Uma experiência do front: - Programa de Pós-Graduação em ...
Uma experiência do front: - Programa de Pós-Graduação em ...
Uma experiência do front: - Programa de Pós-Graduação em ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
epist<strong>em</strong>ológicos indican<strong>do</strong> sua maior ou menor pertinência para dar conta da realida<strong>de</strong><br />
passada...” 53 .<br />
Manoel Pedro das Dores Bombinho, João <strong>de</strong> Souza Cunegun<strong>de</strong>s, João<br />
Melchia<strong>de</strong>s Ferreira da Silva e José Aras, <strong>de</strong>ntre outros, formam, outrossim, mais uma<br />
dimensão <strong>do</strong> combate trava<strong>do</strong> na cida<strong>de</strong>la belomontense, a <strong>do</strong>s verseja<strong>do</strong>res sobre as<br />
agruras da Campanha. Dentre as coletas efetuadas por José Calasans que, “dir-se-ia que<br />
versejar ajuda a combater” 54 , esses poetas e suas frases versadas foram <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> a<br />
outro <strong>do</strong> litígio sertanejo. Alguns satirizaram as tropas republicanas e seus lí<strong>de</strong>res,<br />
outros abordavam <strong>em</strong> suas sentenças as atitu<strong>de</strong>s a<strong>do</strong>tadas pelo governo baiano e fe<strong>de</strong>ral<br />
e há, também, aquelas <strong>de</strong>dicadas à grei <strong>do</strong> Conselheiro.<br />
“As guerras têm representa<strong>do</strong> um <strong>de</strong>safio permanente para os escritores, não só para os<br />
que se <strong>de</strong>dicam à história - nos primórdios, simples crônica <strong>de</strong> trata<strong>do</strong>s e batalhas, como<br />
sab<strong>em</strong>os - senão para tantos ficcionistas, até mesmo poetas, que se <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> atrair pela<br />
exaceração <strong>de</strong> energias humanas que os conflitos provocam, vão encontrar no<br />
extraordinário <strong>de</strong>ssas circunstâncias o impulso para o seu projeto nas letras.” 55<br />
No calor da hora ou na m<strong>em</strong>ória, suas frases historiaram a saga <strong>de</strong> Vicente<br />
Maciel e seu séquito e, se a m<strong>em</strong>ória t<strong>em</strong> sua história 56 , aceitamos a noção <strong>do</strong><br />
historia<strong>do</strong>r inglês <strong>de</strong> que “a função <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r é ser o guardião da m<strong>em</strong>ória <strong>do</strong>s<br />
acontecimentos públicos quan<strong>do</strong> escritos para proveito <strong>do</strong>s atores, para proporcionar-<br />
lhes fama, e também <strong>em</strong> proveito da posterida<strong>de</strong>, para apren<strong>de</strong>r com o ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>les.” 57<br />
1876 e 1893. No primeiro momento, na região <strong>do</strong> Itapicuru <strong>de</strong> Cima, o Bom<br />
Jesus Conselheiro foi preso e encaminha<strong>do</strong> a Fortaleza. No segun<strong>do</strong>, já na última<br />
década <strong>do</strong> século XIX, ocorreu o retorno <strong>do</strong> asceta cearense à Canu<strong>do</strong>s. Entre aqueles<br />
<strong>de</strong>zessete anos, alguns choques ocorreram entre conselheiristas e as forças militares<br />
enviadas ao interior da Bahia.<br />
“... ao atrair o trabalha<strong>do</strong>r rural com sua prédica – falan<strong>do</strong>-lhes o que queriam e tinham<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvir – e oferecen<strong>do</strong>-lhes terras férteis às margens <strong>do</strong> Vaza-Barris,<br />
Antonio Conselheiro contribuiu para que as fazendas e povoa<strong>do</strong>s circunvizinhos<br />
praticamente se esvaziass<strong>em</strong>, s<strong>em</strong> que os fazen<strong>de</strong>iros nada pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> fazer.” 58<br />
53<br />
CHARTIER, Roger. A história hoje: dúvidas, <strong>de</strong>safios, propostas. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Revista Estu<strong>do</strong>s<br />
Históricos. Volume 7. n. 13, 1994. p. 106. Site:<br />
http://www.cp<strong>do</strong>c.fgv.br/revista/asp/dsp_edicao.asp?cd_edi=31 Acesso <strong>em</strong>: 11/10/2008.<br />
54<br />
CALASANS, José. Canu<strong>do</strong>s na literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l. São Paulo: Editora Ática, 1984. p. 2.<br />
55<br />
MELLO, Fre<strong>de</strong>rico Pernambucano. (2007). Op. cit. p. 71.<br />
56<br />
LE GOFF, Lacques. M<strong>em</strong>ória – História. Vol.1. Lisboa: Enciclopédia Einaudi. Imprensa Nacional –<br />
Casa da Moeda, nov. /1985. p. 44.<br />
57<br />
BURKE, Peter. Varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> história cultural. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. p. 69.<br />
58<br />
SAMPAIO, Consuelo Novais. (2001). Op. cit. p. 35 e 36.<br />
32