ROCHAS CARBONÁTICAS José Ferreira de Sousa ... - Cetem
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Tabela 2 - Composição química dos fácies <strong>de</strong> areias e/ou cascalhos <strong>de</strong> Halimeda<br />
e areias e/ou cascalhos bio<strong>de</strong>tríticos.<br />
Areias e/ou cascalhos Areias e/ou cascalhos<br />
<strong>de</strong> Halimeda % Bio<strong>de</strong>tríticos %<br />
CaCO3 59,50 - 98,00 56,70 - 97,40<br />
Cálcio 23,80 - 37,60 18,50 - 33,60<br />
Magnésio 0,32 - 2,16 1,66 - 2,99<br />
Sódio 1,76 - 4,49 0,97 - 3,24<br />
Potássio 0,07 - 0,39 0,09 - 0,53<br />
Lítio 0,23 - 0,35 0,15 - 0,20<br />
Ferro 0,01 - 0,09 0,03 - 0,14<br />
Fonte: Freire, (1985)<br />
Os valores <strong>de</strong> matéria orgânica<br />
encontrados nas amostras <strong>de</strong> bioclastos<br />
dos tipos dominantes variam <strong>de</strong> 0,162 a<br />
0,677% nos <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> areias e/ou<br />
cascalhos <strong>de</strong> Halimeda e 0185 a 0,571 %<br />
nos <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> areias e/ou cascalhos<br />
bio<strong>de</strong>tríticos, enquanto os teores <strong>de</strong><br />
carbono variam <strong>de</strong> 0,84 a 3,52 % nos<br />
primeiros e 0,96 a 2,97 % nos últimos.<br />
Segundo Cavalcanti e Freire (2004),<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> fundo carbonático na<br />
plataforma continental do Ceará somente é<br />
predominante a profundida<strong>de</strong>s superiores a<br />
15 metros, on<strong>de</strong> a razão <strong>de</strong> sedimentação<br />
terrígena tem sido muito pequena, pois os<br />
sedimentos erodidos do continente apresentam<br />
uma taxa <strong>de</strong> sedimentação inferior à taxa <strong>de</strong><br />
crescimento dos organismos, ocasionando,<br />
conseqüentemente, um ambiente susceptível<br />
ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> algas calcárias.<br />
Devido a essa fraca sedimentação, o<br />
substrato torna-se favorável ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> organismos epifaunais, produtores<br />
<strong>de</strong> carbonatos, o que não ocorre nas<br />
profundida<strong>de</strong>s inferiores a 15 metros, on<strong>de</strong><br />
a energia das ondas e correntes, juntamente<br />
com o aporte <strong>de</strong> sedimentos terrígenos,<br />
dificultam o crescimento das algas,<br />
ocasionando o predomínio da sedimentação<br />
terrígena.<br />
As areias e cascalhos bioclásticos<br />
marinhos, formados <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> algas<br />
calcárias, possuem inúmeras aplicações.<br />
Entre as mais comuns tem-se: na agricultura,<br />
como fertilizante; no tratamento <strong>de</strong><br />
água; como complemento alimentar e<br />
agente antiácido; como implante em cirurgia<br />
óssea; na nutrição animal e na indústria <strong>de</strong><br />
cosméticos.<br />
No Brasil, estão sendo <strong>de</strong>senvolvidas<br />
pesquisas para a utilização <strong>de</strong><br />
calcário marinho algálico na agricultura e<br />
pecuária, as quais têm mostrado excelentes<br />
resultados. Na agricultura, po<strong>de</strong>mos citar<br />
resultados <strong>de</strong> um trabalho experimental<br />
realizado no cultivo <strong>de</strong> soja, em que houve<br />
a redução em até 40 % no uso <strong>de</strong> NPK,<br />
substituindo-o por farinha <strong>de</strong> algas (bioclástico<br />
marinho algálico moído), tendo sido<br />
alcançado um aumento <strong>de</strong> 20 % na<br />
produtivida<strong>de</strong> final. A redução do uso <strong>de</strong><br />
NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) traduzse<br />
por uma expressiva economia nos volumes<br />
<strong>de</strong> adubos e fertilizantes importados,<br />
além do expressivo ganho em produtivida<strong>de</strong>.<br />
Na pecuária, foram realizados<br />
experimentos com o uso <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> algas<br />
(bioclástico marinho algálico moído) na<br />
suplementação mineral <strong>de</strong> bovinos <strong>de</strong> corte<br />
nos municípios <strong>de</strong> Turvânia (GO) e<br />
Canarana (MT), que mostraram significativo<br />
ganho <strong>de</strong> peso, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 23%, além <strong>de</strong><br />
tratar-se <strong>de</strong> produto natural, sem qualquer<br />
adição química.<br />
A França, há mais <strong>de</strong> 50 anos, se<br />
<strong>de</strong>staca como o principal produtor e<br />
distribuidor mundial <strong>de</strong> produtos oriundos <strong>de</strong><br />
bioclásticos marinhos, com uma produção,<br />
em 2002, somente na região da Bretanha,<br />
da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 470.000m 3 (maerl, principalmente,<br />
e areias calcárias).