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A revolta da natureza 55<br />
Apesar disso, você não precisa se apavorar. O amor <strong>de</strong> Deus po<strong>de</strong> encher<br />
seu coração <strong>de</strong> esperança. A esperança do cristão é segurança, certeza<br />
e confiança, mesmo quando, aparentemente, não há saída.<br />
Aconteceu há muitos anos. Meu filho <strong>de</strong> seis anos havia se perdido<br />
no centro <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> habitantes. Minha<br />
esposa e eu corríamos <strong>de</strong>sesperados, <strong>de</strong> um lugar para outro, procurando<br />
encontrá-lo. Acabávamos <strong>de</strong> chegar ao Brasil e não sabíamos nos comunicar<br />
bem em português. Chorávamos <strong>de</strong>sesperados. O que fazer? Aon<strong>de</strong><br />
ir? O menino havia <strong>de</strong>saparecido por completo. Encontrá-lo em meio<br />
a tanta gente seria como encontrar uma agulha num palheiro.<br />
Ao ver nosso <strong>de</strong>sespero, um guarda nos disse:<br />
– A polícia já está procurando seu filho. Se ainda estiver aqui no centro,<br />
vamos encontrá-lo quando o comércio fechar.<br />
Assim foi. Às seis da tar<strong>de</strong> a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas no agitado centro<br />
começou a diminuir. As lojas fecharam as portas. Os trabalhadores<br />
voltaram a suas casas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma longa jornada, as ruas começaram<br />
a ficar semi<strong>de</strong>sertas; as sombras da noite passaram a envolver a cida<strong>de</strong><br />
com um lençol negro. Soprava um vento frio <strong>de</strong> junho.<br />
Continuávamos procurando, angustiados, e para nossa alegria o encontramos.<br />
Ele estava ali, sentado sobre um caixote abandonado, brincando<br />
com uma pedrinha, alheio ao sofrimento dos pais. Ali estava, em<br />
sua inocência, seguro. Emocionados, o abraçamos e o cobrimos <strong>de</strong> beijos.<br />
Mais tar<strong>de</strong>, em casa, perguntei-lhe:<br />
– Você não estava com medo?<br />
– Medo? Por quê? – perguntou com ingenuida<strong>de</strong>.<br />
– Quando as crianças se per<strong>de</strong>m, sentem medo – eu lhe disse.<br />
Ele arregalou os olhos, surpreso, e me assegurou com firmeza:<br />
– Eu não estava perdido; só o estava esperando. O senhor não ia me<br />
buscar?<br />
Olhe à sua volta. Você vê a noite escura dos <strong>de</strong>sastres naturais?<br />
Há frios e sombras. Terremotos, furacões e tempesta<strong>de</strong>s que enchem<br />
<strong>de</strong> pavor. Os prognósticos da ciência são apavorantes. Em meio a essa