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Uma experiência do front: - Programa de Pós-Graduação em ...

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Entre 1869, então com 19 anos, e 1892, com 42 anos, Antonio Moreira César<br />

recebera diversas patentes <strong>de</strong>ntro da corporação militar. Alferes-aluno, alferes, capitão,<br />

tenente-coronel e, por fim, coronel, <strong>em</strong> 1892. Sua reputação – sobretu<strong>do</strong> na atuação da<br />

Revolução Fe<strong>de</strong>ralista no Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul e na Revolta da Armada no Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

na primeira atuan<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> grupo castilhista e, na segunda, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao marechal<br />

Floriano Peixoto – <strong>de</strong>veu-se às <strong>de</strong>golas praticadas nas batalhas campais por on<strong>de</strong><br />

passara, <strong>de</strong>sta forma metamorfoseou-se como herói da República.<br />

Conforme estu<strong>do</strong> biográfico sobre Antonio Moreira César, no momento <strong>do</strong> seu<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>barque <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r, <strong>em</strong> 06 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1897, alguns populares curiosos se<br />

prontificaram no porto para receber os hóspe<strong>de</strong>s <strong>de</strong> farda, mas foram inesperadamente<br />

‘convoca<strong>do</strong>s’ pelo coronel a carregar nas costas as bagagens e apetrechos <strong>de</strong> campanha;<br />

os casos <strong>de</strong> recusa, foram esbor<strong>do</strong>a<strong>do</strong>s a pranchadas.<br />

Nas palavras <strong>de</strong> Oleone Coelho Fontes, naquele mesmo dia, no Arsenal da<br />

Marinha, o coronel or<strong>de</strong>nou que o serviço <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga fosse feito pela tripulação <strong>do</strong><br />

saveiro apinha<strong>do</strong> <strong>de</strong> material bélico e não por seus solda<strong>do</strong>s. Todavia, mais uma recusa,<br />

e mais uma sessão <strong>de</strong> pranchadas, o que gerou uma série <strong>de</strong> protestos por parte <strong>do</strong>s que<br />

foram castiga<strong>do</strong>s. 66 Desta forma, a tônica pre<strong>do</strong>minante <strong>do</strong> baluarte arma<strong>do</strong> da<br />

República era o uso <strong>de</strong>senfrea<strong>do</strong> da violência, fosse no litoral ou no sertão, foss<strong>em</strong> eles<br />

conselheiristas ou não.<br />

O coronel comandava 1200 homens, sen<strong>do</strong> 700 <strong>de</strong> infantaria, arma<strong>do</strong>s a fuzil<br />

Mannlicher, um esquadrão <strong>de</strong> cavalaria, bateria <strong>de</strong> artilheiros com quatro canhões krupp<br />

<strong>de</strong> 7,5 cm, um comboio a cargo <strong>de</strong> 200 praças <strong>de</strong> polícia da Bahia, armadas, estas, a<br />

fuzil comblain, além <strong>de</strong> corpo médico (2 capitães), estratégico (2 engenheiros) e uma<br />

milícia composta “s<strong>em</strong> a robustez necessária para o serviço militar, pela falta <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e pouca ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outros.... 67 Se noviços, por conseguinte,<br />

inexperientes. Mais sobre este assunto (faixa etária <strong>do</strong>s praças) consta que, – numa<br />

comunicação escrita pelo general Artur Oscar <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Guimarães e dirigida ao<br />

marechal Carlos Macha<strong>do</strong> Bittencourt (ministro da guerra), datada <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />

1897 – quan<strong>do</strong> da marcha <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, muitos ali eram principiantes no<br />

uso e manejos das armas. 68<br />

66<br />

FONTES, Oleone Coelho. O Tr<strong>em</strong>e-terra – Moreira César, a República e Canu<strong>do</strong>s. 2ª edição. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: Editora Vozes, 1996. p. 33.<br />

67<br />

BENÍCIO, Manoel. (1997). Op. cit. p. 125 e 126.<br />

68<br />

RMG – 1898. p. 2.<br />

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