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Função Pública - Sindicato dos Trabalhadores em Funções ...

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<strong>Função</strong><br />

<strong>Pública</strong><br />

Revista do <strong>Sindicato</strong> <strong>dos</strong> <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> <strong>Funções</strong> <strong>Pública</strong>s e Sociais do Norte<br />

Abril 2013 · www.stfpn.pt<br />

AS RUAS<br />

ENCHEM POR<br />

TODO O LADO!<br />

ELES TÊM<br />

MEDO QUE O<br />

MEDO ACABE!<br />

TROIKAS<br />

Novos golpes <strong>em</strong> marcha<br />

LEGISLAÇÃO<br />

Disposições do Código do Trabalho<br />

EUGÉNIO ROSA<br />

MERCER distorce realidade<br />

ABRIL E MAIO<br />

Construir a alternativa<br />

STFPSN Rua Vasco de Lobeira, 47/51 4249-009 Porto<br />

T 225574060 F 225507257 M geral.porto@stfpn.pt


Índice 2<br />

03 EDITORIAL<br />

ARTUR MONTEIRO<br />

04 JORNADAS<br />

DIREITO DE EMPREGO PÚBLICO<br />

O5 SECTORES<br />

ENCONTRO DE POLÍCIAS MUNICIPAIS<br />

06 TEMA<br />

DERROTAR A AUSTERIDADE<br />

10 OPINIÃO<br />

VALDEMAR MADUREIRA<br />

12 DIVULGAÇÃO<br />

CICLO DE CINEMA CPPC<br />

14 LEGISLAÇÃO<br />

CÓDIGO DO TRABALHO<br />

17 ORGANIZAÇÃO<br />

ASSEMBLEIA E CONTAS<br />

20 FORMAÇÃO<br />

CURSOS E DATAS<br />

22 PROTOCOLOS<br />

SERVIÇOS E SEGUROS<br />

24 ESTUDO<br />

EUGÉNIO ROSA<br />

30 OPINIÃO<br />

MIA COUTO<br />

Não pod<strong>em</strong>os calar-nos<br />

perante as injustiças,<br />

a chantag<strong>em</strong>, os roubos<br />

e a pilhag<strong>em</strong> do País.<br />

STFPSN <strong>em</strong> Lisboa, 15/Mar


É possível<br />

vencê-los! É<br />

só perder-lhes<br />

o medo!<br />

Este Governo vai no bom<br />

caminho para disputar o<br />

pódio da anti-d<strong>em</strong>ocracia.<br />

Não porque não tenha<br />

sido eleito, foi, de facto,<br />

quando na cabeça <strong>dos</strong> portugueses<br />

ainda pesava a herança do Governo<br />

PS/Sócrates que preparou o caminho<br />

para a troika e levou a direita ao<br />

poder. Mas este Governo é <strong>dos</strong> mais<br />

anti-d<strong>em</strong>ocráticos que vive depois<br />

do 25 de Abril porque governa fazendo<br />

o contrário do que prometeu<br />

nas eleições. E governa, fazendo o<br />

contrário do que prometeu, estraçalhando<br />

a nossa Constituição da República,<br />

perante o silêncio do Presidente<br />

que a jurou defender. Estraçalha<br />

a Constituição quando destrói os<br />

serviços públicos e ataca as funções<br />

sociais do Estado, quando <strong>em</strong>pobrece<br />

os portugueses <strong>em</strong> vez de os<br />

governar, como prometeu. Em vez<br />

disso, vai governando para os poderosos<br />

que neste País são cada vez<br />

mais poderosos.<br />

E é por isso que t<strong>em</strong>os um País<br />

<strong>em</strong> que o des<strong>em</strong>prego e a miséria<br />

cresc<strong>em</strong>. Em que a velhice de qu<strong>em</strong><br />

trabalhou uma vida inteira é indignicada<br />

e os jovens não têm perspectivas<br />

de futuro.<br />

Um Governo destes é um governo<br />

do passado, governa como<br />

antes do 25 de Abril, para que meia<br />

dúzia mand<strong>em</strong> no País de norte a<br />

sul, e que alguns mais no exterior<br />

mand<strong>em</strong> <strong>em</strong> to<strong>dos</strong>.<br />

É um Governo que governa<br />

s<strong>em</strong>pre ameaçando com a fatalidade<br />

das medidas que toma. Um<br />

Governo que para convencer da<br />

inevitabilidade das chicotadas que<br />

dá nos trabalhadores e no Povo diz<br />

que to<strong>dos</strong> andaram a viver acima<br />

das suas possibilidades, que to<strong>dos</strong><br />

gastaram o que tinham e o que não<br />

tinham. É esta a conversa do Governo<br />

que nos governa. E é precisamente<br />

esta conversa que t<strong>em</strong>os<br />

de questionar.<br />

Este Governo que diz que precisamos<br />

trabalhar mais e ser menos<br />

preguiçosos não é da cor do governo<br />

que mandou destruir a nossa<br />

frota pesqueira e a nossa agricultura?<br />

Este Governo não é da cor do<br />

BPN e <strong>dos</strong> benefícios scais? Este<br />

Governo não é da cor <strong>dos</strong> três ricos<br />

mais ricos e <strong>dos</strong> outros que vão engordando<br />

com a nossa miséria e<br />

rindo das nossas di culdades? Este<br />

Governo não é da cor do que prometeu<br />

o pelotão da frente? Este<br />

Governo não é da cor <strong>dos</strong> que mandam<br />

a juventude <strong>em</strong>igrar?<br />

Este Governo é da cor do<br />

medo, é assim que ele consegue<br />

governar a desgraça e a pobreza e<br />

as dificuldades, convencendo<br />

aqueles que cada vez têm menos<br />

frutos do seu trabalho que é assim<br />

que t<strong>em</strong> de ser.<br />

E vai o Governo repetindo, a<br />

cada degrau da ofensiva, que a alternativa<br />

às di culdades e à austeri-<br />

3<br />

Artur Monteiro<br />

Coordenador do STFPSN<br />

dade é o caos e a desord<strong>em</strong>. Mas o<br />

caos e a desord<strong>em</strong> já nós t<strong>em</strong>os. Há<br />

maior desord<strong>em</strong> do que a ausência<br />

de futuro, as ameaças permanentes<br />

de despedimentos <strong>em</strong> massa, as<br />

di culdades ao m do mês? Não há.<br />

O que há é medo. E esse medo<br />

t<strong>em</strong>os que o perder porque já perd<strong>em</strong>os<br />

d<strong>em</strong>asiado, já fomos d<strong>em</strong>asiado<br />

rouba<strong>dos</strong>, pilha<strong>dos</strong> e espolia<strong>dos</strong><br />

no nosso salário, na nossa vida e na<br />

nossa dignidade.<br />

Para fazer vingar a sua política<br />

de destruição da Administração<br />

<strong>Pública</strong> e entregar as suas fatias<br />

mais apetecíveis aos grandes grupos,<br />

este governo calcou e recalcou<br />

os trabalhadores <strong>em</strong> funções públicas<br />

e sociais. Fomos apanhando<br />

pancada atrás de pancada e sendo o<br />

bode expiatório de todas as di culdades<br />

do País.<br />

Este ataque só mostra a dimensão<br />

pequena e mesquinha <strong>dos</strong><br />

governantes que nos têm governado<br />

fazendo deste País um País <strong>em</strong><br />

serviços mínimos. Nós recusamos<br />

esse País, o nosso País é o Portugal<br />

de Abril, de progresso e de justiça<br />

social e é por esse Portugal que trabalhamos,<br />

viv<strong>em</strong>os e lutamos, por<br />

nós e pelas nossas gerações futuras.<br />

E quando os trabalhadores e o<br />

povo lhes perder<strong>em</strong> o medo e perder<strong>em</strong><br />

o medo às ameaças, aos ataques<br />

e às pancadas, então será possível<br />

vencê-los.<br />

EDITORIAL<br />

Editorial


II 4<br />

Jornadas<br />

ORNADAS DE DIREITO<br />

DO EMPREGO PÚBLICO<br />

STFPSN 13 MAIO 2013<br />

CRISE E<br />

DIREITO(S)<br />

DA RELAÇÃO<br />

DE EMPREGO<br />

PÚBLICO<br />

13 MAIO BRAGA<br />

UNIVERSIDADE DO MINHO<br />

ESCOLA DE DIREITO<br />

COORDENAÇÃO CIENTÍFICA<br />

ISABEL CELESTE M. FONSECA<br />

Docente da Escola de Direito<br />

Directora do Mestrado <strong>em</strong> Direito<br />

Administrativo<br />

COORDENAÇÃO EXECUTIVA<br />

JORGE BRAGA<br />

Director de Serviços e Director do Serviço<br />

de Contencioso do STFPSN Advogado<br />

PATROCÍNIOS<br />

cefomap<br />

centro de estu<strong>dos</strong> e formação da administação pública<br />

ORGANI AÇÃO<br />

SESSÃO DE ABERTURA 9.30<br />

MÁRIO MONTE<br />

Presidente da Escola de Direito<br />

ARTUR MONTEIRO<br />

Coordenador do STFPSN<br />

INTERVENÇÃO INAUGURAL 10.00<br />

JORGE LEITE<br />

Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra<br />

PRIMEIRO PAINEL 10.30-13.00<br />

CRISE E RELAÇÃO DE EMPREGO PÚBLICO:<br />

(COM) DEVERES E (SEM) DIREITOS?<br />

MODERAÇÃO MARIA IRENE FERREIRA GOMES<br />

Escola de Direito da Universidade do Minho<br />

ANTÓNIO CASIMIRO FERREIRA<br />

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra<br />

PAULO VEIGA E MOURA<br />

Veiga e Moura Associa<strong>dos</strong><br />

MARCOS ALMEIDA CERREDA<br />

Faculdade de Direito da Universidade de Santiago de Compostela<br />

LICÍNIO LOPES MARTINS<br />

Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra<br />

SEGUNDO PAINEL 15.00-17.00<br />

CRISE E DIREITO(S) DA RELAÇÃO DE<br />

EMPREGO PÚBLICO: (MAIS) DIREITO PÚBLICO<br />

OU (MAIS) DIREITO PRIVADO?<br />

MODERAÇÃO ÓSCAR FERREIRA GOMES<br />

Associação urídica de Braga<br />

ANA NEVES<br />

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa<br />

Escola de Direito da Universidade do Minho<br />

SIMONE TORRICELLI<br />

Universidade de Florença<br />

EMMA RODRIGUEZ<br />

Escola de Ciências urídicas e do Trabalho da Universidade de Vigo<br />

JORGE MEIRA<br />

Advogado<br />

INTERVENÇÃO FINAL 17.30<br />

CONSUELO FERREIRO<br />

Faculdade de Direito da Universidade de Santiago de Compostela


STFPSN PROMOVE<br />

ENCONTRO REGIONAL<br />

DE POLÍCIAS MUNICIPAIS<br />

O Encontro Regional de Polícias<br />

Municipais foi um sucesso. Cerca<br />

de meia centena de polícias municipais<br />

discutiram os seus probl<strong>em</strong>as<br />

profissionais e os maiores desafios<br />

inerentes à sua função e ao seu<br />

exercício digno.<br />

O STFPSN manifestou disponibilidade<br />

para desenvolver um trabalho<br />

organizado junto <strong>dos</strong> polícias municipais,<br />

tendo já solicitado uma reunião<br />

ao Ministério da Administração Interna,<br />

e criado um Grupo de Trabalho,<br />

saído deste Encontro Regional, com<br />

vista à estruturação de propostas que<br />

possam encarar de frente os probl<strong>em</strong>as<br />

<strong>dos</strong> polícias municipais, construindo<br />

um novo caminho.<br />

ACORDO DE<br />

EMPRESA NA SCML<br />

ASSINADO APÓS<br />

SETE ANOS DE<br />

NEGOCIAÇÕES:<br />

DIREITOS DOS<br />

TRABALHADORES<br />

SALVAGUARDADOS!<br />

Entre os probl<strong>em</strong>as debati<strong>dos</strong><br />

conta-se a importância da Polícia<br />

Municipal poder funcionar com um<br />

comando central nacional a partir<br />

do Ministério da Administração<br />

Interna que garanta coesão e coerência<br />

a nível de equipamentos,<br />

uniformização e procedimentos,<br />

com o estabelecimento de regras e<br />

a criação de um estatuto conforme<br />

à função de PM.<br />

Foi também considerado que<br />

aos polícias municipais assiste o direito<br />

ao vínculo público de nomeação.<br />

«As funções de PM descritas no<br />

art. 42º assim o de n<strong>em</strong>», a rmou<br />

Artur Monteiro, coordenador do<br />

STFPSN, que presidiu ao Encontro:<br />

5<br />

«trata-se de uma garantia indispensável<br />

à concretização do trabalho<br />

que des<strong>em</strong>penham e uma justa equiparação<br />

às forças policiais que já o<br />

têm», concluiu.<br />

Por último, o STFPSN disponibilizou-se<br />

a desenvolver esforços no<br />

sentido do reconhecimento da Polícia<br />

Municipal como órgão de polícia<br />

criminal, que se justi ca pelas atribuições<br />

e competências que a PM t<strong>em</strong><br />

nos termos da legislação <strong>em</strong> vigor,<br />

proporcionando o justo reconhecimento<br />

do papel e funções desta Polícia.<br />

EDITORIAL<br />

Sectores


Destaque 6<br />

EM 15 MARÇO GRITOU-SE:<br />

A AUSTERIDADE<br />

NÃO FALHOU! NÃO SE<br />

ROUBA POR ENGANO!<br />

O roubo aos trabalhadores é e s<strong>em</strong>pre foi o objectivo<br />

destas políticas. Ouvimos o Ministro Gaspar que<br />

não teve corag<strong>em</strong> para anunciar medidas contra os<br />

trabalhadores porque t<strong>em</strong> medo desta força imensa e<br />

deste mar de trabalhadores que hoje e to<strong>dos</strong> os dias<br />

têm exigido a d<strong>em</strong>issão do Governo.<br />

O que Gaspar anunciou foi o que já sabíamos: o<br />

aumento exponencial do des<strong>em</strong>prego e o roubo nos<br />

salários. Mais recessão, mais dé ce, mais des<strong>em</strong>prego<br />

na Administração <strong>Pública</strong> com a comunicação social a<br />

anunciar cerca de 20 mil despedimentos para os quais<br />

o Governo vai dar bene camente 500 milhões de euros<br />

para colocar <strong>em</strong> mobilidade especial e despedir.<br />

O que Gaspar anunciou foram mais medidas de<br />

alteração, <strong>em</strong> sede de IRC, que apenas vão bene ciar<br />

os grandes grupos económicos e estrangular os pequenos<br />

e médios <strong>em</strong>presários.<br />

Mais uma vez, a UGT, o patronato e o governo<br />

estão de maõs dadas para reduzir o montante das ind<strong>em</strong>nizações<br />

por despedimento. Cumprir e fazer cumprir<br />

a Constituição. É este o princípio que deve orientar<br />

qualquer política e qualquer Governo.<br />

Contrariamente, sucessivos Governos PS, PSD e<br />

CDS, <strong>em</strong> conjunto com o programa ilegítimo da Troika<br />

e a ajuda do Cavaco, aquilo a<br />

que t<strong>em</strong>os assistido a uma ten-<br />

tativa de destruição da Constituição<br />

e a violações sucessivas<br />

de todas e cada uma das suas<br />

normas, violações que são<br />

agressões ao povo português.<br />

Já há muitos anos que nos<br />

puseram o alvo na testa e nos<br />

declaram inimigos a abater, designadamente,<br />

professores e<br />

trabalhadores não docentes,<br />

médicos, enfermeiros e auxiliares de ação médica, trabalhadores<br />

administrativos de toda a Administração<br />

<strong>Pública</strong>, trabalhadores da segurança social, agentes <strong>dos</strong><br />

órgãos policiais, trabalhadores das autarquias. Este Governo<br />

e a Troika quer<strong>em</strong> criar a ideia nos portugueses<br />

de que somos privilegia<strong>dos</strong>, dispensáveis, prescindíveis.<br />

Privilegia<strong>dos</strong>, nós? Que s<strong>em</strong>pre descontámos sobre<br />

os nossos salários s<strong>em</strong> qualquer possibilidade de enganar<br />

o Fisco, que trabalhamos mais do que o nosso horário de<br />

trabalho a ritmos alucinantes e tantas vezes com horas<br />

extraordinárias que chegam a ser pagas a 19 cêntimos?<br />

Privilegia<strong>dos</strong>, quando é a nós que nos cabe a tarefa<br />

de cumprir e fazer cumprir diariamente a Constituição<br />

com a educação das crianças e a educação superior,<br />

a saúde das pessoas ao mesmo t<strong>em</strong>po que nos<br />

cortam salários, congelam progressões há mais de 10<br />

anos e nos roubam subsídios de férias e de natal, direitos<br />

tão duramente conquista<strong>dos</strong> pela nossa luta, violando<br />

a lei e a decisão do Tribunal Constitucional?<br />

Este Governo é que é o fora da lei e não t<strong>em</strong>,<br />

nunca teve, legitimidade para governar.<br />

A guerra contra as <strong>Funções</strong> Sociais do Estado e<br />

contra os trabalhadores iniciou-se com o PS e atinge<br />

novo expoente com o Orçamento do Estado/2013,<br />

com normas inconstitucionais, <strong>em</strong> apreciação no Tribunal<br />

Constitucional.<br />

Mas para o Governo PSD/CDS ainda não chega.<br />

Por isso foram pedir a cobertura ao FMI com qu<strong>em</strong><br />

elaboraram um relatório cujas medidas representam<br />

mais uma etapa no terrorismo contra as funções sociais<br />

do Estado e os trabalhadores.<br />

“<br />

Este Governo é<br />

que é o fora da lei<br />

e não t<strong>em</strong>, nunca<br />

teve, legitimidade<br />

para governar…<br />

“<br />

A Frente Comum e os trabalhadores da Administração<br />

<strong>Pública</strong> reafirmam que o Governo não t<strong>em</strong> legitimidade<br />

para impor qualquer uma daquelas medidas por<br />

estar a governar contra as regras do Estado de direito<br />

d<strong>em</strong>ocrático e a Constituição e, por isso, fora-da-lei.<br />

Não aceitamos que o Governo e o FMI fal<strong>em</strong> <strong>em</strong> refundação<br />

do Estado. Não admitimos que, sob a capa da<br />

situação nanceira do país, o Governo apresente como<br />

permanentes medidas antes apresentadas como tendo<br />

caráter transitório enquanto decorresse o chamado<br />

Plano de Ajuda Económica e Financeira.<br />

Para além do roubo <strong>em</strong> 2013 do subsídio de férias<br />

aos trabalhadores da <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong> (100% do subsídio)<br />

e aos pensionistas (90% do subsídio), a redução<br />

brutal <strong>dos</strong> rendimentos disponíveis resulta fundamentalmente<br />

do efeito conjugado de três medidas constantes<br />

da Lei do Orçamento:<br />

1) Alteração das Tabelas de IRS <strong>em</strong> que se verifica<br />

simultaneamente a redução da progressividade e um<br />

aumento significativo das taxas de imposto e roubos de<br />

dezenas e até centenas de euros aos salários mensais;<br />

2)A taxa adicional de solidariedade a taxa incide<br />

sobre to<strong>dos</strong> os rendimentos sujeitos a IRS (e não<br />

estamos a falar da contribuição extraordinária de<br />

solidariedade!<br />

3) Sobretaxa <strong>em</strong> sede de<br />

IRS de 3,5% que incide também<br />

sobre to<strong>dos</strong> os rendimentos<br />

sujeitos a IRS.<br />

Mas, não nos esqueçamos:<br />

estas medidas começaram com o<br />

PRACE e agravaram-se com o<br />

PREMAC, com a intenção de<br />

<strong>em</strong>pobrecer, destruir e privatizar<br />

os serviços públicos, de degradar<br />

os vínculos carreiras e r<strong>em</strong>unerações<br />

<strong>dos</strong> trabalhadores da Administração <strong>Pública</strong>, de<br />

impor a precariedade como regra através do Regime de<br />

Contrato de Trabalho <strong>em</strong> funções públicas, as adaptabilidades<br />

e os bancos de horas para que os trabalhadores<br />

trabalh<strong>em</strong> mais por menos, o ataque às categorias <strong>dos</strong><br />

trabalhadores para a atacar a sua dignidade, a mobilidade<br />

especial como antecâmara do despedimento são,<br />

fora e serão o tubo de ensaio para a preparação de medidas<br />

para atingir to<strong>dos</strong> os portugueses, to<strong>dos</strong> os trabalhadores<br />

e to<strong>dos</strong> os pensionistas.<br />

As medidas scais do OE de 2013 que ating<strong>em</strong><br />

to<strong>dos</strong> os portugueses são a alteração da Tabela de IRS,<br />

a Taxa Adicional de Solidariedade e a sobretaxa <strong>em</strong><br />

sede de IRS. A alteração na Tabela de IRS traduziu-se<br />

na prática por uma diminuição do número de escalões,<br />

e por um aumento signi cativa nas taxas que é tanto<br />

maior quanto menor for o valor <strong>dos</strong> escalões de rendimento.,<br />

atingindo fundamentalmente os escalões intermédios<br />

e mais baixos de rendimento, ou seja, a maioria<br />

<strong>dos</strong> trabalhadores e pensionistas.<br />

Basta dizer que a taxa mais baixa, que atinge a<br />

esmagadora maioria <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>dos</strong> pensionistas<br />

sujeitos a IRS, passa de 11,5% para 14,5%, ou seja<br />

sofre um aumento de 26,1%.<br />

Tudo isto depois de uma declaração de guerra<br />

aos trabalhadores da Administração <strong>Pública</strong>. Foi um<br />

fartar vilanag<strong>em</strong>!<br />

Foi diminuição do salário <strong>em</strong> 1%, resultante do<br />

aumento de 11,5% para 12,5% <strong>dos</strong> descontos para a aposentação<br />

e a saúde, além do agravamento do custo<br />

destas, a redução <strong>dos</strong> salários e todas as r<strong>em</strong>unerações


acessórias <strong>em</strong> 3,5% para qu<strong>em</strong> recebe 1.500 euros, indo<br />

até aos 10% para as r<strong>em</strong>unerações superiores – medida<br />

inédita, na d<strong>em</strong>ocracia portuguesa; o congelamento das<br />

pensões; a continuação do congelamento das mudanças<br />

de posicionamento r<strong>em</strong>uneratório, o pagamento <strong>em</strong><br />

duodécimos <strong>dos</strong> subsídios de férias e de natal para criar<br />

caminho a que desapareçam, diluindo-o nos doze meses,<br />

a antecipação <strong>dos</strong> 65 anos da idade da reforma para<br />

agora e não 2015 como acordado e previsto <strong>em</strong> Lei!<br />

Nós, os trabalhadores que asseguramos que a nossa<br />

Constituição é cumprida to<strong>dos</strong> os dias, há décadas<br />

que sofr<strong>em</strong>os com as políticas <strong>dos</strong> sucessivos governos<br />

e com a brutal manipulação da opinião pública para que<br />

os cidadãos estejam contra nós.<br />

Mas é preciso dizer a to<strong>dos</strong> que destruir a Administração<br />

<strong>Pública</strong> é fechar escolas e hospitais e deserticar<br />

o país, é fechar serviços de nanças afastando o<br />

povo <strong>dos</strong> serviços públicos, é privatizar<br />

a rede de transportes até privatizar to<strong>dos</strong>,<br />

é degradar e encerrar tribunais e<br />

encarecer custas e negar o acesso ao<br />

direito e aos tribunais.<br />

É dizer aos lhos <strong>dos</strong> ricos que<br />

pod<strong>em</strong> estudar <strong>em</strong> escolas e que os<br />

lhos <strong>dos</strong> pobres têm que ir trabalhar. É<br />

dizer aos lhos <strong>dos</strong> ricos que pod<strong>em</strong> ser<br />

trata<strong>dos</strong> nos hospitais e que os lhos<br />

<strong>dos</strong> pobres cam à porta das urgências.<br />

É dizer que para que a pobre possa<br />

parir um moço tenha que ir além fronteiras,<br />

mas a rica pode dar à luz numa<br />

qualquer clínica privada.<br />

É dizer aos professores, que educam<br />

as nossas crianças e o nosso futuro<br />

que não têm condições pro ssionais,<br />

que depois de vinte anos cam com<br />

horário zero, que os professores contrata<strong>dos</strong> não têm<br />

direitos, que a luta das mulheres, que se com<strong>em</strong>ora este<br />

mês e tantas são professoras, de nada lhes valeu.<br />

É dizer aos auxiliares de acção educativa que são<br />

pau para toda a obra e pod<strong>em</strong> agora estar na escola e<br />

amanhã na câmara municipal e pod<strong>em</strong> ser pagos a 3 e 4<br />

horas com contratos de 1 ou dois meses.<br />

É dizer aos trabalhadores da saúde que têm que<br />

trabalhar cada vez mais horas com a adaptabilidade e<br />

os bancos de horas enquanto o seu salário é roubado e<br />

n<strong>em</strong> lhes pagam horas extraordinárias.<br />

É dizer aos enfermeiros que façam turnos <strong>em</strong> cima<br />

de turnos, s<strong>em</strong> receber qualquer subsídio e s<strong>em</strong> respeito<br />

pela sua vida pessoal.<br />

É dizer aos utentes que acabaram as isenções nas<br />

taxas moderadoras, os tratamentos são mais caros e<br />

eles terão que optar entre pagar a renda de casa ou a<br />

consulta e os medicamentos.<br />

É dizer aos funcionários das autarquias que graças<br />

à maldita reforma do Relvas os seus postos de trabalho<br />

estão <strong>em</strong> causa e o poder local d<strong>em</strong>ocrático, pedra<br />

basilar da nossa d<strong>em</strong>ocracia, está <strong>em</strong> causa.<br />

É dizer aos jovens e às suas famílias que investiram<br />

na sua educação que este país não é para jovens.<br />

É dizer aos aposenta<strong>dos</strong> que este país não é para<br />

eles porque Na CGA, 21,1% das pensões não ultrapassam<br />

os 500 euros por mês e 50% não exced<strong>em</strong> os 1000<br />

euros. Do número total de pensões de sobrevivência,<br />

preço de sangue e outras, 70,5% são inferiores a 500<br />

euros. Num universo de mais de três milhões de reforma<strong>dos</strong><br />

e aposenta<strong>dos</strong>, a esmagadora maioria continua a<br />

7<br />

receber pensões muito baixas e pouco mais de 310.000<br />

(apenas cerca de 10%) tiveram aumentos <strong>em</strong> 2013, entre<br />

4 e 9 cêntimos por dia!!!<br />

É dizer aos trabalhadores no activo que, além <strong>dos</strong><br />

sucessivos cortes salariais, da sobrecarga scal, da alteração<br />

para pior da legislação laboral da administração<br />

pública - face à tentativa de destruição do sist<strong>em</strong>a público<br />

de Segurança Social, com vista à sua privatização<br />

e à descapitalização da CGA por parte do Estado, que,<br />

além de não transferir as verbas respectivas a contribuições<br />

durante décadas, s<strong>em</strong>pre utilizou as verbas da<br />

CGA para outros ns que não o pagamento de pensões<br />

e aposentações -, ve<strong>em</strong> hoje <strong>em</strong> causa o seu direito à<br />

protecção na velhice, conforme determina a Constituição<br />

da República Portuguesa.<br />

O Governo PSD, CDS, com o FMI, o BCE e a Comissão<br />

Europeia quer<strong>em</strong> destruir as <strong>Funções</strong> Sociais do Estado<br />

é aumentar de uma forma<br />

brutal a pobreza, diminuir a esperança<br />

média de vida e pôr <strong>em</strong><br />

“ Defender as<br />

<strong>Funções</strong> Sociais<br />

do Estado, é<br />

defender a<br />

D<strong>em</strong>ocracia<br />

Social que a<br />

Constituição<br />

da Republica “<br />

consagra.<br />

causa a coesão social! O Governo<br />

comprometeu-se com a<br />

“tróica” a reduzir a despesa <strong>em</strong><br />

4 mil milhões de euros <strong>em</strong> 2014<br />

e 2015, montante que se somaria<br />

aos cortes efectua<strong>dos</strong> no<br />

âmbito do Orçamento do Estado.<br />

As <strong>Funções</strong> Sociais estão<br />

próximas do precipício, havendo<br />

já racionamentos na Saúde, cortes<br />

de prestações na Segurança<br />

Social e um notório desinvestimento<br />

na Educação e anúncios<br />

de despedimentos nestes sectores.<br />

Estes são sectores vitais<br />

para o desenvolvimento do país<br />

e para garantir a qualidade de vida das populações. A<br />

destruição e privatização das <strong>Funções</strong> Sociais do Estado,<br />

a par de salários cada vez mais reduzi<strong>dos</strong> e do aumento<br />

de des<strong>em</strong>prega<strong>dos</strong> fariam explodir as desigualdades sociais<br />

num momento <strong>em</strong> que cresc<strong>em</strong> as situações de ruptura,<br />

a vários níveis, ao mesmo t<strong>em</strong>po que se injectam milhões<br />

de euros na banca, to<strong>dos</strong> os dias.<br />

Defender as <strong>Funções</strong> Sociais do Estado, é defender<br />

a D<strong>em</strong>ocracia Social que a Constituição da Republica<br />

consagra. Foi com o 25 de Abril que a generalidade<br />

das pessoas i<strong>dos</strong>as passou a ter direito a pensões e<br />

reformas; foi criado um Serviço Nacional de Saúde assente<br />

na Universalidade e Qualidade, que permitiu ganhos<br />

substantivos <strong>em</strong> saúde, como o aumento da longevidade<br />

e a redução da mortalidade infantil; houve<br />

uma D<strong>em</strong>ocratização do Ensino, foi prolongada a escolaridade<br />

obrigatória e ocorreu uma forte expansão no<br />

Ensino Superior – processos hoje <strong>em</strong> claro retrocesso.<br />

Por estas razões, é indispensável uma mudança de política<br />

urgente que assegure o crescimento e o desenvolvimento<br />

económico, aposte na produção nacional, crie<br />

mais e melhor <strong>em</strong>prego, promova uma justa distribuição<br />

da riqueza e garanta a defesa e melhoria das <strong>Funções</strong><br />

Sociais do Estado.<br />

Diz<strong>em</strong>os basta. Diz<strong>em</strong>os que criminoso é o Governo.<br />

Exigimos do Cavaco a d<strong>em</strong>issão imediata do Governo<br />

e a convocação imediata de eleições.<br />

Texto baseado na intervenção de Ana Avoila, coordenadora da<br />

FNSTFPS, <strong>em</strong> 15 de Março, frente ao Ministério das Finanças<br />

EDITORIAL<br />

Destaque


Destaque 8<br />

A ADMINISTRAÇÃO<br />

PÚBLICA COMO O<br />

GRANDE ALVO DO<br />

GOVERNO E DA<br />

TROIKA!? BASTA!<br />

A Frente Comum <strong>dos</strong> <strong>Sindicato</strong>s da Administração<br />

<strong>Pública</strong> reuniu com o Secretário de Estado da Administração<br />

<strong>Pública</strong> para conhecer o resultado da 7ª<br />

avaliação da troika estrangeira e as medidas previstas<br />

para a Administração <strong>Pública</strong> que o Governo PSD/CDS<br />

pretende impl<strong>em</strong>entar.<br />

O resultado da avaliação foi o esperado. Como<br />

bom aluno, o Governo, no que diz respeito à Administração<br />

<strong>Pública</strong>, aplicou todas as medidas previstas no<br />

m<strong>em</strong>orando, cumprindo na "perfeição" as metas de<br />

redução - leia-se aposentações forçadas - de trabalhadores<br />

na Administração <strong>Pública</strong>, a aplicação de cortes<br />

salariais e nas pensões, o roubo nos subsídios e o consco<br />

<strong>dos</strong> rendimentos por via do IRS sob a batuta da<br />

" exibilidade, mobilidade e adaptabilidade", com o<br />

agravamento progressivo da legislação laboral destes<br />

trabalhadores.<br />

Mas o Governo e a troika não pretend<strong>em</strong> car por<br />

aqui: a rma o Secretário de Estado que «enquanto não<br />

conseguir reequilibrar as contas públicas, tomará mais<br />

medidas <strong>em</strong> relação à Administração <strong>Pública</strong>».<br />

Signi ca então que a opção de classe do Governo<br />

é destruir por completo a Administração <strong>Pública</strong> e os<br />

serviços públicos, rasgando a Constituição.<br />

A Frente Comum anunciou o golpe desonesto<br />

com a publicação do estudo comparativo entre salários<br />

entre os sectores privado e público dado que a comparação<br />

é feita <strong>em</strong> relação às 25% das pequenas <strong>em</strong>presas<br />

com salários mais baixos e não t<strong>em</strong> <strong>em</strong> conta qualquer<br />

corte salarial, roubo nos subsídios e prestações,<br />

congelamentos nas progressões e antiguidade na Administração<br />

<strong>Pública</strong> por forma a apresentar um resultado<br />

falso: de que apenas os mais quali ca<strong>dos</strong> ganham<br />

mais no sector privado e que é necessário purgar da<br />

Administração <strong>Pública</strong> os trabalhadores menos quali -<br />

ca<strong>dos</strong> e quadros intermédios.<br />

A Frente Comum denunciou ainda a existência de<br />

um estudo feito com bases mais credíveis pela Capg<strong>em</strong>ini,<br />

cujos resulta<strong>dos</strong> - que con rmam que as r<strong>em</strong>unerações<br />

da Administração <strong>Pública</strong> são mais baixas -<br />

nunca foram da<strong>dos</strong> a conhecer.<br />

O Governo anunciou ainda:<br />

1. A intenção de proceder à rescisão amigável – ou<br />

melhor, despedimento – <strong>dos</strong> assistentes operacionais<br />

e auxiliares técnicos numa primeira fase, para depois<br />

proceder à "rescisão" com as outras categorias de<br />

trabalhadores;<br />

2. Mais medidas legislativas para retirar direitos laborais;<br />

3. o levantamento de to<strong>dos</strong> os supl<strong>em</strong>entos r<strong>em</strong>uneratórios<br />

com o objectivo, certamente, de acabar com eles;<br />

4. A convergência da protecção nas eventualidades<br />

imediatas, isto é, nivelar por baixo a protecção social<br />

<strong>dos</strong> trabalhadores;<br />

5. Colocação <strong>em</strong> mobilidade especial para to<strong>dos</strong> os<br />

sectores da Administração <strong>Pública</strong>, designadamente<br />

na educação.<br />

A Frente Comum repudia todas estas medidas<br />

como anunciou que jamais servirá de intermediário<br />

para o despedimento de milhares de trabalhadores.<br />

A avaliação da "ajuda da troika" resulta no aumento<br />

exponencial do des<strong>em</strong>prego, no roubo nos salários,<br />

<strong>em</strong> mais recessão, mais dé ce, mais precariedade<br />

e desregulamentação das leis laborais.<br />

Um país onde to<strong>dos</strong> os dias se nega o direito à<br />

saúde, educação, segurança social, à água pública porque<br />

a cada dia que passa, mais serviços públicos são<br />

destruí<strong>dos</strong> e mais pessoas sofr<strong>em</strong> com estas medidas.<br />

Este Governo é que é o fora da lei e não t<strong>em</strong> legitimidade<br />

para governar.<br />

A Frente Comum denuncia a farsa que são as reuniões<br />

da dita negociação, onde o governo, bom aluno,<br />

traz todas as medidas e não aceita quaisquer alterações,<br />

aprofundando a grave crise social e económica.<br />

Fora do Ministério, dirigentes e activistas sindicais<br />

desa aram a população a buzinar se estivesse "farto de<br />

ser roubado". A adesão foi massiva e os protestos ouviram-se<br />

por todas as ruas.<br />

Basta de roubo, basta destas políticas.<br />

Exigimos a d<strong>em</strong>issão imediata deste Governo e a<br />

adopção de medidas ao serviço de to<strong>dos</strong> os trabalhadores.<br />

Diz<strong>em</strong>os basta. Diz<strong>em</strong>os que criminoso é o<br />

Governo. Só com a unidade e a luta derrotar<strong>em</strong>os<br />

estas políticas.


9<br />

COM OS IDEAIS DE<br />

ABRIL E A FORÇA<br />

DE MAIO PODEMOS<br />

EVITAR O DESASTRE!<br />

NÃO ESTAMOS CONDENADOS.<br />

O presente e o futuro exig<strong>em</strong> uma opção pela defesa<br />

<strong>dos</strong> interesses do País, e de qu<strong>em</strong> vive e trabalha <strong>em</strong><br />

Portugal.<br />

O EMPOBRECIMENTO<br />

NÃO É UMA FATALIDADE:<br />

TEMOS ALTERNATIVAS!<br />

ROMPER COM O PROGRAMA DAS TROIKAS e acabar com<br />

o m<strong>em</strong>orando que asfixia os trabalhadores, o Povo e o País.<br />

RENEGOCIAR MELHORES CONDIÇÕES DE FINANCIA-<br />

MENTO e exigir que o BCE conceda <strong>em</strong>préstimo aos<br />

países nas mesmas condições que faz ao sector nanceiro<br />

(juro de 0.75%).<br />

AUMENTAR A PRODUÇÃO NACIONAL através de um<br />

programa de desenvolvimento direccionado para o investimento,<br />

modernização <strong>dos</strong> sectores produtivos,<br />

dinamização da procura interna e a criação de <strong>em</strong>prego.<br />

PARAR OS PROCESSOS DE PRIVATIZAÇÃO e reassumir<br />

o controlo do Estado nos sectores estratégicos,<br />

incluindo as actividades nanceiras.<br />

FACILITAR O ACESSO AO CRÉDITO para as micro,<br />

pequenas e médias <strong>em</strong>presas.<br />

REDUZIR CUSTOS de energia, transportes e comunicações<br />

para famílias e <strong>em</strong>presas.<br />

TAXAR TODAS AS TRANSACÇÕES FINANCEIRAS EM 0.25%<br />

APLICAR UMA SOBRETAXA DE 10% SOBRE OS DIVI-<br />

DENDOS DOS GRANDES ACCIONISTAS.<br />

REDUZIR OS ENCARGOS PÚBLICOS COM AS PPP’s.<br />

ACABAR COM OS BENEFÍCIOS FISCAIS ao sector segurador<br />

e nanceiro e às fundações privadas <strong>dos</strong> grandes<br />

grupos económicos<br />

O NOSSO PAÍS TEM FUTURO!<br />

Com uma política que priorize o investimento produtivo,<br />

para criar riqueza e <strong>em</strong>prego com direitos; o aumento<br />

imediato <strong>dos</strong> salários; a actualização do salário<br />

mínimo nacional para os 515 euros; o efectivo exercício<br />

do direito de negociação colectiva e o cumprimento<br />

<strong>dos</strong> direitos consagra<strong>dos</strong> nas convenções colectivas;<br />

a publicação das Portarias de Extensão; o reforço<br />

da protecção social no des<strong>em</strong>prego, o aumento das<br />

prestações sociais e das pensões de reforma; a reposição<br />

<strong>dos</strong> escalões de abono de família que anteriormente<br />

foram elimina<strong>dos</strong>, b<strong>em</strong> como da majoração<br />

atribuída aos escalões de menores rendimentos; a<br />

revisão <strong>dos</strong> critérios de atribuição <strong>dos</strong> apoios de acção<br />

social escolar, de modo a abranger um maior número<br />

de crianças e jovens.<br />

UMA MUDANÇA DE RUMO<br />

É NECESSÁRIA. A DESGRAÇA<br />

EM QUE ESTAMOS HOJE É<br />

CONSEQUÊNCIA DA POLÍTICA<br />

DE DIREITA E DO MEMORANDO<br />

DAS TROIKAS. NÃO QUEREMOS<br />

UM PAÍS DE SERVIÇOS MINÍMOS.<br />

A culpa não pode morrer solteira. O Governo do PSD-<br />

CDS t<strong>em</strong> de ser responsabilizado pela situação <strong>em</strong> que<br />

colocou o País e pelo <strong>em</strong>pobrecimento desumano <strong>dos</strong><br />

portugueses. Este Governo perdeu legitimidade política<br />

e não t<strong>em</strong> credibilidade, ética ou moral para continuar<br />

<strong>em</strong> funções. É o Governo <strong>dos</strong> ricos e <strong>dos</strong> poderosos<br />

que estão cada vez mais ricos e poderosos mas não é o<br />

Governo <strong>dos</strong> portugueses que trabalham.<br />

POR UMA VERDADEIRA<br />

ALTERNATIVA POLÍTICA!<br />

POR UM PORTUGAL<br />

DESENVOLVIDO E SOBERANO!<br />

EDITORIAL<br />

Destaque


Opinião 10<br />

Vald<strong>em</strong>ar Madureira<br />

Presidente da Ass<strong>em</strong>bleia-Geral do STFPSN<br />

Inicio este meu artigo de opinião com a parte<br />

nal do po<strong>em</strong>a “Soneto do Trabalho” do Poeta<br />

que viveu e cantou Abril e que várias vezes foi<br />

recordado nesta Revista.<br />

É um apelo, um incitamento à indignação, ao<br />

protesto, à revolta, hoje tão necessário.<br />

Viv<strong>em</strong>os t<strong>em</strong>pos difíceis, t<strong>em</strong>pos de esbulho mas,<br />

também, t<strong>em</strong>pos <strong>em</strong> que nos quer<strong>em</strong> roubar a esperança<br />

por muito pequena que já seja.<br />

Quer<strong>em</strong> que qu<strong>em</strong>os anestesia<strong>dos</strong>, mesmo<br />

adormeci<strong>dos</strong> enquanto saqueiam o país e destro<strong>em</strong> as<br />

nossas vidas.<br />

Quer<strong>em</strong> continuar a política da austeridade sucessiva<br />

s<strong>em</strong> olhar às consequências profundamente<br />

negativas para o país e os portugueses.<br />

A crise económica e social aprofunda-se.<br />

Portugal está mais pobre com o PIB, Produto<br />

Interno Bruto, a decrescer mais acentuadamente do<br />

que o previsto, o sector público da economia vai<br />

sendo vendido ao desbarato, na maior parte <strong>dos</strong><br />

casos a grandes grupos estrangeiros, as micro, pequenas<br />

e médias <strong>em</strong>presas lutam pela sobrevivência,<br />

milhares delas não consegu<strong>em</strong> resistir, o investimento<br />

público e a procura interna têm variações negativas<br />

nunca antes atingidas.<br />

O país está mais endividado, muito mais do que<br />

quando a troika internacional ocupou o país e num<br />

montante s<strong>em</strong> paralelo na nossa história recente.<br />

A generalidade <strong>dos</strong> portugueses está num ritmo<br />

acelerado de <strong>em</strong>pobrecimento, os seus salários e pensões<br />

são reduzi<strong>dos</strong>, melhor confisca<strong>dos</strong>, e as leis relativas<br />

ao trabalho são alteradas s<strong>em</strong>pre a favor da entidade<br />

<strong>em</strong>pregadora aniquilando direitos, fomentando a<br />

precariedade e tornando mais fácil e barato os despe-<br />

Levanta-te<br />

meu Povo.<br />

Não é tarde.<br />

Levanta-te meu Povo. Não é tarde.<br />

Agora é que o mar canta é que o sol arde<br />

pois quando o povo acorda é s<strong>em</strong>pre cedo.<br />

José Carlos Ary <strong>dos</strong> Santos<br />

dimentos. Alguns, s<strong>em</strong>pre os mesmos, continuam a ser<br />

isentos <strong>dos</strong> tais sacrifícios que diz<strong>em</strong> ser para to<strong>dos</strong>.<br />

As funções sociais do estado, designadamente a<br />

escola pública, o serviço nacional de saúde e a protecção<br />

social, estão debaixo de fogo, primeiro degradando-as<br />

para depois as privatizar.<br />

Tudo isto v<strong>em</strong> acontecendo tendo como guião o<br />

denominado m<strong>em</strong>orando de entendimento, verdadeiro<br />

pacto de agressão ao país e aos portugueses, assinado<br />

e apoiado pela troika nacional, PS, PSD e CDS-PP, e<br />

apadrinhado pelo PR.<br />

O r<strong>em</strong>édio que estão a aplicar não ataca a doença,<br />

antes está a agravá-la de tal forma que pode<br />

ser incurável.<br />

Agora, depois da 7ª avaliação feita pela força de<br />

ocupação, s<strong>em</strong>pre positiva para eles, concluíram que<br />

era necessário rever as previsões anteriormente feitas<br />

e lançar mais medidas de austeridade.<br />

O dé ce para este ano vai ser maior, a divida<br />

pública aumentará, o des<strong>em</strong>prego atingirá no nal<br />

deste ano a taxa assustadora de 19%. Isto signi cará<br />

mais recessão económica e social, menos economia e<br />

mais des<strong>em</strong>prego e pobreza.<br />

A esta realidade negra, consequência das políticas<br />

que vêm impl<strong>em</strong>entando, receitam mais cortes, para já<br />

500 milhões de euros parte <strong>dos</strong> tão fala<strong>dos</strong> quatro mil<br />

milhões a concretizar nos dois anos seguintes.<br />

O Governo anunciou que nos próximos dois meses<br />

apresentará as propostas para a reforma do Estado<br />

que implicarão a dispensa de dezenas de milhares<br />

de trabalhadores da administração pública. Eles falam<br />

<strong>em</strong> rescisões por mútuo acordo, mas com esta gente o<br />

acordo deve ser conseguido dando ao trabalhador a<br />

escolha entre aceitar ou ser despedido. Isto, claro,<br />

s<strong>em</strong>pre num clima de concertação social.


A reforma de Estado que diz<strong>em</strong> querer fazer, já a<br />

vêm fazendo há muito, será o aprofundamento da destruição<br />

das funções sociais do Estado de forma a criar<br />

as condições propícias à privatização <strong>dos</strong> seus principais<br />

sectores.<br />

È a destruição de aspectos fundamentais da D<strong>em</strong>ocracia<br />

nascida com o 25 de Abril e que a Constituição<br />

da República cont<strong>em</strong>pla.<br />

E é para a defesa da Constituição e do regime<br />

d<strong>em</strong>ocrático nela consignado que to<strong>dos</strong> os esforços se<br />

dev<strong>em</strong> concentrar, todas as vontades convergir, deixando<br />

de lado discordâncias que podendo ser importantes<br />

nada são perante o que está <strong>em</strong> causa. É uma<br />

questão de sobrevivência do regime, é uma questão<br />

vital para os trabalhadores da Administração <strong>Pública</strong> a<br />

começar pelo seu posto de trabalho e pelo seu salário.<br />

Para que este caminho de destruição do nosso<br />

país e das nossas vidas seja travado é urgente, cada<br />

vez mais urgente, denunciar o m<strong>em</strong>orando de entendimento<br />

exigindo a qu<strong>em</strong> o assinou que olhe para as<br />

consequências e se deixe de palavras que não passam<br />

disso, apenas palavras.<br />

É preciso dizer Basta!<br />

Aproximando-se as com<strong>em</strong>orações do 25 de<br />

Abril e do 1º de Maio, datas que serão de festa mas,<br />

também e mais do que nunca, de luta quero terminar<br />

como comecei, recordando Ary <strong>dos</strong> Santos e um outro<br />

seu po<strong>em</strong>a:<br />

11<br />

Depois da t<strong>em</strong>pestade<br />

há a bonança<br />

que é verde como a cor<br />

que t<strong>em</strong> a esperança<br />

quando a água de Abril<br />

sobre nós cai.<br />

O que é preciso é<br />

termos confiança<br />

se fizermos de Maio<br />

a nossa lança<br />

isto vai meus amigos<br />

isto vai.<br />

“ “<br />

EDITORIAL<br />

Opinião


Divulgação 12<br />

CPPC<br />

PAZ<br />

EM CICLO<br />

CINEMAE<br />

DEBATES<br />

24 FEVEREIRO 16 HORAS<br />

POETICAMENTE EXAUSTO<br />

VERTICALMENTE SÓ<br />

LUISA MARINHO - PORTUGAL<br />

10 MARÇO 16 HORAS<br />

CAMINHO PARA<br />

GUANTANAMO<br />

Michael Winterbottom,<br />

Mat Whitecross - EUA<br />

AUDITÓRIO DO GRUPO<br />

MUSICAL DE MIRAGAIA<br />

RUA DA ARMÉNIA, 18 PORTO<br />

ENTRADA GRATUITA<br />

ORGANIZAÇÃO:<br />

CONSELHO PORTUGUÊS<br />

PARA A PAZ E COOPERAÇÃO<br />

ACOLHIMENTO: APOIO: APOIO PARA DIVULGAÇÃO:<br />

24 MARÇO 16 HORAS<br />

AS TARTARUGAS<br />

TAMBÉM VOAM<br />

Bahman Ghobadir - Irão<br />

14 ABRIL 16 HORAS<br />

AS FLORES DA GUERRA<br />

Zhang Yimou - China<br />

28 ABRIL 16 HORAS<br />

SAL DA TERRA<br />

Herbert J. Biberman - EUA<br />

PARA CADA FILME, UM<br />

TEMA E UMA CONVERSA.<br />

VEM E TRAZ UM AMIGO,<br />

PELA PAZ TODOS NÃO<br />

SOMOS DEMAIS!<br />

UNIVERSIDADE<br />

POPULAR DO PORTO


13<br />

EDITORIAL<br />

Marcha


Legislação 14<br />

NOVOS DIPLOMAS LEGAIS<br />

Destaques, disposições do Código<br />

do Trabalho (Lei 7/2009) aplicáveis<br />

aos trabalhadores com contrato<br />

de trabalho <strong>em</strong> funções públicas<br />

e alteração ao regime jurídico do<br />

trabalho extraordinário previsto<br />

na Lei 59/2008 e DL 62/79<br />

Tal como t<strong>em</strong> vindo a acontecer nos últimos anos,<br />

o nal e o início do ano são marca<strong>dos</strong> pela entrada <strong>em</strong><br />

vigor, <strong>em</strong> verdadeira catadupa, de uma imensidão de<br />

alterações legislativas. Ter<strong>em</strong>os “assunto/matéria” até<br />

ao nal do ano… e, neste momento, difícil é selecionar o<br />

prioritário!<br />

Para qu<strong>em</strong> não acompanha, a par e passo, a legislação<br />

diariamente publicada deixo aqui, previamente,<br />

os seguintes destaques:<br />

Lei n.º 66-A/2012. D.R. n.º 252, Supl<strong>em</strong>ento, Série I de<br />

2012-12-31 retificado pela Declaração de Retificação<br />

n.º 10/2013.D.R.n.º 42, Série I de 2013-02-28<br />

Aprova as Grandes Opções do Plano para 2013<br />

Lei n.º 66-B/2012. D.R. n.º 252, Supl<strong>em</strong>ento, Série I de<br />

2012-12-31 retificado pela Declaração de Retificação<br />

n.º 11/2013.D.R.n.º 42, Série I de 2013-02-28<br />

Orçamento do Estado para 2013 (LOE 2013)<br />

Lei n.º 66/2012. D.R. n.º 252, Série I de 2012-12-31<br />

Procede à sexta alteração à Lei n.º 12-A/2008, de 27 de<br />

fevereiro, à quarta alteração à Lei n.º 59/2008, de 11 de<br />

set<strong>em</strong>bro, à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 209/<br />

2009, de 3 de set<strong>em</strong>bro, à terceira alteração ao Decreto-Lei<br />

n.º 259/98, de 18 de agosto, e à décima alteração<br />

ao Decreto-Lei n.º 100/99, de 31 de março, determinando<br />

a aplicação do regime <strong>dos</strong> feria<strong>dos</strong> e do Estatuto<br />

do Trabalhador-Estudante, previstos no Código do<br />

Trabalho, aos trabalhadores que exerc<strong>em</strong> funções públicas,<br />

e revoga o Decreto-Lei n.º 335/77, de 13 de<br />

agosto, e o Decreto-Lei n.º 190/99, de 5 de junho<br />

Despacho n.º 796-B/2013. D.R. n.º 9, 2.º Supl<strong>em</strong>ento,<br />

Série II de 2013-01-14 — Aprova as tabelas de retenção<br />

na fonte para o ano de 2013.<br />

Decreto-Lei n.º 3/2013. D.R. n.º 7, Série I de 2013-01-<br />

10, retificado pela Declaração de Retificação n.º 2/<br />

2013. D.R. n.º 11, Série I de 2013-01-16 — Determina<br />

que durante o ano de 2013 o pagamento do montante<br />

adicional das pensões de invalidez, velhice e sobrevivência<br />

atribuídas pelo sist<strong>em</strong>a de segurança social,<br />

referente ao mês de dez<strong>em</strong>bro, relativamente aos pensionistas<br />

cuja soma das pensões seja igual ou superior<br />

a (euro) 600, e do subsídio de Natal <strong>dos</strong> aposenta<strong>dos</strong>,<br />

reforma<strong>dos</strong> e d<strong>em</strong>ais pensionistas da Caixa Geral de<br />

Aposentações, seja efetuado <strong>em</strong> duodécimos.<br />

Despacho normativo n.º 1-A/2013. D.R. n.º 7, Supl<strong>em</strong>ento,<br />

Série II de 2013-01-10 — Aprova a entrega das<br />

declarações de r<strong>em</strong>unerações à Segurança Social e à<br />

Autoridade Tributária e Aduaneira.<br />

Despacho n.º 796-B/2013. D.R. n.º 9, 2.º Supl<strong>em</strong>ento,<br />

Série II de 2013-01-14 — Aprova as tabelas de retenção<br />

na fonte para o ano de 2013<br />

Portaria n.º 16/2013. D.R. n.º 12, Série I de 2013-01-17<br />

Regulamenta os termos e a tramitação do parecer prévio<br />

vinculativo <strong>dos</strong> m<strong>em</strong>bros do Governo responsáveis<br />

pelas áreas das Finanças e da Administração <strong>Pública</strong> e<br />

revoga a Portaria n.º 9/ 2012, de 10 de janeiro<br />

Lei n.º 11/2013.D.R.n.º 19, Série I de 2013-01-28<br />

Ass<strong>em</strong>bleia da República — Estabelece um regime<br />

t<strong>em</strong>porário de pagamento <strong>dos</strong> subsídios de Natal e de<br />

férias para vigorar durante o ano de 2013 (Regime Laboral<br />

Privado)<br />

Decreto-Lei n.º 36/2013. D.R. n.º 49, Série I de 2013-<br />

03-11 — Ministério das Finanças — Estabelece as normas<br />

de execução do Orçamento do Estado para 2013<br />

Em segundo lugar, chamo a atenção para o facto da<br />

Lei 12-A/2008 (regime de vínculos, carreiras e r<strong>em</strong>unerações<br />

da Administração <strong>Pública</strong>) ter sido alterada,<br />

com efeitos a 01/01/2013, por 2 diplomas legais:<br />

O artigo 48º da LOE 2013 veio alterar os artigos 47º e<br />

64º da Lei 12-A/2008; respetivamente, sobre o regime<br />

de alteração <strong>dos</strong> posicionamentos r<strong>em</strong>uneratórios (de<br />

forma a adequar esta norma às alterações que também<br />

foram introduzidas ao regime de avaliação do des<strong>em</strong>penho<br />

(o SIADAP 3 passa a ser bienal <strong>em</strong> lugar de ser<br />

anual); e o artigo 64º é alterado no sentido de vir permitir<br />

a consolidação da cedência de interesse público<br />

desde que preenchi<strong>dos</strong> vários requisitos (a consolidação<br />

na categoria só era possível para os casos de mobilidade<br />

interna).<br />

Por sua vez, o artigo 2º da Lei 66/2013 veio alterar os<br />

artigos 27º, 32º e 61º da Lei 12-A/2008; b<strong>em</strong> como<br />

acrescentar a este diploma legal o artigo 61º-A; respeti-


vamente, alteração ao regime de acumulação de funções<br />

públicas, à cessação da nomeação; às regras de<br />

aplicação da mobilidade e um novo regime de mobilidade<br />

interna t<strong>em</strong>porária <strong>em</strong> órgão ou serviço com unidades<br />

orgânicas desconcentradas.<br />

Já a Lei 59/2008 (Regime e Regulamento do contrato<br />

de trabalho <strong>em</strong> funções públicas) foi alterada pela Lei<br />

66/2012 (alteram-se, acrescentam-se e revogam-se<br />

vários artigos – pelo que se impõe a atualização deste<br />

diploma legal. As alterações aqui introduzidas são muitas<br />

e diversi cadas (pelo que irão ser objeto de tratamento<br />

<strong>em</strong> artigos subsequentes a este).<br />

Desde já ca, porém, a chamada de atenção para o<br />

facto de ser de aplicar aos trabalhadores com contrato<br />

de trabalho <strong>em</strong> funções públicas (abrangi<strong>dos</strong>, portanto,<br />

pela Lei 59/2008) as seguintes disposições do<br />

Código do Trabalho (Lei 7/2009):<br />

- artigos 33º a 65º da Lei 7/2009 quanto à parentalidade<br />

(já desde 01/01/2009);<br />

- artigos 89º a 96º-A da Lei 7/2009 quanto ao estatuto<br />

do trabalhador estudante (desde 01/01/2013);<br />

- artigos 234º e 235º da Lei 7/2009 quanto aos feria<strong>dos</strong><br />

(desde 01/01/2013).<br />

Neste artigo adiantar<strong>em</strong>os informação mais detalhada<br />

quanto à compensação pelo trabalho extraordinário.<br />

Em regra, a prestação de trabalho extraordinário dá<br />

lugar a compensação r<strong>em</strong>uneratória e <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po/descanso.<br />

Porém, o regime jurídico – previsto na Lei 59/2008 -<br />

t<strong>em</strong> sido sucessivamente alterado (segu<strong>em</strong> Mapas para<br />

registo das alterações ao regime):<br />

Assim, quanto à compensação r<strong>em</strong>uneratória:<br />

Dia normal de trabalho 1ªhora acréscimo de 50%<br />

Horas seguintes acréscimo de<br />

75%<br />

Dia de descanso s<strong>em</strong>anal obrigatório<br />

ou compl<strong>em</strong>entar e diaAcréscimo<br />

de 100%<br />

feriado<br />

Dia normal de trabalho 1ªhora acréscimo de 25%<br />

Horas seguintes acréscimo de<br />

37,5%<br />

Dia de descanso s<strong>em</strong>anal obrigatório<br />

ou compl<strong>em</strong>entar e diaAcréscimo<br />

de 50%<br />

feriado<br />

Dia normal de trabalho 1ªhora acréscimo de 25%<br />

Horas seguintes acréscimo de<br />

37,5%<br />

Dia de descanso s<strong>em</strong>anal obrigatório<br />

ou compl<strong>em</strong>entar e diaAcréscimo<br />

de 50%<br />

feriado<br />

Dia normal de trabalho (35h 1ªhora acréscimo de 12,5%<br />

trabalho s<strong>em</strong>anal)<br />

Horas seguintes acréscimo de<br />

18,75%<br />

Dia de descanso s<strong>em</strong>anal obrigatório<br />

ou compl<strong>em</strong>entar e diaAcréscimo<br />

de 25%<br />

feriado<br />

Dos Mapas resulta que os valores/acréscimo pelo trabalho<br />

extraordinário a ser pagos <strong>em</strong> 2012 por força da<br />

LOE para 2012 (regime transitório) passaram agora a<br />

ser o valor regra na Lei 59/2008. E que este ano, por<br />

força da LOE para 2013, os montantes são novamente<br />

reduzi<strong>dos</strong> (a seu t<strong>em</strong>po ir<strong>em</strong>os veri car se estes acréscimos<br />

serão efetivamente transitórios ou se virão a ser<br />

de nitivos!)<br />

A partir de 01/01/2011 os acréscimos r<strong>em</strong>uneratórios<br />

pela prestação de trabalho extraordinário dev<strong>em</strong> integrar<br />

a r<strong>em</strong>uneração total ilíquida para efeitos de aplicação<br />

da taxa de redução r<strong>em</strong>uneratória:<br />

- Artigo 19º, nº4 al a)da LOE 201;<br />

- Artigo 20º nº1 da LOE 2012 (+Artigo 19º, nº4 al a) da<br />

LOE 2011;<br />

- Artigo 27º nº 4 al a) da LOE para 2013.<br />

Quanto ao descanso compensatório:<br />

Dia normal/útil de trabalho, diaDescanso<br />

compensatório cor-<br />

de descanso compl<strong>em</strong>entar erespondente<br />

a 25% do t<strong>em</strong>po<br />

<strong>em</strong> dia feriado<br />

de trabalho extraordinário<br />

(163º nº 1 e 2)<br />

realizado – a gozar nos 90 dias<br />

seguintes<br />

Descanso compensatório cor-<br />

Dia de descanso s<strong>em</strong>anal obrirespondente a 1 dia de descangatórioso<br />

– a gozar nos 3 dias úteis<br />

(163º nº 3)<br />

seguintes<br />

Descanso compensatório de<br />

Dia feriado – <strong>em</strong> serviço queigual<br />

duração ao t<strong>em</strong>po de<br />

não suspende o trabalho <strong>em</strong>trabalho<br />

extraordinário realiza-<br />

dias feria<strong>dos</strong><br />

do ou acréscimo de 100% <strong>em</strong><br />

(213º)<br />

r<strong>em</strong>uneração cabendo a escolha<br />

à entidade <strong>em</strong>pregadora<br />

15<br />

EDITORIAL<br />

Legislação


Legislação 16<br />

A prestação de trabalho extra- Descanso compensatório corordinário<br />

<strong>em</strong> dia de descansorespondente<br />

ao t<strong>em</strong>po de<br />

s<strong>em</strong>anal obrigatório, que nãotrabalho<br />

realizado a gozar nos<br />

exceda 2 horas e por motivo90<br />

dias seguintes<br />

de falta imprevista de trabalhador<br />

que deveria seguir turno<br />

(164º nº 1)<br />

A prestação de trabalho extra- Pode ser compensado <strong>em</strong><br />

ordinário noutros dias, que nãot<strong>em</strong>po<br />

de descanso corres-<br />

exceda 2 horas e por motivopondente<br />

ao t<strong>em</strong>po de traba-<br />

de falta imprevista de trabalho realizado a gozar nos 90<br />

lhador que deveria seguir turno dias seguintes ou por r<strong>em</strong>une-<br />

(164º nº 2)<br />

ração com acréscimo de 100%<br />

Regime Regra:<br />

Não há direito a descanso compensatório<br />

Exceções:<br />

1. A prestação de trabalho extraordinário impediu que o trabalhador<br />

pudesse gozar o descanso diário previsto no artigo 138º<br />

do Regime;<br />

2. A prestação de trabalho extraordinário ocorreu <strong>em</strong> dia de<br />

descanso s<strong>em</strong>anal obrigatório, por isso mant<strong>em</strong>-se o direito ao<br />

descanso previsto no artigo 163º;<br />

3. A prestação de trabalho extraordinário ocorreu <strong>em</strong> dia feriado<br />

<strong>em</strong> serviço que não suspende o trabalho <strong>em</strong> dias feria<strong>dos</strong>, o<br />

trabalhador t<strong>em</strong> direito a descanso compensatório de igual<br />

duração ao t<strong>em</strong>po de trabalho extraordinário realizado ou<br />

acréscimo de 50% <strong>em</strong> r<strong>em</strong>uneração à escolha da entidade<br />

<strong>em</strong>pregadora;<br />

4. A prestação de trabalho extraordinário <strong>em</strong> dia de descanso<br />

s<strong>em</strong>anal obrigatório, que não exceda 2 horas e por motivo de<br />

falta imprevista de trabalhador que deveria seguir turno confere<br />

direito a descanso compensatório equivalente às horas de<br />

descanso <strong>em</strong> falta a gozar nos 3 dias úteis seguintes.<br />

A prestação de trabalho extraordinário<br />

<strong>em</strong> dia útil, dia de des-<br />

canso s<strong>em</strong>anal compl<strong>em</strong>entar ou dia feriado deixou de dar<br />

lugar a compensação <strong>em</strong> descaanso<br />

– revogação do nº 1 e nº 2<br />

do artigo 163º do Regime<br />

A prestação de trabalho extra- Descanso compensatório corordinário<br />

<strong>em</strong> dia de descansorespondente<br />

a 1 dia de descan-<br />

s<strong>em</strong>anal obrigatório<br />

so – a gozar nos 3 dias úteis<br />

(163º nº 3)<br />

seguintes<br />

Descanso compensatório de<br />

Dia feriado – <strong>em</strong> serviço queduração<br />

igual a metade do<br />

não suspende o trabalho <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po de trabalho extraordiná-<br />

dias feria<strong>dos</strong><br />

rio realizado ou acréscimo de<br />

(213º)<br />

50% <strong>em</strong> r<strong>em</strong>uneração cabendo<br />

a escolha à entidade <strong>em</strong>pregadora<br />

A prestação de trabalho extra- Descanso compensatório corordinário<br />

<strong>em</strong> dia de descansorespondente<br />

ao t<strong>em</strong>po de<br />

s<strong>em</strong>anal obrigatório, que nãotrabalho<br />

realizado a gozar nos<br />

exceda 2 horas e por motivo3<br />

dias úteis seguintes<br />

de falta imprevista de trabalhador<br />

que deveria seguir turno<br />

(Revogação do nº 2 do artigo<br />

164º)<br />

Finalmente, quanto ao regime de trabalho do pessoal<br />

hospitalar previsto no DL 62/79 o regime regra é que<br />

há lugar a acréscimo do valor da r<strong>em</strong>uneração hora<br />

quer no âmbito do trabalho normal (35 ou 40 horas<br />

s<strong>em</strong>anais de trabalho consoante o contrato de trabalho);<br />

quer pela prestação de trabalho extraordinário<br />

(além das 35 ou 40 horas de trabalho s<strong>em</strong>anal consoante<br />

o contrato), conforme Mapa:<br />

Trabalho Normal<br />

Supl<strong>em</strong>entos<br />

Acréscimo<br />

valor/hora<br />

Trabalho diurno dias<br />

úteis --<br />

Trabalho noturno (20h-<br />

07h) dias úteis<br />

Trabalho diurno sába<strong>dos</strong><br />

depois das 13h,<br />

domingos, feria<strong>dos</strong> e<br />

dias de descanso s<strong>em</strong>anal<br />

Trabalho noturno sába<strong>dos</strong><br />

depois das 20h,<br />

domingos, feria<strong>dos</strong> e<br />

dias de descanso s<strong>em</strong>anal<br />

Trabalho Extraordinário<br />

Acréscimo valor/hora<br />

1ªhora acréscimo de<br />

1,25 (25%)<br />

Horas seguintes acrés-<br />

cimo de 1,50 (50%)<br />

1,5 (50%) 1ªhora acréscimo de<br />

1,75 (75%)<br />

Horas seguintes acrés-<br />

1,5 (50% )<br />

2 (100%)<br />

cimo de 2 (100%)<br />

1ªhora acréscimo de<br />

1,75 (75%)<br />

Horas seguintes acréscimo<br />

de 2 (100%)<br />

1ªhora acréscimo de<br />

2,25 (125%)<br />

Horas seguintes acréscimo<br />

de 2,50 (150%)<br />

Por força da LOE para 2013 aqueles valores são reduzi<strong>dos</strong>,<br />

conforme Mapa:<br />

Trabalho Normal<br />

Supl<strong>em</strong>entos<br />

Acréscimo<br />

valor/hora<br />

Trabalho diurno dias<br />

úteis --<br />

Trabalho noturno (20h-<br />

07h) dias úteis 1,25<br />

Trabalho diurno sába<strong>dos</strong><br />

depois das 13h,<br />

domingos, feria<strong>dos</strong> e<br />

dias de descanso s<strong>em</strong>anal<br />

Trabalho noturno sába<strong>dos</strong><br />

depois das 20h,<br />

domingos, feria<strong>dos</strong> e<br />

dias de descanso s<strong>em</strong>anal<br />

1,25<br />

1,50<br />

Trabalho Extraordinário<br />

Acréscimo valor/hora<br />

1ªhora acréscimo de<br />

1,125<br />

Horas seguintes acréscimo<br />

de 1,25<br />

1ªhora acréscimo de<br />

1,375<br />

Horas seguintes acrés-<br />

cimo de 1,50<br />

1ªhora acréscimo de<br />

1,375<br />

Horas seguintes acréscimo<br />

de 1,50<br />

1ªhora acréscimo de<br />

1,675<br />

Horas seguintes acréscimo<br />

de 1,75<br />

A prestação de trabalho <strong>em</strong> dia de descanso s<strong>em</strong>anal,<br />

domingos e feria<strong>dos</strong> dá ainda lugar a 1 dia de descanso<br />

a gozar nos 8 dias seguintes. O descanso compensatório<br />

não sofre qualquer alteração com a LOE para 2013<br />

para o pessoal abrangido pelo DL 62/79.<br />

11 de Março de 2013<br />

A jurista


17<br />

EDITORIAL<br />

Organização


Organização 18<br />

Consideramos que 2012 foi um ano atípico. Exigiu<br />

de to<strong>dos</strong> um <strong>em</strong>penhamento redobrado no campo<br />

reivindicativo geral e sectorial mas também no campo<br />

organizativo.<br />

Terminado o segundo ano do mandato deste governo<br />

de cariz fascizante, que se colocou de cócoras<br />

perante o poder económico e nanceiro do País e do<br />

Mundo, esmagando o seu próprio povo, pod<strong>em</strong>os a rmar<br />

que t<strong>em</strong>os lutado, integrando o movimento sindical<br />

unitário, incessant<strong>em</strong>ente, contra as medidas que<br />

liquidaram o <strong>em</strong>prego, os direitos, os salários.<br />

Efectivamente, esta política de desastre económico<br />

não parou, mas foi forçada a desenvolver-se a uma<br />

velocidade mais lenta do que as troikas desejavam,<br />

tendo <strong>em</strong> conta a luta desenvolvida quer no sector<br />

público quer no sector privado. Neste caminho difícil,<br />

são cada vez mais aqueles que compreend<strong>em</strong> que só a<br />

luta pode construir um futuro melhor.<br />

T<strong>em</strong>os dado um contributo assinalável para este<br />

combate. Participamos <strong>em</strong> três greves, <strong>em</strong> mais de<br />

duas dezenas de manifestações, no 25 de Abril e 1º<br />

Maio, entre outras iniciativas sectoriais, desenvolv<strong>em</strong>os<br />

um grande esforço de intervenção sindical junto <strong>dos</strong><br />

trabalhadores e <strong>dos</strong> locais de trabalho, produzimos<br />

materiais relativos a todas as grandes questões que<br />

ating<strong>em</strong> os trabalhadores e o sector das funções públicas<br />

e sociais e consumimos por isso recursos nanceiros<br />

acima do orçamentado.<br />

Por outro lado, no campo organizativo, 2012 foi o<br />

ano de to<strong>dos</strong> os congressos: CGTP/IN; FNSTFP; congressos<br />

de diversas uniões distritais de sindicatos e<br />

ainda ano de eleições para os Orgãos Sociais do nosso<br />

<strong>Sindicato</strong>.<br />

To<strong>dos</strong> estes importantes momentos de organização<br />

tiveram de ser planea<strong>dos</strong> e desenvolvi<strong>dos</strong> s<strong>em</strong><br />

hipotecar o trabalho e a luta.<br />

Cabe ainda referir que tendo <strong>em</strong> conta a continuação<br />

do ataque à administração pública, também foram<br />

milhares os trabalhadores que deixaram de laborar,<br />

por aposentação e reforma ou puramente por desvinculação.<br />

Essa d<strong>em</strong>andada geral de trabalhadores<br />

não pode deixar de ter signi cado importante ao nível<br />

da sindicalização das estruturas sindicais, veri can<strong>dos</strong>e<br />

no nosso caso a saída de 1314 associa<strong>dos</strong>, com a<br />

seguinte distribuição geográ ca: Porto – 773 (8,69%);<br />

Braga – 282 (9,02%); Bragança – 54 (9,13%); Viana do<br />

Castelo – 115 (10,56%); Vila Real – 90 (9,19%).<br />

Quanto à sindicalização efectuada, pod<strong>em</strong>os<br />

a rmar que na generalidade to<strong>dos</strong> os distritos se <strong>em</strong>penharam<br />

e contribuíram para os resulta<strong>dos</strong> consegui<strong>dos</strong>,<br />

de 742 novas sindicalizações: Porto + 559 (75,3%);<br />

Braga + 79 (10,6%); Bragança + 24 (3,2%); Viana do<br />

Castelo + 45 (6%) e Vila Real + 35 (4,7%).<br />

Desta forma, pod<strong>em</strong>os aferir que os diversos distritos<br />

compensaram a dessindicalização, com a seguinte<br />

percentag<strong>em</strong> de sindicalização: Porto <strong>em</strong> 72%; Braga<br />

INTRODUÇÃO<br />

<strong>em</strong> 28%; Bragança <strong>em</strong> 44%; Viana do Castelo <strong>em</strong> 39% e<br />

Vila Real <strong>em</strong> 38%.<br />

Na análise nanceira, pod<strong>em</strong>os dizer que as quotizações<br />

atingiram os 1.143.073 euros, veri cando-se<br />

um desvio positivo relativamente ao orçamentado <strong>em</strong><br />

139.073 euros (13,9 %), <strong>em</strong>bora negativo <strong>em</strong> 7,2%,<br />

comparativamente ao ano de 2011.<br />

No total <strong>dos</strong> proveitos pod<strong>em</strong>os dizer que atingimos<br />

os 1.266.920 euros, crescendo <strong>em</strong> 10,46% relativamente<br />

ao orçamentado.<br />

No que se refere ao total <strong>dos</strong> custos, atingimos os<br />

1.506.920 euros, crescendo <strong>em</strong> 31,5% relativamente ao<br />

orçamentado, tendo <strong>em</strong> conta a maior actividade sindical<br />

durante o exercício, congressos do movimento sindical,<br />

eleições do sindicato e alterações das normas<br />

contabilísticas.<br />

No que se refere à prestação de serviços aos associa<strong>dos</strong>,<br />

salienta-se a formação sindical, a aposta na<br />

qualidade da revista sindical distribuída, b<strong>em</strong> como o<br />

primeiro ano da Oferta do seguro de hospitalização e<br />

estomatologia, que <strong>em</strong>bora com alguns probl<strong>em</strong>as<br />

veri ca<strong>dos</strong> com a Companhia de Seguros, não deixa de<br />

se fazer um balanço positivo, <strong>em</strong>bora cando aquém<br />

<strong>dos</strong> objectivos previstos.<br />

Os objectivos e metas traça<strong>dos</strong> com a oferta destes<br />

seguros centram-se na necessidade de estancar a<br />

dessindicalização, aumentando significativamente o<br />

leque da oferta de serviços, e <strong>em</strong> aumentar a sindicalização.<br />

Por isso, <strong>em</strong> 2013 insistimos no que consideramos<br />

ser um acto de gestão responsável e propus<strong>em</strong>os no<br />

orçamento deste ano a continuação do seguro, agora<br />

com outro parceiro – a Companhia de Seguros Victoria.<br />

Apesar desta decisão de gestão da Comissão Executiva<br />

e da Direcção do <strong>Sindicato</strong> não ter sido totalmente<br />

pací ca, ela foi aceite por maioria <strong>dos</strong> associa<strong>dos</strong> presentes<br />

na última Ass<strong>em</strong>bleia Geral de Associa<strong>dos</strong>, com<br />

discordâncias pontuais que se re ectiram <strong>em</strong> votos<br />

contra o Orçamento de 2013 por este conter a Oferta<br />

do Seguro de Hospitalização e Estomatologia aos Associa<strong>dos</strong>.<br />

Confiamos estar no rumo certo.<br />

A nossa caminhada começou <strong>em</strong> Março de 2012.<br />

Nessa altura, nas eleições, os associa<strong>dos</strong> aprovaram<br />

inequivocamente um programa de reforço do<br />

STFPSN que está <strong>em</strong> marcha, estamos a organizar melhor<br />

os nossos serviços e o apoio que prestamos aos<br />

associa<strong>dos</strong>, estamos a intervir mais e melhor e a criar<br />

condições para cada vez o fazer de forma mais e caz.<br />

Contra ventos e marés, maus presságios e t<strong>em</strong>pestades,<br />

continuar<strong>em</strong>os até 2016, de acordo com a<br />

proposta eleitoral que assumimos:<br />

TUDO FAZER EM PROL DOS ASSOCIADOS.


Controlo orçamental<br />

e d<strong>em</strong>onstração de<br />

resulta<strong>dos</strong> entre 31 de<br />

Dez<strong>em</strong>bro de 2011 e 31<br />

de Dez<strong>em</strong>bro de 2012<br />

ORÇAMENTO MOVIMENTO MOVIMENTO V A R I A Ç Ã O<br />

RUBRICA ORÇAMENTAL 31-12-2012 ACUMULADO ACUMULADO do Mov.Ac.do ano 2012<br />

31-12-2011 31-12-2012 <strong>em</strong> relação ao de 2011<br />

€uro €uro €uro €uro %<br />

RENDIMENTOS<br />

Quotizações Estatutárias 854.000,00 1.164.987,99 971.612,14 -193.375,85 -16,6<br />

Comparticipações - Formação 50.000,00 93.140,40 63.563,83 -29.576,57<br />

Comparticipação - Estágios 0,00 1.328,08 2.240,22 912,14<br />

Fundo para Financ. Despesas Contencioso 50.000,00 66.382,91 57.153,66 -9.229,25<br />

Fundo para Campanha Sindicalização 100.000,00 114.307,31 114.307,31<br />

Outros Rendimentos e Ganhos "Extraordinários" 0,00 30.281,02 596,79 -29.684,23<br />

Outros Rendimentos e Ganhos 3.000,00 4.640,14 90,45 -4.549,69<br />

Rendimentos Financeiros 90.000,00 101.081,99 57.356,02 -43.725,97<br />

TOTAL DOS RENDIMENTOS 1.147.000,00 1.461.842,53 1.266.920,42 -194.922,11 -13,3<br />

GASTOS<br />

QUOTIZAÇÕES e COMPARTICIPAÇÕES MSU 213.500,00 277.773,60 265.448,27 -12.325,33 -4,4<br />

Quotizações MSU 172.500,00 234.448,60 196.716,66 -37.731,94<br />

Iniciativas Movimento Sindical 41.000,00 43.325,00 68.731,61 25.406,61<br />

GASTOS COM PESSOAL 517.850,00 513.247,54 583.124,80 69.877,26 13,6<br />

FORNECIM.SERVIÇOS EXTERNOS 409.570,00 569.321,06 626.380,23 57.059,17 10,0<br />

Corpos Gerentes 34.000,00 57.415,30 60.120,98 2.705,68<br />

Delega<strong>dos</strong> e Activistas Sindicais 3.000,00 8.609,75 9.830,33 1.220,58<br />

Inform, Propaganda e Iniciativas Acção Sindical 97.400,00 107.133,77 167.217,27 60.083,50<br />

Administração e Gestão 67.900,00 132.060,02 132.047,40 -12,62<br />

Contencioso e Notariado 90.000,00 106.342,85 106.131,10 -211,75<br />

Outros Serviços aos Sócios 117.270,00 157.759,37 151.033,15 -6.726,22<br />

GASTOS DE NATUREZA DIVERSA 5.000,00 91.331,17 31.967,49 -59.363,68 -65,0<br />

Outros Gastos e Perdas "Extraordinários" 0,00 33.498,67 18.588,09 -14.910,58<br />

Outros Gastos e Perdas 0,00 4.840,67 7.111,52 2.270,85<br />

Depreciações Período 0,00 44.564,13 0,00 -44.564,13<br />

Gastos e Perdas de "Financiamento" 5.000,00 8.427,70 6.267,88 -2.159,82<br />

TOTAL GASTOS 1.145.920,00 1.451.673,37 1.506.920,79 55.247,42 3,8<br />

Result.antes Deprec, <strong>dos</strong> Res.Financ e Impostos (EBITDA) -83.920,00 -37.921,00 -291.088,51 -253.167,51 667,6<br />

Result.antes <strong>dos</strong> Res.Financeiros e Impostos (EBIT) -83.920,00 -82.485,13 -291.088,51 -208.603,38 252,9<br />

Resulta<strong>dos</strong> Financeiros 85.000,00 92.654,29 51.088,14 -41.566,15 -44,9<br />

RESULTADOS ANTES IMPOSTOS 1.080,00 10.169,16 -240.000,37 -250.169,53 -2.460,1<br />

Fundo de Reserva Sindical 216,00 2.034,00 0,00 -2.034,00<br />

Res.antes impostos após aplicação Fundo R. Sindical 864,00 8.135,16 -240.000,37 -248.135,53<br />

Autofinanciamento = RAI + Depreciações 1.080,00 54.733,29 -240.000,37 -294.733,66 -538,5<br />

19<br />

EDITORIAL<br />

Organização


Formação 20<br />

2013<br />

FORMAÇÃO<br />

PROFISSIONAL<br />

O MAIOR<br />

SABER É<br />

A ARTE DE<br />

APRENDER<br />

As datas das acções de formação serão divulgadas posteriormente,<br />

assim que for<strong>em</strong> de nidas as turmas, tendo por base as inscrições<br />

recepcionadas. O <strong>Sindicato</strong> reserva-se no direito de não<br />

realizar qualquer um <strong>dos</strong> cursos, por inviabilidade do mesmo. A<br />

formação será concretizada no local com maior número de interessa<strong>dos</strong>/inscritos,<br />

excepto a formação especí ca para Bombeiros que<br />

será realizada <strong>em</strong> local próprio para a exequibilidade da mesma.<br />

Este é o objectivo e a convicção do centro de formação<br />

STFPSN que procura promover cursos de formação pro ssional<br />

que contribuam para a aquisição e o aperfeiçoamento<br />

<strong>dos</strong> conhecimentos <strong>dos</strong> seus associa<strong>dos</strong>, proporcionando<br />

aprendizagens e competências chave para o exercício e ciente<br />

e e caz no seu local de trabalho.<br />

Baseado nesta linha de pensamento e actuação, o <strong>Sindicato</strong><br />

coloca ao dispor <strong>dos</strong> seus Associa<strong>dos</strong>, para o ano de<br />

2013, acções de formação Intra e co-financiadas, que poderão<br />

ser executadas nos locais de trabalho ou nas suas delegações<br />

(Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança).<br />

Os cursos previstos e que abaixo mencionamos estão<br />

sujeitos a aprovação pelo Programa Operacional Potencial<br />

Humano, cuja abertura de candidatura não se veri cou até ao<br />

momento.<br />

Contudo e, independent<strong>em</strong>ente do referido nanciamento,<br />

o <strong>Sindicato</strong> incr<strong>em</strong>entará o seu plano formativo, responsabilizando-se<br />

pela formação gratuita para os seus associa<strong>dos</strong><br />

prosseguindo assim o seu objectivo e convicção na<br />

área da formação pro ssional.<br />

Face ao exposto, contamos com a sua presença, solicitando<br />

a sua inscrição até ao dia 30 de Abril.<br />

*O STFPSN reserva-se no direito de não realizar qualquer uma das<br />

acções, se o número de inscrições não for su ciente e viável à sua<br />

realização, b<strong>em</strong> como, <strong>em</strong> alterar as suas datas s<strong>em</strong> aviso prévio.<br />

To<strong>dos</strong> os interessa<strong>dos</strong> deverão candidatar-se, impreterivelmente, até<br />

ao dia 30 de Abril de 2013.<br />

Os associa<strong>dos</strong> interessa<strong>dos</strong> poderão candidatar-se às acções de formação<br />

utilizando a ficha de inscrição <strong>em</strong> anexo. Esta deverá ser enviada<br />

para o STFPSN-CEFOMAP, na Rua Vasco Lobeira, 47, 4249-009 Porto.<br />

O local de cada acção está condicionado ao número de inscrições.<br />

Assim, é obrigatório preencher, na cha de inscrição, o campo correspondente<br />

ao distrito onde pretende frequentar o curso.<br />

Todas as acções de formação têm um número limite de participantes,<br />

pelo que sugerimos o envio da candidatura com a maior brevidade<br />

possível. Se o número de inscritos for superior ao previsto, o CEFO-<br />

MAP utilizará os seguintes critérios:<br />

1º Associa<strong>dos</strong> com as quotas <strong>em</strong> dia;<br />

2º Associa<strong>dos</strong> que não tenham frequentado acções de formação<br />

promovidas pelo STFPSN;<br />

3º Associa<strong>dos</strong> cujas categoria pro ssional e habilitações<br />

estejam adequadas ao curso a que se inscreve;<br />

4ª Antiguidade como associado do <strong>Sindicato</strong>.<br />

A participação nas acções de formação (Intra ou co- anciadas) será<br />

gratuita, não havendo lugar a qualquer pagamento por parte <strong>dos</strong><br />

associa<strong>dos</strong>.<br />

No que concerne aos trabalhadores não sócios que pretendam frequentar<br />

as acções de formação, aplicam-se as seguintes condições:<br />

- Inscrição no <strong>Sindicato</strong>, ou;<br />

- Pagamento de uma taxa de inscrição, cujo valor depende da duração<br />

do respectivo curso.<br />

Será s<strong>em</strong>pre previamente considerada a existência de vaga.<br />

Negociação colectiva no âmbito RCTFP 24h<br />

Lei 59/2008 – Regime Jurídico do Contrato de<br />

trabalho <strong>em</strong> <strong>Funções</strong> <strong>Pública</strong>s<br />

35h


DESIGNAÇÃO DESTINATÁRIO<br />

Regime <strong>dos</strong> acidentes de trabalho e doenças pro ssionais 24h<br />

Regime de Vínculos de Carreiras e de R<strong>em</strong>unerações <strong>dos</strong><br />

<strong>Trabalhadores</strong> da AP<br />

Sist<strong>em</strong>a de Avaliação de Des<strong>em</strong>penho <strong>dos</strong> <strong>Trabalhadores</strong> da<br />

AP<br />

Lei 59/2008 – Regime Jurídico do Contrato de Trabalho <strong>em</strong><br />

<strong>Funções</strong> <strong>Pública</strong>s<br />

Assistentes Técnicos e Técnicos Superiores<br />

da AP<br />

24h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

18h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

35h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

Lei 7/2009 – Código do Trabalho 30h<br />

To<strong>dos</strong> os trabalhadores de Contrato Individual<br />

de Trabalho (IPSS,EPE, Misericórdias)<br />

Mobilidade especial / Mobilidade geral 18h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

Direitos e Deveres (formação inicial) 18h Assistentes Operacionais<br />

Procedimento Administrativo e Medidas de Modernização<br />

Administrativa<br />

18h Assistentes Técnicos e Técnicos Superiores<br />

A contratação de recursos humanos na Administração <strong>Pública</strong>:<br />

Contrato de Trabalho e aquisição de serviços<br />

21h Assistentes Técnicos e Técnicos Superiores<br />

Regime de Protecção Social na Administração <strong>Pública</strong> 21h Assistentes Técnicos e Técnicos Superiores<br />

Gestão de Stress e Emoções 24h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

Gestão de Con itos 18h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

Envelhecimento – perspectivas e representações 24h<br />

Atitudes assertivas <strong>em</strong> contexto escolar 18h<br />

Desenvolver actividades pedagógicas e lúdicas nas creches<br />

e jardins de infância<br />

Crianças e jovens com necessidades educativas especiais –<br />

O papel do auxiliar de acção educativa<br />

Plano o cial de contabilidade pública (POCP) 30h<br />

Fundo e Maneio: Tesouraria líquida 12h<br />

Contabilidade <strong>Pública</strong> e Gestão Orçamental 30h<br />

18h<br />

18h<br />

<strong>Trabalhadores</strong> que prestam apoio, ao i<strong>dos</strong>o,<br />

nos lares e instituições particulares de solidariedade<br />

social<br />

<strong>Trabalhadores</strong> que prestam apoio, às crianças<br />

e jovens, nas escolas<br />

<strong>Trabalhadores</strong> que prestam apoio, às crianças,<br />

nas creches e jardins de infância<br />

<strong>Trabalhadores</strong> que prestam apoio, às crianças<br />

e jovens com de ciência<br />

Dirigentes e Técnicos da AP que participam,<br />

contribu<strong>em</strong> ou são responsáveis pela aplicação<br />

do Plano O cial de Contabilidade <strong>Pública</strong><br />

(POPC) ou planos sectoriais<br />

Técnicos superiores, assistentes técnicos e<br />

to<strong>dos</strong> os trabalhadores que exerçam ou venham<br />

a exercer funções nesta área<br />

Técnicos superiores, assistentes técnicos e<br />

to<strong>dos</strong> os trabalhadores que exerçam ou venham<br />

a exercer funções na área da contabilidade<br />

pública<br />

Utilização Fundamental de Ferramentas do Offíce (Iniciação) 24h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

Gestão e manipulação de aplicações informáticas de processamento<br />

de texto (intermédio)<br />

24h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

Gestão e manipulação de aplicações informáticas de folha<br />

de cálculo (intermédio)<br />

24h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

PowerPoint para apresentação (iniciação/intermédio) 18h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

Utilização Fundamental do Sist<strong>em</strong>a Operativo Windows 8 12h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

Utilização e gestão da aplicação Microsoft Outlook 12h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

“ABC” da Nutrição 18h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

Avaliação de riscos pro ssionais – I 18h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

Controlo de riscos pro ssionais – II 18h<br />

Equipas de intervenção no combate a incêndios/primeiros<br />

socorros<br />

Combate a Incêndios Urbanos e Industriais – Nível I 35h<br />

<strong>Trabalhadores</strong> que tenham frequentado um<br />

curso de “Avaliação de riscos pro ssionais”<br />

30h <strong>Trabalhadores</strong> <strong>em</strong> geral da AP<br />

Formação especí ca para Bombeiros, Guardas<br />

Florestais e Vigilantes da Natureza<br />

Combate a Incêndios Urbanos e Industriais – Nível II 35h<br />

Formação especí ca para Bombeiros, Guardas<br />

Florestais e Vigilantes da Natureza<br />

Defesa pessoal 24h Formação especí ca para Polícias Municipais<br />

21<br />

EDITORIAL<br />

Formação


Protocolos 22<br />

PROTOCOLOS<br />

RECENTES 2013<br />

SAÚDE<br />

DOMLAB<br />

SERVIÇOS DE SAÚDE<br />

Serviços ao domicílio: Porto, VN Gaia, Maia, Matosinhos,<br />

Gondomar, Valongo, Braga (centro)<br />

Telefone: 916631447 (marcações e esclarecimentos)<br />

E-mail: dom.lab.2@gmail.com<br />

Recolha de colheita de material biológico ao domicílio.<br />

A deslocação <strong>dos</strong> técnicos é completamente gratuita,<br />

pelo que os associa<strong>dos</strong>, trabalhadores STFPSN e seus<br />

familiares directos, apenas pagarão as taxas referentes<br />

às análises requisitadas, de acordo com o sist<strong>em</strong>a de<br />

Saúde que possu<strong>em</strong>. O pagamento deverá ser efectuado<br />

aquando da colheita no domicílio.<br />

As colheitas são efectuadas por técnicos credencia<strong>dos</strong>,<br />

licencia<strong>dos</strong> <strong>em</strong> Análises Clínicas e Microbiologia. A<br />

execução das análises é efectuada no Laboratório S.<br />

Lázaro, certi cado pelo SGS. O transporte das amostras<br />

é efectuado segundo as normas de Boas Práticas<br />

exigidas, assegurando toda a qualidade de fase préanalítica.<br />

As entidades com as quais o Laboratório t<strong>em</strong><br />

convenção são: ARS (serviço nacional de saúde);<br />

ADSE, ADME, PSP, GNR, SAMS (norte), SAMS Quadros,<br />

SAMS SIBS, CGD, Medis, Multicare, Advance Care,<br />

Allianz, Saúde Prime.<br />

OPTISER<br />

ÓPTICA E SERVIÇOS<br />

Rua da Paz, 66, 1º, sala 14 – 4050-461 Porto<br />

geral@optiser.com<br />

Este protocolo destina-se a to<strong>dos</strong> os colaboradores e<br />

associa<strong>dos</strong> STFPSN, seus familiares, e inclui:<br />

- Oferta de todas as consultas;<br />

- Oferta de uma armação à escolha;<br />

- Oferta de um mês de adaptação a lentes de contacto;<br />

- Oferta Cartão Optiser após a primeira compra.<br />

FARMÁCIA<br />

COSTA CABRAL<br />

Rua de Costa Cabral, nº 1832 – 4200-216 Porto<br />

Telefone.: 225020708<br />

E-mail: mail@farmaciacostacabral.com<br />

Redução de 15% nos medicamentos<br />

Redução de 15% nos produtos de dermocosmética<br />

Redução de 15% noutros produtos<br />

SOFIA MARTINS & SANTOS,<br />

SERVIÇOS MÉDICOS, LDA.<br />

Praceta Francisco Borges, nº 119 – 4200-310 Paranhos<br />

Redução de 20% <strong>em</strong> consultas médicas. Redução de<br />

10% <strong>em</strong> procedimentos de enfermag<strong>em</strong> e <strong>em</strong> atendimentos<br />

ao domicílio. Redução de 5% <strong>em</strong> procedimentos<br />

de sioterapia, terapias compl<strong>em</strong>entares e realização<br />

de electrocardiogramas. Acesso gratuito a uma<br />

consulta de check-up anual completo, com um limite<br />

máximo de uma consulta por liado sindical.<br />

Ser associado STFPSN é também ser bene ciário<br />

de um variadíssimo conjunto de protocolos estabeleci<strong>dos</strong><br />

com diversas entidades ou instituições,<br />

obtendo signi cativas vantagens na aquisição <strong>dos</strong><br />

seus produtos e serviços. Salientamos os acor<strong>dos</strong><br />

celebra<strong>dos</strong> recent<strong>em</strong>ente, podendo ser consulta<strong>dos</strong><br />

no nosso site, <strong>em</strong> www.stfpn.pt (separador<br />

<strong>dos</strong> serviços), à s<strong>em</strong>elhança <strong>dos</strong> restantes:<br />

LAR DE IDOSOS, BERÇÁRIO<br />

E CRECHE, BEM CRESCER, LDA.<br />

Rua Ferreira Car<strong>dos</strong>o, 131 – 4420-047 Gondomar<br />

Tel<strong>em</strong>óvel: 91 112 12 24<br />

Redução de 10% sobre os valores das mensalidades,<br />

tanto no berçário e creche, como na frequência de Lar<br />

de I<strong>dos</strong>os<br />

BEM ME QUERO – CENTRO DE<br />

BEM ESTAR E EMAGRECIMENTO<br />

Rua 25 de Abril, nº 88-lj. 11 – 4420-356 Gondomar<br />

Telefones.: 224839517 / 934239003<br />

www.centrob<strong>em</strong>mequero.webnode.pt<br />

Redução de 15% <strong>em</strong> to<strong>dos</strong> os tratamentos de <strong>em</strong>agrecimento.<br />

Redução de 10% <strong>em</strong> to<strong>dos</strong> os tratamentos de<br />

rosto. Redução de 10% <strong>em</strong> massagens. Redução de 10%<br />

<strong>em</strong> toda a gama de cosmética.<br />

TEMPOS LIVRES<br />

ACE TEATRO DO BOLHÃO<br />

Redução de 40% sobre o preço <strong>dos</strong> bilhetes <strong>dos</strong> espectáculos,<br />

por si produzi<strong>dos</strong>, a realizar no seu Auditório.<br />

Redução de 60% para ver os espectáculos caso se trate<br />

de um grupo de 10 associa<strong>dos</strong>. Redução de 10% sobre<br />

as diversas Formações e O cinas promovidas pela<br />

ACE Formação e Produção.<br />

DOURO ACIMA – TRANSPORTES,<br />

TURISMO E RESTAURAÇÃO, LDA<br />

R. <strong>dos</strong> Canastreiros, 40 – 4050 Porto – Tlf. 22 006 418<br />

E-mail: geral@douroacima.pt<br />

Redução de 15% <strong>em</strong> todas as viagens de barco, para<br />

qualquer itinerário no Rio Douro e na Ria de Aveiro,<br />

b<strong>em</strong> como circuitos panorâmicos City Sightseeing Porto,<br />

Aveiro, Lisboa, Portimão, Albufeira e Funchal.<br />

Nos restaurantes “Chez Lapin” e “Vitorino”, a redução é<br />

de 10% quando o pagamento é feito <strong>em</strong> dinheiro e de<br />

5% quando o pagamento é realizado por multibanco.<br />

No restaurante “Downing Street”, exclusivo para grupos,<br />

o desconto a praticar deverá ser estipulado mediante<br />

o serviço <strong>em</strong> questão.<br />

OUTROS<br />

A DIFERENÇA, LDA.<br />

SERVIÇOS DE LIMPEZA<br />

Rua Cónego Rafael Álvares da Costa, nº 144, r/c<br />

4715-288 Braga<br />

Redução de 15% <strong>em</strong> limpeza doméstica. Redução de<br />

10% <strong>em</strong> limpeza de escritórios. Redução de 10% <strong>em</strong><br />

limpeza de vidraria. Redução de 10% <strong>em</strong> limpeza doméstica<br />

esporádica. Com avença ou contratos. Zona de<br />

intervenção até 20km da cidade de Braga.


SEGURO DE SAÚDE VICTORIA 2013<br />

JÁ ESTÁ EM VIGOR O SEGURO<br />

EXCLUSIVO E GRATUITO PARA<br />

OS ASSOCIADOS DO STFPSN!<br />

O STFPSN, <strong>em</strong> parceria com a Victoria<br />

Seguros e a mediadora PAS,<br />

desenvolveu um Plano de Saúde<br />

para responder às necessidades e<br />

preocupações <strong>dos</strong> seus associa<strong>dos</strong><br />

e respectivos familiares. Em consequência<br />

desta iniciativa, os associa<strong>dos</strong><br />

do STFPSN pod<strong>em</strong> usufruir de<br />

um Plano A, inteiramente gratuito,<br />

com as seguintes vantagens:<br />

1. Adesão s<strong>em</strong> formalidades clínicas e por indicação<br />

do STFPSN;<br />

2.S<strong>em</strong> período de carência e pré-existências;<br />

3.Coberturas de Internamento Hospitalar (inclui internamento<br />

cirúrgico e internamento não-cirúrgico) e de<br />

Estomatologia;<br />

4.Liberdade de escolha nos cuida<strong>dos</strong> médicos (ver<br />

limites de capitais seguros <strong>em</strong> www.stfpn.pt)<br />

Veja aqui algumas das questões<br />

que os associa<strong>dos</strong> do STFPSN mais<br />

frequent<strong>em</strong>ente têm colocado acerca<br />

do seguro. Informe-se, esclareça-se e<br />

proteja-se – no STFPSN, sindicalizado<br />

é mais seguro.<br />

Qual o valor a pagar pelo Seguro de Saúde?<br />

No que respeita ao Plano A, nenhum. O custo deste<br />

seguro é suportado inteiramente pelo <strong>Sindicato</strong> e é<br />

exclusivo para os seus associa<strong>dos</strong>.<br />

No caso <strong>dos</strong> planos B e C, extensíveis ao agregado<br />

familiar, o valor do prémio a pagar é observado <strong>em</strong><br />

função do Plano contratado (B ou C), da idade, e de<br />

ser ou não aderente de algum subsist<strong>em</strong>a de saúde.<br />

Em qualquer <strong>dos</strong> casos, trata-se s<strong>em</strong>pre de uma oferta<br />

<strong>em</strong> condições muito vantajosas para o associado.<br />

Qual o período de vigência do<br />

Plano A (apólice nº 15020)?<br />

O Plano A está <strong>em</strong> vigor desde as 00.00 horas do dia<br />

1 de Janeiro de 2013 até às 00.00 horas do dia 1 de<br />

Janeiro de 2014.<br />

Qual a finalidade do cartão do Seguro de Saúde?<br />

O cartão permite ao associado/aderente da apólice<br />

identi car-se perante a rede médica de prestadores<br />

de cuida<strong>dos</strong> de saúde convencionada com a Victoria<br />

Seguros – Future Healthcare.<br />

Quais são e onde posso consultar os prestadores da<br />

rede de cuida<strong>dos</strong> de saúde Victoria Seguros – Future<br />

Healthcare?<br />

Os prestadores da rede de cuida<strong>dos</strong> de saúde estão<br />

disponíveis para pesquisa por localidade e especiali-<br />

5.Re<strong>em</strong>bolso de despesas médicas no prazo de 12<br />

dias úteis;<br />

6.Segunda opinião médica internacional: obtenção de<br />

um segundo diagnóstico, sobre outro já existente,<br />

junto de especialistas internacionais.<br />

Adicionalmente, o STFPSN coloca ainda à disposição<br />

<strong>dos</strong> seus associa<strong>dos</strong> os Planos B e C que permit<strong>em</strong> a<br />

contratação de coberturas e capitais mais alarga<strong>dos</strong>:<br />

1. Compl<strong>em</strong>entar ao Plano A para os associa<strong>dos</strong>;<br />

2.Inclusão do agregado familiar, s<strong>em</strong> limite de idade<br />

de permanência;<br />

3.S<strong>em</strong> período de carência desde que a adesão ocorra<br />

no início do contrato ou na data <strong>em</strong> que a pessoa<br />

segura adquira a condição;<br />

4.Coberturas de internamento hospitalar (inclui internamento<br />

cirúrgico e internamento não-cirúrgico);<br />

Parto; Consultas; Tratamentos e Exames; Óculos e<br />

outras Ortoteses e Próteses; Estomatologia e Segunda<br />

Opinião Médica Internacional (ver limites de<br />

capitais seguros <strong>em</strong> www.stfpn.pt);<br />

dade na página electrónica da Victoria Seguros <strong>em</strong>:<br />

http://www.future-healthcare.pt/victoria/rm/rede-m<br />

edica.html<br />

Em caso de dúvidas qu<strong>em</strong> poderei contactar?<br />

Os sócios têm ao seu dispor uma linha directa de<br />

atendimento na Victoria Seguros – 300504035 – para<br />

prestar todas as informações e esclarecimento de<br />

dúvidas relacionadas com o Seguro de Saúde. Adicionalmente,<br />

poderão realizar um contacto presencial<br />

na sede do STFPSN, no Porto, às segundas-feiras,<br />

entre as 14 e as 18 horas.<br />

Como deverei proceder para pedir um re<strong>em</strong>bolso?<br />

To<strong>dos</strong> os pedi<strong>dos</strong> de re<strong>em</strong>bolso deverão ser constituí<strong>dos</strong><br />

pelo formulário Victoria Seguros – Pedido de<br />

Re<strong>em</strong>bolso e pelos originais/cópias, conforme o<br />

caso, <strong>dos</strong> recibos das despesas pagas. Nos casos<br />

<strong>em</strong> que o original do recibo é entregue na ADSE, é<br />

necessário juntar à cópia do recibo o documento da<br />

ADSE indicando a despesa apresentada e montante<br />

comparticipado.<br />

Para onde deverei enviar o Pedido de Re<strong>em</strong>bolso?<br />

Os documentos anteriormente referi<strong>dos</strong> deverão ser<br />

envia<strong>dos</strong> para um <strong>dos</strong> seguintes destinatários:<br />

Mediador: Paulo Albuquerque Seguros – Rua Manuel<br />

Faro Sarmento, nº 175, 4470-464 Maia<br />

STFPSN – Rua Vasco de Lobeira, 47, 4249-009 Porto<br />

Qual o prazo para pagamento do re<strong>em</strong>bolso pedido?<br />

O prazo para pagamento das despesas apresentadas<br />

no âmbito do Seguro, depois do processo estar completo<br />

com a documentação necessária ao pagamento,<br />

é de 12 dias úteis.<br />

23<br />

EDITORIAL<br />

Protocolos


Estudo 24<br />

O estudo<br />

da Mercer<br />

sobre as<br />

r<strong>em</strong>unerações<br />

distorce a<br />

realidade<br />

mas serviu<br />

o Governo<br />

Mais uma vez os trabalhadores da <strong>Função</strong><br />

<strong>Pública</strong> foram objecto de uma campanha<br />

com o objetivo de virar a opinião pública<br />

contra eles. Agora o pretexto utilizado foi<br />

que auferiam r<strong>em</strong>unerações superiores aos<br />

trabalhadores do setor privado. Para isso foi utilizado um<br />

estudo encomendado pelo governo a uma multinacional<br />

MERCER que distorce a realidade e contém erros graves.<br />

Em 2006, o governo de Sócrates encomendou à<br />

multinacional CAPGEMINI a realização de um “Estudo<br />

comparado <strong>dos</strong> sist<strong>em</strong>as de r<strong>em</strong>uneração entre o sector<br />

público e o sector privado”. Esse estudo mostrou que a<br />

generalidade <strong>dos</strong> trabalhadores da <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong> ganhavam<br />

menos do que os do sector privado para idênticas<br />

funções. Segundo este estudo, <strong>em</strong> 2006, a r<strong>em</strong>uneração<br />

de um director geral na Administração <strong>Pública</strong> era<br />

inferior entre -46% e 61,5% à do sector privado; a de um<br />

analista informático era inferior entre - 23% e - 28%; a de<br />

um jurista era inferior entre - 27% e - 31%; a de um economista<br />

era inferior entre - 10% e - 16%; a de um engenheiro<br />

era inferior entre - 40% e - 43%; a de um médico<br />

era inferior <strong>em</strong> - 16,6%; e a de um enfermeiro era inferior<br />

<strong>em</strong> - 36,1%; a de um assistente técnico (administrativo)<br />

era inferior entre - 42,5% e - 47,6%; no grupo de assistentes<br />

operacionais, a de um eletricista era inferior na<br />

Administração <strong>Pública</strong> entre -13,4% e - 47,6%; a de uma<br />

telefonista era inferior <strong>em</strong> -13,6%; e a de um motorista<br />

entre -37,9% e -38,8%.<br />

Em 2012, o governo e a “troika”, ignorando esse<br />

estudo (o SE da Administração <strong>Pública</strong> a rmou que o<br />

desconhecia, o que mostra a forma como são utiliza<strong>dos</strong><br />

os dinheiros públicos), encomendou a MERCER, outra<br />

multinacional, outro estudo, gastando mais muitos milhares<br />

de euros. E para que os resulta<strong>dos</strong> foss<strong>em</strong> diferentes<br />

a MERCER utilizou uma metodologia diferente da<br />

utilizada pela CAPGEMINI. No lugar de calcular os salários<br />

médios do sector privado com base nas r<strong>em</strong>unerações<br />

praticadas pelas pequenas, médias e grandes <strong>em</strong>-<br />

Eugénio Rosa<br />

Economista<br />

presas, como tinha feito a CAPGEMINI, utilizou apenas<br />

as r<strong>em</strong>unerações das pequenas <strong>em</strong>presas que normalmente<br />

pagam r<strong>em</strong>unerações mais baixas. Isso causou<br />

diferenças muito grandes. Por ex., a nível de técnicos<br />

superiores (TS) , os valores da MERCER são inferiores<br />

aos da CAPGEMINI entre - 27.7% e - 50,7%; <strong>em</strong> relação<br />

aos enfermeiros o valor utilizado pela MERCER é inferior<br />

ao da CAPGEMINI <strong>em</strong> 39,5%; a nível de assistentes técnicos<br />

(AT) são inferiores entre - 30% e - 35%; <strong>em</strong> relação<br />

aos assistentes operacionais (AO) os valores da MER-<br />

CER são inferiores entre - 2,3% e - 45,7%. É com r<strong>em</strong>unerações<br />

obtidas desta forma que depois são feitas as<br />

comparações com a <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong>.<br />

Mas as “habilidades” utilizadas pela MERCER para<br />

distorcer a realidade não ficam por aqui. A juntar à anterior<br />

a MERCER não considerou as r<strong>em</strong>unerações efetivamente<br />

recebidas pelos trabalhadores da <strong>Função</strong><br />

<strong>Pública</strong> <strong>em</strong> 2012, mas sim aquelas que eles receberiam<br />

se não tivess<strong>em</strong> n<strong>em</strong> sofrido cortes nas r<strong>em</strong>unerações<br />

n<strong>em</strong> o confisco do subsídio de férias e de Natal. Entrando<br />

com os cortes nas r<strong>em</strong>unerações (entre 3,5% e<br />

16%) e com o confisco do subsídio de férias e de Natal,<br />

as r<strong>em</strong>unerações efetivamente recebidas pelos trabalhadores<br />

da <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong> foram inferiores, <strong>em</strong> média,<br />

<strong>em</strong> 25% às utilizadas pela MERCER no seu estudo, o<br />

que contribui para que o estudo desta <strong>em</strong>presa não<br />

tenha qualquer credibilidade já que distorce totalmente<br />

a situação, a nível de r<strong>em</strong>unerações, entre o setor privado<br />

e o setor público.<br />

E como a criatividade da “MERCER” para agradar<br />

o cliente não t<strong>em</strong> limites criou profissões e r<strong>em</strong>unerações<br />

virtuais para estabelecer comparações com r<strong>em</strong>unerações<br />

de profissões que exist<strong>em</strong> na Administração<br />

<strong>Pública</strong>, mas não no sector privado (Forças Armadas,<br />

Forças de Segurança, Inspeções, etc.). Foi desta forma<br />

que a MERCER concluiu que o ganho médio do oficial<br />

das forças armadas, da PSP, da GNR, da chefia tributária,<br />

e da policia judiciária está “abaixo do mercado”,


mas que o ganho médio mensal (GMM) <strong>dos</strong> sargentos,<br />

do Pessoal do SEF está “<strong>em</strong> linha com o mercado” , e<br />

que o ganho das praças das FA, <strong>dos</strong> chefes e <strong>dos</strong> agentes<br />

da PSP, <strong>dos</strong> sargentos e guardas da GNR, do Pessoal<br />

da Administração Tributária e Aduaneira, do Pessoal<br />

de Inspeção, do Bombeiro, da Policia Municipal, do Oficial<br />

de Justiça, da Policia Judiciária e Guarda Prisional,<br />

está “acima do mercado”. E para isso utilizou uma metodologia<br />

a que chama “Mercer IPE”, que t<strong>em</strong> como<br />

base cinco factores – Impacto, Comunicação, Inova,<br />

Conhecimento e Risco – cuja aplicação prática não explica,<br />

permitindo assim que se pense que domina a<br />

aleatoriedade e arbitrariedade.<br />

E foi com base num estudo desta natureza, s<strong>em</strong><br />

credibilidade técnica, que a generalidade <strong>dos</strong> órgãos de<br />

comunicação social intoxicaram a opinião pública, mais<br />

uma vez, contra os trabalhadores da <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong><br />

com o estafado t<strong>em</strong>a de “privilegia<strong>dos</strong>”. Por ex., o Diário<br />

Economico de 19.3.2013, noticiava na 1ª página com<br />

letras garrafais: “Maioria do Estado ganha mais do que<br />

o sector privado”, quando isso era mentira. Outros jornais<br />

e mesmo as TV’s seguiram-lhe o ex<strong>em</strong>plo. Os media,<br />

a não alertar<strong>em</strong> os leitores para os erros e distorções<br />

do estudo da Mercer, acabaram, objectivamente,<br />

por participar numa operação de manipulação e de<br />

engano da opinião pública, já que fizeram passar, como<br />

verdades, mentiras.<br />

Em 2006, o governo de Sócrates contratou a multinacional<br />

CAPGEMINI para elaborar um “Estudo comparado<br />

de sist<strong>em</strong>as de r<strong>em</strong>uneração entre o sector público<br />

e o sector privado”. O objetivo era claro: mostrar que as<br />

r<strong>em</strong>unerações <strong>dos</strong> trabalhadores das Administrações<br />

<strong>Pública</strong>s eram muito superiores aos do sector privado.<br />

Como os resulta<strong>dos</strong> do estudo mostraram precisamente<br />

o contrário, como reconheceu o ex-ministro das Finanças,<br />

Teixeira <strong>dos</strong> Santos, quando o confrontamos durante<br />

o debate do Orçamento do Estado na Ass<strong>em</strong>bleia da<br />

República <strong>em</strong> que participamos, o governo escondeu o<br />

estudo, e esse objetivo foi esquecido, apesar do estudo<br />

ter custado aos contribuintes portugueses muitas centenas<br />

de milhares de euros.<br />

Em 2012, sob o comando da “troika”, o governo<br />

PSD/CDS, ignorando tal estudo (o Secretário de Estado<br />

da Administração <strong>Pública</strong>, na reunião realizada com os<br />

sindicatos da Frente Comum <strong>em</strong> 20.3.2013, afirmou<br />

mesmo que o desconhecia), contratou a multinacional<br />

MERCER para que fizesse novo estudo (“Análise comparativa<br />

das r<strong>em</strong>unerações praticadas no Sector Público<br />

e no sector privado”). Mas agora teve mais cuidado<br />

para que os resulta<strong>dos</strong> foss<strong>em</strong> os deseja<strong>dos</strong>. E para<br />

isso a MERCER utilizou uma metodologia diferente da<br />

usada pela CAPGEMINI. No lugar de utilizar a informação<br />

das r<strong>em</strong>unerações de todas as <strong>em</strong>presas do setor<br />

privado constantes da sua base de da<strong>dos</strong> (Total R<strong>em</strong>uneration<br />

Survey – TRS) que engloba pequenas, médias<br />

e grandes, <strong>em</strong>presas como tinha feito a CAPGIMINI (a<br />

base de da<strong>dos</strong> utilizada pela CAPGEMINI era da MER-<br />

CER como consta do Anexo 2, pág. 397 do seu estu-<br />

do),utilizou apenas a informação das r<strong>em</strong>unerações<br />

referentes às pequenas <strong>em</strong>presas (<strong>em</strong>presas, <strong>em</strong> média,<br />

com 30 trabalhadores e 13 milhões de euros de volume<br />

de negócios), como consta da pág. 47 do seu estudo. E<br />

isto apesar da realidade de uma pequena <strong>em</strong>presa ser<br />

totalmente diferente da do Estado. No entanto, como<br />

estas <strong>em</strong>presas pagam normalmente r<strong>em</strong>unerações<br />

inferiores às pagas pelas médias e pelas grandes <strong>em</strong>presas,<br />

era assim mais fácil mostrar que as r<strong>em</strong>unerações<br />

na <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong> eram superiores às das <strong>em</strong>presas<br />

privadas. Mesmo assim, na reunião que teve com os<br />

sindicatos da Frente Comum da <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong>, o Secretário<br />

de Estado confessou que os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong><br />

ainda não eram os que esperavam, e que o estudo vai<br />

ser “esquecido” pelo governo.<br />

O ESTUDO DA MERCER NÃO TEM<br />

QUALQUER CONSISTENCIA TÉCNICA<br />

E DISTORCE A REALIDADE<br />

Comec<strong>em</strong>os pela representatividade da amostra<br />

das <strong>em</strong>presas privadas cujas r<strong>em</strong>unerações serviram de<br />

base de comparação com as da Administração <strong>Pública</strong><br />

utilizada pela MERCER. Na pág. 46 do seu estudo, a<br />

MERCER diz que t<strong>em</strong> uma base “289 <strong>em</strong>presas do mercado<br />

português, englobando da<strong>dos</strong> referentes a 38.325<br />

colaboradores”. No entanto, nada esclarece como foram<br />

selecionadas estas <strong>em</strong>presas. Por outro lado, e contrariamente<br />

ao que fez a CAPGEMINI para elaborar o estudo<br />

solicitado pelo governo de Sócrates que utilizou todas<br />

as <strong>em</strong>presas daquela base, a MERCER utilizou, naturalmente<br />

porque isso era mais conveniente para os objectivos<br />

do cliente, apenas as <strong>em</strong>presas pertencentes ao<br />

“Percentil 25%”, ou seja, constituído por pequenas <strong>em</strong>presas<br />

(<strong>em</strong> média com 30 trabalhadores), naturalmente<br />

com r<strong>em</strong>unerações mais baixas. Ao reduzir a amostra<br />

desta forma tornou-a menos representativa (o número<br />

de trabalhadores da amostra foi reduzido de 38.325 para<br />

apenas 2.167), o que tornou os resulta<strong>dos</strong> menos consistentes<br />

os quais já tinham sido enviesa<strong>dos</strong> (distorci<strong>dos</strong>)<br />

através da forma como os selecionou dentro das 389<br />

<strong>em</strong>presas da sua base (apenas considerou os salários<br />

<strong>dos</strong> trabalhadores pertencentes a pequenas <strong>em</strong>presas).<br />

Para que o leitor possa car com uma ideia como foram<br />

distorcidas as conclusões vamos comparar as r<strong>em</strong>unerações<br />

do setor privado utiliza<strong>dos</strong> pela CAPGEMINI e pela<br />

MERCER nos respetivos estu<strong>dos</strong> para as comparar com<br />

as do setor público.<br />

O quadro 1 [ver página seguinte], construído com<br />

da<strong>dos</strong> constantes do estudo da CAPGEMINI, permite<br />

car a conhecer quais os valores das r<strong>em</strong>unerações do<br />

setor privado que a MERCER tinha fornecido à CAPGE-<br />

MINI para esta elaborar o seu estudo para o governo de<br />

Sócrates, assim como as diferenças a que chegou entre<br />

as r<strong>em</strong>unerações do sector privado e do sector publico<br />

que não agradaram ao governo.<br />

25<br />

EDITORIAL<br />

Estudo


Estudo 26<br />

Quadro 1 - Diferença das r<strong>em</strong>unerações entre o<br />

setor privado e o setor publico de acordo com<br />

o estudo da CAPGEMINI – 2006<br />

Segundo o estudo da CAPGEMINI, realizado <strong>em</strong><br />

2006, exceptuando o caso <strong>dos</strong> professores (e é um<br />

caso particular que esclarecer<strong>em</strong>os mais à frente), <strong>em</strong><br />

todas as outras profissões as r<strong>em</strong>unerações no Estado<br />

são inferiores às do sector privado, atingindo <strong>em</strong> relação<br />

a certas profissões diferenças muito grandes. Por<br />

ex., a r<strong>em</strong>uneração de um director geral na Administração<br />

era inferior entre - 46% e 61,5% à praticada no<br />

sector privado; a de um analista informático era inferi-<br />

or entre - 23% e - 28%; a de um jurista era inferior entre<br />

- 27% e - 31%; a de um economista era inferior entre<br />

- 10% e - 16%; a de um engenheiro era inferior entre<br />

- 40% e - 43%; a de um médico era inferior <strong>em</strong> - 16,6%;<br />

e a de um enfermeiro era inferior <strong>em</strong> - 36,1%; a de um<br />

assistente técnico (assistente administrativo) era inferior<br />

entre - 42,5% e - 47,6%; no grupo de assistentes<br />

operacionais, a de um electricista era inferior na Administração<br />

<strong>Pública</strong> entre - 13,4% e – 47,6% à do sector<br />

privado; a de um mecânico era inferior entre - 28,5% e<br />

- 46,2%; a de um auxiliar de limpeza era inferior <strong>em</strong> -<br />

31%; a de um telefonista era inferior <strong>em</strong> - 13,6%; e a de<br />

um motorista era inferior entre - 37,9% e - 38,8%.


AS REMUNERAÇÕES DO SECTOR<br />

PRIVADO UTILIZADAS PELA MERCER<br />

EM 2012 SÃO MUITO INFERIORES ÀS<br />

UTILIZADAS, EM 2006, PELA CAPGEMINI<br />

A questão que interessa esclarecer, e que não foi ainda<br />

esclarecida, é a seguinte: Como é que a MERCER conseguiu<br />

chegar a conclusões, <strong>em</strong> muitos caso, diferentes da<br />

que chegou a CAPGEMINI <strong>em</strong> 2006, apesar de ter apoiado<br />

esta última <strong>em</strong>presa pois tinha uma parceria com ela?<br />

O quadro 2, onde constam o valor das r<strong>em</strong>unerações do<br />

sector privado utilizado por cada uma das <strong>em</strong>presas,<br />

mostra de uma forma clara como isso foi conseguido.<br />

27<br />

EDITORIAL<br />

Estudo<br />

Quadro 2<br />

Valor das<br />

r<strong>em</strong>unerações<br />

utilizadas<br />

pela CAPGEMINI<br />

<strong>em</strong> 2006, e pela<br />

MERCER <strong>em</strong> 2012<br />

para comparar com<br />

as r<strong>em</strong>unerações<br />

da Administração<br />

<strong>Pública</strong>


Estudo 28<br />

Quadro 3<br />

Valor das<br />

r<strong>em</strong>unerações<br />

recebidas<br />

pelos trabalhadores<br />

e as<br />

utilizadas pela<br />

MERCER<br />

Exceptuando o caso <strong>dos</strong> médicos, <strong>em</strong> relação a<br />

todas as pro ssões os valores das r<strong>em</strong>unerações do<br />

sector privado utiliza<strong>dos</strong> pela MERCER <strong>em</strong> 2012 são<br />

signi cativamente inferiores aos valores utiliza<strong>dos</strong> pela<br />

CAPGEMINI <strong>em</strong> 2006. Calculando a média <strong>dos</strong> valores<br />

constantes do quadro 2 da CAPEMINI e da MERCER<br />

conclui-se que os desta última são inferiores aos da<br />

primeira <strong>em</strong>presa (CAPGEMINI) <strong>em</strong> cerca de - 22%. No<br />

entanto, exist<strong>em</strong> pro ssões onde a diferença é muito<br />

maior. Por ex., a nível de técnicos superiores (TS) , os<br />

valores da MERCER são inferiores aos da CAPGEMINI<br />

entre - 27.7% e - 50,7%; <strong>em</strong> relação aos enfermeiros o<br />

valor utilizado pela MERCER é inferior ao da CAPGE-<br />

MINI <strong>em</strong> 39,5%; a nível de assistentes técnicos (AT) são<br />

inferiores entre - 30% e - 35%; <strong>em</strong> relação a assistentes<br />

operacionais (AO) os valores da MERCER são inferiores<br />

entre - 2,3% e - 45,7%.<br />

A MERCER NO SEU ESTUDO NÃO<br />

UTILIZA AS REMUNERAÇÕES<br />

EFETIVAMENTE RECEBIDAS<br />

PELOS TRABALHADORES<br />

DA FUNÇÃO PÚBLICA EM 2012<br />

A MERCER sabia certamente que o seu estudo<br />

iria ser divulgado. Para potenciar o ataque aos trabalhadores<br />

da <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong>, e virar contra estes a opinião<br />

pública, a MERCER faz outra habilidade no seu<br />

estudo. Embora faça comparações entre as r<strong>em</strong>unerações<br />

do sector privado e do sector público <strong>em</strong> relação<br />

ao ano de 2012, não considera para tais comparações<br />

as r<strong>em</strong>unerações efectivamente recebidas pelos traba-<br />

Estes da<strong>dos</strong> mostram com clareza a forma como<br />

a MERCER elaborou o seu estudo, e também esclarec<strong>em</strong><br />

por que razão as conclusões a que chegou esta<br />

<strong>em</strong>presa no seu estudo são diferentes das da<br />

CAPGEMINI. E tudo isto ainda se torna mais chocante,<br />

se se tiver presente que, entre 2006 e 2012, as r<strong>em</strong>unerações<br />

no sector privado aumentaram cerca de 16%<br />

segundo o Banco de Portugal, enquanto no setor público<br />

subiram apenas 8% (s<strong>em</strong> ter <strong>em</strong> conta os cortes<br />

de 3,5% a 16% das r<strong>em</strong>unerações <strong>em</strong> 2011-2012 e o<br />

confisco do subsidio de férias e do Natal <strong>em</strong> 2012). A<br />

pergunta que se coloca é naturalmente a seguinte:<br />

Como é que as r<strong>em</strong>unerações no sector privado <strong>em</strong><br />

2012 são inferiores às de 2006 apesar <strong>dos</strong> salários nos<br />

priva<strong>dos</strong> ter<strong>em</strong> aumentado no período 2006-2012,<br />

segundo o Banco de Portugal, cerca de 16%? A resposta<br />

deixo-a ao leitor.<br />

lhadores da <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong>, mas sim aquelas que eles<br />

receberiam se não tivess<strong>em</strong> sofrido cortes n<strong>em</strong> lhes<br />

tivesse sido con scado o subsídio de férias e de Natal.<br />

O quadro 3 mostra a diferença entre as r<strong>em</strong>unerações<br />

da <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong> recebidas efetivamente pelos<br />

trabalhadores <strong>em</strong> 2012, e as consideradas pela<br />

MERCER no seu estudo.<br />

A juntar às “habilidades” anteriores a MERCER<br />

acrescenta ainda mais uma outra: não considerou as<br />

r<strong>em</strong>unerações efectivamente recebidas pelos trabalhadores<br />

da <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong> <strong>em</strong> 2012, mas sim aquelas que<br />

eles receberiam se não tivess<strong>em</strong> n<strong>em</strong> sofrido cortes nas<br />

r<strong>em</strong>unerações n<strong>em</strong> o confisco do subsídio de férias e de<br />

Natal. Entrando com os cortes nas r<strong>em</strong>unerações (entre<br />

3,5% e 16%) e com o confisco do subsídio de férias e de


Natal, as r<strong>em</strong>unerações efectivamente recebidas pelos<br />

trabalhadores da <strong>Função</strong> <strong>Pública</strong> são inferiores, <strong>em</strong> média,<br />

<strong>em</strong> mais de 20% às utilizadas pela MERCER no seu<br />

estudo, o que contribui, mas não é a única razão como<br />

mostramos neste estudo, para que o estudo desta <strong>em</strong>presa<br />

não tenha qualquer credibilidade já que distorce<br />

totalmente a situação, a nível de r<strong>em</strong>unerações, entre o<br />

sector privado e o sector público.<br />

MAS AS “HABILIDADES” DA<br />

MERCER NÃO TERMINARAM<br />

Mesmo <strong>em</strong> relação às pro ssões que não exist<strong>em</strong><br />

no sector privado (forças armadas, forças de segurança,<br />

policias, guardas prisionais, administração tributária,<br />

inspeções, diplomatas, juízes, etc.) a “MERCER”<br />

construiu pro ssões virtuais que designa por “pro ssões<br />

com funções de idêntico valor do sector privado<br />

analisado” (pág. 78 do seu estudo), e com base nelas<br />

determina o “Ganho Médio Mensal” (GMM) e faz comparações.<br />

A “criatividade” da MERCER não t<strong>em</strong> limites<br />

para agradar o cliente. Mas é desta forma, que a MER-<br />

CER conclui que o ganho médio do o cial das forças<br />

armadas, da PSP, da GNR, da che a tributária, e da<br />

policia judiciária está “abaixo do mercado”; mas que o<br />

ganho médio mensal <strong>dos</strong> sargentos, o Pessoal do SEF<br />

está “<strong>em</strong> linha com o mercado” , e que as praças das<br />

FA, os chefes e os agentes da PSP, os sargentos e<br />

guardas da GNR, o Pessoal da Administração Tributária<br />

e Aduaneira, o Pessoal de Inspecção, o bombeiro a<br />

Policia Municipal , O cial de Justiça, a Policia Judiciária<br />

e Guarda Prisional aufer<strong>em</strong> um ganho médio mensal,<br />

que inclui tudo o que receb<strong>em</strong>, que está “acima do<br />

mercado”. E para fazer tudo isto utiliza uma metodologia<br />

a que chama “Mercer IPE”, que t<strong>em</strong> como base<br />

cinco fatores – Impacto, Comunicação, Inova, Conhecimento<br />

e risco – mas cuja aplicação prática não explica,<br />

permitindo assim que se possa pensar que domina<br />

a aleatoriedade e a arbitrariedade.<br />

Em relação aos professores o erro de análise (as<br />

r<strong>em</strong>unerações ser<strong>em</strong> muito elevadas) é evidente,<br />

como afirmaram os dirigentes <strong>dos</strong> respetivos sindicatos.<br />

No sector privado da educação domina a política<br />

de despedir trabalhadores para impedir que, com o<br />

“ “<br />

29<br />

O desaforo da MERCER<br />

ultrapassa os limites<br />

quando, no fim do estudo,<br />

se põe a fazer recomendações<br />

defendendo: (1) “Uma<br />

revisão actual da política<br />

salarial da Administração<br />

<strong>Pública</strong> com o objectivo de<br />

promover um alinhamento<br />

com as práticas r<strong>em</strong>uneratórias<br />

do sector privado;<br />

(2) Uma reflexão sobre o<br />

actual modelo de r<strong>em</strong>uneração<br />

variável da Administração<br />

<strong>Pública</strong> para<br />

impl<strong>em</strong>entar práticas<br />

mais diferenciadoras”<br />

aumento da antiguidade, progridam na carreira e recebam<br />

mais, e de os substituir por professores mais<br />

novos para assim pagar r<strong>em</strong>unerações mais baixas.<br />

Apesar de isso ser uma prática corrente no sector, a<br />

MERCER no seu estudo ignora essa realidade (peso<br />

de antiguidade num e no outro sector) que diferencia<br />

o sector privado do público, distorcendo assim as<br />

conclusões a que chega.<br />

O desaforo da MERCER ultrapassa os limites<br />

quando, no fim do estudo, se põe a fazer recomendações<br />

(pág. 86 do estudo) defendendo: (1) “Uma revisão<br />

actual da política salarial da Administração <strong>Pública</strong><br />

com o objectivo de promover um alinhamento com<br />

as práticas r<strong>em</strong>uneratórias do sector privado; (2) Uma<br />

reflexão sobre o actual modelo de r<strong>em</strong>uneração variável<br />

da Administração <strong>Pública</strong> para impl<strong>em</strong>entar práticas<br />

mais diferenciadoras”. E tudo isto de uma <strong>em</strong>presa<br />

que revela desconhecer totalmente a realidade<br />

actual da Administração <strong>Pública</strong>, ajustando as suas<br />

conclusões aos interesses do cliente. É mais um estudo<br />

que custou aos contribuintes portugueses 65 mil<br />

euros para esquecer, como afirmou o SE da Administração<br />

<strong>Pública</strong>, mas que serviu para manipular mais<br />

uma vez a opinião pública contra os trabalhadores da<br />

<strong>Função</strong> <strong>Pública</strong> com o estafado t<strong>em</strong>a de que são privilegia<strong>dos</strong>,<br />

um t<strong>em</strong>a muito querido a Passos Coelho e<br />

à “troika” nas suas campanhas de propaganda contra<br />

a Administração <strong>Pública</strong> Portuguesa.<br />

INFORMAÇÃO SOBRE<br />

A APOSENTAÇÃO<br />

Vários jornais noticiaram que era intenção do governo<br />

alterar novamente a formula de cálculo da pensão de<br />

aposentação, <strong>em</strong> relação ao t<strong>em</strong>po de serviço até<br />

2005, para a fazer coincidir com a da Segurança Social.<br />

Como tal noticia criou naturalmente intranquilidade <strong>em</strong><br />

muitos trabalhadores, aproveitei a reunião de 20.3.2013<br />

com o Secretário de Estado para o confrontar diretamente<br />

com essa questão. Ele respondeu que o governo<br />

não tencionava alterar a fórmula de cálculo da pensão<br />

de aposentação. A informação vale o que vale, mas<br />

deixo-a aqui para tranquilidade <strong>dos</strong> trabalhadores da<br />

<strong>Função</strong> <strong>Pública</strong>.<br />

Estudo


Opinião 30<br />

Mia Couto<br />

Escritor<br />

Omedo foi um <strong>dos</strong> meus primeiros mestres.<br />

Antes de ganhar con ança <strong>em</strong> celestiais<br />

criaturas aprendi a t<strong>em</strong>er monstros, fantasmas<br />

e d<strong>em</strong>ónios. Os anjos, quando chegaram,<br />

já era para me guardar<strong>em</strong>. Os anjos<br />

actuavam como uma espécie de agentes de segurança<br />

privada das almas. N<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre os que me protegiam<br />

sabiam da diferença entre sentimento e realidade. Isso<br />

acontecia, por ex<strong>em</strong>plo, quando me ensinaram a recear<br />

os desconheci<strong>dos</strong>. Na realidade a maior parte da<br />

violência contra as crianças s<strong>em</strong>pre foi praticada, não<br />

por estranhos, mas por parentes e conheci<strong>dos</strong>.<br />

Os fantasmas que serviam na minha infância reproduziam<br />

esse velho engano de que estamos mais seguros<br />

<strong>em</strong> ambiente que reconhec<strong>em</strong>os. Os meus anjos da<br />

guarda tinham a ingenuidade de acreditar que eu estaria<br />

mais protegido apenas por não me aventurar para<br />

além da fronteira da minha língua, da minha cultura, do<br />

meu território.<br />

O medo foi a nal o mestre que mais me fez desaprender.<br />

Quando deixei a minha casa natal, uma invisível<br />

mão roubava-me a corag<strong>em</strong> de viver e a audácia de<br />

ser eu mesmo. No horizonte vislumbravam-se mais<br />

muros do que estradas. Nessa altura algo me sugeria o<br />

seguinte: que há neste mundo mais medo de coisas<br />

más do que coisas más propriamente ditas.<br />

No Moçambique colonial <strong>em</strong> que nasci e cresci, a narrativa<br />

do medo tinha um invejável casting internacional.<br />

Os chineses que comiam crianças, os chama<strong>dos</strong><br />

terroristas que lutavam pela independência e um ateu<br />

barbudo com um nome al<strong>em</strong>ão. Esses fantasmas tiveram<br />

o m de to<strong>dos</strong> os fantasmas: morreram quando<br />

morreu o medo. Os chineses abriram restaurantes à<br />

nossa porta, os ditos terroristas são hoje governantes<br />

Com<strong>em</strong>orar<br />

o Medo *<br />

respeitáveis e Carl Marx, o ateu barbudo, é um simpático<br />

avô que não deixou descendência.<br />

O preço dessa construção de terror foi, no entanto,<br />

trágico para o continente africano. Em nome da luta<br />

contra o comunismo cometeram-se as mais indizíveis<br />

barbaridades. Em nome da segurança mundial foram<br />

coloca<strong>dos</strong> e conserva<strong>dos</strong> no poder alguns <strong>dos</strong> ditadores<br />

mais sanguinários de toda a história e, a mais grave<br />

dessa longa herança de intervenção externa, é a facilidade<br />

com que as elites africanas continuam a culpar os<br />

outros pelos seus próprios fracassos.<br />

A guerra fria esfriou, mas o maniqueísmo que a sustinha<br />

não desarmou, inventando rapidamente outras<br />

geogra as do medo a oriente e a ocidente e, por que<br />

se trata de entidades d<strong>em</strong>oníacas, não bastam os seculares<br />

meios de governação, precisamos de intervenção<br />

com legitimidade divina.<br />

O que era ideologia passou a ser crença. O que era<br />

política tornou-se religião. O que era religião passou a<br />

ser estratégia de poder. Para fabricar armas é preciso<br />

fabricar inimigos. Para produzir inimigos é imperioso<br />

sustentar fantasmas. A manutenção desse alvoroço<br />

requer um dispendioso aparato e um batalhão de especialistas<br />

que, <strong>em</strong> segredo, tomam decisões <strong>em</strong> nosso<br />

nome.<br />

Eis o que nos diz<strong>em</strong>:<br />

Para superarmos as ameaças domésticas precisamos<br />

de mais polícia, mais prisões, mais segurança privada e<br />

menos privacidade. Para enfrentarmos as ameaças<br />

globais precisamos de mais exércitos, mais serviços<br />

secretos e a suspensão t<strong>em</strong>porária da nossa cidadania.<br />

To<strong>dos</strong> sab<strong>em</strong>os que o caminho verdadeiro t<strong>em</strong> que ser<br />

outro. To<strong>dos</strong> sab<strong>em</strong>os que esse outro caminho poderia<br />

começar, por ex<strong>em</strong>plo, pelo desejo de conhecermos


melhor esses que, de um e de outro lado, aprend<strong>em</strong>os<br />

a chamar de “eles”.<br />

Aos adversários políticos e militares juntam-se agora o<br />

clima, a d<strong>em</strong>ogra a e as epid<strong>em</strong>ias. O sentimento que<br />

se criou é o seguinte: a realidade é perigosa, a natureza<br />

é traiçoeira e a humanidade, imprevisível.<br />

Viv<strong>em</strong>os como cidadãos e como espécie <strong>em</strong> permanente<br />

situação de <strong>em</strong>ergência. Como <strong>em</strong> qualquer outro<br />

estado de sítio as liberdades individuais dev<strong>em</strong> ser<br />

contidas, a privacidade pode ser invadida e a racionalidade<br />

deve ser suspensa.<br />

Todas essas restrições serv<strong>em</strong> para que não sejam<br />

feitas perguntas, como por ex<strong>em</strong>plo estas:<br />

· Por que motivo a crise nanceira não atingiu a indústria<br />

do armamento?<br />

· Por que motivo se gastou, apenas no ano passado,<br />

um trilião e meio de dólares <strong>em</strong> armamento militar?<br />

· Por que razão os que hoje tentam proteger os civis na<br />

Líbia são exactamente os que mais armas venderam ao<br />

regime do coronel Kada ?<br />

· Por que motivo se realizam mais s<strong>em</strong>inários sobre<br />

segurança do que sobre justiça?<br />

Se quer<strong>em</strong>os resolver e não apenas discutir a segurança<br />

mundial, ter<strong>em</strong>os que enfrentar ameaças b<strong>em</strong> reais<br />

e urgentes. Há uma arma de destruição maciça que<br />

está sendo usada to<strong>dos</strong> os dias,<strong>em</strong> todo o mundo, s<strong>em</strong><br />

que seja preciso o pretexto da guerra, essa<br />

arma chama-se fome! Em pleno século XXI, um <strong>em</strong><br />

cada seis seres humanos passa<br />

fome.<br />

O custo para superar a fome mundial seria uma fracção<br />

muito pequena do que se gasta <strong>em</strong> armamento. A<br />

fome será, s<strong>em</strong> dúvida, a maior causa de insegurança<br />

do nosso t<strong>em</strong>po.<br />

Mencionarei ainda uma outra silenciada violência. Em<br />

todo o mundo uma <strong>em</strong> cada três mulheres, foi ou será,<br />

vítima de violência física ou sexual durante o seu t<strong>em</strong>po<br />

de vida. É verdade que sobre uma grande parte do<br />

“<br />

31<br />

Os que trabalham têm<br />

medo de perder o trabalho;<br />

os que não trabalham<br />

têm medo de<br />

nunca encontrar trabalho;<br />

quando não têm<br />

medo da fome têm<br />

medo da comida; os<br />

civis têm medo <strong>dos</strong><br />

militares; os militares<br />

têm medo da falta de<br />

armas e as armas têm<br />

medo da falta de guerras<br />

e, se calhar, acrescento<br />

agora eu, há<br />

qu<strong>em</strong> tenha medo que<br />

o medo acabe.“<br />

nosso planeta pesa uma condenação antecipada pelo<br />

facto simples de ser<strong>em</strong> mulheres.<br />

A nossa indignação porém é b<strong>em</strong> menor que o medo!<br />

S<strong>em</strong> darmos conta fomos converti<strong>dos</strong> <strong>em</strong> solda<strong>dos</strong> de<br />

um exército s<strong>em</strong> nome e, como militares s<strong>em</strong> farda,<br />

deixamos de questionar. Deixamos de fazer perguntas<br />

e discutir razões. As questões de ética são esquecidas,<br />

porque está provada a barbaridade <strong>dos</strong> outros e, porque<br />

estamos <strong>em</strong> guerra, não t<strong>em</strong>os que fazer prova de<br />

coerência, n<strong>em</strong> de ética n<strong>em</strong> de legalidade.<br />

É sintomático que a única construção humana que<br />

pode ser vista do espaço seja uma muralha, a Grande<br />

Muralha, que foi erguida para proteger a China das<br />

guerras e das invasões. A Muralha não evitou con itos<br />

n<strong>em</strong> parou os invasores. Possivelmente morreram mais<br />

chineses construindo a muralha do que vítimas das<br />

invasões que realmente aconteceram. Diz-se que alguns<br />

trabalhadores que morreram foram <strong>em</strong>pareda<strong>dos</strong><br />

na sua própria construção. Esses corpos converti<strong>dos</strong><br />

<strong>em</strong> muro e pedra, são uma metáfora do quanto o<br />

medo nos pode aprisionar.<br />

Há muros que separam nações, há muros que divid<strong>em</strong><br />

pobres e ricos mas não há hoje no mundo um muro<br />

que separe os que têm medo <strong>dos</strong> que não têm medo.<br />

Sob as mesmas nuvens cinzentas viv<strong>em</strong>os to<strong>dos</strong> nós,<br />

do sul e do norte, do ocidente e do oriente.<br />

Citarei Eduardo Galiano acerca disto, que é o medo<br />

global, e dizer:<br />

Os que trabalham têm medo de perder o trabalho; os<br />

que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho;<br />

quando não têm medo da fome têm medo da<br />

comida; os civis têm medo <strong>dos</strong> militares; os militares<br />

têm medo da falta de armas e as armas têm medo da<br />

falta de guerras e, se calhar, acrescento agora eu, há<br />

qu<strong>em</strong> tenha medo que o medo acabe.<br />

* Mia Couto, escritor, proferiu esta intervenção<br />

<strong>em</strong> 2011 na Conferência de Segurança do Estoril<br />

EDITORIAL<br />

Opinião

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