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© Arquivo Funai<br />
Primeiras referências<br />
históricas do<br />
Araguaia <strong>Xingu</strong><br />
As primeiras notícias sobre o Araguaia<br />
<strong>Xingu</strong> surgem em meados do século<br />
XVII, quando os primeiros bandeirantes<br />
atravessaram o Araguaia. Bandeiras como<br />
as de Pires de Campos e Bartolomeu Bueno<br />
<strong>da</strong> Silva, o Anhanguera, percorreram a<br />
área por volta de 1660, capturando índios<br />
para depois vendê-los como escravos.<br />
Em 1673, a região foi explora<strong>da</strong> pelo<br />
bandeirante Manoel de Campos Bicudo,<br />
em busca de ouro. Estas expedições<br />
foram responsáveis pelo surgimento <strong>da</strong><br />
len<strong>da</strong> <strong>da</strong> Serra dos Martírios, um lugar<br />
fantástico de formações geográficas que<br />
lembram os martírios de Cristo, onde<br />
haveria muito ouro na superfície. O local<br />
descrito pelos bandeirantes nunca foi<br />
encontrado, mas rapi<strong>da</strong>mente surgiram<br />
pequenas vilas garimpeiras nas beiras<br />
do Rio <strong>da</strong>s Mortes, como a de Araés. Com<br />
o fim do ouro de lixiviação, os povoados<br />
logo foram abandonados.<br />
Em meio a estes primeiros registros<br />
históricos, destaca-se uma carta escrita<br />
na Ilha de Sant´Anna, atual ilha do<br />
Bananal, em 1775, pelo alferes José Pinto<br />
<strong>da</strong> Fonseca, pertencente ao exército do<br />
Portugal, ao General de Goyazes. Nela,<br />
narra o contato pacífico com os Karajá,<br />
que caracteriza com índios assustados e<br />
com medo dos Xavante que, no tempo <strong>da</strong><br />
seca, atravessavam o Araguaia e vinham<br />
arranchar-se nas roças dos Karajá.<br />
Ariosto <strong>da</strong> Riva, contato com os<br />
Xavante <strong>da</strong> Marãiwatsédé, 1966<br />
LINHA Do TEMPO<br />
14 Reali<strong>da</strong>de e História <strong>da</strong> região do Araguaia <strong>Xingu</strong><br />
1673<br />
Exploração <strong>da</strong> região pelo Bandeirante<br />
Manoel de Campos Bicudo<br />
1775<br />
Carta escrita desde a Ilha do Bananal pelo<br />
alferes português José Pinto <strong>da</strong> Fonseca<br />
1887 Expedição científica de Karl von den Stein ao <strong>Xingu</strong><br />
1895<br />
Padres Dominicanos se estabelecem na região<br />
de Conceição do Araguaia<br />
1914<br />
Primeiro contato dos Pe. Dominicanos<br />
com os indios Tapirapé<br />
1932<br />
Inauguração <strong>da</strong> igreja do morro em Santa Terezinha,<br />
a primeira <strong>da</strong> região<br />
1943 Expedição Roncador <strong>Xingu</strong><br />
1944<br />
Instalação <strong>da</strong> sede <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Brasil Central,<br />
futura Nova Xavantina<br />
1948 Constituição do municipio de Barra de Garças<br />
1952 Chega<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Irmãzinhas de Jesus à aldeia Tapirapé<br />
1961 Criação do Parque Indígena do <strong>Xingu</strong><br />
1962<br />
Abertura <strong>da</strong> estra<strong>da</strong> de Barra do Garças<br />
até São Félix do Araguaia<br />
1966<br />
Expulsão dos Indígenas de Marãiwatsédé<br />
pela fazen<strong>da</strong> Suiá Missu<br />
1967<br />
Início <strong>da</strong> resistência dos posseiros de Santa<br />
Terezinha frente a fazen<strong>da</strong> CODEARA<br />
1970 Paulo VI cria a Prelazia de São Félix do Araguaia<br />
Ordenação episcopal de Pedro Casaldáliga e<br />
1971 lançamento <strong>da</strong> carta pastoral “Uma igreja em<br />
conflito com o latifúndio e a marginalização social”<br />
1972<br />
Primeira assembleia do povo realiza<strong>da</strong> em<br />
Pontinópolis, São Félix do Araguaia<br />
1972 Criação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi)<br />
1973<br />
Chega<strong>da</strong> dos primeiros colonos<br />
de Tenente Portela (RS) a Canarana (MT)<br />
1975<br />
Criação <strong>da</strong> Comissão Pastoral <strong>da</strong> Terra (CPT) e<br />
abertura <strong>da</strong> BR-158 até o Pará<br />
1976<br />
Assassinato do Padre João Bosco em Riberão Bonito e<br />
erguimento do Santuário dos Mártires <strong>da</strong> Caminha<strong>da</strong><br />
1980<br />
Primeiros assentamentos de reforma<br />
agrária se implantam na região<br />
1992 Demarcação e homologação <strong>da</strong> TI Urubu Branco<br />
1998 Homologação <strong>da</strong> TI Marãiwatsédé<br />
2000<br />
Audiência Popular contra a Hidrovia do Araguaia<br />
reúne 600 pessoas para defender o rio<br />
2000 Pico de desmatamento na região com 2.315 km 2<br />
2004 Primeiro Encontro <strong>da</strong>s Cabeceiras do <strong>Xingu</strong><br />
2006<br />
Relatório do Greenpeace “Comendo a Amazonia”<br />
denunciando o desmatamento incentivado pela soja<br />
2006 Início <strong>da</strong> Campanha Y´<strong>Ikatu</strong> <strong>Xingu</strong><br />
2007 É cria<strong>da</strong> a Articulação <strong>Xingu</strong> Araguaia<br />
2008<br />
Projeto de lei do ZSEE/MT, são realiza<strong>da</strong>s as<br />
audiências públicas<br />
2008<br />
I Feira de Iniciativas Socioambientais em Canarana,<br />
no âmbito <strong>da</strong> Campanha Y’<strong>Ikatu</strong> <strong>Xingu</strong><br />
2009 Criação do assentamento Bordolândia<br />
Greenpeace lança o relatório “A Farra do Boi<br />
2009 na Amazônia”, denunciando o desmatamento<br />
incentivado pela pecuária na Amazônia