Memorias De Um Suicida - Yvonne A. Pereira.pdf - Mkmouse.com.br
Memorias De Um Suicida - Yvonne A. Pereira.pdf - Mkmouse.com.br
Memorias De Um Suicida - Yvonne A. Pereira.pdf - Mkmouse.com.br
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>De</strong>us! As desgraças por eles encontradas, além do suicídio, eram <strong>com</strong>o o terrível<<strong>br</strong> />
atestado, o pavoroso libelo contra a irresponsabilidade dos pais ou responsáveis por eles<<strong>br</strong> />
à face de <strong>De</strong>us, a prova infamante da desatenção <strong>com</strong> que se portaram deixando de<<strong>br</strong> />
diligenciar sólida edificação moral em torno deles! Para tais casos, soubemos que severas<<strong>br</strong> />
contas deveriam prestar futuramente às Soberanas Leis os descautelosos pais que<<strong>br</strong> />
permitiram asas às perniciosas inclinações dos filhos, sem tentar corrigi-las, favorecendo<<strong>br</strong> />
assim ocasiões aos desequilí<strong>br</strong>ios desesperados de que o suicídio foi o lógico resultado!<<strong>br</strong> />
<strong>De</strong>pois de tão <strong>com</strong>plexos exames voltávamos a novas reuniões a fim de<<strong>br</strong> />
aprendermos <strong>com</strong>o de preferência devíamos ter agido para evitar o suicídio, quais<<strong>br</strong> />
deveriam ter sido os atos diários, os empreendimentos, se não nos afastáramos do<<strong>br</strong> />
raciocínio inspirado no <strong>De</strong>ver, na fé em nós mesmos e no paternal amor de <strong>De</strong>us! Em<<strong>br</strong> />
vários casos, a solução para os problemas, que a<strong>br</strong>iram as portas para o abismo,<<strong>br</strong> />
encontrava-se a dois passos de distância do sofredor; surgiria o socorro enviado pela<<strong>br</strong> />
Providência ao seu filho bem-amado, dentro de alguns dias, de poucos meses, bastando<<strong>br</strong> />
somente que este se encorajasse para diminuta espera, em glorioso testemunho de<<strong>br</strong> />
vontade, paciência e coragem moral, necessário ao seu progresso espiritual! Então<<strong>br</strong> />
concluímos <strong>com</strong> decepcionante surpresa que fácil teria sido a vitória e até a felicidade, se<<strong>br</strong> />
buscáramos no Amor Divino a inspiração para os ditames da existência que<<strong>br</strong> />
desgraçadamente destruíramos!<<strong>br</strong> />
Essas instruções proporcionaram sensíveis benefícios a todos nós.<<strong>br</strong> />
Repetiam-se bissemanalmente, havendo os dignos mentores a elas adicionado<<strong>br</strong> />
proveitosas palestras elucidativas. Melhoras prometedoras experimentávamos em nosso<<strong>br</strong> />
aspecto geral, enquanto suaves esperanças segredavam edificante consolo aos nossos<<strong>br</strong> />
corações doloridos. A presença dos instrutores passou a constituir motivo de imensa<<strong>br</strong> />
satisfação para nossas almas convalescentes de tão ásperos desesperos. As palavras<<strong>br</strong> />
que nos dirigiam durante as lições eram qual refrigerante orvalho so<strong>br</strong>e a <strong>com</strong>burência de<<strong>br</strong> />
nossas aflições; e suas palestras e instruções, o trato carinhoso e <strong>com</strong>passivo dos<<strong>br</strong> />
gabinetes, outras tantas razões para nos considerarmos esperançosos e confiantes.<<strong>br</strong> />
Porém, jamais os víamos a não ser naqueles momentos oportunos; e, quando em<<strong>br</strong> />
presença deles, tanto nos intimidávamos, apesar da ternura que nos dispensavam, que<<strong>br</strong> />
não nos animávamos a pronunciar sequer um monossílabo sem primeiramente sermos<<strong>br</strong> />
interpelados.<<strong>br</strong> />
Em pouco mais de dois meses estávamos habilitados a amplas induções,<<strong>br</strong> />
cotejando as lições recebidas e so<strong>br</strong>e elas maturando no recolhimento de nossos<<strong>br</strong> />
apartamentos.<<strong>br</strong> />
Das análises levadas a efeito resultava a certeza, cada vez mais esclarecida,<<strong>br</strong> />
da gravidade da situação em que nos encontrávamos. O fato de estarmos aliviados dos<<strong>br</strong> />
exuberantes incômodos passados não implicava diminuição de culpabilidade. Ao<<strong>br</strong> />
contrário, a possibilidade de raciocinar minudenciava a extensão do delito, o que muito<<strong>br</strong> />
nos decepcionava e entristecia. E, das instruções e experiências caridosamente<<strong>br</strong> />
ministradas ao nosso entendimento a título de base e incentivo para uma urgente autoreforma<<strong>br</strong> />
de que tínhamos imperiosa necessidade, visando ao inadiável progresso a ser<<strong>br</strong> />
realizado, destacaremos este esquema que enfeixaremos nestas singelas anotações de<<strong>br</strong> />
além-túmulo:<<strong>br</strong> />
1 - É o homem um <strong>com</strong>posto de tríplice natureza: - humana, astral e espiritual, isto<<strong>br</strong> />
é - matéria, fluido e essência. Esse <strong>com</strong>posto poderá também ser traduzido em expressão<<strong>br</strong> />
mais concreta e popular, assimilável ao primeiro grau de observação: - corpo carnal,<<strong>br</strong> />
corpo fluídico ou perispírito, e alma ou Espírito, sendo que do último é que se irradiam<<strong>br</strong> />
Vida, Inteligência, Sentimento, etc., etc. - centelha onde se verifica a essência divina e<<strong>br</strong> />
que no homem assinala a hereditariedade celeste! <strong>De</strong>sses três corpos, o primeiro é<<strong>br</strong> />
temporário, obedecendo apenas à necessidade das circunstâncias inalienáveis que<<strong>br</strong> />
contornam o seu possuidor, fadado à desorganização total por sua própria natureza