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A resposta da terra - Y Ikatu Xingu

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-se do sul para ocupar algumas áreas <strong>da</strong> região,<br />

no que hoje seriam os municípios de Canarana,<br />

Agua Boa, Vila Rica, etc. Os agricultores (colonos)<br />

trocavam suas <strong>terra</strong>s localiza<strong>da</strong>s no sul do<br />

país por <strong>terra</strong>s de maior extensão no Mato Grosso.<br />

As empresas colonizadoras, mediadoras dessas<br />

operações, reuniam agricultores, adquiriam<br />

<strong>terra</strong>s e desenvolviam projetos de colonização.<br />

Nesse período é especialmente épica a história<br />

dos habitantes do município de Tenente Portela<br />

(Rio Grande do Sul) que, liderados pelo pastor<br />

luterano Norberto Schwantes, fun<strong>da</strong>ram a Cooperativa<br />

Colonizadora 31 de Março (Copercol).<br />

Seus integrantes avaliaram que o modelo desenvolvido<br />

no Sul, baseado no minifúndio e com escassas<br />

alternativas econômicas, condenaria as futuras<br />

gerações à pobreza. Assim, empreenderam<br />

um movimento de imigração e colonização, no<br />

intuito de continuar sendo agricultores em outras<br />

regiões do país. Este processo foi mais racional e<br />

democrático se comparado a outras iniciativas <strong>da</strong><br />

época. Com o apoio <strong>da</strong> Copercol, ocuparam as<br />

áreas que, com o passar dos anos, constituiriam<br />

dois dos municípios mais prósperos <strong>da</strong> região:<br />

Agua Boa e Canarana.<br />

Mural de Cerezo Barredo na igreja do morro, Santa Terezinha.<br />

46 Reali<strong>da</strong>de e História <strong>da</strong> região do Araguaia <strong>Xingu</strong><br />

Os “gaúchos” chegaram à região melhor preparados<br />

em termos de recursos tecnológicos e de<br />

acesso ao capital que os antigos posseiros, porém<br />

muito menos a<strong>da</strong>ptados ao novo ambiente. Os<br />

posseiros conheciam bem a mata e o Cerrado e<br />

os seus usos, graças a um processo nômade construído<br />

ao longo de anos de peregrinação e sobrevivência.<br />

Os colonos embarcavam em aviões ou<br />

em veículos terrestres que em pouco tempo os<br />

tiravam do clima temperado <strong>da</strong>s Pampas e os arrojavam<br />

no meio <strong>da</strong> floresta tropical. Ao chegar<br />

ao seu destino com a perspectiva de uma nova<br />

vi<strong>da</strong>, enfrentavam todo tipo de penúria, viviam<br />

em vilarejos instalados em um ambiente hostil e<br />

desconhecido, no meio <strong>da</strong> mata, sem estrutura,<br />

isolados, castigados pela malária. Muitos deles<br />

não resistiam e voltavam para o Sul, e assim vários<br />

projetos de colonização priva<strong>da</strong> foram falindo<br />

aos poucos. Os que ficaram levantaram as<br />

suas benfeitorias e ci<strong>da</strong>des com muito trabalho e<br />

esforço, imprimindo uma importante pega<strong>da</strong> no<br />

Araguaia <strong>Xingu</strong>. Apesar de uma estrutura fundiária<br />

mais justa ter resultado desse processo,<br />

houve, com o passar dos anos, um fenômeno de<br />

concentração fundiária. No entanto, essa melhor<br />

© Carlos García

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