Industrialização dependente e teorias do desenvolvimento na ...
Industrialização dependente e teorias do desenvolvimento na ...
Industrialização dependente e teorias do desenvolvimento na ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
C<br />
C<br />
58<br />
aptura<br />
Revista Discente <strong>do</strong> Curso de Pós-Graduação em Direito<br />
ríptica Universidade Federal de Santa Catari<strong>na</strong><br />
que se origi<strong>na</strong> o <strong>desenvolvimento</strong> da estrutura global, o <strong>desenvolvimento</strong> <strong>do</strong><br />
capitalismo mundial.<br />
É sobre estas economias <strong>dependente</strong>s, em especial a <strong>do</strong> Brasil, que nos<br />
debruçaremos neste trabalho. Esta economia, pois inserida no capitalismo<br />
mundial, reúne uma unidade de características particulares que no âmbito de<br />
uma heterogeneidade estrutural (conceito cunha<strong>do</strong> pelo historia<strong>do</strong>r Agustín<br />
Cueva e que denota as características específicas de cada país da América<br />
Lati<strong>na</strong> como frutos de uma base estrutural em comum, qual seja, a economia<br />
colonial) são identificadas também com as realidades de outros países latinoamericanos.<br />
Estas características condicio<strong>na</strong>m o caráter sui generis desta<br />
formação material, e ampliam a necessidade de construções teóricas próprias<br />
que expliquem seu <strong>desenvolvimento</strong> capitalista. Precisamente, tais<br />
características particulares evidenciam a limitação <strong>do</strong>s conceitos e <strong>teorias</strong><br />
convencio<strong>na</strong>is em explicar nossa realidade “estranha” e a necessidade de<br />
superação da concepção linear de história, da idéia de que estamos em uma<br />
etapa de <strong>desenvolvimento</strong> já galgada pelos países ditos avança<strong>do</strong>s e de que,<br />
portanto, o capitalismo mundial é uma estrutura dual. Da negação destas<br />
condições chega-se ao caráter dialético <strong>do</strong> capitalismo mundial, tão necessário à<br />
compreensão de nossas particularidades. Assim,<br />
“o que deveria ser dito é que, ainda quan<strong>do</strong> se trate realmente de um<br />
<strong>desenvolvimento</strong> insuficiente das relações capitalistas, essa noção se refere a<br />
aspectos de uma realidade que, por sua estrutura global e seu funcio<strong>na</strong>mento, não<br />
poderá desenvolver-se jamais da mesma forma como se desenvolvem as<br />
economias capitalistas chamadas de avançadas. É por isso que, mais <strong>do</strong> que um<br />
pré-capitalismo, o que se tem é um capitalismo sui generis, que só adquire senti<strong>do</strong><br />
se o contemplamos <strong>na</strong> perspectiva <strong>do</strong> sistema em seu conjunto, tanto em nível<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, quanto, e principalmente, em nível inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l” (MARINI, 2005, p.<br />
138).<br />
É justamente nesta perspectiva, sob um enfoque teórico mais amplo para<br />
explicar as origens, a dinâmica e a função sistêmica <strong>do</strong> processo de<br />
industrialização brasileiro, que trabalharemos nesta análise. Objetivamente,<br />
cumpriremos, feita esta breve introdução e aporte meto<strong>do</strong>lógico, o seguinte<br />
caminho teórico: a) estu<strong>do</strong> das condições materiais inter<strong>na</strong>s e exter<strong>na</strong>s ao<br />
capitalismo brasileiro a partir da segunda metade <strong>do</strong> século XX, com especial<br />
CAPTURA CRÍPTICA: direito, política, atualidade. Florianópolis, n.2., v.1., jul./dez. 2009