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sonho realizado - CNC

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Educação de Qualidade:<br />

<strong>sonho</strong> <strong>realizado</strong><br />

Janeiro de 2011<br />

n° 131, ano XI<br />

E ainda:<br />

BALANÇO ECONÔMICO DE 2010<br />

PÁGINA 20<br />

www.cnc.org.br


Senac e BNDES:<br />

tabelinha vitoriosa<br />

para a Copa 2014<br />

Pioneiro na oferta de educação profi ssional<br />

para o Setor do Comércio de Bens, Serviços<br />

e Turismo, o Senac ampliou ainda mais o<br />

alcance de suas programações. De olho nas<br />

oportunidades que a Copa do Mundo<br />

de 2014 e as Olimpíadas de 2016 irão<br />

gerar, se uniu ao BNDES e presta<br />

importante apoio ao setor de<br />

Turismo e Hospitalidade. Agora,<br />

o Cartão BNDES disponibiliza<br />

linha de crédito exclusiva para<br />

micro, pequenas e médias<br />

empresas que querem<br />

investir em qualifi cação, com<br />

fi nanciamentos de cursos da<br />

área, além de inglês<br />

e espanhol.<br />

Senac e BNDES – entrando em<br />

campo para ganhar!<br />

Educando para o trabalho<br />

www.senac.br


Pioneiros<br />

Esta edição da <strong>CNC</strong> Notícias é marcada pelo fi m de dois ciclos<br />

– ambos com características que os distinguirão aos olhos dos que<br />

vierem depois. Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva<br />

passou a faixa presidencial a Dilma Rousseff, primeira mulher eleita<br />

para o mais alto cargo da Nação. Encerrou-se, assim, um período de<br />

oito anos, em que, sob o comando de um líder de origem sindical, o<br />

País experimentou avanços expressivos, principalmente na economia.<br />

No Sistema <strong>CNC</strong>-SESC-SENAC tivemos um fato que, por ser de<br />

âmbito interno, nem por isso deixou de ter signifi cações profundas. A<br />

primeira turma a ingressar na Escola SESC de Ensino Médio completou<br />

sua jornada e partiu para enfrentar os novos desafi os que um país<br />

sedento de valores está propondo.<br />

Há um cruzamento feliz nessas duas trajetórias. O Brasil que Lula<br />

deixou para a presidente Dilma Rousseff governar é, sem dúvida, um<br />

país mais sólido, mais forte, mais autoconfi ante. No entanto, ainda há<br />

muito a fazer. Os desafi os, nos diversos campos – não apenas no econômico<br />

– são tão grandes e diversos como o nosso imenso território.<br />

Os pioneiros da Escola SESC – criada para ser uma unidade modelo,<br />

orientada para a excelência – certamente estarão preparados<br />

para responder a esses desafi os e ajudar o Brasil a se tornar uma<br />

nação mais equilibrada socialmente, que cresce sem perder de vista<br />

os valores éticos. E que se desenvolve não para benefício de uma geração<br />

apenas, mas para todas as que vierem depois.<br />

O fi m desses dois ciclos representa também um recomeço. Com<br />

novas metas e esperanças renovadas.<br />

Boa leitura!<br />

EDITORIAL<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

1


Presidente: Antonio Oliveira Santos.<br />

Vice-Presidentes: 1º - José Roberto Tadros; 2º - Darci Piana;<br />

3º - José Arteiro da Silva; Abram Szajman, Adelmir Araújo<br />

Santana, Bruno Breithaupt, José Evaristo dos Santos, José<br />

Marconi Medeiros de Souza, Laércio José de Oliveira, Leandro<br />

Domingos Teixeira Pinto, Orlando Santos Diniz.<br />

Vice-Presidente Administrativo: Josias Silva de Albuquerque.<br />

Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira.<br />

Diretores: Alexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton<br />

Oliveira Dias, Antônio Osório, Carlos Fernando Amaral, Carlos<br />

Marx Tonini, Edison Ferreira de Araújo, Euclides Carli, Francisco<br />

Valdeci de Sousa Cavalcante, Hugo de Carvalho, Hugo Lima<br />

França, José Lino Sepulcri, Ladislao Pedroso Monte, Lázaro Luiz<br />

Gonzaga, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, Marcelo Fernandes<br />

de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Pedro Jamil<br />

Nadaf, Raniery Araújo Coelho, Valdir Pietrobon, Wilton Malta<br />

de almeida, Zildo De Marchi.<br />

Conselho Fiscal: Anelton Alves da Cunha, Antonio vicente da<br />

Silva, Arnaldo Soter Braga Cardoso.<br />

<strong>CNC</strong> NOTÍCIAS<br />

Revista mensal da Confederação Nacional<br />

do Comércio de Bens, Serviços e Turismo<br />

Ano XI, n ª 131, 2011<br />

Gabinete da Presidência:<br />

Lenoura Schmidt<br />

Assessoria de Comunicação (ASCOM):<br />

ascom@cnc.com.br<br />

Edição:<br />

Cristina Calmon (editora) e<br />

Luciana Rivoli Dantas (subeditora – Mtb 21622)<br />

Redação:<br />

Andréa Blois, Celso Chagas, Edson Chaves Filho,<br />

Geraldo Roque e Joanna Marini<br />

Estagiários:<br />

Ana Luisa Alves e Marcos Vinícius do Nascimento<br />

Design:<br />

Carolina Braga<br />

Revisão:<br />

DA/CAA-RJ/Secretaria Administrativa - Elineth Campos e<br />

Daniela Marrocos<br />

Impressão:<br />

Gráfi ca MCE<br />

Colaboradores da <strong>CNC</strong> Notícias de janeiro 2011: Gisele Norões<br />

(SESC-CE), Danilo Costa (Fecomércio-DF), Tatiana Costa (SESC-<br />

-AM), Gabriela Bandeira (Fecomércio-BA), Elielson Almeida e Ênio<br />

Zampieri (Apel-<strong>CNC</strong>), Cristinalice Oliveira (APJ-<strong>CNC</strong>), Marjolaine<br />

Canto (Apex-<strong>CNC</strong>), Cristina Schulze (Fecomércio-SC).<br />

Colaborador especial: Roberto Nogueira Ferreira<br />

Créditos fotográfi cos: Erik Barros Pinto (capa, páginas 8, 10,<br />

11, 12 e 13); Banco de imagens – Stock.xchng (páginas 4 e<br />

51); Arquivo Time Magazine (página 4); Cristina Bocayuva<br />

(páginas 7, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 47 e 59); Sefot/<br />

Secom-CD (página 14); Carolina Braga (página 15); Divulgação/<br />

Fecomércio-PE (página 31); Joanna Marini (página 33); José<br />

Paulo Lacerda (página 34 e 35); Thiago Cristino (página 36);<br />

Felipe Vieira (página 38); Carlos Terra (página 39 e 46); Rodolfo<br />

Stukert (páginas 40 e 41); Roberto Stuckert Filho (página 41);<br />

arquivo pessoal (página 42); Fordesing.com (página 44); Bazzar<br />

Designs (página 45); Alex Paniago (página 48); Dorival Conde<br />

(página 49); Paulo Negreiros (página 52); Brizza Cavalcante/<br />

Agência Camara (página 53); Divulgação/Senac (página 54);<br />

Divulgação/NRF (página 55); Claudio Pedroso (página 56);<br />

Divulgação/Fecomércio-BA (página 57); Divulgação/SESC-AM<br />

(página 58); Divulgação/ABIH (página 60); Adriano Machado/<br />

AFP PHOTO (3ª capa)<br />

Ilustrações:<br />

Carolina Braga (páginas 16, 37, 43 e 56)<br />

Projeto Gráfi co:<br />

Carolina Braga, Marcelo Almeida e Marcelo Vital.<br />

A <strong>CNC</strong> Notícias adota a nova ortografi a.<br />

<strong>CNC</strong> - Rio de Janeiro<br />

Av. General Justo, 307<br />

CEP.: 20021-130<br />

PABX: (21) 3804-9200<br />

2<br />

<strong>CNC</strong> - Brasília<br />

SBN Quadra 1 Bl. B - n° 14<br />

CEP.: 70041-902<br />

PABX: (61) 3329-9500/3329-9501<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

20<br />

Capa 06<br />

Missão cumprida<br />

Emoção na formatura da primeira turma da Escola SESC de<br />

Ensino Médio. Uma despedida em grande estilo para 168 alunos<br />

que apostaram em um projeto inovador, idealizado pelo presidente<br />

do sistema <strong>CNC</strong>-SESC-SENAC, Antonio Oliveira Santos.<br />

2010: Melhor ano para a<br />

economia no Governo Lula<br />

Diretoria da <strong>CNC</strong> faz o tradicional balanço econômico do<br />

ano na última reunião de 2010. O consultor Econômico da<br />

entidade, Ernane Galvêas, afi rmou que, para a economia, o<br />

ano passado foi o melhor dos dois mandatos do ex-<br />

-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.<br />

4 FIQUE POR DENTRO<br />

5 BOA DICA<br />

6 OPINIÃO<br />

8 CAPA<br />

- Eles foram os primeiros...<br />

- Escola SESC pelo olhar da Câmara dos Deputados<br />

16 PESQUISA NACIONAL <strong>CNC</strong><br />

- No fi m de 2010, intenção de consumo cresce e<br />

endividamento desacelera, revelam pesquisas da <strong>CNC</strong><br />

20 REUNIÃO DE DIRETORIA<br />

- No último ano do Governo Lula: números que fi carão na<br />

história<br />

30 ENTREVISTA<br />

- Josias Silva de Albuquerque - Missões empresariais -<br />

um intercâmbio de Negócios


51<br />

34<br />

30<br />

Missões empresariais: um<br />

intercâmbio de negócios<br />

Quinze anos após a primeira viagem empresarial ao exterior, Josias<br />

Silva de Albuquerque, vice-presidente Administrativo da <strong>CNC</strong> e<br />

presidente da Fecomércio-PE, fala em entrevista sobre a tarefa de<br />

organizar missões, com o objetivo de criar oportunidades de negócios<br />

e aproximar agentes produtivos.<br />

Registro em ponto eletrônico<br />

ainda gera impasse na Câmara<br />

Prevista para 1° de março de 2011, a entrada em vigor da Portaria<br />

1.510/2009, que disciplina o Registro do Ponto Eletrônico nas<br />

empresas, pode ser adiada mais uma vez. Debate na Câmara dos<br />

Deputados sobre o assunto mostrou a divergência entre empregadores,<br />

trabalhadores, Justiça e Ministério do Trabalho e Emprego.<br />

Governo veta projeto sobre cadastro<br />

positivo e edita medida provisória<br />

No último dia de seu mandato como presidente, Lula vetou a proposta<br />

sobre o cadastro positivo de clientes, após aprovação do Senado em<br />

dezembro. O Governo editou a nº MP 518/2010, recriando o cadastro<br />

em um novo formato e com alterações importantes.<br />

32 ARTIGO<br />

- Roberto Nogueira Ferreira: Tributação: entendendo as mudanças na<br />

Lei Kandir<br />

- Cid Heraclito de Queiroz: Esperança e Confi ança: O discurso<br />

da presidente Dilma<br />

34 INSTITUCIONAL<br />

- Uso do Registro Eletrônico de Ponto ainda gera impasse<br />

- Conselho Nacional de Imigração comemora iniciativas bem-sucedidas<br />

- Entidades questionam na Justiça efeitos da Portaria 982 do MTE<br />

- Técnicos recebem capacitação para atuar no Legislativo<br />

- CRPS realiza última reunião do ano na <strong>CNC</strong><br />

- Lula fez balanço, registrado em cartório, de oito anos no Governo<br />

43 BENS<br />

- Expectativas mostram um 2011 promissor para o comércio<br />

46 TURISMO<br />

- Câmara de Turismo quer investir em pesquisas sobre demanda setorial<br />

- Conselho de Turismo encerra atividades de 2010 e anuncia novas ações<br />

- Uma visão de 360 graus sobre o turismo<br />

- Membros do Conselho Nacional de Turismo se reúnem com novo<br />

ministro Pedro Novais<br />

SUMÁRIO<br />

49 PRODUTOS <strong>CNC</strong><br />

- SEGS encerra ciclo de 2010 e entrega certifi cados<br />

- <strong>CNC</strong> lança a 39ª edição da Síntese da Economia Brasileira<br />

51 EM FOCO<br />

- Governo veta projeto e edita MP sobre o cadastro positivo<br />

52 SISTEMA COMÉRCIO<br />

- Senac-DF e Ministério Público fecham parceria<br />

- Mesa Brasil atende mais de 1,6 milhão de pessoas em 2010<br />

- Proposta da Fecomércio Minas quer fortalecer<br />

a Contribuição Sindical<br />

- Moda e oportunidade de negócios no 17° Senac Rio Fashion Business<br />

- Federações participam da maior feira mundial do varejo, em Nova York<br />

- SESC-CE recebe Selo de Responsabilidade Cultural<br />

- Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial completa 65 anos<br />

- Fecomércio-BA torna-se Autoridade de Registro de certifi cados digitais<br />

- SESC-AM amplia suas atividades com novas instalações<br />

59 ACONTECEU<br />

60 HOMENAGEM<br />

- Um trabalhador incansável do turismo brasileiro<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

3


FIQUE POR DENTRO<br />

4<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Empresa vai investir em<br />

parques eólicos no Brasil<br />

A ContourGlobal, multinacional do<br />

setor energético, deve investir cerca de<br />

R$ 900 milhões em projetos de parques<br />

eólicos no Brasil em 2011. No próximo<br />

leilão de megawatts, promovido pelo Governo<br />

Federal no segundo semestre, a empresa<br />

planeja adquirir de 200 a 300 MW.<br />

“O Brasil é um dos mercados mais importantes<br />

para a empresa. É o que receberá o<br />

maior aporte de recurso da companhia em<br />

todo o mundo nos próximos anos”, diz<br />

Juan Pablo Gomez, presidente da empresa<br />

para a América Latina. A Contour também<br />

deve investir mais R$ 1 bilhão para projetos<br />

energéticos no País, como as centrais<br />

hidrelétricas em Goiás e um parque eólico<br />

no Rio Grande do Norte. A empresa atua<br />

em 15 países, mas pretende direcionar de<br />

30% a 40% de todo o seu investimento para<br />

o Brasil nos próximos três anos. “Do total<br />

de megawatts gerados pela companhia no<br />

mundo nesse período, 40% serão no Brasil”,<br />

diz Gomez, que também está de olho<br />

em empresas de pequeno e médio portes do<br />

setor de energia renovável. Os primeiros<br />

negócios devem ser fechados já no primeiro<br />

semestre de 2011. O Governo brasileiro<br />

prevê um crescimento de 320% na produção<br />

de energia eólica em todo o País ao<br />

longo da década.<br />

Florianópolis cresce 393% na<br />

preferência dos brasileiros<br />

A cidade de Florianópolis, em Santa<br />

Catarina, é o local que mais cresce na preferência<br />

dos brasileiros, na hora de escolher<br />

um destino para viajar. Segundo uma<br />

pesquisa do site www.hoteis.com, líder no<br />

mercado global de reserva de hospedagens,<br />

em novembro de 2010 a procura pela<br />

capital catarinense apresentou um crescimento<br />

de 393% em relação ao mesmo mês<br />

de 2009. Isso signifi ca que os brasileiros<br />

estão querendo cada vez mais apreciar as<br />

paisagens e os festivais que acontecem<br />

na cidade. Florianópolis fi cou à frente de<br />

lugares como Flórida (EUA), Florença<br />

(Itália) e Bariloche (Argentina). Dentre os<br />

destinos brasileiros que mais crescem na<br />

preferência dos turistas estão, ainda, Ipojuca<br />

(Pernambuco), Gramado (Rio Grande<br />

do Sul), Balneário Camboriú (Santa Catarina),<br />

Porto Seguro, Costa do Sauípe e Itacaré<br />

(Bahia).<br />

2010: um ótimo ano para o Facebook e<br />

para o seu criador, Mark Zuckerberg<br />

Bilionário mais jovem do mundo, Mark Zuckerberg foi escolhido<br />

como a personalidade de 2010 pela revista Time “por conectar<br />

mais de meio bilhão de pessoas e mapear as relações sociais entre<br />

elas, por criar um novo sistema de troca de informações e por<br />

mudar a maneira como vivemos nossas vidas”, segundo a revista.<br />

Com mais de 500 milhões de usuários, o Facebook terminou o<br />

ano avaliado em US$ 50 bilhões e foi considerado a melhor empresa<br />

para se trabalhar. O site se tornou o terceiro mais acessado<br />

do mundo, atrás do Google e da Microsoft, mas já é o portal<br />

mais visitado dos Estados Unidos. Zuckerberg teve sua fortuna<br />

avaliada em US$ 6,9 bilhões e foi escolhido pela revista Forbes<br />

como uma das 68 pessoas mais poderosas do mundo. Ele ainda<br />

foi o tema central de A rede social, fi lme que conta a história<br />

da criação do Facebook e que é o favorito para os prêmios da<br />

crítica americana de cinema, como o Oscar e o Globo de Ouro.


Parem de falar mal da rotina:<br />

sucesso dos palcos vira livro<br />

Em 2002, a atriz Elisa Lucinda estreou a peça<br />

Parem de falar mal da rotina, trazendo situações<br />

do cotidiano que mostram como as pessoas agem<br />

sabotando seus relacionamentos, interações e a<br />

própria autoestima. A montagem se tornou sucesso<br />

de público e crítica e foi encenada em várias<br />

partes do Brasil e do mundo. A repercussão da<br />

história nos palcos levou a atriz, que também é<br />

escritora e cantora, a transformar a peça em livro,<br />

lançado pela editora Leya, através do selo Lua de<br />

Papel. Assim como na peça, Lucinda mostra no<br />

livro que podemos encontrar felicidade e alegria<br />

observando as atitudes simples e as pequenas coisas.<br />

Os capítulos do livro levam títulos de obras<br />

de cinema, TV, teatro e literatura, como Assim caminha<br />

a humanidade e Faça a coisa certa.<br />

Como combater as<br />

perdas no varejo<br />

O sucesso das vendas<br />

no comércio varejista<br />

depende de inúmeros fatores,<br />

mas um dos mais<br />

importantes é a prevenção<br />

de perdas. No livro<br />

Ganhar mais perdendo<br />

menos – Como combater<br />

as perdas no varejo,<br />

da Editora Senac-DF,<br />

João Carlos da Lapa ressalta a importância<br />

de combater as perdas, já que elas<br />

podem afetar – e muito – o lucro fi nal da<br />

empresa. O autor aborda desde noções<br />

básicas até dicas de como implantar um<br />

efi ciente programa em uma rede de lojas.<br />

O livro também traz estatísticas e casos<br />

reais para ajudar o empresário a compreender<br />

melhor os benefícios que evitar<br />

as perdas pode trazer.<br />

BOA DICA<br />

Obrigado pela informação<br />

que você não me deu<br />

Comunicar-se bem se tornou uma<br />

habilidade indispensável a um bom profi<br />

ssional. Para isso, a qualidade da informação<br />

e a clareza na sua transmissão<br />

são requisitos que podem determinar o<br />

sucesso ou o fracasso de um negócio<br />

ou ideia. No livro Obrigado pela informação<br />

que você não me deu, da editora<br />

Campus, o especialista Normann Kestenbaum<br />

explica a importância da comunicação<br />

na gestão empresarial, eliminando<br />

o excesso<br />

de informação e<br />

mostrando como<br />

lidar com problemas<br />

típicos<br />

da geração multitarefa:<br />

a falta<br />

de tempo e o<br />

desvio constante<br />

de atenção.<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

5


OPINIÃO<br />

6<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Por volta dos anos 1960, Theodore<br />

Schultz elaborou o conceito de<br />

capital humano, e os estudos dele<br />

derivados valeram-lhe, em 1979, o prêmio<br />

Nobel de Economia. Em síntese, esse conceito<br />

signifi ca um valor agregado ao ser<br />

humano pelos gastos em educação e saúde.<br />

Uma população que dispõe de um bom<br />

sistema educacional e bom grau de higidez<br />

tem pessoas com alta capacidade produtiva,<br />

qualquer que seja a atividade a que<br />

venham a se dedicar.<br />

Essa referência ao conceito de capital<br />

humano revela-se oportuna, em função dos<br />

últimos resultados do Programa Internacional<br />

de Avaliação de Alunos (PISA, em<br />

inglês), que, em um conjunto de 65 países,<br />

coloca o Brasil na 53ª posição, em aparente<br />

descompasso com sua posição no ranking<br />

das economias mundiais. Nas comparações<br />

internacionais, medidas pelo PIB<br />

expresso em dólares, a dimensão do<br />

PIB brasileiro coloca a economia nacional<br />

como a 8ª potência econômica mundial.<br />

O Pisa é um programa de avaliação<br />

internacional da qualidade da educação,<br />

desenvolvido pela Organização para a Cooperação<br />

e Desenvolvimento Econômico<br />

(OECD), ao qual o Brasil aderiu no ano<br />

2000. Visa medir o rendimento escolar,<br />

em matemática, ciências e leitura, dos alunos<br />

da faixa etária de 15 anos, com o pres-<br />

Educação e<br />

desenvolvimento<br />

nacional<br />

suposto de que, nessa idade, ao término do<br />

ensino fundamental, encerra-se o primeiro<br />

ciclo do ensino básico.<br />

Não obstante a baixa classifi cação atribuída<br />

ao Brasil pelo mais recente inquérito<br />

Pisa, houve, entre 2000 e 2009, avanços<br />

importantes nos três campos objeto da<br />

comparação internacional. Tomando-se<br />

como referência o valor 500, como o da<br />

média dos países da OECD, nosso país,<br />

tendo como ponto de partida o valor 250,<br />

avançou em matemática para 380, em<br />

leitura para 420 e em ciências para 410.<br />

Foram avanços substanciais, sem dúvida,<br />

mas que não se traduziram em modifi cação<br />

importante na classifi cação ordinal, porque<br />

outros países também avançaram na<br />

educação básica.<br />

No inquérito de 2009, teve mais ênfase<br />

a capacidade de leitura. Novamente tendo-<br />

-se como referência a média dos países da<br />

OECD, com o valor 100, nosso país fi cou<br />

na metade do caminho, com 50. Comparando-se<br />

com países da nossa região, essa<br />

notação de 50 é inferior à da Argentina e<br />

à do Peru e superior à de Chile, México,<br />

Uruguai e Colômbia.<br />

Seja como for, visto do ângulo global,<br />

aos olhos do Pisa o desempenho dos estudantes<br />

brasileiros continua medíocre. Surge,<br />

então, uma questão intrigante. Como<br />

pode o País, em seu conjunto, ter um capi-


tal humano de pouca qualidade e, ao mesmo<br />

tempo, ter uma projeção econômica<br />

internacional que o coloca entre as grandes<br />

economias emergentes?<br />

As respostas estão, certamente, centradas<br />

no tamanho de sua população. Entre<br />

190 milhões de habitantes, há um processo<br />

“darwiniano” de seleção natural de indivíduos,<br />

capazes até de superar condições socioeconômicas<br />

adversas para avançar até o<br />

ensino superior. Nesse mesmo contingente<br />

populacional de 190 milhões, há de haver<br />

uma percentagem, ainda que relativamente<br />

pequena, de pessoas com alto quociente<br />

de inteligência (QI), com testes de avaliação<br />

da capacidade cognitiva acima de 120,<br />

compondo, assim, massa crítica para aquisição<br />

de competência nas diversas áreas do<br />

conhecimento.<br />

São esses indivíduos que passam pelos<br />

bancos das universidades e escolas federais,<br />

estaduais e particulares de primeira<br />

linha e que, nos laboratórios, no campo ou<br />

nas linhas de produção industrial e nos serviços,<br />

explicam a dimensão alcançada pelo<br />

nosso PIB, hoje estimado em dois trilhões<br />

de dólares. E que, em certos domínios, nos<br />

situam nas fronteiras do conhecimento,<br />

como no caso de decifrar o código genético,<br />

do processo singular de enriquecimento<br />

de urânio, da engenharia genética aplicada<br />

à agropecuária, da exploração de petróleo<br />

Antonio Oliveira Santos<br />

Presidente da Confederação Nacional do<br />

Comércio de Bens, Serviços e Turismo<br />

e gás em águas profundas ou das técnicas<br />

construtivas das grandes barragens.<br />

A julgar pelos resultados do Pisa, nossa<br />

defi ciência no campo educacional está traduzida<br />

naqueles que, apesar de ultrapassar<br />

os anos do ensino fundamental, vencendo a<br />

evasão escolar, não conseguem bom desempenho<br />

ao fi nal do ensino médio. E isso tem<br />

travado o acesso ao nível superior.<br />

O que o Pisa indica com maior clareza,<br />

uma vez que o acesso às universidades e<br />

a grandes escolas não é necessariamente o<br />

objetivo fi nal de cada indivíduo, é que nossa<br />

debilidade maior está na formação dos<br />

chamados “quadros médios”, peça importante<br />

no conjunto do capital humano.<br />

Nesse sentido, foi alentadora, no discurso<br />

de posse da presidente Dilma Rousseff,<br />

a afi rmação que fez, certamente referindo-<br />

-se ao ensino básico, de que a autoridade<br />

maior em matéria de ensino é o próprio<br />

professor. Essa é uma indicação de que o<br />

Governo pretende recuperar, nesse nível<br />

de ensino, a dignidade do exercício do magistério.<br />

Como também parece promissora<br />

a proposta, agora apresentada pelo ministro<br />

da Educação no sentido de um ensino<br />

médio em tempo integral, completando o<br />

tempo dedicado ao ensino das matérias tradicionais<br />

com o ensino profi ssionalizante,<br />

como já vem ocorrendo na Escola SESC<br />

de Ensino Médio.<br />

OPINIÃO<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

7


CAPA<br />

8<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Eles foram os<br />

primeiros...


Chega ao fi m a jornada da primeira turma a ingressar<br />

na Escola SESC de Ensino Médio, a escola-residência<br />

que, instalada no Rio de Janeiro, nasceu com a missão<br />

de oferecer um ensino de excelência preparatório para o<br />

ingresso na educação superior. E tem início, por meio do<br />

SESC, uma etapa revolucionária na educação brasileira.<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

CAPA<br />

9


CAPA<br />

10<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Noite de gala para<br />

uma despedida em<br />

grande estilo<br />

Quando atravessaram o teatro da<br />

Escola SESC de Ensino Médio,<br />

no último dia 8 de dezembro de<br />

2010, a caminho do palco em que receberiam<br />

seus diplomas de conclusão de mais<br />

uma etapa de suas vidas acadêmicas, a<br />

impressão que passavam era a de serem<br />

pequenos adultos.<br />

Com passos fi rmes, sorriso no rosto e<br />

lágrimas que teimavam em descer pelas<br />

bochechas, aqueles 168 alunos, esbanjando<br />

confi ança, eram bem diferentes dos jovens<br />

que, em 2008, haviam chegado à escola<br />

trazendo na bagagem um misto de euforia<br />

pelas descobertas e medo do desconhecido.<br />

É evidente que três anos na vida de<br />

pós-adolescentes fazem muita diferença,<br />

mas, mais do que terem substituído tênis e<br />

mochilas, característicos da idade, por ternos,<br />

salto alto e maquiagem, como mandava<br />

a ocasião solene, os alunos da primeira<br />

turma da escola-residência eram o retrato<br />

mais perfeito da transformação que um<br />

projeto desse porte é capaz de promover.<br />

Ou, em outras palavras,<br />

do poder da Educação<br />

sobre uma sociedade.<br />

No livro de formatura,<br />

intitulado (Co)memorando...<br />

eles foram os primeiros,<br />

o depoimento da<br />

brasiliense Daniele Saluti<br />

Ernane Galvêas, Graça<br />

e Antonio Oliveira<br />

Santos, Claudia<br />

Fadel, Cid Heraclito<br />

de Queiroz e Bernardo<br />

Cabral, na formatura<br />

da Escola SESC<br />

Em meio a muita emoção, Escola SESC de Ensino<br />

Médio forma a primeira turma de alunos<br />

mostra que até mesmo os alunos, no auge<br />

das transformações típicas da idade, reconheciam<br />

e valorizavam a riqueza do período<br />

vivido na Escola: “Três anos mudam<br />

muito uma pessoa... ainda mais três anos<br />

vividos com tanta intensidade”. E quem ali<br />

duvidaria disso?<br />

Na plateia, pais e familiares aplaudiam,<br />

eufóricos, entre lágrimas. A música nos alto-<br />

-falantes contribuía com o clima: “estamos<br />

indo de volta pra casa”. A emoção tomava<br />

conta também dos funcionários da instituição,<br />

de diretores e executivos da <strong>CNC</strong>,<br />

do SESC e do Senac, além de fi guras ilustres,<br />

como os ex-ministros Ernane Galvêas<br />

e Bernardo Cabral. Sentados nas primeiras<br />

fi leiras, os diretores-gerais do SESC, Maron<br />

Emile Abi-Abib, e do Senac, Sidney Cunha,<br />

que acompanharam de perto a formação e<br />

o desenvolvimento desses jovens – os Departamentos<br />

Nacionais das duas entidades<br />

funcionam ao lado do campus da Escola,<br />

onde muitas atividades eram realizadas –,<br />

comportavam-se como pais adotivos.


Entre os presentes, acompanhado da<br />

família e visivelmente orgulhoso, o idealizador<br />

do projeto: Antonio Oliveira Santos,<br />

um homem de negócios que, no comando<br />

do Sistema <strong>CNC</strong>-SESC-SENAC, há anos<br />

vem investindo pesadamente em Educação,<br />

e que, como comentam os funcionários<br />

do Sistema, teve a coragem de apostar<br />

em um <strong>sonho</strong> – o ambicioso projeto de<br />

criar uma escola de excelência, destinada<br />

a fi lhos de comerciários, que funcionasse<br />

em horário integral e oferecesse, além<br />

das disciplinas regulares do ensino médio,<br />

formação profi ssionalizante, reunindo em<br />

um mesmo local estudantes de todo o País,<br />

para promover a integração social por<br />

meio da diversidade cultural. Uma aposta<br />

calcada na confi ança dos pais dos alunos e<br />

chancelada pela marca SESC. Para todos,<br />

a formatura desses alunos pioneiros era o<br />

coroamento de uma vitória.<br />

“É curioso como no começo de tudo<br />

pensamos sobre o fi nal de uma maneira diferente<br />

de quando realmente chegamos ao<br />

fi m.” O pensamento de Leticia Bastos, do<br />

Rio Grande do Sul, certamente era o mesmo<br />

de todos ali.<br />

A cerimônia, que, como tudo por lá, foi<br />

organizada pelos próprios alunos, com a<br />

orientação e a supervisão de professores e<br />

diretores, teve início com a apresentação<br />

de um vídeo em que os formandos mostravam,<br />

em meio a um mosaico de imagens,<br />

rostos e sotaques, a trajetória do grupo ao<br />

longo dos últimos três anos e destacavam<br />

o quanto o convívio com a diversidade de<br />

culturas, sotaques e experiências havia<br />

sido fundamental para a formação individual.<br />

Quatro alunos, escolhidos pelos próprios<br />

formandos, apresentaram o início da<br />

formatura. A diretora da Escola, Claudia<br />

Fadel, extremamente emocionada, classifi<br />

cou a noite como sendo de “conquista e<br />

realização”, e afi rmou que a primeira turma<br />

carregaria consigo o orgulho de ter fundado<br />

um projeto pioneiro, ousado e grandioso.<br />

“A missão de mudar o mundo está<br />

lançada”, disse. Em seu discurso, Claudia<br />

leu um texto escrito pelo aluno Geraldo<br />

Pereira Neto, de Minas Gerais, que ressaltava<br />

a dedicação da turma fundadora da<br />

instituição: “Este modelo é único no mundo,<br />

o que torna a nossa responsabilidade<br />

igualmente única; e, com certeza, todos<br />

nós aprendemos muito”, afi rmou.<br />

Convidado pela diretora, Oliveira<br />

Santos também subiu ao palco, de onde<br />

parabenizou os pais por “terem aberto o<br />

mundo aos seus fi lhos” – uma referência<br />

e um agradecimento por terem acreditado<br />

na proposta da instituição. E, em seguida,<br />

pediu licença à plateia para se dirigir aos<br />

alunos: “Vocês tomaram uma decisão difícil<br />

ao deixarem para trás a família, a casa,<br />

os amigos. Vieram em busca do desconhecido<br />

e, hoje, veem que foi uma escolha<br />

correta. Vocês são o orgulho desta escola,<br />

e eu tenho certeza de que, muito mais do<br />

que conhecimento acadêmico, todos levarão<br />

daqui valores como ética, respeito ao<br />

próximo e generosidade – características<br />

fundamentais para orgulhar não só a mim,<br />

CAPA<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

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CAPA<br />

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<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

os diretores desta escola ou as famílias de<br />

vocês, mas sobretudo a sociedade”. Em<br />

retribuição à experiência proporcionada a<br />

quase duas centenas de alunos, Oliveira<br />

Santos recebeu uma homenagem das mãos<br />

do aluno Geraldo Pereira, que, em nome de<br />

todos, agradeceu pela transformação que a<br />

Escola SESC promoveu na vida daqueles<br />

jovens, que, naquela noite, concluíam uma<br />

etapa importante de sua trajetória escolar.<br />

O tom despojado marcou a noite do início<br />

ao fi m, mas a solenidade de formatura<br />

seguiu todos os ritos protocolares: homenagens,<br />

juramento, entrega de diploma e<br />

foto ofi cial – com direito a lágrimas e abraços<br />

apertados. Os alunos falaram muito sobre<br />

a diversidade de sotaques e culturas, de<br />

vidas e aprendizados. E de <strong>sonho</strong>s, como o<br />

do goiano Deivid Mendonça, que diz que<br />

seu nome poderia ser “Garoto Sonhador”:<br />

“Numa das aventuras sonhadas, cheguei<br />

aqui”. “A Escola SESC foi um capítulo de<br />

extrema coragem e superação no meu livro<br />

da vida”, resumiu a experiência a também<br />

goiana Ana Flávia Montes.<br />

No encerramento, uma mensagem especialmente<br />

preparada pelo senador Cristovam<br />

Buarque. Admirador do projeto, o<br />

educador esteve presente na inauguração<br />

da Escola SESC, em 2008, e desde então<br />

profere as palestras de abertura do ano letivo.<br />

Como não pôde estar presente à solenidade<br />

por compromissos de trabalho,<br />

Buarque encaminhou sua mensagem aos<br />

estudantes em vídeo. Ele parabenizou os<br />

estudantes e lhes agradeceu pela oportunidade<br />

de ver <strong>realizado</strong> “um milagre em educação”.<br />

“O que a gente precisa para mudar<br />

o Brasil é fazer 200 mil escolas como<br />

a Escola SESC de Ensino Médio. Vocês<br />

têm a obrigação de trabalhar para que as<br />

outras escolas sejam as melhores possíveis<br />

e para levar ao País algo que aprenderam<br />

aqui: que a escola pode ser a mesma para<br />

o fi lho do rico e do pobre, para quem mora<br />

em Rondônia, em Recife ou em qualquer<br />

lugar do País”, disse, acrescentando que,<br />

por conta do grupo idealizador daquela<br />

instituição e do empenho dos alunos, estava<br />

constatado “que um <strong>sonho</strong> da mais alta<br />

qualidade em educação é possível”.<br />

As comemorações se estenderam até a<br />

madrugada, no espaço da piscina do Departamento<br />

Nacional do SESC, onde aconteceu<br />

o baile de formatura.<br />

Pioneirismo, a marca da Escola SESC<br />

A escola-residência, um projeto pedagógico<br />

pioneiro no Brasil, recebe alunos<br />

de todos os Estados, principalmente fi lhos<br />

de comerciários, e tem uma proposta inédita<br />

no País: oferecer um ensino médio de<br />

excelência, capaz de preparar os estudantes<br />

para o ingresso no ensino superior. Em<br />

parceria com o Senac, a Escola SESC também<br />

oferece cursos de educação profi ssional.<br />

Para entrar, os candidatos passam por<br />

provas realizadas nos regionais do SESC<br />

de todo o País – o número de vagas varia<br />

de acordo com o tamanho do estado.<br />

Os alunos moram em uma vila especialmente<br />

construída para eles, dividida em<br />

área de meninas e de meninos, composta<br />

de quatro edifícios de três andares cada e<br />

dormitórios para dois ou três jovens. Os<br />

prédios contam com salas de estudo, copa,<br />

lavanderia e salas de convivência com jogos,<br />

aparelhos de som, TV e DVD. Em<br />

cada edifício mora um professor com sua


família – todos são também residentes, e<br />

os demais ocupam uma outra vila com 56<br />

apartamentos de três quartos.<br />

A estrutura da Escola SESC de Ensino<br />

Médio, com 131 mil metros quadrados e<br />

capacidade para 500 alunos, oferece, ainda,<br />

biblioteca, ginásio coberto, piscina<br />

semiolímpica, campo de futebol, quadras<br />

poliesportivas, salas de dança, ginástica e<br />

musculação. A escola é equipada com uma<br />

rede de internet sem fi o que cobre todo o<br />

campus, e os alunos recebem notebooks<br />

pessoais com acesso à rede para auxiliar<br />

nas pesquisas e tarefas escolares.<br />

As atividades extracurriculares são<br />

muitas e têm a adesão em massa dos estudantes.<br />

Em três anos de convívio intenso,<br />

no qual formaram uma verdadeira nova<br />

família, os alunos desta primeira turma<br />

participaram de diversos projetos, como<br />

torneios esportivos, mostras de teatro, festivais<br />

publicitários, concursos de poesia e<br />

festivais de música. Além disso, criaram e<br />

administraram um grêmio estudantil, uma<br />

orquestra, um coral, blogs, um jornal, um<br />

centro de memórias, que reúne fotografi as<br />

de acontecimentos dentro e fora da instituição,<br />

e participaram de projetos sociais<br />

nas comunidades vizinhas à escola.<br />

Os alunos também fi zeram passeios culturais:<br />

um grupo passou 15 dias na cidade<br />

de Boise, nos Estados Unidos, graças a um<br />

programa de intercâmbio fechado com a<br />

Riverstone International School; outro visitou<br />

as instalações do Instituto Tecnológico<br />

da Aeronáutica (ITA), em São José dos<br />

Campos, interior de São Paulo; e um terceiro<br />

participou, junto com os “imortais”,<br />

de um chá na Academia Brasileira de Letras.<br />

Para o trabalho de conclusão de curso,<br />

A diretora da<br />

Escola, Claudia<br />

Fadel, era<br />

uma das mais<br />

emocionadas. “A<br />

missão de mudar<br />

o mundo está<br />

lançada”, disse,<br />

em discurso.<br />

os alunos aproveitaram uma visita à Estância<br />

Ecológica SESC Pantanal, em Barão<br />

de Melgaço, Mato Grosso, destinada a<br />

estudos interdisciplinares, e produziram a<br />

Revista Pantanal, com entrevistas, artigos,<br />

reportagens e fotos sobre o tema biodiversidade.<br />

E, por meio de encontros e palestras<br />

promovidos pela Escola, conheceram<br />

personalidades, como os ex-ministros da<br />

Fazenda, Ernane Galvêas, e da Justiça,<br />

Bernardo Cabral, o ministro da Educação,<br />

Fernando Haddad, o acadêmico e gramático<br />

Evanildo Bechara, o escritor Luis<br />

Fernando Veríssimo, a cantora e escritora<br />

Adriana Calcanhoto e ídolos como o jogador<br />

de futebol Zico e a atriz Malu Mader.<br />

Edgar Morin, o famoso sociólogo e educador<br />

francês, e o astronauta brasileiro Marco<br />

Pontes também passaram pela Escola,<br />

transmitindo e trocando experiências com<br />

os alunos e aprendendo com<br />

eles um pouco sobre os ensinamentos<br />

extraclasse que a vida<br />

numa escola-residência tão<br />

multicultural proporciona.<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

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CAPA<br />

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<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

No dia 5 de novembro de 2010, a<br />

TV Câmara exibiu, no programa<br />

Câmara Ligada, uma reportagem<br />

sobre a Escola SESC de Ensino Médio,<br />

situada na Barra da Tijuca, na cidade do<br />

Rio de Janeiro. A Câmara dos Deputados<br />

mostrou o cotidiano dos alunos na<br />

escola, longe de seus pais e responsáveis<br />

por si mesmos. Exibiu relatos de<br />

estudantes, que explicaram suas atividades<br />

diárias, desde acordar, arrumar a<br />

cama, estudar, praticar atividades físicas,<br />

até afazeres domésticos, como lavar e<br />

guardar suas roupas.<br />

Professores também contaram suas experiências<br />

de trabalhar no local onde residem<br />

– uma convivência permanente com seus<br />

alunos que resulta em uma especial troca<br />

de conhecimentos.<br />

Escola SESC pelo<br />

olhar da Câmara<br />

dos Deputados<br />

TV Câmara visitou por dois dias a Escola<br />

SESC de Ensino Médio e a exibiu como<br />

exemplo de nova educação juvenil<br />

A revista <strong>CNC</strong> Notícias entrevistou<br />

o produtor do programa, Guilherme<br />

Bacalhao, que, ao contar sua primeira<br />

experiência dentro de uma escola-residência,<br />

se disse impressionado ante a<br />

estrutura da Escola.<br />

O programa Câmara Ligada esteve<br />

na Escola SESC de Ensino Médio,<br />

na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro,<br />

no fi nal de 2010. Qual o<br />

motivo da visita?<br />

Visitamos a escola com o objetivo de<br />

conhecer a proposta de ensino adotada.<br />

A reportagem produzida foi veiculada no<br />

Câmara Ligada, programa televisivo semanal<br />

da TV Câmara. Cada edição sempre<br />

aborda um tema relacionado à juventude.<br />

O foco do programa que abordou a<br />

Escola SESC foi a educação do século<br />

XXI. O programa pode ser visualizado<br />

no www.camaraligada.com.br<br />

Qual a sua opinião, e dos demais que<br />

estiveram lá, sobre a Escola SESC, em<br />

geral? Você já esteve em alguma escola<br />

com essas características antes?<br />

Foi a primeira vez que conheci<br />

uma escola-residência. A estrutura e<br />

os investimentos na escola impressionaram<br />

a equipe.<br />

Equipe do Programa<br />

Câmara Ligada<br />

no estúdio da TV<br />

Câmara, em Brasília


Qual diferencial apontaria, após<br />

essa experiência com os alunos e professores<br />

da escola? O que mais te chamou<br />

a atenção nessa escola?<br />

Além da estrutura física gigantesca,<br />

o que mais me chamou a atenção<br />

foi a forma como alunos e professores<br />

acreditam e se envolvem com o projeto<br />

educacional. O reduzido número de<br />

alunos por sala de aula também é um diferencial<br />

que contribui para um melhor<br />

aproveitamento do aprendizado.<br />

Em que aspectos os alunos da Escola<br />

SESC se diferenciam dos demais<br />

estudantes no País, segundo sua observação<br />

ao entrevistá-los?<br />

Os alunos estão convictos de que têm<br />

acesso a um ensino de primeira qualidade.<br />

É certo que o acesso a um ensino de<br />

qualidade propicia o desenvolvimento<br />

das potencialidades individuais de cada<br />

estudante e, consequentemente, contribui<br />

para a construção de um elevado sentimento<br />

de autoestima.<br />

Qual a sua opinião sobre esse novo modelo<br />

de ensino em período integral? Você<br />

acredita que ele serviria de exemplo e base<br />

Vista panorâmica<br />

da Escola SESC de<br />

Ensino Médio, na<br />

Barra da Tijuca,<br />

Rio de Janeiro.<br />

Abaixo, turma de<br />

estudantes em<br />

aula prática.<br />

para modifi cações no padrão de ensino<br />

atual no País? Como?<br />

Creio que os investimentos necessários<br />

à implementação da Escola SESC de<br />

Ensino Médio difi cultam a adoção desse<br />

modelo em escala nacional. Apesar<br />

disso, investir em um ensino integral de<br />

qualidade é garantir a existência da mobilidade<br />

social. Para sermos uma sociedade<br />

realmente democrática, o fi lho da<br />

empregada doméstica e o fi lho do patrão<br />

precisam ter acesso a condições idênticas<br />

de realização profi ssional. Somente a<br />

existência de um ensino público e gratuito<br />

de qualidade pode garantir isso.<br />

CAPA<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

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PESQUISA NACIONAL <strong>CNC</strong><br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

No fim de 2010, intenção<br />

de consumo cresce e<br />

endividamento desacelera,<br />

revelam pesquisas da <strong>CNC</strong><br />

É inegável que, ano passado, o comércio teve um desempenho<br />

estupendo, considerando-se todos os movimentos da<br />

economia brasileira. A Divisão Econômica da <strong>CNC</strong> prevê um<br />

crescimento de 11,2% para 2010. E os resultados do primeiro<br />

ano de realização das Pesquisas Nacionais de Intenção de<br />

Consumo das Famílias (ICF-Nacional) e Endividamento e<br />

Inadimplência do Consumidor (PEIC-Nacional) mostram<br />

que o futuro é promissor: crescendo desde maio de 2010, a<br />

ICF voltou a registrar novo patamar recorde em dezembro, o<br />

terceiro consecutivo,<br />

encerrando o ano em<br />

143,4 pontos. Já<br />

a Peic mostra<br />

que o nível de<br />

endividamento<br />

das famílias<br />

brasileiras<br />

apresentou queda em<br />

dezembro, e o percentual<br />

daquelas com contas em atraso<br />

e que não terão condições de<br />

pagar suas dívidas também apresentou<br />

desaceleração no último mês do ano.


ICF: consumo das<br />

famílias avança de<br />

forma persistente<br />

Todos os sete componentes da Intenção<br />

de Consumo das Famílias<br />

(ICF) apresentaram crescimento<br />

em dezembro, na comparação com o<br />

mês anterior.<br />

Mereceram maiores destaques os<br />

itens relativos a nível de consumo atual<br />

(+5,1%), perspectiva profi ssional (+4,9%)<br />

e percepção mais favorável para aquisição<br />

de bens duráveis (+3,1%). Mesmo<br />

os subitens que apresentaram variações<br />

menos expressivas, como condições de<br />

compra a prazo e perspectiva de consumo<br />

(ambos aos 156,1 pontos) ainda dominam<br />

a percepção favorável por parte das<br />

famílias brasileiras.<br />

De acordo com a Divisão Econômica<br />

da <strong>CNC</strong>, os resultados praticamente confi<br />

rmam a percepção de que 2010, de fato,<br />

será o ano com maior crescimento das<br />

vendas do varejo na década, superando os<br />

9,7% verifi cados em 2007. No acumulado<br />

do ano o varejo cresce confortavelmente<br />

acima desse ritmo e deverá encerrar 2010<br />

com alta de 11,2%. O economista Fábio<br />

Bentes, responsável pela análise dos dados,<br />

destaca que o crédito, alongado a cus-<br />

tos historicamente baixos, associado à<br />

elevação dos ganhos reais no mercado<br />

de trabalho, complementa o cenário<br />

favorável ao consumo. “A ICF registrou<br />

a oitava alta e o terceiro recorde<br />

consecutivo. Parte desse resultado se<br />

deve a um efeito sazonal decorrente<br />

do 13º salário no bolso dos consumidores.<br />

Ainda assim, as variáveis que<br />

condicionam o consumo mantêm tendência<br />

persistente de alta. Todos os subitens apresentaram<br />

crescimento ante o mês anterior”,<br />

explica o economista.<br />

No mês, a elevação da ICF se deu de<br />

forma homogênea entre os cortes de renda,<br />

Consumo atual:<br />

Crescimento acima da média da ICF<br />

Não sabe /<br />

não respondeu<br />

0,8 %<br />

Maior<br />

43,6 %<br />

PESQUISA NACIONAL <strong>CNC</strong><br />

uma vez que as famílias com renda até 10<br />

salários mínimos e aquelas com renda superior<br />

a este patamar apresentaram a mesma<br />

taxa de variação (+3,1%). De forma<br />

semelhante, os dados regionalizados acusaram<br />

uma baixa dispersão de crescimento<br />

entre as regiões pesquisadas, com taxas<br />

que variaram de +2,4% (Norte) a +3,7%<br />

(Centro-Oeste). Contudo, foram as regiões<br />

Sudeste (+2,9%) e Nordeste aquelas<br />

que mais contribuíram para a alta da ICF<br />

(71,0% do crescimento do mês).<br />

Consumo atual:<br />

acima da média<br />

Para 43,6% das famílias brasileiras, a<br />

satisfação com o consumo em dezembro<br />

é maior que há um ano. Em novembro<br />

essa parcela correspondia a 39,6% dos<br />

pesquisados. Apesar de esse componente<br />

da ICF ser o que apresenta o menor<br />

patamar na pesquisa (120,5 pontos), sua<br />

variação ao longo de 2010 (+12,3%)<br />

só não é maior que a da perspectiva de<br />

consumo (+12,8%).<br />

Menor<br />

23,1 %<br />

Igual ao<br />

ano passado<br />

32,6 %<br />

Fonte: Pesquisa direta <strong>CNC</strong><br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

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PESQUISA NACIONAL <strong>CNC</strong><br />

18<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Síntese dos resultados – ICF<br />

Indicador Nov./10 Dez./10 Var.%<br />

Emprego atual 135,7 139,6 +2,9%<br />

Perspectiva profissional 130,8 137,2 +4,9%<br />

Renda atual 149,4 151,1 +1,2%<br />

Compra a prazo 151,5 156,1 +3,0%<br />

Nível de consumo atual 114,7 120,5 +5,1%<br />

Perspectiva de consumo 152,4 156,1 +2,4%<br />

Momento para duráveis 139,1 143,3 +3,1%<br />

ICF 139,1 143,4 +3,1%<br />

A alta de 5,1% no último mês foi<br />

significativamente influenciada pela<br />

alta de 6,8% na avaliação das famílias<br />

mais ricas (com renda superior a 10 salários<br />

mínimos). Nos lares mais pobres<br />

houve crescimento de 4,7%. Em termos<br />

regionais o Centro-Oeste se sobressaiu<br />

(+13,1%): nesta região as vendas do varejo<br />

cresceram, no acumulado do ano,<br />

acima da média nacional (+13,1% contra<br />

+11,1%, respectivamente).<br />

Perspectiva profi ssional<br />

ainda favorável<br />

O bom desempenho do mercado de<br />

trabalho contribuiu não apenas para o<br />

avanço da satisfação das famílias em<br />

relação às condições de emprego e renda,<br />

mas também fomentando expectativas<br />

mais favoráveis no curto e médio<br />

prazos. Esse fenômeno, entretanto, tem<br />

sido sustentado pelo otimismo das famílias<br />

mais pobres, já que desde janeiro<br />

esse estrato da pesquisa registra alta<br />

de 2,2% na perspectiva profi ssional, ao<br />

contrário das famílias mais ricas, em que<br />

há recuo de 1,1%.<br />

No levantamento de dezembro, porém,<br />

coube às famílias mais ricas (+7,5%) o<br />

maior impacto sobre as expectativas para<br />

o mercado de trabalho nos próximos seis<br />

meses. À exceção da região Centro-Oeste<br />

(-5,8%), todas as demais áreas pesquisadas<br />

acusaram crescimentos que variaram<br />

de +1,3% (Norte) a +12,3% (Sul).<br />

Fonte: Pesquisa direta <strong>CNC</strong><br />

Não por acaso, o Nordeste é a região que<br />

sustenta o maior patamar nesse subitem<br />

(143,6 contra 137,2 da média nacional).<br />

Segundo as estatísticas do Caged, do Ministério<br />

do Trabalho e Emprego, a região<br />

Nordeste é aquela onde o emprego formal<br />

revela maior crescimento nos últimos 12<br />

meses até dezembro (7,9% contra 6,3%<br />

do Brasil).<br />

Duráveis: maior<br />

facilidade de crédito<br />

A percepção mais favorável para aquisição<br />

de bens duráveis foi impulsionada<br />

pelas famílias da região Sul (+12,2%).<br />

Em termos nacionais, 68,3% das famílias<br />

pesquisadas perceberam o momento<br />

atual como propício ao consumo desse<br />

tipo de bem. Essa percepção melhorou<br />

mais entre as famílias com renda até 10<br />

salários mínimos (+3,2%) do que entre<br />

as demais (2,1%).<br />

“As condições de crédito explicam parcialmente<br />

o comportamento das famílias”,<br />

diz Fábio Bentes.<br />

Além disso, o consumo de bens duráveis<br />

tem se benefi ciado da evolução<br />

dos preços relativos. Tomando-se como<br />

referência o IPCA, a maior parte dos<br />

bens duráveis registraram aumentos de<br />

preços menores que 5,25%, como, por<br />

exemplo, lavadoras de roupas (+2,6%)<br />

e fogões (0,0%). Outros registram defl<br />

ação, como televisores (-19,8%) e<br />

microcomputadores (-10,0%).


PEIC: nível de endividamento<br />

desacelera em dezembro<br />

O nível de endividamento das famílias<br />

brasileiras apresentou queda no último mês<br />

de 2010, como mostra a Pesquisa de Endividamento<br />

e Inadimplência do Consumidor<br />

(PEIC). O levantamento, <strong>realizado</strong> pela<br />

<strong>CNC</strong>, revela, ainda, que o percentual de famílias<br />

com contas em atraso e que não terão<br />

condições de pagar suas dívidas também registrou<br />

desaceleração no mês.<br />

O percentual de famílias endividadas<br />

apresentou queda de 1,5 ponto percentual,<br />

passando de 59,8% para 58,3%. Já as famílias<br />

com contas em atraso registraram uma<br />

queda de 23,5%. E a parcela das famílias que<br />

não terão condições de pagar suas dívidas recuou<br />

de 9,0% para 8,3% em dezembro.<br />

“As condições favoráveis do mercado<br />

de trabalho, as facilidades de aquisição de<br />

crédito e principalmente o recebimento do<br />

13º salário permitiram às famílias reduzir<br />

parte de suas dívidas pendentes”, explica<br />

Bruno Fernandes, economista da Confederação.<br />

Segundo ele, tais fatores proporcionaram,<br />

no último mês do ano, uma<br />

queda da inadimplência e, por outro lado,<br />

mantiveram o crescimento do consumo que<br />

vinha se verifi cando nas últimas pesquisas.<br />

Em dezembro, o percentual de famílias<br />

endividadas com renda até 10 salários<br />

mínimos apresentou queda, passando de<br />

62,2% para 60,6%. As famílias com renda<br />

acima de 10 salários mínimos registraram<br />

certa estabilidade, situando-se em 45,2%.<br />

O percentual de famílias com renda até<br />

10 salários e acima de 10 salários que declararam<br />

ter dívidas ou contas em atraso<br />

também apresentou queda, passando de<br />

26,9% para 25,5% e de 12,9% para 12,2%,<br />

respectivamente. Famílias com até 10 salários<br />

mínimos que não terão condições de<br />

pagar suas contas apresentaram recuo de<br />

10,0% para 9,1%. Já as famílias com renda<br />

Síntese dos resultados – PEIC<br />

Out./10 Nov./10 Dez./10<br />

Total de endividados 58,6% 59,8% 58,3%<br />

Dívidas ou contas em atraso 23,4% 24,8% 23,5%<br />

Não terão condições de pagar 9,5% 9,0% 8,3%<br />

PESQUISA NACIONAL <strong>CNC</strong><br />

acima de 10 salários obtiveram retração de<br />

3,3% para 3,1% em dezembro.<br />

Menos famílias com muitas contas<br />

O percentual de famílias que se consideram<br />

muito endividadas voltou a cair em dezembro,<br />

na comparação com o mês anterior,<br />

registrando 13,3%. A parcela que declarou<br />

estar mais ou menos endividada passou de<br />

22,3% para 22,0%, e a parcela pouco endividada<br />

alcançou 23,0% do total dos endividados.<br />

Os que não possuem dívidas desse<br />

tipo registraram alta, de 39,7% para 40,6%.<br />

Cartão lidera dívidas<br />

Para 71,2% das famílias endividadas, o<br />

cartão de crédito continua sendo apontado<br />

como um de seus principais tipos de<br />

dívida, seguido por carnês (21,9%) e, em<br />

terceiro, fi nanciamento de carro (9,8%).<br />

Para as famílias com renda até 10 salários<br />

mínimos, o cartão de crédito (71,5%), o<br />

carnê (22,5%) e o crédito pessoal (9,6%)<br />

são os principais tipos de dívida apontados.<br />

Já para famílias com renda superior<br />

a 10 salários mínimos, os principais tipos<br />

de dívidas apontados em dezembro<br />

foram: cartão de crédito (68,6%), fi nanciamento<br />

de carro (24,9%) e carnês (17,3%).<br />

Por trimestre, endividamento e<br />

inadimplência avançam<br />

Considerando-se dados trimestrais da sondagem,<br />

tanto o nível de endividamento<br />

quanto o de inadimplência obtiveram aceleração<br />

em relação a períodos anteriores.<br />

Após retração no segundo e terceiro trimestres<br />

de 2010, o percentual de endividados<br />

e o de famílias que não terão condições<br />

de pagar aumentou no últimos três meses<br />

do ano. Ainda assim, as perspectivas para<br />

2011 são otimistas.<br />

Fonte: Pesquisa <strong>CNC</strong><br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 19


REUNIÃO DE DIRETORIA<br />

20<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

No último ano do<br />

Governo Lula, números<br />

que ficarão na história<br />

O<br />

melhor ano econômico do Governo<br />

do presidente Lula. Assim<br />

o consultor econômico da <strong>CNC</strong>,<br />

Ernane Galvêas, defi niu 2010, no já tradicional<br />

balanço apresentado na última reunião<br />

do ano da Diretoria da <strong>CNC</strong>. “Uma<br />

grande surpresa para todos nós”, disse<br />

Galvêas, enfatizando que o cenário que o<br />

Brasil vive hoje é muito diferente daquele<br />

de dezembro de 2009.<br />

Apesar de ter crescido de forma expressiva<br />

em 2007 (6,2%) e 2008 (5,2%),<br />

a economia brasileira sofreu, naquele período,<br />

um forte impacto da crise iniciada no<br />

mercado fi nanceiro dos Estados Unidos. A<br />

partir do último trimestre de 2008, vários<br />

setores, principalmente o industrial, sentiram<br />

o golpe – mais forte do que a “marolinha”<br />

prevista pelo próprio presidente Lula.<br />

“O ano de 2009 é de retração econômica,<br />

não um ano de paralisação”, relembrou<br />

Ernane Galvêas. O Produto Interno Bruto<br />

(PIB) caiu 0,6%, a indústria produziu<br />

menos 6,4% do que no ano anterior e até<br />

mesmo a agricultura cresceu menos, um<br />

setor que há anos vem se desenvolvendo<br />

com números robustos em função do<br />

aumento da produtividade.<br />

Menos atingido do que a indústria,<br />

o comércio também sentiu a crise, mas<br />

conseguiu crescer 5,9% no volume real<br />

de vendas em 2009. Com o desemprego<br />

atingindo 8,4% em abril de 2009 (7,5%<br />

em outubro de 2008), o Governo se viu<br />

forçado a agir, adotando medidas anticíclicas.<br />

Foi aí que o Brasil começou a se descolar<br />

da maioria dos países afetados pela<br />

crise. “Houve uma combinação inusitada<br />

entre política fi scal e política monetária.<br />

Os dois setores, que nem sempre andam<br />

de mãos dadas, trabalharam juntos na<br />

política anticíclica.”<br />

O comércio exterior, classifi cado pelos<br />

economistas como a grande força de impulsão<br />

do crescimento econômico nacional,<br />

teve uma queda de 22,3%. Em 2010,<br />

no entanto, esses problemas foram superados<br />

e, até novembro, já se registrava<br />

mais de 30% de expansão das exportações<br />

brasileiras e um crescimento espantoso de<br />

44% nas importações.<br />

Quando a crise eclodiu nos Estados<br />

Unidos, a primeira reação negativa foi<br />

o corte das linhas de crédito, relembra<br />

Ernane Galvêas. Os bancos pararam de<br />

emprestar, tanto nos Estados Unidos quanto<br />

no Brasil. Houve um vácuo de US$ 50<br />

bilhões no comércio exterior, com repercussão<br />

em toda a economia. Mas o Banco<br />

Central cobriu as linhas de fi nanciamento<br />

que foram cortadas nos Estados Unidos,<br />

além de reduzir em R$ 150 bilhões os depósitos<br />

compulsórios dos bancos, criando<br />

uma liquidez adicional.


A atuação do Banco Central na garantia<br />

da liquidez dos bancos e na manutenção<br />

das condições de crédito foi<br />

decisiva. Em outra frente, o Governo<br />

reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados<br />

(IPI) para bens de consumo<br />

como automóvel, televisão e geladeira.<br />

“Esse conjunto de medidas, trabalhado<br />

com bastante efi ciência, fez com que<br />

atravessássemos a crise de 2009 sem o<br />

aprofundamento da retração, como nos<br />

Estados Unidos e na Europa”, observou<br />

o Consultor da <strong>CNC</strong>.<br />

O fator China também ajudou o Brasil.<br />

O comércio com o país asiático vem<br />

se intensifi cando ano a ano, e a forte demanda<br />

chinesa por produtos agropecuários<br />

e minérios infl uenciam diretamente o<br />

volume das exportações brasileiras. Mas<br />

o aumento do preço das commodities no<br />

mercado externo, ao mesmo tempo em<br />

que benefi cia os exportadores, gera uma<br />

tendência de elevação dos preços também<br />

internamente. “Esse é o grande problema<br />

com que estamos convivendo e,<br />

possivelmente, vai ser o maior problema<br />

a ser administrado pela presidente Dilma<br />

Rousseff. A infl ação passa a ser a grande<br />

prioridade do Governo”, disse Ernane<br />

Galvêas, lembrando a importância do<br />

equilíbrio das contas públicas e da redução<br />

dos gastos de custeio do Governo.<br />

REUNIÃO DE DIRETORIA<br />

“O Governo brasileiro está se descuidando<br />

em matéria fi scal”, alertou Galvêas,<br />

embora ressaltando que não vê algo<br />

parecido ao que aconteceu aos Estados<br />

Unidos, que hoje têm sérios problemas<br />

do ponto de vista fi scal, ou à Europa, que<br />

não sabe como sair da crise porque, para<br />

salvar os bancos, “transferiu o problema<br />

do sistema fi nanceiro para os governos,<br />

e estes, por sua vez, estão endividados e<br />

sem crédito”.<br />

Na questão do controle da infl ação,<br />

também o fator China se faz presente,<br />

pois sua competitividade está forçando<br />

a queda dos preços dos produtos industriais<br />

e manufaturados. Se, por um lado,<br />

isso pode ajudar o Brasil, por outro gera<br />

descontentamento na indústria do País,<br />

que perde espaço não apenas no mercado<br />

interno, mas também em países da América<br />

Latina, da Europa e outros mercados,<br />

que tinham sido duramente conquistados.<br />

Um dos caminhos para vencer esse tipo<br />

de difi culdade, de acordo com Ernane<br />

Galvêas, é o aumento da produtividade,<br />

como o proporcionado pelas inovações<br />

tecnológicas desenvolvidas pela Embrapa<br />

no agronegócio. “O Brasil avançou extraordinariamente<br />

em produtividade na<br />

área agropecuária. A agricultura brasileira,<br />

hoje, é imbatível. Devemos isso principalmente<br />

à Embrapa.”<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 21


REUNIÃO DE DIRETORIA<br />

22<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

O crescimento estimado do<br />

PIB de 7,5% para 2010 será o<br />

maior desde 1976, no Governo<br />

do então presidente Ernesto Geisel,<br />

quando a economia cresceu<br />

10%. A taxa de desemprego também é<br />

inédita. “Na minha história toda de serviço<br />

público, nunca vi o Brasil conviver<br />

com uma taxa de 6,1% de desemprego”,<br />

atestou Galvêas.<br />

Ao falar das perspectivas para 2011,<br />

o consultor Econômico da <strong>CNC</strong> lembrou<br />

que os impactos da exploração do petróleo<br />

do pré-sal na economia deverão ser<br />

intensifi cados, assim como as obras de<br />

infraestrutura relativas à preparação para<br />

a Copa do Mundo de futebol de 2014 e<br />

para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio.<br />

“Tivemos uma sorte extraordinária e descobrimos<br />

essas reservas de petróleo nas<br />

Exposição sobre economia marca também<br />

encerramento no Conselho Técnico<br />

A reunião de encerramento das atividades<br />

do Conselho Técnico em 2010<br />

também contou com a exposição de Ernane<br />

Galvêas, mostrando a trajetória da<br />

economia em 2010 e as boas perspectivas<br />

para 2011. Em 57<br />

anos de existência<br />

desse órgão consultivo<br />

da <strong>CNC</strong>,<br />

foi a sessão de<br />

número 2.373,<br />

como registrou na<br />

abertura o presidente<br />

da reunião,<br />

Cid Heraclito de<br />

Queiroz. Ele citou<br />

a contribuição dos<br />

dois conselheiros<br />

Bacias de Santos, de Campos e em algumas<br />

outras zonas da costa brasileira. Isso<br />

vai dar, só no programa atual da Petrobras,<br />

um montante de investimentos de<br />

US$ 245 bilhões. Os programas do pré-<br />

-sal serão um polo de desenvolvimento.<br />

Inúmeras indústrias vão surgir e estão<br />

surgindo no contexto dessa nova economia<br />

do petróleo”, disse Galvêas, para,<br />

em seguida, completar: “Há um conjunto<br />

de forças no Brasil que, se o Governo<br />

tiver a sabedoria de encontrar os meios<br />

adequados de fi nanciar, abrirá uma perspectiva<br />

inteiramente favorável para os<br />

próximos anos”.<br />

falecidos em 2010, o padre Fernando Bastos<br />

de Ávila e o ex-ministro da Agricultura<br />

Nestor Jost, lembrando também a chegada<br />

de três novos integrantes: Carlos Afonso<br />

Pierantoni Gamboa, Roberto Cavalcanti<br />

de Albuquerque e o desembargador<br />

Marcus Faver.<br />

O presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio Oliveira<br />

Santos, esteve presente para cumprimentar<br />

os conselheiros. Ele fez uma breve análise<br />

do atual cenário econômico, com os problemas<br />

enfrentados pelos Estados Unidos<br />

e pela Europa e o crescimento da importância<br />

da China. Oliveira Santos manifestou,<br />

também, suas expectativas de que o<br />

Conselho Técnico continue a contribuir na<br />

busca de soluções para as novas questões<br />

de um mundo em rápida transformação.


Aumento da importação inclui equipamentos<br />

para modernizar parque industrial<br />

O presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio Oliveira<br />

Santos, ao agradecer a exposição feita por<br />

Ernane Galvêas, chamou a atenção para o<br />

fato de que o crescimento das importações<br />

não está ligado apenas à substituição de<br />

produtos industrializados. “Boa parte foi<br />

de máquinas e equipamentos que vieram<br />

reforçar e modernizar nosso parque industrial,<br />

aproveitando o dólar desvalorizado”,<br />

observou Oliveira Santos, lembrando a necessidade<br />

de novos equipamentos na produção,<br />

por conta do crescimento registrado<br />

nos últimos anos.<br />

O presidente da <strong>CNC</strong> ressaltou também<br />

que, apesar do aparente desequilíbrio no<br />

comércio exterior, principalmente em relação<br />

à China, o Brasil tem condições excepcionais<br />

na produção de commodities,<br />

que estão dando solidez ao País. “Nossas<br />

exportações não são esporádicas, mas perenes”,<br />

disse.<br />

Animado com os números internos do<br />

comércio e o crescimento da economia,<br />

Oliveira Santos chamou a atenção para<br />

uma questão que se mostra crucial para o<br />

País: a qualifi cação da mão de obra. Mesmo<br />

com o avanço brasileiro neste campo<br />

nos últimos anos, o crescimento do PIB já<br />

está provocando falta de profi ssionais. O<br />

índice de desemprego, na faixa de 6%, é<br />

ainda menor em algumas atividades, que<br />

chegam à condição de pleno emprego.<br />

Exemplos disso são a construção civil,<br />

setores especializados do comércio, entre<br />

outros. “Não podemos esquecer o trabalho<br />

que está sendo <strong>realizado</strong> pelo Senai, na in-<br />

ECOS DA DIRETORIA<br />

dústria, e pelo Senac, na nossa área”, afi rmou<br />

Oliveira Santos. “Estamos colocando<br />

quatro milhões de novos profi ssionais ou<br />

profi ssionais reciclados no mercado de<br />

trabalho, o que é extremamente importante.<br />

Apesar disso, está faltando mão de<br />

obra no Brasil”.<br />

O presidente da <strong>CNC</strong> citou também<br />

os avanços tecnológicos que o Brasil está<br />

experimentando, principalmente nas atividades<br />

do agronegócio, que elevam continuamente<br />

a produtividade do País. Em<br />

sua avaliação, na medida em que o País<br />

vai crescendo em importância no cenário<br />

global, passa a ser visto como um grande<br />

player. Para Oliveira Santos, é necessário<br />

que todos os setores estejam preparados<br />

para esse tempo de mudanças, especialmente<br />

o comércio. “Todos seremos responsáveis<br />

e participantes na construção de<br />

um Brasil forte”, disse o presidente.<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 23


ECOS DA DIRETORIA<br />

24<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Atuação do BC garantiu exportações<br />

Uma das questões cruciais nos desdobramentos da crise global desencadeada<br />

no fi nal de 2008 foi a retomada do crédito para fi nanciar as exportações. Ernane<br />

Galvêas explicou aos diretores que, quando sobreveio a crise, houve o retraimento<br />

dos bancos. Sem a liquidez garantida pelo fl uxo externo, principalmente<br />

dos Estados Unidos, os bancos simplesmente pararam de emprestar, trazendo um<br />

vácuo de US$ 50 bilhões ao comércio exterior.<br />

José Arteiro da Silva, 3º vice-presidente da <strong>CNC</strong> e presidente da Fecomércio<br />

do Maranhão, quis saber se esse fi nanciamento externo foi normalizado. “O<br />

Brasil não precisou mais desse dinheiro dos<br />

Estados Unidos?”, perguntou. A resposta de<br />

Ernane Galvêas foi que se tratou de um problema<br />

momentâneo, já superado. Segundo o<br />

consultor Econômico da <strong>CNC</strong>, a atuação do<br />

Banco Central naquele momento garantiu<br />

que os bancos continuassem a fi nanciar as<br />

exportações, embora isso já não seja mais necessário.<br />

“Hoje há um afl uxo de capitais estrangeiros<br />

muito maior do que somos capazes<br />

de digerir”, disse Galvêas.<br />

Receita do pré-sal é trunfo para o País<br />

O vice-presidente Financeiro, Luiz Gil Siuffo Pereira, reforçou a ideia de que,<br />

mesmo ao exportar produtos agrícolas, o Brasil também está exportando tecnologia.<br />

Ele citou os avanços alcançados na pecuária para lembrar que, em alguns<br />

setores, poucos países no mundo têm condições de competir com o Brasil. “O<br />

Presidente (Oliveira Santos) disse muito bem sobre o trabalho que nos transformou<br />

nos maiores fornecedores de carne do mundo. É impressionante o avanço.”<br />

Outro trunfo que o Brasil terá para bancar o seu crescimento nos próximos<br />

anos, observou Gil Siuffo, é o petróleo do pré-sal, que começa a ser explorado.<br />

“Estamos em cima de uma riqueza incomensurável”,<br />

disse Gil Siuffo, acrescentando<br />

que está prevista para 2011 uma arrecadação,<br />

por parte do Tesouro Federal, de<br />

US$ 10 bilhões a US$ 30 bilhões, somente<br />

como prêmio pela participação das companhias<br />

interessadas em entrar na exploração<br />

do pré-sal. “É uma receita que não imaginávamos<br />

que um dia o Brasil pudesse ter.<br />

É uma realidade completamente diferente”,<br />

comentou o vice-presidente da <strong>CNC</strong>.


Defesa das microempresas<br />

na Sudene<br />

O Nordeste é uma região fundamental para entender o processo de<br />

crescimento que o Brasil tem experimentado nos últimos anos. O vice-<br />

-presidente Administrativo da <strong>CNC</strong> e presidente da Fecomércio de Pernambuco,<br />

Josias Silva de Albuquerque, falou sobre as transformações<br />

que vêm ocorrendo na economia do seu Estado, de grande infl uência<br />

na região. Ele descreveu os grande projetos que estão em curso, como<br />

a consolidação do polo naval, a construção de uma grande refi naria da<br />

Petrobras e da ferrovia Transnordestina, o porto de Suape, a decisão<br />

da Fiat de construir uma fábrica no Estado e a transposição das águas<br />

do rio São Francisco, entre outros.<br />

O papel do governador Eduardo Campos foi destacado por Josias<br />

Albuquerque, assim como a atenção que o ex-presidente<br />

Lula deu ao Nordeste. Outro aspecto lembrado por ele<br />

é a carência de mão de obra, a qual o Senai e o<br />

Senac se esforçam para ajudar a suprir. “Os investimentos<br />

que estão sendo feitos em Pernambuco<br />

vão nos transformar, daqui a 10 anos, em<br />

um estado totalmente diferente”, previu.<br />

ECOS DA DIRETORIA<br />

A participação da <strong>CNC</strong> no Conselho da Sudene<br />

foi destacada pelo representante da Confederação, o<br />

diretor Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, presidente<br />

da Fecomércio do Piauí. Ele informou sobre<br />

a reunião realizada no Recife, na qual foram tratados<br />

temas relativos às micros e pequenas empresas, que<br />

recebem 40% dos recursos do Fundo Constitucional<br />

de Financiamento do Nordeste (FNE). O Banco do<br />

Nordeste queria ampliar o limite para enquadrar empreendimentos com faturamento<br />

de até R$ 10 milhões nessa categoria, o que iria pulverizar os recursos<br />

entre poucas empresas. A proposta foi rejeitada por unanimidade.<br />

Segundo informou Francisco Valdeci, os Microempreendedores Individuais<br />

também passarão a receber recursos do FNE, podendo retirar empréstimos de<br />

até R$ 15 mil, com juros de 6,25% ao ano, e com rebate de 15% a 25% para<br />

os adimplentes, no caso do semiárido. “Isso, em pouco tempo, vai transformar<br />

os Microempreendedores Individuais em empresários de fato”, disse o diretor<br />

da <strong>CNC</strong>. O presidente, Antonio Oliveira Santos, elogiou o trabalho <strong>realizado</strong>,<br />

lembrando que a <strong>CNC</strong> tem, hoje, 222 representações no sistema administrativo e<br />

corporativo do País.<br />

Projetos transformam Pernambuco<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 25


ECOS DA DIRETORIA<br />

26<br />

Juros e carga<br />

tributária, duas<br />

assinaturas pendentes<br />

na agenda econômica<br />

A questão dos juros foi levantada pelo<br />

diretor Euclides Carli. “Não seria o caso<br />

de o Poder Público interferir de forma democrática?”,<br />

perguntou. “Não na Selic,<br />

mas nos juros que o sistema bancário está<br />

cobrando da economia brasileira, como,<br />

por exemplo, o cartão de crédito com 11%<br />

ao mês, 300% ao ano”, completou.<br />

Para Euclides Carli, em vez de a sociedade<br />

concentrar as críticas nos juros<br />

da Selic, a taxa básica determinada pelo<br />

Comitê de Política Monetária (COPOM)<br />

do Banco Central, seria mais razoável<br />

viabilizar uma diminuição a partir do próprio<br />

sistema bancário. “Outra questão é<br />

a carga tributária”, lembrou o diretor da<br />

<strong>CNC</strong>, mencionando o fato de o impostômetro,<br />

em São Paulo, ter apontado a chegada<br />

da arrecadação à cifra de R$ 1,210<br />

trilhão no ano de 2010, até o dia 10 de dezembro.<br />

“O Brasil não deveria fazer uma<br />

reforma tributária e acabar com a guerra<br />

entre os Estados e o imperialismo que<br />

existe nas decisões fi scais?”, questionou<br />

Euclides Carli.<br />

Ernane Galvêas observou que existem<br />

muitas taxas de juros no Brasil. “A agricultura<br />

familiar se fi nancia a 2,5% ao ano;<br />

a agricultura, de um modo geral, a 8%.<br />

O BNDES faz empréstimos à indústria<br />

a 4%, ou com a TJLP mais 2%, são 6%<br />

de juros ao ano”, disse. Os números dos<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

cartões de crédito ou do crédito pessoal,<br />

embora pareçam absurdos, não representam<br />

a média da taxa de juros no Brasil.<br />

O preocupante, segundo Galvêas, é outro<br />

aspecto. “O crédito não pode crescer 20%<br />

ao ano, quando o produto cresce 7% e a<br />

infl ação é da ordem de 5%”, alertou.<br />

Em relação à carga tributária, Ernane<br />

Galvêas não vê alternativas imediatas. “O<br />

Governo está, hoje, com compromissos<br />

em áreas sociais, com despesas de pessoal,<br />

gastos e custeio; não sobra dinheiro<br />

para investir em infraestrutura. E não é só<br />

a carga tributária que é pesada: o sistema<br />

é burocrático, complicado e caro. A administração<br />

para o empresário, para pagar<br />

essa carga tributária, tem ainda um custo<br />

muito pesado, dos maiores do mundo”,<br />

disse Galvêas, observando que, em termos<br />

da mobilizção administrativa voltada<br />

para o pagamento de tributos e impostos,<br />

as empresas brasileiras são as que gastam<br />

o maior número de horas, quando comparadas<br />

às dos outros países.<br />

O vice-presidente Financeiro, Luiz Gil<br />

Siuffo Pereira, disse acreditar que a implementação<br />

do cadastro positivo, objeto<br />

de uma medida provisória assinada em<br />

dezembro pelo ex-presidente Lula (leia<br />

reportagem na página 51), poderá signifi -<br />

car uma solução para o problema dos juros<br />

altos, ao valorizar os bons pagadores.


O vice-presidente Laércio José de Oliveira<br />

falou sobre a realização da audiência<br />

pública referente ao Registro Eletrônico de<br />

Ponto (REP), objeto da Portaria 150 do Ministério<br />

do Trabalho e Emprego (leia mais<br />

na página 34). Segundo ele, a audiência,<br />

realizada na manhã do dia 15 de dezembro,<br />

na Câmara dos Deputados, foi bastante concorrida,<br />

com presença expressiva da classe<br />

empresarial. “Ficou evidente a necessidade<br />

de o Ministério do Trabalho e Emprego rever<br />

a Portaria, que tem vários problemas graves.<br />

Na realidade, nosso pleito foi pela revogação<br />

da Portaria”, disse Laércio Oliveira.<br />

Os empresários procuraram mostrar<br />

aos parlamentares e demais participantes<br />

que a Portaria onera o custo das empresas,<br />

sem resolver o problema a que se propõe.<br />

Outro ponto levantado foi a questão<br />

ambiental, ao obrigar a emissão de papel<br />

Crescimento equilibrado do mercado<br />

de veículos é desafio para o Governo<br />

A redução no prazo máximo de fi nanciamento de automóveis imposta recentemente<br />

pelo Governo Federal foi o tema levantado pelo vice-presidente<br />

Leandro Domingos Teixeira Pinto, da Fecomércio do Acre. Na sua avaliação,<br />

isso vai restringir signifi cativamente as vendas de veículos nacionais.<br />

“Ao mesmo tempo, o setor automobilístico está importando muito, com as<br />

facilidades atuais”, disse Leandro Domingos, manifestando dúvida sobre<br />

os efeitos na economia do País.<br />

Para Para Ernane Galvêas, a questão é ajustar o crescimento da in-<br />

dústria automobilística à realidade nacional, até por uma ques-<br />

tão de capacidade de circulação c viária. Com um avanço de 15%<br />

em 2010, o setor deu grande contribuição para os resultados<br />

positivos da economia econom brasileira no ano, mas até que ponto<br />

é possível possível crescer cr sem efeitos colaterais cabe ao Go-<br />

verno aavaliar.<br />

Segundo Galvêas, os automóveis<br />

e as autopeças au infl uenciaram o crescimento das<br />

importações importa em 2010, que chegou a 44%. So-<br />

mente a importação de automóveis cresceu 40%.<br />

“O Governo Go está apenas procurando moderar o<br />

ritmo de crescimento”.<br />

Audiência sobre ponto eletrônico na Câmara<br />

mobilizou classe empresarial<br />

ECOS DA DIRETORIA<br />

para a comprovação dos pontos de entrada<br />

e saída de cada funcionário. Por conta<br />

dessas questões, informou Laércio Oliveira,<br />

existem várias liminares contrárias<br />

a essa Portaria. “O debate vai prosseguir,<br />

mas deixamos muito clara a posição da<br />

nossa Confederação”.<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 27


ECOS DA DIRETORIA<br />

28<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Isenção da Contribuição Sindical para<br />

empresas do Supersimples em pauta<br />

A Contribuição Sindical também foi<br />

um tema abordado pelos diretores. O<br />

3º diretor secretário, Luiz Gastão Bittencourt<br />

da Silva, presidente da Fecomércio<br />

do Ceará, manifestou preocupação com a<br />

decisão de deci c são do Governo Federal, confi rrmada<br />

pelo STF, de vetar a obrigatoriedade<br />

da contribuição<br />

para as empresas enquadradas<br />

no regime tributário do<br />

Supersimples. Ele lembrou lembrou<br />

que, que, em alguns estados,<br />

como o próprio Ceará, em<br />

torno de 70% das em-<br />

Em um tempo no qual a China desponta<br />

como uma economia que já rivaliza<br />

com a maior potência do mundo, os Estados<br />

Unidos, estabelecer e manter boas<br />

relações comerciais com o país asiático<br />

torna-se cada vez mais importante. O<br />

vice-presidente Administrativo da <strong>CNC</strong>,<br />

Josias Albuquerque, disse que o escritório<br />

que a Fecomércio de Pernambuco<br />

mantém em Xangai tem sido um facilitador<br />

para a realização de negócios para os<br />

empresários brasileiros (leia entrevista na<br />

página 30). “Estamos estendendo a atuação<br />

desse escritório para Beijing, para fa-<br />

presas estão vinculadas ao Simples e que a<br />

Contribuição Sindical representa a base da<br />

arrecadação das entidades. Segundo Luiz<br />

Gastão, a capacidade de dar assistência a<br />

essas empresas depende da capacidade de<br />

o sindicalismo sin se manter de forma perene.<br />

O vice-presidente Leandro Domingos<br />

lembrou lemb as discussões que estão sendo realizadas<br />

lizad sobre o assunto no âmbito do Con-<br />

selho de Representantes. O presidente, An-<br />

tonio Oliveira Santos, disse que esse é um<br />

assunto assun a ser discutido, mas sem perder de<br />

vista que cabe às entidades do Sistema defender<br />

fende todos os empresários, “inclusive – e<br />

talvez talve principalmente – aqueles que não<br />

têm aapoio,<br />

que estão começando”. O vice-<br />

-presidente -pres Financeiro, Luiz Gil Siuffo Pereira,<br />

reira disse que a arrecadação dos sindica-<br />

tos é uma preocupação da <strong>CNC</strong>, mas que,<br />

até o momento, os números mostram não<br />

ter hhavido<br />

perdas.<br />

Escritório da Fecomércio-PE facilita a<br />

realização de negócios com a China<br />

cilitar os pedidos que temos recebido de<br />

vários empresários de Pernambuco e do<br />

Nordeste”, disse Josias.<br />

O presidente, Oliveira Santos, informou<br />

que uma das ações a serem desenvolvidas<br />

pela Diretoria da <strong>CNC</strong> será a organização<br />

de viagens de intercâmbio que<br />

contribuam para o desenvolvimento do<br />

comércio internacional brasileiro. O objetivo<br />

é repetir a experiência que vem sendo<br />

colocada em prática com sucesso pela Fecomércio<br />

de Pernambuco, e o próprio Josias<br />

Albuquerque aceitou o convite para<br />

viabilizar a ideia.


Os diretores Zildo De Marchi,<br />

presidente da Fecomércio do Rio<br />

Grande do Sul, e Ladislao Pedroso<br />

Monte, presidente da Fecomércio do<br />

Amapá, fi zeram um breve balanço de seus Estados. Segundo Zildo, a economia<br />

gaúcha vem dando sinais positivos, após ter enfrentado difi culdades nos<br />

últimos anos, principalmente em razão de fenômenos climáticos. O agronegócio,<br />

base da economia, vai bem, e a indústria também está reagindo.<br />

O Amapá, apesar de não vir recebendo grandes investimentos, também<br />

vem crescendo. Ladislao Pedroso disse que a pavimentação da BR-156 e a<br />

extensão do linhão de Tucuruí para interligar o Estado ao sistema elétrico<br />

nacional são projetos com potencial para dinamizar a economia do Amapá. A<br />

expectativa era de que o comércio fechasse 2010 com crescimento acima de<br />

12%, pouco acima da média nacional.<br />

Capacitação legislativa<br />

inaugurou nova fase com<br />

seminário em Guarapari<br />

No Norte e no Sul,<br />

exemplos de como<br />

vão as economias<br />

dos Estados<br />

O Espírito Santo sediou o 1º Seminário de Capacitação Legislativa<br />

do Sistema <strong>CNC</strong>-SESC-SENAC. O evento, <strong>realizado</strong> nos dias 2 e 3<br />

de dezembro, na cidade de Guarapari, foi um grande sucesso, disse o<br />

3º diretor tesoureiro José Lino Sepulcri, presidente da Fecomércio do<br />

Espírito Santo.<br />

Sepulcri agradeceu à Diretoria da<br />

<strong>CNC</strong> e aos presidentes das federações<br />

que enviaram seus representantes. Ele<br />

destacou a importância da realização de<br />

eventos dessa natureza. “Em 2010, tivemos<br />

audiências na Câmara e no Senado,<br />

e é importante que todos se conscientizem<br />

dessa nossa responsabilidade. Alguns<br />

desconhecem o que somos, e é importante<br />

que possamos divulgar o nosso<br />

trabalho no âmbito Legislativo.”<br />

ECOS DA DIRETORIA<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 29


ENTREVISTA<br />

Josias Silva de Albuquerque<br />

Missões empresariais, um<br />

intercâmbio de negócios<br />

O presidente da Fecomércio-PE, Josias Albuquerque, assumiu em novembro a<br />

vice-presidência Administrativa da <strong>CNC</strong> e já em dezembro recebeu do presidente<br />

da entidade, Antonio Oliveira Santos, a incumbência de organizar missões<br />

empresariais ao exterior, com o objetivo de aproximar agentes produtivos e<br />

incrementar negócios. Abaixo, o professor Josias, como gosta de ser chamado,<br />

conta um pouco sobre a experiência da Federação, que realiza essas missões<br />

desde 1996, e sobre como pretende realizar esse trabalho na <strong>CNC</strong>.<br />

Como surgiu a ideia, na Fecomércio-PE, da<br />

organização de missões empresariais ao exterior?<br />

Quando assumimos a presidência da Fecomércio-PE,<br />

em 1995, decidimos que as empresas do<br />

comércio, no momento em que tanto se falava em<br />

globalização, teriam que conhecer as novidades desse<br />

novo mercado. Procuramos, também, trazer para<br />

o Estado de Pernambuco experiências diferentes,<br />

ousadas, além de investimentos. A primeira iniciativa<br />

da Fecomércio-PE foi buscar países da Europa,<br />

e o primeiro país visitado foi a Itália (1996), onde<br />

a receptividade foi extraordinária. Fomos para a<br />

Itália também ver a possibilidade de atrair investimentos<br />

estrangeiros para a região Nordeste e para<br />

Pernambuco. Os seminários foram <strong>realizado</strong>s em<br />

Milão, na sede da Câmara de Comércio de Milão,<br />

e na região da Reggio Emilia, na sede da Associazione<br />

Piccole e Medie Industrie. A abertura dos seminários<br />

foi feita pelo então embaixador do Brasil<br />

na Itália, Guilherme Leite Ribeiro, que falou sobre<br />

Por que investir no Brasil. A participação dos empresários<br />

italianos acelerou o êxito da nossa missão,<br />

que teve representantes da indústria, dos governos<br />

estaduais, do Legislativo e da agricultura – foram<br />

cerca de 30 pessoas.<br />

A quem as missões são direcionadas?<br />

A todos os interessados no desenvolvimento do<br />

Estado de Pernambuco e da região Nordeste – governadores,<br />

secretários de Estado, representantes<br />

do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas<br />

estaduais, além de empresários do comércio,<br />

da indústria, da agricultura e de outros segmentos<br />

econômicos, representantes de universidades federais<br />

e privadas, jornalistas, etc.<br />

Como é feita a escolha dos países?<br />

Em função do interesse do Brasil de fazer<br />

negócios com os países visitados. Essas informações<br />

são oferecidas à Fecomércio-PE<br />

por meio do seu Centro de Comércio Exterior<br />

30<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

(CECOMEX), pelo Itamaraty e pelo Ministério do<br />

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.<br />

Como são estruturadas as missões? Há visitas técnicas<br />

a outras entidades representativas do comércio?<br />

São estruturadas da seguinte forma: depois de<br />

conhecer os interessados em participar das missões,<br />

a Fecomércio-PE elabora um catálogo de participantes,<br />

com as informações de cada empresário<br />

que vai compor a missão (perfi l, que tipo de negócio<br />

quer fazer, objetivo de ir na missão, etc.), que<br />

é enviado para a Embaixada do Brasil no país que<br />

será visitado, com o intuito de conseguir parceiros<br />

interessados em fazer negócios com os empresários<br />

brasileiros. Montamos um seminário sobre<br />

Oportunidades de Investimentos e de Negócios no<br />

Nordeste do Brasil. Após o seminário, realizamos,<br />

em parceria com o Sebrae-PE, uma rodada de negócios<br />

entre empresários estrangeiros e brasileiros<br />

e painéis setoriais. Para troca de experiências e de<br />

cooperação técnica, são promovidas visitas institucionais<br />

e técnicas a empresas públicas e privadas,<br />

que possam contribuir com a aproximação dos<br />

nossos países e, especialmente, com o Estado de<br />

Pernambuco. Também é promovida a participação<br />

dos empresários em feiras setoriais – de importação<br />

e de exportação.<br />

Quais foram os resultados obtidos nessas viagens?<br />

Relate algumas experiências bem-sucedidas<br />

dessas missões.<br />

Os resultados são muitos – a curto e a longo<br />

prazo. Já realizamos negócios na região da Emilia<br />

Romagna, com a Associazione Piccole e Medie<br />

Industrie; na área de fruticultura foram <strong>realizado</strong>s<br />

investimentos aqui, com a consultoria de um renomado<br />

enólogo europeu; no segmento de metal<br />

mecânica foi fi rmado, na Itália, um convênio com<br />

o sindicato da categoria, benefi ciando empresas<br />

como a Brasinox e outras do setor. Outra ação que<br />

sinaliza o sucesso das missões é o fato de termos


inaugurado, em 2007, o Escritório de Representação<br />

de Pernambuco na China, para facilitar os<br />

negócios feitos entre empresários brasileiros e chineses.<br />

O escritório vem funcionando na cidade de<br />

Xangai, e os resultados têm sido tão positivos que<br />

pretendemos estender as atividades do escritório<br />

para a capital do país asiático, Pequim.<br />

Passados quase 15 anos da realização da primeira<br />

missão empresarial, que balanço o senhor<br />

faz do retorno desse investimento, do ponto de<br />

vista institucional?<br />

Extraordinário. Ganhamos experiência – a<br />

Fecomércio-PE conquistou uma credibilidade<br />

muito grande desde a primeira missão, e o número<br />

de participantes só tem aumentado. Começamos<br />

levando, em 1996, 30 empresários por<br />

missão; hoje, levamos de 100 a 150 pessoas. Convém<br />

destacar que cada empresário arca com suas<br />

despesas; a Fecomércio-PE apenas coordena e<br />

lidera essas missões.<br />

Como novo vice-presidente Administrativo da<br />

<strong>CNC</strong>, o senhor foi encarregado de organizar um<br />

programa de missões empresariais ao exterior,<br />

abrangendo as demais Federações do Comércio.<br />

Como será esse programa e de que forma as empresas,<br />

sobretudo as de pequeno e médio portes,<br />

poderão se benefi ciar?<br />

O assunto será discutido com o presidente da<br />

<strong>CNC</strong>, Antonio Oliveira Santos, para a defi nição de<br />

um calendário de missões empresariais. Pelo êxito<br />

alcançado, adotaremos o mesmo formato das missões<br />

realizadas pela Fecomércio-PE há 14 anos.<br />

Com relação aos benefícios que poderão advir<br />

para as pequenas/médias empresas, podemos citar<br />

como exemplo o Município pernambucano de Santa<br />

Cruz do Capibaribe, em que 90% da atividade<br />

empresarial é formada por pequenos empresários,<br />

que hoje se benefi ciam com negócios que estão<br />

sendo <strong>realizado</strong>s em parceria com a Itália, na área<br />

Josias Silva de Albuquerque<br />

ENTREVISTA<br />

de design de moda, e com a China, na aquisição de<br />

matérias-primas para a produção de vestuário.<br />

O senhor pensa em fechar parcerias ou acordos<br />

técnicos entre a <strong>CNC</strong> e entidades representativas<br />

do comércio em outros países, com o objetivo<br />

de incrementar a troca de experiências tanto<br />

no âmbito institucional quanto no operacional,<br />

viabilizando a geração de negócios entre empresas<br />

do comércio?<br />

Este é o grande objetivo da Fecomércio-PE<br />

e das missões empresariais: fazer intercâmbio<br />

cultural e de negócios com os países visitados.<br />

Como exemplo, podemos citar as parcerias que<br />

foram feitas na Rússia, em 2005, para exportação<br />

de carnes pelo Brasil; na Polônia, em 2006,<br />

e na China, em 2007, com as universidades de<br />

Ningbo (China) e da Polônia, através de cooperação<br />

técnica com representantes da Universidade<br />

Federal de Pernambuco (UFPE), do Porto<br />

Digital e do Senac-PE; na África, em 2009, com<br />

a Universidade Independente de Angola (UNIA)<br />

e o Centro de Informática (CIn) da UFPE; e, por<br />

último, em Xangai, agora em 2010, com agências<br />

de tecnologia do governo chinês e o Núcleo de<br />

Empreendimentos em Ciência, Tecnologia e Artes<br />

(NECTAR) da UFPE. A Fecomércio-PE está<br />

intermediando, também, a vinda à Pernambuco<br />

da maior fabricante de guindastes portuários do<br />

mundo, a chinesa ZPMC, para reuniões com o<br />

governo do Estado, visando atrair investimentos<br />

para a instalação de empresas do grupo no<br />

nosso Estado. A Federação está intermediando,<br />

ainda, a visita de 30 empresas espanholas que<br />

pretendem vir para o Nordeste, especialmente<br />

para Pernambuco, que vive uma grande fase de<br />

desenvolvimento. Esses são alguns dos resultados<br />

que as missões têm conseguido e que, certamente,<br />

serão ampliados em benefício do Brasil,<br />

contando com a coordenação da <strong>CNC</strong>.<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 31


ARTIGO<br />

32<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Tributação: entendendo<br />

O<br />

Congresso Nacional aprovou, e o<br />

Presidente Lula sancionou, a Lei<br />

Complementar nº 138, de 29 de<br />

dezembro de 2010, a quinta prorrogação<br />

sucessiva da entrada em vigência do direito<br />

de crédito do ICMS sobre mercadorias<br />

destinadas ao uso ou ao consumo das empresas,<br />

atendendo aos “reclames dos governadores<br />

de estado”.<br />

O que boa parte dos analistas da mídia<br />

escrita e televisa não alcança, por gosto ou<br />

desconhecimento, é que o crédito do ICMS<br />

sobre bens de uso e consumo não é uma concessão,<br />

um benefício, uma dádiva governamental.<br />

O crédito é da essência do ICMS. É<br />

um direito líquido e certo. O que os analistas<br />

fi ngem não saber é que a prorrogação desse<br />

direito onera os custos das empresas, as<br />

quais, quando o mercado permite, repassam<br />

aos preços fi nais. Em síntese, a conta é rateada<br />

por toda a sociedade brasileira.<br />

Durante a votação da matéria no Congresso<br />

Nacional, circulou a informação de<br />

que a não aprovação da quinta prorrogação<br />

representaria uma perda de R$ 19,5 bilhões<br />

anuais na soma total dos Estados. São Paulo<br />

perderia R$ 7,1 bilhões; Minas Gerais,<br />

R$ 2 bilhões; Rio de Janeiro, R$ 1,8 bilhão;<br />

Rio Grande do Sul, R$ 1,5 bilhões;<br />

Paraná, R$ 1 bilhão. Nessa pequena lista,<br />

três estados governados pelo PSDB, um<br />

pelo PT e outro pelo PMDB, o que me per-<br />

as mudanças na<br />

Lei Kandir<br />

mite concluir que perversidades tributárias<br />

são suprapartidárias. Ocorrida alguns dias<br />

depois das eleições, não é de todo equivocado<br />

classifi car a perversa prorrogação<br />

como mais um estelionato eleitoral.<br />

Essa questão (Lei Kandir) não esteve<br />

explícita na campanha eleitoral, é certo,<br />

mas redução da carga tributária, competitividade<br />

e temas afi ns justifi caram muitos<br />

apoios do setor privado a governadores,<br />

senadores, deputados e partidos políticos.<br />

A Lei Kandir – Lei Complementar<br />

nº 87, de 13 de setembro de 1996 –, estabeleceu<br />

o seguinte em relação aos créditos<br />

de ICMS referidos:<br />

“Art. 20. Para a compensação a que se<br />

refere o artigo anterior, é assegurado ao<br />

sujeito passivo o direito de creditar-se do<br />

imposto anteriormente cobrado em operações<br />

de que tenha resultado a entrada de<br />

mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento,<br />

inclusive a destinada ao seu uso ou<br />

consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento<br />

de serviços de transporte interestadual<br />

e intermunicipal ou de comunicação.<br />

Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á<br />

o seguinte:<br />

I - somente darão direito de crédito as<br />

mercadorias destinadas ao uso ou consumo<br />

do estabelecimento, nele entradas a<br />

partir de 1º de janeiro de 1998;”


Roberto Nogueira Ferreira<br />

Consultor da <strong>CNC</strong><br />

De 1996 aos dias atuais, os políticos<br />

ainda não se atreveram a retirar o art.<br />

20 da Lei Kandir. O que fazem é prorrogar<br />

o uso do direito ao crédito previsto<br />

no inciso I do art. 33. E o fazem desde<br />

1997 – LC 92, de 23.12.1997 - prorrogou<br />

para 1º.01.2000. LC 99, de 20.12.1999 -<br />

prorrogou para 1º.01.2003. LC 114, de<br />

16.12.2002 - prorrogou para 1º.01.2007.<br />

LC 122, de 17.12.2006 - prorrogou<br />

1º.01.2010. A nova prorrogação – LC<br />

138, de 29 de dezembro de 2010 – jogará<br />

o início do direito para 1º.01.2020. Um<br />

direito que deveria estar sendo usufruído<br />

desde 1º.01.1998 terá sido, então, prorrogado<br />

para 22 anos depois (1º.01.2020),<br />

uma boa metáfora para a distância entre<br />

os congressistas e o povo, que é quem<br />

paga a conta.<br />

E qual seria o tamanho da conta? O<br />

estudo mencionado, divulgado na semana<br />

da votação e que teria provocado emocionadas<br />

intervenções no Plenário da Câmara<br />

dos Deputados, deu conta de que “os<br />

estados perderão R$ 19,5 bilhões/ano da<br />

arrecadação do ICMS, se a Lei Kandir não<br />

for prorrogada”. O número refere-se apenas<br />

à parte que cabe aos Estados (e não ao<br />

ICMS total, incluindo a parte que cabe aos<br />

Municípios). O número certo em relação<br />

ao total da arrecadação brasileira do ICMS<br />

seria algo em torno de R$ 26 bilhões/ano.<br />

Mas a leitura correta não é atribuir o<br />

valor ao conceito de perda de arrecadação.<br />

Ao contrário, o que o povo deve cobrar<br />

dos políticos é que esses R$ 26 bilhões<br />

são perdas da sociedade (e não dos Tesouros<br />

de estados e municípios), pois são dela<br />

retirados pela violência da postergação de<br />

um direito líquido e certo. Deve-se, também,<br />

dizer a eles que esses R$ 26 bilhões<br />

representam custos e deságuam em perda<br />

de competitividade e elevação de preços.<br />

Aceita a tese, levando-se em conta<br />

que esse direito já deveria estar sendo<br />

fruído desde 1º.01.1998 – portanto, há<br />

13 anos –, o “passivo” que os políticos<br />

jogaram na conta dos consumidores e<br />

do custo Brasil – só por esse efeito – é<br />

da ordem de R$ 338 bilhões de reais, de<br />

1998 a 2010, em valores aproximados<br />

de 2010. Com a prorrogação, a sociedade<br />

pode contabilizar, para os próximos<br />

10 anos, cerca de mais R$ 260 bilhões<br />

de custo dessas decisões políticas de<br />

fi nal de temporada. Total do escárnio:<br />

R$ 598 bilhões!<br />

Reclamar de quem, se todos os partidos<br />

estão comprometidos com essa<br />

brava defesa dos cofres dos governos<br />

estaduais e municipais? Nessas circunstâncias,<br />

o povo (leia-se consumidor, eleitor,<br />

doador...) e as empresas são apenas<br />

meros detalhes.<br />

ARTIGO<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 33


INSTITUCIONAL<br />

34<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Uso do Registro<br />

Eletrônico de Ponto<br />

ainda gera impasse<br />

A<br />

data de entrada em vigor, prevista<br />

para 1º de março deste ano, da Portaria<br />

nº 1.510/2009, que disciplina<br />

o Registro Eletrônico de Ponto (REP),<br />

poderá ter novo adiamento. A proposta<br />

foi encaminhada ao ministro do Trabalho<br />

e Emprego, Carlos Lupi, ao fi nal de audiência<br />

pública conjunta das Comissões de<br />

Desenvolvimento Econômico, Indústria e<br />

Comércio e de Trabalho, em 15 de dezembro<br />

de 2010, na Câmara dos Deputados, na<br />

qual não houve acordo entre empresários,<br />

trabalhadores, Poder Judiciário e o próprio<br />

Ministério.<br />

Para o vice-presidente da Confederação<br />

Nacional do Comércio de Bens, Serviços<br />

e Turismo (<strong>CNC</strong>) Laércio Oliveira, apesar<br />

de trazer em seu contexto o conceito<br />

de ser prova verossímil da real jornada do<br />

empregado, não terá esse efeito na Justiça<br />

do Trabalho. “No Judiciário, no caso de<br />

demanda por horas extras, vale o depoimento<br />

de três testemunhas, em detrimento<br />

de qualquer documento. É um absurdo<br />

ignorar esse detalhe, prática comum na<br />

Justiça do Trabalho.” A <strong>CNC</strong>, disse Oliveira,<br />

“é contra a Portaria porque ela não<br />

contribui para fortalecer as relações<br />

do trabalho, onera o custo<br />

das empresas, imprime mais<br />

burocracia às normas e contraria<br />

políticas de sustentabilidade”.<br />

Para o vice-presidente da <strong>CNC</strong><br />

Láercio Oliveira (D), Portaria<br />

onera empresas e<br />

não fortalece as<br />

relações de trabalho<br />

Debate na Câmara dos Deputados mostrou a forte<br />

divergência entre empregadores, trabalhadores,<br />

Justiça e Ministério do Trabalho e Emprego sobre<br />

a aplicação de Portaria 1.510/2009, cuja data de<br />

vigência poderá ser adiada mais uma vez<br />

As centrais sindicais divergem da posição<br />

empresarial. O 1º secretário da Força<br />

Sindical, Sérgio Leite, e a secretária Nacional<br />

de Relações de Trabalho da Central<br />

Única dos Trabalhadores (CUT), Denise<br />

D’au, informaram que CGTB, CTB, CUT,<br />

UGT e a Força Sindical já formalizaram<br />

ao ministro Carlos Lupi seu apoio ao REP.<br />

Os sindicalistas ponderaram no debate,<br />

entretanto, a necessidade de alteração da<br />

Portaria incluindo artigo prevendo que,<br />

mediante negociação coletiva, as empresas<br />

possam manter, adotar ou mesmo dispensar<br />

os sistemas eletrônicos de ponto.<br />

Durante a audiência, dirigentes do Sindicato<br />

Nacional dos Auditores Fiscais do<br />

Trabalho divulgaram manifesto favorável à<br />

Portaria. A entidade sustenta que, ao disciplinar<br />

o REP, o Ministério quer dar efi ciência<br />

ao controle da jornada do empregado. A<br />

Federação das Indústrias do Estado de São<br />

Paulo (FIESP) também distribuiu cópia de<br />

ofício enviado ao presidente da Comissão<br />

de Desenvolvimento, deputado Dr. Ubiali<br />

(PSB-SP), só que apoiando os projetos legislativos<br />

em tramitação que visam sustar a<br />

aplicação da Portaria.


O gerente executivo de Relações do<br />

Trabalho da Confederação Nacional da<br />

Indústria (CNI), Emerson Casali, criticou<br />

a falta de um diálogo anterior à edição da<br />

Portaria, afi rmando que “a legislação parte<br />

de suposta má-fé dos empresários”. Ele<br />

enfatizou o custo, calculado pelos industriais<br />

em pelo menos R$ 5 bilhões, para a<br />

compra de novos equipamentos e instalações<br />

para implantar cerca de um milhão<br />

de REPs. E defendeu, além da revogação<br />

da 1.510, a abertura de um diálogo tripartite<br />

(empresários/trabalhadores/Governo).<br />

Magnus Apostólico, diretor de Relações<br />

do Trabalho da Confederação Nacional<br />

das Instituições Financeiras (CNF), também<br />

defendeu a suspensão da norma ou<br />

pelo menos a dilatação da data da entrada<br />

em vigor, para adaptação das empresas ao<br />

novo sistema.<br />

A defesa mais enfática da Portaria foi<br />

feita pelo desembargador do Trabalho no<br />

Rio Grande do Sul Luiz Alberto de Vargas,<br />

em nome da Associação Nacional<br />

dos Magistrados da Justiça do Trabalho<br />

(ANAMATRA). Em sua opinião, não<br />

existe qualquer outro sistema de software,<br />

além do proposto pelo MTE, que garanta<br />

a inviolabilidade do ponto eletrônico.<br />

Vargas apelou aos deputados para que não<br />

mexessem na Portaria. “Com isso, vão resgatar<br />

a possibilidade de sermos juízes e de<br />

fazermos justiça.”<br />

Laércio Oliveira, da <strong>CNC</strong>, contestou a<br />

afi rmação do desembargador de que representava<br />

a posição de todos os juízes. Ele<br />

citou decisões em caráter liminar, entre<br />

elas a da juíza Regina Ferro, titular da 48ª<br />

Vara do Trabalho de São Paulo. Em sua<br />

sentença, a juíza afi rma: “a impressão ensejará<br />

um gasto indesejável com papel e<br />

tinta, contrariando a preservação do meio<br />

ambiente. O uso do sistema de papel na<br />

era da informatização denota retrocesso,<br />

além de não impedir a fraude”.<br />

Líderes ruralistas também condenaram a<br />

Portaria. Henrique Wiliam Soares, consultor<br />

jurídico da Confederação Nacional da Agricultura<br />

e Pecuária do Brasil (CNA), classifi<br />

cou a 1.510 como “um retrocesso, porque<br />

o Estado quer legislar impondo uma regra,<br />

sem consulta à sociedade, além de ignorar a<br />

competitividade e modernidade das relações<br />

de trabalho”. Narciso Figueiroa Jr., consultor<br />

da Confederação Nacional do Transporte<br />

(CNT), queixou-se da falta de opções para<br />

controle da jornada e do inevitável sucateamento<br />

dos equipamentos existentes hoje.<br />

A secretária de Inspeção do Trabalho<br />

do MTE, Ruth Vilela, afi rmou que a Portaria<br />

“é um instrumento que trata com isonomia<br />

trabalhadores e empregadores, contribuindo<br />

para uma concorrência saudável<br />

e leal”. O Ministério, acrescentou, “jamais<br />

compartilhou da visão de que todos os empresários<br />

são fraudadores”. Ruth deixou<br />

poucas esperanças aos que defendem a<br />

revogação da 1.510, “porque não se pode<br />

cancelar o que sequer foi experimentado”,<br />

mas admitiu um diálogo tripartite. Diante<br />

do impasse, o deputado Renato Molling<br />

(PP-RS) sugeriu prorrogar por um ano<br />

a entrada em vigor da Portaria. Ele considera<br />

que é prazo sufi ciente para ampliar<br />

o debate, a partir da criação de uma<br />

comissão tripartite.<br />

INSTITUCIONAL<br />

No debate,<br />

representantes<br />

de empregadores,<br />

trabalhadores,<br />

Justiça e MTE<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 35


INSTITUCIONAL<br />

O secretário-geral<br />

do Ministério, Paulo<br />

Roberto Pinto, elogiou<br />

a opção pela parceria<br />

como modelo de gestão<br />

do setor, envolvendo<br />

Governo, trabalhadores<br />

e empresários<br />

36<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Conselho Nacional de<br />

Imigração comemora<br />

iniciativas bem-sucedidas<br />

Empresários, representantes de trabalhadores<br />

e autoridades participaram,<br />

em 14 de dezembro, da solenidade<br />

em comemoração ao Dia Mundial<br />

dos Direitos Humanos dos Imigrantes e<br />

do jantar de confraternização do Conselho<br />

Nacional de Imigração (CNIg), promovidos<br />

pela Confederação Nacional do<br />

Comércio de Bens, Serviços e Turismo<br />

(<strong>CNC</strong>) em sua sede, em Brasília.<br />

Em nome do presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio<br />

Oliveira Santos, que não pôde estar<br />

presente por conta de compromissos já<br />

assumidos, o vice-presidente Laércio José<br />

de Oliveira transmitiu as boas-vindas aos<br />

cerca de 100 conselheiros presentes. “É<br />

uma honra tê-los aqui. Temos um compromisso<br />

muito forte com os mais de 200 Conselhos<br />

dos quais a Confederação participa.<br />

Em todos indicamos pessoas competentes<br />

e comprometidas, porque acreditamos que<br />

os Conselhos pensam e produzem o melhor<br />

para a sociedade brasileira.”<br />

O presidente do CNIg – órgão vinculado<br />

ao Ministério do Trabalho e Emprego<br />

(MTE) criado em 1980 para formular<br />

e implantar políticas migratórias –, Paulo<br />

Sérgio de Almeida, fez detalhado relato sobre<br />

as ações do Conselho em 2010. Dentre<br />

elas, destacou a revisão e reformulação de<br />

A reformulação de quase todo<br />

o marco normativo em relação<br />

ao ingresso de estrangeiros<br />

no Brasil e a implantação das<br />

Casas do Trabalhador Brasileiro<br />

no exterior, em parceria com<br />

os Ministérios do Trabalho<br />

e Emprego e das Relações<br />

Exteriores, são algumas das ações<br />

destacadas pelo CNIg<br />

quase todo o marco normativo em relação<br />

ao ingresso de estrangeiros no Brasil, “em<br />

harmonia com os interesses dos nossos<br />

trabalhadores, visando a geração de emprego<br />

e a transferência de conhecimento”,<br />

e a implantação das Casas do Trabalhador<br />

Brasileiro no exterior, em parceria com o<br />

MTE e o Itamaraty, que dão total apoio<br />

àqueles que trabalham em outros países.<br />

Foram mais de cinco mil atendimentos<br />

desde a sua criação, em 2008.<br />

O secretário-geral do Ministério, Paulo<br />

Roberto Pinto, que encerrou a solenidade,<br />

destacou a importância da parceria<br />

como modelo de gestão do setor, envolvendo<br />

Governo, trabalhadores e empresários.<br />

“Os avanços têm mais força quando<br />

há consenso”, enfatizou. Entre as iniciativas<br />

relevantes adotadas pelo Ministério,<br />

está a Política Nacional de Imigração<br />

e Proteção ao Trabalhador Migrante,<br />

que o ministro Carlos Lupi encaminhou<br />

e atualmente tramita na Casa Civil da<br />

Presidência da República.<br />

Também como resultado da ação do<br />

CNIg, o Governo encaminhou projeto<br />

de lei ao Congresso transformando-o em<br />

Conselho Nacional de Migração, incluindo<br />

o tema da emigração de brasileiros ao<br />

exterior entre as suas competências.


Entidades questionam<br />

na Justiça efeitos da<br />

Portaria 982 do MTE<br />

Fecomércio Minas consegue primeira vitória. Decisões vão<br />

contra nova regra do Ministério do Trabalho que muda as<br />

normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).<br />

Em todo o País, a Justiça Federal<br />

tem concedido liminares para suspender<br />

os efeitos da Portaria nº<br />

982, do Ministério do Trabalho e Emprego<br />

(MTE). Publicada no Diário Ofi cial<br />

da União em 6 de maio de 2010, a norma<br />

altera a redação do artigo 5º da Portaria<br />

488/2005, também do Ministério, estabelecendo<br />

que a partilha da Contribuição<br />

Sindical Urbana será efetuada de acordo<br />

com as fi liações da entidade sindical constantes<br />

do Cadastro Nacional de Entidades<br />

Sindicais (CNES), do MTE.<br />

A Fecomércio Minas foi a primeira entidade<br />

do Sistema Comércio a conseguir<br />

uma vitória na Justiça. Ao recorrer de uma<br />

decisão de primeira instância da Justiça<br />

Federal de Belo Horizonte, a entidade conseguiu<br />

, por meio de agravo de Instrumesnto,<br />

decisão favorável junto ao Tribunal Regional<br />

Federal da 1º Região, em Brasília,<br />

para o pedido de antecipação da tutela, nos<br />

entiodo de suspendar os fi tos da Portaria.<br />

Duas outras federações de comércio<br />

já entraram na contra a Portaria 982,<br />

até o fechamento desta edição. O presidente<br />

da Fecomércio-PI, Valdeci Cavalcanti,<br />

informou à <strong>CNC</strong> Notícias que<br />

a entidade impetrou mandado de segurança<br />

nos moldes sugeridos pela Divisão<br />

Sindical da <strong>CNC</strong>.<br />

Outra entidade do Sistema Comércio<br />

a questionar a norma foi a Fecomércio<br />

de Sergipe. Segundo Thiago de Melo Cabral,<br />

advogado e assessor legislativo da<br />

entidade, a expectativa é positiva. “Decisões<br />

anteriores nos favorecem”, afi rma<br />

Melo Cabral.<br />

Cinco federações de Indústria obtiveram<br />

liminares favoráveis em mandados<br />

de segurança para suspender a Portaria<br />

982/2010. As mais recentes são as federações<br />

das Indústrias do Estado de Ceará<br />

(FIEC) e do Estado do Acre (FIEAC).<br />

Antes da FIEC e da FIEAC, as federações<br />

da Indústria dos estados de São Paulo<br />

(FIESP), Bahia (FIEB) e Paraná (FIEP)<br />

obtiveram sucesso em seus mandados.<br />

Nas decisões, em resumo, os magistrados<br />

entendem que a Portaria é inconstitucional,<br />

contrariando o Princípio da<br />

Legalidade, já que regula a questão do<br />

repasse das contribuições sindicais de<br />

forma diversa ao que dispõe a Consolidação<br />

das Leis do Trabalho (CLT), em seus<br />

artigos 578, 579 e 589.<br />

A nova regra altera o sentido do artigo<br />

589 da Consolidação das Leis do Trabalho<br />

(CLT), condicionando a partilha da contribuição<br />

sindical à fi liação do sindicato – o<br />

cadastramento incorreto quanto à fi liação<br />

impedirá o repasse dos valores às entidades<br />

de grau superior, creditando-os diretamente<br />

na Conta Especial de Emprego e<br />

Salário (CEES), do Ministério do Trabalho<br />

e Emprego. Ainda segundo o artigo 589, as<br />

Confederações fi cam com 5% do total arrecadado;<br />

60% vão para o sindicato; 15%<br />

para as federações e 20% para a CEES.<br />

Em suma, se o sindicato não registrou no<br />

cadastro de entidades do Ministério a federação<br />

à qual é fi liado, a Caixa Econômica<br />

Federal, que administra o sistema de recolhimento,<br />

repassará à CEES os valores que<br />

deveriam ser encaminhados à Federação e<br />

à Confederação.<br />

INSTITUCIONAL<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 37


INSTITUCIONAL<br />

José Lino Sepulcri<br />

e Gil Siuffo (acima)<br />

falaram a assessores<br />

legislativos das<br />

Federações do<br />

Comércio (ao lado),<br />

enfatizando a<br />

relevância do<br />

trabalho na<br />

defesa de<br />

interesses do setor<br />

38<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Técnicos recebem<br />

capacitação para<br />

atuar no Legislativo<br />

Seminário promovido pelo Centro de Formação,<br />

Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara<br />

dos Deputados possibilitou o acesso de<br />

representantes da Rede Nacional de Assessorias<br />

Legislativas a informações sobre o processo legislativo<br />

A<br />

defesa de interesses legítimos é<br />

uma atividade e deve ser um trabalho<br />

cotidiano das Federações do<br />

Comércio. Essa posição foi defendida pelo<br />

vice-presidente Financeiro e de Relações<br />

Institucionais da Confederação Nacional<br />

do Comércio de Bens, Serviços e Turismo<br />

(<strong>CNC</strong>), Luiz Gil Siuffo, na abertura<br />

do 1º Seminário de Capacitação Legislativa,<br />

<strong>realizado</strong> de 2 a 4 de dezembro no<br />

SESC Guarapari (ES).<br />

Falando a uma plateia de assessores<br />

legislativos e técnicos de federações de<br />

todo o País, Siuffo disse que “nessa tarefa,<br />

nós priorizamos a defesa dos interesses<br />

do SESC e do Senac, nosso braço social,<br />

contra ataques frequentes, que vamos continuar<br />

recebendo, daqueles que querem se<br />

apropriar dos recursos dessas entidades<br />

para vantagens pessoais”. O vice-presidente<br />

da <strong>CNC</strong> considerou fundamental que os<br />

assessores convençam os presidentes das<br />

federações sobre a necessidade de empenho<br />

junto aos seus congressistas, “tendo<br />

em mente que o parlamentar ouve aquilo<br />

que chega por meio do seu interlocutor<br />

mais próximo”.<br />

O presidente da Fecomércio-ES, José<br />

Lino Sepulcri, destacou a relevância do<br />

trabalho da Rede Nacional de Assessorias<br />

Legislativas (RENALEGIS), “que com<br />

grande competência tem defendido os interesses<br />

do Sistema Comércio, acompanhando<br />

de perto projetos e leis que nos interessam<br />

ou possam comprometer nossas<br />

ações e nos prejudicar”.<br />

O diretor-geral da Câmara dos Deputados,<br />

Sérgio Sampaio, falou sobre o esforço<br />

para dar transparência às atividades da<br />

instituição, garantindo ao cidadão os instrumentos<br />

para ser partícipe do processo<br />

legislativo. Ele citou programas no site da<br />

Câmara, como o e-Democracia, que forma<br />

redes sociais em torno de temas em discussão,<br />

e o Fale com o Deputado, “que aproxima<br />

os parlamentares dos eleitores”.<br />

Já o diretor da Divisão Jurídica e Técnica<br />

da Câmara, Fernando Sabóia, afi rmou<br />

que o resultado desse<br />

investimento tem sido positivo.<br />

“Além da mídia negativa,<br />

o Parlamento sofre incompreensão<br />

da sociedade.” O<br />

Congresso, concluiu, é instituição<br />

fundamental para o Brasil,<br />

“e temos que tratar de aperfeiçoá-lo<br />

com iniciativas como a<br />

realização deste Seminário”.


CRPS realiza última<br />

reunião do ano na <strong>CNC</strong><br />

5º Encontro dos Conselheiros Representantes do<br />

Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS)<br />

é <strong>realizado</strong> na <strong>CNC</strong>, em Brasília, com a presença do<br />

desembargador do TRT Alexandre Nery de Oliveira<br />

No dia 2 de dezembro de 2010, a<br />

Confederação Nacional do Comércio<br />

de Bens Serviços e Turismo<br />

realizou, em sua sede, em Brasília, o<br />

5º Encontro dos Conselheiros Representantes<br />

do Conselho de Recursos da Previdência<br />

Social (CRPS), do Ministério<br />

da Previdência Social. O evento, além<br />

de dar espaço a discussões afi ns do Conselho<br />

e propiciar a confraternização de<br />

seus membros, contou com a presença do<br />

desembargador do Tribunal Regional do<br />

Trabalho da 10ª região Alexandre Nery de<br />

Oliveira, que ministrou palestra sobre Os<br />

efeitos da sentença trabalhista no âmbito<br />

previdenciário, tema frequente nos julgamentos<br />

do Colegiado.<br />

No Encontro, o presidente do CRPS,<br />

Salvador Marciano Pinto, fez um<br />

balanço das atividades desenvolvidas<br />

durante o ano de 2010 no Conselho, ressaltando<br />

que foram julgados cerca de<br />

60 mil processos de benefícios previ-<br />

denciários, número inferior ao de 2009.<br />

Ele atribuiu a diminuição à repercussão<br />

gerada pela greve dos médicos peritos<br />

do INSS, que durou 110 dias, e à implantação<br />

do novo Sistema Informatizado<br />

do INSS para cadastramento e encaminhamento<br />

dos processos, ainda em<br />

fase de adaptação.<br />

Cristinalice Oliveira, assessora Junto<br />

ao Poder Judiciário, representante da<br />

<strong>CNC</strong> no CRPS, explicou a essência do<br />

evento: “Um encontro de interação aliada<br />

ao conhecimento, é como defi no esta<br />

reunião dos representantes do Conselho,<br />

que permite o debate e a refl exão sobre<br />

temas confl itantes, uma vez que a legislação<br />

previdenciária é múltipla e complexa.<br />

Os conselheiros demonstraram satisfação<br />

e apreço pelo apoio que a <strong>CNC</strong> dedica a<br />

esta Representação”.<br />

Ao fi nal do evento, os convidados participaram<br />

de um coquetel de confraternização,<br />

oferecido pela entidade.<br />

INSTITUCIONAL<br />

Conselheiros do<br />

CRPS reunidos na<br />

sede da <strong>CNC</strong>,<br />

em Brasília<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 39


INSTITUCIONAL<br />

40<br />

Em tom<br />

descontraído, Lula<br />

discursa sobre as<br />

ações de<br />

seu Governo<br />

durante os oito<br />

anos de mandato<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Lula fez balanço,<br />

registrado em cartório,<br />

de oito anos no Governo<br />

Presidente se despede do Governo com registro em<br />

cartório das realizações dos oito anos de seu mandato.<br />

O documento cita a importância da participação do<br />

Sistema S na educação profi ssional.<br />

Presidente Lula registrou em cartório<br />

o Balanço de Governo 2003 a<br />

2010, no Palácio do Planalto, dia 15<br />

de dezembro. O documento, entregue ao<br />

presidente da Associação dos Notários e<br />

Registradores do Brasil (ANOREG-BR),<br />

Rogério Bacellar, cita o acordo fi rmado<br />

com o Sistema S, no que diz respeito à<br />

oferta de vagas em cursos técnicos.<br />

O acordo do Sistema S (SESC, Senac,<br />

Sesi e Senai) foi citado como iniciativa<br />

importante, com vistas a ampliar o número<br />

de vagas gratuitas oferecidas por suas redes<br />

de escolas – um processo que assegura<br />

a oferta de cursos técnicos gratuitos para<br />

jovens de baixa renda. Em 2009, foram<br />

266,6 mil matrículas gratuitas.<br />

O balanço, elaborado pela Secretaria<br />

de Comunicação da Presidência da República,<br />

é composto da relação completa<br />

de todas as ações empreendidas pelo<br />

Governo Federal a partir do ano de 2003.<br />

Assinado por todos os 37 ministros que<br />

compuseram o Governo Lula, é dividido<br />

em seis partes: I – Desenvolvimento<br />

Sustentável com Redução de Desigualdades;<br />

II – Cidadania e Inclusão Social; III<br />

– Infraestrutura; VI – Inserção no cenário<br />

Mundial e Soberania; V - Democracia e<br />

Diálogo; e VI - Gestão do Estado e Combate<br />

à Corrupção.<br />

Lula chamou a atenção para os programas<br />

de economia e educação. E ressaltou<br />

o Bolsa Família: “Graças a esse progra-


ma as crianças de famílias mais pobres do<br />

País hoje podem fazer três refeições ao<br />

dia”, disse o presidente.<br />

Dados do balanço apontam geração<br />

de 14.725.029 postos de trabalho formais<br />

entre 2003 e setembro de 2010, com base<br />

na Relação Anual de Informações Sociais<br />

(RAIS) e no Cadastro Geral de Empregados<br />

e Desempregados (CAGED).<br />

No evento, Luiz Inácio esteve acompanhado<br />

da primeira-dama, Marisa Letícia,<br />

da ex-ministra da Casa Civil, eleita presidente<br />

do Brasil, Dilma Rousseff, e do<br />

presidente do Senado, José Sarney. Além<br />

de todos os ministros do Governo, também<br />

compareceram o ex-ministro José<br />

Dirceu e o futuro ministro da Casa Civil,<br />

Antonio Palocci.<br />

No mesmo evento foram lançadas as<br />

novas cartilhas dos Conselhos Nacionais,<br />

entre os quais o Conselho Nacional de Imigração<br />

(CNIg), vinculado ao Ministério do<br />

Trabalho e Emprego, do qual a Confederação<br />

Nacional do Comércio de Bens, Serviços<br />

e Turismo (<strong>CNC</strong>) é membro.<br />

Os documentos foram registrados no<br />

1º Ofício de Registro Civil, Títulos e Documentos<br />

e Pessoas Jurídicas de Brasília.<br />

Presidente da <strong>CNC</strong> participa de<br />

diplomação da presidente eleita<br />

O presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e<br />

Turismo (<strong>CNC</strong>), Antonio Oliveira Santos, esteve presente à cerimônia de diplomação<br />

da presidente eleita, Dilma Rousseff, e de seu vice, Michel Temer.<br />

A solenidade aconteceu no Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em<br />

Brasília, dia 17 de dezembro de 2010.<br />

Oliveira Santos esteve acompanhado, na solenidade, por Marjolaine Canto,<br />

da Assessoria junto ao Poder Executivo (APEX)<br />

da <strong>CNC</strong>. Os diplomas, que atestam a vitória nas<br />

urnas e o mandato de quatro anos, foram assinados<br />

pelo presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski.<br />

Dilma e Temer foram conduzidos ao Pleno<br />

pelos ministros Cármen Lúcia e Arnaldo Versiani.<br />

Em seguida, o ministro Lewandowski discursou,<br />

dando início à solenidade, e outorgou os certifi cados<br />

a cada um dos eleitos. A solenidade foi prestigiada<br />

por aproximadamente 250 convidados.<br />

INSTITUCIONAL<br />

Oliveira Santos<br />

e a presidente<br />

Dilma Rousseff:<br />

reconhecimento<br />

Representantes<br />

dos cartórios<br />

exibem os quatro<br />

livros do Balanço<br />

de Governo<br />

2003-2010<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 41


ARTIGO<br />

Esperança e confiança:<br />

O discurso da presidente Dilma<br />

Os meios acadêmicos, os empresários, a imprensa<br />

e a sociedade brasileira em geral receberam<br />

com esperança e confi ança o substancioso,<br />

afi rmativo e elegante discurso proferido pela<br />

presidente Dilma Rousseff na cerimônia de posse, no<br />

Congresso Nacional, em que foram desenvolvidos os<br />

princípios e as diretrizes do novo Governo.<br />

No plano político, a presidente, a par de defender<br />

o aperfeiçoamento de nossa democracia, reafi rmou o<br />

compromisso “com a garantia plena das liberdades individuais,<br />

da liberdade de culto e de religiões, da liberdade<br />

de imprensa e de opinião”, enfatizando, em inspirado<br />

aforismo, que prefere “o barulho da imprensa<br />

livre ao silêncio das ditaduras”. Com toda a acuidade<br />

política, a presidente declarou: “estendo minha mão<br />

aos partidos de oposição e às parcelas da sociedade<br />

que não estiveram conosco na recente jornada eleitoral”,<br />

acrescentando, diante dos 37 ministros que compõem<br />

o imenso Ministério, dividido entre os exigentes<br />

partidos da situação, ávidos de poder, que “não haverá,<br />

de minha parte e do meu Governo, discriminação,<br />

privilégio ou compadrio”. E ainda advertiu que “serei<br />

rígida na defesa do interesse público”, que “não haverá<br />

compromisso com o desvio e o malfeito” e que “a corrupção<br />

será combatida permanentemente”.<br />

Em relação à política externa, a presidente confi rmou<br />

uma nova orientação para o Itamaraty, ao declarar<br />

que “o relacionamento com os Estados Unidos e a<br />

União Europeia será preservado e aprofundado”. Entre<br />

outros pontos, destacou os seus compromissos com “a<br />

defesa dos direitos humanos” e “a estabilidade fi nanceira<br />

internacional”.<br />

No que se refere à política econômica, a tranquilidade<br />

derivada da manutenção do ministro da Fazenda,<br />

Guido Mantega, e da escolha do novo presidente do<br />

Banco Central, Alexandre Tombini, aprofunda-se no<br />

discurso presidencial, com a irretocável afi rmativa de<br />

que “é preciso garantir a estabilidade, especialmente a<br />

estabilidade de preços, e seguir eliminando as travas<br />

que ainda inibem o dinamismo da nossa economia, facilitando<br />

a produção e estimulando a capacidade empreendedora<br />

de nosso povo, da grande empresa até os<br />

pequenos negócios locais, do agronegócio à agricultura<br />

familiar”. E foi oportuna e precisa a afi rmativa de<br />

que “é possível um país crescer aceleradamente sem<br />

destruir o meio ambiente”.<br />

42<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Cid Heraclito de Queiroz<br />

Consultor jurídico da <strong>CNC</strong><br />

Vindo ao encontro de uma antiga e forte aspiração<br />

de todos os contribuintes, a presidente destacou<br />

que é “inadiável a implementação de um conjunto de<br />

medidas que modernize o sistema tributário orientado<br />

pelo princípio da simplifi cação e da racionalidade”.<br />

Com efeito, não se pode esperar a implantação<br />

de um novo sistema tributário nem uma profunda<br />

reforma do sistema atual, mas uma reforma que o<br />

simplifi que e o torne racional, especialmente no que<br />

concerne ao ICMS, à burocracia fi scal e à quantidade<br />

exagerada de tributos.<br />

Na tormentosa questão do ensino em nosso país,<br />

ainda muito defi ciente, a presidente, depois de reconhecer<br />

que “nas últimas décadas, o Brasil universalizou<br />

o ensino fundamental”, anunciou uma série de<br />

medidas, como a melhoria da qualidade, a ampliação<br />

da oferta de creches e de pré-escolas e a extensão do<br />

ProUni ao ensino médio, e enfatizou, com toda a justiça,<br />

que “só existirá ensino de qualidade se o professor<br />

e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades<br />

da educação”.<br />

Finalmente, na área social, a Presidente defendeu,<br />

com acerto, “uma ação renovadora efetiva e integrada<br />

aos governos federal, estaduais e municipais, em particular<br />

nas áreas da saúde, da educação e da segurança”.<br />

Afi rmou, ainda, que “a luta mais obstinada” de seu<br />

Governo “será pela erradicação da pobreza extrema<br />

e a criação de oportunidades para todos”, o que importará,<br />

por certo, na reorientação do Programa Bolsa<br />

Família, com ações para o gradual encaminhamento<br />

dos benefi ciários à escola e ao mercado de trabalho.<br />

A presidente lembrou que “o Brasil optou, ao longo<br />

de sua história, por construir um Estado provedor<br />

de serviços básicos e de previdência social pública”,<br />

o que, realmente, “signifi ca custos elevados para toda<br />

a sociedade, mas signifi ca também a garantia do alento<br />

da aposentadoria para todos e serviços de saúde e<br />

educação universais”. Como se sabe, a sociedade brasileira<br />

arca com tais custos, mediante o pagamento da<br />

Cofi ns e da CSLL, além da contribuição previdenciária<br />

recolhida por trabalhadores e empregadores.<br />

Resta, enfi m, a confi ança de que o novo Governo<br />

transformará em realidade a esperança de todo o povo<br />

brasileiro e que conduzirá o País a uma nova fase de<br />

consolidação democrática, crescimento econômico e<br />

redução das desigualdades sociais e regionais.


Expectativas mostram<br />

um 2011 promissor<br />

para o comércio<br />

Após um Natal de resultados históricos, o comércio cio<br />

volta sua atenção para fatores que podem infl uenciar enciar<br />

o setor em 2011. Especialistas analisam como crédito, dito,<br />

infl ação, inadimplência e comércio eletrônico vão se<br />

comportar no ano que começa.<br />

O<br />

ano de 2010, sem dúvida, vai fi -<br />

car na memória do empresário do<br />

comércio de bens, serviços e turismo.<br />

Em uma demonstração de fôlego e de<br />

acerto nas decisões, Governo e iniciativa<br />

privada souberam lidar com incertezas<br />

econômicas, fazendo com que o Brasil<br />

atravessasse o período baseado, sobretudo,<br />

no aquecimento da atividade interna.<br />

Com a economia evoluindo de forma<br />

veloz, as expectativas para este ano são<br />

grandes. “Nunca tivemos um conjunto de<br />

fatores tão favorável como tivemos em<br />

2010, que podem projetar uma expectativa<br />

bastante promissora para 2011, desde que<br />

saibamos aproveitar e ter conhecimento do<br />

que está acontecendo”, ponderou o presidente<br />

da <strong>CNC</strong>, Antonio Oliveira Santos,<br />

na última reunião de Diretoria da entidade,<br />

em dezembro.<br />

Ter conhecimento do que está acontecendo<br />

é essencial para o sucesso dos negócios. E<br />

o comerciante deve estar atento a isso.<br />

Carlos Thadeu de Freitas, chefe da<br />

Divisão Econômica da <strong>CNC</strong> e ex-diretor<br />

do Banco Central, destaca que o<br />

momento é propício para que<br />

varejistas abasteçam seus<br />

estoques com produtos<br />

importados, tendo em<br />

vista o dólar depreciado. “As medidas as que<br />

o Banco Central vem tomando para tenn-<br />

tar conter a valorização do real ainda não<br />

impactaram a taxa de câmbio. Portanto, é<br />

interessante para o comerciante recompor<br />

os estoques aproveitando os preços mais<br />

competitivos dos importados”, afi rma.<br />

Além disso, o início de ano, normalmente,<br />

já é um momento de regularização<br />

dos estoques no varejo, após o balanço do<br />

desempenho das vendas de fi nal de dezembro.<br />

Nessa época, o setor faz promoções<br />

que buscam exatamente reduzir possíveis<br />

estoques remanescentes. Silvio Sales, economista<br />

e consultor da Fundação Getulio<br />

Vargas (FGV), explica que, no caso da<br />

indústria, usualmente o movimento é inverso:<br />

como o setor atinge o seu pico de<br />

produção para atendimento às encomendas<br />

do comércio por volta de outubro, o início<br />

de ano é um bom momento para reposição<br />

de estoques. “A variável-chave para defi -<br />

nir esse comportamento do comércio e da<br />

indústria no início do ano é o indicador de<br />

vendas de dezembro. As estatísticas até aqui<br />

disponíveis são parciais e sinalizam um fi -<br />

nal de ano com vendas vigorosas”, explica.<br />

O último dado disponível pelo IBGE até o<br />

fechamento desta edição era relativo a novembro<br />

do ano passado, quando o comércio<br />

varejista registrou crescimento de 1,1%<br />

no volume de vendas, na comparação com<br />

o mês anterior. Segundo o Instituto, foi a<br />

sétima alta consecutiva.<br />

BENS<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 43


1234567890<br />

7<br />

BENS<br />

mc m+ m- mr<br />

+ -<br />

8<br />

4 5<br />

1 2<br />

0<br />

/<br />

9<br />

6<br />

3<br />

x<br />

44<br />

-<br />

+<br />

=<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

180,0<br />

175,0<br />

170,0<br />

165,0<br />

160,0<br />

155,0<br />

150,0<br />

Vendas no Varejo e Intenção de Consumo das Famílias<br />

dez./09 fev./10 abr./10 jun./10 ago./10 out./10 dez./10<br />

Comércio Varejista (IBGE) Índice de Consumo das Famílias (<strong>CNC</strong>)<br />

Infl ação<br />

A infl ação é um fator que deve ser<br />

acompanhado de perto pelo setor – o<br />

choque sobre os preços agrícolas tende a<br />

mantê-la num patamar mais elevado em<br />

2011. “No entanto, assim como no ano<br />

anterior, a manutenção da valorização do<br />

real ante o dólar permitirá que a entrada<br />

de produtos importados impeça maior repasse<br />

de preços para o varejo, atendendo,<br />

portanto o crescimento da demanda interna”,<br />

analisa Bruno Fernandes, economista<br />

da <strong>CNC</strong>.<br />

Para Silvio Sales, da FGV, uma<br />

elevação dos preços pode signifi car certo<br />

“freio” na performance do varejo<br />

este ano: “Há evidências de que a performance<br />

do consumo doméstico é refl<br />

exo, sobretudo, do aumento da massa<br />

salarial e da oferta de crédito, que têm<br />

benefi ciado especialmente as faixas<br />

de renda mais baixas. E a infl ação<br />

em alta atinge o poder de compra<br />

deste segmento de modo mais relevante”.<br />

Sales explica que pode haver um<br />

aumento a encarecer as prestações,<br />

via aumento dos juros e/ou<br />

redução do número de parcelas,<br />

ao mesmo tempo em<br />

que eleva o gasto destinado<br />

aos bens de<br />

consumo não duráveis(principalmente<br />

alimentos),<br />

de maior peso<br />

relativo no orçamento<br />

dessas<br />

faixas de renda<br />

mais baixas.<br />

Classe C<br />

145<br />

140<br />

135<br />

130<br />

125<br />

120<br />

115<br />

A classe C se tornou a maior consumidora<br />

de eletroeletrônicos do País e a<br />

maior compradora de imóveis em 2010,<br />

impulsionada pelo aumento real da renda<br />

dos trabalhadores. E ao comércio também<br />

interessa esse novo universo de consumidores.<br />

“O setor pode buscar linhas de produtos<br />

que atendam a esta nova clientela. O<br />

setor da construção civil, por exemplo, é<br />

o que mais cresce atualmente no Brasil, e<br />

o mercado de trabalho tem se expandido<br />

com o aumento do emprego e da renda.<br />

Já há casos de agentes de fi nanciamento<br />

imobiliário atuando também no fi nanciamento<br />

de mobiliário e equipamentos para<br />

as novas residências”, exemplifi ca Marianne<br />

Lorena Hanson, também da <strong>CNC</strong>. Por<br />

outro viés, é possível perceber que o setor<br />

acompanha esse movimento e, de certa<br />

forma, antecipou-se, com os novos perfi s<br />

de campanhas publicitárias não só do comércio,<br />

mas também dos fabricantes de<br />

bens de consumo.<br />

Crédito<br />

O crédito, em 2011, pode ser um indicador-chave<br />

para a performance futura<br />

do comércio. A pergunta é: o comerciante<br />

deve tomar cuidado na hora de conceder<br />

crédito ao consumidor, tendo em vista a<br />

possibilidade de calote?<br />

“Até aqui, os números sobre a inadimplência<br />

têm estado numa trajetória de certo<br />

modo confortável, não apresentando,<br />

até o momento, evidências de uma elevação<br />

preocupante”, afi rma Sales, da FGV<br />

(Leia mais sobre inadimplência na pági-


10,0%<br />

9,0%<br />

8,0%<br />

7,0%<br />

6,0%<br />

5,0%<br />

Inadimplência dos Consumidores<br />

segundo o Banco Central e <strong>CNC</strong><br />

dez./09 fev./10 abr./10 jun./10 ago./10 out./10 dez./10<br />

Inadimplência (Bacen) Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (<strong>CNC</strong>)<br />

na 19). Por outro lado, o contexto atual é<br />

de uma percepção de demanda aquecida,<br />

que pressiona os preços, e de necessidade<br />

de aperto no crédito. “É um aspecto que<br />

deve estar presente no cálculo do setor,<br />

especialmente pelo fato de que, no início<br />

do ano, há uma concentração de despesas<br />

importantes, com educação e impostos específi<br />

cos, por exemplo, que pressionam o<br />

gasto das famílias e podem implicar um<br />

crescimento da inadimplência”, complementa<br />

o economista da FGV. Para Carlos<br />

Thadeu de Freitas, os setores que têm se<br />

benefi ciado com a expansão do crédito<br />

ao consumidor serão mais afetados pela<br />

provável desaceleração dos empréstimos<br />

bancários este ano. Entretanto, mesmo que<br />

não se repita o forte desempenho do ano<br />

passado, as vendas do comércio varejista<br />

deverão apresentar forte crescimento, pois<br />

se espera que a acomodação das políticas<br />

econômicas, através do aperto monetário e<br />

fi scal, seja lenta. Fábio Bentes, da equipe<br />

de Carlos Thadeu, destaca que, atualmente,<br />

a maior parte do risco na concessão de<br />

crédito não está mais com o comerciante.<br />

“As instituições fi nanceiras assumiram a<br />

maior parte da carteira de crédito do comércio.<br />

De qualquer forma, a inadimplência<br />

impacta negativamente o comércio<br />

e é algo a que o comerciante deve estar<br />

atento”, complementa.<br />

Serviços<br />

Um dos destaques em 2010, o setor de<br />

serviços pode se manter este ano como forte<br />

propulsor da economia. Segundo Fábio<br />

Bentes, o setor terciário atende ao mercado<br />

interno, e, como a crise ainda não se afastou<br />

defi nitivamente do mercado internacional,<br />

o consumo de bens e serviços pelos residentes<br />

no País deve continuar em evidência.<br />

A demanda interna também é o ponto<br />

crucial para Silvio Sales: “Este setor é intensivo<br />

em mão de obra, mas, ao mesmo<br />

tempo, muito diversifi cado. Há segmentos<br />

relativamente intensivos em tecnologia,<br />

como telecomunicações e informática, e<br />

outros de baixa produtividade e grandes<br />

empregadores, como serviços pessoais, de<br />

segurança e limpeza. Um aspecto comum<br />

a todos é sua articulação à demanda interna,<br />

e, nesse aspecto, as indicações são de<br />

que continuará a ser uma área de destaque<br />

no desempenho em 2011”.<br />

Comércio eletrônico<br />

Outro destaque de vendas, sobretudo<br />

no fi m do ano, o comércio eletrônico<br />

é uma excelente ferramenta para fazer<br />

com que os pequenos comerciantes ampliem<br />

seu mercado, sua visibilidade e seu<br />

faturamento. A opinião é de Luiz Almeida,<br />

especialista da Divisão<br />

Econômica da <strong>CNC</strong> em<br />

e-commerce. “Um grande<br />

exemplo são as lojas<br />

de fl ores, que, mesmo<br />

pequenas, vêm aderindo<br />

ao comércio virtual,<br />

com excelente resultado”,<br />

diz. Para ele, o comércio eletrônico<br />

(e as variações no uso comercial<br />

da internet) veio para fi car<br />

e, principalmente, para se somar ao<br />

comércio tradicional, que, com tantos indicadores<br />

positivos, pode começar o ano<br />

com justifi cado otimismo.<br />

BENS<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 45


TURISMO<br />

46<br />

Representantes<br />

das 22 entidades<br />

que compõem<br />

a CET vão<br />

priorizar suas<br />

reivindicações<br />

Para Alexandre<br />

Sampaio, é<br />

importante que o<br />

segmento mostre<br />

discurso afi nado<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Câmara de Turismo quer<br />

investir em pesquisas<br />

sobre demanda setorial<br />

Os integrantes da Câmara Empresarial<br />

de Turismo (CET) da Confederação<br />

Nacional do Comércio<br />

de Bens, Serviços e Turismo (<strong>CNC</strong>) consideram<br />

necessário fortalecer e aperfeiçoar<br />

as pesquisas setoriais existentes na área de<br />

turismo. “A ideia é, além de aprimorar, divulgar<br />

esses trabalhos”, defendeu o Coordenador<br />

da CET, Alexandre Sampaio.<br />

Essa foi uma das conclusões da última<br />

reunião do órgão em 2010, realizada em<br />

dezembro na sede da entidade, em Brasília.<br />

O Ministério do Turismo já desenvolve<br />

um levantamento de tendências em par-<br />

ceria com a Fundação Getulio Vargas. Na<br />

avaliação de Sampaio, a Câmara pode ser<br />

proativa, participando desse convênio para<br />

potencializar a pesquisa de acordo com as<br />

necessidades dos seus membros.<br />

Durante o encontro, também se chegou<br />

a um acordo para priorizar as demandas de<br />

cada uma das instituições que compõem a<br />

Câmara. Isso porque reivindicações isoladas,<br />

feitas pelas próprias entidades interessadas,<br />

teriam mais difi culdades de prosperar,<br />

no Executivo ou no Legislativo.<br />

“Com a união das 22 organizações, o<br />

que se quer é dar uma demonstração de<br />

coesão, de atuação sinérgica<br />

e de soluções sequenciais. É<br />

importante mostrar a força do<br />

conjunto, valorizando o consenso”,<br />

observou Sampaio.<br />

A proposta da CET, denominada<br />

de “associativismo<br />

do patronato”, estabelece uma<br />

atuação conjunta, na qual as<br />

questões em que houver consenso<br />

serão levadas à Presidência<br />

da <strong>CNC</strong>, na busca do engajamento<br />

da entidade, para obter<br />

solução para esses pleitos.


Conselho de Turismo da <strong>CNC</strong><br />

encerra atividades de 2010 e<br />

anuncia novas ações<br />

Um coquetel <strong>realizado</strong> no dia 8<br />

de dezembro marcou o encerramento<br />

das atividades de 2010 do<br />

Conselho de Turismo da Confederação<br />

Nacional do Comércio de Bens, Serviços<br />

e Turismo (<strong>CNC</strong>). O encontro, que reuniu<br />

autoridades e estudiosos do trade, aconteceu<br />

no endereço da Confederação no Rio<br />

de Janeiro. Na ocasião, foram entregues<br />

certifi cados aos membros do Conselho,<br />

assinados pelo presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio<br />

Oliveira Santos, e pelo presidente do<br />

Conselho, Oswaldo Trigueiros Junior.<br />

Este ano, o órgão vai promover debates<br />

e estudos sobre dois macrotemas:<br />

a Regulamentação do Turismo Náutico<br />

e a Capacitação e Qualifi cação<br />

Profi ssional no Turismo.<br />

Na abertura do coquetel, o presidente<br />

do Conselho fez um balanço das atividades<br />

realizadas ano passado, com ênfase<br />

nos debates relativos ao ma-<br />

crotema Infraestrutura Turística e Megaeventos.<br />

“O Brasil é a bola da vez, e analisar<br />

a capacidade do País de sediar eventos de<br />

grande porte é o que vai fazer diferença”,<br />

disse Oswaldo Trigueiros. As discussões<br />

em torno do tema serão compiladas em<br />

uma publicação e apresentadas a autoridades<br />

do setor, para auxiliar na preparação do<br />

País para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas<br />

de 2016. O Conselho de Turismo<br />

também está fi nalizando seu relatório de<br />

atividades de 2010.<br />

Eraldo Alves da Cruz, vice-presidente<br />

do Conselho, destaca que a função maior<br />

do órgão é formar massa crítica para auxiliar<br />

na tomada de decisão das autoridades<br />

e no fomento de políticas públicas. “Daí a<br />

importância de promovermos os estudos e<br />

debates”, explicou.<br />

Em 2010, o Conselho realizou, também,<br />

a compilação dos debates sobre os<br />

macrotemas Futuro da Aviação Comercial<br />

no Brasil e Turismo e Economia Brasileira,<br />

além da publicação Coletânea Turística<br />

2010 e do primeiro volume da revista<br />

Turismo em Pauta, lançado durante a Feira<br />

da Abav, realizada em outubro do ano passado,<br />

no Rio de Janeiro.<br />

TURISMO<br />

Abaixo, Oswaldo<br />

Trigueiros e Eraldo<br />

Alves da Cruz<br />

entregam certifi cados<br />

aos membros do<br />

Conselho. Ao lado, a<br />

equipe reunida, com<br />

a assistente Claudia<br />

Gonçalves e a assessora<br />

Josi Fernandes.<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 47


TURISMO<br />

Eraldo Alves da<br />

Cruz (<strong>CNC</strong>) e outros<br />

representantes do<br />

CNT se reúnem<br />

com o novo<br />

ministro do Turismo<br />

48<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Uma visão de<br />

360 graus sobre<br />

o setor de turismo<br />

O segundo número da revista Turismo em Pauta,<br />

editada pela <strong>CNC</strong>, reuniu um novo time de especialistas<br />

para tratar dos mais importantes temas do setor. Entre<br />

os assuntos abordados estão o turismo esportivo, de<br />

saúde, o turismo de base comunitária – estreitamente<br />

vinculado ao desenvolvimento local – e os desafi os<br />

impostos aos agentes por um mercado cada vez mais competitivo.<br />

Outro tema na ordem do dia – analisado nesta edição pelo Ministro do<br />

Esporte, Orlando Silva – são as transformações previstas para o País, tendo em vista<br />

os grandes eventos esportivos de 2014 e 2016. Na linha dos trabalhos que abordam fatos<br />

marcantes para deles extrair lições a serem aprendidas, a Turismo em Pauta traz, também,<br />

os bastidores da crise causada em 2009 pela pandemia da gripe H1N1. E, de olho<br />

no futuro, a atuação do Senac no campo da educação profi ssional, em sintonia com as<br />

necessidades da chamada sociedade do conhecimento.<br />

Membros do Conselho Nacional<br />

de Turismo se reúnem com<br />

novo ministro Pedro Novais<br />

O novo ministro do Turismo, Pedro<br />

Novais, recebeu integrantes do Conselho<br />

Nacional de Turismo em seu gabinete,<br />

em Brasília, no dia 3 de janeiro, logo<br />

após ser empossado no cargo. Esteve<br />

presente à reunião o chefe da Assessoria<br />

de Turismo e Hospitalidade e vice-presidente<br />

do Conselho de Turismo da <strong>CNC</strong>,<br />

Eraldo Alves da Cruz.<br />

Novais disse estar aberto ao diálogo<br />

para conhecer as reivindicações do trade<br />

turístico nacional. Ele ouviu, de cada um<br />

dos presentes, um histórico dos trabalhos<br />

do CNT e as proposições para os próximos<br />

anos, entre elas a fl exibilização de vistos<br />

para turistas estrangeiros e a classifi cação<br />

do turismo como atividade exportadora.<br />

“Tenho a consciência de que o CNT<br />

é parceiro do Ministério, e precisamos<br />

trabalhar em conjunto para o desenvolvimento<br />

do setor. Essa integração com<br />

o conselho, com os secretários estaduais<br />

de turismo e o trade em geral é fundamental,<br />

já que o Ministério do Turismo<br />

é apenas um coordenador, e cabe à iniciativa<br />

privada tocar a atividade. Vamos<br />

estreitar essa união e colher os frutos”,<br />

afi rmou Novais.<br />

Em seu discurso de posse, o ministro<br />

mostrou que deve dar continuidade à gestão<br />

descentralizada, proposta pela pasta<br />

desde sua criação, em 2003, e anunciou<br />

a criação do Plano Nacional de Turismo<br />

2011-2014, que vai traçar as metas para o<br />

turismo brasileiro nos próximos anos.<br />

O trabalho será feito em parceria com<br />

o CNT, com o Fórum Nacional dos<br />

Secretários e Dirigentes Estaduais de<br />

Turismo (FORNATUR) e com os empresários<br />

e entidades do setor.


SEGS encerra ciclo de<br />

2010 e realiza entrega<br />

de certificados<br />

Evento, <strong>realizado</strong> em Bonito,<br />

contou com os representantes<br />

dos sindicatos fi liados<br />

à Fecomércio-MS<br />

No dia 11 de dezembro de 2010,<br />

representantes de 15 sindicatos<br />

fi liados à Federação do Comércio<br />

de Bens, Serviços e Turismo do Estado de<br />

Mato Grosso do Sul (FECOMÉRCIO-MS)<br />

estiveram reunidos no Zagaia Eco Resort,<br />

no Município de Bonito, para encerramento<br />

do ciclo 2010 do Sistema de Excelência<br />

em Gestão Sindical (SEGS), marcado<br />

pela palestra Liderar é atingir metas,<br />

proferida pelo assessor do Departamento<br />

de Planejamento da <strong>CNC</strong> (DEPLAN)<br />

Rodrigo Wepster, e pela entrega dos certifi<br />

cados Entidade Rumo à Excelência na<br />

Gestão Sindical, emitidos pela <strong>CNC</strong>, e<br />

dos certifi cados de participação no SEGS,<br />

emitidos pela Federação.<br />

Os certifi cados são uma forma de reconhecer<br />

o empenho das entidades que, desde<br />

março de 2010, participam de capacitações<br />

e avaliações gerenciais, em busca do<br />

aumento da representatividade e da otimização<br />

dos produtos e serviços oferecidos.<br />

Para o Sindicato dos Representantes<br />

Comerciais do Estado de Mato Grosso<br />

do Sul (SINRECOMS), o SEGS auxiliou<br />

o Sindicato a registrar suas ações e mensurar<br />

resultados, demonstrando sua atuação<br />

à base representada. O presidente da<br />

entidade, José Alcides dos Santos, afi rma<br />

que a relação com as empresas mudou – os<br />

empresários passaram a participar e apresentar<br />

sugestões para ações. “Colocamos<br />

muitas ações em prática, passamos a atuar<br />

com uma linha de trabalho e buscamos a<br />

certifi cação digital, que aumentou nossa<br />

credibilidade; o sindicato fi cou atrativo”,<br />

declarou Alcides.<br />

No Sindicato do Comércio Varejista de<br />

Aquidauana os treinamentos resultaram<br />

em mais organização e levaram a entidade<br />

a investir no processo de informatização.<br />

O presidente do Sindicato e vice-<br />

-presidente da Fecomércio-MS, Denire<br />

de Carvalho, conta que implantou programas<br />

para emissão de guias e que a meta<br />

é implantar sistema para que os fi liados<br />

possam imprimir as guias pelo próprio<br />

site do Sindicato. “Nosso programa também<br />

nos dá retorno, e consigo gerenciar os<br />

pagamentos. Isso nos permite maior controle”,<br />

diz Denire.<br />

Em Dourados, o SEGS possibilitou<br />

transformações no Sindicato do Comércio<br />

Atacadista e Varejista (SINDICOM), conta<br />

a gerente Vaniele Estrada Castro. “Mudou<br />

nossa visão de sindicato, que antes<br />

se resumia à arrecadação e à convenção<br />

coletiva. Agora, procuramos dar apoio ao<br />

empresário e agregamos produtos e serviços,<br />

para que nossa receita fi casse menos<br />

dependente da arrecadação”.<br />

Além da presença dos presidentes<br />

de sindicatos, o evento em Bonito<br />

contou com a participação do chefe da<br />

Assessoria junto ao Poder Legislativo<br />

(APEL) da <strong>CNC</strong>, Roberto Velloso, do<br />

presidente da Fecomércio-MS, Edison<br />

Ferreira, do superintendente Reginaldo<br />

Henrique Soares e da diretora Regional<br />

do SESC, Irene Buainain, além de<br />

colaboradores do Sistema.<br />

PRODUTOS <strong>CNC</strong><br />

Da esquerda para<br />

direita: Rodrigo<br />

Wepster (Deplan),<br />

Roberto Velloso<br />

(Apel), Valdemir<br />

Terra (Sindivel) e<br />

Edison Ferreira<br />

(Fecomércio-MS)<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 49


50<br />

PRODUTOS <strong>CNC</strong><br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

<strong>CNC</strong> lança 39ª<br />

edição da Síntese da<br />

Economia Brasileira<br />

A<br />

Confederação Nacional do Comércio<br />

de Bens, Serviços e Turismo<br />

(<strong>CNC</strong>) acaba de lançar a 39ª edição<br />

da Síntese da Economia Brasileira, publicação<br />

produzida pela Divisão Econômica<br />

da entidade que contém os principais dados<br />

e estatísticas econômicas brasileiras<br />

relativas a 2010, como balança comercial,<br />

dívida externa, reservas internacionais e<br />

taxa de câmbio, entre outros.<br />

A Síntese mostra que o Produto Interno<br />

Bruto do País, que nos anos de 2007<br />

Publicação anual contempla as principais<br />

informações sobre a ecomnia brasileria em 2010,<br />

reunidas em textos, tabelas e quadros de fácil<br />

leitura e visualização<br />

e 2008 atingiu taxas de crescimento superiores<br />

a 5%, em 2009 registrou queda de<br />

0,2% em relação ao ano anterior – uma<br />

demonstração de que, mesmo sentindo os<br />

efeitos da crise fi nanceira internacional,<br />

a economia brasileira se posicionou de<br />

forma muito mais estável que a maioria<br />

dos países desenvolvidos. Os números<br />

do primeiro semestre do ano também são<br />

bons: crescimento de 8,9% em relação ao<br />

primeiro semestre de 2009.<br />

Também no comércio exterior os<br />

números de 2010 são interessantes: as<br />

exportações, expo de janeiro a outubro, somaram<br />

mara US$ 163,3 bilhões, superando<br />

em 10 meses as vendas de US$ 153<br />

bilhões bilh registradas durante todo o ano<br />

de 2009. Pelo lado das importações<br />

o cenário c é parecido – de janeiro a<br />

outubro outu de 2010 as compras atingi-<br />

ram US$ 148,7 bilhões, enquanto em<br />

2009 200 (ano inteiro) foram de apenas<br />

US$ US 127,6 bilhões.<br />

Em seu texto de apresentação, o<br />

pr presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio Olivei-<br />

ra Santos, afi rma que os números indicam<br />

di claramente a recuperação da<br />

economia, ec já que refl etem as aquisições<br />

çõ de produtos de consumo direto<br />

e também de equipamentos para renovação<br />

n do parque industrial e para<br />

automação a comercial.


Governo veta projeto<br />

e edita MP sobre o<br />

cadastro positivo<br />

Entre as alterações em relação<br />

à proposta original, estão a<br />

necessidade de autorização do<br />

consumidor para uso de suas<br />

informações e a responsabilização<br />

por danos causados pelo<br />

compartilhamento dos dados<br />

Aprovado pelo Senado em dezembro,<br />

o Projeto de Lei relativo ao<br />

cadastro positivo foi vetado integralmente<br />

pelo presidente Lula no último<br />

dia de seu mandato. Em seu lugar, o Governo<br />

editou a Medida Provisória (MP)<br />

nº 518/2010, recriando o cadastro em<br />

novo formato e com alterações importantes.<br />

O comércio, as empresas do setor<br />

fi nanceiro e as entidades de defesa do<br />

consumidor acompanham a evolução do<br />

assunto com interesse.<br />

O cadastro positivo é um banco de dados<br />

com informações sobre a pontualidade<br />

dos consumidores no pagamento de suas<br />

contas. A ideia é que, com um bom histórico,<br />

o cliente possa se benefi ciar com mais<br />

acesso a crédito e melhores condições de<br />

negociação com estabelecimentos, como,<br />

por exemplo, lojas, bancos e supermercados,<br />

que poderão utilizar o cadastro para<br />

defi nir ofertas comerciais (preço, valor,<br />

quantidade de parcelas, juros, entre outros)<br />

de acordo com o seu perfi l de risco.<br />

Uma das mudanças efetuadas pela MP<br />

nº 518/2010 é que o compartilhamento de<br />

informações positivas de crédito dependerá<br />

da autorização expressa do consumidor.<br />

A partir da adesão, a alimentação dos dados<br />

pelas empresas especializadas se dará<br />

automaticamente. O cadastrado poderá,<br />

também, ter acesso a essas informações<br />

de forma gratuita e pedir a exclusão de seu<br />

nome dos birôs a qualquer tempo. Em caso<br />

de danos ao consumidor causados pelo<br />

compartilhamento ou pela falta de qualidade<br />

dos dados, a responsabilidade será<br />

não só da fonte que originou a informação,<br />

como também do birô e de quem acessou o<br />

cadastro. São pontos que vêm gerando polêmica,<br />

principalmente no setor fi nanceiro.<br />

Ainda assim, a MP nº 518/2010 – que<br />

precisará ser votada para se tornar lei no<br />

futuro – é vista como um avanço que trará<br />

benefícios para a economia do País. “O<br />

cadastro positivo vai diferenciar o bom pagador,<br />

que hoje paga os mesmos juros que<br />

os demais. Uma pessoa leva anos pagando<br />

seus compromissos rigorosamente em<br />

dia e, na hora de tomar um empréstimo ou<br />

fazer um fi nanciamento, isso não é levado<br />

em conta. O cadastro positivo pode solucionar<br />

isso”, disse o vice-presidente Financeiro<br />

da <strong>CNC</strong>, Luiz Gil Siuffo Pereira, na<br />

reunião de Diretoria de dezembro.<br />

A Câmara vai, agora, analisar a criação<br />

de “cadastros positivos” de acordo com as<br />

regras da Medida Provisória nº 518/2010.<br />

A MP, que chegou ao Congresso em 31<br />

de dezembro, foi editada após o veto ao<br />

PL nº 405/2007, sobre o mesmo tema, e<br />

tem semelhanças com o PL nº 836/2003,<br />

aprovado na Câmara e em tramitação no<br />

Senado. Os pontos abordados na MP serão<br />

regulamentados pelo Poder Executivo.<br />

EM FOCO<br />

Cadastro positivo<br />

vai ajudar a<br />

diferenciar o<br />

bom pagador<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 51


SISTEMA COMÉRCIO<br />

52<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Senac-DF e Ministério Público<br />

fecham parceria<br />

Um termo de cooperação técnica entre<br />

o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial<br />

do Distrito Federal (SENAC-DF)<br />

e o Ministério Público do Distrito Federal<br />

e Territórios (MPDFT) vai ajudar a desenvolver<br />

atividades relacionadas à educação<br />

profi ssional na área de gastronomia.<br />

O MP deve implantar um restaurante<br />

e uma lanchonete-escola em suas instalações.<br />

Segundo a procuradora-geral de<br />

justiça em exercício, Zenaide Souto, o<br />

Senac-DF é uma das entidades que mais<br />

colaboram na capacitação e formação de<br />

pessoas. “Nosso objetivo é que, junto à<br />

entidade, possamos preparar as pessoas<br />

de forma adequada”, conta Zenaide, que<br />

Zenaide Souto e<br />

Adelmir Santana<br />

fecharam acordo de<br />

coperação entre o<br />

MP e o Senac-DF<br />

Mesa Brasil atende mais de<br />

1,6 milhão de pessoas em 2010<br />

O programa Mesa<br />

Brasil SESC encerrou<br />

o ano de 2010<br />

com mais de 32 mil<br />

toneladas de alimentos<br />

arrecadados –<br />

um número para ser<br />

comemorado não<br />

apenas pelos parceiros,<br />

voluntários<br />

e idealizadores<br />

do projeto, mas<br />

também por mais de 1,6 milhão<br />

de pessoas atendidas em 293 cidades<br />

brasileiras. Ao todo, foram mais de cinco<br />

mil entidades cadastradas no programa benefi<br />

ciadas pelas doações feitas nos quatro<br />

cantos do País. Além da arrecadação de<br />

ressalta a importância da assinatura do termo,<br />

válido por cinco anos.<br />

O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir<br />

Santana, afi rma que o Senac-DF, como<br />

entidade sem fi ns lucrativos, se vê impulsionado<br />

a participar de atividades em órgãos<br />

públicos como o Ministério Federal,<br />

já que essa é uma ótima oportunidade de<br />

expandir a capacitação profi ssional no<br />

Distrito Federal.<br />

alimentos, o Mesa Brasil promoveu ações<br />

educativas sobre o desperdício de alimentos<br />

e o seu reaproveitamento, em mais de<br />

2.500 palestras, debates e campanhas, entre<br />

outras atividades, ao longo do ano.<br />

Uma adição signifi cativa aos números<br />

do Mesa Brasil aconteceu em 6 de<br />

novembro de 2010, no Dia Mundial de<br />

Coleta de Alimentos, quando as unidades<br />

do SESC em todo o País promoveram<br />

a arrecadação dos mantimentos. Só<br />

no Estado do Amazonas foram arrecadadas<br />

9,1 toneladas de produtos em 12 supermercados<br />

participantes da campanha,<br />

benefi ciando 40 instituições.<br />

Em 2010, o Mesa Brasil SESC contou<br />

com a parceria de 3.340 empresas e mais<br />

de 600 voluntários em todo o Brasil.


Proposta da Fecomércio<br />

Minas quer fortalecer a<br />

Contribuição Sindical<br />

Projeto de Lei Complementar reafi rma<br />

a obrigatoriedade da Contribuição<br />

Sindical Patronal para todas as empresas,<br />

independentemente do porte<br />

O<br />

presidente da Federação do Comércio<br />

de Bens, Serviços e Turismo<br />

do Estado de Minas Gerais<br />

(FECOMÉRCIO Minas), Lázaro Luiz<br />

Gonzaga, e representantes dos sindicatos<br />

fi liados à entidade entregaram ao deputado<br />

federal Ademir Camilo (PDT-MG) uma sugestão<br />

de proposição legislativa que visava<br />

garantir o equilíbrio das relações sindicais.<br />

A proposta foi transformada no Projeto<br />

de Lei Complementar nº 599/2010, que<br />

propõe a alteração da Lei Complementar<br />

n° 123, a que instituiu o Estatuto Nacional<br />

da Microempresa e da Empresa de Pequeno<br />

Porte, incluindo a Contribuição Sindical<br />

Patronal como uma das contribuições<br />

recolhidas por meio do Simples Nacional.<br />

O deputado apresentou a proposta no dia<br />

10 de novembro, durante sessão ordinária<br />

da Câmara Federal.<br />

Segundo o parágrafo 3° da Lei Complementar<br />

n° 123, instituída em 2006, “as<br />

microempresas e empresas de pequeno<br />

porte optantes pelo Simples Nacional fi -<br />

cam dispensadas do pagamento das demais<br />

contribuições instituídas pela União,<br />

inclusive as contribuições para as entidades<br />

privadas de serviço social e de formação<br />

profi ssional vinculadas ao sistema<br />

sindical, de que trata o art. 240 da Constituição<br />

Federal, e demais entidades de<br />

serviço social autônomo”. Em setembro<br />

de 2010, o Supremo Tribunal Federal julgou<br />

constitucional o direito ao tratamento<br />

diferenciado das micros e pequenas em-<br />

presas, o que fortaleceu uma corrente de<br />

entendimento de que empresas optantes<br />

pelo Simples estariam isentas ou dispensadas<br />

da Contribuição Sindical Patronal.<br />

O Projeto de Lei entregue pela Federação<br />

e apresentado pelo deputado Ademir<br />

Camilo afi rma que é equivocada essa<br />

corrente de entendimento e vai reafi rmar<br />

a obrigatoriedade da Contribuição para<br />

todas as empresas, independentemente do<br />

porte. O objetivo das mudanças é o atendimento<br />

ao dispositivo constitucional, diferenciando<br />

o que é tratamento favorecido de<br />

isenção, sem prejuízo para as receitas dos<br />

sindicatos patronais.<br />

Vale destacar que<br />

a maioria das empresas<br />

representadas são<br />

de micro e pequeno<br />

porte, principais demandantes<br />

da prestação<br />

de serviços dos<br />

sindicatos patronais<br />

e da federação, que<br />

têm como principal<br />

fonte de receita<br />

a Contribuição<br />

Sindical. Com isso,<br />

a Fecomércio Minas<br />

contribui para<br />

a continuidade dos<br />

serviços prestados<br />

aos empresários do<br />

comércio de bens,<br />

serviços e turismo.<br />

SISTEMA COMÉRCIO<br />

Deputado Federal<br />

Ademir Camilo<br />

(PDT-MG) apresentou<br />

a proposta que<br />

pretende fortalecer a<br />

Contribuição Sindical<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 53


SISTEMA COMÉRCIO<br />

Grifes como a<br />

Lucidez (ao lado)<br />

se misturaram<br />

aos Núcleos<br />

Criativos da<br />

Fecomércio-RJ,<br />

como o do Sul<br />

Fluminense<br />

(abaixo)<br />

54<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Moda e oportunidade de<br />

negócios no 17° Senac<br />

Rio Fashion Business<br />

Evento recebeu cerca de<br />

60 mil visitantes e se fi rma<br />

como referência no circuito<br />

brasileiro de moda<br />

Entre os dias 10 e 13 de janeiro,<br />

aconteceu a 17ª edição do Senac<br />

Rio Fashion Business, <strong>realizado</strong><br />

na Marina da Glória e em outros<br />

pontos do Rio de Janeiro. Cerca de 60<br />

mil pessoas estiveram nos quatro dias<br />

do evento, número 60% maior do que<br />

a edição passada. Foram 310 expositores,<br />

que mostraram o potencial da<br />

capital fl uminense como um grande<br />

centro de moda do País.<br />

O evento rendeu R$ 690 milhões<br />

em negócios, um crescimento de<br />

25% sobre a edição outono/inverno<br />

de janeiro de 2010. “Acertamos na<br />

data. Logo após o Carnaval, os lojistas<br />

já poderão colocar na vitrine<br />

as novidades da próxima estação”,<br />

afi rma Eloysa Simão, diretora-geral<br />

do Fashion Business. Segundo<br />

ela, todos os expositores atingiram as<br />

suas metas, e cerca de 30% superaram<br />

as vendas da edição passada. “O lojista<br />

saiu motivado e poderá montar o lançamento<br />

da exposição com entusiasmo<br />

para o seu cliente”, enfatiza Eloysa.<br />

Além de grandes grifes nacionais,<br />

como Alexandre Herchcovitch e Cavendish,<br />

o Fashion Business contou com 50<br />

marcas de 12 Núcleos Criativos da Federação<br />

do Comércio de Bens, Serviços<br />

e Turismo do Estado do Rio de Janeiro<br />

(FECOMÉRCIO-RJ), com integrantes<br />

de diversas partes do Estado.


Federações participam da<br />

maior feira mundial do<br />

varejo, em Nova York<br />

Fecomércio-RN e Fecomércio-SC estiveram presentes<br />

na Retail’s Big Show 2011, convenção anual da National<br />

Retail Federation, maior federação do setor no mundo<br />

Entre os dias 9 e 12 de janeiro aconteceu<br />

a Retail’s Big Show 2011,<br />

convenção anual da National Retail<br />

Federation (NRF – Federação Nacional<br />

de Varejistas, em tradução livre para o<br />

português), em Nova York. A Federação<br />

do Comércio de Bens, Serviços e Turismo<br />

do Estado do Rio Grande do Norte<br />

(FECOMÉRCIO-RN) e a Federação<br />

do Comércio do Estado de Santa Catarina<br />

(FECOMÉRCIO-SC) estiveram<br />

presentes no evento.<br />

Na comitiva da Fecomércio-RN estiveram<br />

presentes o presidente da entidade,<br />

Marcelo Fernandes de Queiroz, e os<br />

vice-presidentes, Luiz Antônio de Lacerda<br />

e Itamar Manso Maciel. Os participantes<br />

tiveram orientação de Frederico Alecrim e<br />

Rodrigo Freitas, consultores da Federação,<br />

responsáveis por segmentar os assuntos<br />

e relacionar cada palestra com a área de<br />

atuação das empresas participantes.<br />

Representando a Fecomércio-SC, estiveram<br />

presentes no evento Célio Spagnoli,<br />

vice-presidente da entidade, Marcos Arzua,<br />

diretor executivo, e Mábile Gatelli,<br />

gerente da divisão de planejamento da<br />

Fecomércio-SC, além de representantes de<br />

sindicatos catarinenses.<br />

A convenção da NRF é considerada<br />

uma referência mundial no comércio<br />

varejista. Os participantes tiveram a<br />

oportunidade de visualizar o panorama<br />

mundial do varejo, trocando experiências<br />

e informações em palestras de temas<br />

variados, como o varejo em mercados<br />

emergentes, a visão do futuro para os<br />

shopping centers e até um seminário sobre<br />

a sustentabilidade na América do Sul,<br />

especialmente no Brasil.<br />

Será a 100ª edição do NRF, que em<br />

2011 vai abordar também a gestão de pessoas,<br />

uma das principais preocupações<br />

dos profi ssionais do varejo, e os avanços<br />

tecnológicos que podem auxiliar os empresários.<br />

Participaram do evento empresas<br />

como Google, Microsoft, IBM,<br />

Disney e Deloitte.<br />

SISTEMA COMÉRCIO<br />

Comitivas das<br />

Federações do Rio<br />

Grande do Norte (foto<br />

à esq.) e de Santa<br />

Catarina participaram<br />

da feira da NRF, que<br />

completou 100 anos<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 55


SISTEMA COMÉRCIO<br />

56<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

SESC-CE recebe Selo de<br />

Responsabilidade Cultural<br />

O Serviço Social do Comércio do<br />

Ceará (SESC-CE) recebeu o Selo de Responsabilidade<br />

Cultural, prêmio entregue<br />

pela Secretaria da Cultura do Estado do<br />

Ceará (SECULT) a empresas e instituições<br />

que fi nanciam e promovem a cultura no<br />

Estado. O selo foi entregue em cerimônia<br />

realizada no dia 1° de dezembro de<br />

2010, celebrando os mais de R$ 101<br />

milhões investidos em mais de mil<br />

projetos desenvolvidos entre junho<br />

de 2008 e maio de 2009. Para Regina<br />

Leitão, diretora regional do SESC-<br />

-CE, a homenagem é uma legitimação<br />

das ações da entidade na promoção da<br />

cultura no Estado. “É uma honra para<br />

Gabriella Teixeira (à<br />

esq.), técnica de cultura,<br />

representou o SESC-CE<br />

e recebeu o selo<br />

de Denise Pires,<br />

parceira da Secult<br />

o SESC-CE ser agraciado com o Selo de<br />

Responsabilidade Cultural, uma vez que a<br />

instituição compreende a cultura como um<br />

espaço de planejamento, gestão estratégica<br />

e consolidação da cidadania, contribuindo<br />

para a política pública estadual de promoção<br />

e valorização da cultura cearense”.<br />

Serviço Nacional<br />

de Aprendizagem Comercial<br />

completa 65 anos<br />

Presente nos 26 Estados do País e no Distrito Federal, o Serviço Nacional<br />

de Aprendizagem Comercial (SENAC) completou 65 anos em 10 de<br />

janeiro de 2011. São mais de seis décadas levando educação profi ssional de<br />

qualidade em mais de 450 unidades espalhadas pelo Brasil.<br />

Criado em 1946 pela então Confederação Nacional do<br />

Comércio (<strong>CNC</strong>), através do Decreto-Lei n° 8.621, o Senac<br />

já atendeu a mais de 50 milhões de pessoas em todo<br />

o País, em cursos profi ssionalizantes presenciais, semipresenciais<br />

e a distância.<br />

Através de suas ações, como o Senac Móvel e a Balsa-<br />

-Escola, o Senac tem levado educação a todos os lugares,<br />

mesmo àqueles considerados inalcançáveis. Além disso,<br />

os alunos do Senac possuem um diferencial: têm a oportunidade<br />

de aprender uma profi ssão na prática, exercendo os<br />

conhecimentos co<br />

nos estabelecimentos da entidade, como hotéis, restaurantes,<br />

te cozinhas e lanchonetes.


Fecomércio-BA torna-se<br />

Autoridade de Registro<br />

de certificados digitais<br />

Parceria com a Certisign transforma a Federação<br />

na sexta a ser credenciada no País para emissão<br />

de certifi cados digitais<br />

A<br />

Federação do Comércio de Bens,<br />

Serviços e Turismo do Estado da<br />

Bahia (FECOMÉRCIO-BA) está<br />

ofi cialmente credenciada como Autoridade<br />

de Registro (AR) para emissão de certifi -<br />

cados digitais. O anúncio foi feito no dia<br />

13 de dezembro, durante coquetel que celebrou<br />

o início da parceria entre a Fecomércio-BA<br />

e a Certisign, empresa que atua exclusivamente<br />

na emissão dos certifi cados.<br />

“É muito importante a Federação ser<br />

autorizada a fornecer o certifi cado Certisign.<br />

É uma das realizações da nossa gestão,<br />

pois põe à disposição da comunidade<br />

baiana este serviço cada vez mais indispensável”,<br />

afi rma o presidente da Fecomércio-<br />

-BA, Carlos Fernando Amaral. Com a parceria,<br />

a Federação deixa de ser apenas um<br />

ponto de atendimento, para realizar ela<br />

própria as emissões dos certifi cados.<br />

Segundo o gerente Comercial da Certisign,<br />

Leonardo Gonçalves, a ofi cialização<br />

da nova AR é de extrema importância<br />

para a região. “A parceria traz benefícios<br />

para o associado, que obtém a certifi cação<br />

com desconto. Há a possibilidade de<br />

parceria com os sindicatos, e isso é bom<br />

para a região”, conclui.<br />

Com isso, a Fecomércio-BA se torna<br />

a sexta federação atuante como Autoridade<br />

de Registro no País, junto com as<br />

Federações de Rio Grande do Sul, Paraná,<br />

São Paulo, Santa Catarina e Ceará.<br />

Além delas, outras 15 federações (Alagoas,<br />

Amazonas, Amapá, Distrito Federal,<br />

Maranhão, Mato Grosso do Sul,<br />

Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio<br />

de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia,<br />

Sergipe e a Federação Nacional<br />

de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares)<br />

e seis sindicatos do Estado de<br />

São Paulo (Sincoelétrico, Sincomavi,<br />

Sincomercio ABC, Sindilojas, Sinapel<br />

e Sindicomis) funcionam como pontos<br />

de atendimento (PA) para a emissão de<br />

certifi cados digitais.<br />

SISTEMA COMÉRCIO<br />

Edson Mascarenhas,<br />

vice-presidente da<br />

Fecomércio-<br />

-BA, discursa na<br />

solenidade que ofi cializou<br />

a Federação como AR<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 57


SISTEMA COMÉRCIO<br />

Acima: o presidente<br />

da Fecomércio-<br />

-AM, José Roberto<br />

Tadros, e o<br />

secretário Helio<br />

Nobre inauguram o<br />

restaurante. Abaixo,<br />

a Escola de Ensino<br />

Fundamental.<br />

58<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

O<br />

Serviço Social do Comércio no<br />

Amazonas (SESC-AM) inaugurou<br />

várias unidades no fi m de<br />

2010, com instalações que pretendem ampliar<br />

as atividades oferecidas pela entidade<br />

no Estado. No bairro Cidade Nova, em<br />

Manaus, foi inaugurado o Complexo Esportivo<br />

Governador Gilberto Mestrinho,<br />

com mais de três mil metros quadrados<br />

ocupados com quadra poliesportiva, piscina<br />

semiolímpica, vestiários e lanchonete.<br />

Com um investimento de R$ 3 milhões,<br />

o Complexo tem capacidade para receber<br />

1.200 pessoas diariamente.<br />

SESC-AM<br />

amplia suas<br />

atividades<br />

com novas<br />

instalações<br />

Municípios de Manaus e Cidade Nova receberam<br />

novas instalações do SESC-AM no fi m de 2010,<br />

em um investimento de mais de R$ 13 milhões,<br />

expandindo o alcance da entidade no Amazonas<br />

No prédio anexo ao complexo esportivo,<br />

também foi inaugurada a ampliação<br />

do SESC Ler, que atende a 200 alunos<br />

nas turmas de Educação Para Jovens<br />

e Adultos. As instalações agora contam<br />

com sala multiuso com recursos multimídia<br />

e uma biblioteca com um acervo<br />

de quatro mil livros e computadores com<br />

acesso à internet.<br />

Manaus ainda recebeu as novas instalações<br />

no SESC Balneário, como a sede<br />

da Escola de Ensino Fundamental, que<br />

possui 18 salas de aula, lanchonete, sala<br />

de informática, auditório para 90 pessoas,<br />

laboratórios, entre outros, atendendo<br />

a 1.500 alunos. O Balneário<br />

também ganhou uma cozinha<br />

industrial e um restaurante, com<br />

capacidade de fornecimento de<br />

cinco mil refeições por dia, além<br />

da construção do prédio do Centro<br />

Administrativo do SESC. Mais de<br />

R$ 10 milhões foram investidos<br />

na construção dos novos espaços.


Uma noite de<br />

confraternização<br />

O presidente da <strong>CNC</strong>, Antonio Oliveira Santos,<br />

ofereceu, em 15 de dezembro, um jantar de confraternização<br />

à Diretoria da Confederação.<br />

Realizado no Hotel Pestana, em Copacabana, no<br />

Rio de Janeiro, o encontro reuniu lideranças do comércio<br />

de bens, serviços e turismo de todo o País.<br />

De cima para baixo,<br />

e em sentido horário:<br />

José Roberto Tadros<br />

e Antonio Oliveira Santos; Oliveira Santos, Leane e Leandro Domingos,<br />

Cléa Beranger; Lenoura Schmidt, Luiz Gastão Bittencourt e José Roberto<br />

Tadros; Josias Albuquerque, Zildo De Marchi e Paulo Romano; Adelaide e<br />

Ari Bittencourt, Marenice Medeiros e José Marconi; Graça e<br />

Antonio Oliveira Santos, Oneida e Gil Siuffo; Raniery Araújo<br />

Coelho, Edy Elly Seidler e Carlos Marx Tonini.<br />

ACONTECEU<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131 59


HOMENAGEM<br />

60<br />

<strong>CNC</strong> Notícias<br />

Janeiro 2011 n°131<br />

Um trabalhador<br />

Na edição de fevereiro/março de<br />

2009 da <strong>CNC</strong> Notícias, Alvaro<br />

Brito Bezerra de Mello, empresário<br />

e então presidente da Associação<br />

Brasileira da Indústria de Hotéis, a ABIH<br />

Nacional, falava sobre a contribuição do<br />

Sistema <strong>CNC</strong>-SESC-SENAC para o turismo:<br />

“Juntos, estamos trabalhando em<br />

projetos com olhos no futuro, na realização<br />

de grandes eventos que vão consolidar<br />

o turismo em nosso país”. Ouvir uma<br />

impressão como essa de uma liderança<br />

do trade é fato merecedor de citação,<br />

em uma homenagem homenag mais que justa do<br />

Sistema Comércio. Comércio<br />

Nascido em 1931, pernambucano,<br />

conhecido como mo o “Embaixador do Tu-<br />

rismo” por or sua su atuação atu no setor, Bezerra<br />

de Mello iniciou sua carreira no Grupo<br />

Othon, Otho Othon, em 1954, mesmo ano em que se<br />

formou, na Universidade Univ de Harvard,<br />

em Cambridge, Cambridg Massachussets, nos<br />

Estados Unidos.<br />

Desde De então, Bezerra de<br />

Mello Mello integrou diversas entidades<br />

tidad de classe, como a<br />

Sato, Sato que presidiu entre<br />

1965 19 e 1974, e a AHT, que<br />

presidiu pr de 1994 a 1997.<br />

Ultimamente, U<br />

além de<br />

presidente do Conse-<br />

incansável do<br />

turismo brasileiro<br />

Ícone da hotelaria nacional e voz forte entre os<br />

agentes do setor, Alvaro Brito Bezerra de Mello<br />

deixa lacuna em uma área que ajudou a construir<br />

e pela qual lutou em diversas frentes, sempre com<br />

a mesma tenacidade que tinha em seus negócios<br />

lho do Grupo Othon e vice-presidente da<br />

ABIH-RJ, era diretor de Relações Internacionais<br />

da ABIH Nacional.<br />

O executivo, que começou trabalhando<br />

na área têxtil no Grupo Othon, ocupou<br />

vários cargos nos negócios da família, incluindo<br />

a posição de diretor Executivo de<br />

Hotéis Othon, onde atuou por mais de 40<br />

anos. Em seu longo currículo, Bezerra de<br />

Mello exerceu funções como a presidência<br />

da ABIH-RJ de 1998 a 2001, a diretoria<br />

de Relações Internacionais da ABIH<br />

Nacional para os biênios 2002-2004-2006.<br />

No triênio 2007 a 2010, foi presidente da<br />

ABIH Nacional, cargo que deixou em 3 de<br />

dezembro de 2010.<br />

O empresário foi um dos que mais<br />

debateram a preparação do Brasil para a<br />

Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas<br />

de 2016, além de ter sido um dos<br />

responsáveis pela criação de uma linha<br />

especial de fi nanciamento junto ao Banco<br />

Nacional do Desenvolvimento Econômico<br />

e Social (BNDES) para reforma e ampliação<br />

do parque hoteleiro do País, visando<br />

as competições esportivas. Alvaro<br />

Brito Bezerra de Mello sofreu um infarto<br />

em 24 de dezembro, deixando viúva, duas<br />

fi lhas e dois netos, além dos amigos que,<br />

agora, têm um legado de trabalho em defesa<br />

da atividade turística brasileira.


(Adriano Machado/AFP PHOTO)<br />

Ritual democrático<br />

HISTÓRIA EM IMAGEM<br />

O Brasil começa 2011 sob o comando da primeira mulher<br />

a ocupar a Presidência da República. Dilma Rousseff<br />

recebeu a faixa presidencial das mãos de Luiz Inácio Lula<br />

da Silva, que deixa o posto com popularidade de 87%, segundo<br />

pesquisa CNT/Sensus. Nem a forte chuva que caiu<br />

no primeiro dia do ano em Brasília arrefeceu o ânimo dos<br />

que acompanharam esse momento histórico, em mais uma<br />

passagem marcante para a consolidação da democracia<br />

brasileira. As atenções agora se voltam para as primeiras<br />

medidas com que a nova presidente vai enfrentar os grandes<br />

desafi os que o País ainda tem pela frente.


Para chegar mais longe,<br />

qualidade é fundamental<br />

O SSistema de Excelência em GGestão SSindical<br />

é um programa que incentiva o desenvolvimento<br />

da excelência na gestão das entidades filiadas<br />

ao Sistema Comércio, por meio de critérios<br />

baseados nos fundamentos do Prêmio Nacional<br />

de Qualidade (PNQ).<br />

A busca da representatividade efetiva e a<br />

prestação de serviços essenciais são condições de<br />

sustentabilidade para as entidades, que tem no SEGS<br />

uma forma organizada e sistemática de melhoria da<br />

qualidade de suas práticas gerenciais.<br />

Para excelência em sua gestão, participe do SEGS!<br />

Saiba mais: www.cnc.org.br/segs/<br />

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