texto completo - Projeto Aves Marinhas
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Ecologia Trófica de Macroinvertebrados e Peixes Demersais na Armação do Itapocoroy, Penha, SC. (LUNARDON-BRANCO, 2000)<br />
De acordo com os trabalhos realizados por HAEFNER (1990) em Mullet<br />
Bay (Bermuda), a dieta de C. ornatus é semelhante à encontrada na Enseada<br />
do Itapocoroy, entretanto HAEFNER (op.cit.) destaca os Mollusca como a<br />
categoria de maior importância, o que é justificado pela sua abundância<br />
naquela região. A falta de trabalhos sobre o inventariamento da fauna marinha<br />
na Armação do Itapocoroy não permite relacionar com a abundância desses<br />
grupos na região, entretanto, os resultados indicam que dentre os<br />
invertebrados encontrados na dieta desta espécie, os Bivalvia foram os mais<br />
freqüentes, porém, os Brachyura foram os mais abundantes. MONCADA &<br />
GOMEZ (1980) caracterizam Callinectes ornatus como predador das espécies<br />
do gênero Penaeus. Este fato está relacionado com o padrão de distribuição<br />
das espécies do gênero Callinectes e do gênero Penaeus (WILLIAMS, 1974<br />
apud MONCADA & GOMEZ, op.cit.).<br />
A identificação dos Mollusca, assim como de outras categorias e itens<br />
da dieta de C. ornatus tem sido difícil (MONCADA & GOMEZ, 1980;<br />
HAEFNER, 1990) em virtude da própria estratégia de alimentação que,<br />
quando captura indivíduos de grande porte, fragmenta-os para que possam<br />
ser ingeridos. Por outro lado, aquelas presas de tamanho pequeno são<br />
ingeridos praticamente intactas permitindo sua identificação.<br />
A areia, embora tenha ocupado 9,08% do volume estomacal e ocorrido<br />
em 26,02% dos estômagos, não foi considerada como item ou categoria<br />
alimentar. Esses percentuais justificam-se pelo próprio comportamento da<br />
espécie que, ao manipular o alimento, ingere junto certa quantidade de areia.<br />
BRANCO (1996 a, b) comenta que a grande ingestão de areia para a espécie<br />
Callinectes danae, está provavelmente relacionada com a ingestão de presas.<br />
Em Mullet Bay, MONCADA & GOMEZ (1980) observaram C. ornatus<br />
recolhendo sedimento para dentro da boca com os quelípodes. HAEFNER<br />
(1990) comenta da dificuldade em se avaliar corretamente o valor da areia,<br />
matéria orgânica e sedimento nos estudos de alimentação natural. A matéria<br />
orgânica foi registrada por BRANCO (1996 a, b), para C. danae, na Lagoa da<br />
Conceição (SC), como um item consumido mais intensamente por indivíduos<br />
adultos. Para C. ornatus este item não foi tão representativo, considerando<br />
que as presas encontravam-se bem conservadas. Acredita-se que a matéria<br />
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