24 JUL. - Mundo Universitário

mu [by night]
[Party Time] [24 JUL 2008] 04
AGENDA
Concertos/Festas
24 JULHO
Kings Of Convenience
@ Forte da Cidadela (Cascais)
Bonde do Rolê
@ Lux-Frágil (Lisboa)
Praga
@ Cabaret Maxime (Lisboa)
DJ José Belo
@ Casino Lisboa (Lisboa)
Oporto Beach Party (até 26 de Julho)
@ Praia do Edifício Transparente (Porto)
25 JULHO
Projecto Fuga
@ Fnac Alfragide (Amadora)
Metropolis Night
@ Metropolis Club (Lisboa)
Sa Dingding
@ Museu do Oriente (Lisboa)
Void Open Air
@ Op Art (Lisboa)
Supa
@ Santiago Alquimista (Lisboa)
II Festival Rock do Atlântico (até 26 de Julho)
@ S. Martinho do Porto (Alcobaça)
26 JULHO
MAU
@ MusicBox (Lisboa)
The Martinez Brothers
@ Act (Porto)
Kat Deluna
@ Via Rápida (Porto)
27 JULHO
Cool Hipnoise
@ Espaço Monsanto (Lisboa)
Sono
@ W Disco (Lisboa)
Rejects United
CORO DOS REJEITADOS
O MUSICBOX LISBOA ACOLHEU, A 19 DE JULHO, O CONCERTO DE APRESENTAÇÃO DE ‘BOYHOOD SURVIVAL KIT’, O ÁL-
BUM DE ESTREIA DOS REJECT UNITED, QUE SURGE DOIS ANOS APÓS O LANÇAMENTO DO EP ‘REBOUND AFTERMATH’.
DEPOIS DE UM MOMENTO DE ENERGIA SEM CONTROLO, SEGUE-SE UMA TOUR DE SETS ACÚSTICOS POR TODO O PAÍS.
PEDRO QUEDAS
pquedas@mundouniversitario.pt
Por baixo das arcadas
relativamente obscurecidas
do Musicbox Lisboa, uma
(ainda) ténue nuvem de
fumo começa-se a formar. O
Passeio Marítimo de Algés está ao rubro
com o último concerto de Leonard Cohen
em terras nacionais e Lou Reed apresenta
Berlin, o ‘álbum mais deprimente de
sempre’, no Campo Pequeno. Mas, nas
ruas labirínticas que correm por baixo da
Rua do Alecrim, um conjunto de fãs fiéis
ignoram os nomes mais mediáticos para
assistir ao concerto dos Rejects United,
que apresentam o seu álbum de estreia,
Boyhood Survival Kit.
POLITICAMENTE INCORRECTOS
«Do que vejo, há bandas fabulosas em
Portugal, no underground, mas é uma
constante que é muito difícil passares
para o patamar acima. É preciso muito
trabalho, muita perseverança. Vamos ver
como isto corre, até mesmo lá fora, dado
que vamos editar o disco em Inglaterra»,
CONCERTO DE APRESENTAÇÃO DO ÁLBUM DE ESTREIA FOI NO MUSICBOX LISBOA
explica João Campos, vocalista e
guitarrista da banda. Acompanhado por
Rodrigo Alves, na bateria, Vítor Calado,
no baixo, e Paulo Spínola, na guitarra,
começa o concerto com uma energia
que parece ricochetear nas paredes do
pequeno espaço, passeando por um som
que mistura influências que vão desde
os Foo Fighters e Danko Jones a My
Chemical Romance.
«But I’m so fucking dead in your head»,
canta João Campos, num dos maiores
momentos da noite. «Then maybe
I should die». Os temas explorados
pelo conjunto estão longe de ser
politicamente correctos, mas esta será
uma escolha que tão cedo não vai mudar.
«O sucesso mainstream seria bem-vindo,
mas sem nunca comprometer aquilo em
que acreditamos. Queremos conquistar
o nosso público e o nosso lugar, mas
sempre com trabalho, qualidade e, acima
de tudo, sinceridade», vaticina João
Campos.
O espectáculo continua. Learning Throu-
MUSICBOX
UM ESPAÇO COM HISTÓRIA
Mesmo antes da sua criação, em
Dezembro de 2006, o Musicbox Lisboa
foi pensado como um espaço com
uma vertente cultural predominante,
equipado com as condições necessárias
para a realização de espectáculos ao vivo.
A isto não é alheia a história do próprio
espaço. «O Musicbox, anteriormente
chamado Texas Bar, existe no Cais do
Sodré desde meados dos anos 50, e
gh Mutilation entra em cena, com um riff
incendiário ao qual se junta gradualmente
a bateria, num ritmo galopante até que a
música pára...
O OUTRO LADO DA MÚSICA
... e recomeça. Ao princípio em tom
de balada, depois num crescendo de
guitarras e bateria em competição
amigável para culminar no mesmo riff de
guitarra solo, a carregar a canção para
mais uma descarga de energia plena de
electricidade e distorsão. Quase custa
a crer que se segue no calendário dos
Rejects United uma tour acústica, com
foi inicialmente um bar com música ao
vivo muito em voga na cidade de Lisboa.
Chegou a ter uma pequena orquestra de
cegos que tocavam dentro de um barco
colocado por cima do balcão do bar.
Um bocado surrealista mas verídico»,
recorda o sócio gerente e programador
do espaço, Alexandre Cortez. Mais
tarde, com a decadência da zona, por via
da transferência do porto de Lisboa para
outro local, o bar foi perdendo a aura e o
charme que o caracterizaram acabando
showcases em Fnacs por todo o País. Uma
oportunidade para dar mais profundidade
aos temas, lembra o vocalista.
Por agora, acabou o concerto, mas
nenhum dos fãs arreda pé, num círculo
apertado em torno da mesa onde se
vende o merchandising da banda.
«Antes de comunicar com as pessoas
através da música, comunicas a nível do
aspecto visual», defende João Campos,
responsável pelo artwork do projecto.
«Esta aposta torna o projecto mais forte,
dá-lhe uma identidade, gera vontade de
explorar mais.»
Depois de alguns momentos com a banda,
satisfeita com mais um passo para voos
maiores, os fãs saem ainda a cantar em
coro Foreplay Revolution!. E, por baixo
das arcadas relativamente obscurecidas
do Musicbox Lisboa, o fumo começa-se
a dissipar...
Para saber mais sobre a banda:
www.myspace.com/rejectsunited
por fechar já nos finais do séc. XX.
Renascido há quase dois anos com a
intenção de voltar a ser um ponto de
referência na oferta cultural lisboeta, o
Musicbox Lisboa conta agora com um
estúdio de gravação de 24 pistas para
registo de espectáculos ao vivo, que
funciona também como apoio para a
editora Transformadores/Musicbox, numa
relação dinâmica para a edição de CD e
DVD.