07.05.2013 Views

as famílias no brasil contemporaneo eo mito da desestruturaçao

as famílias no brasil contemporaneo eo mito da desestruturaçao

as famílias no brasil contemporaneo eo mito da desestruturaçao

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ana Maria Gol<strong>da</strong>ni 75<br />

pobres “forçam e reforçam” a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de entre seus membros<br />

e a c<strong>as</strong>a própria aparece como um grande valor (Bilac,<br />

1990).<br />

Para <strong>as</strong> famíli<strong>as</strong> br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong> d<strong>as</strong> camad<strong>as</strong> médi<strong>as</strong> urban<strong>as</strong>,<br />

entretanto, não seriam <strong>as</strong> restrições materiais que responderiam;<br />

primordialmente, pelos arranjos familiares alternativos.<br />

Estes arranjos estariam relacionados com a insatisfação com<br />

o modelo hegemônico em um contexto de abertura <strong>no</strong> leque<br />

d<strong>as</strong> opções individuais e estilos de vi<strong>da</strong>. A despeito <strong>da</strong> diversificação<br />

entre o segmentos médios <strong>da</strong> população e a correlata<br />

<strong>as</strong>sociação com os padrões de consumo de bens materiais e<br />

simbólicos, predomina entre <strong>as</strong> famíli<strong>as</strong> d<strong>as</strong> camad<strong>as</strong> médi<strong>as</strong><br />

o modelo nuclear conjugal (Romanelli, 1986; Bilac, 1992). Ao<br />

mesmo tempo, aumentam <strong>as</strong> experiênci<strong>as</strong> de vínculos afetivosexuais<br />

variados e com moradi<strong>as</strong> separad<strong>as</strong>, o contingente de<br />

mulheres optando pela materni<strong>da</strong>de fora <strong>da</strong> união formaliza<strong>da</strong><br />

e mesmo a opção pelo celibato entre homens e mulheres<br />

(Morais, 1985). As famíli<strong>as</strong> d<strong>as</strong> camad<strong>as</strong> médi<strong>as</strong> estariam<br />

tornando-se mais igualitári<strong>as</strong> na medi<strong>da</strong> que homens e mulheres<br />

são percebidos como iguais enquanto indivíduos m<strong>as</strong><br />

diferenciados pessoal e idiosincraticamente (Figueira, 1985).<br />

Desse modo, na linha d<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> entre famíli<strong>as</strong> de camad<strong>as</strong><br />

populares e médi<strong>as</strong> destaca-se a representação sobre a<br />

família em ca<strong>da</strong> um destes grupos sociais. N<strong>as</strong> famíli<strong>as</strong> de<br />

camad<strong>as</strong> médi<strong>as</strong> a lógica do individualismo substituiria a <strong>da</strong><br />

soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de d<strong>as</strong> camad<strong>as</strong> populares <strong>no</strong> processo de enfrentamento<br />

com a socie<strong>da</strong>de inclusiva (Bilac, 1990). De fato, o<br />

núcl<strong>eo</strong> doméstico seria um locus de harmonia e os conflitos<br />

seriam vistos como disruptivos e ameaçadores do projeto fa-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!