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A CULTURA DA MANDIOCA 1 – Importância Econômica O ... - IFTO

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1 <strong>–</strong> <strong>Importância</strong> <strong>Econômica</strong><br />

A <strong>CULTURA</strong> <strong>DA</strong> <strong>MANDIOCA</strong><br />

Luciano da Silva Souza<br />

Josefino de Freitas Fialho<br />

Embrapa Mandioca e Fruticultura<br />

Sistemas de Produção, 8<br />

ISSN 1678-8796 Versão eletrônica<br />

Jan/2003<br />

O Brasil ocupa a segunda posição na produção mundial de mandioca (12,7% do total).<br />

Cultivada em todas as regiões, tem papel importante na alimentação humana e animal,<br />

como matéria-prima para inúmeros produtos industriais e na geração de emprego e de<br />

renda. Estima-se que, nas fases de produção primária e no processamento de farinha e<br />

fécula, são gerados um milhão de empregos diretos e que a atividade mandioqueira<br />

proporciona receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuição<br />

tributária de 150 milhões de dólares; a produção que é transformada em farinha e fécula<br />

gera, respectivamente, receitas equivalentes a 600 milhões e 150 milhões de dólares.<br />

Em função do tipo de raiz a mandioca pode ser classificada em: 1) de “mesa” - é<br />

comercializada na forma in natura; e 2) para a indústria, transformada principalmente em<br />

farinha, que tem uso essencialmente alimentar, e fécula que, junto com seus produtos<br />

derivados, têm competitividade crescente no mercado de amiláceos para a alimentação<br />

humana, ou como insumos em diversos ramos industriais tais como o de alimentos<br />

embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil e farmacêutica (Fig. 1).<br />

A produção nacional da cultura projetada pela CONAB para 2002 será de 22,6 milhões de<br />

toneladas de raízes, numa área plantada de 1,7 milhões de hectares, com rendimento<br />

médio de 13,3 t/ha. Dentre os principais estados produtores destacam-se: Pará (17,9%),<br />

Bahia (16,7%), Paraná (14,5%), Rio Grande do Sul (5,6%) e Amazonas (4,3%), que<br />

respondem por 59% da produção do país. A Região Nordeste sobressai-se com uma<br />

participação de 34,7% da produção nacional, porém com rendimento médio de apenas<br />

10,6 t/ha; as demais regiões participam com 25,9% (Norte), 23,0% (Sul), 10,4% (Sudeste)<br />

e 6,0% (Centro-Oeste). As Regiões Norte e Nordeste destacam-se como principais<br />

consumidoras, sob a forma de farinha. No Sul e Sudeste, com rendimentos médios de<br />

18,8 t/ha e 17,1 t/ha, respectivamente, a maior parte da produção é para a indústria,<br />

principalmente no Paraná, São Paulo e Minas Gerais.<br />

Figura 1. Potencialidades de uso do amido no Brasil.<br />

No período de 1975 a 2000, a área plantada com mandioca diminuiu em todo o Brasil, em<br />

média 0,7% ao ano, passando de 2,0 milhões de hectares no início do período para 1,7<br />

milhões de hectares, com reflexo de queda na produção de 0,5% ao ano, ou seja, saindo


da casa 26,1 milhões para 23,0 milhões de toneladas, nesse mesmo período. A Região<br />

do Cerrado, que ocupa 24% do território nacional (Fig. 2), também acompanhou essa<br />

mesma tendência, só com queda mais significativa, 1,9% ao ano; portanto, a área<br />

cultivada passou de 311.125 hectares, em 1975, para 191.218 hectares, em 2000. Essa<br />

retração da área traduziu-se em queda de 2,0% ao ano na produção do Cerrado, ou seja,<br />

saiu dos 3,9 milhões de toneladas, em 1975, para 2,4 milhões de toneladas, em 2000. Em<br />

1975, essa região participava com 15% da produção nacional, chegando a apenas 8% em<br />

1996 e passando para a casa dos 10% em 2000. A produtividade da cultura é variável e<br />

depende da fertilidade do solo (natural ou com adubação), da variedade cultivada, da<br />

idade da cultura, dos tratos culturais, do estado fitossanitário da lavoura. Historicamente,<br />

o Brasil tem produzido 12,3 t/ha, e a Região do Cerrado 11,3 t/ha, ou seja, 8% inferior à<br />

produtividade nacional.<br />

O consumo per capita mundial de mandioca e derivados, em 1996, foi de 17,4<br />

kg/hab/ano, sendo de 50,6 kg/hab/ano no Brasil. Os países da África destacam-se nesse<br />

aspecto; a República Democrática do Congo, República do Congo e Gana apresentaram,<br />

respectivamente, valores de 333,2, 281,1 e 247,2 kg/hab/ano.<br />

O mercado internacional da mandioca, sem considerar o comércio interno na União<br />

Européia, movimentou até 1993, em média/ano, cerca de 10 milhões de toneladas de<br />

produtos derivados ("pellets" e farinha de soja/mandioca), sendo equivalente a mais de 1<br />

bilhão de dólares. A produção brasileira de mandioca é praticamente consumida no<br />

mercado interno, com menos de 0,5% da produção nacional sendo exportados nos<br />

últimos 10 anos.<br />

Figura 2. Distribuição dos Cerrados, incluídas as áreas de transição com outras<br />

formações.<br />

Nos anos de 2000 e 2001, o Brasil exportou, em média, 13,1 milhões de toneladas de<br />

fécula de mandioca, produzindo uma receita de 3,3 milhões de dólares. Um total de<br />

79,9% do exportado foi para a Venezuela (31,4%), Argentina (26,8%), Colômbia (10,7%),<br />

Uruguai (6,2%) e Estados Unidos (4,8%). De toda a fécula exportada, 6,2% são<br />

provenientes da Região do Cerrado. Na forma de raiz de mandioca fresca, resfriada,<br />

congelada ou seca, o Brasil exportou em média, nesse período, o equivalente a 361<br />

toneladas e obteve receita da ordem de 195 mil dólares. Os países que mais compram,<br />

79,5% das exportações, são: Reino Unido (40,2%), Estados Unidos (14,0%), França<br />

(13,0%) e Japão (12,3%). De toda a raiz exportada, 2,4% tiveram sua procedência da<br />

Região do Cerrado: Estados da Bahia e Goiás.<br />

A Região de Cerrados no Brasil, com área de 274 milhões de hectares e características<br />

de Savanas, é de fundamental importância para a agricultura brasileira e representa um


dos principais centros de dispersão da cultura da mandioca. Tem grande potencial para<br />

produção de alimentos, entretanto, seus solos inférteis e a ocorrência de veranicos<br />

requerem sistemas de produção adequados, que possibilitem a sua exploração de forma<br />

racional e econômica. A mandioca é uma das culturas mais indicadas para a região,<br />

devido seu alto potencial de produção, ser de baixo risco, pouco exigente em insumos e<br />

tolerantes à acidez e ao alumínio tóxico. Entretanto, alguns problemas básicos relativos<br />

aos sistemas de produção tem sido evidenciados. As baixas produtividades da cultura na<br />

região são devidas principalmente à utilização de variedades não selecionadas e à<br />

ocorrência de pragas e doenças. Por tratar-se de uma cultura de ciclo bianual, a<br />

mandioca está sujeita a diversos ataques de insetos e ácaros, alguns classificados como<br />

pragas de maior importância que podem causar danos severos à cultura e resultar em<br />

perdas no rendimento. Apesar desse potencial, estima-se que, atualmente, cerca de<br />

apenas 10% da área plantada e de 10% da produção nacional da mandioca estão<br />

localizados na Região dos Cerrados, e com produtividade média de 14 t/ha.<br />

2 <strong>–</strong> Clima<br />

A mandioca é cultivada entre 30 graus de latitudes Norte e Sul, embora sua concentração<br />

de plantio esteja entre as latitudes 15°N e 15°S. Suporta altitudes que variam desde o<br />

nível do mar até cerca de 2.300 metros, sendo regiões baixas ou com altitude de até 600<br />

a 800 metros as mais favoráveis.<br />

A faixa ideal de temperatura situa-se entre 20 a 27°C (média anual). As temperaturas<br />

baixas, em torno de 15°C, retardam a germinação e diminuem ou mesmo paralisam sua<br />

atividade vegetativa, entrando em fase de repouso.<br />

A faixa mais adequada de chuva é entre 1.000 a 1.500 mm/ano, bem distribuídos. Em<br />

regiões tropicais, a mandioca produz em locais com índices de até 4.000 mm/ano, sem<br />

estação seca em nenhum período do ano; nesse caso, é importante que os solos sejam<br />

bem drenados, pois o encharcamento favorece a podridão de raízes. É também muito<br />

cultivada em regiões semi-áridas, com 500 a 700 mm de chuva por ano ou menos; nessas<br />

condições, é importante adequar a época de plantio, para que não ocorra deficiência de<br />

água nos primeiros cinco meses de cultivo, o que prejudica a produção; a deficiência de<br />

água após os primeiros cinco meses de cultivo, quando as plantas já formaram suas<br />

raízes de reserva, não causa maiores reduções na produção.<br />

O período de luz ideal está em torno de 12 horas/dia. Dias com períodos de luz mais<br />

longos favorecem o crescimento de parte aérea e reduzem o desenvolvimento das raízes<br />

de reserva, enquanto que os períodos diários de luz mais curtos promovem o crescimento<br />

das raízes de reserva e reduzem o desenvolvimento dos ramos.<br />

3 <strong>–</strong> Solos<br />

Como o principal produto da mandioca são as raízes, ela necessita de solos profundos e<br />

friáveis (soltos), sendo ideais os solos arenosos ou de textura média, por possibilitarem<br />

um fácil crescimento das raízes, pela boa drenagem e pela facilidade de colheita. Os<br />

solos muito argilosos devem ser evitados, pois são mais compactos, dificultando o<br />

crescimento das raízes, apresentam maior risco de encharcamento e de apodrecimento<br />

das raízes e dificultam a colheita, principalmente se ela coincide com a época seca. Os<br />

terrenos de baixada, com topografia plana e sujeitos a encharcamentos periódicos, são<br />

também inadequados para o cultivo da mandioca, por provocarem um pequeno<br />

desenvolvimento das plantas e o apodrecimento das raízes. É importante observar o solo


em profundidade, pois a presença de uma camada argilosa ou compactada<br />

imediatamente abaixo da camada arável pode limitar o crescimento das raízes, além de<br />

prejudicar a drenagem e a aeração do solo.<br />

Com relação à topografia, deve-se buscar terrenos planos ou levemente ondulados, com<br />

declividade menor que 5%, podendo ir até 10%. Em ambos os casos, deve-se utilizar<br />

práticas conservacionistas do solo, pois os plantios de mandioca estão sujeitos a<br />

acentuadas perdas de solo e água por erosão.<br />

A faixa favorável de pH é de 5,5 a 7, sendo 6,5 o ideal, embora a mandioca seja menos<br />

afetada pela acidez do solo do que outras culturas. Ela produz muito bem em solos de<br />

alta fertilidade, embora rendimentos satisfatórios sejam obtidos em solos degradados<br />

fisicamente e com baixos teores de nutrientes, onde a maioria dos cultivos tropicais não<br />

produziria satisfatoriamente. Os solos de cerrado, desde que melhorados por calagem e<br />

adubações oferecem condições ótimas ao cultivo da mandioca.<br />

3.1 <strong>–</strong> Preparo do solo<br />

Além do controle do mato, o preparo do solo visa melhorar as suas condições físicas para<br />

a brotação das manivas e crescimento das raízes e, conseqüentemente, das partes<br />

vegetativas, pelo aumento da aeração e infiltração de água e redução da resistência do<br />

solo ao crescimento radicular.<br />

Se for necessário desmatamento e destoca para a instalação do mandiocal, quando feitos<br />

mecanicamente deve-se evitar muita movimentação da camada superficial do solo, pela<br />

desestruturação que causa compactação, além de remover a matéria orgânica; quando<br />

feitos manualmente, no caso de áreas para pequenos plantios, esses problemas são<br />

mínimos. Em ambos os casos, deve-se deixar faixas de vegetação natural na área, bem<br />

como efetuar o enleiramento em nível (“cortando” as águas) dos restos vegetais que não<br />

apresentem valor econômico e que não justifiquem a sua retirada do terreno desmatado.<br />

O preparo do solo deve ser o mínimo possível, apenas o suficiente para a instalação da<br />

cultura e para o bom desenvolvimento do sistema radicular, e sempre executado em<br />

curvas de nível, orientação esta que também deve ser seguida no plantio. A aração deve<br />

ser na profundidade de 40 cm e, 30 dias depois, executadas duas gradagens em sentido<br />

cruzado, a segunda em curva de nível, deixando-se o solo bem destorroado para ser<br />

sulcado e plantado. Nos plantios em fileiras duplas pode-se executar o preparo do solo<br />

apenas nas linhas duplas de plantio. No caso de pequenos produtores, o preparo do solo<br />

manual restringe-se à limpeza da área, coveamento e plantio.<br />

Vale lembrar que o solo deve ser revolvido o mínimo possível, devendo ser preparado<br />

nem muito úmido e nem muito seco, com umidade suficiente para não levantar poeira e<br />

nem aderir aos implementos; além disso, deve-se alternar o tipo de implemento (por<br />

exemplo, arado de discos, arado de aiveca etc.) e a profundidade de trabalho, usando<br />

máquinas e implementos menos pesados possíveis, acompanhar as curvas de nível do<br />

terreno e deixar o máximo de resíduos vegetais na superfície.<br />

4 <strong>–</strong> Calagem e adubação<br />

A mandioca absorve grandes quantidades de nutrientes e praticamente exporta tudo o<br />

que foi absorvido, quase nada retornando ao solo sob a forma de resíduos culturais: as<br />

raízes tuberosas são destinadas à produção de farinha, fécula e outros produtos, bem


como para a alimentação humana e animal; a parte aérea (manivas e folhas), para novos<br />

plantios, alimentação humana e animal.<br />

No Brasil, de modo geral, não se tem conseguido aumentos acentuados na produção da<br />

mandioca pela aplicação de calcário, confirmando a tolerância da cultura à acidez do solo.<br />

No entanto, após vários cultivos na mesma área, a planta pode responder à aplicação de<br />

calcário, principalmente como suprimento de cálcio e magnésio, que são o terceiro e<br />

quinto nutrientes mais absorvidos pela cultura. Nos solos ácidos da Região dos Cerrados<br />

tem-se obtidos boas produtividades da mandioca com a aplicação de calcário para elevar<br />

a saturação por bases do solo para 25%. A adubação da mandioca prevê a reposição dos<br />

principais nutrientes extraídos pela cultura como cálcio, magnésio, nitrogênio, fósforo e<br />

potássio. O cálcio e o magnésio são adicionados em quantidade suficiente com o calcário.<br />

Quanto ao nitrogênio, a mandioca tem apresentado respostas pequenas à sua aplicação,<br />

em solos com baixos teores de matéria orgânica, embora ele seja o segundo nutriente<br />

absorvido em maior quantidade pela planta. Possivelmente, esse fato deve-se à presença<br />

de bactérias diazotróficas, fixadoras de nitrogênio atmosférico, no solo da rizosfera, nas<br />

raízes absorventes, nas raízes tuberosas e nas manivas da mandioca. Embora o fósforo<br />

não seja extraído em grandes quantidades pela mandioca, a resposta da cultura à<br />

adubação fosfatada tem sido significativa em solos de Cerrado, com aumentos<br />

expressivos de produtividade. Deve-se salientar que os solos brasileiros em geral e, em<br />

particular os cultivados com mandioca, normalmente classificados como marginais, são<br />

pobres nesse nutriente. O potássio é o nutriente extraído em maior quantidade pela<br />

mandioca, sendo que a resposta da cultura à adubação potássica tem sido baixa nos<br />

primeiros cultivos, acentuando-se nos cultivos subseqüentes. Os solos cultivados<br />

apresentam normalmente teores baixos a médios deste nutriente, que se vai esgotando<br />

por meio de cultivos sucessivos na mesma área. Quanto aos micronutrientes, foram<br />

realizados poucos estudos com a cultura da mandioca. Nos períodos de grandes<br />

estiagens, principalmente no litoral do Nordeste, tem-se observado sintomas de<br />

deficiências de zinco e de manganês, denominados de “chapéu-de-palha” e “amarelão”.<br />

A calagem e adubação em mandioca devem ser definidas em função da análise química<br />

do solo, realizada com antecedência, para que haja tempo suficiente para aquisição dos<br />

insumos e para sua aplicação. Com a utilização de calcário e fertilizantes, estima-se a<br />

obtenção de um rendimento médio de 20 toneladas de raízes por hectare, sendo que a<br />

média nacional é de cerca de 13 t/ha. Adicionalmente, deve-se salientar que a eficiência<br />

dos corretivos e fertilizantes utilizados, principalmente dos adubos fosfatados, é<br />

incrementada por processos biológicos naturais como a micorriza arbuscular.<br />

As recomendações para calagem e adubação para a cultura da mandioca são feitas com<br />

base na análise do solo, como se segue:<br />

4.1 <strong>–</strong> Sintomas de deficiência e de toxidez de nutrientes em mandioca<br />

N - Nitrogênio<br />

Crescimento reduzido da planta; em algumas cultivares ocorre amarelecimento uniforme e<br />

generalizado das folhas, iniciando nas folhas inferiores e atingindo toda a planta.<br />

P - Fósforo<br />

Crescimento reduzido da planta, folhas pequenas, estreitas e com poucos lóbulos, hastes<br />

finas; em condições severas ocorre o amarelecimento das folhas inferiores, que se tornam<br />

flácidas e necróticas e caem; diferentemente da deficiência de N, as folhas superiores<br />

mantêm sua cor verde escura, mas podem ser pequenas e pendentes.


K - Potássio<br />

Crescimento e vigor reduzido da planta, entrenós curtos, pecíolos curtos e folhas<br />

pequenas; em deficiência muito severa ocorrem manchas avermelhadas, amarelecimento<br />

e necrose dos ápices e bordas das folhas inferiores, que envelhecem prematuramente e<br />

caem; necrose e ranhuras finas nos pecíolos e na parte superior das hastes.<br />

Ca - Cálcio<br />

Crescimento reduzido da planta; folhas superiores pequenas, com amarelecimento,<br />

queima e deformação dos ápices foliares; escassa formação de raízes.<br />

Mg - Magnésio<br />

Clorose internerval marcante nas folhas inferiores, iniciando nos ápices ou bordas das<br />

folhas e avançando até o centro; em deficiência severa as margens foliares podem tornarse<br />

necróticas; pequena redução na altura da planta.<br />

S - Enxofre<br />

Amarelecimento uniforme das folhas superiores, similar ao produzido pela deficiência de<br />

N; algumas vezes são observados sintomas similares nas folhas inferiores.<br />

B - Boro<br />

Altura reduzida da planta, entrenós e pecíolos curtos, folhas jovens verdes escuras,<br />

pequenas e disformes, com pecíolos curtos; manchas cinzas, marrons ou avermelhadas<br />

nas folhas completamente desenvolvidas; exsudação gomosa cor de café nas hastes e<br />

pecíolos; redução do desenvolvimento lateral da raiz.<br />

Cu - Cobre<br />

Deformação e clorose uniforme das folhas superiores; ápices foliares tornam-se<br />

necróticos e as margens das folhas dobram-se para cima ou para baixo; pecíolos largos e<br />

pendentes nas folhas completamente desenvolvidas; crescimento reduzido da raiz.<br />

Fe - Ferro<br />

Clorose uniforme das folhas superiores e dos pecíolos, os quais se tornam brancos em<br />

deficiência severa; inicialmente as nervuras e os pecíolos permanecem verdes, tornandose<br />

de cor amarela-pálida, quase branca; crescimento reduzido da planta; folhas jovens<br />

pequenas, porém em formato normal.<br />

Mn - Manganês<br />

Clorose entre as nervuras nas folhas superiores ou intermediárias completamente<br />

expandidas; clorose uniforme em deficiência severa; crescimento reduzido da planta;<br />

folhas jovens pequenas, porém em formato normal.<br />

Zn - Zinco<br />

Manchas amarelas ou brancas entre as nervuras nas folhas jovens, as quais com o tempo<br />

tornam-se cloróticas, com lóbulos muito pequenos e estreitos, podendo crescer<br />

agrupadas em roseta; manchas necróticas nas folhas inferiores; crescimento reduzido da<br />

planta.<br />

4.2 <strong>–</strong> Sintomas de toxidez<br />

Al - Alumínio


Redução da altura da planta e do crescimento da raiz; amarelecimento entre as nervuras<br />

das folhas velhas sob condições severas.<br />

B - Boro<br />

Manchas brancas ou marrons nas folhas velhas, especialmente ao longo dos bordos<br />

foliares, que posteriormente podem tornar-se necróticas.<br />

Mn - Manganês<br />

Amarelecimento das folhas velhas, com manchas pequenas escuras de cor marrom ou<br />

avermelhada ao longo das nervuras; as folhas tornam-se flácidas e pendentes e caem no<br />

solo.<br />

5 <strong>–</strong> Cultivares<br />

As cultivares de mandioca são classificadas em: 1) doces ou de “mesa”, também<br />

conhecidas como aipim, macaxeira ou mandioca mansa e normalmente utilizadas para<br />

consumo fresco humano e animal; e 2) amargas ou mandiocas bravas, geralmente<br />

usadas nas indústrias, para produção de farinha e fécula.<br />

Para consumo humano, a principal característica é que as cultivares apresentem menos<br />

de 100 ppm ou 100 mg de ácido cianídrico (HCN) por quilograma de raízes. O teor de<br />

HCN varia com a cultivar, com o ambiente e com o estado fisiológico da planta, e é um<br />

fator decisivo na escolha da cultivar de aipim. Outros caracteres de natureza qualitativa<br />

também são importantes, como é o caso do tempo de cozimento das raízes, que também<br />

varia de acordo com a cultivar, condições ambientais e estado fisiológico da planta. É<br />

comum variedades de aipim ou macaxeira passarem um determinado tempo de seu ciclo<br />

“sem cozinhar”, o que é um fator crítico para o mercado in natura. Outras características<br />

referentes à qualidade, tais como ausência de fibras na massa cozida, resistência à<br />

deterioração pós-colheita, facilidade de descascamento das raízes e raízes bem<br />

conformadas são também importantes para o mercado consumidor de mandioca para<br />

mesa e devem ser consideradas na escolha da cultivar. Cultivares de mandioca para<br />

mesa em geral devem apresentar um ciclo mais curto (8 a 14 meses) para manter a<br />

qualidade do produto final.<br />

Como o teor de HCN nas raízes é liberado durante o processamento, na indústria podem<br />

ser utilizadas tanto cultivares de mandioca mansas como bravas. A mandioca<br />

industrializada pode dar origem a inúmeros produtos e subprodutos, dentre os quais se<br />

destacam a farinha e a fécula, também chamada de amido, tapioca ou goma. Nesse caso,<br />

as cultivares devem apresentar alta produção e qualidade do amido e da farinha. Além<br />

disso, é importante que as cultivares apresentem raízes com polpa de coloração branca<br />

ou amarela, córtex branco, ausência de cintas nas raízes, película fina e raízes grossas e<br />

bem conformadas, o que facilita o descascamento e garante a qualidade do produto final.<br />

Toda a planta da mandioca pode ser usada na alimentação de vários animais domésticos,<br />

como bovinos, aves e suínos. As raízes são fontes de carboidratos; a parte aérea fornece<br />

carboidratos e proteínas, estas últimas concentradas nas folhas. Para a alimentação<br />

animal, o ideal é que as cultivares apresentem alta produtividade de raízes, de matéria<br />

seca e de parte aérea, com boa retenção foliar e altos teores de proteínas nas folhas. O<br />

teor de ácido cianídrico deve ser baixo, tanto nas folhas como nas raízes, para evitar<br />

intoxicação dos animais.


As cultivares de mandioca apresentam adaptação específica a determinadas regiões e<br />

dificilmente uma mesma cultivar comporta-se de forma semelhante em todos os<br />

ecossistemas. Um dos motivos para isso é o grande número de pragas e doenças que<br />

afetam o cultivo, restritas a determinados ambientes. Isso justifica, em parte, a grande<br />

diversidade de cultivares utilizadas pelos agricultores de mandioca do Brasil.<br />

Na maior parte da Região dos Cerrados predomina o clima Aw, ou seja, quente e úmido<br />

com seis meses de inverno seco. Nessas condições os principais problemas que afetam a<br />

cultura da mandioca são a bacteriose (doença), os ácaros e o percevejo-de-renda<br />

(pragas). Algumas cultivares têm sido recomendadas para a região (Tabela 5). Além<br />

dessas cultivares, agricultores da região cultivam outras com bons resultados:<br />

Vassourinha, Gostosa, Amarelinha, Engana Ladrão, Sergipe, Manteiga, Mandioca Pão e<br />

Cacau (Minas Gerais); Fitinha, Amarelinha, Olho Junto, Espeto e Fécula Branca (Mato<br />

Grosso e Mato Grosso do Sul); e Cacau, Vassourinha, Pão da China, Amarelinha, IAC<br />

576-70, Canela de Urubu, Buritis, Americana, Japonezinha e Pioneira (Goiás e Distrito<br />

Federal).<br />

Plantio<br />

6 <strong>–</strong> Época de plantio<br />

A época de plantio adequada é importante para a produção da mandioca, principalmente<br />

pela relação com a presença de umidade no solo, necessária para brotação das manivas<br />

e enraizamento. A falta de umidade durante os primeiros meses após o plantio causa<br />

perdas na brotação e na produção, enquanto que o excesso, em solos mal drenados,<br />

prejudica a brotação e favorece a podridão de raízes. A escolha da época de plantio<br />

adequada ainda pode reduzir o ataque de pragas e doenças e a competição das ervas<br />

daninhas.<br />

Nos cultivos industriais de mandioca é necessário combinar as épocas de plantio com os<br />

ciclos das cultivares e com as épocas de colheita, visando garantir um fornecimento<br />

contínuo de matéria-prima para o processamento industrial.<br />

Devido à extensão do Brasil, as condições ideais para o plantio de mandioca não<br />

coincidem nos mesmos meses em todas as regiões. Nas condições dos Cerrados, a<br />

época ideal de plantio de mandioca é nos primeiros meses do período chuvoso, ou seja,<br />

de outubro a janeiro. Quanto mais cedo o plantio, melhor a reação da cultura quanto à<br />

ocorrência de pragas como a mosca do broto, ácaros e percevejo-de-renda, além de<br />

melhores condições para o controle de ervas daninhas.<br />

7 <strong>–</strong> Espaçamento e plantio<br />

O espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, do porte da<br />

variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de<br />

colheita (manual ou mecanizada).<br />

De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 m x 0,50 m e 1,00 m x 0,60 m,<br />

em fileiras simples, e 2,00 m x 0,60 m x 0,60 m, em fileiras duplas. Em solos mais férteis<br />

deve-se aumentar a distância entre fileiras simples para 1,20 m.<br />

Em plantios destinados para a produção de ramas para ração animal recomenda-se um<br />

espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas.


Quando a colheita for mecanizada, a distância entre as linhas deve ser de 1,20 m, para<br />

facilitar o movimento da máquina colhedeira.<br />

Se o mandiocal for capinado com equipamento mecanizado, deve-se adotar espaçamento<br />

mais largo entre as linhas, para facilitar a circulação das máquinas; nesse caso, a<br />

distância entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m, no caso do uso de tratores pequenos,<br />

ou de 3,00 m, para uso de tratores maiores.<br />

O espaçamento em fileiras duplas oferece as seguintes vantagens: a) aumenta a<br />

produtividade; b) facilita a mecanização; c) facilita a consorciação; d) reduz o consumo de<br />

manivas e de adubos; e) permite a rotação de culturas na mesma área, pela alternância<br />

das fileiras; f) reduz a pressão de cultivo sobre o solo; e g) facilita a inspeção fitossanitária<br />

e a aplicação de defensivos.<br />

Quanto ao plantio da mandioca, geralmente, é uma operação manual, podendo ser feito<br />

em covas preparadas com enxada ou em sulcos construídos com enxada, sulcador a<br />

tração animal ou motomecanizados. Tanto as covas como os sulcos devem ter<br />

aproximadamente 10 cm de profundidade. Quando em grande áreas, para fins industriais,<br />

utilizam-se plantadeiras mecanizadas disponíveis no mercado, que fazem de uma só vez<br />

as operações de sulcamento, adubação, corte das manivas, plantio e cobertura das<br />

manivas.<br />

Em solos muito argilosos ou com problemas de drenagem, recomenda-se plantar em cova<br />

alta ou matumbo, que são pequenas elevações de terra, de forma cônica, construídas<br />

com enxada, ou em leirões ou camalhões, que são elevações contínuas de terra, que<br />

podem ser construídos com enxada ou arados ou taipadeiras.<br />

Quanto à posição de colocação das manivas-semente, estacas ou rebolos no plantio, a<br />

mais indicada é a horizontal, no fundo das covas ou dos sulcos, porque facilita a colheita<br />

das raízes. Quando se usa a plantadeira mecanizada, as manivas também são colocadas<br />

na posição horizontal. As posições inclinada e vertical são menos utilizadas porque as<br />

raízes aprofundam mais, dificultando a colheita, sendo, assim, utilizadas apenas para<br />

plantios em matumbos ou camalhões.<br />

8 <strong>–</strong> Irrigação<br />

A mandioca é uma cultura que apresenta boa tolerância à seca ou à falta de água no solo,<br />

quando comparada com outras culturas. Por essa razão, praticamente não existem<br />

resultados de pesquisa sobre irrigação nessa cultura. No entanto, sabe-se que o<br />

suprimento adequado de água para a mandioca é essencial e crítico nas fases de<br />

enraizamento e tuberização, que vão do primeiro ao quinto mês após o plantio. A falta de<br />

água nessas fases causam prejuízos irrecuperáveis no desenvolvimento e,<br />

conseqüentemente, na produção da cultura.<br />

Dentre as possibilidades de suprimento de água para a cultura, em regiões com<br />

precipitação adequada durante cinco a seis meses do ano, a época de plantio pode<br />

garantir o suprimento adequado da água para o desenvolvimento da cultura na fase mais<br />

crítica. Por exemplo, o plantio de setembro a outubro, na região do Brasil Central, após o<br />

acúmulo de 50 a 60 mm de chuva, tem apresentado resultados satisfatórios no<br />

desenvolvimento da cultura, isso porque períodos de até 30 dias de veranicos, durante o<br />

período chuvoso, não tem causado perdas significativas de produtividade de mandioca.


Em situações onde é necessário plantar escalonado para alongar o período de colheita e,<br />

conseqüentemente, de oferta do produto no mercado, a irrigação pode ser uma prática,<br />

técnica e economicamente viável. Resultados experimentais recentes indicam que a<br />

cultura não responde positivamente a irrigações com alta freqüência. Tensões de água no<br />

solo de 60 a 600 kPa, medida a 15 cm de profundidade, são adequadas ao<br />

desenvolvimento da cultura. Desse modo, a aplicação de lâminas de água de 30 a 40 mm<br />

a cada 15 dias é geralmente suficiente para um desenvolvimento adequado da cultura da<br />

mandioca. Irrigações com alta freqüência associada a alta disponibilidade de nitrogênio no<br />

solo, normalmente causam excessivo desenvolvimento da parte aérea e baixa produção<br />

de raízes.<br />

9 <strong>–</strong> Consorciação e rotação de culturas<br />

Os sistemas de cultivos múltiplos ou policultivos com culturas anuais e fruteiras,<br />

agroflorestais e agrosilvipastoris tem sido amplamente utilizados nas regiões tropicais,<br />

pelos pequenos produtores. A difusão desses sistemas tem como base as vantagens<br />

apresentadas pelos mesmos, em relação aos monocultivos, como o de promover maior<br />

estabilidade da produção, melhorar a utilização da terra, melhorar a exploração de água e<br />

nutrientes, melhorar a utilização da força de trabalho, aumentar a eficiência no controle de<br />

ervas daninhas, aumentar a proteção do solo contra erosão e disponibilizar mais de uma<br />

fonte alimentar e de renda. Nesse contexto, a mandioca é importante como cultura<br />

consorte, pelo seu ciclo vegetativo longo, crescimento inicial lento, variedades com hábito<br />

de crescimento ereto e vigor de folhagem médio, caracterizando as possibilidades de<br />

consórcio, principalmente com culturas anuais. O plantio de culturas associadas nesses<br />

policultivos, em uma mesma área, deve ser feito procurando distribuir o espaço da lavoura<br />

o mais conveniente possível, buscando uma baixa competição entre plantas pelos fatores<br />

de produção como luz, água e nutrientes. Essa distribuição das linhas de plantio<br />

dependerá das características agronômicas de cada uma das culturas envolvidas na<br />

consorciação, especialmente o ciclo vegetativo, as épocas de cultivo distintas e o porte<br />

das plantas.<br />

Na Região do Cerrado estima-se que em torno de 80% das áreas com mandioca são<br />

cultivadas por pequenos produtores. Nessas condições, onde a força de trabalho,<br />

basicamente, é composta pela mão-de-obra familiar, e as áreas são minifúndios, os<br />

cultivos múltiplos revestem de maior importância, porque otimizam o uso mais intensivo<br />

dos recursos escassos, representados pela mão-de-obra, terra e capital.<br />

De modo geral, as culturas a serem consorciadas ou os sistemas a serem utilizados pelo<br />

produtor são determinados por aspectos econômicos regionais e pelas próprias atividades<br />

produtivas na propriedade. A mandioca pode ser utilizada em policultivos com culturas<br />

anuais, perenes, agroflorestais e agrosilvipastoris.<br />

Com culturas anuais, o arranjo espacial de plantio das linhas de mandioca pode ser em<br />

fileiras simples ou em fileiras duplas. Nas fileiras simples recomenda-se a distribuição das<br />

plantas em forma retangular, com espaçamento de 1,00 a 1,20 m entre linhas e 0,60 a<br />

0,80 m entre plantas, sendo que a cultura intercalar é plantada em fileiras alternadas com<br />

as de mandioca. Nesse caso, recomenda-se o plantio de uma a duas fileiras da cultura<br />

intercalar, a depender do porte da cultura. Nas fileiras duplas, a distribuição das plantas é<br />

realizada reduzindo o espaçamento entre duas fileiras simples para 0,60 m, deixando um<br />

espaço maior (2,00 a 3,00 m) até as outras duas fileiras simples, também espaçadas de<br />

0,60 m; onde o espaçamento das fileiras duplas ficam de 0,60 x 0,60 a 0,80 m x 2,00 a


3,00 m. Nesse caso, recomendam-se de duas a quatro fileiras da cultura consorciada, a<br />

depender do porte da mesma.<br />

Quanto ao consórcio com culturas perenes e em sistemas agroflorestais, as culturas<br />

intercalares são utilizadas, além das vantagens já mencionadas, com o objetivo de<br />

propiciar retorno econômico durante o período de crescimento das culturas perenes,<br />

contribuindo para o custo de implantação das mesmas. Nessas condições, a mandioca é<br />

utilizada como cultura intercalar, onde o número de fileiras a ser utilizado estará em<br />

função da cultura perene e do espaçamento e arranjo espacial de plantio da mesma.<br />

Vale ressaltar que, nos plantios de sistemas de policultivos ou consorciados, deverão ser<br />

utilizadas as tecnologias recomendadas para cada cultura componente do sistema.<br />

Na cultura da mandioca, em condições de Cerrado, a utilização da prática de rotação de<br />

culturas, além de outras vantagens, visa principalmente o controle da bacteriose e a<br />

depauperação do solo. Assim, recomenda-se que essa prática seja realizada pelo menos<br />

a cada dois cultivos da mandioca, utilizando outras culturas como gramíneas ou<br />

leguminosas para produção de grãos, ou leguminosas para adubação verde, ou ainda<br />

deixando a área em pousio. Nesse particular, o sistema de plantio em fileiras duplas da<br />

mandioca em consorciação reveste de importância para pequenas áreas, por permitir a<br />

rotação das culturas em uma mesma área. Outro ponto a destacar é o aproveitamento da<br />

adubação residual realizado pela cultura da mandioca.<br />

10 <strong>–</strong> Tratos Culturais<br />

Os tratos culturais compreendem, basicamente, capina ou manejo das ervas daninhas e a<br />

poda.<br />

10.1 <strong>–</strong> Poda<br />

A poda nem sempre é indicada na cultura da mandioca, pois reduz a produção de raízes<br />

e o teor de carboidratos, facilita a disseminação de pragas e doenças, aumenta a<br />

infestação de ervas daninhas e o teor de fibras nas raízes, além de elevar o número de<br />

hastes por planta e, conseqüentemente, a competição entre plantas. Ela somente é<br />

recomendada quando da necessidade de manivas para novos plantios, no caso de alta<br />

infestação de pragas e doenças, necessidade de ramas para alimentação animal e como<br />

medida para preservação das ramas em áreas sujeitas a geadas. Quando necessária,<br />

deve ser efetuada no início do período chuvoso, a uma altura de 10 a 15 cm da superfície<br />

do solo e em plantas com 10 a 12 meses de idade. Mandiocais que sofreram poda devem<br />

aguardar de 4 a 6 meses para que sejam colhidos.<br />

11 <strong>–</strong> Doenças<br />

11.1 <strong>–</strong> Bacteriose<br />

A bacteriose, causada por Xanthomonas axoponodis pv. manihotis, é a principal doença<br />

da mandioca, sobretudo no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nas condições de Cerrado essa<br />

doença adquiri grande expressão econômica, podendo provocar perdas totais.<br />

Os sintomas da bacteriose caracterizam-se por manchas angulares, de aparência aquosa,<br />

nos folíolos, murcha das folhas e pecíolos, morte descendente e exsudação de goma nas<br />

hastes, além de necrose dos feixes vasculares e morte da planta. Os prejuízos causados


pela bacteriose variam com as condições climáticas, suscetibilidade ou tolerância das<br />

variedades, práticas culturais empregadas, épocas de plantio e nível de contaminação do<br />

material de plantio. A variação brusca de temperatura entre o dia e a noite é o fator mais<br />

importante para a manifestação severa da doença, sendo que a amplitude diária de<br />

temperatura superior a l0ºC durante um período maior que cinco dias é a condição ideal<br />

para o pleno desenvolvimento da doença. As perdas de produção estão em torno de 30%<br />

em cultivos usando variedades suscetíveis e, em locais com condições favoráveis para a<br />

doença, os prejuízos podem ser totais. Por outro lado, usando variedades tolerantes,<br />

mesmo com a ocorrência de condições favoráveis as perdas de produção chegam no<br />

máximo a 30%.<br />

A utilização de variedades resistentes é a medida mais eficiente para o controle da<br />

bacteriose; mas, também, contribuem as práticas culturais como a utilização de manivas<br />

sadias e a adequação das épocas de plantio. As variedades atualmente em uso nas áreas<br />

de ocorrência da bacteriose caracterizam-se por apresentar uma tolerância aceitável à<br />

doença. Na Região Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito<br />

Federal e Tocantins), as variedades recomendadas são IAC-12, IAC-13, IAC-14,<br />

Mantiqueira, Branca de Santa Catarina, IAC 352-6, IAC 352-7, IAC 12-829, IAC 7-127,<br />

Sonora, EAB 81 e EAB 653.<br />

11.2 <strong>–</strong> Podridão radicular<br />

A podridão radicular é a doença de pouca expressão nas Região do Cerrado, sendo mais<br />

limitante na Região Nordeste, cujas perdas de produtividade de raízes nas áreas de maior<br />

ocorrência estão em torno de 30%. Na Região Norte ela é particularmente importante nos<br />

ecossistemas de Várzea e de Terra Firme, nos quais as perdas chegam a ser superiores<br />

a 50% no primeiro e atingem até 30% no segundo. Em alguns casos têm-se observado<br />

prejuízos totais, principalmente em áreas com solos adensados e sujeitos a constantes<br />

encharcamentos.<br />

Os mais importantes agentes causadores da podridão radicular são os fungos<br />

Phytophthora sp. e Fusarium sp., não somente pela abrangência geográfica, mas,<br />

principalmente, pelas severas perdas na produção. Alguns estudos mostram que a<br />

ocorrência de Phytophthora sp. é mais acentuada em plantios de mandioca implantados<br />

em áreas sujeitas a encharcamento, com textura argilosa e de pH neutro ou ligeiramente<br />

alcalino. No caso de Fusarium sp., acredita-se que sua sobrevivência está relacionada a<br />

solos ácidos e adensados. Outros agentes causais como Diplodia sp., Sytalidium sp. e<br />

Botriodiplodia sp. podem, em áreas favorecidas por microclima, tornar-se patógenos<br />

prejudiciais à cultura.<br />

Os sintomas da podridão radicular são bastante distintos em função dos agentes causais.<br />

Normalmente, Phytophthora sp. ataca a cultura na fase adulta, causando podridões<br />

“moles” nas raízes, com odores muito fortes, semelhantes ao de matéria orgânica em<br />

decomposição; mostram uma coloração acizentada que se constitui dos micélios ou<br />

mesmos esporos do fungo nos tecidos afetados. O aparecimento de sintomas visíveis é<br />

mais freqüente em raízes maduras; entretanto, existem casos de manifestação de<br />

sintomas na base das hastes jovens ou em plantas recém-germinadas, causando murcha<br />

e morte total. No caso do Fusarium sp., os sintomas podem ocorrer em qualquer fase do<br />

desenvolvimento da planta e raramente causam danos diretos nas raízes. O ataque<br />

ocorre no ponto da haste junto ao solo, causando infecções e muitas vezes obstruindo<br />

totalmente os tecidos vasculares, impedindo a livre circulação da seiva e,<br />

conseqüentemente, provocando podridão indireta das raízes. Ao contrário de


Phytophthora sp., os sintomas provocados nas raízes pelo ataque de Fusarium sp. são<br />

caracterizados por uma podridão de consistência seca e sem o aparente distúrbio dos<br />

tecidos.<br />

As medidas de controle da podridão radicular envolvem a integração do uso de<br />

variedades tolerantes, associado a práticas culturais como rotação de culturas, manejo<br />

físico e químico do solo, sistemas de cultivo e outras. Na Região Norte, trabalhos de<br />

pesquisa executados nas várzeas mostraram que o uso de variedade tolerante, associado<br />

à rotação de culturas e sistemas de plantio, reduziu a podridão em cerca de 60%. As<br />

variedades consideradas tolerantes até então conhecidas são: Osso Duro, Cedinha,<br />

Bibiana, clone 148/02, Aramaris e Kiriris, para o Nordeste, e Zolhudinha, Mãe Joana e<br />

Embrapa 8, para o Norte.<br />

11.3 <strong>–</strong> Superalongamento<br />

O superalongamento, causado por Sphaceloma manihoticola, é uma das doenças<br />

causadas por fungos mais importantes da cultura da mandioca. A sua ocorrência no Brasil<br />

foi constatada pela primeira vez em 1977 na Região Norte, no Amazonas e Pará; após<br />

quase dez anos foi detectado no Mato Grosso, atacando grandes cultivos comerciais, e<br />

mais recentemente também foi observado no Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e,<br />

por último, na Bahia. Atualmente a doença encontra-se sob controle, não constituindo<br />

problema para a mandioca.<br />

Os principais sintomas caracterizam-se pelo alongamento exagerado das hastes tenras<br />

ou em desenvolvimento, formando ramas finas com longos entrenós. Em casos severos<br />

as plantas afetadas podem ser identificadas pelas lesões típicas de verrugoses nas<br />

hastes, pecíolos e nervuras; também é comum observar retorcimento das folhas,<br />

desfolhamento e morte dos tecidos. A disseminação da doença é bastante rápida durante<br />

a estação chuvosa, pois os esporos são facilmente transportados a longas distâncias pelo<br />

vento e chuva. O estabelecimento da doença em áreas livres da mesma ocorre<br />

principalmente por meio de manivas-semente contaminadas.<br />

Os prejuízos causados pelo superalongamento dependem da quantidade de inóculo<br />

inicial, da suscetibilidade das cultivares utilizadas e das condições climáticas. Em cultivar<br />

suscetível originada de plantação afetada, e com ocorrência de condições ambientais<br />

favoráveis à da doença, as perdas de produção podem atingir até 70%, enquanto que em<br />

cultivar tolerante, sob as mesmas condições, a perda chega no máximo a 30%.<br />

As medidas de controle do superalongamento são basicamente a seleção de manivas<br />

sadias para o plantio, eliminação de plantas infectadas, uso de cultivares tolerantes ou<br />

resistentes e rotação de culturas nas áreas anteriormente afetadas.<br />

11.4 <strong>–</strong> Superbrotamento<br />

O superbrotamento é uma doença causada por fitoplasma, que tem sido encontrada<br />

atacando a cultura da mandioca no Brasil, sendo particularmente importante na<br />

microrregião da Serra da Ibiapaba, no Ceará, apesar da sua ocorrência ser registrada em<br />

quase todas as regiões produtoras de mandioca.<br />

Em condições altamente favoráveis ao desenvolvimento da doença, pode provocar uma<br />

redução de até 70% no rendimento de raízes, e acentuada diminuição nos teores de<br />

amido, que chega a 80% em cultivares suscetíveis. O superbrotamento também pode


causar perdas na produção de manivas-semente, tendo em vista que, nas plantas<br />

afetadas, as hastes apresentam-se com um tamanho muito reduzido e excesso de<br />

brotação das gemas.<br />

Os sintomas da doença caracterizam-se pela emissão exagerada de hastes a partir da<br />

haste principal, também chamados de envassouramento ou flocos, além de provocar<br />

raquitismo e amarelecimento generalizado das plantas afetadas. Acredita-se que a<br />

disseminação da doença ocorra por meio de vetores transmissores, normalmente insetos<br />

que têm o hábito sugador, além de manivas-semente contaminadas utilizadas para o<br />

plantio.<br />

O controle do superbrotamento pode ser efetuado preventivamente, evitando a introdução<br />

de material de plantio de áreas afetadas, seleção rigorosa do material de plantio em áreas<br />

de ocorrência da doença e eliminação de plantas doentes dentro do cultivo. A utilização<br />

de variedades resistentes é o método mais eficiente de controle da doença; em trabalho<br />

realizado no Ceará foram identificados os genótipos Embrapa 54<strong>–</strong>Salamandra, Embrapa<br />

55<strong>–</strong>Tianguá, Embrapa 56<strong>–</strong>Ubajara e Embrapa 57<strong>–</strong>Ibiapaba, resistentes à doença e com<br />

características agronômicas e industriais desejáveis.<br />

11.5 <strong>–</strong> Viroses<br />

O mosaico das nervuras apresenta ampla abrangência geográfica, embora seja<br />

particularmente importante no ecossistema do Semi-Árido Nordestino, não somente pela<br />

severa manifestação produzida, como também pela influência negativa na qualidade dos<br />

produtos obtidos. Não existe definição clara do seu efeito na produção pois, enquanto<br />

alguns acreditam que o ataque severo pode reduzir a produtividade em até 30%, outros<br />

afirmam que ela não é afetada pelo vírus, e sim a qualidade do produtos, especialmente o<br />

teor de amido na raiz. Os sintomas caracterizam-se pela presença de cloroses intensas<br />

entre as nervuras primárias e secundárias, nas plantas afetadas. Em casos severos da<br />

doença é comum observar um forte retorcimento do limbo foliar.<br />

O “couro de sapo” tem sido observado de modo muito restrito em algumas lavouras<br />

localizadas no Amazonas, Pará e Bahia. Entretanto, a doença é considerada como<br />

potencialmente importante, pois sua manifestação severa em plantios de mandioca pode<br />

inviabilizar economicamente a produção. O ataque severo do vírus pode provocar<br />

redução em torno de 70% na produtividade ou até mesmo perdas totais em variedades<br />

suscetíveis. O vírus pode também reduzir drasticamente a qualidade do produto,<br />

especialmente os teores de amido nas raízes, cuja diminuição pode variar de 10 a 80%.<br />

O mosaico comum ocorre normalmente em regiões com temperaturas mais amenas, no<br />

Sul e Sudeste do Brasil. A manifestação severa da doença em variedades suscetíveis<br />

pode causar perdas de produção entre 10 a 20%; o vírus também prejudica a qualidade<br />

dos produtos, causando reduções nos teores de amido que variam entre 10 a 50%. Os<br />

sintomas são clorose da lâmina foliar e retorcimento dos bordos das folhas,<br />

especialmente em folhas em formação. Em alguns casos tem-se observado que, quando<br />

as folhas vão se desenvolvendo, os sintomas desaparecem por completo, notadamente<br />

quando as condições ambientais tornam-se adversas para o desenvolvimento da doença.<br />

Como métodos de controle das viroses são sugeridos a seleção de material de plantio,<br />

uso de variedades resistentes e eliminação de plantas afetadas dentro do cultivo.<br />

11.6 <strong>–</strong> Outras doenças


Em alguns casos, dependendo das condições ambientais e da suscetibilidade das<br />

variedades utilizadas, a antracnose causada por Colletotrichum gloeosporioides pode<br />

causar prejuízos esporádicos ou temporários na mandioca; em determinadas épocas ela<br />

ocorre de maneira mais intensiva, causando perdas significativas na produção de raízes e<br />

redução da qualidade dos produtos.<br />

As cercosporioses em mandioca são bem conhecidas, apesar de não causarem maiores<br />

prejuízos para a cultura; portanto, não são motivo de preocupação para os produtores.<br />

11.7 <strong>–</strong> Pragas e métodos de controle<br />

A cultura da mandioca, por ser de ciclo bianual, está sujeita a diversos ataques de insetos<br />

e ácaros, alguns classificados como pragas de maior importância, que podem causar<br />

danos severos à cultura e resultar em perdas no rendimento. Recomenda-se que sejam<br />

utilizadas práticas de manejo que contribuam para o bom desenvolvimento das plantas e<br />

possam reduzir os danos causados pelas pragas nas áreas de cultivo, tais como:<br />

obtenção de ramas para plantio em áreas não infestadas, seleção de manivas-semente,<br />

plantio em áreas corrigidas e adubadas conforme a análise de solo, plantio em cultivos<br />

múltiplos ou consorciados e rotação de culturas.<br />

11.8 <strong>–</strong> Percevejo-de-renda<br />

Uma das pragas que vem preocupando a pesquisa no Cerrado é o percevejo-de-renda,<br />

Vatiga illudens (Drake, 1922), que normalmente não causava danos nos cultivos, mas<br />

tem-se constituído num problema, tanto nas áreas de pesquisa como nas áreas de<br />

produtores, aumentando sua ocorrência de ano para ano.<br />

É uma praga de hábito sugador que ocorre no início da estação seca. O adulto é de cor<br />

cinzenta e a ninfa (fase jovem do inseto) é branca, sendo ambos encontrados na face<br />

inferior das folhas basais e medianas da planta; quando o ataque é severo, podem chegar<br />

até as folhas apicais.<br />

O dano é causado tanto pelas ninfas como pelos adultos, cujos sinais de ataque<br />

manifestam-se por pontuações amarelas pequenas, que se tornam de cor marromavermelhada.<br />

Na face inferior das folhas aparecem inúmeros pontos pequenos, de cor<br />

preta, que correspondem aos excrementos dos insetos. Quando a infestação é severa,<br />

pode ocorrer o desfolhamento da planta.<br />

O dano na folhagem pode causar redução na fotossíntese e queda das folhas inferiores.<br />

Podem ocorrer perdas no rendimento, a depender da cultivar utilizada, idade da cultura,<br />

intensidade e duração do ataque.<br />

Pode causar perdas significativas no rendimento da cultura em condições de baixa<br />

umidade. Trabalhos no Cerrado verificaram reduções de 21% e 50%, respectivamente, na<br />

produção de raízes e massa verde do terço superior de diferentes cultivares de mandioca<br />

avaliadas nas condições do Distrito Federal; as cultivares mansas (Mantiqueira e Jaçanã)<br />

foram as mais infestadas, enquanto as bravas (EAB-670 e IAC 12-829) foram as menos<br />

infestadas.


A maior infestação de insetos ocorre no primeiro semestre do ano, até a desfolha das<br />

plantas, concentrando-se no período de fevereiro a maio, reiniciando uma infestação<br />

crescente até setembro.<br />

O melhor controle consiste na utilização de cultivares mais tolerantes ao ataque. Essa<br />

praga pode ser controlada com inseticidas organofosforados sistêmicos, resultando num<br />

incremento da produção de raízes e parte aérea da ordem de 23% e 22%,<br />

respectivamente. Embora eficientes, esses inseticidas não estão registrados no Ministério<br />

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para uso na cultura da mandioca.<br />

11.9 <strong>–</strong> Ácaros e Mandarová<br />

Os ácaros são pragas das mais severas que atacam a mandioca, sendo encontrados em<br />

grande número na face inferior das folhas, freqüentemente durante a estação seca do<br />

ano, podendo causar danos consideráveis, principalmente nas Regiões Nordeste e<br />

Centro-Oeste. Alimentam-se penetrando o estilete no tecido foliar e succionando o<br />

conteúdo celular. Os sintomas típicos do dano são manchas cloróticas, pontuações e<br />

bronzeamento no limbo, morte das gemas, deformações e queda das folhas, reduzindo a<br />

área foliar e a fotossíntese.<br />

Os ácaros mais importantes para a cultura da mandioca no Brasil são o ácaro verde<br />

(conhecido como “tanajoá”) e o ácaro rajado.<br />

O ácaro verde alimenta-se da seiva das folhas que estão brotando e localiza-se na parte<br />

apical da planta, picando as folhas não expandidas e as hastes. Seu dano é maior no<br />

broto, nas gemas e folhas jovens, embora também ocorra nas partes mais baixas da<br />

planta, que são menos afetadas. Os sintomas iniciais são pequenas pontuações<br />

amareladas nas folhas, que perdem sua cor verde característica, crescendo geralmente<br />

deformadas. Quando o ataque é severo, as folhas embrionárias não alcançam seu<br />

desenvolvimento normal e há uma grande redução foliar, induzindo novas ramificações;<br />

as hastes tornam-se ásperas e de cor marrom, e o desfolhamento e morte delas se<br />

iniciam progressivamente, começando pela parte superior da planta.<br />

O ácaro rajado tem preferência pelas folhas que se encontram nas partes mediana e<br />

basal da planta, cujos sintomas iniciais são pontos amarelos na base das folhas e ao<br />

longo da nervura central. Quando as populações aumentam, os ácaros se distribuem em<br />

toda a folha, e as pontuações amarelas aparecem na totalidade da folha, que adquire uma<br />

coloração marrom-avermelhada ou de ferrugem, à medida que a infestação aumenta. Em<br />

ataques severos, observa-se um desfolhamento intenso nas partes mediana e basal da<br />

planta, que avança progressivamente até a parte terminal, quando a planta apresenta o<br />

broto muito reduzido e com grande quantidade de teias de aranha. As folhas atacadas<br />

secam, caem e, em casos mais severos, as plantas podem morrer.<br />

Em geral, os ácaros inicialmente atacam plantas isoladas, logo pequenos grupos de<br />

plantas em determinados locais (focos) e, posteriormente, invadem toda a cultura, pela<br />

dispersão causada pelo próprio deslocamento, pela ação involuntária do homem e dos<br />

animais e pelo transporte pelo vento, sendo este último o meio mais importante. Outro<br />

meio de dispersão, e a maiores distâncias, é o transporte de material vegetativo infestado.<br />

Durante os períodos secos (baixa umidade relativa e alta temperatura) os ácaros têm uma<br />

alta taxa de reprodução. Além da relação com os fatores climáticos, o aumento da<br />

população dos ácaros varia segundo a planta hospedeira, o seu estado nutricional e a


presença de inimigos naturais. A temperatura é um dos fatores de maior influência na<br />

população de ácaros, sendo que temperaturas baixas ou mudanças bruscas de<br />

temperatura reduzem suas populações. A umidade relativa, quando alta e contínua,<br />

provoca redução na população da praga, por afetar a oviposição, eclosão e sobrevivência<br />

das larvas e aparecimento de inimigos naturais. A precipitação é outro fator que ajuda a<br />

diminuir as populações; as chuvas fortes não somente causam aumento da umidade<br />

relativa, como também lavam as folhas, podendo ocorrer também a eliminação dos<br />

ácaros por afogamento ou pelo golpe direto das gotas de água.<br />

Para o controle dos ácaros que atacam a mandioca, recomenda-se a utilização do<br />

controle integrado, que consiste na combinação e integração de todas as técnicas<br />

disponíveis.<br />

O uso de cultivares de mandioca resistentes e/ou tolerantes é o meio ideal para controlar<br />

ou reduzir os ácaros e minimizar os danos causados à cultura.<br />

Existem vários inimigos naturais dos ácaros que exercem um bom controle, dentre os<br />

quais destacam-se alguns coleópteros e diversos ácaros benéficos da família<br />

Phytoseiidae; estes ácaros vivem e ovipositam entre as colônias dos ácaros-praga e<br />

consomem os seus ovos, larvas, ninfas e adultos. Outro inimigo natural importante é o<br />

fungo Neozygites sp., que tem sido encontrado atacando as fêmeas do ácaro verde.<br />

O controle cultural dos ácaros deve ser utilizado e consiste na realização de práticas que<br />

dificultam o desenvolvimento populacional da praga e retardam a sua dispersão, tais<br />

como: 1) destruição de plantas hospedeiras; 2) inspeções periódicas na cultura para<br />

localizar focos; 3) destruição dos restos de cultura, prática indispensável naquelas<br />

plantações que apresentaram altas populações de ácaros; 4) seleção do material de<br />

plantio livre de ácaros, insetos e enfermidades; e 5) distribuição adequada das plantas no<br />

campo, para reduzir a disseminação dos ácaros.<br />

Não há nenhum produto registrado até o momento para o controle químico de ácaros da<br />

mandioca. Este tipo de controle, além de anti-econômico, provoca desequilíbrio por<br />

eliminar os inimigos naturais (insetos e ácaros benéficos), muito comuns nos mandiocais.<br />

Mandarová<br />

O mandarová da mandioca, Erinnyis ello, é considerado uma das pragas mais<br />

importantes desta cultura, pela ampla distribuição geográfica e alta capacidade de<br />

consumo foliar, especialmente nos últimos ínstares larvais. A lagarta pode causar severo<br />

desfolhamento, o qual, durante os primeiros meses de desenvolvimento da cultura, pode<br />

reduzir o rendimento e até ocasionar a morte de plantas jovens. Este inseto tem-se<br />

apresentado somente nas Américas, onde tem desfolhado grandes plantios de mandioca.<br />

O mandarová da mandioca pode se apresentar em qualquer época do ano, mas em geral<br />

ocorre no início da estação chuvosa ou da seca, entretanto é uma praga de ocorrência<br />

esporádica, podendo demorar até vários anos antes de surgir um novo ataque.<br />

No início, a lagarta é difícil de ser vista na planta, devido ao tamanho diminuto (5 mm) e à<br />

coloração, confundindo-se com a da folha. Quando completamente desenvolvidas, o<br />

colorido das lagartas é o mais variado possível, havendo exemplares de cor verde,<br />

castanho-escura, amarela e preta, sendo mais freqüentes as de cores verde e castanhoescura.<br />

A lagarta passa por cinco estádios que duram aproximadamente de 12 a 15 dias,<br />

período em que consome, em média, 1.107 cm² de área foliar, sendo que 75% dessa área<br />

é consumida no quinto ínstar.


A prática da aração da área para novos plantios contribui entre outras vantagens, no<br />

enterrio profundo de algumas pupas, enquanto outras ficam na superfície do solo<br />

expostas aos raios solares, as quais são eliminadas.<br />

A eliminação das plantas invasoras, especialmente as euforbiáceas, presentes na<br />

plantação ou em suas imediações, é outra prática recomendada, as quais servem de<br />

hospedeiras à praga.<br />

No caso de ataques contínuos do mandarová em uma região, recomenda-se a rotação de<br />

culturas, já que ao desaparecer o hospedeiro mais prolífero, diminui a população da<br />

praga. Inspeções periódicas das lavouras, identificando os focos iniciais, também tornam<br />

o controle mais eficiente.<br />

Em áreas pequenas, recomenda-se a catação manual e destruição das lagartas.<br />

O inseticida biológico seletivo à base de Bacillus thuringiensis tem mostrado grande<br />

eficiência no controle do mandarová, principalmente quando aplicado em lagartas com<br />

tamanho entre 5 mm e 3,5 cm de comprimento, ou seja, quando as lagartas estão entre o<br />

primeiro e terceiro ínstares.<br />

Outro agente biológico de grande eficiência no controle do mandarová é o Baculovirus<br />

erinnyis, um vírus que ataca as lagartas. O controle deve ser feito quando forem<br />

encontradas de cinco a sete lagartas pequenas por planta, embora este número de<br />

lagartas por planta seja flexível, a depender do estágio de desenvolvimento e do vigor das<br />

plantas, da cultivar e das condições ambientais. O B. erinnyis pode ser obtido pela<br />

maceração de lagartas infectadas na lavoura, as quais apresentam-se descoradas, com<br />

perda dos movimentos e da capacidade alimentar, encontrando-se dependuradas nos<br />

pecíolos das folhas. Deve-se levar em consideração que as lagartas infectadas levam<br />

cerca de seis dias para morrer, porém a partir do quarto dia deixam de se alimentar. Para<br />

o preparo da “calda”, utilizar apenas as lagartas recém-mortas. As lagartas não usadas de<br />

imediato devem ser conservadas em congelador e descongeladas antes da aplicação.<br />

Deve-se proceder da seguinte forma para o preparo da “calda”: esmagar bem as lagartas<br />

infectadas, juntando um pouco de água para soltar o vírus; coar tudo em um pano limpo<br />

ou passar em peneira fina, para não entupir o bico do pulverizador; o líquido obtido<br />

(coado) está pronto para ser usado. Em cada 200 litros de água, colocar duas colheres de<br />

sopa (20 ml) do líquido coado para aplicação em um hectare de mandioca. O Baculovirus<br />

deve ser aplicado no final da tarde.<br />

O mandarová tem ainda uma série de inimigos naturais que são capazes de exercer um<br />

bom controle, não se recomendando aplicações de produtos químicos, porque ocorre<br />

destruição desses insetos benéficos.<br />

Podem ainda ser utilizadas armadilhas luminosas para capturar adultos, o que não<br />

constitui propriamente um método de controle, mas permitem diminuir as populações,<br />

além de fornecer dados para o conhecimento da flutuação populacional do mandarová,<br />

prevenindo o agricultor contra ataques intensos, o que ajuda a planejar melhor a<br />

aplicação das diferentes alternativas de controle.<br />

11.10 <strong>–</strong> Mosca-branca


A mosca-branca pode ser encontrada em muitas plantas cultivadas ou nativas. Como<br />

praga de alimentação direta e vetora de vírus, causa danos significativos em mandioca<br />

nos agroecossistemas das Américas, África e, em menor grau, na Ásia.<br />

Os adultos geralmente são encontrados na face inferior das folhas da parte apical da<br />

planta, podendo ser vistos sacudindo-se os brotos da planta para fazê-los voar. Já as<br />

ninfas (fase jovem do inseto) podem ser encontradas na face inferior das folhas mais<br />

velhas. Tanto os adultos como as ninfas sugam a seiva das folhas. Quando em altas<br />

populações, a mosca-branca pode causar reduções no rendimento das raízes,<br />

especialmente se o ataque é muito prolongado. O dano direto do adulto consiste em<br />

amarelecimento e encrespamento das folhas apicais, enquanto o dano das ninfas<br />

manifesta-se por meio de pequenos pontos cloróticos. O dano indireto, tanto de adultos<br />

como ninfas, devido a seus excrementos, cuja substância é açucarada e comumente<br />

chamada de “mel” ou “mela” pelo agricultor, consiste na presença de um fungo conhecido<br />

como fumagina, que reduz a capacidade fotossintética da planta.<br />

Na Bahia, local onde este inseto tem causado sérios problemas à cultura, o ataque na<br />

planta hospedeira causa os seguintes sintomas: as folhas ficam encarquilhadas, secam e<br />

caem, enquanto as hastes começam a secar do ápice para a base, podendo provocar<br />

também a podridão de raízes. Nos municípios onde ocorre, o ataque afeta o rendimento<br />

das raízes e a qualidade da farinha, que adquire sabor amargo.<br />

O plantio da mandioca intercalada com outras culturas não hospedeiras tem demonstrado<br />

ser uma prática que reduz a população da praga.<br />

O uso de cultivares mais tolerantes é o método mais racional de controle.<br />

Trabalhos estão sendo desenvolvidos no sentido de identificar e avaliar inimigos naturais.<br />

Alguns entomopatógenos apresentam possibilidades para seu controle<br />

11.11 <strong>–</strong> Mosca do broto ou mosca da mandioca<br />

A fêmea da mosca do broto efetua postura entre folhas não expandidas, no ponto de<br />

crescimento ou em pequenas cavidades feitas pelo ovipositor na parte mais tenra e macia<br />

do broto; as larvas perfuram o tecido e matam o ponto de crescimento. No broto afetado<br />

podem ser encontradas várias larvas esbranquiçadas. O dano causado pela praga<br />

manifesta-se por meio de uma exsudação amarelada (quando o ataque é recente) ou<br />

marrom (quando o ataque é mais velho), no ponto de crescimento da planta afetada. A<br />

morte do broto pode retardar o crescimento normal das plantas jovens, romper a<br />

dominância apical e induzir a emissão de gemas laterais que também podem ser<br />

atacadas. As plantas mais jovens são mais suscetíveis, sendo que ataques repetidos<br />

podem causar o nanismo da planta.<br />

Recomenda-se o uso de práticas culturais como a destruição dos brotos atacados, plantio<br />

fora da época de ataque (se realmente a praga é importante na região) e plantio<br />

intercalado com outras culturas para reduzir a incidência da praga.<br />

As larvas são difíceis de controlar mas, em casos estritamente necessários, podem ser<br />

usados inseticidas sistêmicos, se ocorrerem ataques severos em plantas jovens (até dois<br />

meses). Entretanto, é interessante salientar que a aplicação de inseticida destrói insetos<br />

benéficos e aumenta a população de outras pragas, como ácaros.


11.12 <strong>–</strong> Broca das hastes<br />

As larvas da broca das haste são encontradas no interior das hastes, sendo o ataque<br />

detectado pela presença de excrementos e serragem que saem das galerias feitas pelo<br />

inseto. Durante os períodos secos, as plantas atacadas podem perder suas folhas e<br />

secar, reduzindo assim a qualidade do material para plantio. Quando a infestação é<br />

severa, as plantas podem morrer.<br />

Não é aconselhável o controle com inseticidas, pois as larvas se alimentam no interior das<br />

hastes. Recomenda-se observar periodicamente a cultura, especialmente durante o<br />

verão, removendo e queimando as partes ou plantas infestadas, mantendo-se o<br />

mandiocal limpo. Recomenda-se também a utilização de manivas sadias para o plantio,<br />

procurando sempre utilizar material proveniente de plantações onde não houve ataque da<br />

praga, e usar ainda cultivares menos preferidas pela broca.<br />

11.13 <strong>–</strong> Cupins<br />

Apresentam o corpo branco-cremoso e asas maiores que o abdome. Atacam o material<br />

de propagação armazenado, penetrando pela parte seca, podendo destruí-lo totalmente.<br />

Nas plantas novas, constróem galerias entre a medula e o córtex, impedindo assim o<br />

transporte de nutrientes, fazendo com que elas apresentem um secamento progressivo<br />

descendente e logo depois morram. Quando esses insetos atacam as raízes de plantas<br />

desenvolvidas, observam-se, na epiderme, agregações de terra cristalizada sob as quais<br />

se localizam os cupins. Acredita-se que o maior dano é causado quando atacam as<br />

manivas, embora possam afetar seriamente as plantas adultas, podendo também afetar o<br />

estabelecimento do cultivo, especialmente durante épocas de secas prolongadas.<br />

É necessário proteger as manivas por ocasião do plantio, a fim de garantir boa<br />

germinação e bom desenvolvimento das plantas. Recomenda-se incorporar um inseticida<br />

ao solo, abaixo da manivas, no sulco ou na cova, por ocasião do plantio.<br />

11.14 <strong>–</strong> Formigas<br />

Podem desfolhar rapidamente as plantas quando ocorrem em altas populações e/ou não<br />

são controladas. Fazem um corte semicircular na folha, podendo também atingir as<br />

gemas quando os ataques são severos. Os formigueiros podem ser distinguidos<br />

facilmente no campo, pelos montículos de terra que são formados em volta do orifício de<br />

entrada. O ataque ocorre geralmente durante os primeiros meses de crescimento da<br />

cultura e seus efeitos provocam perdas de até 22% sobre o rendimento. Além disso, como<br />

a acumulação de carboidratos nas raízes depende da fotossíntese que ocorre nas folhas,<br />

qualquer distúrbio nessa parte da planta pode prejudicar a quantidade de substâncias<br />

amiláceas elaboradas.<br />

Deve-se efetuar o controle logo que se observem plantas com folhas e pecíolos cortados.<br />

Os insetos podem ser destruídos dentro do ninho, por meio de fumigação feita nas<br />

épocas chuvosas. O uso de isca granulada, colocada ao longo dos caminhos deixados<br />

pelas formigas, faz um bom controle durante épocas secas. Os inseticidas líquidos devem<br />

ser utilizados nas épocas chuvosas, enquanto os em pó e as iscas granuladas são<br />

indicados para as épocas secas.<br />

11.15 <strong>–</strong> Uso de Agrotóxicos


Agrotóxicos são os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos,<br />

destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento dos<br />

produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de<br />

outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja<br />

finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação<br />

danosa de seres vivos considerados nocivos (Lei Federal 7.802 de 11.07.89).<br />

Os agrotóxicos são importantes para a bananicultura, todavia, exigem precaução no seu<br />

uso, visando a proteção dos operários que os manipulam e aplicam, dos consumidores de<br />

banana, dos animais de criação, de abelhas, peixes, de organismos predadores e<br />

parasitas, enfim, do meio ambiente.<br />

12 <strong>–</strong> Colheita<br />

O início da colheita da mandioca depende de fatores como:<br />

1. Técnicos:<br />

a) ciclo das cultivares (precoces - 10-12 meses; semiprecoces - 14-16 meses; e tardias -<br />

18-20 meses). Deve-se considerar também o objetivo do produto, se mandioca de mesa,<br />

aipim ou macaxeira, colhidas aos 8 a 14 meses e para indústria 18 a 24 meses; b)<br />

ocorrências observadas ao longo do ciclo de cada cultivar ou de cada gleba, como o<br />

ataque de pragas ou doenças, que podem antecipar ou retardar a colheita; c) condições<br />

em que se encontram as diferentes áreas de mandioca na ocasião da colheita, como o<br />

grau de infestação de plantas daninhas e a recuperação das plantas, por exemplo, do<br />

ataque de mandarovás e/ou de ácaros, já tendo ocorrida a reposição do amido consumido<br />

na reconstituição da parte aérea danificada; e d) sistema de plantio em relação às<br />

condições de umidade do solo, desde quando nas culturas instaladas em covas ou<br />

camalhões, as raízes de reserva se desenvolvem mais superficialmente em relação ao<br />

nível do solo, o que não acontece quando o plantio é em sulcos.<br />

2. Ambientais:<br />

a) condições de solo e clima, que determinam as facilidades e dificuldades ao arranquio<br />

das plantas. Nas regiões em que se predominam indústrias de produtos de mandioca, a<br />

colheita é feita geralmente nos períodos secos e quentes ou secos e frios, entre as<br />

estações chuvosas, pois as raízes apresentam suas qualidades desejáveis em seu mais<br />

alto grau. Nas Regiões Norte e Nordeste, em que a mandioca é considerada produto de<br />

subsistência, a colheita ocorre o ano inteiro, para atender ao consumo e à<br />

comercialização nas feiras livres; e b) estado das estradas e dos caminhos de acesso ao<br />

mandiocal.<br />

3. Econômicos:<br />

a) situação do mercado e dos preços dos produtos; b) disponibilidade de mão-de-obra e<br />

de recursos de apoio, pois a colheita da mandioca é a operação do sistema de produção<br />

que requer maior emprego do elemento humano, sendo mais dificultada em solo<br />

endurecido, com cultivar ramificada e com maior infestação de ervas daninhas. Um<br />

homem colhe 600 a 800 kg de raízes de mandioca numa jornada de trabalho de oito<br />

horas, podendo alcançar até 1.000 kg se o mandiocal estiver em solo mais arenoso, limpo<br />

e com boa produção por planta; e c) premência de tempo, em casos em que, por<br />

exemplo, compromissos financeiros ou de âmbito contratual devem ser satisfeitos dentro


da época preestabelecida, apesar de não combinarem com a época da colheita da<br />

mandioca.<br />

As épocas mais indicadas para colher a mandioca são aquelas em que as plantas<br />

encontram-se em período de repouso, ou seja, quando pelas condições de clima e do<br />

ciclo elas já diminuíram o número e o tamanho das folhas e dos lobos foliares, condição<br />

em que atinge o máximo de produção de raízes com elevado teor de amido.<br />

Embora já existam implementos mecanizados de fabricação nacional, a colheita da<br />

mandioca é primordialmente manual e/ou com auxílio de implementos, tendo duas etapas:<br />

a) poda das ramas, efetuada a uma altura de 20 a 30 cm acima do nível do solo; e b)<br />

arranquio das raízes, com a ajuda de ferramentas, a depender das condições de umidade<br />

e/ou características do solo.<br />

Após o arranquio ou colheita das raízes, estas devem ser amontoadas em pontos na<br />

área, a fim de facilitar o recolhimento pelo veículo transportador, devendo-se evitar que<br />

permaneçam no campo por mais de 24 horas, para que não ocorra a deterioração<br />

fisiológica e/ou bacteriológica. O carregamento das raízes do campo até o local do<br />

beneficiamento é feito por meio de cestos, caixas, sacos, grades de madeira etc. Algumas<br />

regiões utilizam bolsões de lona conhecidos por “big bag”, para grandes carregamentos<br />

de raízes. Esses bolsões são distribuídos na área para colocação das raízes, mais ou<br />

menos 800 kg, e um trator equipado com hidráulico eleva as bolsas para cima dos<br />

caminhões, ocasião em que um operário desfaz o nó e as raízes caem dentro da<br />

carroceria do caminhão.<br />

13 <strong>–</strong> Pós-colheita<br />

As raízes da mandioca são uma ótima fonte energética, onde estão também presentes<br />

compostos cianogênicos potenciais, que oferecem riscos à saúde em caso de<br />

processamento inadequado. As raízes de mandioca podem ser usadas para consumo de<br />

mesa (aipim ou mandioca mansa, com baixo teor de compostos cianogênicos potenciais <strong>–</strong><br />

concentração menor que 100 ppm) ou de forma industrial (mandioca ou mandioca brava,<br />

com alto teor de compostos cianogênicos potenciais <strong>–</strong> concentração maior que 100 ppm).<br />

Em termos tecnológicos, o escurecimento enzimático é um fator importante a ser<br />

considerado no processamento. Após a colheita e após o descascamento, inicia-se esse<br />

processo de deterioração de forma mais intensa, que pode ser evitado com a aplicação<br />

de tratamentos antioxidantes (por exemplo, por imersão em solução diluída de ácidos<br />

orgânicos) e/ou branqueamento (tratamento térmico brando).<br />

Os principais produtos derivados do aipim ou mandioca mansa são o minimamente<br />

processado ou os processados como mandioca pré-cozida congelada, como os “chips”,<br />

por exemplo (Fig. 3).<br />

Os principais produtos derivados da mandioca ou mandioca brava são a farinha seca (Fig.<br />

4) e farinha d’água (Fig. 5), fécula ou polvilho doce (Fig. 6) e polvilho azedo.


Figura 3. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de mandioca<br />

frita.<br />

Figura 4. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de farinha<br />

seca.<br />

Figura 5. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de farinha<br />

d’água.


Figura 6. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de fécula.<br />

14 <strong>–</strong> Mandioca na alimentação animal<br />

14. 1 <strong>–</strong> Raspa de raízes de mandioca<br />

As raízes da mandioca destacam-se como fonte de energia, que é o componente<br />

quantitativamente mais importante das rações alimentícias para diferentes espécies de<br />

animais. Apresentam quantidades mínimas de proteína, vitaminas, minerais e fibra e são<br />

bem aceitas pelos animais.<br />

A concentração de energia útil na mandioca e seus derivados é afetada pela umidade. A<br />

raiz de mandioca quando fresca, apresenta menos de 1.500 kcal de energia metabolizável<br />

por quilo de massa fresca; quando desidratada, varia de 3.200 a 3.600 kcal<br />

A desidratação é um processo importante para conservar a qualidade das raízes depois<br />

de colhidas, facilita seu uso na composição de alimentos, eleva a concentração de<br />

nutrientes e facilita a conservação dos alimentos, além de ser um dos métodos mais<br />

eficientes na redução da toxicidade.<br />

O processo de produção consiste basicamente, logo após a colheita, no corte das raízes<br />

e exposição ao sol. A produção de raspa deve ocorrer no período adequado à colheita,<br />

quando as condições climáticas são favoráveis (boa insolação, alta temperatura e baixa<br />

umidade relativa).<br />

de energia metabolizável, nível adequado para a maioria dos animais de todas as idades.<br />

Lavagem das raízes<br />

As raízes devem ser lavadas para eliminar a terra e outros elementos estranhos aderidos<br />

a elas, especialmente quando são processadas sem a retirada da casca (película externa<br />

e córtex). A lavagem adequada permite obter materiais com boa qualidade, quanto ao<br />

conteúdo de resíduos.<br />

Corte das raízes


As raízes devem ser divididas em pequenos pedaços, usando maquinário apropriado,<br />

para acelerar o processo de secagem, facilitar o armazenamento, a sua conservação e<br />

uso na preparação de rações alimentícias.<br />

Desidratação das raízes<br />

É a operação mais importante no processo de preparação de raspas, devido à<br />

necessidade de baixar o teor de umidade de 60-70% nas raízes para 10-14% nas raspas.<br />

Nos sistemas tradicionais de secagem, os pedaços das raízes são espalhados<br />

uniformemente em uma área cimentada, lona plástica ou bandejas com fundo de tela, em<br />

camadas que proporcionem no máximo uma carga de 15 quilogramas por metro<br />

quadrado. Para acelerar o processo, o material deve ser revolvido com um ancinho ou<br />

rodo de madeira, no sentido do maior comprimento, a cada duas horas no primeiro dia. À<br />

noite, junta-se e protege-se o material com uma lona plástica ou similar.<br />

Rendimento<br />

O índice de eficiência na produção de raspa de raízes de mandioca situa-se de 30-40%,<br />

isto é, para cada 1.000 quilogramas de raízes são produzidos de 300 a 400 quilogramas<br />

de raspa, dependendo da variedade, idade da planta, umidade inicial, densidade e<br />

condições climáticas.<br />

Armazenamento<br />

O armazenamento da raspa seca pode ser feito à granel ou em sacos de aniagem ou<br />

ráfia, com capacidade de 30 a 40 quilogramas, tendo o cuidado de compactar bem o<br />

produto e colocá-lo em local com boa ventilação, alta temperatura, baixa umidade relativa<br />

e protegido da chuva. Para evitar o desenvolvimento de bactérias e fungos, que<br />

ocasionam transtornos nutricionais e sanitários, o material armazenado deve estar<br />

desidratado de forma homogênea, com umidade que não exceda 14%.<br />

Utilização<br />

As experiências têm demonstrado que a raspa de raízes de mandioca pode ser incluída<br />

na formulação de rações para animais domésticos, em substituição parcial ou total dos<br />

cereais (milho, trigo, cevada etc.), graças ao seu valor energético e à sua palatabilidade.<br />

14.2 <strong>–</strong> Feno da parte aérea da mandioca<br />

A parte aérea da mandioca é constituída pelas hastes principais , galhos e folhas, em<br />

proporções variáveis. É um produto que apresenta um potencial protéico de muita<br />

importância, sendo também rico em vitaminas, especialmente A, C e do complexo B; o<br />

conteúdo de minerais é relativamente alto, especialmente cálcio e ferro. Esse material<br />

pode ser submetido a diferentes processos para obtenção de produtos destinados a<br />

alimentação animal.<br />

Quando a folhagem se destina a produção de feno para monogástricos (aves, suínos e<br />

cavalos), deve-se utilizar as partes mais tenras (hastes novas e folhas). No caso da


alimentação de ruminantes (bovinos, caprinos e ovinos) esta seleção não precisa ser tão<br />

criteriosa, podendo-se utilizar também as manivas.<br />

A alternativa de desidratar a folhagem abre novas possibilidades para o uso da parte<br />

aérea da mandioca na alimentação de animais, de onde se pode obter um feno que<br />

oferece numerosas vantagens, podendo ser usado diretamente ou em mistura com outros<br />

componentes da ração.<br />

Produção de feno<br />

A fenação é um processo de conservação de forragens, que, além de manter as<br />

qualidades do material após a colheita, facilita seu uso na fabricação de alimentos, eleva<br />

a concentração de nutrientes e elimina a maior parte do ácido cianídrico, reduzindo-o a<br />

níveis seguros para a alimentação animal.<br />

O processo de produção consiste basicamente em, logo após a colheita das ramas,<br />

preferencialmente as partes mais tenras (terço superior), triturar-se o material e expor ao<br />

sol, quando as condições climáticas são favoráveis (boa insolação, alta temperatura e<br />

baixa umidade relativa). A parte basal, por ser bastante lenhosa, possui muita fibra e<br />

poucos nutrientes, além do risco de, mesmo após a trituração, apresentar lascas que<br />

podem provocar perfurações no estômago dos animais.<br />

Corte das ramas<br />

As ramas devem ser trituradas em pequenos pedaços, usando maquinário apropriado<br />

(máquina de picar forragem, moto-forrageira etc.), para acelerar o processo de secagem,<br />

facilitar o armazenamento, a sua conservação e o uso na preparação de rações.<br />

Desidratação das ramas<br />

É a operação mais importante no processo de produção de feno, devido à necessidade de<br />

baixar o teor de umidade de 65-80% nas ramas para 10-14% no feno.<br />

Nos sistemas tradicionais de secagem, o material picado é espalhado uniformemente em<br />

uma área cimentada, lona plástica ou bandejas com fundo de tela. Para acelerar o<br />

processo, o material deve ser revolvido com ancinho ou rodo de madeira, no sentido do<br />

maior comprimento, a cada trinta minutos, permitindo uma secagem mais uniforme e<br />

rápida. A depender da insolação, ao final de quatro horas o material está em condições de<br />

ser armazenado.<br />

Rendimento<br />

A taxa de eficiência na produção de feno da parte aérea da mandioca situa-se entre 20-<br />

30%, isto é, para cada 1.000 quilogramas de ramas são produzidos de 200-300<br />

quilogramas de feno, dependendo da variedade, idade da planta, umidade inicial,<br />

densidade e condições climáticas<br />

Armazenamento<br />

O armazenamento do feno pode ser feito em sacos de aniagem ou ráfia, tendo o cuidado<br />

de colocá-los em local com boa ventilação, alta temperatura, baixa umidade relativa e


protegido da chuva . Para evitar fermentações indesejáveis e conseqüente deterioração<br />

do produto, o material armazenado não deve apresentar umidade superior a 14%.<br />

Utilização<br />

As experiências têm demonstrado que as ramas de mandioca podem ser incluídas na<br />

formulação de rações para animais domésticos, especialmente ruminantes (bovinos,<br />

caprinos e ovinos), em substituição parcial ou total dos cereais (milho, trigo e cevada),<br />

graças ao seu valor nutritivo.<br />

15 <strong>–</strong> Mercado e Comercialização<br />

Apesar da grande diversidade, o sistema produtivo da cadeia da mandioca apresenta três<br />

tipologias básicas: a unidade doméstica, a unidade familiar e a unidade empresarial. Essa<br />

tipologia leva em consideração a origem da mão-de-obra, o nível tecnológico, a<br />

participação no mercado e o grau de intensidade do uso de capital na exploração.<br />

A unidade doméstica é caracterizada por usar mão-de-obra familiar, não utilizar<br />

tecnologias modernas, participar do mercado vendendo apenas o excedente e dispor de<br />

pouco capital para investimento. A unidade familiar já adota algumas tecnologias<br />

modernas, tem uma participação significativa no mercado e dispõe de algum capital para<br />

investir; embora a mão-de-obra seja a familiar, às vezes contrata diaristas ou empreiteiros<br />

para as tarefas de plantio, capinas e colheita. A unidade empresarial caracteriza-se pelo<br />

emprego da mão-de-obra de terceiros, dispondo de capital para investimento. As<br />

unidades empresarial e a do tipo familiar, juntas, respondem pela maior parte da produção<br />

de raízes no Brasil.<br />

O segmento de processamento da cadeia da mandioca está intimamente relacionado com<br />

o uso das raízes para a indústria de farinha, de fécula, de alimentos pré-cozidos, de<br />

congelados de mandioca e de ração animal, localizadas no Estado do Mato Grosso do<br />

Sul, nos seguintes municípios: Dois Irmãos do Buriti, Campo Grande e Terenos.<br />

A escala de operação das indústrias de processamento de farinha vai desde as pequenas<br />

unidades artesanais de processamento (comunitárias ou privadas) até as unidades de<br />

grande porte que processam, em média, 300 sacas de farinha por dia, passando pelas<br />

unidades de médio porte (100 sacas por dia). A maioria das fecularias possui capacidade<br />

operacional para moer, no mínimo, 150 toneladas de mandioca por dia. Na cadeia da<br />

mandioca existem ainda outros produtos de importância econômica regional e que são<br />

comercializados de forma informal, como é o caso da raspa de mandioca e da parte<br />

aérea.<br />

As etapas de processamento e distribuição às vezes são realizadas por um mesmo ator.<br />

Essa situação pode acontecer no mercado de farinha, de raízes frescas e de fécula, ou<br />

seja, um mesmo produtor/empresa processa e distribui os produtos. Neste caso, as raízes<br />

frescas (no caso dos aipins) são comercializadas: nas feiras (atacado ou varejo), para<br />

atravessadores, nas CEASA’s, para a agroindústrias, supermercados e sacolões/frutarias.<br />

A farinha é vendida em feiras livres e repassada para supermercados. Já no caso da<br />

fécula, ocorre a comercialização diretamente com as empresas que irão usá-la como<br />

insumo em diversos processos industriais. Apesar do crescimento da comercialização via<br />

associações e cooperativas, ainda prevalece a figura do intermediário como principal<br />

agente de comercialização na cadeia. Essa função é exercida por agentes esporádicos<br />

(caminhoneiros) e por comerciantes regularmente estabelecidos nos centros urbanos.


O processo de embalagem depende do produto (farinha ou fécula) e do mercado a que se<br />

destina. No caso da farinha, é comercializada nas feiras livres, geralmente embalada em<br />

sacas de 50 kg, ou em supermercados, embalada em pacotes de meio, um ou dois quilos,<br />

vendidos em fardos de 30 kg. Já a fécula é embalada em sacas de 25 kg, para atender<br />

tanto ao mercado atacadista como ao mercado das indústrias; no caso desse último<br />

mercado, a fécula também pode ser comercializada em embalagens de maior<br />

capacidade. As raízes destinadas ao consumo in natura são comercializadas em caixa<br />

tipo “k” retornáveis de 23 kg.<br />

O segmento de consumo da cadeia da mandioca, na Região do Cerrado, é caracterizado<br />

por consumidores que absorvem a própria produção, ou seja, são agricultores que<br />

definem os produtos em função de suas preferências e hábitos regionais. Cerca de 62%<br />

da produção são retidos nos estabelecimentos agropecuários de forma in natura, servindo<br />

de alimento tanto para o ser humano como para os animais (gado, porco e galinha), e<br />

também como matéria-prima para as pequenas casas de farinhas e para a fabricação de<br />

polvilho.<br />

No caso dos demais consumidores, que adquirem os produtos no mercado, o padrão de<br />

consumo depende do produto, nível de renda, costumes regionais e hábitos de compra.<br />

No tocante à farinha comum, farinhas temperadas, farinha tipo “beiju”, mandioca “fresca”<br />

e outros produtos tradicionais, identificam-se, pelo menos, dois tipos de consumidores<br />

que podem ser caracterizados em função dos hábitos de compra: “o consumidor de feira<br />

livre” e o “consumidor de supermercado”. Com relação aos consumidores de fécula, todos<br />

podem ser classificados como consumidores intermediários, isto é, adquirem o produto<br />

para ser utilizado como insumo nos diversos processos industriais. Enquadram-se nessa<br />

categoria os consumidores que compram pequenas quantidades que podem ser<br />

encontradas no comércio varejista e no mercado atacadista, como é o caso das padarias,<br />

confeitarias e pequenas indústrias de processamento de carne. Além disso, incluem-se<br />

também os consumidores que transacionam grandes volumes, diretamente negociados<br />

com as fecularias, visando obter melhores preços e condições de pagamento. Nesse<br />

segmento da cadeia inserem-se, também, os importadores. O negócio de fécula,<br />

atualmente, mostra-se como um dos mais promissores devido ao mercado internacional,<br />

sendo que em 2002 foram exportadas 17,9 milhões de toneladas de fécula, enquanto o<br />

consumo desse produto no Brasil gira em torno de 500 mil toneladas por ano.<br />

O nicho de mercado que vem crescendo, tanto na Região do Cerrado como em todo o<br />

Brasil, é o dos produtos minimamente processados, sendo a mandioca um desses. A<br />

mandioca congelada, cozida ou pré-cozida encontra espaço nas cadeias de restaurantes,<br />

cozinha industrial e bares, sendo comercializadas em embalagens de um ou dois quilos.<br />

No Distrito Federal, 23% da produção de raízes são destinados às agroindústrias que<br />

trabalham com essa linha de produto, fora o que é importado de municípios da Região do<br />

Entorno.<br />

O produto mandioca descascada, que tem tido boa aceitação no mercado, é<br />

comercializado tanto em feiras livre (varejo), como em supermercado, sacolões e<br />

frutarias, em embalagem de um ou dois quilos. O preço desse produto é, geralmente, de<br />

25 a 50% superior ao do da mandioca com casca.<br />

Cerca de 35% da produção de mandioca do Cerrado são destinados à industria; desse<br />

total, 17% são comercializados diretamente com as indústrias, enquanto que, do restante,


uma parcela é processada nos próprios estabelecimentos agropecuários e a outra chega<br />

à industria pelas mãos de intermediários. No Estado do Mato Grosso do Sul, que tem<br />

parte de sua área territorial na Região do Cerrado, encontra-se o maior número de<br />

indústrias; conseqüentemente, 73% da produção são destinados para a indústria. No<br />

restante da Região do Cerrado predomina o consumo da mandioca fresca ou de mesa.<br />

16 <strong>–</strong> Sazonalidade e formação de preço<br />

A sazonalidade dos preços das raízes influencia diretamente o preço dos produtos. As<br />

flutuações nos preços são diretamente influenciadas por mudanças na oferta, haja vista<br />

que as mudanças na demanda se processam mais lentamente.<br />

No Estado do Mato Grosso do Sul, o período do ano em que os preços recebidos pelos<br />

produtores são mais altos situa-se entre os meses de março e julho, quando há escassez<br />

do produto. A oferta concentra-se nos meses de agosto a dezembro, em que os preços<br />

alcançados estão no nível mínimo. No mês de maio ocorre o preço mais alto, e o mais<br />

baixo em dezembro, sendo que a diferença entre esses dois preços é de 18,4%. No<br />

Estado de Minas Gerais, o período de preços altos vai de setembro a janeiro, e o de<br />

preços baixos, de março a junho. O pico dos preços ocorre em janeiro e o menor preço<br />

em junho, sendo o primeiro 17,9% maior. No Distrito Federal ocorrem dois picos de<br />

preços, um em março, com maior intensidade, o outro em outubro, que é 6,1% inferior<br />

àquele; os níveis de preços mais baixos localizam-se nos meses de julho e agosto.<br />

Quanto à formação dos preços, há uma série de fatores que interferem neste processo: 1)<br />

aspectos relacionados com o ciclo da cultura, que é função direta da combinação das<br />

variedades cultivadas e das condições ambientais; 2) aspectos inerentes à estrutura de<br />

mercado enfrentada pelos produtores de mandioca, em que o processo de formação de<br />

preço se aproxima de uma estratégia concorrencial, ou seja, os produtores de matériaprima<br />

concorrem em preço. Além disso, as informações incompletas ou mesmo a falta de<br />

informação a respeito do mercado favorecem à ação dos intermediários, que agem como<br />

agentes determinantes no processo de formação de preço; 3) praticamente não há<br />

barreiras à entrada no mercado de farinha; em função da simplicidade da tecnologia, os<br />

investimentos não precisam ser altos e, inclusive, a farinha pode ser produzida em nível<br />

artesanal. Conseqüentemente, quando o preço do produto está atrativo, ocorrem entradas<br />

de agricultores no negócio e a produção de raízes e farinha aumenta rapidamente,<br />

reduzindo os preços; 4) a quantidade ofertada de matéria-prima independe de uma<br />

relação mais forte com as agroindústrias, isto é, a oferta de matéria-prima local não leva<br />

em consideração a capacidade instalada das unidades de processamento, havendo assim<br />

períodos de excesso e de escassez, com reflexos diretos no processo de formação de<br />

preços. A inexistência de contratos de fornecimento de longo prazo nas unidades<br />

individuais concorre para a não existência de volume e regularidade desejada de<br />

produção, fazendo com que a cadeia perca competitividade, dado o inadequado grau de<br />

coordenação entre os seus segmentos; e 5) os fatores relacionados com questões<br />

culturais de cada localidade influenciam no aumento da oferta de matéria-prima, como<br />

uma necessidade para se fazer caixa, visando a aquisição de bens e serviços de<br />

demanda imediata. Além disso, é importante ressaltar o aumento de oferta de matériaprima<br />

que geralmente acontece no final de cada mês, como uma alternativa para<br />

recompor a renda, sobretudo dos agricultores que dependem de fontes de renda tais<br />

como a aposentadoria.


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