Jornal 134 - Maio 2008.p65 - Arquidiocese de Florianópolis

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6 Bíblia Salmos Salmos 1 111, 1 , , 12 12 e e 1 113: 1 3: Conf Confio! Conf io! Socorr Socorro! Socorr o! A AAté A té q qquando? q uando? Quem de nós, em nossa oração, já não teve momentos em que, contra tudo e todos, experimentou, no fundo do coração, sentimentos de profunda confiança? Tal é a confiança expressa exatamente com as primeiras palavras do Sl 11: Quanto a mim, eu confio! Confio no Senhor! Em contraste, quem de nós não passou e não passa por situações de desalento, até de desânimo, quando é forte a tendência ao pessimismo? Numa situação assim é que o autor do Sl 12 começa a sua prece, clamando pela pronta intervenção de Deus: Socorro, Senhor! Finalmente, o terceiro breve salmo, proposto à nossa meditação, começa com uma expressão de impaciência ante as "demoras" de Deus, das quais escreveu o Eclesiástico: Filho, suporta as demoras de Deus (Eclo 2,3)... Nesse salmo, o Sl 13, o orante reclama do que lhe parece a inatividade do Senhor, ou seja, o fato de Deus estar demorando a intervir. Por isso mesmo, por quatro vezes, insistentemente, ele reclama: Até quando, Senhor? SALMO 11 Confio no Senhor! 1. Confio no Senhor! Como podeis dizer-me: / Voa para os montes como um pássaro! 2. Pois os inimigos retesam o arco, já põem sua flecha na corda / para ferir às ocultas os que têm reto coração. 3. Se as bases são destruídas, / que pode fazer justo? 4. O Senhor está na sua santa morada, no céu está o trono de Deus. / Seus olhos observam, suas pálpebras interrogam os seres humanos. / 5. O Senhor examina o justo e o ímpio, / mas ele odeia quem gosta de crimes. 6. Fará chover sobre os ímpios brasa, fogo e enxofre, / e um vento quente é a porção do seu cálice. / 7. Pois justo é o Senhor, ele ama o que é justo, / os bons contemplarão o seu rosto. Voa para os montes! Medrosos conselheiros sugerem ao salmista que ele fuja, que ele saia da cidade, onde está sendo perseguido, injustamente acusado, e se refugie nas montanhas como um pássaro (v. 1). Assim fez Davi, para escapar de Saul (1Sm 20ss). Assim aconselhou Jesus a seus discípulos, no discurso da missão (Mt 10,23), e ele próprio, mais de uma vez, fugiu dos que queriam prendê-lo (cf Jo 10,39; 11, 54). No Sl 55, o salmista, angustiado, pensa na fuga como solução: Tivesse eu asas como a pomba... fugiria para longe, iria morar no deserto (Sl 55,7-8). Aqui, a solução é outra: não a fuga, mas a confiança inabalável na justiça de Deus, que, lá do céu, está atento: seus olhos observam (v. 4), ele odeia os malvados (v. 5) ele ama quem é justo (v. 7). Não deixará, portanto, de proteger o salmista. As bases destruídas Bases de que? Do Templo, que seria a primeira opção de asilo do inocente perseguido? As "bases destruídas" seriam as da própria instituição, em circunstâncias de anarquia? De fato, quando domina a violência, vacilam os alicerces da ordem social, e não se respeita sequer o espaço sagrado. Isso, porém, não abala o salmista, que se apóia naquele que se assenta em trono inabalável (v. 4). Quanto a nós, cristãos, Cristo é o próprio Templo, a rocha, o fundamento. Não é simplesmente uma estrutura que nos acolhe: podem cair muros e tremer fundamentos, mas não vacila a rocha, que é Cristo (cf 1Cor 3,11) SALMO 12 Socorro, Senhor! 2. Socorro, Senhor! Os bons estão acabando, / está sumindo a lealdade entre os homens. 3. Falam mentiras uns com os outros, / usam uma linguagem enganadora, de coração hipó- Conhecendo Conhecendo o o livro livro dos dos Salmos Salmos (6) (6) crita. 4. O Senhor exterminará toda boca mentirosa / e a língua que fala com arrogância, 5. aqueles que dizem: "Por nossa língua somos fortes, / o que falamos está em nosso poder; quem é que manda em nós? 6. Por causa da miséria dos pobres, / por causa do gemido dos necessitados / agora me levanto, diz o Senhor. / Levarei a salvação a quem a deseja. 7. As promessas do Senhor são sinceras, como prata refinada, / sete vezes depurada. 8. Tu, Senhor, nos proteges, / para sempre nos livrarás dessa gente. 9. Os ímpios vagueiam por toda parte / e vai crescendo a vileza dos mortais. Tudo perdido! O salmo começa com uma visão negativa da realidade, uma "análise de conjuntura" totalmente pessimista: os bons estão acabando, está sumindo a lealdade! (v. 2). É o desabafo também de Miquéias: Ninguém há que seja honesto! (Mq 7,2), e o de Jeremias: A verdade pereceu (Jr 7,28); irmão não pode confiar no irmão! (Jr 9,3)... Como toda generalização, porém, também essa não é justa. Evidentemente, mesmo no tempo de Miquéi-as, de Jeremias, ou do salmista, os bons eram mais numerosos que os maus. Como hoje também. Só que, infelizmente, menos organizados e menos "es- pertos", como já advertiu o Senhor Jesus (cf Lc 16,8). A força da palavra Tema específico deste salmo é a palavra: palavra mentirosa, dos hipócritas (v. 3); palavra arrogante, dos poderosos (v. 5); palavra depurada, sincera, porém, como o são as promessas do Senhor (v.7). É terrível o uso que os malvados fazem da palavra, especialmente como instrumento de poder: Por nossa língua somos fortes; quem é que manda em nós? (v. 5). Por isso mesmo, o salmista confia e deseja que o Senhor acabe com toda boca mentirosa (v. 4) e com a língua que fala com arrogância (v. 4). Se assim escreve o salmista no seu tempo, que diria hoje do poder incrível dos meios de comunicação, cada vez mais envolventes e até sufocantes? Quem nos livrará desse poder senão Aquele que é a própria Palavra eterna do Pai, verdadeira e luminosa? SALMO 13 Até quando, Senhor? 2. Até quando, Senhor, me esquecerás para sempre? / Até quando me ocultarás o teu rosto? 3. Até quando na minha alma experimentarei aflições, / tristeza no coração a toda hora?/ Até quando de mim triunfará o inimigo? 4. Olha para mim, responde-me, Senhor meu Deus, / conserva a luz a meus olhos / para que eu não durma o sono da morte, 5. para que meu inimigo não possa dizer: Eu o venci! / e não exultem meus adversários se eu vacilar. 6. Mas eu confiei na tua misericórdia. Alegre-se meu coração na tua salvação / e cante ao Senhor, pelo bem que me fez No extremo das forças O salmista encontra-se numa situação desesperadora, que vem arrastando-se, prolongando-se, à beira da morte (v. 4), morte por sinal desejada por seus inimigos (v. 5). Numa situação assim, domina o senso da urgência. Em vez do "por quê" do Sl 22, temos aqui o "até quando" da impaciência de quem não tem tempo a perder. Deus tem tempo porque é eterno, o ser humano não tem tempo porque é consciente de que é mortal. Como fazer coincidir o nosso tempo com o tempo de Deus? E como, à luz do Ressuscitado, tirar as conseqüências Faça como Henrique Barbosa Labes, de Itajaí, escreva para o Jornal da Arquidiocese, responda as questões desta página e participe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifloripa.org.br Maio 2008 Jornal da Arquidiocese da certeza de que, crendo nEle, não morremos? (cf Jo 11,26) Resignar-se? Reclamar? No Pai-nosso, Jesus ensinounos a pedir que a vontade do Pai seja feita, e disso deu-nos exemplo na oração do Horto: Seja feita a tua vontade, não a minha (cf Mt 26,39). Neste salmo, porém, o orante não se resigna, mas, pelo contrário, reclama, como aliás o faz também o profeta Habacuc, logo no início da sua profecia: Até quando, Senhor, ficarei clamando, sem que me dês atenção? (Hab 1,2) E então, o salmista e o profeta estariam contradizendo o Evangelho? Não necessariamente. Pois o próprio Senhor, na mencionada oração da agonia, antes de expressar a "resignação", fez o pedido, aliás insistente, porque repetido: Se é possível, passe de mim este cálice (Mt 26,39). Portanto, mais que de "resignação" acomodada, nossa atitude deve ser, primeiro, de insistência e luta. Só depois, de aceitação. A luz da vida Logo após o repetido "até quando", o salmista suplica: Olha, responde-me, Senhor, conserva a luz aos meus olhos! (v. 4) É que "olhos sem luz" são os de um morto. São também os de quem dorme, embora a luz da manhã os desperte. A morte, porém, neste mundo, parece fechá-los para sempre. Por isso mesmo, um outro salmo assegura (Sl 36,10): Em ti está a fonte da vida, e em tua luz veremos a luz! É essa certeza que leva o orante, no fim, a proclamar: Alegre-se meu coração na tua salvação, e cante ao Senhor pelo bem que me fez (v. 6). Pe. e. Ne Ney Ne y Brasil Brasil P PPereira P ereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC Para Para refletir: refletir: 1) 1) Diante dos problemas, a fuga é a melhor solução (Sl 11)? 2) 2) Na sensação de insegurança, onde está o nosso apoio? 3) 3) Quando se analisa a situação, qual o risco que corremos (Sl 12)? 4) 4) Diante do incrível poder dos meios de comunicação, onde encontrar a Verdade? 5) 5) Qual a situação em que se encontra o orante do Sl 13? Está certo "reclamar" com Deus?
Jornal da Arquidiocese Maio 2008 Jovens participam de formação Pastoral A Escola da Juventude e o Curso de Assessores reuniram 27 jovens que participaram da primeira de três etapas de formação. A Pastoral da Juventude realizou nos dias 11 a 13 de abril dois eventos de formação: o Curso de Assessores e a Escola da Juventude. Ambos são desenvolvidos em três etapas e esta foi a primeira delas, na Paróquia da Trindade, em Florianópolis. As próximas etapas serão em junho e agosto. O Curso de Assessores contou com a participação de 11 jovens maiores de 21 anos. Nessa primeira etapa, eles foram assessorados por Antônio Antônio F FFrutuoso F rutuoso rutuoso, rutuoso que acompanha os trabalhos com a juventude na Arquidiocese, em especial no Ministério da Assessoria. Ele trabalhou o tema "A identidade do Assessor", a partir do livro "Cartas a Neotefilo", do Pe. Hilário Dick, buscando discutir e rever o trabalho desenvolvido ou que pode ser desenvolvido por cada jovem. Com o tema "Como chegamos até aqui? Como funciona essa tal PJ?", a Escola da Juventude foi assessorada por Paulo aulo F FFrancisco F rancisco rancisco. rancisco Participaram dessa etapa 16 jo- Representantes de 97 dioceses do Brasil estiveram reunidos entre os dias 21 a 24 de abril em Belo Horizonte, MG, para participar do encontro nacional de responsáveis diocesanos de jovens. Realizado pela Comissão Colegiada do Setor Juventude Nacional, o encontro teve como objetivo aprofundar a missão evangelizadora da Igreja local a partir do acompanhamento aos processos de educação na fé dos jovens e nas organizações juvenis. Assessorado por Dom Dom Eduar- Eduar do do Pinheir Pinheir Pinheiro, Pinheir Pinheir bispo responsável pelo Setor Juventude da CNBB, e pelo Pe. e. Gisle Gisle Gisley Gisle y de de Aze Azevedo Aze edoGoGoGo- mes mes, mes assessor nacional do Setor Juventude, o encontro foi inspirado no documento da CNBB, vens maiores de 16 anos. O conteúdo foi abordado de forma leve, considerando o que é essencial para o aperfeiçoamento dos trabalhos dos jovens que coordenam grupos e suas necessidades. A escola foi montada numa proposta que ajude para o fortalecimento dos grupos existentes e seja uma opção a partir daquilo que a prática e a teoria dos documentos da Igreja nos pedem. Cleber Cleber de de Oliv Oliveira Oliv eira eira, eira coordenador da PJ, considerou fraca a participação na Escola. "Ainda não conseguimos despertar em muitos jovens a necessidade de estar buscando formação, que não é só pedagógica, mas é sobretudo estrutural", disse. Segundo ele, houve a participação de apenas 16 jovens, do total de 64 Paróquias da Arquidiocese, onde grande maioria tem grupos de jovens. "É algo desafiador, no sentido de que nos perguntamos: Que evangelização da Juventude nós, Igreja, estamos fazendo?", completou. Setor Juventude é discutido em encontro nacional Evangeli-zação da Juventude (número 85). Nele, foram aprofundados e esclarecidos alguns pontos. O encontro também buscou definir linhas comuns para a evangelização nas igrejas locais e indicar pistas para a organização do Setor Juventude diocesano. Cleber Cleber de de de Oliv Oliveira Oliv eira RR Rodrigues RR odrigues odrigues, odrigues nosso coordenador do Setor Juventude, representou a Arquidiocese no evento. Segundo ele, o encontro foi muito proveitoso, pois pôde partilhar experiências e esclarecer dúvidas. "É preciso ter muita clareza de que o Setor Juventude não é uma nova estrutura, mas sim um espaço que irá pensar a evangelização da juventude a partir de cada realidade", disse. Os jovens participantes dos dois cursos de formação da PJ contaram com assessorias da própria Arquidiocese. Encontro Arquidiocesano da Catequese de Crisma No dia 20 de abril foi realizado um encontro com coordenadores e catequistas de crisma das paróquias da Arquidiocese. O encontro teve como finalidade realizar um dia de formação e de informação sobre o andamento do sacramento da crisma. Nosso arcebispo Dom Dom Dom Murilo Murilo Krieger Krieger participou do evento e falou sobre orientações e sugestões para a celebração do sacramento da crisma. Deu ainda orientações sobre os padrinhos, cantos, fotógrafos, crachás, fila no momento da unção... Insistiu sobre a importância do ministério do catequista: exercendo sua missão com ardor, paixão, ousadia, ele/a é capaz de multiplicar seguidores e missionários de Jesus Cristo. Em seguida, Pe. e. W WWalt WW alt alter alt er Goeder Goedert Goeder refletiu com profundidade sobre o sacramento da crisma como o que dá vigor a todos os ministérios, isto é, a todos os carismas. A Crisma é um dom que leva à maturidade a vida nova recebida por ocasião do batismo. Ela nos leva a encontrar Jesus e faz de nós suas testemunhas frente a um mundo desafiador. Na parte da tarde ainda os catequistas tiveram a oportunidade de refletir sobre a importância da continuidade do pós-crisma, formando grupo de jovens. Rafael Rodrigo de Melo e Cleber de Oliveira, assessores da Pastoral da juventude da Arquidiocese, apresentaram propostas da possibilidade de formar grupos de jovens a partir do empenho dos catequistas de crisma. Mostraram como se formam novos grupos e como é importante a presença de adultos como acompanhantes, animadores e assessores. “O dia foi muito exigente e proveitoso, e cada participante saiu do encontro com a responsabilidade de serem multiplicadores dos conteúdos”, disse Ir Ir. Ir . Marlene Marlene Ber Bertoldi Ber oldi oldi, oldi coordenadora Arquidiocesana da Pastoral Catequética. Divulgação/JA “Vem e Segueme” (Mt 9,9) Este é o título do livro que retrata os 83 anos de idade e os 57 anos de ministério presbiteral do Monsenhor Monsenhor Monsenhor F FFrancisco F rancisco de de Salles Salles Bianchini Bianchini. Bianchini A biografia foi lançada no dia 24 de abril, no Clube de Oficiais da Polícia Militar, na Trindade, Florianópolis, com a presença do nosso arcebispo Dom Murilo, de colegas de sacerdócio, familiares e amigos. Escrito por Rober ober ober oberto ober o R RRodrigues R Rodrigues odrigues de de de Menezes Menezes, Menezes coronel da reserva da Polícia Militar, a obra resgata a trajetória do padre desde a vinda de seus avós paternos da Itália. Descreve sua formação inicial, vida, ministério sacerdotal e obras realizadas. Para redigir o livro, Menezes levou seis meses entre entrevistas com o biografado, familiares e amigos. “A maior fonte de informação foi o próprio Monsenhor. Ele está lúcido e lembra com riqueza de detalhes todos os fatos da sua vida", disse o escritor. O escritor foi coroinha da catedral na época em que Pe. Bianchini trabalhava como vigário paroquial ao lado do Mons. Frederido Hobold, anos depois assumindo a posição de pároco. Todos os 58 anos de seu ministério presbiteral foram vividos em Florianópolis. Para adquirir o livro, os interessados devem entrar em contato com a igreja N.Sra. da Conceição, pelo fone (48) 3025-6624, nas tardes de terça a sábado. 7
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