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as famílias no brasil contemporaneo eo mito da desestruturaçao

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As famíli<strong>as</strong> <strong>no</strong> Br<strong>as</strong>il contemporân<strong>eo</strong><br />

um lado, o alargamento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> vai alterando <strong>as</strong> estrutur<strong>as</strong><br />

familiares e o processo de envelhecimento e, por outro, os indivíduos<br />

encontram- se com uma estrutura social ca<strong>da</strong> vez<br />

mais complexa condicionando su<strong>as</strong> decisões n<strong>as</strong> trajetóri<strong>as</strong> de<br />

vi<strong>da</strong>. As gerações de meia i<strong>da</strong>de ca<strong>da</strong> vez mais se enfrentam<br />

com a simultanei<strong>da</strong>de de demand<strong>as</strong> e obrigações para com os<br />

pais e/ou parentes idosos e para com seus filhos. Est<strong>as</strong> transformações<br />

são particularmente dramátic<strong>as</strong> para <strong>as</strong> mulheres,<br />

tradicionalmente responsáveis pelo cui<strong>da</strong>do dos dependentes<br />

na família su<strong>as</strong> trajetóri<strong>as</strong> de vi<strong>da</strong> p<strong>as</strong>sam por alterações d<strong>as</strong><br />

mais profund<strong>as</strong>.<br />

Há desigual<strong>da</strong>des na estrutura e organização d<strong>as</strong> trajetóri<strong>as</strong><br />

de vi<strong>da</strong> familiar d<strong>as</strong> mulheres por cor. Resultados recentes<br />

mostram que <strong>as</strong> mulheres negr<strong>as</strong> esperariam viver hoje mais<br />

<strong>da</strong> metade de su<strong>as</strong> vid<strong>as</strong> adult<strong>as</strong> na condição de não c<strong>as</strong>ad<strong>as</strong><br />

ou sem companheiro (56%), comparando-se às pard<strong>as</strong> (48%)<br />

e às branc<strong>as</strong> (42%). Isto aparece como determinante para<br />

o fato de encontrarmos mais mulheres negr<strong>as</strong> que são chefes<br />

de famíli<strong>as</strong> do que pard<strong>as</strong> e branc<strong>as</strong>. Entre os elementos<br />

explicativos para estes diferenciais, destacam-se os 8 a<strong>no</strong>s a<br />

mais de espectativa de vi<strong>da</strong> d<strong>as</strong> mulheres branc<strong>as</strong>, bem como<br />

os padrões diferenciados de nupciali<strong>da</strong>de por raça. Isto revela<br />

<strong>as</strong> diferentes estratégi<strong>as</strong> de comportamento d<strong>as</strong> mulheres<br />

ante uma estrutura de oportuni<strong>da</strong>des desigual, onde a discriminação<br />

racial aparece como elemento fun<strong>da</strong>mental. (Gol<strong>da</strong>ni,<br />

1990).<br />

A despeito <strong>da</strong> predominância <strong>da</strong> trajetória familiar espera<strong>da</strong>,<br />

que mostra crescentes proporções de mulheres br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong><br />

alcançando os 50 a<strong>no</strong>s c<strong>as</strong>ad<strong>as</strong> e com filhos, cabe destacar

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