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Jesus, luz do mundo - Fernando Pinheiro

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FERNANDO PINHEIRO - 228<br />

Então disse Caifás: – o que respondes?<br />

Tu bem vês que te acusam. – Mas o Cristo<br />

Sacudiu a cabeça tristemente,<br />

Encarou, suspiran<strong>do</strong> os delatores,<br />

E conservou–se mu<strong>do</strong>. Urgia o tempo.<br />

Convinha abreviar o atroz processo,<br />

Achar um vão pretexto, um qualquer meio,<br />

De consumar o infausto sacrifício.<br />

Retira–se Caifás. Desprotegi<strong>do</strong><br />

Ficou <strong>Jesus</strong>, sozinho exposto à sanha<br />

Do vulgacho grosseiro, e às zombarias<br />

Dos deprava<strong>do</strong>s, ímpios quadrilheiros.<br />

VI<br />

O fúlgi<strong>do</strong> clarão da estrela d´Alva<br />

Derrama–se no espaço, a rósea aurora<br />

Pouco a pouco adelgaça o céu cinéreo<br />

Que flutua nas portas <strong>do</strong> Oriente;<br />

Áureos, fulvos listões, faixas purpúreas,<br />

Brancas, argênteas franjas, atravessam<br />

As regiões festivas, onde assoma<br />

Cada dia mais forte em seus <strong>do</strong>mínios<br />

O rei das estações. No grande pátio<br />

Da casa de Caifás, sempre tristonho,<br />

Meditabun<strong>do</strong> sempre, Simão Pedro<br />

Vela perto <strong>do</strong> fogo; os ociosos<br />

Continuam as práticas estultas,<br />

Os solta<strong>do</strong>s estiram-se rosnan<strong>do</strong><br />

Sobre as lájeas <strong>do</strong> chão; mas, uma escrava<br />

Que desce nesse instante ao peristilo,<br />

Pára, surpresa, atenta considera<br />

O pobre pesca<strong>do</strong>r: – Bem o conheço,<br />

Diz a vil criatura a seus parceiros,

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