24 JUL. - Mundo Universitário

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[Especial Formação] [24 JUL 2008] 06
»Verão no Campus do Minho
Está a decorrer até ao fim do mês o
programa ‘Verão no Campus’, que
leva estudantes do ensino básico e secundário
à Universidade do Minho. Na
próxima semana, os mais jovens podem
participar numa oficina de maquetas
com material reciclado, em Guimarães,
sempre acompanhados pelos seus ‘padrinhos
Uminho’ – professores, alunos e
investigadores da Universidade.
»Universidade dos Mais Adultos
em Coimbra
Na sessão de encerramento do primeiro
curso da Universidade dos mais Adultos,
um projecto da Escola Superior de
Enfermagem de Coimbra, foi anunciada
a sua continuidade no próximo ano
lectivo. Os candidatos, a partir dos
55 anos, têm assim oportunidade de
continuar a participar na sociedade e
adquirir novos conhecimentos, mas
também para visitar a cidade e praticar
exercício físico.
»Curos pós-secundário em Hotelaria
e Turismo
A oferta formativa da Escola de
Hotelaria e Turismo de Coimbra para o
próximo ano lectivo inclui dois cursos de
nível pós-secundário. No caso do curso
de Qualificação Inicial em Restaurante/
Bar, os candidatos têm de ter no
mínimo o 11.º ano e menos de 25 anos.
Com o 12.º ano incompleto podem
já optar pelo curso de Especialização
Tecnológica em Cozinha Avançado. As
inscrições efectuam-se até 29 de Agosto
e as provas de selecção decorrem em
Setembro.
100 cursos sem idades
Durante este Verão, o Centro Regional
do Porto da Universidade Católica
Portuguesa recebe ‘caloiros’ de todas
as idades. A iniciativa começou em
Junho e prolonga-se até Setembro,
comportando um total de 100 cursos.
Os temas são muito diversos, como se
pode verificar pela oferta desta e da próxima
semana, que inclui Direito Penal do
Ambiente, Segredos do mundo invisível:
um primeiro contacto com o mundo dos
micróbios e SQL para todos.
A INVESTIGAÇÃO
ATRAVÉS DOS SENIORES
UNIVERSIDADES ABERTAS A TODOS, INDEPENDENTEMENTE DA IDADE OU UNIVERSIDADES ESPECÍFICAS PARA OS MAIS VELHOS?
OS SENIORES NÃO ESTÃO TÃO DISTANTES DOS CAMPUS E PODEM SER UMA MAIS-VALIA PARA A INVESTIGAÇÃO.
RAQUEL RAMOS
rramos@mundouniversitario.pt
Longe de desempenharem o
mesmo papel que as universidades
‘tradicionais’, as mais
de 100 Universidades da Terceira
Idade (UTI’s) espalhadas
por Portugal preenchem o tempo da
reforma com novos conhecimentos, mas
também com novas teias sociais.
SEM CURSOS
«A marca de idade não é absolutamente
exacta», explica Maria Augusta
Espassandim, referindo-se à faixa etária
em que se pode começar a frequentar
a Academia Sénior de Santa Maria da
Feira, que está à sua responsabilidade. «É
uma altura qualquer, desde que se tenha
disponibilidade, seja por reforma, seja
porque a pessoa perdeu o emprego e não
vai voltar a trabalhar.» As actividades são
muitas numa universidade sem cursos,
mas seguem sempre um fio condutor.
«Falar em cursos pode ser muito exacto.
O que temos é disciplinas que duram
todo o ano e em que um tema transversal
pode avançar», esclarece. Neste ano
lectivo, a água dominou os programas
de literatura, música, expressão plástica
e até história, justificando uma visita a
Lisboa para ver o Reservatório da Mãe
d’Água e o Aqueduto das Águas Livres.
«SOMOS SEMPRE BEM RECEBIDOS»
O próximo tema na Academia de Santa
Maria da Feira – a astronomia – vai
exigir um pouco mais em termos de
equipamento. O protocolo com a
Universidade de Aveiro oficializa um
entendimento pré-existente. «Somos
sempre bem recebidos», considera
Maria Augusta. «Participámos no Dia da
Universidade [de Aveiro], conhecemos
o campus e tivemos aulas com os
professores.» Também a Universidade
de Coimbra foi uma ajuda preciosa na
abordagem do ‘Mito de Inês de Castro’.
Há, porém, modelos de maior
proximidade entre Universidades e UTI.
«No Brasil ou em França, por exemplo,
há universidades [da terceira idade] que
nasceram de uma ‘clássica’», lembra a
reitora feirense. «Nós podemos, sem
dúvida, adoptar modelos semelhantes.
Mas ponho as minhas reticências, porque
há pessoas que, não tendo estudos muito
prolongados, poderiam não aderir.»
PESQUISADORES E PESQUISADOS
Há pesquisa a ser produzida sobre as
UTI e dentro das UTI. Por um lado,
os estudantes seniores podem ajudar
os alunos de mestrados e doutorados
através do preenchimento de inquéritos,
UNIVERSIDADES DA TERCEIRA IDADE
Os alunos da Academia no VII Encontro Nacional de Universidades Seniores na Covilhã, em Maio de 2008
testes psicológicos personalizados e
outros estudos. A Rede de Universidades
da Terceira Idade (RUTIS) criou um
Núcleo de Investigação Sénior (NIS), que
reúne alguns estudos sobre a formação
para os mais velhos. Mas, mesmo
fora dessa iniciativa, pode haver um
«aproveitamento dos seniores para
pesquisa etnográfica», conforme diz
Maria Augusta Espassandim, apontando
a recolha de fotografias, cancioneiros e
outros objectos para recriar o passado.
«É uma pesquisa feita por seniores,
através dos seniores», conclui.