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AMOR, ESPERANÇA E EDUCAÇÃO: RELATO DE UMA ... - Cereja

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Propiciar as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e<br />

todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se.<br />

Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante,<br />

transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva, porque capaz de<br />

amar (FREIRE, 1997, p. 46).<br />

A afetividade expressa no processo ensino-aprendizagem e nas relações<br />

intersubjetivas dos atores educacionais distingue a sua educação humanista-libertadora<br />

da educação tradicional, que denomina de “bancária”, pautada em relações interpessoais<br />

autoritárias, meritocráticas e competitivas. Para Freire:<br />

ensinar exige querer bem aos educandos (...) significa, de fato, que a afetividade não<br />

me assusta, que não tenho medo de expressá-la. Significa esta abertura ao querer bem<br />

a maneira que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos,<br />

numa prática específica do ser humano. Na verdade, preciso descartar como falsa a<br />

separação radical entre seriedade docente e afetividade (1997, p. 159).<br />

Assim, a afetividade e a amorosidade são vias pelas quais o processo ensino-<br />

aprendizagem é facilitado. Constituem fatores pedagógicos motivadores de<br />

aprendizagem ao contrário da humilhação, da punição e do castigo da educação<br />

tradicional. A educação dialógica freireana apresenta vínculo de amor e solidariedade<br />

entre os sujeitos do processo alfabetizador apresentando uma dimensão ética. «A<br />

dialogicidade verdadeira, em que os sujeitos dialógicos aprendem e crescem na<br />

diferença, sobretudo, no respeito a ela, é a forma de estar sendo coerentemente exigida<br />

por seres que inacabados, assumindo-se como tais, se tornam radicalmente éticos»<br />

(FREIRE, 1997, p. 67).<br />

A relação dialógica, de confiança e de respeito deve ser estabelecida entre os<br />

educadores e os educandos como estimuladora e facilitadora da aprendizagem, enquanto<br />

que a repreensão, o castigo são obstáculos ao processo de aprendizagem dos/as<br />

alunos/as. “A atividade docente de que o discente não se separa é uma experiência<br />

alegre por natureza” (FREIRE, 1997, p. 160). Neste sentido, o ensino-aprendizagem não<br />

é visto como um processo meramente cognitivo ou intelectual, por que:<br />

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