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as famílias no brasil contemporaneo eo mito da desestruturaçao

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Ana Maria Gol<strong>da</strong>ni 91<br />

dos parentes na residencia de famíli<strong>as</strong> conjugais são apontados<br />

como indicadores disto. Na mesma linha se argumenta<br />

que estes valores estão debilitando-se na medi<strong>da</strong> que há. uma<br />

diminuição do tamanho <strong>da</strong> família e uma maior instabili<strong>da</strong>de<br />

d<strong>as</strong> uniões fragmentando os laços de parentesco. Entre <strong>as</strong> estatístic<strong>as</strong><br />

apontad<strong>as</strong> em favor deste argumento aparecem: o<br />

declínio na proporção de c<strong>as</strong>ais residindo com parentes, que<br />

p<strong>as</strong>sa de 10% para 7% <strong>no</strong> período 1970/1989; a diminuição de<br />

1 pessoa em média <strong>no</strong> tamanho <strong>da</strong> família <strong>no</strong> mesmo período<br />

e o incremento de mais de 100% n<strong>as</strong> tax<strong>as</strong> de separação e<br />

divórcio n<strong>as</strong> últim<strong>as</strong> décad<strong>as</strong> (Gol<strong>da</strong>ni, 1989).<br />

Entre <strong>as</strong> dificul<strong>da</strong>des com este argumento destaca-se o<br />

pressuposto <strong>da</strong> existência de um modêlo de família extensa ou<br />

amplia<strong>da</strong> pela presença de diferentes gerações co-residindo e<br />

que estaria em processo de nuclearização. Este pressuposto é<br />

fortemente questionado pelos estudos históricos que registram,<br />

para diferentes momentos <strong>da</strong> história do Br<strong>as</strong>il, uma<br />

predominância do tipo de família conjugal, ou nuclear, para<br />

usar a termi<strong>no</strong>logia <strong>da</strong>queles estudos (Samara, 1989). Associado<br />

a isto, encontra-se o fato de que <strong>as</strong> estrutur<strong>as</strong> famíliares<br />

resultam de uma dinâmica interna <strong>as</strong>socia<strong>da</strong> aos diferentes<br />

estágios do ciclo vital <strong>da</strong> família o que dificulta a generalização<br />

de tipos de família.<br />

Em resposta a esta tese do declínio do familismo se poderia<br />

contra-argumentar ain<strong>da</strong>, que <strong>as</strong> melhori<strong>as</strong> n<strong>as</strong> condições<br />

de saúde e mortali<strong>da</strong>de (resultado <strong>da</strong> expansão dos serviços de<br />

saneamento básico e medicina preventiva, do tipo vacinação<br />

m<strong>as</strong>siva, mais do que própriamente resultado <strong>da</strong> melhoria d<strong>as</strong><br />

condições de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população), geraram mu<strong>da</strong>nç<strong>as</strong> n<strong>as</strong> es-

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