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Projeto colabora para a profissionalização do comércio de bairros ...

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Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, março e abril <strong>de</strong> 2013<br />

Sebastiana e Maria, nascidas na área rural, têm retorno financeiro com ativida<strong>de</strong>s aprendidas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> meninas<br />

pág. 6<br />

<strong>de</strong>las. “Antes, quase não vendia farinha.<br />

Era só pra gente mesmo. Só<br />

vendia <strong>de</strong> vez em quan<strong>do</strong> pra algum<br />

vizinho”, conta Sebastiana.<br />

Com a formalização <strong>do</strong> negócio<br />

e o trabalho na feira, as duas passaram<br />

a ter uma renda com a ativida<strong>de</strong><br />

ensinada pela mãe. “A gente tira<br />

mais ou menos R$ 1,5 mil por mês”,<br />

estima Sebastiana. “Essa feira foi<br />

uma bênção!”, acrescenta.<br />

A Feira Livre <strong>do</strong> Pequeno Produtor<br />

é uma das ações <strong>de</strong>senvolvidas<br />

pela Prefeitura <strong>de</strong> Aparecida <strong>do</strong> Taboa<strong>do</strong><br />

através <strong>do</strong> Prolocal. Segun<strong>do</strong><br />

a agente <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento local,<br />

Cristiane Men<strong>de</strong>s, o espaço tem 44<br />

boxes e to<strong>do</strong>s estão ocupa<strong>do</strong>s.<br />

Além da feira, diversas outras<br />

ações relativas ao Prolocal estão em<br />

andamento ou estão sen<strong>do</strong> planejadas<br />

pela prefeitura local. Entre as citadas<br />

por Cristiane, estão as seguintes:<br />

capacitação profissional, cadastramento<br />

<strong>de</strong> pequenos produtores rurais,<br />

elaboração <strong>do</strong> perfil agropecuário <strong>do</strong><br />

município, rodada <strong>de</strong> negócios <strong>para</strong><br />

a indústria, serviços e <strong>comércio</strong> e<br />

verificação das potencialida<strong>de</strong>s e fragilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong> turismo da cida<strong>de</strong> através<br />

<strong>de</strong> entrevistas com turistas.<br />

Retorno ao campo<br />

Como as irmãs Fagun<strong>de</strong>s, Maria<br />

Rodrigues nasceu e cresceu na área<br />

rural. “Fui criada em um sítio no<br />

Nor<strong>de</strong>ste. Mu<strong>de</strong>i ainda menina pra<br />

Mato Grosso <strong>do</strong> Sul e continuei no<br />

campo”, conta. Hoje, ela mora no<br />

assentamento Carlos Roberto Soares<br />

<strong>de</strong> Melo, em Sonora, norte <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>, na divisa com Mato Grosso.<br />

As circunstâncias adversas quase<br />

Mulheres <strong>de</strong> Itaquiraí <strong>de</strong>senvolvem trabalho artesanal com fibra <strong>de</strong><br />

bananeira. Leia mais em www.prolocal.ms.sebrae.com.br/portal<br />

Com o Prolocal, mulheres transformam o<br />

conhecimento da infância em fonte <strong>de</strong> renda<br />

conhecimento que Maria Ro-<br />

O drigues e Sebastiana Fagun<strong>de</strong>s<br />

da Silva têm sobre produção brotou<br />

da terra. Maria, 51 anos, nasceu no<br />

campo, on<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>u a plantar,<br />

criar animais e a produzir alimentos<br />

diversos. Sebastiana, 58, também<br />

nascida na área rural, cresceu produzin<strong>do</strong><br />

farinha <strong>de</strong> mandioca e <strong>de</strong><br />

milho. Nos últimos anos, as duas<br />

mulheres inauguraram novo capítulo<br />

em suas vidas: apren<strong>de</strong>ram a empreen<strong>de</strong>r,<br />

transforman<strong>do</strong> o trabalho,<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância, em<br />

renda. Isso foi possível através das<br />

ações <strong>do</strong> Prolocal (Programa <strong>de</strong><br />

Apoio ao Desenvolvimento Econômico<br />

<strong>do</strong>s Municípios) <strong>do</strong> Sebrae.<br />

“Nasci e me criei na fazenda”,<br />

afirma Sebastiana, mora<strong>do</strong>ra <strong>de</strong><br />

Aparecida <strong>do</strong> Taboa<strong>do</strong>, leste <strong>de</strong> Mato<br />

Grosso <strong>do</strong> Sul, na divisa com São<br />

Paulo e Minas Gerais. “Aprendi tu<strong>do</strong><br />

com minha mãe, Augusta Fagun<strong>de</strong>s<br />

da Silva, já falecida”, conta.<br />

A mãe continua presente no trabalho<br />

<strong>de</strong> Sebastiana. Não apenas por<br />

ter ensina<strong>do</strong> a ativida<strong>de</strong> à filha, mas<br />

também por emprestar seu nome a<br />

um <strong>do</strong>s pavilhões da Feira Livre <strong>do</strong><br />

Pequeno Produtor, on<strong>de</strong> a empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra<br />

ven<strong>de</strong> suas farinhas.<br />

No local, Sebastiana e a irmã,<br />

Valcely, <strong>de</strong> 65 anos, produzem e<br />

ven<strong>de</strong>m uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> farinhas<br />

– além da <strong>de</strong> mandioca e <strong>de</strong> milho,<br />

há também outras menos comuns,<br />

como a <strong>de</strong> berinjela e <strong>de</strong> banana.<br />

Produzir essas farinhas não é problema<br />

<strong>para</strong> as irmãs – afinal, elas têm<br />

familiarida<strong>de</strong> com o processo <strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> meninas. No entanto,<br />

a ativida<strong>de</strong> não era fonte <strong>de</strong> renda<br />

Sebastiana (à frente) e Valcely com seus familiares no box on<strong>de</strong> comercializam as farinhas<br />

levaram Maria a trocar o campo pela<br />

cida<strong>de</strong>. “Eu e meu mari<strong>do</strong> chegamos<br />

a aban<strong>do</strong>nar o sítio, porque a gente<br />

não conseguia produzir nada”, lembra-se.<br />

O retorno foi impulsiona<strong>do</strong><br />

por iniciativas que possibilitaram a<br />

melhoria <strong>de</strong> renda <strong>do</strong> casal. Trata-se<br />

<strong>do</strong> Programa Bal<strong>de</strong> Cheio – meto<strong>do</strong>logia<br />

<strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> tecnologia<br />

que <strong>colabora</strong> <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da pecuária leiteira – e <strong>do</strong><br />

Programa Nacional <strong>de</strong> Alimentação<br />

Escolar (Pnae). A participação <strong>de</strong><br />

Maria e <strong>do</strong> mari<strong>do</strong>, José João Pereira,<br />

nesses programas ocorreu após se<br />

formalizarem como empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res<br />

individuais, o que foi possibilita<strong>do</strong><br />

por ações realizadas pela prefeitura<br />

no âmbito <strong>do</strong> Prolocal.<br />

Através <strong>do</strong> Pnae, Maria e José<br />

abastecem escolas <strong>de</strong> Sonora e <strong>de</strong><br />

Coxim com rapadura <strong>de</strong> cana, colorau<br />

e pão integral. Esse <strong>comércio</strong>,<br />

Camila Helen <strong>de</strong> Jesus/ Jornal <strong>do</strong> Bolsão<br />

soma<strong>do</strong> à venda <strong>de</strong> leite, traz ao casal<br />

retorno médio mensal <strong>de</strong> R$ 2,5<br />

mil. “Quan<strong>do</strong> começar a funcionar<br />

o laticínio no assentamento, o rendimento<br />

vai ser maior ainda”, afirma.<br />

E não só a renda que cresce. O<br />

conhecimento <strong>de</strong> Maria também.<br />

“A prefeitura e o pessoal <strong>do</strong> Sebrae<br />

têm ajuda<strong>do</strong> muito a gente com<br />

palestras. Aprendi bastante sobre<br />

como administrar o sítio. Isso ajuda<br />

a mudar o nosso jeito, a visão das<br />

coisas”, avalia. E acrescenta: “De<br />

uns três anos pra cá melhorou <strong>de</strong>mais<br />

nossa vida. Antes, a gente não<br />

conseguia produzir, não tinha nada.<br />

Hoje, eu e meu mari<strong>do</strong> estamos bem<br />

e vamos melhor mais ainda”.<br />

Além da melhorar a renda, Maria<br />

realizou uma conquista maior. Ela<br />

conseguiu permanecer no seu universo,<br />

no lugar que conhece <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a infância: o campo.

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