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Livro: "Caconde" - Adriano Campanhole - Basílica Santuário Nossa ...

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nome do mesmo filho Alexandre Luiz de Mello, e Antonio Joaquim de Mello, também filho,<br />

em o Rio da fartura, querendo completar-se com doze legoas de terras, o que paresse<br />

extraordinário conceder-se huma tal extensão a huma só família sem que tenha<br />

correspondentes forças para a cultura de tamanho terreno; pois somente consta, que este<br />

Suplicado possue onze escravos unicamente, sendo todos os mais seus filhos homens pobres,<br />

e sem forças para a cultura de tam exurbitantes terras, que pertende. Consta ao Suplicante<br />

que o mesmo Suplicado Alexandre Luiz de Mello, tem posto contrariedade à Sesmaria<br />

requerida pelo Suplicante, corroborando a sua oppozição com documentos e attestados que<br />

dalguma forma desacreditarão ou desabonão ao suplicante, e fundados em princípios nada<br />

verdadeiros: como são o pssuir o suplicante, dez ou doze legoas de terra, e não ter mais que<br />

hum escravo, allegações estas, e outras semelhantes, que faz o Suplicado apoiado pelo<br />

comandante da Freguezia de Caconde o Alferes Manoel Alves Moreira, e que postas na<br />

respeitável presença de V. Excia. menos conceituarão ao Suplicante; farão ficar em duvida o<br />

espírito de rectidão de V. Excia. he por tanto o principal objeto do requerimento do<br />

Suplicante requerer a V. Excia. se sirva mandar novamente proceder outra justificação com<br />

audiência de ambas partes do Suplicante e Suplicado por alguma authoridade da escolha de<br />

V. Excia. e que não fassa surpritora no prezente caso a fim de que V. Excia. possa diferir<br />

com a sua costumada justiça a ambos os interessados como for de Direito; protestanto desde<br />

já o Suplicante não anuir a toda a qualquer concessão feita ao Suplicado, que prejudique ao<br />

Suplicante devendo prender a requerida justificaçam para abono da verdade do Suplicante<br />

que se acha viçiada pelos requerimentos do Suplicado na respeitável presença de V. Excia.<br />

Portanto pede a V. Excia. se digne deferirlhe como requer com aquella imparcialidade<br />

própria da consideração de V. Excia 115 .<br />

Há queixa contra o Comandante da Freguezia, Manuel Alves Moreira Barbosa. De<br />

outro lado, queixam-se também do Padre Inácio Ribeiro e Siqueira:<br />

“Dizem Miguel da Silva Teixeira e Manoel da Silva Teixeira, o cap. Bento Ferreira<br />

de Toledo 116 , aquele primeiro morador, o segundo cultivador e o último possuidor por<br />

compra (dos matos da paragem do ribeirão de São Domingos acima do caminho da<br />

Freguezia de Caconde deste termo), que os suplicantes tem notícia que o reverendo Ignácio<br />

Ribeiro do Prado e Siqueira, vigário colado da Freguezia de Cabo Verde, de Minas Gerais e<br />

distante mais de dez legoas, por ser afeito a possear e negociar terras que hé muito notório<br />

para o fim de poder atrair as dos suplicantes pediu hua sesmaria de duas legoas quadradas,<br />

em grande prejuízo aos dos suplicantes no rumo do Ribeirão de São Domingos acima e rio<br />

do Peixe a pretexto dele ter posses cultivadas e por ser mais poderoso pertende expelir aos<br />

suplicantes que com grande custo e despesa, para arranchamento de suas famílias se<br />

animaram a investir naquele sertão, quando inculto e maninho, valendo-se o reverendo<br />

suplicado da sutileza de nem contemplar aos suplicantes por réus confinantes e menos os fez<br />

citar na conformidade das ordens de S. Excia., termos em que Requerem a Vossa Mercê se<br />

sirvam informarem-se do sobredito e informarem a S. Excia. cosendo-se esta ou inclusando a<br />

informação de V. Mercê para que o mesmo Exmo. Sr. resolva o que for justo e protestam os<br />

suplicantes de aprontarem títulos de sesmaria para a referidas terras da sua posseção apesar<br />

de alguma impossibilidade. Portanto pede a V. Mercê sejam servidos de se haver por bem o<br />

que se requer 117 .<br />

Dos documentos acima, em que vários se dizem ao mesmo tempo dos primeiros a<br />

entrar para a região, conclui-se que por volta de 1810 estava a mesma sendo repovoada,<br />

contando-se entre os primeiros moradores: Capitão Alexandre Luís de Melo e seus filhos<br />

Alexandre, Antonio Joaquim e Sebastião; Francisco de Paula Sousa, Miguel Rangel, Padre<br />

Inácio Ribeiro do Prado e Siqueira, Padre Venâncio José de Siqueira, Joaquim Gomes, Padre<br />

Carlos Luís de Melo. Na barra do Bom Jesus, então chamada Itaipavas do Rio Pardo,<br />

permaneciam Agostinho da Costa Peixoto, João de Aguiar, José de Aguiar e seu sócio João<br />

Vaz Guimarães, nomes que não encontraremos no recenseamento de 1822, primeiro<br />

elaborado na nova fase da Freguesia.<br />

115 - Arquivo do Estado, maço 85, pasta 3, doc. 18 (inédito).<br />

116 - Não encontramos a sua patente de Capitão.<br />

117 - Arquivo do Estado, maço 85, pasta 3, doc. 17 (inédito).

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