texto completo - Projeto Aves Marinhas
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Ecologia Trófica de Macroinvertebrados e Peixes Demersais na Armação do Itapocoroy, Penha, SC. (LUNARDON-BRANCO, 2000)<br />
alimentar bastante diversificado para Luidia clathrata, sendo a categoria<br />
Echinodermata o recurso mais explorado. Neste estudo, esta categoria não foi<br />
utilizada por esta espécie; contudo, para L. senegalensis, fragmentos de<br />
Ophiuroidea foram encontrados, embora estes não tenham sido a principal<br />
fonte alimentar.<br />
Segundo VAZZOLER (1975), a sobreposição alimentar pode estar<br />
relacionada a diversos fatores, como a profundidade em que o predador e a<br />
presa se encontram, disponibilidade das presas, ritmo e ciclo alimentar do<br />
predador e suas intensidades. Na Armação do Itapocoroy, L. clathrata e L.<br />
senegalensis devem alimentar-se no mesmo local, ambas apresentam a<br />
categoria Mollusca como sendo a base da dieta; provavelmente deve ocorrer<br />
uma competição e sobreposição dos nichos de Luidia spp., entretanto a menor<br />
mobilidade de L. clathrata pode ser um dos fatores que justifique a intensidade<br />
da predação da categoria Mollusca. Por outro lado, L. senegalensis, por<br />
apresentar um espectro mais diversificado, suge maior mobilidade e<br />
plasticidade nas estratégias de captura das presas.<br />
Como esses Asteroidea apresentam o hábito de engolir as presas<br />
inteiras, eles podem ser utilizados como coletores de Mollusca para<br />
complementar estudos de inventariamento da malacofauna. BRANCO et al.<br />
(1998), nesta mesma área, encontraram apenas uma das espécies de<br />
Mollusca utilizada como alimento pelas Luidia spp. Isso provavelmente ocorre,<br />
devido ao tamanho da malha do aparelho de amostragem utilizado, uma vez<br />
que muitos Mollusca apresentam tamanho diminuto não sendo retidos pelo<br />
apetrecho de captura.<br />
De modo geral, pode-se considerar que para ambas as espécies, L.<br />
clathrata e L. senegalensis, a categoria Mollusca representa a mais importante<br />
fonte de alimento, o que é corroborado pelos resultados obtidos por HULINGS<br />
& HEMLAY (1963) em Panama City (Florida); por LIMA-VERDE &<br />
MATTHEWS (1969) no litoral do Ceará (Brasil); HALPERN (1970), no litoral<br />
sudeste da Flórida; BITTER & PENCHASZADEH (1983), no Golfo Triste<br />
(Venezuela) e MONTEIRO & PARDO (1994) na Ilha Anchieta (SP, Brasil).<br />
Embora ocorra esta preferência, L. clathrata alimentou-se<br />
exclusivamente de Mollusca o que não ocorreu nos outros locais estudados,<br />
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