Projeto colabora para a profissionalização do comércio de bairros ...

Projeto colabora para a profissionalização
do comércio de bairros de Campo Grande
Rozely, proprietária de lojas de roupas infantis no Coophavila II, está entre os empresários que realizaram mudanças após consultoria
Empresários são capacitados e
assessorados com consultoria, que
identifica pontos críticos nos esta-
belecimentos e elabora diagnósticos
personalizados. As ações melhoram
as práticas empresariais e ajudam no
mulheres do campo fazem
de atividades aprendidas na
infância uma fonte de renda
Mulheres, nascidas e criadas no campo, como as irmãs Valcely
e Sebastiana (foto), de Aparecida do Taboado, transformaram as
atividades aprendidas desde a infância em fonte de renda. Isso ocorreu
com a ajuda do Prolocal, que possibilitou ampliação do mercado e
melhor capacitação das empreendedoras. Elas continuam fazendo
o que sabem e têm o trabalho valorizado.
Pág. 6
lucas pellicioni
aumento das vendas. Projeto teve início
no Coophavila II e deve se expandir a
outros bairros da Capital.
Pág. 3
alimentação
mudança de hábito
aquece segmento de
refeição fora do lar
lucas pellicioni
Pág. 5
empreendedorismo
Com ajuda de uma
bicicleta, empresária
constrói loja na Capital
editora visão
Pág. 9
entrevista
empresária anita fala
sobre atuação no
mercado e-commerce
lucas pellicioni
Pág. 12

Mato Grosso do Sul, março e abril de 2013
eduardo Corrêa riedel
Presidente do Conselho Deliberativo
Estadual do Sebrae/MS
pág. 2
editorial
É cada vez mais expressiva a participação
das micro e pequenas empresas na
economia do País. Fortalecido por instrumentos
de ordem legal que favorecem a
formalização, o já reconhecido espírito
empreendedor do brasileiro encontra
solo fértil para a germinação de novas
iniciativas.
A força dos empreendimentos de
menor porte, aqueles com faturamento
anual de até R$ 3,6 milhões, aparece no
Anuário do Trabalho da Micro e Pequena
Empresa, elaborado pelo Sebrae, em parceria
com o Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A pesquisa aponta que em pouco mais de uma década – de 2000 a 2011
– sete milhões de novos empregos foram criados por empreendimentos com
esse perfil no País. Gerando atualmente 15,6 milhões de postos de trabalho, o
que corresponde a 52% da mão de obra com carteira assinada, as pequenas e
micro empresas se consolidam como as maiores empregadoras do país.
É a desenvoltura de um segmento que não para de crescer e que tem ainda
mais expressividade na economia de MS, onde as micro e pequenas criaram 96,3
mil novos postos de trabalho no mesmo período. Segundo dados do anuário,
atualmente são 185,6 mil os sul-mato-grossenses empregados por micro e
pequenas empresas no Estado.
O Sebrae tem seu trabalho como agente fomentador do empreendedorismo
amplamente reconhecido e esses números têm para nós um significado especial.
É bem verdade que a criação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, a
expressiva redução de tributos trazida pelo Supersimples e a viabilidade de formalização
oferecida pelo programa Microempreendedor Individual (MEI) criaram
um cenário extremamente favorável para a abertura de um novo negócio. Mas
não é pretensão reconhecer que a atuação do Sebrae está por trás de boa parte
deste desenvolvimento.
É o resultado de ações como o projeto que vai atender até dezembro 6,5
mil estabelecimentos de Campo Grande. Em três visitas sequenciais, agentes
do Sebrae realizarão o diagnóstico das necessidades desses empreendimentos,
apontarão soluções relativas à gestão, finanças, atendimento e fluxo de caixa
e, ao final, retornarão para verificar o resultado. Depois da capital, será a vez de
Corumbá receber o projeto, que até o final do ano será estendido para outros
municípios.
O Conexão traz também entrevista com a Anita, a empresária que começou
pequena e hoje sua rede de lojas é referência em calçados e se destaca no
competitivo mundo do e-commerce.
Bons exemplos não nos faltam. Disposição para o trabalho e bons projetos
também. Combinação eficiente para que os números do empreendedorismo
continuem em ascensão.
eXpediente
agende-se!
MISSÃO TÉCNICA DO COMÉRCIO
O Sebrae está com inscrições abertas para missão técnica do
comércio em São Paulo. Podem participar empresários de micro e
pequenas empresas de diversos segmentos, exceto de consultoria.
A saída de Campo Grande será no dia 19 de maio e o retorno está
previsto para o dia 22. No roteiro, há visitas a empresas de referência
nacional e empresas de pequeno porte que se destacam no mercado.
São 25 vagas disponíveis. Informações no 0800-570-0800.
VISITAS ÀS EMPRESAS DE BAIRRO
O Sebrae por meio do projeto Negócio a Negócio oferece serviço
gratuito até novembro para microempresas e empreendedores individuais
de bairros de Campo Grande e algumas cidades do interior.
Trata-se de diagnóstico para avaliar possibilidades de melhoria no
atendimento, layout, vendas, etc. As empresas recebem três visitas de
agentes de orientação. Interessados, devem ligar no 0800-570-0800.
CONCURSO PARA CRIAÇÃO DE GAMES
O Sebrae está com inscrições abertas, até 1º de maio, para o
1º Concurso de Desenvolvimento de Jogos. Os profissionais desenvolvedores
podem criar jogos digitais de ação, aventura, estratégia,
emulação, simulação, quebra-cabeças e RPGs, em aplicativos de
baixa complexidade, para PC-Windows. Dez serão escolhidos para
compor a nova plataforma da entidade de soluções interativas para
universitários. Os prêmios variam de R$ 30 mil a R$ 80 mil. Informações:
https://concursodesenvolvimentodejogos.sebrae.com.br
DECON MS
Micro e pequenas empresas ligadas aos setores de móveis,
decoração e construção civil podem participar da 2ª edição do
Decon MS, que será realizado de 18 a 21 de abril no Pavilhão
Albano Franco em Campo Grande. Na programação, estão
previstas palestras e workshop aos visitantes. No ano passado,
a feira foi visitada por mais de 40 mil pessoas. Outras informações
em www.deconms.com.br ou através das redes sociais:
Facebook www.facebook.com/FeiraDeconms e Twitter: @
deconms.
Presidente do Conselho Deliberativo Estadual: Eduardo Corrêa Riedel Diretor Superintendente: Cláudio George Mendonça Diretor Técnico: Tito Manuel S.B. Estanqueiro
Diretora de Operações: Maristela de Oliveira França Entidades do Conselho Deliberativo Estadual: AMEMS, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Faems, Famasul, Fecomércio,
Fiems, Fundect, Seprotur, UFMS e Sebrae Gerente Unidade de Marketing e Comunicação: Henrique Fracalanza Alves Corrêa Projeto Gráfico: André Coelho Produção, Arte
e Diagramação: Editora Visão Tiragem: 12 mil exemplares Reportagem: Osvaldo Passos Pereira Júnior Edição de textos: Janaína Mansilha Conselho Editorial: Carlos Alberto
Santos do Valle, Carlos Eduardo Cordeiro, Ellen Doretto, Henrique Fracalanza Alves Corrêa , Isabella Carvalho Fernandes, Janaína Mansilha, Liane dos Santos Pereira, Milton César de Oliveira,
Ricardo Luiz Santos, Weksley Lima Ilustração: Caroline Lima Colaboração: Bruno Navarros, Fabiane Neiva e Lucas Pellicioni Sebrae/MS: Av. Mato Grosso, 1661 - Centro - Campo
Grande/MS – CEP: 79002-950 - Fax: (67) 3389-5592 - www.ms.sebrae.com.br / conexao@ms.sebrae.com.br - Fale Conosco: 0800 – 570 – 0800.

Especialistas dão dicas para lucrar mais no comércio de bairro. E serviço gratuito
do Sebrae já está disponível em sete regiões da Capital e interior do MS. Confira:
http://sebrae.ms/radioweb
Projeto melhora a qualidade do
comércio de bairro da Capital
Consultoria identifica pontos críticos das lojas e orienta empresários; ação,
que iniciou no Coophavila II, deve se estender a outras regiões da cidade
empresária Rozely Souza Pereira
A aprendeu a vender na prática. Sua
pré-escola foi um carrinho de pipoca
e a continuidade do conhecimento se
deu durante os 15 anos em que foi
funcionária de uma loja de roupas.
Essa aprendizagem está sendo lapidada
através de projeto do Sebrae-MS e
Associação Comercial e Industrial de
Campo Grande (ACICG), que objetiva
melhorar a qualidade do comércio dos
bairros da Capital, começando pelo
Coophavila II.
“A gente morava em São Gabriel
do Oeste e meu pai era pipoqueiro.
Eu o ajudava quando tinha oito, nove
anos. Foi assim que comecei aprender
a vender”, lembra Rosely. Em Campo
Grande, ela trabalhou, ainda na adolescência,
como babá e, depois, em uma
loja de roupas. Tornou-se sacoleira e,
com o tempo, abriu seu próprio comércio
no Coophavilla II.
A loja de artigos e roupas infantis de
Rozely passou recentemente por série
de mudanças em conformidade com as
orientações recebidas pela consultoria
do Sebrae-MS. “Aumentei a altura do
teto, troquei o ventilador, coloquei vitrine,
instalei luminária, organizei melhor
as mercadorias...”, enumera.
A empresária e os demais empreendedores
do projeto receberam, no
semestre passado, visitas de um consultor,
que identificou pontos críticos
nos estabelecimentos e elaborou diagnósticos
personalizados. Isso ajudou
na melhoria das práticas empresariais
e no avanço do faturamento. Rozely,
por exemplo, estima que suas vendas
aumentaram 15%.
Nova mentalidade
“O projeto está abrindo horizontes”,
afirma Lodomilson Alexandre,
dono de uma drogaria e presidente da
Associação Comercial do Coophavila II.
No seu caso, as mudanças, realizadas
em novembro, ajudaram a melhorar
as vendas já no mês seguinte. “Em
dezembro, vendemos 6,5% acima da
expectativa”, mensura.
O fomento das vendas é consequência
da profissionalização da atividade. Isso
implica uma série de comportamentos,
que não eram, de modo geral, valorizados
pelos empresários. Alexandre enumera
algumas dessas práticas: “Os layouts
interno e externo, a exposição dos produtos,
o relacionamento com os clientes,
a organização do espaço; isso tudo foi
orientado na consultoria”.
Outros bairros
De acordo com Viviane dos Santos,
técnica do Sebrae-MS e responsável
pelo projeto, a meta é estender as ações
lucas pellicioni
A empresária Rozely realizou diversas mudanças em sua loja após a consultoria do projeto
no Coophavila II a 80 empreendimentos
ainda neste ano e, posteriormente, a
outras regiões. Ela explica que outros
bairros – Moreninhas, Estrela Dalva,
Aero Rancho, Estrela do Sul e Júlio de
Castilho – também estão no projeto,
mas, por enquanto, recebem consultorias
apenas conforme a demanda.
Além das orientações sobre melhoria
do espaço e relacionamento com
os clientes, os empresários também
receberam informações sobre linhas
de crédito e taxas de juros. Isso foi feito
durante o Dia do Crédito, realizado em
28 de fevereiro – foi a primeira vez que
o evento aconteceu fora da sede do
Sebrae-MS.
Empresários citados na matéria:
Lodomilson Alexandre
Drogaria América
Telefone: (67) 3373-7066
Rozely Souza Pereira
Mamãe e Bebê
Telefone: (67) 3373-2402
Mato Grosso do Sul, março e abril de 2013
MPEs de MS
criam 96,3 mil
empregos em
dez anos
As micro e pequenas empresas
(MPEs) – que faturam, no máximo,
R$ 3,6 milhões por ano – criaram
96,3 mil empregos em Mato Grosso
do Sul no intervalo de dez anos,
de 2000 a 2011. O dado faz parte
do Anuário do Trabalho da Micro e
Pequena Empresa, elaborado pelo
Sebrae em parceria com o Departamento
Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Conforme o estudo, o setor
que mais empregou foi o comércio,
com criação de 40,8 mil vagas
(55,4% do total). Em segundo
lugar, está a atividade de serviços,
com 30,7% das contratações,
seguida pela indústria (9%) e
construção civil (4,9%).
Para este ano, a tendência é
de continuidade desse quadro.
De acordo com a economista Andreia
Ferreira, supervisora técnica
do escritório do Dieese em Mato
Grosso do Sul, os cenários político
e econômico do País favorecem a
criação de empregos pelas MPEs.
MEIs devem
fazer declaração
até 31 de maio
Microempreendedores Individuais
(MEIs) têm até o dia 31 de
maio para entregar a Declaração
Anual Simplificada (DAS). O documento,
que deve ser enviado
pela internet, representa todo o
faturamento do empresário no
ano anterior. A declaração pode ser
feita de forma gratuita no Portal do
Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br).
pág. 3

Mato Grosso do Sul, março e abril de 2013
Táxi: muito mais que
meio de transporte,
um negócio rentável
Projetos do Sebrae e Sest/Senat oferecem cursos
de capacitação que ajudam os taxistas a perceber
seus táxis como empresas e a lucrar mais
Se um turista pede para ir a uma
parrilla, Roberto não titubeia: leva-o
a uma boa churrascaria de Campo
Grande. Aprender outras línguas
– fez espanhol e, agora, estuda inglês
– faz parte dos planos profissionais
de Roberto Dalosto Bicca, 30 anos,
responsável por um empreendimento
de quatro rodas. “Sempre tive essa
visão de que o táxi é uma empresa”,
afirma. E, como toda empresa, o táxi
demanda investimentos, o que passa
pela qualificação do taxista.
Bicca não precisou desembolsar
um centavo para ter noções de espanhol
e inglês. Também não gastou
nada para aprender a gerenciar
melhor seu negócio. Além disso, o
estudo não compromete sua rotina
de trabalho. Tudo isso é possibilitado
pelo projeto “Taxista Nota 10”, desenvolvido
pelo Sest/Senat em parceria
com o Sebrae. Em março, havia,
no Estado, 190 alunos matriculados
nos três cursos (inglês, espanhol e
gestão de negócio).
O projeto ingressa no conjunto
de ações que visam preparar profissionais
de diferentes segmentos
para atender às demandas suscitadas
pelos grandes eventos esportivos que
o Brasil sediará nos próximos anos.
Mas as aprendizagens desenvolvidas
pelos taxistas não se restringem às
oportunidades pontuais da Copa
do Mundo e Olimpíadas. Mais que
isso: os cursos ajudam o profissional
pág. 4
a fazer de seu táxi uma empresa
lucrativa.
A coordenadora do projeto,
Ronilda Maria de Rezende, do Sest/
Senat, informa que os taxistas podem
fazer os três cursos, mas não
ao mesmo tempo. Os de idiomas
têm 120 horas cada e o de gestão
de negócios dura 15 meses. Ao
matricular-se, o taxista recebe um
CD, uma cartilha do aluno e uma de
exercícios. Os conteúdos e atividades
se baseiam em situações comuns do
dia a dia do profissional. O estudo é
realizado conforme a disponibilidade
do taxista. “Ele faz o próprio horário,
podendo ouvir o CD e praticar no veículo,
enquanto espera passageiro”,
afirma Ronilda. Ao final do curso, o
profissional agenda e faz uma prova,
observando o prazo mínimo de 90
dias.
Além dos cursos de idiomas, o
taxista pode aprender sobre gestão
de negócios, através do recebimento
em sua residência de informativo
mensal elaborado pelo Sebrae. “Esse
curso está me ajudando bastante na
questão da visão do táxi como negócio.
Fala da importância de ter uma
conversa boa, de manter o carro limpo,
organizado, de como aproveitar
oportunidades para conseguir mais
clientes...”, avalia Bicca.
Ele mostra ter aprendido algo
importante para o crescimento de
qualquer profissional: a qualificação
Para mais informações sobre o projeto Taxista Empreendedor, acesse
www.taxistaempreendedor.com.br
Roberto fez os cursos de idiomas e gestão de negócios. “O mundo é dos qualificados”, diz
constante. “O mundo de hoje é dos
qualificados: quem se qualifica colhe
os resultados”, ensina.
Taxista Empreendedor
Um novo produto destinado a
esse público está saindo do forno
do Sebrae. Trata-se do Taxista Empreendedor,
projeto realizado em
parceria com a TV Brasil. “O objetivo
do curso é fornecer orientações ao
taxista para que ele possa ter melhor
gerenciamento e buscar novas
oportunidades, visualizando seu táxi
como um negócio rentável”, afirma
Weksley Gonçalves de Lima, técnico
do Sebrae/MS.
De acordo com o técnico, o Taxista
Empreendedor possibilita conhecimentos
mais aprofundados que os do
curso gestão de negócios, em razão
da diferença metodológica e do material
didático. Da mesma forma que
o curso anterior, esse também será
a distância, o que exige disciplina
do profissional. No entanto, o aluno
receberá, no momento da inscrição,
um kit (CD, DVD e manual do aluno),
através do qual terá acesso a volume
saiba
editora visão
maior de conteúdo, podendo desenvolver
a aprendizagem por meio de
exercícios.
Entre as temáticas do curso,
estão as seguintes: como fazer do
táxi um negócio rentável; dicas para
atender com qualidade; como fazer o
marketing pessoal; noções de gestão
e controle financeiro; como aproveitar
o potencial turístico da cidade; e
a importância de adotar uma postura
ética no trabalho. As inscrições já
estão em andamento.
As inscrições para os cursos de
idiomas devem ser feitas diretamente
no Sest/Senat. Outras informações
pelo telefone: (67) 3348-8700.
Os interessados em fazer os cursos
de gestão de negócios e do Taxista
Empreendedor devem procurar o
Sebrae. Informações pelo telefone:
3389-5494.
Empreendedor citado na matéria:
Roberto Dalosto Bicca
Taxista
Telefone: (67) 9212-1005

Os empresários Raphael e Laís também conquistaram mercado com a
alimentação saudável. Acesse: empreendedorismoms.wordpress.com
Mato Grosso do Sul, março e abril de 2013
Mudanças no comportamento de consumo
fomentam setor de alimentação fora de casa
Conforme especialista, empresas devem se preparar para atender a consumidores mais exigentes
As transformações no comportamento
de consumo favorecem o
crescimento do mercado da alimentação
fora de casa e exigem inovações das
empresas desse segmento. Praticidade,
oferta de alimentos saudáveis e atenção
à qualidade são alguns dos ingredientes
que devem fazer parte do cardápio do
setor para responder às demandas do
consumidor, que está mais capitalizado,
com menos tempo e melhor informado.
O alerta vem do gestor de projetos do
Instituto ITPC, Lino Bianchini.
Ele observa que a melhoria da renda
estimula o consumo de refeições fora
de casa. Esse tipo de gasto, conforme
o especialista, corresponde, em média,
a 38% do total das despesas mensais
dos brasileiros, patamar próximo a dos
países ricos. A afirmação do especialista
encontra respaldo em um dado do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), que mostra avanço de 50% no
faturamento de empresas do setor de alimentação
entre 2007 e 2010 – trata-se do
maior aumento entre todas as atividades
de serviços que atendem prioritariamente
às famílias.
O consumidor não só destina mais
dinheiro para alimentação, como também
exige mais qualidade. “As pessoas
estão viajando mais. Assim, aumentam
suas referências de consumo”, observa
Bianchini.
Ele afirma que para estar à altura
dessa exigência, a empresa deve, além
de atender bem a seus clientes, buscar
diferenciais, a começar pela valorização
da apresentação dos pratos. Também precisam,
conforme o especialista, oferecer
opções de alimentação saudável e produzida
de modo sustentável, uma vez que
os consumidores estão mais preocupados
com a saúde e com o meio ambiente.
Nesse cenário, a qualificação da mão
de obra se torna imprescindível. Para
Bianchini, as empresas devem investir
na formação profissional e estimular
suas equipes no dia a dia de trabalho.
“Como a rotatividade no emprego é
muito grande, a pequena empresa deve
valorizar seus bons profissionais para não
perdê-los”, afirma.
Toques de chef e saúde
Refeição para quem pretende emagrecer
ou está, simplesmente, preocupa-
lucas pellicioni
Refeições do Donalu; empresário Marcus Vinícius decidiu apostar na apresentação dos pratos
Saladas estão entre as preferências dos clientes do restaurante, conforme propretário
lucas pellicioni
do com a saúde, pode lembrar algo pouco
atrativo no sabor e na aparência. Essa
visão certamente é apagada quando se
está diante de algum prato preparado no
restaurante Donalu, em Campo Grande.
A empresa, antenada com o novo perfil
do consumidor, agrega alimentação saudável
com variedade e beleza. “Tem um
toque de chef na montagem e apresentação
dos pratos”, afirma o nutricionista
Marcus Vinicius Martins de Barros, 32
anos, proprietário do estabelecimento.
Ele conta que a ideia de montar um
restaurante com as características do Do-
nalu surgiu da observação da existência
de uma lacuna no segmento de alimentação
fora de casa em Campo Grande.
“Alguns amigos diziam que era difícil
almoçar fora, porque não havia opções
de refeição mais leve”, afirma.
Marcus, que já era nutricionista,
resolveu, então, aprofundar em sua
formação para abrir um restaurante. Fez
Gastronomia e MBA (Master of Business
Administration) em gestão empresarial
em São Paulo e estudou Marketing de
Alimentos na Espanha. Sentindo-se preparado
para iniciar seu empreendimento,
inaugurou, há três anos, o Donalu com
o diferencial de servir refeições por quilo
com aspectos de pratos a la carte.
“Estamos indo muito bem. As pessoas
têm feito bastante propaganda boca
a boca”, afirma o empresário. O que
chama atenção dos clientes, segundo
Marcus, é a qualidade da apresentação
dos pratos. “São chiques”, define. Para
dimensionar esse aspecto, ele conta que
uma das novidades do restaurante é o
ceviche, refeição peruana feita com filés
de linguado.
Como os frequentadores são, em
geral, pessoas preocupadas com a saúde,
as saladas estão entre as refeições preferidas.
E, segundo o empresário, para que
haja um toque de chef, são colocadas,
nesses pratos, sementes de quinoa, linhaça,
amaranto ou gergelim. Elegância
e saúde afinadas com as exigências do
consumidor mais informado e em busca
de melhor qualidade de vida.
Empresário citado na matéria:
Marcus Vinícius de Barros
Donalu
Telefone: (67) 3305-5712
pág. 5

Mato Grosso do Sul, março e abril de 2013
Sebastiana e Maria, nascidas na área rural, têm retorno financeiro com atividades aprendidas desde meninas
pág. 6
delas. “Antes, quase não vendia farinha.
Era só pra gente mesmo. Só
vendia de vez em quando pra algum
vizinho”, conta Sebastiana.
Com a formalização do negócio
e o trabalho na feira, as duas passaram
a ter uma renda com a atividade
ensinada pela mãe. “A gente tira
mais ou menos R$ 1,5 mil por mês”,
estima Sebastiana. “Essa feira foi
uma bênção!”, acrescenta.
A Feira Livre do Pequeno Produtor
é uma das ações desenvolvidas
pela Prefeitura de Aparecida do Taboado
através do Prolocal. Segundo
a agente de desenvolvimento local,
Cristiane Mendes, o espaço tem 44
boxes e todos estão ocupados.
Além da feira, diversas outras
ações relativas ao Prolocal estão em
andamento ou estão sendo planejadas
pela prefeitura local. Entre as citadas
por Cristiane, estão as seguintes:
capacitação profissional, cadastramento
de pequenos produtores rurais,
elaboração do perfil agropecuário do
município, rodada de negócios para
a indústria, serviços e comércio e
verificação das potencialidades e fragilidades
do turismo da cidade através
de entrevistas com turistas.
Retorno ao campo
Como as irmãs Fagundes, Maria
Rodrigues nasceu e cresceu na área
rural. “Fui criada em um sítio no
Nordeste. Mudei ainda menina pra
Mato Grosso do Sul e continuei no
campo”, conta. Hoje, ela mora no
assentamento Carlos Roberto Soares
de Melo, em Sonora, norte do
Estado, na divisa com Mato Grosso.
As circunstâncias adversas quase
Mulheres de Itaquiraí desenvolvem trabalho artesanal com fibra de
bananeira. Leia mais em www.prolocal.ms.sebrae.com.br/portal
Com o Prolocal, mulheres transformam o
conhecimento da infância em fonte de renda
conhecimento que Maria Ro-
O drigues e Sebastiana Fagundes
da Silva têm sobre produção brotou
da terra. Maria, 51 anos, nasceu no
campo, onde aprendeu a plantar,
criar animais e a produzir alimentos
diversos. Sebastiana, 58, também
nascida na área rural, cresceu produzindo
farinha de mandioca e de
milho. Nos últimos anos, as duas
mulheres inauguraram novo capítulo
em suas vidas: aprenderam a empreender,
transformando o trabalho,
desenvolvido desde a infância, em
renda. Isso foi possível através das
ações do Prolocal (Programa de
Apoio ao Desenvolvimento Econômico
dos Municípios) do Sebrae.
“Nasci e me criei na fazenda”,
afirma Sebastiana, moradora de
Aparecida do Taboado, leste de Mato
Grosso do Sul, na divisa com São
Paulo e Minas Gerais. “Aprendi tudo
com minha mãe, Augusta Fagundes
da Silva, já falecida”, conta.
A mãe continua presente no trabalho
de Sebastiana. Não apenas por
ter ensinado a atividade à filha, mas
também por emprestar seu nome a
um dos pavilhões da Feira Livre do
Pequeno Produtor, onde a empreendedora
vende suas farinhas.
No local, Sebastiana e a irmã,
Valcely, de 65 anos, produzem e
vendem uma variedade de farinhas
– além da de mandioca e de milho,
há também outras menos comuns,
como a de berinjela e de banana.
Produzir essas farinhas não é problema
para as irmãs – afinal, elas têm
familiaridade com o processo de produção
desde meninas. No entanto,
a atividade não era fonte de renda
Sebastiana (à frente) e Valcely com seus familiares no box onde comercializam as farinhas
levaram Maria a trocar o campo pela
cidade. “Eu e meu marido chegamos
a abandonar o sítio, porque a gente
não conseguia produzir nada”, lembra-se.
O retorno foi impulsionado
por iniciativas que possibilitaram a
melhoria de renda do casal. Trata-se
do Programa Balde Cheio – metodologia
de transferência de tecnologia
que colabora para o desenvolvimento
da pecuária leiteira – e do
Programa Nacional de Alimentação
Escolar (Pnae). A participação de
Maria e do marido, José João Pereira,
nesses programas ocorreu após se
formalizarem como empreendedores
individuais, o que foi possibilitado
por ações realizadas pela prefeitura
no âmbito do Prolocal.
Através do Pnae, Maria e José
abastecem escolas de Sonora e de
Coxim com rapadura de cana, colorau
e pão integral. Esse comércio,
Camila Helen de Jesus/ Jornal do Bolsão
somado à venda de leite, traz ao casal
retorno médio mensal de R$ 2,5
mil. “Quando começar a funcionar
o laticínio no assentamento, o rendimento
vai ser maior ainda”, afirma.
E não só a renda que cresce. O
conhecimento de Maria também.
“A prefeitura e o pessoal do Sebrae
têm ajudado muito a gente com
palestras. Aprendi bastante sobre
como administrar o sítio. Isso ajuda
a mudar o nosso jeito, a visão das
coisas”, avalia. E acrescenta: “De
uns três anos pra cá melhorou demais
nossa vida. Antes, a gente não
conseguia produzir, não tinha nada.
Hoje, eu e meu marido estamos bem
e vamos melhor mais ainda”.
Além da melhorar a renda, Maria
realizou uma conquista maior. Ela
conseguiu permanecer no seu universo,
no lugar que conhece desde
a infância: o campo.

Conheça melhor o trabalho dos agentes de desenvolvimento local em
www.prolocal.ms.sebrae.com.br/portal
Mato Grosso do Sul, março e abril de 2013
Após curso, agentes arregaçam as mangas
e partem para a ação em seus municípios
Diagnóstico do empreendedorismo e planejamento de capacitações estão entre as primeiras atividades
Viviane e Michelle estão separadas
por 465 quilômetros, mas se
mostram muito próximas quando o
assunto envolve economia e gestão
municipal. As duas realizaram, em
fevereiro deste ano, o Curso Avançado
de Agente de Desenvolvimento,
ação pioneira do Sebrae/MS. A partir
do curso, elas iniciaram o trabalho,
identificando problemas e buscando
algumas saídas para o crescimento do
empreendedorismo em suas cidades..
“Através do curso, eu pude visualizar
a importância do agente de
desenvolvimento”, afirma Viviane
Cristina Magosso, de Rio Negro.
Numa consonância de pensamento,
Michelle Oliveira do Espírito Santo,
de Corumbá, avalia: “Consegui visualizar
com maior clareza meu papel
no processo de desenvolvimento do
meu município”.
Para começo de trabalho, Viviane
decidiu conhecer a realidade de sua
cidade. Ela contou que está sendo
realizado um levantamento para saber
quem é o empreendedor de Rio
Negro. Nas primeiras entrevistas, a
agente notou que é alto o nível de
desinformação. “Tem muita gente
formalizada, mas sem informações”,
observa.
Para possibilitar maior conhecimento
aos empreendedores, Viviane
planeja levar ao município cursos do
projeto Nascer Bem, do Sebrae.
Parceria com Tribunal de Contas deve agilizar aplicação de Lei Geral
Os benefícios previstos na Lei Geral
devem chegar com mais eficiência
aos empresários de micro e pequenas
empresas a partir desse ano. Através
do Projeto Prosperar, uma parceria
entre o Sebrae, Associação dos
Membros do Tribunal de Contas do
Brasil (Atricon), TCE/MS, Assomasul,
Instituto Rui Barbosa (RB) e o Governo
do Estado, os gestores municipais e
empreendedores serão orientados sobre
a lei durante fóruns regionais a serem
realizados até meados do segundo
semestre.
De acordo com o técnico do Sebrae/
MS, Jorge Tadeu de Barros Veneza, a
parceria é importante pois o Tribunal de
Contas passa a contribuir no acompanhamento
e na capacitação das equipes
técnicas das prefeituras fazendo os
sebrae/ms
Participantes do Curso Avançado de Agente de Desenvolvimento, realizado pelo Sebrae-MS
Michelle também traça ações em
conformidade com as deficiências
do município. Conforme ela, a burocracia
tem sido uma das maiores
responsáveis pela quantidade elevada
de empreendimentos informais em
Corumbá. “Em um primeiro momento
temos como foco a desburocrati-
benefícios da lei chegaram às pequenas
empresas. “Mas é preciso deixar claro
que, neste primeiro momento, a intenção
é orientar os gestores públicos dos
benefícios previstos na Lei Geral”.
Além de dinamizar a execução da
Lei Geral em municípios que já a implantaram,
o projeto deverá expandir
a regulamentação do dispositivo. Em
Mato Grosso do Sul, 13 prefeituras não
zação do processo de abertura de
MPEs”, planeja.
Outro objetivo da prefeitura de
Corumbá é melhorar a qualificação
dos empreendedores. “Pretendemos
realizar um programa de capacitação
para o MEI em três módulos,
compreendendo desde oficina para
preenchimento dos formulários do
MEI até métodos para planejamento
financeiro e técnicas de marketing e
vendas”, conta. Ela informa que o
programa foi batizado de “Negócio
Legal” com início em abril.
Também será realizado o evento
“Fomenta Corumbá”, nos dias 25 e
26 de abril, que deverá contar com
parceria do Sebrae para capacitação
dos proprietários de micro e pequenas
empresas para participarem de
compras governamentais.
O Curso Avançado de Agente
de Desenvolvimento foi realizado
em Campo Grande de 19 a 22 de
fevereiro e contou com a participação
de funcionários das prefeituras
de mais de 30 municípios de Mato
Grosso do Sul.
adotaram a lei.
No Estado, os fóruns serão realizados
de abril a setembro em seis municípios,
com participação dos gestores e
empreendedores de cidades vizinhas.
O calendário é o seguinte: 25 de abril
em Corumbá; 23 de maio, Dourados;
20 de junho, São Gabriel do Oeste; 18
de julho, Naviraí; 22 de agosto, Três
Lagoas; 19 de setembro, Bonito.
pág. 7

Mato Grosso do Sul, março e abril de 2013
Demanda aquecida
gera oportunidades
no setor de mandioca
Mudanças no perfil do consumidor brasileiro
estimulam expansão do mercado e exigem
maior profissionalização de empreendedores
Com a valorização das commodities
agrícolas, pouco se fala de mandioca
e do potencial sul-mato-grossense nessa
cultura. No entanto, fora dos holofotes,
a raiz, sobretudo a de mesa (congelada
ou in natura), ganha mercado com o
aumento da procura. Para Auro Akio
Otsubo, pesquisador da Embrapa Agropecuária
Oeste, em Dourados, a demanda
crescente exige maior profissionalização
dos micro e pequenos empreendimentos
do segmento.
A mandioca está entre as principais
culturas de Mato Grosso do Sul. A partir
de análises do Valor Bruto da Produção
pág. 8
Agrícola (VBPA), medido pelo Ministério
da Agricultura, Abastecimento e Pecuária
(Mapa), Otsubo informa que a raiz é o
quinto produto mais valorizado no Estado,
ficando atrás da soja, milho, cana de
açúcar e algodão. Em 2011 (último dado
consolidado), o VBPA da mandioca de MS
somou R$ 131 milhões.
Esses números podem ser explicados
pela mudança do perfil de consumo dos
brasileiros, de acordo com o pesquisador.
As pessoas, com menos tempo e com
maior poder aquisitivo, preferem pagar
mais caro por alimentos que lhes exigem
menos trabalho no consumo. Assim,
Material do Sebrae apresenta um panorama sobre o mercado da farinha de
mandioca. Acesse: www.biblioteca.sebrae.com.br
sebrae/ms
Mandioca, com mercado em expansão, oferece oportunidades a empreendedores de MS
subprodutos da raiz, como mandioca
congelada, ganham espaço no mercado.
Obsubo explica que as variedades de
mandioca de mesa, diferentemente das
produzidas para a indústria de fécula,
demandam menos tempo para colheita.
Além disso, têm nicho de mercado maior
e preços melhores. No entanto, sua produção
exige qualidade que, conforme
o pesquisador, os empreendedores do
Agricultores familiares produzem mandioca
chips de olho na Copa do Mundo de 2014
De olho na Copa de 2014, Mato
Grosso do Sul se prepara para apresentar
ao mundo a mandioca chips
produzida por agricultores familiares.
Segundo João de Almeida, diretor presidente
do Ibradepp (Instituto Brasileiro
de Desenvolvimento e Políticas Pública
Zilda Arns), o Estado se apressa para ter,
no próximo ano, a primeira agroindústria
para produção de mandioca chips
da região Centro-Oeste.
Um passo importante foi dado no
ano passado: a produção experimental
da mandioca chips. Isso foi possível graças
à parceria entre a Ibradepp, a Cooperverde
(cooperativa de agricultores
prefeitura de Campo Grande
Mandioca chips, uma das opções de mercado
familiares do assentamento Campo Verde
em Terenos, que produz e comercializa a
raiz) e uma pequena indústria no interior
de São Paulo.
A mandioca chips já é comercializada
em alguns pontos de Vista Alegre do Alto
(SP), onde fica a indústria parceira. Em
Mato Grosso do Sul, o produto está
sendo distribuído para degustação.
Trata-se de estratégia para fomentar
a comercialização, que deve ter início
em maio.
Com a agroindústria, que será
construída em Terenos, todo o processo
produtivo ocorrerá em Mato Grosso do
Sul. “O objetivo é realizar toda a cadeia
aqui, da produção à venda”, afirma
João Nogueira Meireles, presidente da
Coopeverde. Ele salienta que o projeto
não vai beneficiar apenas produtores
do assentamento Campo Verde, mas
os agricultores familiares do Estado de
modo geral.
Estado ainda precisam alcançar.
Para a merenda
A agricultora Maria Ednalva Lopes, 31
anos, está entre os que sabem aproveitar
as oportunidades do mercado da mandioca.
Em uma área de três hectares em
Ribas do Rio Pardo, ela e o marido, Márcio
Rogério de Abreu, 36, produzem a raiz,
que abastece o mercado local. O carro
chefe do negócio é a mandioca congelada,
vendida à prefeitura para ser usada
na merenda escolar – é preciso considerar
que nem todas as escolas compram a raiz
para alimentação dos alunos.
Maria conta que o faturamento mensal
é, em média, R$ 4 mil. E o valor deve
crescer com o projeto do casal de construir
um espaço para o processamento da raiz
e começar a empacotar o produto.
Empreendedores citados
nas matérias:
Maria Lopes e Márcio de Abreu
(produção de mandioca congelada)
Telefone: (67) 9636-4046
João Nogueira Meireles
Coopeverde
Telefone: (67) 9604-0144

Pesquisa mostra que o sonho de 44% dos brasileiros é abrir um negócio. Leia
matéria em: www.ms.agenciasebrae.com.br
Uma loja de lingeries construída
a partir de muitas pedaladas
Empreendedora iniciou
negócio vendendo de
casa em casa e usando
uma bicicleta para
entregar as mercadorias
De pedalada em pedalada, Jac Cele
Rodrigues construiu uma loja de lingerie
em Campo Grande, que tem, hoje,
1,5 mil clientes e emprega 14 pessoas.
Além da determinação, ela avalia que a
paciência, foco e destinação correta do
dinheiro da empresa foram importantes
para o crescimento do negócio.
Jac Cele não se diferencia apenas na
singularidade de seu nome. Também se
destaca por ter, conforme afirma, uma
certeza interior de que as coisas vão dar
certo. Pensando assim, resolveu montar a
própria empresa após adquirir experiência
como representante comercial, época em
que saía de bicicleta pelos bairros de sua
região, batendo de porta em porta. Na
garupa, carregava uma bolsa enorme,
que se tornava ainda maior nas ruas sem
asfalto e nas subidas.
Em 2007, ela montou sua empresa,
a Lua de Mel Lingeries. No entanto, sem
planejamento, desistiu do negócio em
menos de um ano e voltou a trabalhar
como empregada. Mas foi por pouco
tempo. Depois de dois meses, pediu demissão
e decidiu entrar com tudo no mercado
de lingeries. Vendeu o velho Palio
da família e comprou mercadorias. Cada
centavo se transformava em investimento.
Em 2009, com ajuda do Sebrae/MS, ela
formalizou a empresa e, no mesmo ano,
contratou o seu primeiro vendedor.
A Lua de Mel é, hoje, uma das das
maiores distribuidoras de lingeries de
Campo Grande e estende seu comércio
para o interior do Estado. E, neste ano,
Jac Cele (de preto) e parte da equipe da Lua de Mel Lingerie; ao todo, são 14 funcionários
expansão deverá ser ainda maior. Jac,
que será candidata ao prêmio Mulher
de Negócios de 2013, inicia a construção
do prédio da loja e projeta a entrada no
mercado de e-commerce.
Aprendizados
A trajetória empresarial de Jac lhe
possibilitou alguns aprendizados. O primeiro
deles é a paciência que, para ela,
tem mais a ver com “alma do negócio”
do que a propaganda. “A pessoa tem que
persistir, saber esperar”, afirma.
Ela também aprendeu que “dinheiro
editora visão
arquivo pessoal
Empresária com a filha na época em que usava a bicicleta para comercializar seus produtos
da empresa é da empresa”. “No início,
você não pode depender daquele negócio
para pagar contas de sua casa. Se não,
você descapitaliza a empresa”. Praticidade,
ter os pés no chão e focar no trabalho
foram os outros aprendizados.
Jac Cele tem 30 anos e está gestante.
Vive momento muito diferente de quando,
com 16 anos, deu à luz a filha Érica.
Josué, que chega ao mundo em três meses,
não verá a mãe pedalando e batendo
de casa em casa atrás de clientes. E Érica,
que completa 15 anos em 2014, terá a
festa de debutante que a mãe não teve.
Mato Grosso do Sul, março e abril de 2013
do empretec
para a venda
de franquias
Cordeiro, avestruz, jacaré, porco...
A “caçada” diária para matar a fome
dos consumidores de hambúrgueres
especiais deu tão certo que Rafael
Petinari, 27 anos, Renato Pasolini,
26, e Diogo Saad, 28, já planejam
vender franquias da empresa campo-
-grandense Safari Hamburgueria. O
empreendimento faz parte dos 20
anos do Empretec, seminário realizado
pelo Sebrae e destinado a empresários
e/ou pessoas interessadas em montar
o próprio negócio.
Rafael e Diogo fizeram vários
cursos no Sebrae, entre os quais o Empretec.
Depois, indicaram o seminário
a Renato. “O curso abriu minha mente
e rompeu as barreiras que impediam
de seguir em frente”, avalia Petinari.
A empresa, que se diferencia
pela oferta de hambúrgueres feitos
de carnes de grande variedade de
animais (de onde vem o nome Safari),
cresceu rápido. Em um ano e meio, foi
aberta a segunda loja e o projeto dos
empresários no momento é comercializar
franquias.
arquivo pessoal
Lanche “gigante” da Safari Hamburgueria
Empresários citados na matéria:
Jac Cele Rodrigues
Lua de Mel Lingerie
Telefone: (67) 3354-2991
Diogo Saad, Rafael Petinari e
Renato Pasolini
Safari Hamburgueria
Telefone: (67) 3044-0010
pág. 9

Mato Grosso do Sul, março e abril de 2013
Fábricas de chocolate
usam a criatividade
para atrair clientes
Pesquisa mostra que 86% dos fabricantes caseiros
de chocolate investem em itens personalizados
para não perder mercado às grandes marcas
Quase unanimidade entre os paladares,
o chocolate é um presente
que combina com muitas ocasiões:
Páscoa, Dia dos Namorados, das Mães,
das Crianças, Natal e aniversários.
Por essa razão, a iguaria proporciona
oportunidades de negócio durante o
ano todo às fábricas caseiras. Mas,
como driblar as grandes marcas, que
contam com forte publicidade para
divulgar seus produtos? A estratégia
usada pelos pequenos negócios tem
sido a criatividade na produção de itens
diferenciados e personalizados.
“Como a fabricação não é em
série, cada produto é único, como se
fosse feito especialmente para cada
pessoa”, afirma a empresária Andrea
Diniz, que trabalha com doces há 11
anos. Na última Páscoa, por exemplo,
ela apostou em uma novidade, que
pág. 10
Saiba mais sobre as estratégias de empresários do mercado do chocolate para
aumentar as vendas. Acesse: http://sebrae.ms/radioweb
agradou tanto que se tornou seu carro-
-chefe: o chamado “ovo de colher”. “É
uma banda de ovo com muito recheio.
Para comer esse recheio, a pessoa usa
uma colher”, explica.
A visão de Andrea é partilhada por
outros empreendedores que participaram
da pesquisa “Competitividade das
Micro e Pequenas Empresas no Período
da Páscoa”, realizada pelo Sebrae/MS
em fevereiro deste ano. O estudo se
refere à Páscoa, mas suas conclusões
podem se estender a outros períodos,
marcados pela intensificação do comércio
do chocolate. A maioria dos
entrevistados (86%) afirmarou que
os produtos diferenciados são os mais
procurados pelos clientes.
Na avaliação de Andrea, usar a
criatividade na oferta de produtos
singulares valoriza o consumidor, tornando-o especial. Essa consideração
é endossada pela pesquisa do Sebrae,
segundo a qual produtos personalizados
atraem o consumidor – dos entrevistados,
23% citaram esse aspecto.
Fonte: Sebrae-MS De acordo com Andrea, as empresas
caseiras também ganham das
grandes marcas na queda de braço dos
preços. “Os nossos (produtos) são mais
baratos”, assegura.
Produtos mais procurados
no período da Páscoa
Chocolate é um dos presentes que caem bem em datas, como a do Dia dos Namorados
Produtos diferenciados, como os de Andrea, tornam as fábricas caseiras mais competitivas
Peso econômico
A importância econômica da produção
caseira de produtos de chocolate
pode ser percebida nos empregos criados
pelas empresas do setor. Conforme
a pesquisa do Sebrae/MS, 57% dos
reprodução
arquivo pessoal
empreendimentos têm de um a 49
funcionários.
A pesquisa mostra, ainda, outro
indicativo de boa saúde econômica
do segmento: a entrada de novas empresas
no mercado em menos de uma
década. A maioria (43%) nasceu entre
dois e cinco anos. Apenas nos dois últimos
anos, foram constituídas 14% do
total das fábricas caseiras participantes
do levantamento.
Empresária citada na matéria:
Andrea Diniz
Andrea Doces
Telefone: (67) 3362-0180
www.andreadoces.com.br

Reiner Alves fala mais sobre o cartão FCO em entrevista para a Estação
Sebrae Rádio Web. Acesse: http://sebrae.ms/radioweb
Mato Grosso do Sul, março e abril de 2013
Cartão FCO: nova opção de crédito para
micro e pequenos negócios do MS
Segundo o Banco do Brasil, cartão já liberou mais de R$ 9,4 milhões de recursos do Fundo no Estado.
Os empresários de Mato Grosso do
Sul têm disponível, desde fevereiro,
um instrumento de crédito que
facilita e agiliza o acesso aos recursos
do Fundo Constitucional do Centro
Oeste (FCO). Trata-se do Cartão FCO
que, em um mês, já movimentou mais
de R$ 9,4 milhões no Estado, segundo
informa o gerente de Negócios do
Banco do Brasil (BB), Reiner Alves. O
cartão tem juros a partir de 3% ao
ano, abaixo da média do mercado.
“A novidade representa um avanço
nos esforços para aperfeiçoar o
FCO, além de aproximar o BB dos
empreendedores, principalmente
os das micro e pequenas empresas,
facilitando o acesso aos recursos do
Fundo”, afirma Alves. Ele explica que
o cartão, destinado exclusivamente a
pessoas jurídicas, pode ser usado pelo
empresário para fazer compras nos
estabelecimentos comerciais afiliados
e conveniados ao BB, com recursos
do Programa FCO Empresarial (Giro e
Investimento).
Entre as vantagens apontadas por
Bancos oferecem linhas especiais a projetos de sustentabilidade
Empreendedores que buscam
inovar de modo sustentável contam
com uma mãozinha das instituições
financeiras. Pelo menos
17 linhas de crédito, com juros a
partir de 1% ao ano e prazo para
pagamento de até 60 meses, estão
disponíveis a micro e pequenas
empresas, segundo levantamento
realizado pelo Sebrae-MS.
As modalidades com a menor
taxa, de 1% ao ano, são destinadas
Alves está o custo menor nas movimentações
feitas pelos empresários.
“O cartão viabiliza a liberação gradual
dos recursos (transação a transação),
reduzindo assim o custo da operação
para os clientes, que irão pagar juros
referentes apenas ao capital efetivamente
utilizado até aquele momento,
e não sobre todo o montante”, afirma.
Conforme o gerente, a novidade
também ajuda o empresário a administrar
melhor o dinheiro emprestado
através do Fundo. “A gestão da
utilização dos recursos do FCO pelo
cliente é melhorada, através da identificação
de todas as transações de
pagamento realizadas”, diz. O cartão
possibilita, ainda, o pagamento ao
fornecedor por meio da internet.
Até fevereiro, perto de 2 mil
fornecedores conveniaram ao BB em
Mato Grosso do Sul, informa Alves.
Com isso, podem receber pagamentos
oriundos de recursos do FCO.
Para este ano, o montante do
Fundo destinado a empréstimos no
Estado totaliza R$ 1,1 bilhão.
sebrae-ms
Agroecologia conta com crédito a juro
de 1% ao ano, oferecido pelo BNDES
a agricultores familiares. Há duas linhas:
o Pronaf Agroecologia e Pronaf
Eco, oferecidas pelo Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES).
O Banco do Brasil oferece linha
especial a pescadores artesanais,
através do FCO. A taxa atual é de
3,53% ao ano; a partir de julho, será
de 4,12%.
Empresas que pretendem usar
em sua frota combustível menos
poluente podem encontrar financiamento
no Bradesco, através
da linha CDC Kit Gás. O crédito
financia até 70% dos custos com
equipamentos de conversão para
o gás natural.
Compras de equipamentos
que propiciem maior eficiência no
consumo de energia podem ser
financiadas no Santander. O empresário
pode pagar o empréstimo
em até 60 meses.
pág. 11

Mato Grosso do Sul, março e abril de 2013
Passos bem calçados
no universo virtual
Empresária do setor calçadista, que se destaca no
e-commerce, fala sobre o comércio eletrônico e dos
desafios e conquistas da mulher empreendedora
comodidade e praticidade do e-commerce têm conquistado número crescente
A de consumidores. Conforme a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico
(ABComm), o segmento apresentou taxa de expansão de 1.400% nos últimos dez
anos e tende a continuar crescendo. Nesse universo de comércio pela internet, uma
empresa de Mato Grosso do Sul desponta entre as melhores do País. Trata-se da
Anita Calçados, que está em 9° lugar no ranking das lojas virtuais brasileiras, ficando
atrás apenas de grandes marcas nacionais, de acordo com pesquisa da WBI Brasil.
Nesta entrevista, Anita Maria Bellin, proprietária da rede Anita Calçados, fala
sobre o assunto, salientando a necessidade de investimento pesado em publicidade
a quem pretende crescer no universo da internet. Ela trata também sobre os desafios
e conquistas da mulher empresária.
Conexão Sebrae: Por que a empresa
decidiu entrar no mercado de
e-commerce?
Anita: Alguns clientes do interior
pediam que enviássemos catálogos com
os nossos produtos. O problema é que
quando vinham comprar, o produto,
muitas vezes, já tinha acabado. Então, em
2007, criamos um catálogo eletrônico.
Um fotógrafo tirava fotos dos calçados
e nós colocávamos na internet. Mas não
era e-commerce ainda. Era apenas uma
vitrine na internet com os nossos produtos.
Os clientes viam e ligavam para a loja
pedindo para reservar o que pretendiam
comprar. Era tudo muito manual. Depois,
a demanda foi aumentando e decidimos
entrar, de fato, no comércio eletrônico.
Negociamos com os Correios, com transportadoras,
levantamos os custos e, no
final de 2008, criamos o e-commerce.
Conexão Sebrae: Como é o planejamento
para atuar na internet?
Anita: O planejamento do e-commerce
segue as mesmas diretrizes das
nossas lojas físicas. A diferença está no
investimento maior com a publicidade.
Quem entra no e-commerce precisa
gastar muito com marketing. Se por um
pág. 12
lado, economizamos com a folha salarial,
por outro, devemos investir alto em publicidade
para termos retorno. Isso porque
são muitos os concorrentes na internet.
Desde que nós iniciamos, mais de cem e-
-commerce de calçados já foram abertos.
Conexão Sebrae: Qual a participação
do comércio eletrônico nas vendas
realizadas pela Anita?
Anita: Hoje, o e-commerce responde
por 15% de todo o nosso faturamento.
E é uma forma importante de
conquistar consumidores de fora. Desses
15% de faturamento, apenas 2% são de
clientes daqui. O restante é de fora.
Conexão Sebrae: Quais os desafios
que você enfrenta como mulher e
empresária?
Anita: No início das minhas atividades,
era conciliar o trabalho, o cuidado
com a casa e a criação dos filhos. Agora,
é ficar longe de meus três netos: Helena,
Maria Eduarda e Leonardo. Isso porque,
como empresária, viajo muito para visitar
feiras, com o intuito de me aprofundar
e conhecer tudo o que envolve moda
e suas tendências a cada estação para
atender da melhor forma possível nossos
“
De umas décadas para cá a constituição familiar foi mudando e a mulher foi
assumindo outros papéis, inclusive o de mantenedora da casa.
“
anita Bellin
clientes.
Conexão Sebrae: Como você define
a mulher de hoje?
Anita: Antigamente a mulher tinha
a função de cuidar da casa, do marido e
dos filhos, mas de umas décadas para cá
a constituição familiar foi mudando e a
mulher foi assumindo outros papéis, inclusive
o de mantenedora da casa. Dados
de pesquisa publicados na Folha de São
Paulo (Caderno Mercado B3, 05/03/13)
mostram que, em duas décadas, o núme-
lucas pellicioni
Anita Bellin, proprietária da Anita Calçados, empresa que se destaca no e-commerce
ro de mulheres com registro em carteira
de trabalho cresceu 162%. Além disso,
elas ganham 83% a mais que na década
passada. Hoje, as mulheres estão mais
seguras, buscam por seus ideais e isso as
fortalece cada vez mais.
este espaço de entrevistas
é reservado a especialistas
e empresários de renome
nacional para divulgação de
temas de interesse de micro e
pequenas empresas.