2,6%)<br />
e fogões (0,0%). Outros registram defl<br />
ação, como televisores (-19,8%) e<br />
microcomputadores (-10,0%).
PEIC: nível de endividamento<br />
desacelera em dezembro<br />
O nível de endividamento das famílias<br />
brasileiras apresentou queda no último mês<br />
de 2010, como mostra a Pesquisa de Endividamento<br />
e Inadimplência do Consumidor<br />
(PEIC). O levantamento, <strong>realizado</strong> pela<br />
<strong>CNC</strong>, revela, ainda, que o percentual de famílias<br />
com contas em atraso e que não terão<br />
condições de pagar suas dívidas também registrou<br />
desaceleração no mês.<br />
O percentual de famílias endividadas<br />
apresentou queda de 1,5 ponto percentual,<br />
passando de 59,8% para 58,3%. Já as famílias<br />
com contas em atraso registraram uma<br />
queda de 23,5%. E a parcela das famílias que<br />
não terão condições de pagar suas dívidas recuou<br />
de 9,0% para 8,3% em dezembro.<br />
“As condições favoráveis do mercado<br />
de trabalho, as facilidades de aquisição de<br />
crédito e principalmente o recebimento do<br />
13º salário permitiram às famílias reduzir<br />
parte de suas dívidas pendentes”, explica<br />
Bruno Fernandes, economista da Confederação.<br />
Segundo ele, tais fatores proporcionaram,<br />
no último mês do ano, uma<br />
queda da inadimplência e, por outro lado,<br />
mantiveram o crescimento do consumo que<br />
vinha se verifi cando nas últimas pesquisas.<br />
Em dezembro, o percentual de famílias<br />
endividadas com renda até 10 salários<br />
mínimos apresentou queda, passando de<br />
62,2% para 60,6%. As famílias com renda<br />
acima de 10 salários mínimos registraram<br />
certa estabilidade, situando-se em 45,2%.<br />
O percentual de famílias com renda até<br />
10 salários e acima de 10 salários que declararam<br />
ter dívidas ou contas em atraso<br />
também apresentou queda, passando de<br />
26,9% para 25,5% e de 12,9% para 12,2%,<br />
respectivamente. Famílias com até 10 salários<br />
mínimos que não terão condições de<br />
pagar suas contas apresentaram recuo de<br />
10,0% para 9,1%. Já as famílias com renda<br />
Síntese dos resultados – PEIC<br />
Out./10 Nov./10 Dez./10<br />
Total de endividados 58,6% 59,8% 58,3%<br />
Dívidas ou contas em atraso 23,4% 24,8% 23,5%<br />
Não terão condições de pagar 9,5% 9,0% 8,3%<br />
PESQUISA NACIONAL <strong>CNC</strong><br />
acima de 10 salários obtiveram retração de<br />
3,3% para 3,1% em dezembro.<br />
Menos famílias com muitas contas<br />
O percentual de famílias que se consideram<br />
muito endividadas voltou a cair em dezembro,<br />
na comparação com o mês anterior,<br />
registrando 13,3%. A parcela que declarou<br />
estar mais ou menos endividada passou de<br />
22,3% para 22,0%, e a parcela pouco endividada<br />
alcançou 23,0% do total dos endividados.<br />
Os que não possuem dívidas desse<br />
tipo registraram alta, de 39,7% para 40,6%.<br />
Cartão lidera dívidas<br />
Para 71,2% das famílias endividadas, o<br />
cartão de crédito continua sendo apontado<br />
como um de seus principais tipos de<br />
dívida, seguido por carnês (21,9%) e, em<br />
terceiro, fi nanciamento de carro (9,8%).<br />
Para as famílias com renda até 10 salários<br />
mínimos, o cartão de crédito (71,5%), o<br />
carnê (22,5%) e o crédito pessoal (9,6%)<br />
são os principais tipos de dívida apontados.<br />
Já para famílias com renda superior<br />
a 10 salários mínimos, os principais tipos<br />
de dívidas apontados em dezembro<br />
foram: cartão de crédito (68,6%), fi nanciamento<br />
de carro (24,9%) e carnês (17,3%).<br />
Por trimestre, endividamento e<br />
inadimplência avançam<br />
Considerando-se dados trimestrais da sondagem,<br />
tanto o nível de endividamento<br />
quanto o de inadimplência obtiveram aceleração<br />
em relação a períodos anteriores.<br />
Após retração no segundo e terceiro trimestres<br />
de 2010, o percentual de endividados<br />
e o de famílias que não terão condições<br />
de pagar aumentou no últimos três meses<br />
do ano. Ainda assim, as perspectivas para<br />
2011 são otimistas.<br />
Fonte: Pesquisa <strong>CNC</strong><br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 19
REUNIÃO DE DIRETORIA<br />
20<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
No último ano do<br />
Governo Lula, números<br />
que ficarão na história<br />
O<br />
melhor ano econômico do Governo<br />
do presidente Lula. Assim<br />
o consultor econômico da <strong>CNC</strong>,<br />
Ernane Galvêas, defi niu 2010, no já tradicional<br />
balanço apresentado na última reunião<br />
do ano da Diretoria da <strong>CNC</strong>. “Uma<br />
grande surpresa para todos nós”, disse<br />
Galvêas, enfatizando que o cenário que o<br />
Brasil vive hoje é muito diferente daquele<br />
de dezembro de 2009.<br />
Apesar de ter crescido de forma expressiva<br />
em 2007 (6,2%) e 2008 (5,2%),<br />
a economia brasileira sofreu, naquele período,<br />
um forte impacto da crise iniciada no<br />
mercado fi nanceiro dos Estados Unidos. A<br />
partir do último trimestre de 2008, vários<br />
setores, principalmente o industrial, sentiram<br />
o golpe – mais forte do que a “marolinha”<br />
prevista pelo próprio presidente Lula.<br />
“O ano de 2009 é de retração econômica,<br />
não um ano de paralisação”, relembrou<br />
Ernane Galvêas. O Produto Interno Bruto<br />
(PIB) caiu 0,6%, a indústria produziu<br />
menos 6,4% do que no ano anterior e até<br />
mesmo a agricultura cresceu menos, um<br />
setor que há anos vem se desenvolvendo<br />
com números robustos em função do<br />
aumento da produtividade.<br />
Menos atingido do que a indústria,<br />
o comércio também sentiu a crise, mas<br />
conseguiu crescer 5,9% no volume real<br />
de vendas em 2009. Com o desemprego<br />
atingindo 8,4% em abril de 2009 (7,5%<br />
em outubro de 2008), o Governo se viu<br />
forçado a agir, adotando medidas anticíclicas.<br />
Foi aí que o Brasil começou a se descolar<br />
da maioria dos países afetados pela<br />
crise. “Houve uma combinação inusitada<br />
entre política fi scal e política monetária.<br />
Os dois setores, que nem sempre andam<br />
de mãos dadas, trabalharam juntos na<br />
política anticíclica.”<br />
O comércio exterior, classifi cado pelos<br />
economistas como a grande força de impulsão<br />
do crescimento econômico nacional,<br />
teve uma queda de 22,3%. Em 2010,<br />
no entanto, esses problemas foram superados<br />
e, até novembro, já se registrava<br />
mais de 30% de expansão das exportações<br />
brasileiras e um crescimento espantoso de<br />
44% nas importações.<br />
Quando a crise eclodiu nos Estados<br />
Unidos, a primeira reação negativa foi<br />
o corte das linhas de crédito, relembra<br />
Ernane Galvêas. Os bancos pararam de<br />
emprestar, tanto nos Estados Unidos quanto<br />
no Brasil. Houve um vácuo de US$ 50<br />
bilhões no comércio exterior, com repercussão<br />
em toda a economia. Mas o Banco<br />
Central cobriu as linhas de fi nanciamento<br />
que foram cortadas nos Estados Unidos,<br />
além de reduzir em R$ 150 bilhões os depósitos<br />
compulsórios dos bancos, criando<br />
uma liquidez adicional.
A atuação do Banco Central na garantia<br />
da liquidez dos bancos e na manutenção<br />
das condições de crédito foi<br />
decisiva. Em outra frente, o Governo<br />
reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados<br />
(IPI) para bens de consumo<br />
como automóvel, televisão e geladeira.<br />
“Esse conjunto de medidas, trabalhado<br />
com bastante efi ciência, fez com que<br />
atravessássemos a crise de 2009 sem o<br />
aprofundamento da retração, como nos<br />
Estados Unidos e na Europa”, observou<br />
o Consultor da <strong>CNC</strong>.<br />
O fator China também ajudou o Brasil.<br />
O comércio com o país asiático vem<br />
se intensifi cando ano a ano, e a forte demanda<br />
chinesa por produtos agropecuários<br />
e minérios infl uenciam diretamente o<br />
volume das exportações brasileiras. Mas<br />
o aumento do preço das commodities no<br />
mercado externo, ao mesmo tempo em<br />
que benefi cia os exportadores, gera uma<br />
tendência de elevação dos preços também<br />
internamente. “Esse é o grande problema<br />
com que estamos convivendo e,<br />
possivelmente, vai ser o maior problema<br />
a ser administrado pela presidente Dilma<br />
Rousseff. A infl ação passa a ser a grande<br />
prioridade do Governo”, disse Ernane<br />
Galvêas, lembrando a importância do<br />
equilíbrio das contas públicas e da redução<br />
dos gastos de custeio do Governo.<br />
REUNIÃO DE DIRETORIA<br />
“O Governo brasileiro está se descuidando<br />
em matéria fi scal”, alertou Galvêas,<br />
embora ressaltando que não vê algo<br />
parecido ao que aconteceu aos Estados<br />
Unidos, que hoje têm sérios problemas<br />
do ponto de vista fi scal, ou à Europa, que<br />
não sabe como sair da crise porque, para<br />
salvar os bancos, “transferiu o problema<br />
do sistema fi nanceiro para os governos,<br />
e estes, por sua vez, estão endividados e<br />
sem crédito”.<br />
Na questão do controle da infl ação,<br />
também o fator China se faz presente,<br />
pois sua competitividade está forçando<br />
a queda dos preços dos produtos industriais<br />
e manufaturados. Se, por um lado,<br />
isso pode ajudar o Brasil, por outro gera<br />
descontentamento na indústria do País,<br />
que perde espaço não apenas no mercado<br />
interno, mas também em países da América<br />
Latina, da Europa e outros mercados,<br />
que tinham sido duramente conquistados.<br />
Um dos caminhos para vencer esse tipo<br />
de difi culdade, de acordo com Ernane<br />
Galvêas, é o aumento da produtividade,<br />
como o proporcionado pelas inovações<br />
tecnológicas desenvolvidas pela Embrapa<br />
no agronegócio. “O Brasil avançou extraordinariamente<br />
em produtividade na<br />
área agropecuária. A agricultura brasileira,<br />
hoje, é imbatível. Devemos isso principalmente<br />
à Embrapa.”<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 21
REUNIÃO DE DIRETORIA<br />
22<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
O crescimento estimado do<br />
PIB de 7,5% para 2010 será o<br />
maior desde 1976, no Governo<br />
do então presidente Ernesto Geisel,<br />
quando a economia cresceu<br />
10%. A taxa de desemprego também é<br />
inédita. “Na minha história toda de serviço<br />
público, nunca vi o Brasil conviver<br />
com uma taxa de 6,1% de desemprego”,<br />
atestou Galvêas.<br />
Ao falar das perspectivas para 2011,<br />
o consultor Econômico da <strong>CNC</strong> lembrou<br />
que os impactos da exploração do petróleo<br />
do pré-sal na economia deverão ser<br />
intensifi cados, assim como as obras de<br />
infraestrutura relativas à preparação para<br />
a Copa do Mundo de futebol de 2014 e<br />
para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio.<br />
“Tivemos uma sorte extraordinária e descobrimos<br />
essas reservas de petróleo nas<br />
Exposição sobre economia marca também<br />
encerramento no Conselho Técnico<br />
A reunião de encerramento das atividades<br />
do Conselho Técnico em 2010<br />
também contou com a exposição de Ernane<br />
Galvêas, mostrando a trajetória da<br />
economia em 2010 e as boas perspectivas<br />
para 2011. Em 57<br />
anos de existência<br />
desse órgão consultivo<br />
da <strong>CNC</strong>,<br />
foi a sessão de<br />
número 2.373,<br />
como registrou na<br />
abertura o presidente<br />
da reunião,<br />
Cid Heraclito de<br />
Queiroz. Ele citou<br />
a contribuição dos<br />
dois conselheiros<br />
Bacias de Santos, de Campos e em algumas<br />
outras zonas da costa brasileira. Isso<br />
vai dar, só no programa atual da Petrobras,<br />
um montante de investimentos de<br />
US$ 245 bilhões. Os programas do pré-<br />
-sal serão um polo de desenvolvimento.<br />
Inúmeras indústrias vão surgir e estão<br />
surgindo no contexto dessa nova economia<br />
do petróleo”, disse Galvêas, para,<br />
em seguida, completar: “Há um conjunto<br />
de forças no Brasil que, se o Governo<br />
tiver a sabedoria de encontrar os meios<br />
adequados de fi nanciar, abrirá uma perspectiva<br />
inteiramente favorável para os<br />
próximos anos”.<br />
falecidos em 2010, o padre Fernando Bastos<br />
de Ávila e o ex-ministro da Agricultura<br />
Nestor Jost, lembrando também a chegada<br />
de três novos integrantes: Carlos Afonso<br />
Pierantoni Gamboa, Roberto Cavalcanti<br />
de Albuquerque e o desembargador<br />
Marcus Faver.<br />
O presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio Oliveira<br />
Santos, esteve presente para cumprimentar<br />
os conselheiros. Ele fez uma breve análise<br />
do atual cenário econômico, com os problemas<br />
enfrentados pelos Estados Unidos<br />
e pela Europa e o crescimento da importância<br />
da China. Oliveira Santos manifestou,<br />
também, suas expectativas de que o<br />
Conselho Técnico continue a contribuir na<br />
busca de soluções para as novas questões<br />
de um mundo em rápida transformação.
Aumento da importação inclui equipamentos<br />
para modernizar parque industrial<br />
O presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio Oliveira<br />
Santos, ao agradecer a exposição feita por<br />
Ernane Galvêas, chamou a atenção para o<br />
fato de que o crescimento das importações<br />
não está ligado apenas à substituição de<br />
produtos industrializados. “Boa parte foi<br />
de máquinas e equipamentos que vieram<br />
reforçar e modernizar nosso parque industrial,<br />
aproveitando o dólar desvalorizado”,<br />
observou Oliveira Santos, lembrando a necessidade<br />
de novos equipamentos na produção,<br />
por conta do crescimento registrado<br />
nos últimos anos.<br />
O presidente da <strong>CNC</strong> ressaltou também<br />
que, apesar do aparente desequilíbrio no<br />
comércio exterior, principalmente em relação<br />
à China, o Brasil tem condições excepcionais<br />
na produção de commodities,<br />
que estão dando solidez ao País. “Nossas<br />
exportações não são esporádicas, mas perenes”,<br />
disse.<br />
Animado com os números internos do<br />
comércio e o crescimento da economia,<br />
Oliveira Santos chamou a atenção para<br />
uma questão que se mostra crucial para o<br />
País: a qualifi cação da mão de obra. Mesmo<br />
com o avanço brasileiro neste campo<br />
nos últimos anos, o crescimento do PIB já<br />
está provocando falta de profi ssionais. O<br />
índice de desemprego, na faixa de 6%, é<br />
ainda menor em algumas atividades, que<br />
chegam à condição de pleno emprego.<br />
Exemplos disso são a construção civil,<br />
setores especializados do comércio, entre<br />
outros. “Não podemos esquecer o trabalho<br />
que está sendo <strong>realizado</strong> pelo Senai, na in-<br />
ECOS DA DIRETORIA<br />
dústria, e pelo Senac, na nossa área”, afi rmou<br />
Oliveira Santos. “Estamos colocando<br />
quatro milhões de novos profi ssionais ou<br />
profi ssionais reciclados no mercado de<br />
trabalho, o que é extremamente importante.<br />
Apesar disso, está faltando mão de<br />
obra no Brasil”.<br />
O presidente da <strong>CNC</strong> citou também<br />
os avanços tecnológicos que o Brasil está<br />
experimentando, principalmente nas atividades<br />
do agronegócio, que elevam continuamente<br />
a produtividade do País. Em<br />
sua avaliação, na medida em que o País<br />
vai crescendo em importância no cenário<br />
global, passa a ser visto como um grande<br />
player. Para Oliveira Santos, é necessário<br />
que todos os setores estejam preparados<br />
para esse tempo de mudanças, especialmente<br />
o comércio. “Todos seremos responsáveis<br />
e participantes na construção de<br />
um Brasil forte”, disse o presidente.<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 23
ECOS DA DIRETORIA<br />
24<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Atuação do BC garantiu exportações<br />
Uma das questões cruciais nos desdobramentos da crise global desencadeada<br />
no fi nal de 2008 foi a retomada do crédito para fi nanciar as exportações. Ernane<br />
Galvêas explicou aos diretores que, quando sobreveio a crise, houve o retraimento<br />
dos bancos. Sem a liquidez garantida pelo fl uxo externo, principalmente<br />
dos Estados Unidos, os bancos simplesmente pararam de emprestar, trazendo um<br />
vácuo de US$ 50 bilhões ao comércio exterior.<br />
José Arteiro da Silva, 3º vice-presidente da <strong>CNC</strong> e presidente da Fecomércio<br />
do Maranhão, quis saber se esse fi nanciamento externo foi normalizado. “O<br />
Brasil não precisou mais desse dinheiro dos<br />
Estados Unidos?”, perguntou. A resposta de<br />
Ernane Galvêas foi que se tratou de um problema<br />
momentâneo, já superado. Segundo o<br />
consultor Econômico da <strong>CNC</strong>, a atuação do<br />
Banco Central naquele momento garantiu<br />
que os bancos continuassem a fi nanciar as<br />
exportações, embora isso já não seja mais necessário.<br />
“Hoje há um afl uxo de capitais estrangeiros<br />
muito maior do que somos capazes<br />
de digerir”, disse Galvêas.<br />
Receita do pré-sal é trunfo para o País<br />
O vice-presidente Financeiro, Luiz Gil Siuffo Pereira, reforçou a ideia de que,<br />
mesmo ao exportar produtos agrícolas, o Brasil também está exportando tecnologia.<br />
Ele citou os avanços alcançados na pecuária para lembrar que, em alguns<br />
setores, poucos países no mundo têm condições de competir com o Brasil. “O<br />
Presidente (Oliveira Santos) disse muito bem sobre o trabalho que nos transformou<br />
nos maiores fornecedores de carne do mundo. É impressionante o avanço.”<br />
Outro trunfo que o Brasil terá para bancar o seu crescimento nos próximos<br />
anos, observou Gil Siuffo, é o petróleo do pré-sal, que começa a ser explorado.<br />
“Estamos em cima de uma riqueza incomensurável”,<br />
disse Gil Siuffo, acrescentando<br />
que está prevista para 2011 uma arrecadação,<br />
por parte do Tesouro Federal, de<br />
US$ 10 bilhões a US$ 30 bilhões, somente<br />
como prêmio pela participação das companhias<br />
interessadas em entrar na exploração<br />
do pré-sal. “É uma receita que não imaginávamos<br />
que um dia o Brasil pudesse ter.<br />
É uma realidade completamente diferente”,<br />
comentou o vice-presidente da <strong>CNC</strong>.
Defesa das microempresas<br />
na Sudene<br />
O Nordeste é uma região fundamental para entender o processo de<br />
crescimento que o Brasil tem experimentado nos últimos anos. O vice-<br />
-presidente Administrativo da <strong>CNC</strong> e presidente da Fecomércio de Pernambuco,<br />
Josias Silva de Albuquerque, falou sobre as transformações<br />
que vêm ocorrendo na economia do seu Estado, de grande infl uência<br />
na região. Ele descreveu os grande projetos que estão em curso, como<br />
a consolidação do polo naval, a construção de uma grande refi naria da<br />
Petrobras e da ferrovia Transnordestina, o porto de Suape, a decisão<br />
da Fiat de construir uma fábrica no Estado e a transposição das águas<br />
do rio São Francisco, entre outros.<br />
O papel do governador Eduardo Campos foi destacado por Josias<br />
Albuquerque, assim como a atenção que o ex-presidente<br />
Lula deu ao Nordeste. Outro aspecto lembrado por ele<br />
é a carência de mão de obra, a qual o Senai e o<br />
Senac se esforçam para ajudar a suprir. “Os investimentos<br />
que estão sendo feitos em Pernambuco<br />
vão nos transformar, daqui a 10 anos, em<br />
um estado totalmente diferente”, previu.<br />
ECOS DA DIRETORIA<br />
A participação da <strong>CNC</strong> no Conselho da Sudene<br />
foi destacada pelo representante da Confederação, o<br />
diretor Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, presidente<br />
da Fecomércio do Piauí. Ele informou sobre<br />
a reunião realizada no Recife, na qual foram tratados<br />
temas relativos às micros e pequenas empresas, que<br />
recebem 40% dos recursos do Fundo Constitucional<br />
de Financiamento do Nordeste (FNE). O Banco do<br />
Nordeste queria ampliar o limite para enquadrar empreendimentos com faturamento<br />
de até R$ 10 milhões nessa categoria, o que iria pulverizar os recursos<br />
entre poucas empresas. A proposta foi rejeitada por unanimidade.<br />
Segundo informou Francisco Valdeci, os Microempreendedores Individuais<br />
também passarão a receber recursos do FNE, podendo retirar empréstimos de<br />
até R$ 15 mil, com juros de 6,25% ao ano, e com rebate de 15% a 25% para<br />
os adimplentes, no caso do semiárido. “Isso, em pouco tempo, vai transformar<br />
os Microempreendedores Individuais em empresários de fato”, disse o diretor<br />
da <strong>CNC</strong>. O presidente, Antonio Oliveira Santos, elogiou o trabalho <strong>realizado</strong>,<br />
lembrando que a <strong>CNC</strong> tem, hoje, 222 representações no sistema administrativo e<br />
corporativo do País.<br />
Projetos transformam Pernambuco<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 25
ECOS DA DIRETORIA<br />
26<br />
Juros e carga<br />
tributária, duas<br />
assinaturas pendentes<br />
na agenda econômica<br />
A questão dos juros foi levantada pelo<br />
diretor Euclides Carli. “Não seria o caso<br />
de o Poder Público interferir de forma democrática?”,<br />
perguntou. “Não na Selic,<br />
mas nos juros que o sistema bancário está<br />
cobrando da economia brasileira, como,<br />
por exemplo, o cartão de crédito com 11%<br />
ao mês, 300% ao ano”, completou.<br />
Para Euclides Carli, em vez de a sociedade<br />
concentrar as críticas nos juros<br />
da Selic, a taxa básica determinada pelo<br />
Comitê de Política Monetária (COPOM)<br />
do Banco Central, seria mais razoável<br />
viabilizar uma diminuição a partir do próprio<br />
sistema bancário. “Outra questão é<br />
a carga tributária”, lembrou o diretor da<br />
<strong>CNC</strong>, mencionando o fato de o impostômetro,<br />
em São Paulo, ter apontado a chegada<br />
da arrecadação à cifra de R$ 1,210<br />
trilhão no ano de 2010, até o dia 10 de dezembro.<br />
“O Brasil não deveria fazer uma<br />
reforma tributária e acabar com a guerra<br />
entre os Estados e o imperialismo que<br />
existe nas decisões fi scais?”, questionou<br />
Euclides Carli.<br />
Ernane Galvêas observou que existem<br />
muitas taxas de juros no Brasil. “A agricultura<br />
familiar se fi nancia a 2,5% ao ano;<br />
a agricultura, de um modo geral, a 8%.<br />
O BNDES faz empréstimos à indústria<br />
a 4%, ou com a TJLP mais 2%, são 6%<br />
de juros ao ano”, disse. Os números dos<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
cartões de crédito ou do crédito pessoal,<br />
embora pareçam absurdos, não representam<br />
a média da taxa de juros no Brasil.<br />
O preocupante, segundo Galvêas, é outro<br />
aspecto. “O crédito não pode crescer 20%<br />
ao ano, quando o produto cresce 7% e a<br />
infl ação é da ordem de 5%”, alertou.<br />
Em relação à carga tributária, Ernane<br />
Galvêas não vê alternativas imediatas. “O<br />
Governo está, hoje, com compromissos<br />
em áreas sociais, com despesas de pessoal,<br />
gastos e custeio; não sobra dinheiro<br />
para investir em infraestrutura. E não é só<br />
a carga tributária que é pesada: o sistema<br />
é burocrático, complicado e caro. A administração<br />
para o empresário, para pagar<br />
essa carga tributária, tem ainda um custo<br />
muito pesado, dos maiores do mundo”,<br />
disse Galvêas, observando que, em termos<br />
da mobilizção administrativa voltada<br />
para o pagamento de tributos e impostos,<br />
as empresas brasileiras são as que gastam<br />
o maior número de horas, quando comparadas<br />
às dos outros países.<br />
O vice-presidente Financeiro, Luiz Gil<br />
Siuffo Pereira, disse acreditar que a implementação<br />
do cadastro positivo, objeto<br />
de uma medida provisória assinada em<br />
dezembro pelo ex-presidente Lula (leia<br />
reportagem na página 51), poderá signifi -<br />
car uma solução para o problema dos juros<br />
altos, ao valorizar os bons pagadores.
O vice-presidente Laércio José de Oliveira<br />
falou sobre a realização da audiência<br />
pública referente ao Registro Eletrônico de<br />
Ponto (REP), objeto da Portaria 150 do Ministério<br />
do Trabalho e Emprego (leia mais<br />
na página 34). Segundo ele, a audiência,<br />
realizada na manhã do dia 15 de dezembro,<br />
na Câmara dos Deputados, foi bastante concorrida,<br />
com presença expressiva da classe<br />
empresarial. “Ficou evidente a necessidade<br />
de o Ministério do Trabalho e Emprego rever<br />
a Portaria, que tem vários problemas graves.<br />
Na realidade, nosso pleito foi pela revogação<br />
da Portaria”, disse Laércio Oliveira.<br />
Os empresários procuraram mostrar<br />
aos parlamentares e demais participantes<br />
que a Portaria onera o custo das empresas,<br />
sem resolver o problema a que se propõe.<br />
Outro ponto levantado foi a questão<br />
ambiental, ao obrigar a emissão de papel<br />
Crescimento equilibrado do mercado<br />
de veículos é desafio para o Governo<br />
A redução no prazo máximo de fi nanciamento de automóveis imposta recentemente<br />
pelo Governo Federal foi o tema levantado pelo vice-presidente<br />
Leandro Domingos Teixeira Pinto, da Fecomércio do Acre. Na sua avaliação,<br />
isso vai restringir signifi cativamente as vendas de veículos nacionais.<br />
“Ao mesmo tempo, o setor automobilístico está importando muito, com as<br />
facilidades atuais”, disse Leandro Domingos, manifestando dúvida sobre<br />
os efeitos na economia do País.<br />
Para Para Ernane Galvêas, a questão é ajustar o crescimento da in-<br />
dústria automobilística à realidade nacional, até por uma ques-<br />
tão de capacidade de circulação c viária. Com um avanço de 15%<br />
em 2010, o setor deu grande contribuição para os resultados<br />
positivos da economia econom brasileira no ano, mas até que ponto<br />
é possível possível crescer cr sem efeitos colaterais cabe ao Go-<br />
verno aavaliar.<br />
Segundo Galvêas, os automóveis<br />
e as autopeças au infl uenciaram o crescimento das<br />
importações importa em 2010, que chegou a 44%. So-<br />
mente a importação de automóveis cresceu 40%.<br />
“O Governo Go está apenas procurando moderar o<br />
ritmo de crescimento”.<br />
Audiência sobre ponto eletrônico na Câmara<br />
mobilizou classe empresarial<br />
ECOS DA DIRETORIA<br />
para a comprovação dos pontos de entrada<br />
e saída de cada funcionário. Por conta<br />
dessas questões, informou Laércio Oliveira,<br />
existem várias liminares contrárias<br />
a essa Portaria. “O debate vai prosseguir,<br />
mas deixamos muito clara a posição da<br />
nossa Confederação”.<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 27
ECOS DA DIRETORIA<br />
28<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Isenção da Contribuição Sindical para<br />
empresas do Supersimples em pauta<br />
A Contribuição Sindical também foi<br />
um tema abordado pelos diretores. O<br />
3º diretor secretário, Luiz Gastão Bittencourt<br />
da Silva, presidente da Fecomércio<br />
do Ceará, manifestou preocupação com a<br />
decisão de deci c são do Governo Federal, confi rrmada<br />
pelo STF, de vetar a obrigatoriedade<br />
da contribuição<br />
para as empresas enquadradas<br />
no regime tributário do<br />
Supersimples. Ele lembrou lembrou<br />
que, que, em alguns estados,<br />
como o próprio Ceará, em<br />
torno de 70% das em-<br />
Em um tempo no qual a China desponta<br />
como uma economia que já rivaliza<br />
com a maior potência do mundo, os Estados<br />
Unidos, estabelecer e manter boas<br />
relações comerciais com o país asiático<br />
torna-se cada vez mais importante. O<br />
vice-presidente Administrativo da <strong>CNC</strong>,<br />
Josias Albuquerque, disse que o escritório<br />
que a Fecomércio de Pernambuco<br />
mantém em Xangai tem sido um facilitador<br />
para a realização de negócios para os<br />
empresários brasileiros (leia entrevista na<br />
página 30). “Estamos estendendo a atuação<br />
desse escritório para Beijing, para fa-<br />
presas estão vinculadas ao Simples e que a<br />
Contribuição Sindical representa a base da<br />
arrecadação das entidades. Segundo Luiz<br />
Gastão, a capacidade de dar assistência a<br />
essas empresas depende da capacidade de<br />
o sindicalismo sin se manter de forma perene.<br />
O vice-presidente Leandro Domingos<br />
lembrou lemb as discussões que estão sendo realizadas<br />
lizad sobre o assunto no âmbito do Con-<br />
selho de Representantes. O presidente, An-<br />
tonio Oliveira Santos, disse que esse é um<br />
assunto assun a ser discutido, mas sem perder de<br />
vista que cabe às entidades do Sistema defender<br />
fende todos os empresários, “inclusive – e<br />
talvez talve principalmente – aqueles que não<br />
têm aapoio,<br />
que estão começando”. O vice-<br />
-presidente -pres Financeiro, Luiz Gil Siuffo Pereira,<br />
reira disse que a arrecadação dos sindica-<br />
tos é uma preocupação da <strong>CNC</strong>, mas que,<br />
até o momento, os números mostram não<br />
ter hhavido<br />
perdas.<br />
Escritório da Fecomércio-PE facilita a<br />
realização de negócios com a China<br />
cilitar os pedidos que temos recebido de<br />
vários empresários de Pernambuco e do<br />
Nordeste”, disse Josias.<br />
O presidente, Oliveira Santos, informou<br />
que uma das ações a serem desenvolvidas<br />
pela Diretoria da <strong>CNC</strong> será a organização<br />
de viagens de intercâmbio que<br />
contribuam para o desenvolvimento do<br />
comércio internacional brasileiro. O objetivo<br />
é repetir a experiência que vem sendo<br />
colocada em prática com sucesso pela Fecomércio<br />
de Pernambuco, e o próprio Josias<br />
Albuquerque aceitou o convite para<br />
viabilizar a ideia.
Os diretores Zildo De Marchi,<br />
presidente da Fecomércio do Rio<br />
Grande do Sul, e Ladislao Pedroso<br />
Monte, presidente da Fecomércio do<br />
Amapá, fi zeram um breve balanço de seus Estados. Segundo Zildo, a economia<br />
gaúcha vem dando sinais positivos, após ter enfrentado difi culdades nos<br />
últimos anos, principalmente em razão de fenômenos climáticos. O agronegócio,<br />
base da economia, vai bem, e a indústria também está reagindo.<br />
O Amapá, apesar de não vir recebendo grandes investimentos, também<br />
vem crescendo. Ladislao Pedroso disse que a pavimentação da BR-156 e a<br />
extensão do linhão de Tucuruí para interligar o Estado ao sistema elétrico<br />
nacional são projetos com potencial para dinamizar a economia do Amapá. A<br />
expectativa era de que o comércio fechasse 2010 com crescimento acima de<br />
12%, pouco acima da média nacional.<br />
Capacitação legislativa<br />
inaugurou nova fase com<br />
seminário em Guarapari<br />
No Norte e no Sul,<br />
exemplos de como<br />
vão as economias<br />
dos Estados<br />
O Espírito Santo sediou o 1º Seminário de Capacitação Legislativa<br />
do Sistema <strong>CNC</strong>-SESC-SENAC. O evento, <strong>realizado</strong> nos dias 2 e 3<br />
de dezembro, na cidade de Guarapari, foi um grande sucesso, disse o<br />
3º diretor tesoureiro José Lino Sepulcri, presidente da Fecomércio do<br />
Espírito Santo.<br />
Sepulcri agradeceu à Diretoria da<br />
<strong>CNC</strong> e aos presidentes das federações<br />
que enviaram seus representantes. Ele<br />
destacou a importância da realização de<br />
eventos dessa natureza. “Em 2010, tivemos<br />
audiências na Câmara e no Senado,<br />
e é importante que todos se conscientizem<br />
dessa nossa responsabilidade. Alguns<br />
desconhecem o que somos, e é importante<br />
que possamos divulgar o nosso<br />
trabalho no âmbito Legislativo.”<br />
ECOS DA DIRETORIA<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 29
ENTREVISTA<br />
Josias Silva de Albuquerque<br />
Missões empresariais, um<br />
intercâmbio de negócios<br />
O presidente da Fecomércio-PE, Josias Albuquerque, assumiu em novembro a<br />
vice-presidência Administrativa da <strong>CNC</strong> e já em dezembro recebeu do presidente<br />
da entidade, Antonio Oliveira Santos, a incumbência de organizar missões<br />
empresariais ao exterior, com o objetivo de aproximar agentes produtivos e<br />
incrementar negócios. Abaixo, o professor Josias, como gosta de ser chamado,<br />
conta um pouco sobre a experiência da Federação, que realiza essas missões<br />
desde 1996, e sobre como pretende realizar esse trabalho na <strong>CNC</strong>.<br />
Como surgiu a ideia, na Fecomércio-PE, da<br />
organização de missões empresariais ao exterior?<br />
Quando assumimos a presidência da Fecomércio-PE,<br />
em 1995, decidimos que as empresas do<br />
comércio, no momento em que tanto se falava em<br />
globalização, teriam que conhecer as novidades desse<br />
novo mercado. Procuramos, também, trazer para<br />
o Estado de Pernambuco experiências diferentes,<br />
ousadas, além de investimentos. A primeira iniciativa<br />
da Fecomércio-PE foi buscar países da Europa,<br />
e o primeiro país visitado foi a Itália (1996), onde<br />
a receptividade foi extraordinária. Fomos para a<br />
Itália também ver a possibilidade de atrair investimentos<br />
estrangeiros para a região Nordeste e para<br />
Pernambuco. Os seminários foram <strong>realizado</strong>s em<br />
Milão, na sede da Câmara de Comércio de Milão,<br />
e na região da Reggio Emilia, na sede da Associazione<br />
Piccole e Medie Industrie. A abertura dos seminários<br />
foi feita pelo então embaixador do Brasil<br />
na Itália, Guilherme Leite Ribeiro, que falou sobre<br />
Por que investir no Brasil. A participação dos empresários<br />
italianos acelerou o êxito da nossa missão,<br />
que teve representantes da indústria, dos governos<br />
estaduais, do Legislativo e da agricultura – foram<br />
cerca de 30 pessoas.<br />
A quem as missões são direcionadas?<br />
A todos os interessados no desenvolvimento do<br />
Estado de Pernambuco e da região Nordeste – governadores,<br />
secretários de Estado, representantes<br />
do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas<br />
estaduais, além de empresários do comércio,<br />
da indústria, da agricultura e de outros segmentos<br />
econômicos, representantes de universidades federais<br />
e privadas, jornalistas, etc.<br />
Como é feita a escolha dos países?<br />
Em função do interesse do Brasil de fazer<br />
negócios com os países visitados. Essas informações<br />
são oferecidas à Fecomércio-PE<br />
por meio do seu Centro de Comércio Exterior<br />
30<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
(CECOMEX), pelo Itamaraty e pelo Ministério do<br />
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.<br />
Como são estruturadas as missões? Há visitas técnicas<br />
a outras entidades representativas do comércio?<br />
São estruturadas da seguinte forma: depois de<br />
conhecer os interessados em participar das missões,<br />
a Fecomércio-PE elabora um catálogo de participantes,<br />
com as informações de cada empresário<br />
que vai compor a missão (perfi l, que tipo de negócio<br />
quer fazer, objetivo de ir na missão, etc.), que<br />
é enviado para a Embaixada do Brasil no país que<br />
será visitado, com o intuito de conseguir parceiros<br />
interessados em fazer negócios com os empresários<br />
brasileiros. Montamos um seminário sobre<br />
Oportunidades de Investimentos e de Negócios no<br />
Nordeste do Brasil. Após o seminário, realizamos,<br />
em parceria com o Sebrae-PE, uma rodada de negócios<br />
entre empresários estrangeiros e brasileiros<br />
e painéis setoriais. Para troca de experiências e de<br />
cooperação técnica, são promovidas visitas institucionais<br />
e técnicas a empresas públicas e privadas,<br />
que possam contribuir com a aproximação dos<br />
nossos países e, especialmente, com o Estado de<br />
Pernambuco. Também é promovida a participação<br />
dos empresários em feiras setoriais – de importação<br />
e de exportação.<br />
Quais foram os resultados obtidos nessas viagens?<br />
Relate algumas experiências bem-sucedidas<br />
dessas missões.<br />
Os resultados são muitos – a curto e a longo<br />
prazo. Já realizamos negócios na região da Emilia<br />
Romagna, com a Associazione Piccole e Medie<br />
Industrie; na área de fruticultura foram <strong>realizado</strong>s<br />
investimentos aqui, com a consultoria de um renomado<br />
enólogo europeu; no segmento de metal<br />
mecânica foi fi rmado, na Itália, um convênio com<br />
o sindicato da categoria, benefi ciando empresas<br />
como a Brasinox e outras do setor. Outra ação que<br />
sinaliza o sucesso das missões é o fato de termos
inaugurado, em 2007, o Escritório de Representação<br />
de Pernambuco na China, para facilitar os<br />
negócios feitos entre empresários brasileiros e chineses.<br />
O escritório vem funcionando na cidade de<br />
Xangai, e os resultados têm sido tão positivos que<br />
pretendemos estender as atividades do escritório<br />
para a capital do país asiático, Pequim.<br />
Passados quase 15 anos da realização da primeira<br />
missão empresarial, que balanço o senhor<br />
faz do retorno desse investimento, do ponto de<br />
vista institucional?<br />
Extraordinário. Ganhamos experiência – a<br />
Fecomércio-PE conquistou uma credibilidade<br />
muito grande desde a primeira missão, e o número<br />
de participantes só tem aumentado. Começamos<br />
levando, em 1996, 30 empresários por<br />
missão; hoje, levamos de 100 a 150 pessoas. Convém<br />
destacar que cada empresário arca com suas<br />
despesas; a Fecomércio-PE apenas coordena e<br />
lidera essas missões.<br />
Como novo vice-presidente Administrativo da<br />
<strong>CNC</strong>, o senhor foi encarregado de organizar um<br />
programa de missões empresariais ao exterior,<br />
abrangendo as demais Federações do Comércio.<br />
Como será esse programa e de que forma as empresas,<br />
sobretudo as de pequeno e médio portes,<br />
poderão se benefi ciar?<br />
O assunto será discutido com o presidente da<br />
<strong>CNC</strong>, Antonio Oliveira Santos, para a defi nição de<br />
um calendário de missões empresariais. Pelo êxito<br />
alcançado, adotaremos o mesmo formato das missões<br />
realizadas pela Fecomércio-PE há 14 anos.<br />
Com relação aos benefícios que poderão advir<br />
para as pequenas/médias empresas, podemos citar<br />
como exemplo o Município pernambucano de Santa<br />
Cruz do Capibaribe, em que 90% da atividade<br />
empresarial é formada por pequenos empresários,<br />
que hoje se benefi ciam com negócios que estão<br />
sendo <strong>realizado</strong>s em parceria com a Itália, na área<br />
Josias Silva de Albuquerque<br />
ENTREVISTA<br />
de design de moda, e com a China, na aquisição de<br />
matérias-primas para a produção de vestuário.<br />
O senhor pensa em fechar parcerias ou acordos<br />
técnicos entre a <strong>CNC</strong> e entidades representativas<br />
do comércio em outros países, com o objetivo<br />
de incrementar a troca de experiências tanto<br />
no âmbito institucional quanto no operacional,<br />
viabilizando a geração de negócios entre empresas<br />
do comércio?<br />
Este é o grande objetivo da Fecomércio-PE<br />
e das missões empresariais: fazer intercâmbio<br />
cultural e de negócios com os países visitados.<br />
Como exemplo, podemos citar as parcerias que<br />
foram feitas na Rússia, em 2005, para exportação<br />
de carnes pelo Brasil; na Polônia, em 2006,<br />
e na China, em 2007, com as universidades de<br />
Ningbo (China) e da Polônia, através de cooperação<br />
técnica com representantes da Universidade<br />
Federal de Pernambuco (UFPE), do Porto<br />
Digital e do Senac-PE; na África, em 2009, com<br />
a Universidade Independente de Angola (UNIA)<br />
e o Centro de Informática (CIn) da UFPE; e, por<br />
último, em Xangai, agora em 2010, com agências<br />
de tecnologia do governo chinês e o Núcleo de<br />
Empreendimentos em Ciência, Tecnologia e Artes<br />
(NECTAR) da UFPE. A Fecomércio-PE está<br />
intermediando, também, a vinda à Pernambuco<br />
da maior fabricante de guindastes portuários do<br />
mundo, a chinesa ZPMC, para reuniões com o<br />
governo do Estado, visando atrair investimentos<br />
para a instalação de empresas do grupo no<br />
nosso Estado. A Federação está intermediando,<br />
ainda, a visita de 30 empresas espanholas que<br />
pretendem vir para o Nordeste, especialmente<br />
para Pernambuco, que vive uma grande fase de<br />
desenvolvimento. Esses são alguns dos resultados<br />
que as missões têm conseguido e que, certamente,<br />
serão ampliados em benefício do Brasil,<br />
contando com a coordenação da <strong>CNC</strong>.<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 31
ARTIGO<br />
32<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Tributação: entendendo<br />
O<br />
Congresso Nacional aprovou, e o<br />
Presidente Lula sancionou, a Lei<br />
Complementar nº 138, de 29 de<br />
dezembro de 2010, a quinta prorrogação<br />
sucessiva da entrada em vigência do direito<br />
de crédito do ICMS sobre mercadorias<br />
destinadas ao uso ou ao consumo das empresas,<br />
atendendo aos “reclames dos governadores<br />
de estado”.<br />
O que boa parte dos analistas da mídia<br />
escrita e televisa não alcança, por gosto ou<br />
desconhecimento, é que o crédito do ICMS<br />
sobre bens de uso e consumo não é uma concessão,<br />
um benefício, uma dádiva governamental.<br />
O crédito é da essência do ICMS. É<br />
um direito líquido e certo. O que os analistas<br />
fi ngem não saber é que a prorrogação desse<br />
direito onera os custos das empresas, as<br />
quais, quando o mercado permite, repassam<br />
aos preços fi nais. Em síntese, a conta é rateada<br />
por toda a sociedade brasileira.<br />
Durante a votação da matéria no Congresso<br />
Nacional, circulou a informação de<br />
que a não aprovação da quinta prorrogação<br />
representaria uma perda de R$ 19,5 bilhões<br />
anuais na soma total dos Estados. São Paulo<br />
perderia R$ 7,1 bilhões; Minas Gerais,<br />
R$ 2 bilhões; Rio de Janeiro, R$ 1,8 bilhão;<br />
Rio Grande do Sul, R$ 1,5 bilhões;<br />
Paraná, R$ 1 bilhão. Nessa pequena lista,<br />
três estados governados pelo PSDB, um<br />
pelo PT e outro pelo PMDB, o que me per-<br />
as mudanças na<br />
Lei Kandir<br />
mite concluir que perversidades tributárias<br />
são suprapartidárias. Ocorrida alguns dias<br />
depois das eleições, não é de todo equivocado<br />
classifi car a perversa prorrogação<br />
como mais um estelionato eleitoral.<br />
Essa questão (Lei Kandir) não esteve<br />
explícita na campanha eleitoral, é certo,<br />
mas redução da carga tributária, competitividade<br />
e temas afi ns justifi caram muitos<br />
apoios do setor privado a governadores,<br />
senadores, deputados e partidos políticos.<br />
A Lei Kandir – Lei Complementar<br />
nº 87, de 13 de setembro de 1996 –, estabeleceu<br />
o seguinte em relação aos créditos<br />
de ICMS referidos:<br />
“Art. 20. Para a compensação a que se<br />
refere o artigo anterior, é assegurado ao<br />
sujeito passivo o direito de creditar-se do<br />
imposto anteriormente cobrado em operações<br />
de que tenha resultado a entrada de<br />
mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento,<br />
inclusive a destinada ao seu uso ou<br />
consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento<br />
de serviços de transporte interestadual<br />
e intermunicipal ou de comunicação.<br />
Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á<br />
o seguinte:<br />
I - somente darão direito de crédito as<br />
mercadorias destinadas ao uso ou consumo<br />
do estabelecimento, nele entradas a<br />
partir de 1º de janeiro de 1998;”
Roberto Nogueira Ferreira<br />
Consultor da <strong>CNC</strong><br />
De 1996 aos dias atuais, os políticos<br />
ainda não se atreveram a retirar o art.<br />
20 da Lei Kandir. O que fazem é prorrogar<br />
o uso do direito ao crédito previsto<br />
no inciso I do art. 33. E o fazem desde<br />
1997 – LC 92, de 23.12.1997 - prorrogou<br />
para 1º.01.2000. LC 99, de 20.12.1999 -<br />
prorrogou para 1º.01.2003. LC 114, de<br />
16.12.2002 - prorrogou para 1º.01.2007.<br />
LC 122, de 17.12.2006 - prorrogou<br />
1º.01.2010. A nova prorrogação – LC<br />
138, de 29 de dezembro de 2010 – jogará<br />
o início do direito para 1º.01.2020. Um<br />
direito que deveria estar sendo usufruído<br />
desde 1º.01.1998 terá sido, então, prorrogado<br />
para 22 anos depois (1º.01.2020),<br />
uma boa metáfora para a distância entre<br />
os congressistas e o povo, que é quem<br />
paga a conta.<br />
E qual seria o tamanho da conta? O<br />
estudo mencionado, divulgado na semana<br />
da votação e que teria provocado emocionadas<br />
intervenções no Plenário da Câmara<br />
dos Deputados, deu conta de que “os<br />
estados perderão R$ 19,5 bilhões/ano da<br />
arrecadação do ICMS, se a Lei Kandir não<br />
for prorrogada”. O número refere-se apenas<br />
à parte que cabe aos Estados (e não ao<br />
ICMS total, incluindo a parte que cabe aos<br />
Municípios). O número certo em relação<br />
ao total da arrecadação brasileira do ICMS<br />
seria algo em torno de R$ 26 bilhões/ano.<br />
Mas a leitura correta não é atribuir o<br />
valor ao conceito de perda de arrecadação.<br />
Ao contrário, o que o povo deve cobrar<br />
dos políticos é que esses R$ 26 bilhões<br />
são perdas da sociedade (e não dos Tesouros<br />
de estados e municípios), pois são dela<br />
retirados pela violência da postergação de<br />
um direito líquido e certo. Deve-se, também,<br />
dizer a eles que esses R$ 26 bilhões<br />
representam custos e deságuam em perda<br />
de competitividade e elevação de preços.<br />
Aceita a tese, levando-se em conta<br />
que esse direito já deveria estar sendo<br />
fruído desde 1º.01.1998 – portanto, há<br />
13 anos –, o “passivo” que os políticos<br />
jogaram na conta dos consumidores e<br />
do custo Brasil – só por esse efeito – é<br />
da ordem de R$ 338 bilhões de reais, de<br />
1998 a 2010, em valores aproximados<br />
de 2010. Com a prorrogação, a sociedade<br />
pode contabilizar, para os próximos<br />
10 anos, cerca de mais R$ 260 bilhões<br />
de custo dessas decisões políticas de<br />
fi nal de temporada. Total do escárnio:<br />
R$ 598 bilhões!<br />
Reclamar de quem, se todos os partidos<br />
estão comprometidos com essa<br />
brava defesa dos cofres dos governos<br />
estaduais e municipais? Nessas circunstâncias,<br />
o povo (leia-se consumidor, eleitor,<br />
doador...) e as empresas são apenas<br />
meros detalhes.<br />
ARTIGO<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 33
INSTITUCIONAL<br />
34<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Uso do Registro<br />
Eletrônico de Ponto<br />
ainda gera impasse<br />
A<br />
data de entrada em vigor, prevista<br />
para 1º de março deste ano, da Portaria<br />
nº 1.510/2009, que disciplina<br />
o Registro Eletrônico de Ponto (REP),<br />
poderá ter novo adiamento. A proposta<br />
foi encaminhada ao ministro do Trabalho<br />
e Emprego, Carlos Lupi, ao fi nal de audiência<br />
pública conjunta das Comissões de<br />
Desenvolvimento Econômico, Indústria e<br />
Comércio e de Trabalho, em 15 de dezembro<br />
de 2010, na Câmara dos Deputados, na<br />
qual não houve acordo entre empresários,<br />
trabalhadores, Poder Judiciário e o próprio<br />
Ministério.<br />
Para o vice-presidente da Confederação<br />
Nacional do Comércio de Bens, Serviços<br />
e Turismo (<strong>CNC</strong>) Laércio Oliveira, apesar<br />
de trazer em seu contexto o conceito<br />
de ser prova verossímil da real jornada do<br />
empregado, não terá esse efeito na Justiça<br />
do Trabalho. “No Judiciário, no caso de<br />
demanda por horas extras, vale o depoimento<br />
de três testemunhas, em detrimento<br />
de qualquer documento. É um absurdo<br />
ignorar esse detalhe, prática comum na<br />
Justiça do Trabalho.” A <strong>CNC</strong>, disse Oliveira,<br />
“é contra a Portaria porque ela não<br />
contribui para fortalecer as relações<br />
do trabalho, onera o custo<br />
das empresas, imprime mais<br />
burocracia às normas e contraria<br />
políticas de sustentabilidade”.<br />
Para o vice-presidente da <strong>CNC</strong><br />
Láercio Oliveira (D), Portaria<br />
onera empresas e<br />
não fortalece as<br />
relações de trabalho<br />
Debate na Câmara dos Deputados mostrou a forte<br />
divergência entre empregadores, trabalhadores,<br />
Justiça e Ministério do Trabalho e Emprego sobre<br />
a aplicação de Portaria 1.510/2009, cuja data de<br />
vigência poderá ser adiada mais uma vez<br />
As centrais sindicais divergem da posição<br />
empresarial. O 1º secretário da Força<br />
Sindical, Sérgio Leite, e a secretária Nacional<br />
de Relações de Trabalho da Central<br />
Única dos Trabalhadores (CUT), Denise<br />
D’au, informaram que CGTB, CTB, CUT,<br />
UGT e a Força Sindical já formalizaram<br />
ao ministro Carlos Lupi seu apoio ao REP.<br />
Os sindicalistas ponderaram no debate,<br />
entretanto, a necessidade de alteração da<br />
Portaria incluindo artigo prevendo que,<br />
mediante negociação coletiva, as empresas<br />
possam manter, adotar ou mesmo dispensar<br />
os sistemas eletrônicos de ponto.<br />
Durante a audiência, dirigentes do Sindicato<br />
Nacional dos Auditores Fiscais do<br />
Trabalho divulgaram manifesto favorável à<br />
Portaria. A entidade sustenta que, ao disciplinar<br />
o REP, o Ministério quer dar efi ciência<br />
ao controle da jornada do empregado. A<br />
Federação das Indústrias do Estado de São<br />
Paulo (FIESP) também distribuiu cópia de<br />
ofício enviado ao presidente da Comissão<br />
de Desenvolvimento, deputado Dr. Ubiali<br />
(PSB-SP), só que apoiando os projetos legislativos<br />
em tramitação que visam sustar a<br />
aplicação da Portaria.
O gerente executivo de Relações do<br />
Trabalho da Confederação Nacional da<br />
Indústria (CNI), Emerson Casali, criticou<br />
a falta de um diálogo anterior à edição da<br />
Portaria, afi rmando que “a legislação parte<br />
de suposta má-fé dos empresários”. Ele<br />
enfatizou o custo, calculado pelos industriais<br />
em pelo menos R$ 5 bilhões, para a<br />
compra de novos equipamentos e instalações<br />
para implantar cerca de um milhão<br />
de REPs. E defendeu, além da revogação<br />
da 1.510, a abertura de um diálogo tripartite<br />
(empresários/trabalhadores/Governo).<br />
Magnus Apostólico, diretor de Relações<br />
do Trabalho da Confederação Nacional<br />
das Instituições Financeiras (CNF), também<br />
defendeu a suspensão da norma ou<br />
pelo menos a dilatação da data da entrada<br />
em vigor, para adaptação das empresas ao<br />
novo sistema.<br />
A defesa mais enfática da Portaria foi<br />
feita pelo desembargador do Trabalho no<br />
Rio Grande do Sul Luiz Alberto de Vargas,<br />
em nome da Associação Nacional<br />
dos Magistrados da Justiça do Trabalho<br />
(ANAMATRA). Em sua opinião, não<br />
existe qualquer outro sistema de software,<br />
além do proposto pelo MTE, que garanta<br />
a inviolabilidade do ponto eletrônico.<br />
Vargas apelou aos deputados para que não<br />
mexessem na Portaria. “Com isso, vão resgatar<br />
a possibilidade de sermos juízes e de<br />
fazermos justiça.”<br />
Laércio Oliveira, da <strong>CNC</strong>, contestou a<br />
afi rmação do desembargador de que representava<br />
a posição de todos os juízes. Ele<br />
citou decisões em caráter liminar, entre<br />
elas a da juíza Regina Ferro, titular da 48ª<br />
Vara do Trabalho de São Paulo. Em sua<br />
sentença, a juíza afi rma: “a impressão ensejará<br />
um gasto indesejável com papel e<br />
tinta, contrariando a preservação do meio<br />
ambiente. O uso do sistema de papel na<br />
era da informatização denota retrocesso,<br />
além de não impedir a fraude”.<br />
Líderes ruralistas também condenaram a<br />
Portaria. Henrique Wiliam Soares, consultor<br />
jurídico da Confederação Nacional da Agricultura<br />
e Pecuária do Brasil (CNA), classifi<br />
cou a 1.510 como “um retrocesso, porque<br />
o Estado quer legislar impondo uma regra,<br />
sem consulta à sociedade, além de ignorar a<br />
competitividade e modernidade das relações<br />
de trabalho”. Narciso Figueiroa Jr., consultor<br />
da Confederação Nacional do Transporte<br />
(CNT), queixou-se da falta de opções para<br />
controle da jornada e do inevitável sucateamento<br />
dos equipamentos existentes hoje.<br />
A secretária de Inspeção do Trabalho<br />
do MTE, Ruth Vilela, afi rmou que a Portaria<br />
“é um instrumento que trata com isonomia<br />
trabalhadores e empregadores, contribuindo<br />
para uma concorrência saudável<br />
e leal”. O Ministério, acrescentou, “jamais<br />
compartilhou da visão de que todos os empresários<br />
são fraudadores”. Ruth deixou<br />
poucas esperanças aos que defendem a<br />
revogação da 1.510, “porque não se pode<br />
cancelar o que sequer foi experimentado”,<br />
mas admitiu um diálogo tripartite. Diante<br />
do impasse, o deputado Renato Molling<br />
(PP-RS) sugeriu prorrogar por um ano<br />
a entrada em vigor da Portaria. Ele considera<br />
que é prazo sufi ciente para ampliar<br />
o debate, a partir da criação de uma<br />
comissão tripartite.<br />
INSTITUCIONAL<br />
No debate,<br />
representantes<br />
de empregadores,<br />
trabalhadores,<br />
Justiça e MTE<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 35
INSTITUCIONAL<br />
O secretário-geral<br />
do Ministério, Paulo<br />
Roberto Pinto, elogiou<br />
a opção pela parceria<br />
como modelo de gestão<br />
do setor, envolvendo<br />
Governo, trabalhadores<br />
e empresários<br />
36<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Conselho Nacional de<br />
Imigração comemora<br />
iniciativas bem-sucedidas<br />
Empresários, representantes de trabalhadores<br />
e autoridades participaram,<br />
em 14 de dezembro, da solenidade<br />
em comemoração ao Dia Mundial<br />
dos Direitos Humanos dos Imigrantes e<br />
do jantar de confraternização do Conselho<br />
Nacional de Imigração (CNIg), promovidos<br />
pela Confederação Nacional do<br />
Comércio de Bens, Serviços e Turismo<br />
(<strong>CNC</strong>) em sua sede, em Brasília.<br />
Em nome do presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio<br />
Oliveira Santos, que não pôde estar<br />
presente por conta de compromissos já<br />
assumidos, o vice-presidente Laércio José<br />
de Oliveira transmitiu as boas-vindas aos<br />
cerca de 100 conselheiros presentes. “É<br />
uma honra tê-los aqui. Temos um compromisso<br />
muito forte com os mais de 200 Conselhos<br />
dos quais a Confederação participa.<br />
Em todos indicamos pessoas competentes<br />
e comprometidas, porque acreditamos que<br />
os Conselhos pensam e produzem o melhor<br />
para a sociedade brasileira.”<br />
O presidente do CNIg – órgão vinculado<br />
ao Ministério do Trabalho e Emprego<br />
(MTE) criado em 1980 para formular<br />
e implantar políticas migratórias –, Paulo<br />
Sérgio de Almeida, fez detalhado relato sobre<br />
as ações do Conselho em 2010. Dentre<br />
elas, destacou a revisão e reformulação de<br />
A reformulação de quase todo<br />
o marco normativo em relação<br />
ao ingresso de estrangeiros<br />
no Brasil e a implantação das<br />
Casas do Trabalhador Brasileiro<br />
no exterior, em parceria com<br />
os Ministérios do Trabalho<br />
e Emprego e das Relações<br />
Exteriores, são algumas das ações<br />
destacadas pelo CNIg<br />
quase todo o marco normativo em relação<br />
ao ingresso de estrangeiros no Brasil, “em<br />
harmonia com os interesses dos nossos<br />
trabalhadores, visando a geração de emprego<br />
e a transferência de conhecimento”,<br />
e a implantação das Casas do Trabalhador<br />
Brasileiro no exterior, em parceria com o<br />
MTE e o Itamaraty, que dão total apoio<br />
àqueles que trabalham em outros países.<br />
Foram mais de cinco mil atendimentos<br />
desde a sua criação, em 2008.<br />
O secretário-geral do Ministério, Paulo<br />
Roberto Pinto, que encerrou a solenidade,<br />
destacou a importância da parceria<br />
como modelo de gestão do setor, envolvendo<br />
Governo, trabalhadores e empresários.<br />
“Os avanços têm mais força quando<br />
há consenso”, enfatizou. Entre as iniciativas<br />
relevantes adotadas pelo Ministério,<br />
está a Política Nacional de Imigração<br />
e Proteção ao Trabalhador Migrante,<br />
que o ministro Carlos Lupi encaminhou<br />
e atualmente tramita na Casa Civil da<br />
Presidência da República.<br />
Também como resultado da ação do<br />
CNIg, o Governo encaminhou projeto<br />
de lei ao Congresso transformando-o em<br />
Conselho Nacional de Migração, incluindo<br />
o tema da emigração de brasileiros ao<br />
exterior entre as suas competências.
Entidades questionam<br />
na Justiça efeitos da<br />
Portaria 982 do MTE<br />
Fecomércio Minas consegue primeira vitória. Decisões vão<br />
contra nova regra do Ministério do Trabalho que muda as<br />
normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).<br />
Em todo o País, a Justiça Federal<br />
tem concedido liminares para suspender<br />
os efeitos da Portaria nº<br />
982, do Ministério do Trabalho e Emprego<br />
(MTE). Publicada no Diário Ofi cial<br />
da União em 6 de maio de 2010, a norma<br />
altera a redação do artigo 5º da Portaria<br />
488/2005, também do Ministério, estabelecendo<br />
que a partilha da Contribuição<br />
Sindical Urbana será efetuada de acordo<br />
com as fi liações da entidade sindical constantes<br />
do Cadastro Nacional de Entidades<br />
Sindicais (CNES), do MTE.<br />
A Fecomércio Minas foi a primeira entidade<br />
do Sistema Comércio a conseguir<br />
uma vitória na Justiça. Ao recorrer de uma<br />
decisão de primeira instância da Justiça<br />
Federal de Belo Horizonte, a entidade conseguiu<br />
, por meio de agravo de Instrumesnto,<br />
decisão favorável junto ao Tribunal Regional<br />
Federal da 1º Região, em Brasília,<br />
para o pedido de antecipação da tutela, nos<br />
entiodo de suspendar os fi tos da Portaria.<br />
Duas outras federações de comércio<br />
já entraram na contra a Portaria 982,<br />
até o fechamento desta edição. O presidente<br />
da Fecomércio-PI, Valdeci Cavalcanti,<br />
informou à <strong>CNC</strong> Notícias que<br />
a entidade impetrou mandado de segurança<br />
nos moldes sugeridos pela Divisão<br />
Sindical da <strong>CNC</strong>.<br />
Outra entidade do Sistema Comércio<br />
a questionar a norma foi a Fecomércio<br />
de Sergipe. Segundo Thiago de Melo Cabral,<br />
advogado e assessor legislativo da<br />
entidade, a expectativa é positiva. “Decisões<br />
anteriores nos favorecem”, afi rma<br />
Melo Cabral.<br />
Cinco federações de Indústria obtiveram<br />
liminares favoráveis em mandados<br />
de segurança para suspender a Portaria<br />
982/2010. As mais recentes são as federações<br />
das Indústrias do Estado de Ceará<br />
(FIEC) e do Estado do Acre (FIEAC).<br />
Antes da FIEC e da FIEAC, as federações<br />
da Indústria dos estados de São Paulo<br />
(FIESP), Bahia (FIEB) e Paraná (FIEP)<br />
obtiveram sucesso em seus mandados.<br />
Nas decisões, em resumo, os magistrados<br />
entendem que a Portaria é inconstitucional,<br />
contrariando o Princípio da<br />
Legalidade, já que regula a questão do<br />
repasse das contribuições sindicais de<br />
forma diversa ao que dispõe a Consolidação<br />
das Leis do Trabalho (CLT), em seus<br />
artigos 578, 579 e 589.<br />
A nova regra altera o sentido do artigo<br />
589 da Consolidação das Leis do Trabalho<br />
(CLT), condicionando a partilha da contribuição<br />
sindical à fi liação do sindicato – o<br />
cadastramento incorreto quanto à fi liação<br />
impedirá o repasse dos valores às entidades<br />
de grau superior, creditando-os diretamente<br />
na Conta Especial de Emprego e<br />
Salário (CEES), do Ministério do Trabalho<br />
e Emprego. Ainda segundo o artigo 589, as<br />
Confederações fi cam com 5% do total arrecadado;<br />
60% vão para o sindicato; 15%<br />
para as federações e 20% para a CEES.<br />
Em suma, se o sindicato não registrou no<br />
cadastro de entidades do Ministério a federação<br />
à qual é fi liado, a Caixa Econômica<br />
Federal, que administra o sistema de recolhimento,<br />
repassará à CEES os valores que<br />
deveriam ser encaminhados à Federação e<br />
à Confederação.<br />
INSTITUCIONAL<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 37
INSTITUCIONAL<br />
José Lino Sepulcri<br />
e Gil Siuffo (acima)<br />
falaram a assessores<br />
legislativos das<br />
Federações do<br />
Comércio (ao lado),<br />
enfatizando a<br />
relevância do<br />
trabalho na<br />
defesa de<br />
interesses do setor<br />
38<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Técnicos recebem<br />
capacitação para<br />
atuar no Legislativo<br />
Seminário promovido pelo Centro de Formação,<br />
Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara<br />
dos Deputados possibilitou o acesso de<br />
representantes da Rede Nacional de Assessorias<br />
Legislativas a informações sobre o processo legislativo<br />
A<br />
defesa de interesses legítimos é<br />
uma atividade e deve ser um trabalho<br />
cotidiano das Federações do<br />
Comércio. Essa posição foi defendida pelo<br />
vice-presidente Financeiro e de Relações<br />
Institucionais da Confederação Nacional<br />
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo<br />
(<strong>CNC</strong>), Luiz Gil Siuffo, na abertura<br />
do 1º Seminário de Capacitação Legislativa,<br />
<strong>realizado</strong> de 2 a 4 de dezembro no<br />
SESC Guarapari (ES).<br />
Falando a uma plateia de assessores<br />
legislativos e técnicos de federações de<br />
todo o País, Siuffo disse que “nessa tarefa,<br />
nós priorizamos a defesa dos interesses<br />
do SESC e do Senac, nosso braço social,<br />
contra ataques frequentes, que vamos continuar<br />
recebendo, daqueles que querem se<br />
apropriar dos recursos dessas entidades<br />
para vantagens pessoais”. O vice-presidente<br />
da <strong>CNC</strong> considerou fundamental que os<br />
assessores convençam os presidentes das<br />
federações sobre a necessidade de empenho<br />
junto aos seus congressistas, “tendo<br />
em mente que o parlamentar ouve aquilo<br />
que chega por meio do seu interlocutor<br />
mais próximo”.<br />
O presidente da Fecomércio-ES, José<br />
Lino Sepulcri, destacou a relevância do<br />
trabalho da Rede Nacional de Assessorias<br />
Legislativas (RENALEGIS), “que com<br />
grande competência tem defendido os interesses<br />
do Sistema Comércio, acompanhando<br />
de perto projetos e leis que nos interessam<br />
ou possam comprometer nossas<br />
ações e nos prejudicar”.<br />
O diretor-geral da Câmara dos Deputados,<br />
Sérgio Sampaio, falou sobre o esforço<br />
para dar transparência às atividades da<br />
instituição, garantindo ao cidadão os instrumentos<br />
para ser partícipe do processo<br />
legislativo. Ele citou programas no site da<br />
Câmara, como o e-Democracia, que forma<br />
redes sociais em torno de temas em discussão,<br />
e o Fale com o Deputado, “que aproxima<br />
os parlamentares dos eleitores”.<br />
Já o diretor da Divisão Jurídica e Técnica<br />
da Câmara, Fernando Sabóia, afi rmou<br />
que o resultado desse<br />
investimento tem sido positivo.<br />
“Além da mídia negativa,<br />
o Parlamento sofre incompreensão<br />
da sociedade.” O<br />
Congresso, concluiu, é instituição<br />
fundamental para o Brasil,<br />
“e temos que tratar de aperfeiçoá-lo<br />
com iniciativas como a<br />
realização deste Seminário”.
CRPS realiza última<br />
reunião do ano na <strong>CNC</strong><br />
5º Encontro dos Conselheiros Representantes do<br />
Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS)<br />
é <strong>realizado</strong> na <strong>CNC</strong>, em Brasília, com a presença do<br />
desembargador do TRT Alexandre Nery de Oliveira<br />
No dia 2 de dezembro de 2010, a<br />
Confederação Nacional do Comércio<br />
de Bens Serviços e Turismo<br />
realizou, em sua sede, em Brasília, o<br />
5º Encontro dos Conselheiros Representantes<br />
do Conselho de Recursos da Previdência<br />
Social (CRPS), do Ministério<br />
da Previdência Social. O evento, além<br />
de dar espaço a discussões afi ns do Conselho<br />
e propiciar a confraternização de<br />
seus membros, contou com a presença do<br />
desembargador do Tribunal Regional do<br />
Trabalho da 10ª região Alexandre Nery de<br />
Oliveira, que ministrou palestra sobre Os<br />
efeitos da sentença trabalhista no âmbito<br />
previdenciário, tema frequente nos julgamentos<br />
do Colegiado.<br />
No Encontro, o presidente do CRPS,<br />
Salvador Marciano Pinto, fez um<br />
balanço das atividades desenvolvidas<br />
durante o ano de 2010 no Conselho, ressaltando<br />
que foram julgados cerca de<br />
60 mil processos de benefícios previ-<br />
denciários, número inferior ao de 2009.<br />
Ele atribuiu a diminuição à repercussão<br />
gerada pela greve dos médicos peritos<br />
do INSS, que durou 110 dias, e à implantação<br />
do novo Sistema Informatizado<br />
do INSS para cadastramento e encaminhamento<br />
dos processos, ainda em<br />
fase de adaptação.<br />
Cristinalice Oliveira, assessora Junto<br />
ao Poder Judiciário, representante da<br />
<strong>CNC</strong> no CRPS, explicou a essência do<br />
evento: “Um encontro de interação aliada<br />
ao conhecimento, é como defi no esta<br />
reunião dos representantes do Conselho,<br />
que permite o debate e a refl exão sobre<br />
temas confl itantes, uma vez que a legislação<br />
previdenciária é múltipla e complexa.<br />
Os conselheiros demonstraram satisfação<br />
e apreço pelo apoio que a <strong>CNC</strong> dedica a<br />
esta Representação”.<br />
Ao fi nal do evento, os convidados participaram<br />
de um coquetel de confraternização,<br />
oferecido pela entidade.<br />
INSTITUCIONAL<br />
Conselheiros do<br />
CRPS reunidos na<br />
sede da <strong>CNC</strong>,<br />
em Brasília<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 39
INSTITUCIONAL<br />
40<br />
Em tom<br />
descontraído, Lula<br />
discursa sobre as<br />
ações de<br />
seu Governo<br />
durante os oito<br />
anos de mandato<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Lula fez balanço,<br />
registrado em cartório,<br />
de oito anos no Governo<br />
Presidente se despede do Governo com registro em<br />
cartório das realizações dos oito anos de seu mandato.<br />
O documento cita a importância da participação do<br />
Sistema S na educação profi ssional.<br />
Presidente Lula registrou em cartório<br />
o Balanço de Governo 2003 a<br />
2010, no Palácio do Planalto, dia 15<br />
de dezembro. O documento, entregue ao<br />
presidente da Associação dos Notários e<br />
Registradores do Brasil (ANOREG-BR),<br />
Rogério Bacellar, cita o acordo fi rmado<br />
com o Sistema S, no que diz respeito à<br />
oferta de vagas em cursos técnicos.<br />
O acordo do Sistema S (SESC, Senac,<br />
Sesi e Senai) foi citado como iniciativa<br />
importante, com vistas a ampliar o número<br />
de vagas gratuitas oferecidas por suas redes<br />
de escolas – um processo que assegura<br />
a oferta de cursos técnicos gratuitos para<br />
jovens de baixa renda. Em 2009, foram<br />
266,6 mil matrículas gratuitas.<br />
O balanço, elaborado pela Secretaria<br />
de Comunicação da Presidência da República,<br />
é composto da relação completa<br />
de todas as ações empreendidas pelo<br />
Governo Federal a partir do ano de 2003.<br />
Assinado por todos os 37 ministros que<br />
compuseram o Governo Lula, é dividido<br />
em seis partes: I – Desenvolvimento<br />
Sustentável com Redução de Desigualdades;<br />
II – Cidadania e Inclusão Social; III<br />
– Infraestrutura; VI – Inserção no cenário<br />
Mundial e Soberania; V - Democracia e<br />
Diálogo; e VI - Gestão do Estado e Combate<br />
à Corrupção.<br />
Lula chamou a atenção para os programas<br />
de economia e educação. E ressaltou<br />
o Bolsa Família: “Graças a esse progra-
ma as crianças de famílias mais pobres do<br />
País hoje podem fazer três refeições ao<br />
dia”, disse o presidente.<br />
Dados do balanço apontam geração<br />
de 14.725.029 postos de trabalho formais<br />
entre 2003 e setembro de 2010, com base<br />
na Relação Anual de Informações Sociais<br />
(RAIS) e no Cadastro Geral de Empregados<br />
e Desempregados (CAGED).<br />
No evento, Luiz Inácio esteve acompanhado<br />
da primeira-dama, Marisa Letícia,<br />
da ex-ministra da Casa Civil, eleita presidente<br />
do Brasil, Dilma Rousseff, e do<br />
presidente do Senado, José Sarney. Além<br />
de todos os ministros do Governo, também<br />
compareceram o ex-ministro José<br />
Dirceu e o futuro ministro da Casa Civil,<br />
Antonio Palocci.<br />
No mesmo evento foram lançadas as<br />
novas cartilhas dos Conselhos Nacionais,<br />
entre os quais o Conselho Nacional de Imigração<br />
(CNIg), vinculado ao Ministério do<br />
Trabalho e Emprego, do qual a Confederação<br />
Nacional do Comércio de Bens, Serviços<br />
e Turismo (<strong>CNC</strong>) é membro.<br />
Os documentos foram registrados no<br />
1º Ofício de Registro Civil, Títulos e Documentos<br />
e Pessoas Jurídicas de Brasília.<br />
Presidente da <strong>CNC</strong> participa de<br />
diplomação da presidente eleita<br />
O presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e<br />
Turismo (<strong>CNC</strong>), Antonio Oliveira Santos, esteve presente à cerimônia de diplomação<br />
da presidente eleita, Dilma Rousseff, e de seu vice, Michel Temer.<br />
A solenidade aconteceu no Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em<br />
Brasília, dia 17 de dezembro de 2010.<br />
Oliveira Santos esteve acompanhado, na solenidade, por Marjolaine Canto,<br />
da Assessoria junto ao Poder Executivo (APEX)<br />
da <strong>CNC</strong>. Os diplomas, que atestam a vitória nas<br />
urnas e o mandato de quatro anos, foram assinados<br />
pelo presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski.<br />
Dilma e Temer foram conduzidos ao Pleno<br />
pelos ministros Cármen Lúcia e Arnaldo Versiani.<br />
Em seguida, o ministro Lewandowski discursou,<br />
dando início à solenidade, e outorgou os certifi cados<br />
a cada um dos eleitos. A solenidade foi prestigiada<br />
por aproximadamente 250 convidados.<br />
INSTITUCIONAL<br />
Oliveira Santos<br />
e a presidente<br />
Dilma Rousseff:<br />
reconhecimento<br />
Representantes<br />
dos cartórios<br />
exibem os quatro<br />
livros do Balanço<br />
de Governo<br />
2003-2010<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 41
ARTIGO<br />
Esperança e confiança:<br />
O discurso da presidente Dilma<br />
Os meios acadêmicos, os empresários, a imprensa<br />
e a sociedade brasileira em geral receberam<br />
com esperança e confi ança o substancioso,<br />
afi rmativo e elegante discurso proferido pela<br />
presidente Dilma Rousseff na cerimônia de posse, no<br />
Congresso Nacional, em que foram desenvolvidos os<br />
princípios e as diretrizes do novo Governo.<br />
No plano político, a presidente, a par de defender<br />
o aperfeiçoamento de nossa democracia, reafi rmou o<br />
compromisso “com a garantia plena das liberdades individuais,<br />
da liberdade de culto e de religiões, da liberdade<br />
de imprensa e de opinião”, enfatizando, em inspirado<br />
aforismo, que prefere “o barulho da imprensa<br />
livre ao silêncio das ditaduras”. Com toda a acuidade<br />
política, a presidente declarou: “estendo minha mão<br />
aos partidos de oposição e às parcelas da sociedade<br />
que não estiveram conosco na recente jornada eleitoral”,<br />
acrescentando, diante dos 37 ministros que compõem<br />
o imenso Ministério, dividido entre os exigentes<br />
partidos da situação, ávidos de poder, que “não haverá,<br />
de minha parte e do meu Governo, discriminação,<br />
privilégio ou compadrio”. E ainda advertiu que “serei<br />
rígida na defesa do interesse público”, que “não haverá<br />
compromisso com o desvio e o malfeito” e que “a corrupção<br />
será combatida permanentemente”.<br />
Em relação à política externa, a presidente confi rmou<br />
uma nova orientação para o Itamaraty, ao declarar<br />
que “o relacionamento com os Estados Unidos e a<br />
União Europeia será preservado e aprofundado”. Entre<br />
outros pontos, destacou os seus compromissos com “a<br />
defesa dos direitos humanos” e “a estabilidade fi nanceira<br />
internacional”.<br />
No que se refere à política econômica, a tranquilidade<br />
derivada da manutenção do ministro da Fazenda,<br />
Guido Mantega, e da escolha do novo presidente do<br />
Banco Central, Alexandre Tombini, aprofunda-se no<br />
discurso presidencial, com a irretocável afi rmativa de<br />
que “é preciso garantir a estabilidade, especialmente a<br />
estabilidade de preços, e seguir eliminando as travas<br />
que ainda inibem o dinamismo da nossa economia, facilitando<br />
a produção e estimulando a capacidade empreendedora<br />
de nosso povo, da grande empresa até os<br />
pequenos negócios locais, do agronegócio à agricultura<br />
familiar”. E foi oportuna e precisa a afi rmativa de<br />
que “é possível um país crescer aceleradamente sem<br />
destruir o meio ambiente”.<br />
42<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Cid Heraclito de Queiroz<br />
Consultor jurídico da <strong>CNC</strong><br />
Vindo ao encontro de uma antiga e forte aspiração<br />
de todos os contribuintes, a presidente destacou<br />
que é “inadiável a implementação de um conjunto de<br />
medidas que modernize o sistema tributário orientado<br />
pelo princípio da simplifi cação e da racionalidade”.<br />
Com efeito, não se pode esperar a implantação<br />
de um novo sistema tributário nem uma profunda<br />
reforma do sistema atual, mas uma reforma que o<br />
simplifi que e o torne racional, especialmente no que<br />
concerne ao ICMS, à burocracia fi scal e à quantidade<br />
exagerada de tributos.<br />
Na tormentosa questão do ensino em nosso país,<br />
ainda muito defi ciente, a presidente, depois de reconhecer<br />
que “nas últimas décadas, o Brasil universalizou<br />
o ensino fundamental”, anunciou uma série de<br />
medidas, como a melhoria da qualidade, a ampliação<br />
da oferta de creches e de pré-escolas e a extensão do<br />
ProUni ao ensino médio, e enfatizou, com toda a justiça,<br />
que “só existirá ensino de qualidade se o professor<br />
e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades<br />
da educação”.<br />
Finalmente, na área social, a Presidente defendeu,<br />
com acerto, “uma ação renovadora efetiva e integrada<br />
aos governos federal, estaduais e municipais, em particular<br />
nas áreas da saúde, da educação e da segurança”.<br />
Afi rmou, ainda, que “a luta mais obstinada” de seu<br />
Governo “será pela erradicação da pobreza extrema<br />
e a criação de oportunidades para todos”, o que importará,<br />
por certo, na reorientação do Programa Bolsa<br />
Família, com ações para o gradual encaminhamento<br />
dos benefi ciários à escola e ao mercado de trabalho.<br />
A presidente lembrou que “o Brasil optou, ao longo<br />
de sua história, por construir um Estado provedor<br />
de serviços básicos e de previdência social pública”,<br />
o que, realmente, “signifi ca custos elevados para toda<br />
a sociedade, mas signifi ca também a garantia do alento<br />
da aposentadoria para todos e serviços de saúde e<br />
educação universais”. Como se sabe, a sociedade brasileira<br />
arca com tais custos, mediante o pagamento da<br />
Cofi ns e da CSLL, além da contribuição previdenciária<br />
recolhida por trabalhadores e empregadores.<br />
Resta, enfi m, a confi ança de que o novo Governo<br />
transformará em realidade a esperança de todo o povo<br />
brasileiro e que conduzirá o País a uma nova fase de<br />
consolidação democrática, crescimento econômico e<br />
redução das desigualdades sociais e regionais.
Expectativas mostram<br />
um 2011 promissor<br />
para o comércio<br />
Após um Natal de resultados históricos, o comércio cio<br />
volta sua atenção para fatores que podem infl uenciar enciar<br />
o setor em 2011. Especialistas analisam como crédito, dito,<br />
infl ação, inadimplência e comércio eletrônico vão se<br />
comportar no ano que começa.<br />
O<br />
ano de 2010, sem dúvida, vai fi -<br />
car na memória do empresário do<br />
comércio de bens, serviços e turismo.<br />
Em uma demonstração de fôlego e de<br />
acerto nas decisões, Governo e iniciativa<br />
privada souberam lidar com incertezas<br />
econômicas, fazendo com que o Brasil<br />
atravessasse o período baseado, sobretudo,<br />
no aquecimento da atividade interna.<br />
Com a economia evoluindo de forma<br />
veloz, as expectativas para este ano são<br />
grandes. “Nunca tivemos um conjunto de<br />
fatores tão favorável como tivemos em<br />
2010, que podem projetar uma expectativa<br />
bastante promissora para 2011, desde que<br />
saibamos aproveitar e ter conhecimento do<br />
que está acontecendo”, ponderou o presidente<br />
da <strong>CNC</strong>, Antonio Oliveira Santos,<br />
na última reunião de Diretoria da entidade,<br />
em dezembro.<br />
Ter conhecimento do que está acontecendo<br />
é essencial para o sucesso dos negócios. E<br />
o comerciante deve estar atento a isso.<br />
Carlos Thadeu de Freitas, chefe da<br />
Divisão Econômica da <strong>CNC</strong> e ex-diretor<br />
do Banco Central, destaca que o<br />
momento é propício para que<br />
varejistas abasteçam seus<br />
estoques com produtos<br />
importados, tendo em<br />
vista o dólar depreciado. “As medidas as que<br />
o Banco Central vem tomando para tenn-<br />
tar conter a valorização do real ainda não<br />
impactaram a taxa de câmbio. Portanto, é<br />
interessante para o comerciante recompor<br />
os estoques aproveitando os preços mais<br />
competitivos dos importados”, afi rma.<br />
Além disso, o início de ano, normalmente,<br />
já é um momento de regularização<br />
dos estoques no varejo, após o balanço do<br />
desempenho das vendas de fi nal de dezembro.<br />
Nessa época, o setor faz promoções<br />
que buscam exatamente reduzir possíveis<br />
estoques remanescentes. Silvio Sales, economista<br />
e consultor da Fundação Getulio<br />
Vargas (FGV), explica que, no caso da<br />
indústria, usualmente o movimento é inverso:<br />
como o setor atinge o seu pico de<br />
produção para atendimento às encomendas<br />
do comércio por volta de outubro, o início<br />
de ano é um bom momento para reposição<br />
de estoques. “A variável-chave para defi -<br />
nir esse comportamento do comércio e da<br />
indústria no início do ano é o indicador de<br />
vendas de dezembro. As estatísticas até aqui<br />
disponíveis são parciais e sinalizam um fi -<br />
nal de ano com vendas vigorosas”, explica.<br />
O último dado disponível pelo IBGE até o<br />
fechamento desta edição era relativo a novembro<br />
do ano passado, quando o comércio<br />
varejista registrou crescimento de 1,1%<br />
no volume de vendas, na comparação com<br />
o mês anterior. Segundo o Instituto, foi a<br />
sétima alta consecutiva.<br />
BENS<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 43
1234567890<br />
7<br />
BENS<br />
mc m+ m- mr<br />
+ -<br />
8<br />
4 5<br />
1 2<br />
0<br />
/<br />
9<br />
6<br />
3<br />
x<br />
44<br />
-<br />
+<br />
=<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
180,0<br />
175,0<br />
170,0<br />
165,0<br />
160,0<br />
155,0<br />
150,0<br />
Vendas no Varejo e Intenção de Consumo das Famílias<br />
dez./09 fev./10 abr./10 jun./10 ago./10 out./10 dez./10<br />
Comércio Varejista (IBGE) Índice de Consumo das Famílias (<strong>CNC</strong>)<br />
Infl ação<br />
A infl ação é um fator que deve ser<br />
acompanhado de perto pelo setor – o<br />
choque sobre os preços agrícolas tende a<br />
mantê-la num patamar mais elevado em<br />
2011. “No entanto, assim como no ano<br />
anterior, a manutenção da valorização do<br />
real ante o dólar permitirá que a entrada<br />
de produtos importados impeça maior repasse<br />
de preços para o varejo, atendendo,<br />
portanto o crescimento da demanda interna”,<br />
analisa Bruno Fernandes, economista<br />
da <strong>CNC</strong>.<br />
Para Silvio Sales, da FGV, uma<br />
elevação dos preços pode signifi car certo<br />
“freio” na performance do varejo<br />
este ano: “Há evidências de que a performance<br />
do consumo doméstico é refl<br />
exo, sobretudo, do aumento da massa<br />
salarial e da oferta de crédito, que têm<br />
benefi ciado especialmente as faixas<br />
de renda mais baixas. E a infl ação<br />
em alta atinge o poder de compra<br />
deste segmento de modo mais relevante”.<br />
Sales explica que pode haver um<br />
aumento a encarecer as prestações,<br />
via aumento dos juros e/ou<br />
redução do número de parcelas,<br />
ao mesmo tempo em<br />
que eleva o gasto destinado<br />
aos bens de<br />
consumo não duráveis(principalmente<br />
alimentos),<br />
de maior peso<br />
relativo no orçamento<br />
dessas<br />
faixas de renda<br />
mais baixas.<br />
Classe C<br />
145<br />
140<br />
135<br />
130<br />
125<br />
120<br />
115<br />
A classe C se tornou a maior consumidora<br />
de eletroeletrônicos do País e a<br />
maior compradora de imóveis em 2010,<br />
impulsionada pelo aumento real da renda<br />
dos trabalhadores. E ao comércio também<br />
interessa esse novo universo de consumidores.<br />
“O setor pode buscar linhas de produtos<br />
que atendam a esta nova clientela. O<br />
setor da construção civil, por exemplo, é<br />
o que mais cresce atualmente no Brasil, e<br />
o mercado de trabalho tem se expandido<br />
com o aumento do emprego e da renda.<br />
Já há casos de agentes de fi nanciamento<br />
imobiliário atuando também no fi nanciamento<br />
de mobiliário e equipamentos para<br />
as novas residências”, exemplifi ca Marianne<br />
Lorena Hanson, também da <strong>CNC</strong>. Por<br />
outro viés, é possível perceber que o setor<br />
acompanha esse movimento e, de certa<br />
forma, antecipou-se, com os novos perfi s<br />
de campanhas publicitárias não só do comércio,<br />
mas também dos fabricantes de<br />
bens de consumo.<br />
Crédito<br />
O crédito, em 2011, pode ser um indicador-chave<br />
para a performance futura<br />
do comércio. A pergunta é: o comerciante<br />
deve tomar cuidado na hora de conceder<br />
crédito ao consumidor, tendo em vista a<br />
possibilidade de calote?<br />
“Até aqui, os números sobre a inadimplência<br />
têm estado numa trajetória de certo<br />
modo confortável, não apresentando,<br />
até o momento, evidências de uma elevação<br />
preocupante”, afi rma Sales, da FGV<br />
(Leia mais sobre inadimplência na pági-
10,0%<br />
9,0%<br />
8,0%<br />
7,0%<br />
6,0%<br />
5,0%<br />
Inadimplência dos Consumidores<br />
segundo o Banco Central e <strong>CNC</strong><br />
dez./09 fev./10 abr./10 jun./10 ago./10 out./10 dez./10<br />
Inadimplência (Bacen) Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (<strong>CNC</strong>)<br />
na 19). Por outro lado, o contexto atual é<br />
de uma percepção de demanda aquecida,<br />
que pressiona os preços, e de necessidade<br />
de aperto no crédito. “É um aspecto que<br />
deve estar presente no cálculo do setor,<br />
especialmente pelo fato de que, no início<br />
do ano, há uma concentração de despesas<br />
importantes, com educação e impostos específi<br />
cos, por exemplo, que pressionam o<br />
gasto das famílias e podem implicar um<br />
crescimento da inadimplência”, complementa<br />
o economista da FGV. Para Carlos<br />
Thadeu de Freitas, os setores que têm se<br />
benefi ciado com a expansão do crédito<br />
ao consumidor serão mais afetados pela<br />
provável desaceleração dos empréstimos<br />
bancários este ano. Entretanto, mesmo que<br />
não se repita o forte desempenho do ano<br />
passado, as vendas do comércio varejista<br />
deverão apresentar forte crescimento, pois<br />
se espera que a acomodação das políticas<br />
econômicas, através do aperto monetário e<br />
fi scal, seja lenta. Fábio Bentes, da equipe<br />
de Carlos Thadeu, destaca que, atualmente,<br />
a maior parte do risco na concessão de<br />
crédito não está mais com o comerciante.<br />
“As instituições fi nanceiras assumiram a<br />
maior parte da carteira de crédito do comércio.<br />
De qualquer forma, a inadimplência<br />
impacta negativamente o comércio<br />
e é algo a que o comerciante deve estar<br />
atento”, complementa.<br />
Serviços<br />
Um dos destaques em 2010, o setor de<br />
serviços pode se manter este ano como forte<br />
propulsor da economia. Segundo Fábio<br />
Bentes, o setor terciário atende ao mercado<br />
interno, e, como a crise ainda não se afastou<br />
defi nitivamente do mercado internacional,<br />
o consumo de bens e serviços pelos residentes<br />
no País deve continuar em evidência.<br />
A demanda interna também é o ponto<br />
crucial para Silvio Sales: “Este setor é intensivo<br />
em mão de obra, mas, ao mesmo<br />
tempo, muito diversifi cado. Há segmentos<br />
relativamente intensivos em tecnologia,<br />
como telecomunicações e informática, e<br />
outros de baixa produtividade e grandes<br />
empregadores, como serviços pessoais, de<br />
segurança e limpeza. Um aspecto comum<br />
a todos é sua articulação à demanda interna,<br />
e, nesse aspecto, as indicações são de<br />
que continuará a ser uma área de destaque<br />
no desempenho em 2011”.<br />
Comércio eletrônico<br />
Outro destaque de vendas, sobretudo<br />
no fi m do ano, o comércio eletrônico<br />
é uma excelente ferramenta para fazer<br />
com que os pequenos comerciantes ampliem<br />
seu mercado, sua visibilidade e seu<br />
faturamento. A opinião é de Luiz Almeida,<br />
especialista da Divisão<br />
Econômica da <strong>CNC</strong> em<br />
e-commerce. “Um grande<br />
exemplo são as lojas<br />
de fl ores, que, mesmo<br />
pequenas, vêm aderindo<br />
ao comércio virtual,<br />
com excelente resultado”,<br />
diz. Para ele, o comércio eletrônico<br />
(e as variações no uso comercial<br />
da internet) veio para fi car<br />
e, principalmente, para se somar ao<br />
comércio tradicional, que, com tantos indicadores<br />
positivos, pode começar o ano<br />
com justifi cado otimismo.<br />
BENS<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 45
TURISMO<br />
46<br />
Representantes<br />
das 22 entidades<br />
que compõem<br />
a CET vão<br />
priorizar suas<br />
reivindicações<br />
Para Alexandre<br />
Sampaio, é<br />
importante que o<br />
segmento mostre<br />
discurso afi nado<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Câmara de Turismo quer<br />
investir em pesquisas<br />
sobre demanda setorial<br />
Os integrantes da Câmara Empresarial<br />
de Turismo (CET) da Confederação<br />
Nacional do Comércio<br />
de Bens, Serviços e Turismo (<strong>CNC</strong>) consideram<br />
necessário fortalecer e aperfeiçoar<br />
as pesquisas setoriais existentes na área de<br />
turismo. “A ideia é, além de aprimorar, divulgar<br />
esses trabalhos”, defendeu o Coordenador<br />
da CET, Alexandre Sampaio.<br />
Essa foi uma das conclusões da última<br />
reunião do órgão em 2010, realizada em<br />
dezembro na sede da entidade, em Brasília.<br />
O Ministério do Turismo já desenvolve<br />
um levantamento de tendências em par-<br />
ceria com a Fundação Getulio Vargas. Na<br />
avaliação de Sampaio, a Câmara pode ser<br />
proativa, participando desse convênio para<br />
potencializar a pesquisa de acordo com as<br />
necessidades dos seus membros.<br />
Durante o encontro, também se chegou<br />
a um acordo para priorizar as demandas de<br />
cada uma das instituições que compõem a<br />
Câmara. Isso porque reivindicações isoladas,<br />
feitas pelas próprias entidades interessadas,<br />
teriam mais difi culdades de prosperar,<br />
no Executivo ou no Legislativo.<br />
“Com a união das 22 organizações, o<br />
que se quer é dar uma demonstração de<br />
coesão, de atuação sinérgica<br />
e de soluções sequenciais. É<br />
importante mostrar a força do<br />
conjunto, valorizando o consenso”,<br />
observou Sampaio.<br />
A proposta da CET, denominada<br />
de “associativismo<br />
do patronato”, estabelece uma<br />
atuação conjunta, na qual as<br />
questões em que houver consenso<br />
serão levadas à Presidência<br />
da <strong>CNC</strong>, na busca do engajamento<br />
da entidade, para obter<br />
solução para esses pleitos.
Conselho de Turismo da <strong>CNC</strong><br />
encerra atividades de 2010 e<br />
anuncia novas ações<br />
Um coquetel <strong>realizado</strong> no dia 8<br />
de dezembro marcou o encerramento<br />
das atividades de 2010 do<br />
Conselho de Turismo da Confederação<br />
Nacional do Comércio de Bens, Serviços<br />
e Turismo (<strong>CNC</strong>). O encontro, que reuniu<br />
autoridades e estudiosos do trade, aconteceu<br />
no endereço da Confederação no Rio<br />
de Janeiro. Na ocasião, foram entregues<br />
certifi cados aos membros do Conselho,<br />
assinados pelo presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio<br />
Oliveira Santos, e pelo presidente do<br />
Conselho, Oswaldo Trigueiros Junior.<br />
Este ano, o órgão vai promover debates<br />
e estudos sobre dois macrotemas:<br />
a Regulamentação do Turismo Náutico<br />
e a Capacitação e Qualifi cação<br />
Profi ssional no Turismo.<br />
Na abertura do coquetel, o presidente<br />
do Conselho fez um balanço das atividades<br />
realizadas ano passado, com ênfase<br />
nos debates relativos ao ma-<br />
crotema Infraestrutura Turística e Megaeventos.<br />
“O Brasil é a bola da vez, e analisar<br />
a capacidade do País de sediar eventos de<br />
grande porte é o que vai fazer diferença”,<br />
disse Oswaldo Trigueiros. As discussões<br />
em torno do tema serão compiladas em<br />
uma publicação e apresentadas a autoridades<br />
do setor, para auxiliar na preparação do<br />
País para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas<br />
de 2016. O Conselho de Turismo<br />
também está fi nalizando seu relatório de<br />
atividades de 2010.<br />
Eraldo Alves da Cruz, vice-presidente<br />
do Conselho, destaca que a função maior<br />
do órgão é formar massa crítica para auxiliar<br />
na tomada de decisão das autoridades<br />
e no fomento de políticas públicas. “Daí a<br />
importância de promovermos os estudos e<br />
debates”, explicou.<br />
Em 2010, o Conselho realizou, também,<br />
a compilação dos debates sobre os<br />
macrotemas Futuro da Aviação Comercial<br />
no Brasil e Turismo e Economia Brasileira,<br />
além da publicação Coletânea Turística<br />
2010 e do primeiro volume da revista<br />
Turismo em Pauta, lançado durante a Feira<br />
da Abav, realizada em outubro do ano passado,<br />
no Rio de Janeiro.<br />
TURISMO<br />
Abaixo, Oswaldo<br />
Trigueiros e Eraldo<br />
Alves da Cruz<br />
entregam certifi cados<br />
aos membros do<br />
Conselho. Ao lado, a<br />
equipe reunida, com<br />
a assistente Claudia<br />
Gonçalves e a assessora<br />
Josi Fernandes.<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 47
TURISMO<br />
Eraldo Alves da<br />
Cruz (<strong>CNC</strong>) e outros<br />
representantes do<br />
CNT se reúnem<br />
com o novo<br />
ministro do Turismo<br />
48<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Uma visão de<br />
360 graus sobre<br />
o setor de turismo<br />
O segundo número da revista Turismo em Pauta,<br />
editada pela <strong>CNC</strong>, reuniu um novo time de especialistas<br />
para tratar dos mais importantes temas do setor. Entre<br />
os assuntos abordados estão o turismo esportivo, de<br />
saúde, o turismo de base comunitária – estreitamente<br />
vinculado ao desenvolvimento local – e os desafi os<br />
impostos aos agentes por um mercado cada vez mais competitivo.<br />
Outro tema na ordem do dia – analisado nesta edição pelo Ministro do<br />
Esporte, Orlando Silva – são as transformações previstas para o País, tendo em vista<br />
os grandes eventos esportivos de 2014 e 2016. Na linha dos trabalhos que abordam fatos<br />
marcantes para deles extrair lições a serem aprendidas, a Turismo em Pauta traz, também,<br />
os bastidores da crise causada em 2009 pela pandemia da gripe H1N1. E, de olho<br />
no futuro, a atuação do Senac no campo da educação profi ssional, em sintonia com as<br />
necessidades da chamada sociedade do conhecimento.<br />
Membros do Conselho Nacional<br />
de Turismo se reúnem com<br />
novo ministro Pedro Novais<br />
O novo ministro do Turismo, Pedro<br />
Novais, recebeu integrantes do Conselho<br />
Nacional de Turismo em seu gabinete,<br />
em Brasília, no dia 3 de janeiro, logo<br />
após ser empossado no cargo. Esteve<br />
presente à reunião o chefe da Assessoria<br />
de Turismo e Hospitalidade e vice-presidente<br />
do Conselho de Turismo da <strong>CNC</strong>,<br />
Eraldo Alves da Cruz.<br />
Novais disse estar aberto ao diálogo<br />
para conhecer as reivindicações do trade<br />
turístico nacional. Ele ouviu, de cada um<br />
dos presentes, um histórico dos trabalhos<br />
do CNT e as proposições para os próximos<br />
anos, entre elas a fl exibilização de vistos<br />
para turistas estrangeiros e a classifi cação<br />
do turismo como atividade exportadora.<br />
“Tenho a consciência de que o CNT<br />
é parceiro do Ministério, e precisamos<br />
trabalhar em conjunto para o desenvolvimento<br />
do setor. Essa integração com<br />
o conselho, com os secretários estaduais<br />
de turismo e o trade em geral é fundamental,<br />
já que o Ministério do Turismo<br />
é apenas um coordenador, e cabe à iniciativa<br />
privada tocar a atividade. Vamos<br />
estreitar essa união e colher os frutos”,<br />
afi rmou Novais.<br />
Em seu discurso de posse, o ministro<br />
mostrou que deve dar continuidade à gestão<br />
descentralizada, proposta pela pasta<br />
desde sua criação, em 2003, e anunciou<br />
a criação do Plano Nacional de Turismo<br />
2011-2014, que vai traçar as metas para o<br />
turismo brasileiro nos próximos anos.<br />
O trabalho será feito em parceria com<br />
o CNT, com o Fórum Nacional dos<br />
Secretários e Dirigentes Estaduais de<br />
Turismo (FORNATUR) e com os empresários<br />
e entidades do setor.
SEGS encerra ciclo de<br />
2010 e realiza entrega<br />
de certificados<br />
Evento, <strong>realizado</strong> em Bonito,<br />
contou com os representantes<br />
dos sindicatos fi liados<br />
à Fecomércio-MS<br />
No dia 11 de dezembro de 2010,<br />
representantes de 15 sindicatos<br />
fi liados à Federação do Comércio<br />
de Bens, Serviços e Turismo do Estado de<br />
Mato Grosso do Sul (FECOMÉRCIO-MS)<br />
estiveram reunidos no Zagaia Eco Resort,<br />
no Município de Bonito, para encerramento<br />
do ciclo 2010 do Sistema de Excelência<br />
em Gestão Sindical (SEGS), marcado<br />
pela palestra Liderar é atingir metas,<br />
proferida pelo assessor do Departamento<br />
de Planejamento da <strong>CNC</strong> (DEPLAN)<br />
Rodrigo Wepster, e pela entrega dos certifi<br />
cados Entidade Rumo à Excelência na<br />
Gestão Sindical, emitidos pela <strong>CNC</strong>, e<br />
dos certifi cados de participação no SEGS,<br />
emitidos pela Federação.<br />
Os certifi cados são uma forma de reconhecer<br />
o empenho das entidades que, desde<br />
março de 2010, participam de capacitações<br />
e avaliações gerenciais, em busca do<br />
aumento da representatividade e da otimização<br />
dos produtos e serviços oferecidos.<br />
Para o Sindicato dos Representantes<br />
Comerciais do Estado de Mato Grosso<br />
do Sul (SINRECOMS), o SEGS auxiliou<br />
o Sindicato a registrar suas ações e mensurar<br />
resultados, demonstrando sua atuação<br />
à base representada. O presidente da<br />
entidade, José Alcides dos Santos, afi rma<br />
que a relação com as empresas mudou – os<br />
empresários passaram a participar e apresentar<br />
sugestões para ações. “Colocamos<br />
muitas ações em prática, passamos a atuar<br />
com uma linha de trabalho e buscamos a<br />
certifi cação digital, que aumentou nossa<br />
credibilidade; o sindicato fi cou atrativo”,<br />
declarou Alcides.<br />
No Sindicato do Comércio Varejista de<br />
Aquidauana os treinamentos resultaram<br />
em mais organização e levaram a entidade<br />
a investir no processo de informatização.<br />
O presidente do Sindicato e vice-<br />
-presidente da Fecomércio-MS, Denire<br />
de Carvalho, conta que implantou programas<br />
para emissão de guias e que a meta<br />
é implantar sistema para que os fi liados<br />
possam imprimir as guias pelo próprio<br />
site do Sindicato. “Nosso programa também<br />
nos dá retorno, e consigo gerenciar os<br />
pagamentos. Isso nos permite maior controle”,<br />
diz Denire.<br />
Em Dourados, o SEGS possibilitou<br />
transformações no Sindicato do Comércio<br />
Atacadista e Varejista (SINDICOM), conta<br />
a gerente Vaniele Estrada Castro. “Mudou<br />
nossa visão de sindicato, que antes<br />
se resumia à arrecadação e à convenção<br />
coletiva. Agora, procuramos dar apoio ao<br />
empresário e agregamos produtos e serviços,<br />
para que nossa receita fi casse menos<br />
dependente da arrecadação”.<br />
Além da presença dos presidentes<br />
de sindicatos, o evento em Bonito<br />
contou com a participação do chefe da<br />
Assessoria junto ao Poder Legislativo<br />
(APEL) da <strong>CNC</strong>, Roberto Velloso, do<br />
presidente da Fecomércio-MS, Edison<br />
Ferreira, do superintendente Reginaldo<br />
Henrique Soares e da diretora Regional<br />
do SESC, Irene Buainain, além de<br />
colaboradores do Sistema.<br />
PRODUTOS <strong>CNC</strong><br />
Da esquerda para<br />
direita: Rodrigo<br />
Wepster (Deplan),<br />
Roberto Velloso<br />
(Apel), Valdemir<br />
Terra (Sindivel) e<br />
Edison Ferreira<br />
(Fecomércio-MS)<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 49
50<br />
PRODUTOS <strong>CNC</strong><br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
<strong>CNC</strong> lança 39ª<br />
edição da Síntese da<br />
Economia Brasileira<br />
A<br />
Confederação Nacional do Comércio<br />
de Bens, Serviços e Turismo<br />
(<strong>CNC</strong>) acaba de lançar a 39ª edição<br />
da Síntese da Economia Brasileira, publicação<br />
produzida pela Divisão Econômica<br />
da entidade que contém os principais dados<br />
e estatísticas econômicas brasileiras<br />
relativas a 2010, como balança comercial,<br />
dívida externa, reservas internacionais e<br />
taxa de câmbio, entre outros.<br />
A Síntese mostra que o Produto Interno<br />
Bruto do País, que nos anos de 2007<br />
Publicação anual contempla as principais<br />
informações sobre a ecomnia brasileria em 2010,<br />
reunidas em textos, tabelas e quadros de fácil<br />
leitura e visualização<br />
e 2008 atingiu taxas de crescimento superiores<br />
a 5%, em 2009 registrou queda de<br />
0,2% em relação ao ano anterior – uma<br />
demonstração de que, mesmo sentindo os<br />
efeitos da crise fi nanceira internacional,<br />
a economia brasileira se posicionou de<br />
forma muito mais estável que a maioria<br />
dos países desenvolvidos. Os números<br />
do primeiro semestre do ano também são<br />
bons: crescimento de 8,9% em relação ao<br />
primeiro semestre de 2009.<br />
Também no comércio exterior os<br />
números de 2010 são interessantes: as<br />
exportações, expo de janeiro a outubro, somaram<br />
mara US$ 163,3 bilhões, superando<br />
em 10 meses as vendas de US$ 153<br />
bilhões bilh registradas durante todo o ano<br />
de 2009. Pelo lado das importações<br />
o cenário c é parecido – de janeiro a<br />
outubro outu de 2010 as compras atingi-<br />
ram US$ 148,7 bilhões, enquanto em<br />
2009 200 (ano inteiro) foram de apenas<br />
US$ US 127,6 bilhões.<br />
Em seu texto de apresentação, o<br />
pr presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio Olivei-<br />
ra Santos, afi rma que os números indicam<br />
di claramente a recuperação da<br />
economia, ec já que refl etem as aquisições<br />
çõ de produtos de consumo direto<br />
e também de equipamentos para renovação<br />
n do parque industrial e para<br />
automação a comercial.
Governo veta projeto<br />
e edita MP sobre o<br />
cadastro positivo<br />
Entre as alterações em relação<br />
à proposta original, estão a<br />
necessidade de autorização do<br />
consumidor para uso de suas<br />
informações e a responsabilização<br />
por danos causados pelo<br />
compartilhamento dos dados<br />
Aprovado pelo Senado em dezembro,<br />
o Projeto de Lei relativo ao<br />
cadastro positivo foi vetado integralmente<br />
pelo presidente Lula no último<br />
dia de seu mandato. Em seu lugar, o Governo<br />
editou a Medida Provisória (MP)<br />
nº 518/2010, recriando o cadastro em<br />
novo formato e com alterações importantes.<br />
O comércio, as empresas do setor<br />
fi nanceiro e as entidades de defesa do<br />
consumidor acompanham a evolução do<br />
assunto com interesse.<br />
O cadastro positivo é um banco de dados<br />
com informações sobre a pontualidade<br />
dos consumidores no pagamento de suas<br />
contas. A ideia é que, com um bom histórico,<br />
o cliente possa se benefi ciar com mais<br />
acesso a crédito e melhores condições de<br />
negociação com estabelecimentos, como,<br />
por exemplo, lojas, bancos e supermercados,<br />
que poderão utilizar o cadastro para<br />
defi nir ofertas comerciais (preço, valor,<br />
quantidade de parcelas, juros, entre outros)<br />
de acordo com o seu perfi l de risco.<br />
Uma das mudanças efetuadas pela MP<br />
nº 518/2010 é que o compartilhamento de<br />
informações positivas de crédito dependerá<br />
da autorização expressa do consumidor.<br />
A partir da adesão, a alimentação dos dados<br />
pelas empresas especializadas se dará<br />
automaticamente. O cadastrado poderá,<br />
também, ter acesso a essas informações<br />
de forma gratuita e pedir a exclusão de seu<br />
nome dos birôs a qualquer tempo. Em caso<br />
de danos ao consumidor causados pelo<br />
compartilhamento ou pela falta de qualidade<br />
dos dados, a responsabilidade será<br />
não só da fonte que originou a informação,<br />
como também do birô e de quem acessou o<br />
cadastro. São pontos que vêm gerando polêmica,<br />
principalmente no setor fi nanceiro.<br />
Ainda assim, a MP nº 518/2010 – que<br />
precisará ser votada para se tornar lei no<br />
futuro – é vista como um avanço que trará<br />
benefícios para a economia do País. “O<br />
cadastro positivo vai diferenciar o bom pagador,<br />
que hoje paga os mesmos juros que<br />
os demais. Uma pessoa leva anos pagando<br />
seus compromissos rigorosamente em<br />
dia e, na hora de tomar um empréstimo ou<br />
fazer um fi nanciamento, isso não é levado<br />
em conta. O cadastro positivo pode solucionar<br />
isso”, disse o vice-presidente Financeiro<br />
da <strong>CNC</strong>, Luiz Gil Siuffo Pereira, na<br />
reunião de Diretoria de dezembro.<br />
A Câmara vai, agora, analisar a criação<br />
de “cadastros positivos” de acordo com as<br />
regras da Medida Provisória nº 518/2010.<br />
A MP, que chegou ao Congresso em 31<br />
de dezembro, foi editada após o veto ao<br />
PL nº 405/2007, sobre o mesmo tema, e<br />
tem semelhanças com o PL nº 836/2003,<br />
aprovado na Câmara e em tramitação no<br />
Senado. Os pontos abordados na MP serão<br />
regulamentados pelo Poder Executivo.<br />
EM FOCO<br />
Cadastro positivo<br />
vai ajudar a<br />
diferenciar o<br />
bom pagador<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 51
SISTEMA COMÉRCIO<br />
52<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Senac-DF e Ministério Público<br />
fecham parceria<br />
Um termo de cooperação técnica entre<br />
o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial<br />
do Distrito Federal (SENAC-DF)<br />
e o Ministério Público do Distrito Federal<br />
e Territórios (MPDFT) vai ajudar a desenvolver<br />
atividades relacionadas à educação<br />
profi ssional na área de gastronomia.<br />
O MP deve implantar um restaurante<br />
e uma lanchonete-escola em suas instalações.<br />
Segundo a procuradora-geral de<br />
justiça em exercício, Zenaide Souto, o<br />
Senac-DF é uma das entidades que mais<br />
colaboram na capacitação e formação de<br />
pessoas. “Nosso objetivo é que, junto à<br />
entidade, possamos preparar as pessoas<br />
de forma adequada”, conta Zenaide, que<br />
Zenaide Souto e<br />
Adelmir Santana<br />
fecharam acordo de<br />
coperação entre o<br />
MP e o Senac-DF<br />
Mesa Brasil atende mais de<br />
1,6 milhão de pessoas em 2010<br />
O programa Mesa<br />
Brasil SESC encerrou<br />
o ano de 2010<br />
com mais de 32 mil<br />
toneladas de alimentos<br />
arrecadados –<br />
um número para ser<br />
comemorado não<br />
apenas pelos parceiros,<br />
voluntários<br />
e idealizadores<br />
do projeto, mas<br />
também por mais de 1,6 milhão<br />
de pessoas atendidas em 293 cidades<br />
brasileiras. Ao todo, foram mais de cinco<br />
mil entidades cadastradas no programa benefi<br />
ciadas pelas doações feitas nos quatro<br />
cantos do País. Além da arrecadação de<br />
ressalta a importância da assinatura do termo,<br />
válido por cinco anos.<br />
O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir<br />
Santana, afi rma que o Senac-DF, como<br />
entidade sem fi ns lucrativos, se vê impulsionado<br />
a participar de atividades em órgãos<br />
públicos como o Ministério Federal,<br />
já que essa é uma ótima oportunidade de<br />
expandir a capacitação profi ssional no<br />
Distrito Federal.<br />
alimentos, o Mesa Brasil promoveu ações<br />
educativas sobre o desperdício de alimentos<br />
e o seu reaproveitamento, em mais de<br />
2.500 palestras, debates e campanhas, entre<br />
outras atividades, ao longo do ano.<br />
Uma adição signifi cativa aos números<br />
do Mesa Brasil aconteceu em 6 de<br />
novembro de 2010, no Dia Mundial de<br />
Coleta de Alimentos, quando as unidades<br />
do SESC em todo o País promoveram<br />
a arrecadação dos mantimentos. Só<br />
no Estado do Amazonas foram arrecadadas<br />
9,1 toneladas de produtos em 12 supermercados<br />
participantes da campanha,<br />
benefi ciando 40 instituições.<br />
Em 2010, o Mesa Brasil SESC contou<br />
com a parceria de 3.340 empresas e mais<br />
de 600 voluntários em todo o Brasil.
Proposta da Fecomércio<br />
Minas quer fortalecer a<br />
Contribuição Sindical<br />
Projeto de Lei Complementar reafi rma<br />
a obrigatoriedade da Contribuição<br />
Sindical Patronal para todas as empresas,<br />
independentemente do porte<br />
O<br />
presidente da Federação do Comércio<br />
de Bens, Serviços e Turismo<br />
do Estado de Minas Gerais<br />
(FECOMÉRCIO Minas), Lázaro Luiz<br />
Gonzaga, e representantes dos sindicatos<br />
fi liados à entidade entregaram ao deputado<br />
federal Ademir Camilo (PDT-MG) uma sugestão<br />
de proposição legislativa que visava<br />
garantir o equilíbrio das relações sindicais.<br />
A proposta foi transformada no Projeto<br />
de Lei Complementar nº 599/2010, que<br />
propõe a alteração da Lei Complementar<br />
n° 123, a que instituiu o Estatuto Nacional<br />
da Microempresa e da Empresa de Pequeno<br />
Porte, incluindo a Contribuição Sindical<br />
Patronal como uma das contribuições<br />
recolhidas por meio do Simples Nacional.<br />
O deputado apresentou a proposta no dia<br />
10 de novembro, durante sessão ordinária<br />
da Câmara Federal.<br />
Segundo o parágrafo 3° da Lei Complementar<br />
n° 123, instituída em 2006, “as<br />
microempresas e empresas de pequeno<br />
porte optantes pelo Simples Nacional fi -<br />
cam dispensadas do pagamento das demais<br />
contribuições instituídas pela União,<br />
inclusive as contribuições para as entidades<br />
privadas de serviço social e de formação<br />
profi ssional vinculadas ao sistema<br />
sindical, de que trata o art. 240 da Constituição<br />
Federal, e demais entidades de<br />
serviço social autônomo”. Em setembro<br />
de 2010, o Supremo Tribunal Federal julgou<br />
constitucional o direito ao tratamento<br />
diferenciado das micros e pequenas em-<br />
presas, o que fortaleceu uma corrente de<br />
entendimento de que empresas optantes<br />
pelo Simples estariam isentas ou dispensadas<br />
da Contribuição Sindical Patronal.<br />
O Projeto de Lei entregue pela Federação<br />
e apresentado pelo deputado Ademir<br />
Camilo afi rma que é equivocada essa<br />
corrente de entendimento e vai reafi rmar<br />
a obrigatoriedade da Contribuição para<br />
todas as empresas, independentemente do<br />
porte. O objetivo das mudanças é o atendimento<br />
ao dispositivo constitucional, diferenciando<br />
o que é tratamento favorecido de<br />
isenção, sem prejuízo para as receitas dos<br />
sindicatos patronais.<br />
Vale destacar que<br />
a maioria das empresas<br />
representadas são<br />
de micro e pequeno<br />
porte, principais demandantes<br />
da prestação<br />
de serviços dos<br />
sindicatos patronais<br />
e da federação, que<br />
têm como principal<br />
fonte de receita<br />
a Contribuição<br />
Sindical. Com isso,<br />
a Fecomércio Minas<br />
contribui para<br />
a continuidade dos<br />
serviços prestados<br />
aos empresários do<br />
comércio de bens,<br />
serviços e turismo.<br />
SISTEMA COMÉRCIO<br />
Deputado Federal<br />
Ademir Camilo<br />
(PDT-MG) apresentou<br />
a proposta que<br />
pretende fortalecer a<br />
Contribuição Sindical<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 53
SISTEMA COMÉRCIO<br />
Grifes como a<br />
Lucidez (ao lado)<br />
se misturaram<br />
aos Núcleos<br />
Criativos da<br />
Fecomércio-RJ,<br />
como o do Sul<br />
Fluminense<br />
(abaixo)<br />
54<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Moda e oportunidade de<br />
negócios no 17° Senac<br />
Rio Fashion Business<br />
Evento recebeu cerca de<br />
60 mil visitantes e se fi rma<br />
como referência no circuito<br />
brasileiro de moda<br />
Entre os dias 10 e 13 de janeiro,<br />
aconteceu a 17ª edição do Senac<br />
Rio Fashion Business, <strong>realizado</strong><br />
na Marina da Glória e em outros<br />
pontos do Rio de Janeiro. Cerca de 60<br />
mil pessoas estiveram nos quatro dias<br />
do evento, número 60% maior do que<br />
a edição passada. Foram 310 expositores,<br />
que mostraram o potencial da<br />
capital fl uminense como um grande<br />
centro de moda do País.<br />
O evento rendeu R$ 690 milhões<br />
em negócios, um crescimento de<br />
25% sobre a edição outono/inverno<br />
de janeiro de 2010. “Acertamos na<br />
data. Logo após o Carnaval, os lojistas<br />
já poderão colocar na vitrine<br />
as novidades da próxima estação”,<br />
afi rma Eloysa Simão, diretora-geral<br />
do Fashion Business. Segundo<br />
ela, todos os expositores atingiram as<br />
suas metas, e cerca de 30% superaram<br />
as vendas da edição passada. “O lojista<br />
saiu motivado e poderá montar o lançamento<br />
da exposição com entusiasmo<br />
para o seu cliente”, enfatiza Eloysa.<br />
Além de grandes grifes nacionais,<br />
como Alexandre Herchcovitch e Cavendish,<br />
o Fashion Business contou com 50<br />
marcas de 12 Núcleos Criativos da Federação<br />
do Comércio de Bens, Serviços<br />
e Turismo do Estado do Rio de Janeiro<br />
(FECOMÉRCIO-RJ), com integrantes<br />
de diversas partes do Estado.
Federações participam da<br />
maior feira mundial do<br />
varejo, em Nova York<br />
Fecomércio-RN e Fecomércio-SC estiveram presentes<br />
na Retail’s Big Show 2011, convenção anual da National<br />
Retail Federation, maior federação do setor no mundo<br />
Entre os dias 9 e 12 de janeiro aconteceu<br />
a Retail’s Big Show 2011,<br />
convenção anual da National Retail<br />
Federation (NRF – Federação Nacional<br />
de Varejistas, em tradução livre para o<br />
português), em Nova York. A Federação<br />
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo<br />
do Estado do Rio Grande do Norte<br />
(FECOMÉRCIO-RN) e a Federação<br />
do Comércio do Estado de Santa Catarina<br />
(FECOMÉRCIO-SC) estiveram<br />
presentes no evento.<br />
Na comitiva da Fecomércio-RN estiveram<br />
presentes o presidente da entidade,<br />
Marcelo Fernandes de Queiroz, e os<br />
vice-presidentes, Luiz Antônio de Lacerda<br />
e Itamar Manso Maciel. Os participantes<br />
tiveram orientação de Frederico Alecrim e<br />
Rodrigo Freitas, consultores da Federação,<br />
responsáveis por segmentar os assuntos<br />
e relacionar cada palestra com a área de<br />
atuação das empresas participantes.<br />
Representando a Fecomércio-SC, estiveram<br />
presentes no evento Célio Spagnoli,<br />
vice-presidente da entidade, Marcos Arzua,<br />
diretor executivo, e Mábile Gatelli,<br />
gerente da divisão de planejamento da<br />
Fecomércio-SC, além de representantes de<br />
sindicatos catarinenses.<br />
A convenção da NRF é considerada<br />
uma referência mundial no comércio<br />
varejista. Os participantes tiveram a<br />
oportunidade de visualizar o panorama<br />
mundial do varejo, trocando experiências<br />
e informações em palestras de temas<br />
variados, como o varejo em mercados<br />
emergentes, a visão do futuro para os<br />
shopping centers e até um seminário sobre<br />
a sustentabilidade na América do Sul,<br />
especialmente no Brasil.<br />
Será a 100ª edição do NRF, que em<br />
2011 vai abordar também a gestão de pessoas,<br />
uma das principais preocupações<br />
dos profi ssionais do varejo, e os avanços<br />
tecnológicos que podem auxiliar os empresários.<br />
Participaram do evento empresas<br />
como Google, Microsoft, IBM,<br />
Disney e Deloitte.<br />
SISTEMA COMÉRCIO<br />
Comitivas das<br />
Federações do Rio<br />
Grande do Norte (foto<br />
à esq.) e de Santa<br />
Catarina participaram<br />
da feira da NRF, que<br />
completou 100 anos<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 55
SISTEMA COMÉRCIO<br />
56<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
SESC-CE recebe Selo de<br />
Responsabilidade Cultural<br />
O Serviço Social do Comércio do<br />
Ceará (SESC-CE) recebeu o Selo de Responsabilidade<br />
Cultural, prêmio entregue<br />
pela Secretaria da Cultura do Estado do<br />
Ceará (SECULT) a empresas e instituições<br />
que fi nanciam e promovem a cultura no<br />
Estado. O selo foi entregue em cerimônia<br />
realizada no dia 1° de dezembro de<br />
2010, celebrando os mais de R$ 101<br />
milhões investidos em mais de mil<br />
projetos desenvolvidos entre junho<br />
de 2008 e maio de 2009. Para Regina<br />
Leitão, diretora regional do SESC-<br />
-CE, a homenagem é uma legitimação<br />
das ações da entidade na promoção da<br />
cultura no Estado. “É uma honra para<br />
Gabriella Teixeira (à<br />
esq.), técnica de cultura,<br />
representou o SESC-CE<br />
e recebeu o selo<br />
de Denise Pires,<br />
parceira da Secult<br />
o SESC-CE ser agraciado com o Selo de<br />
Responsabilidade Cultural, uma vez que a<br />
instituição compreende a cultura como um<br />
espaço de planejamento, gestão estratégica<br />
e consolidação da cidadania, contribuindo<br />
para a política pública estadual de promoção<br />
e valorização da cultura cearense”.<br />
Serviço Nacional<br />
de Aprendizagem Comercial<br />
completa 65 anos<br />
Presente nos 26 Estados do País e no Distrito Federal, o Serviço Nacional<br />
de Aprendizagem Comercial (SENAC) completou 65 anos em 10 de<br />
janeiro de 2011. São mais de seis décadas levando educação profi ssional de<br />
qualidade em mais de 450 unidades espalhadas pelo Brasil.<br />
Criado em 1946 pela então Confederação Nacional do<br />
Comércio (<strong>CNC</strong>), através do Decreto-Lei n° 8.621, o Senac<br />
já atendeu a mais de 50 milhões de pessoas em todo<br />
o País, em cursos profi ssionalizantes presenciais, semipresenciais<br />
e a distância.<br />
Através de suas ações, como o Senac Móvel e a Balsa-<br />
-Escola, o Senac tem levado educação a todos os lugares,<br />
mesmo àqueles considerados inalcançáveis. Além disso,<br />
os alunos do Senac possuem um diferencial: têm a oportunidade<br />
de aprender uma profi ssão na prática, exercendo os<br />
conhecimentos co<br />
nos estabelecimentos da entidade, como hotéis, restaurantes,<br />
te cozinhas e lanchonetes.
Fecomércio-BA torna-se<br />
Autoridade de Registro<br />
de certificados digitais<br />
Parceria com a Certisign transforma a Federação<br />
na sexta a ser credenciada no País para emissão<br />
de certifi cados digitais<br />
A<br />
Federação do Comércio de Bens,<br />
Serviços e Turismo do Estado da<br />
Bahia (FECOMÉRCIO-BA) está<br />
ofi cialmente credenciada como Autoridade<br />
de Registro (AR) para emissão de certifi -<br />
cados digitais. O anúncio foi feito no dia<br />
13 de dezembro, durante coquetel que celebrou<br />
o início da parceria entre a Fecomércio-BA<br />
e a Certisign, empresa que atua exclusivamente<br />
na emissão dos certifi cados.<br />
“É muito importante a Federação ser<br />
autorizada a fornecer o certifi cado Certisign.<br />
É uma das realizações da nossa gestão,<br />
pois põe à disposição da comunidade<br />
baiana este serviço cada vez mais indispensável”,<br />
afi rma o presidente da Fecomércio-<br />
-BA, Carlos Fernando Amaral. Com a parceria,<br />
a Federação deixa de ser apenas um<br />
ponto de atendimento, para realizar ela<br />
própria as emissões dos certifi cados.<br />
Segundo o gerente Comercial da Certisign,<br />
Leonardo Gonçalves, a ofi cialização<br />
da nova AR é de extrema importância<br />
para a região. “A parceria traz benefícios<br />
para o associado, que obtém a certifi cação<br />
com desconto. Há a possibilidade de<br />
parceria com os sindicatos, e isso é bom<br />
para a região”, conclui.<br />
Com isso, a Fecomércio-BA se torna<br />
a sexta federação atuante como Autoridade<br />
de Registro no País, junto com as<br />
Federações de Rio Grande do Sul, Paraná,<br />
São Paulo, Santa Catarina e Ceará.<br />
Além delas, outras 15 federações (Alagoas,<br />
Amazonas, Amapá, Distrito Federal,<br />
Maranhão, Mato Grosso do Sul,<br />
Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio<br />
de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia,<br />
Sergipe e a Federação Nacional<br />
de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares)<br />
e seis sindicatos do Estado de<br />
São Paulo (Sincoelétrico, Sincomavi,<br />
Sincomercio ABC, Sindilojas, Sinapel<br />
e Sindicomis) funcionam como pontos<br />
de atendimento (PA) para a emissão de<br />
certifi cados digitais.<br />
SISTEMA COMÉRCIO<br />
Edson Mascarenhas,<br />
vice-presidente da<br />
Fecomércio-<br />
-BA, discursa na<br />
solenidade que ofi cializou<br />
a Federação como AR<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 57
SISTEMA COMÉRCIO<br />
Acima: o presidente<br />
da Fecomércio-<br />
-AM, José Roberto<br />
Tadros, e o<br />
secretário Helio<br />
Nobre inauguram o<br />
restaurante. Abaixo,<br />
a Escola de Ensino<br />
Fundamental.<br />
58<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
O<br />
Serviço Social do Comércio no<br />
Amazonas (SESC-AM) inaugurou<br />
várias unidades no fi m de<br />
2010, com instalações que pretendem ampliar<br />
as atividades oferecidas pela entidade<br />
no Estado. No bairro Cidade Nova, em<br />
Manaus, foi inaugurado o Complexo Esportivo<br />
Governador Gilberto Mestrinho,<br />
com mais de três mil metros quadrados<br />
ocupados com quadra poliesportiva, piscina<br />
semiolímpica, vestiários e lanchonete.<br />
Com um investimento de R$ 3 milhões,<br />
o Complexo tem capacidade para receber<br />
1.200 pessoas diariamente.<br />
SESC-AM<br />
amplia suas<br />
atividades<br />
com novas<br />
instalações<br />
Municípios de Manaus e Cidade Nova receberam<br />
novas instalações do SESC-AM no fi m de 2010,<br />
em um investimento de mais de R$ 13 milhões,<br />
expandindo o alcance da entidade no Amazonas<br />
No prédio anexo ao complexo esportivo,<br />
também foi inaugurada a ampliação<br />
do SESC Ler, que atende a 200 alunos<br />
nas turmas de Educação Para Jovens<br />
e Adultos. As instalações agora contam<br />
com sala multiuso com recursos multimídia<br />
e uma biblioteca com um acervo<br />
de quatro mil livros e computadores com<br />
acesso à internet.<br />
Manaus ainda recebeu as novas instalações<br />
no SESC Balneário, como a sede<br />
da Escola de Ensino Fundamental, que<br />
possui 18 salas de aula, lanchonete, sala<br />
de informática, auditório para 90 pessoas,<br />
laboratórios, entre outros, atendendo<br />
a 1.500 alunos. O Balneário<br />
também ganhou uma cozinha<br />
industrial e um restaurante, com<br />
capacidade de fornecimento de<br />
cinco mil refeições por dia, além<br />
da construção do prédio do Centro<br />
Administrativo do SESC. Mais de<br />
R$ 10 milhões foram investidos<br />
na construção dos novos espaços.
Uma noite de<br />
confraternização<br />
O presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio Oliveira Santos,<br />
ofereceu, em 15 de dezembro, um jantar de confraternização<br />
à Diretoria da Confederação.<br />
Realizado no Hotel Pestana, em Copacabana, no<br />
Rio de Janeiro, o encontro reuniu lideranças do comércio<br />
de bens, serviços e turismo de todo o País.<br />
De cima para baixo,<br />
e em sentido horário:<br />
José Roberto Tadros<br />
e Antonio Oliveira Santos; Oliveira Santos, Leane e Leandro Domingos,<br />
Cléa Beranger; Lenoura Schmidt, Luiz Gastão Bittencourt e José Roberto<br />
Tadros; Josias Albuquerque, Zildo De Marchi e Paulo Romano; Adelaide e<br />
Ari Bittencourt, Marenice Medeiros e José Marconi; Graça e<br />
Antonio Oliveira Santos, Oneida e Gil Siuffo; Raniery Araújo<br />
Coelho, Edy Elly Seidler e Carlos Marx Tonini.<br />
ACONTECEU<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131 59
HOMENAGEM<br />
60<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Janeiro 2011 n°131<br />
Um trabalhador<br />
Na edição de fevereiro/março de<br />
2009 da <strong>CNC</strong> Notícias, Alvaro<br />
Brito Bezerra de Mello, empresário<br />
e então presidente da Associação<br />
Brasileira da Indústria de Hotéis, a ABIH<br />
Nacional, falava sobre a contribuição do<br />
Sistema <strong>CNC</strong>-SESC-SENAC para o turismo:<br />
“Juntos, estamos trabalhando em<br />
projetos com olhos no futuro, na realização<br />
de grandes eventos que vão consolidar<br />
o turismo em nosso país”. Ouvir uma<br />
impressão como essa de uma liderança<br />
do trade é fato merecedor de citação,<br />
em uma homenagem homenag mais que justa do<br />
Sistema Comércio. Comércio<br />
Nascido em 1931, pernambucano,<br />
conhecido como mo o “Embaixador do Tu-<br />
rismo” por or sua su atuação atu no setor, Bezerra<br />
de Mello iniciou sua carreira no Grupo<br />
Othon, Otho Othon, em 1954, mesmo ano em que se<br />
formou, na Universidade Univ de Harvard,<br />
em Cambridge, Cambridg Massachussets, nos<br />
Estados Unidos.<br />
Desde De então, Bezerra de<br />
Mello Mello integrou diversas entidades<br />
tidad de classe, como a<br />
Sato, Sato que presidiu entre<br />
1965 19 e 1974, e a AHT, que<br />
presidiu pr de 1994 a 1997.<br />
Ultimamente, U<br />
além de<br />
presidente do Conse-<br />
incansável do<br />
turismo brasileiro<br />
Ícone da hotelaria nacional e voz forte entre os<br />
agentes do setor, Alvaro Brito Bezerra de Mello<br />
deixa lacuna em uma área que ajudou a construir<br />
e pela qual lutou em diversas frentes, sempre com<br />
a mesma tenacidade que tinha em seus negócios<br />
lho do Grupo Othon e vice-presidente da<br />
ABIH-RJ, era diretor de Relações Internacionais<br />
da ABIH Nacional.<br />
O executivo, que começou trabalhando<br />
na área têxtil no Grupo Othon, ocupou<br />
vários cargos nos negócios da família, incluindo<br />
a posição de diretor Executivo de<br />
Hotéis Othon, onde atuou por mais de 40<br />
anos. Em seu longo currículo, Bezerra de<br />
Mello exerceu funções como a presidência<br />
da ABIH-RJ de 1998 a 2001, a diretoria<br />
de Relações Internacionais da ABIH<br />
Nacional para os biênios 2002-2004-2006.<br />
No triênio 2007 a 2010, foi presidente da<br />
ABIH Nacional, cargo que deixou em 3 de<br />
dezembro de 2010.<br />
O empresário foi um dos que mais<br />
debateram a preparação do Brasil para a<br />
Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas<br />
de 2016, além de ter sido um dos<br />
responsáveis pela criação de uma linha<br />
especial de fi nanciamento junto ao Banco<br />
Nacional do Desenvolvimento Econômico<br />
e Social (BNDES) para reforma e ampliação<br />
do parque hoteleiro do País, visando<br />
as competições esportivas. Alvaro<br />
Brito Bezerra de Mello sofreu um infarto<br />
em 24 de dezembro, deixando viúva, duas<br />
fi lhas e dois netos, além dos amigos que,<br />
agora, têm um legado de trabalho em defesa<br />
da atividade turística brasileira.
(Adriano Machado/AFP PHOTO)<br />
Ritual democrático<br />
HISTÓRIA EM IMAGEM<br />
O Brasil começa 2011 sob o comando da primeira mulher<br />
a ocupar a Presidência da República. Dilma Rousseff<br />
recebeu a faixa presidencial das mãos de Luiz Inácio Lula<br />
da Silva, que deixa o posto com popularidade de 87%, segundo<br />
pesquisa CNT/Sensus. Nem a forte chuva que caiu<br />
no primeiro dia do ano em Brasília arrefeceu o ânimo dos<br />
que acompanharam esse momento histórico, em mais uma<br />
passagem marcante para a consolidação da democracia<br />
brasileira. As atenções agora se voltam para as primeiras<br />
medidas com que a nova presidente vai enfrentar os grandes<br />
desafi os que o País ainda tem pela frente.
Para chegar mais longe,<br />
qualidade é fundamental<br />
O SSistema de Excelência em GGestão SSindical<br />
é um programa que incentiva o desenvolvimento<br />
da excelência na gestão das entidades filiadas<br />
ao Sistema Comércio, por meio de critérios<br />
baseados nos fundamentos do Prêmio Nacional<br />
de Qualidade (PNQ).<br />
A busca da representatividade efetiva e a<br />
prestação de serviços essenciais são condições de<br />
sustentabilidade para as entidades, que tem no SEGS<br />
uma forma organizada e sistemática de melhoria da<br />
qualidade de suas práticas gerenciais.<br />
Para excelência em sua gestão, participe do SEGS!<br />
Saiba mais: www.cnc.org.br/segs/<br />
twitter/programa_segs