MANUAL DO FACILITADOR - Aventura Social
MANUAL DO FACILITADOR - Aventura Social
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<strong>MANUAL</strong><br />
<strong>DO</strong> FACILITA<strong>DO</strong>R<br />
PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAL DE INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO<br />
— IEC JUNTO DE GRUPOS MAIS VULNERÁVEIS ÀS IST/VIH/SIDA<br />
MARIA TERESA SILVA SANTOS
<strong>MANUAL</strong><br />
<strong>DO</strong> FACILITA<strong>DO</strong>R<br />
PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAL DE INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO<br />
— IEC JUNTO DE GRUPOS MAIS VULNERÁVEIS ÀS IST/VIH/SIDA<br />
MARIA TERESA SILVA SANTOS
Título<br />
Manual do Facilitador<br />
Para a Produção de Material de Informação,<br />
Educação e Comunicação — IEC Junto de Grupos<br />
mais Vulneráveis às IST/VIH/Sida<br />
Autor<br />
Maria Teresa Silva Santos<br />
mteresa_pt@yahoo.com<br />
Projecto gráco original e paginação<br />
Ana Moreira<br />
hanamoreira@gmail.com<br />
Ilustrações<br />
Rui Fazenda<br />
© 2011 Maria Teresa Silva Santos
Este Manual foi elaborado por Maria Teresa Santos no âmbito do Projecto Centro<br />
de Recursos Integrados de Atenção à Saúde — CRIAS, da Cidadãos do Mundo.<br />
O Manual contou com o apoio da equipa do projecto: Ana Filgueiras, Ethel Feldman,<br />
e Renata Cortizo, que ao longo da testagem, que veio a realizar-se com o trabalho<br />
de campo, foram promovendo discussões e comentários que viriam a ser abraçados pelo<br />
Manual.<br />
A fotograa que acompanha o Manual foi gentilmente cedida por Ricardo Alves Júnior.
Índice<br />
Abreviaturas 7<br />
Introdução 9<br />
1. Metodologia 11<br />
Princípios norteadores 13<br />
Etapas a seguir pela equipa de facilitação 17<br />
2. Trabalho De Campo Preparatório 21<br />
Encontro de trabalho com as ONGs, instituições e organismos que trabalham<br />
com a comunidade com quem se vai trabalhar 23<br />
Sessão preparatória com Associações, ONGs ou organismos com quem<br />
a sua equipa espera trabalhar no terreno 35<br />
3. Trabalho de campo com os grupos focais 39<br />
1ª Sessão — Apresentação do projecto ao grupo focal 41<br />
2ª Sessão — Identicação das necessidades de informação dos grupos<br />
mais vulneráveis 45<br />
3ª Sessão — Identicação de necessidades de adopção<br />
de comportamentos seguros 49<br />
4ª Sessão — que conteúdos? 53<br />
5ª Sessão — que conteúdos? Ilustrar ou não? 57<br />
6 ª sessão — que meio IEC? 61<br />
7ª Sessão — Revisão das ilustrações 65
Produção de um exemplar do material IEC a ser produzido 69<br />
8ª sessão — Testagem de um exemplar do material junto dos grupos<br />
em referência 71<br />
9ª sessão — Testagem do material junto de actores chaves da comunidade 75<br />
4. Ilustrações de apoio às sessões 79<br />
Referências bibliográcas 87
CRIAS Centro de Recursos Integrados de Atenção à Sida<br />
IEC Informação, Educação e Comunicação<br />
ISTs Infecções Sexualmente Transmissíveis<br />
ONGs Organizações Não Governamentais<br />
PALOP Países Africanos de Língua Ocial Portuguesa<br />
SIDA Síndrome de Imunodeciência Adquirida<br />
VIH Vírus de Imunodeciência humana<br />
Abreviaturas
Introdução<br />
Este manual surgiu como uma forma de apoiar a equipa do projecto CRIAS na produção<br />
de material de Informação, Educação e Comunicação — IEC, na área das IST/VIH/Sida,<br />
adequado e ecaz para a população imigrante, com origem nos PALOP.<br />
Com a publicação deste manual pretende-se partilhar um instrumento que demonstrou<br />
ser uma ferramenta de apoio útil e que poderá ser relevante na produção de material de<br />
IEC adequado e ecaz, junto de outros grupos mais vulneráveis às IST/VIH/Sida.<br />
Este manual não deve ser entendido como um instrumento rígido, mas exível, e acima de<br />
tudo adaptável às necessidades e circunstâncias que encontrar no seu trabalho.<br />
Assim, quando em vez de uma sessão a equipa sentir necessidade de realizar duas, ou quando<br />
a dinâmica de grupo correr o risco de se mostrar inadequada procure — em conjunto com as<br />
pessoas desse grupo especíco e com a equipa com quem trabalha — soluções mais adequadas.<br />
Bom trabalho!
1.<br />
Metodologia
Princípios norteadores<br />
O processo de produção de material IEC apresentado por este manual é norteado pelos<br />
seguintes princípios:<br />
› Abordagem participativa:<br />
Assegurando que os grupos populacionais aos quais se destinam os instrumentos<br />
de IEC são — de facto — envolvidos, desde o início, no processo de produção<br />
do material. Para o efeito o uso de metodologias participativas é uma prioridade.<br />
A participação garante que as dúvidas reais e os constrangimentos das pessoas<br />
sejam ouvidos, debatidos e trabalhados em conjunto 1 . Por exemplo, se numa sessão<br />
de informação sobre VIH/sida, se limitar a falar na importância do uso do<br />
preservativo sem ouvir as pessoas, cará sem saber que as pessoas podem já saber<br />
que é importante usar preservativo, mas que existem outros constrangimentos<br />
que bloqueiam o seu uso. De facto, sem a participação das pessoas, sem as ouvir,<br />
cará sem saber quais os constrangimentos, como solucioná-los e o problema do<br />
uso não consistente do preservativo perdurará.<br />
Uma forma possível de garantir a participação das pessoas passa pela criação de<br />
grupos focais, ou grupos de pares, com integrantes dos grupos especícos, para<br />
quem o material de IEC é concebido. 2<br />
› Tomada de consciência<br />
Procure, tanto quanto possível, que o percurso de tomada de consciência seja realizado<br />
pelo próprio participante do grupo focal. Isto é, não assuma quais devem ser os<br />
aspectos importantes que deverão ser tomados em conta pelo grupo. Em vez disso,<br />
procure que através de uma caminhada conjunta, o grupo vá tomando consciência
16<br />
manual do facilitador<br />
da importância de determinado aspecto. Por exemplo, no caso da experiência do<br />
CRIAS, na primeira sessão com o grupo focal, o facilitador poderia simplesmente<br />
informar o grupo que o processo de produção de material de IEC era importante,<br />
porque os imigrantes com origem nos PALOP residentes em Portugal, estavam<br />
mal informados, já que havia pouco material de IEC adequado.<br />
Em vez disso, foi o próprio grupo quem tomou consciência da importância de produzir<br />
material de IEC através do uso adequado de técnicas da facilitação. Um aspecto<br />
fundamental deste processo, é que o próprio grupo tome consciência das proporções<br />
da pandemia e da importância da produção de material IEC adequado, que reconheça<br />
as vulnerabilidades e características próprias do seu contexto económico, social,<br />
cultural, linguístico e de género. 3<br />
› Constituição de grupos focais ou grupos de pares<br />
Os grupos focais, deverão ser constituídos por pessoas com condições individuais,<br />
de género, idade, sociais, culturais e económicas semelhantes. 4<br />
Como levar uma mulher a falar da sua sexualidade diante de homens, ou como<br />
levar os mais jovens a falar da sua sexualidade diante de pessoas mais velhas<br />
da sua comunidade? Como falar da importância do uso do preservativo, se algumas<br />
pessoas do grupo têm condições económicas para comprar preservativos<br />
e outras não?<br />
A constituição dos grupos focais com características semelhantes é essencial para<br />
promover a participação das pessoas e envolvê-las no processo de produção do<br />
material. Desta forma, é assegurado que o material produzido é adequado às<br />
condições económicas, de género, de idade, sociais e culturais. Sem esta adequabilidade<br />
o material não é ecaz, ou seja, não produz os efeitos desejados ao nível<br />
da alteração de comportamentos.<br />
› Equipa de facilitação<br />
A equipa de facilitação deve ser constituída por um facilitador e por um anotador. 5<br />
Ao anotador compete tirar notas, ao longo da sessão de facilitação, que permitam:<br />
a. à equipa reectir sobre os resultados obtidos na sessão;<br />
b. melhorar o trabalho futuro do facilitador;<br />
c. contribuir para a sistematização das experiências;<br />
d. contribuir para a identicação de boas práticas, ao nível do trabalho desenvolvido.
maria teresa silva santos 17<br />
Ao facilitador compete dinamizar e facilitar o trabalho do grupo focal. Os facilitadores<br />
deverão possuir já um conhecimento prévio dos factores e condições de<br />
vulnerabilidade, que cercam essas populações especícas com quem vai trabalhar.<br />
No entanto, este conhecimento deve ser assumido com cautela, porque a participação<br />
das pessoas contribuirá de forma denitiva para compreender os reais<br />
factores de vulnerabilidade: a sua extensão e relevância na problemática discutida<br />
e na vida das pessoas. 6<br />
Outro aspecto que importa sublinhar está relacionado com a importância da<br />
estabilidade da equipa de facilitação. Deverá, tanto quanto possível, ser sempre<br />
a mesma equipa a acompanhar as sessões com os grupos focais:<br />
› ao longo do processo de produção de material IEC (ex: identicação das<br />
necessidades de informação, das estratégias capazes de promover a adopção<br />
de comportamentos seguros, conteúdo das mensagens, ilustrações, etc.);<br />
› mas também durante o processo de testagem.<br />
A estabilidade ao nível da equipa de facilitadores que trabalha com o grupo focal<br />
está ligada à importância da conança, que é um factor indispensável numa área<br />
tão sensível, como a que envolve a sexualidade das pessoas. A partilha de experiências<br />
pessoais, e até mesmo o conhecimento que as pessoas têm sobre o VIH/Sida,<br />
os seus medos e constrangimentos, implicam um clima de conança e de condencialidade.<br />
7 Indispensável, a conança é, no entanto, um elemento que leva o seu<br />
tempo a conquistar. A estabilidade da equipa contribui para optimizar este tempo.<br />
› Importância do trabalho em equipa<br />
A coordenação é um elemento indispensável, para analisar resultados, sistematizar<br />
progressos, ultrapassar diculdades e encontrar soluções óptimas, não só entre<br />
diferentes equipas de facilitação, mas também na própria equipa de facilitação.<br />
Na equipa de facilitação, a coordenação passa pela preparação conjunta da sessão.<br />
Facilitador e anotador devem discutir de antemão a metodologia da sessão,<br />
analisar e debater os resultados alcançados, discutir a reacção do grupo à facilitação<br />
e encontrar estratégias que sejam do consenso de ambos para trabalhar com<br />
o grupo focal. 8
Etapas a seguir pela<br />
equipa de facilitação<br />
As etapas a seguir pela equipa de facilitação, para a produção de material de IEC podem compreender<br />
um ou dois momentos diferentes:<br />
1. trabalho de campo preparatório;<br />
2. trabalho de campo com os grupos focais.<br />
1. O trabalho de campo preparatório<br />
Neste momento, a preocupação da equipa consiste em identicar associações, ONGs,<br />
e organismos que já trabalham com a comunidade com quem a sua organização espera<br />
vir a trabalhar, na produção de material IEC de atenção às IST/VIH/sida. Este momento<br />
vai permitir identicar relações de complementaridade e evitar duplicações. 9<br />
Depois de realizado este levantamento, a sua organização estará melhor informada sobre<br />
que áreas geográcas e que grupos já têm apoio por parte de outras instituições e que áreas<br />
ou grupos estão menos apoiados. Este trabalho permite também aprender a partir das<br />
experiências de outras instituições, no trabalho que realizam com os grupos com quem a<br />
sua organização vai trabalhar, na área das IST/VIH/sida.<br />
Por último, e caso a sua organização não tenha ainda estabelecidas relações prévias com<br />
a comunidade com quem vai trabalhar, este momento tem ainda a vantagem de criar<br />
condições para o estabelecimento de parcerias com associações, organismos ou ONGs que<br />
já estejam no terreno, facilitando o trabalho de aproximação entre a sua organização e a<br />
comunidade. Por exemplo, certa associação já tem um longo trabalho desenvolvido com
20<br />
manual do facilitador<br />
determinada comunidade, é aliás frequente reunir-se com membros dessa comunidade<br />
uma vez por semana. Neste caso, a sua associação pode beneciar do facto de já estar<br />
constituído um grupo, cuja rotina está também estabelecida. A parceria com a associação<br />
permitirá optimizar tempo e recursos.<br />
No entanto, se já tiver uma comunidade especíca com quem costuma desenvolver o seu<br />
trabalho, e estiver informado sobre as actividades realizadas por outros parceiros, então<br />
estará em condições de passar directamente para o trabalho de campo com o grupo focal.<br />
2. Trabalho de campo com o grupo focal<br />
É possível que tenha realizado primeiro o trabalho preparatório com outras ONGs,<br />
associações, ou organismos ou que tenha optado por ir directamente para o trabalho de<br />
campo com o grupo focal. Em qualquer dos casos, o importante, chegado a este momento,<br />
é que esteja seguro relativamente aos temas e assuntos que vai tratar, pois, quando se opta<br />
por seguir metodologias de facilitação e participação, as dúvidas são, em princípio, mais<br />
facilmente colocadas pelos participantes. No entanto, se não souber responder à questão<br />
colocada, assuma que precisa de procurar a informação necessária.<br />
Outro aspecto importante que deve ter em conta ao longo de todo o processo, está relacionado<br />
com o trabalho de reexão e partilha que deve ser constante com o anotador que<br />
acompanha a sessão e com outras equipas de facilitação, se for o caso. Prepare e discuta<br />
a sessão previamente: as etapas, a linguagem, as expectativas, problemas, soluções encon-<br />
tradas, entre outros aspectos possíveis. Lembre-se também que depois de realizada a sessão,<br />
é importante discutir e reectir sobre os resultados alcançados. 10<br />
Por último, vai provavelmente notar, que em alguns casos, será difícil manter um grupo<br />
focal durante o tempo necessário para a conclusão de todo o processo de produção de<br />
material de IEC. As pessoas têm outros compromissos, que podem ser familiares ou<br />
prossionais, e já que falamos em grupos mais vulneráveis, é importante não esquecermos<br />
que um dos factores de maior vulnerabilidade está relacionado com a pobreza.<br />
O tempo que passam na sessão, é o mesmo tempo que poderiam ocupar realizando outras<br />
actividades, 11 algumas até, possivelmente, geradoras de rendimentos. Trate o tempo como<br />
um bem precioso para estas pessoas.<br />
Vistas como um todo, as etapas a seguir pela equipa de facilitação, na produção de material<br />
de IEC, compreendem:
maria teresa silva santos 21<br />
Trabalho de campo preparatório<br />
› Realização de um encontro com o objectivo de proceder a um primeiro diagnóstico<br />
das necessidades da comunidade com quem vai trabalhar, em termos de material<br />
de IEC. Aproveite também, para fazer um levantamento das sinergias a criar e das<br />
duplicações a evitar, com outras instituições que já estejam no terreno a trabalhar<br />
com essa comunidade;<br />
› Sessão Preparatória com o objectivo de conrmar o interesse por parte da ONG<br />
ou Associação parceira, e de estabelecer um Protocolo de Parceria.<br />
Trabalho de campo com os grupos focais<br />
Sessão 1/ Apresentação do projecto ao grupo focal;<br />
Sessão 2/ Identicação das necessidades de informação;<br />
Sessão 3/ Identicação das necessidades de adopção de comportamentos seguros;<br />
Sessão 4/ Identicação dos conteúdos da(s) mensagem(ns);<br />
Sessão 5/ Denição das ilustrações de suporte à(s) mensagem(ns);<br />
Sessão 6/ Selecção do suporte da(s) mensagem(ns);<br />
Produção de um exemplar do material IEC (mensagem + meio IEC);<br />
Sessão 7/ Revisão das ilustrações;<br />
Sessão 8/ Testagem do material junto de um grupo de controlo;<br />
Sessão 9/ Testagem do material junto de actores chaves da comunidade.
2.<br />
Trabalho De Campo<br />
Preparatório
Encontro de trabalho com as ONGs,<br />
instituições e organismos que<br />
trabalham com a comunidade<br />
com quem vai trabalhar<br />
Este encontro está organizado para decorrer ao longo de um dia. As sessões de plenário<br />
só têm sentido, se o número de participantes justicar a constituição de dois grupos<br />
de trabalho.<br />
!"#$%&'()*+&+)'$,&(-./0()1)(23'$+<br />
Objectivos:<br />
› sublinhar a importância da ocina para a produção de material de IEC ecaz e adequado;<br />
› apresentar a metodologia a seguir;<br />
› apresentar os facilitadores e convidar os participantes a apresentarem-se.<br />
Material necessário:<br />
› ip chart.<br />
Tempo:<br />
› 30 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador coordenador:<br />
1. Sente-se em círculo com os participantes.<br />
2. Recorrendo a uma caixa de fósforos, convide cada participante a apresentar-se,<br />
durante o tempo em que um fósforo leva a arder.<br />
3. Faça uma breve introdução ao projecto que consiste na produção de material<br />
de IEC.
26<br />
manual do facilitador<br />
4. Dê um exemplo de material ecaz e outro exemplo de material não ecaz, com o<br />
objectivo de realçar a importância da produção de material IEC adequado.<br />
5. Clarique o grupo acerca dos objectivos que determinarão a realização da ocina:<br />
› realização de um diagnóstico exploratório das necessidades de material IEC de<br />
determinada comunidade, contando para o efeito com a experiência e conhecimento<br />
das ONGs, associações e organismos presentes;<br />
› identicação de sinergias;<br />
› evitação de duplicações.<br />
6. Apresente a metodologia que irá nortear a condução da sessão:<br />
› abordagem participativa, valorizando a importância de todos falarem;<br />
› através da constituição de grupos de trabalho.<br />
7. Informe sobre as diferentes fases da ocina, recorrendo a uma folha de ip chart<br />
previamente preparada. Da folha, devem constar as seguintes etapas:<br />
› plenário para introdução à ocina;<br />
› identicação dos grupos mais vulneráveis, por zona geográca;<br />
› identicação dos meios mais ecazes para alterar comportamentos por parte<br />
dos grupos vulneráveis identicados;<br />
› plenário para discussão das conclusões saídas dos diferentes grupos de trabalho;<br />
› identicação de duplicações (trabalho desenvolvido por outras instituições,<br />
na mesma área, com o mesmo m);<br />
› projecção de formas futuras de colaboração e calendarização;<br />
› plenário para resumo das conclusões e para recolha da reacção dos participantes,<br />
relativamente à ocina.<br />
8. Esclareça que a próxima etapa será trabalhada a partir de grupos de trabalho mais<br />
pequenos, convidando por isso os grupos a formarem-se.
4-#$,'23+/0()-(5)6&.*(5)7+'5)8."$#&%8#'5<br />
maria teresa silva santos 27<br />
Este exercício é realizado em cada grupo de trabalho, constituído no nal da sessão anterior.<br />
Objectivo:<br />
› identicar os grupos mais vulneráveis por comunidade (género, idade, actividade pros-<br />
sional, outros).<br />
Materiais necessários:<br />
› ip chart;<br />
› tarjetas;<br />
› bostik;<br />
› canetas de feltro de bico grosso.<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador:<br />
1. Sente-se, formando um círculo com os restantes participantes.<br />
2. Convide os participantes a formarem-se em grupos de dois, com o objectivo de se<br />
apresentarem mutuamente (por exemplo: nome, organização em que trabalham,<br />
tarefas que desempenham, outros).<br />
3. Findos cinco minutos, solicite a cada par, que partilhe a informação recolhida sobre<br />
o colega, ao restante grupo.<br />
4. Esclareça que o primeiro momento do trabalho de grupo vai consistir na identicação<br />
dos grupos mais vulneráveis na zona geográca onde residem ou trabalham,<br />
os técnicos, ou activistas que participam neste grupo de trabalho.<br />
5. Divida o grupo em grupos mais pequenos de três ou quatro pessoas. Peça a cada um<br />
destes pequenos grupos de trabalho, que identique os grupos que considera mais vulneráveis<br />
na zona geográca onde residem ou trabalham (podendo ser um ou mais). Atribua<br />
quinze minutos à discussão de grupo. O grupo deve registar os resultados em tarjetas.<br />
6. Os grupos são convidados a colocar as respectivas tarjetas no ip chart e a explicar<br />
aos restantes participantes, porque razão identicaram aqueles grupos como sendo<br />
mais vulneráveis.<br />
7. De seguida, convide os grupos a reectirem sobre todas as tarjetas colocadas.<br />
8. Depois de cada grupo ter manifestado a sua opinião, coloque questões com o objectivo<br />
de claricar os resultados.<br />
9. Por último, isole numa folha à parte, os grupos mais vulneráveis que saíram da<br />
discussão conjunta e que receberam o consenso do grupo.
28<br />
manual do facilitador<br />
4-#$,'23+/0() -(5) 7#'(5) -#) 49:) 7+'5) #23+;#5) *+&+) +) *&(7(ção<br />
de comportamentos seguros, junto dos grupos vulneráveis<br />
'-#$,'23+-(5<br />
Este exercício é realizado em cada grupo de trabalho.<br />
Objectivo:<br />
› identicar quais os meios de IEC mais ecazes, para os grupos vulneráveis considerados<br />
no trabalho anterior.<br />
Material necessário:<br />
› ip chart;<br />
› caneta de feltro;<br />
› material de IEC já existente;<br />
› bostick.<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador:<br />
1. Tome como ponto de partida, a folha de ip chart em que cou registado o consenso<br />
do grupo relativamente aos grupos mais vulneráveis à infecção por VIH/sida,<br />
da zona geográca em referência.<br />
2. Faça um breve resumo da importância do material de IEC para a adopção de comportamentos<br />
seguros.<br />
3. Mostre um conjunto de material IEC existente, faça-o circular e peça ao grupo que<br />
analise se o material é adequado aos grupos vulneráveis já identicados, ou não.<br />
Se considerado adequado, o participante deve retirá-lo do dossier onde todos os<br />
materiais estão reunidos. São atribuídos quinze minutos a esta tarefa.<br />
4. Convide cada um dos participantes a apresentar ao restante grupo, os motivos porque<br />
seleccionou o material.<br />
5. Explore e procure o consenso do grupo sobre a adequabilidade do material que foi<br />
sendo escolhido.<br />
6. Depois de concluída esta discussão, coloque numa folha de ip chart os materiais<br />
de IEC que foram do consenso do grupo.<br />
7. De seguida, solicite que sejam identicados outros meios de IEC que possam ser<br />
ainda mais ecazes, tendo em consideração os grupos vulneráveis identicados.<br />
Solicite que seja identicado apenas um meio de IEC por tarjeta. Atribua quize minutos<br />
a esta tarefa.
maria teresa silva santos 29<br />
8. Convide os participantes a colocarem as tarjetas no ip chart e a explicarem ao<br />
grupo, as razões que os levaram a escolher os meios IEC identicados.<br />
9. Depois de axadas, problematize os resultados das tarjetas, colocando questões que<br />
levem o grupo a atingir um consenso.<br />
10. Coloque as tarjetas com o registo dos meios IEC que receberam o consenso do grupo,<br />
numa folha de ip chart.
30<br />
manual do facilitador<br />
Plenário<br />
Todos os participantes são reunidos num mesmo espaço, sob a coordenação do facilitador<br />
coordenador.<br />
Objectivo:<br />
› Apresentar em plenário, as conclusões saídas de cada grupo de trabalho.<br />
Material necessário:<br />
› folha do ip chart com conclusões relativas aos grupos vulneráveis;<br />
› folha de ip chart com a identicação de meios IEC considerados ecazes, mas que ainda<br />
não foram produzidos;<br />
› folha de ip chart com a identicação do material IEC já produzido que mereceu nota<br />
positiva por parte de cada grupo.<br />
Tempo:<br />
› 30 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador coordenador:<br />
1. Convide cada grupo a apresentar as conclusões relativamente aos:<br />
› grupos mais vulneráveis;<br />
› material IEC já produzido que se revela ecaz;<br />
› meios IEC ecazes a explorar no futuro.<br />
2. Faça um breve resumo das conclusões saídas dos grupos de trabalho.
Evitar duplicações e promover sinergias<br />
Este exercício é realizado em cada grupo de trabalho.<br />
Objectivos:<br />
maria teresa silva santos 31<br />
› identificar instituições governamentais ou não governamentais que já se encontrem<br />
no terreno a produzir material IEC ecaz, para os grupos vulneráveis;<br />
› orientar o trabalho da sua Associação para zonas geográcas com menos acções de preven-<br />
ção e controlo do VIH/Sida.<br />
Material necessário:<br />
› ip chart;<br />
› canetas de feltro de duas cores diferentes, por exemplo vermelha e azul;<br />
› bostick.<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador:<br />
1. Convide todos os participantes a escreverem numa folha de ip chart, o nome de<br />
todas as organizações governamentais ou não governamentais, que desenvolvem<br />
acções de apoio aos grupos mais vulneráveis às IST/VIH/sida identicados.<br />
2. Convide os participantes a identicarem as instituições que desenvolvem actividades<br />
idênticas às que serão realizadas pela sua organização.<br />
3. Sempre que uma instituição reunir o consenso do grupo, um dos participantes<br />
desenha um círculo vermelho à volta dessa instituição (o vermelho assinala uma<br />
eventual duplicação com o seu projecto).<br />
4. De seguida, é escrito por baixo da tarjeta com o nome da instituição e o nome do<br />
bairro/localidade onde a instituição trabalha.<br />
5. Convide os participantes a identicarem as organizações, com quem a sua organização<br />
é vista como tendo uma acção complementar (ex: uma instituição apoia em<br />
tratamento, enquanto que a sua organização actua na área da promoção da saúde,<br />
ou uma instituição actua na área da promoção, mas não dispõe de material IEC<br />
próprio e considera que o que possui não é ecaz).<br />
6. Sempre que uma instituição reunir o consenso do grupo, um dos participantes desenha<br />
um círculo azul em torno do nome da instituição e escreve a região geográca de<br />
actuação da instituição (o azul assinala uma eventual relação de complementaridade).<br />
7. O facilitador convida um dos participantes a escrever numa nova folha de ip chart<br />
as instituições com quem a sua organização está em condições de estabelecer relações<br />
de complementaridade e as respectivas áreas geográcas de intervenção.
32<br />
manual do facilitador<br />
:+"#$-+&';+/0()-#)+3,'8'-+-#5<br />
Este exercício é realizado em cada grupo de trabalho.<br />
Objectivo:<br />
› elaborar uma agenda de trabalho com as instituições presentes na ocina, que foram iden-<br />
ticadas como complementares e que trabalham directamente com os grupos vulneráveis<br />
identicados;<br />
Material necessário:<br />
› nada a assinalar.<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador:<br />
1. Tendo como ponto de partida as instituições com quem a sua organização pode<br />
desenvolver relações de complementaridade, procure agendar uma reunião preparatória<br />
com o representante dessa instituição na ocina.<br />
2. Tome também nota dos contactos dos indivíduos que não fazendo parte de<br />
nenhuma organização, actuam como líderes comunitários e mostram-se disponíveis<br />
para colaborar no trabalho de terreno.<br />
3. Relativamente às instituições identicadas como sendo potenciais parceiras privilegiadas<br />
no trabalho de terreno, mas que não se encontrem presentes na ocina,<br />
o facilitador deverá obter o máximo possível de informações sobre esta instituição.<br />
4. Anotar numa folha de ip chart, as propostas de datas para o início do trabalho de<br />
terreno conjunto.
Plenário<br />
maria teresa silva santos 33<br />
Todos os participantes são reunidos num mesmo espaço, sob a coordenação do facilitador<br />
coordenador.<br />
Objectivo:<br />
› partilhar os resultados saídos do exercício sobre eventuais relações de duplicação e<br />
complementaridade.<br />
› levar à responsabilização dos compromissos assumidos na sessão anterior para a calendari-<br />
zação de acções futuras.<br />
Material necessário:<br />
› folha do ip chart com as instituições com quem a sua organização pode desenvolver rela-<br />
ções de complementaridade;<br />
› folha do ip chart com as datas do início do trabalho de campo.<br />
Tempo:<br />
› 40 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador coordenador:<br />
1. Convide cada um dos grupos a apresentar as suas conclusões, nomeadamente:<br />
› instituições com quem a sua Associação pode estabelecer relações de comple-<br />
mentaridade;<br />
› datas relativas ao início do trabalho de terreno.<br />
2. Depois de cada grupo ter apresentado as suas conclusões, o facilitador coordenador<br />
convida os participantes a apresentarem as suas opiniões sobre as conclusões saídas<br />
da ocina.<br />
A Experiência do Projecto CRIAS…<br />
O objectivo do CRIAS — Centro de Recursos Integrados de Atenção à saúde, consistiu em<br />
produzir material de IEC para a comunidade imigrante e trabalhadores de sexo, ambos com<br />
origem nos PALOP, mas residentes em Portugal.<br />
A 23 de Junho de 2007, a equipa do Projecto CRIAS dinamizou, no Instituto de Higiene<br />
e Medicina Tropical, um encontro em que participaram ONGs, Associações de Imigrantes<br />
e activistas com trabalho na área da imigração ou das IST/VIH/sida. Na mesma data,<br />
foi decidido organizar-se posteriormente e de modo autónomo, o encontro de Trabalho
34<br />
manual do facilitador<br />
com ONGs que trabalhassem com trabalhadores<br />
do sexo.<br />
No encontro, foram organizados dois<br />
grupos de trabalho que discutiram<br />
entre si, com o apoio de um facilitador<br />
por grupo, as sucessivas tarefas colocadas<br />
ao longo da ocina. Na sessão de<br />
plenário que juntou as conclusões dos<br />
dois grupos, chegaram-se às seguintes<br />
recomendações:<br />
1. Identicação dos Grupos mais Vulneráveis entre a população imigrante com<br />
origem nos PALOP, residentes em Portugal:<br />
Foram identicados como grupos mais vulneráveis:<br />
› mulheres;<br />
› homens chefes de família;<br />
› jovens raparigas,<br />
› jovens rapazes;<br />
› homens que fazem sexo com homens.<br />
Entre estes grupos especícos, consideraram-se ainda como prioritários:<br />
› os indocumentados;<br />
› os que não falam português como língua materna;<br />
› os que vivem em bairros periféricos, em condições de pobreza.<br />
2. Análise do material existente<br />
Analisado um conjunto de material de IEC produzido nos PALOP e em Portugal<br />
(para a comunidade imigrante dos PALOP), o grupo considerou-o como “deciente”<br />
e “discriminativo da condição de seropositividade”. Os grupos de trabalho consideraram<br />
que para o material ser adequado e eficaz, deveria seguir as seguintes<br />
recomendações:<br />
› ser escrito em português e na língua nacional<br />
O material deve ser escrito em português e na língua nacional de origem da<br />
população com quem se trabalha. O uso da língua de origem facilita a apreensão
maria teresa silva santos 35<br />
da mensagem, enquanto que o uso do português contribui para a integração<br />
sociocultural e económica destas comunidades.<br />
› utilizar mais imagens e menos texto nas mensagens<br />
Considerando que muitos dos integrantes destes grupos não têm hábitos de leitura<br />
e que, segundo os dados do Recenseamento Geral da População de 2001,<br />
o nível médio de qualicação académica dos imigrantes com origem em África a<br />
residir em Portugal se situa em 58,8%, defendeu-se o uso de imagens facilitando<br />
a compreensão das mensagens/conteúdos.<br />
› usar mensagens claras e curtas<br />
Pelos motivos já apontados mas, também, porque mensagens claras e curtas provam<br />
ser mais ecazes. São mais fáceis de memorizar, mais facilmente compreendidas e por<br />
isso mais facilmente apropriadas. 12<br />
› objectividade<br />
Foi sublinhada a importância da mensagem ser directa e clara, reduzindo-se o risco<br />
de dúvidas e de interpretações várias.<br />
› não recorrer a imagens negativas<br />
O uso de imagens e textos com carga negativa tem contribuído para o estigma<br />
das pessoas que vivem e que são afectadas com VIH/Sida. No Uganda, nos anos<br />
80, por exemplo, a SIDA era associada à morte e a todos aqueles que estavam<br />
infectados ou afectados pelo VIH/Sida. O slogan então era “você apanha SIDA<br />
e você é a morte” 13 o que, para além de eventualmente promover a prevenção,<br />
promoveu o estigma de pessoas a viverem com VIH/sida.<br />
› usar mensagens positivas<br />
A experiência tem provado que o uso de mensagens positivas motiva as pessoas para<br />
comportamentos mais seguros. Por exemplo, se um indivíduo for informado que a<br />
Sida mata, provavelmente não terá motivação para fazer o teste do VIH/Sida. Se pelo<br />
contrário o mesmo indivíduo for informado que há tratamento que melhora as suas<br />
condições de saúde e prolonga a sua vida, terá motivações para fazer o teste. 14<br />
› material desenhado por pessoas do grupo a que se destina 15<br />
Quando o material é, desde o inicio, pensado e produzido com a participação<br />
activa das pessoas às quais se destina:<br />
a. terá uma maior aceitação, por permitir que as pessoas o sintam também como<br />
obra sua;
. terá mais probabilidades de ser adequado tanto à população quanto ao contexto<br />
real em que essas pessoas vivem (ex: desde o desenho das roupas, ao calçado,<br />
ao aspecto do bairro e das casas aos transportes que usam, às condições dos<br />
edifícios em que vivem). Esta adequação sugere uma maior aproximação ao<br />
contexto real em que as pessoas vivem, permitindo uma maior identicação<br />
entre o material e o grupo alvo a que se destina. 16<br />
3. Tendo em conta os grupos mais vulneráveis identicados, foram considerados<br />
como oferecendo maiores garantias de adequabilidade e ecácia as seguintes metodologias,<br />
actividades e instrumentos de IEC:<br />
Instrumentos de IEC:<br />
› programas de rádio;<br />
› jogos;<br />
› boletins informativos/jornais de Bairro/<br />
› letras de música;<br />
› educação por pares;<br />
› expressão corporal;<br />
› concursos (textos, músicas, ilustração, etc);<br />
› animação comunitária;<br />
› projecção e produção de vídeos comunitários;<br />
› teatro comunitário;<br />
› blogues de jovens;<br />
› camisolas;<br />
› grupos de batuque.<br />
Locais:<br />
› escolas;<br />
› discotecas;<br />
› iniciativas na comunidade;<br />
› internet.
Sessão Preparatória com Associações,<br />
ONGs ou organismos com quem a sua<br />
equipa espera trabalhar no terreno<br />
Objectivo:<br />
› conrmar a disponibilidade da ONGs, associação ou activista para trabalhar com a sua<br />
equipa na produção de material IEC.<br />
Material necessário:<br />
› powerpoint com:<br />
a. o objectivo da parceria;<br />
b. referindo a ausência de material de IEC adequado;<br />
c. com o esclarecimento sobre a participação;<br />
d. com as etapas.<br />
› O uso do powerpoint é opcional.<br />
Tempo:<br />
› 40 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador<br />
1. Apresente-se e esclareça que o objectivo desta parceria residirá na produção de<br />
material de IEC ecaz e adequado * para os grupos mais vulneráveis às IST/VIH/<br />
sida, na comunidade. Pode recorrer ao powerpoint.<br />
2. Justique porque razão é prioritário produzir material de IEC para a comunidade<br />
em causa.<br />
* Material adequado é aquele que vai ao encontro das especicidades de um grupo especíco tal como: língua em que fala, a língua em<br />
que lê, cultura em que está integrado, situação social, económica ou de género.
38<br />
manual do facilitador<br />
3. Sublinhe a importância da participação. Rera que para que o processo seja ecaz,<br />
é necessário envolver os beneciários da acção na produção de material IEC. Para o<br />
efeito, é importante a constituição de grupos focais ou de grupos de pares.<br />
4. Esclareça as etapas do processo de produção de material IEC com o grupo focal com<br />
quem pretende vir a trabalhar. As etapas podem ser visualizadas no powerpoint<br />
que preparou:<br />
Trabalho de campo<br />
Sessão 1/ Apresentação do projecto ao grupo focal;<br />
Sessão 2/ Identicação das necessidades de informação;<br />
Sessão 3/ Identicação das necessidades de adopção de comportamentos seguros;<br />
Sessão 4/ Identicação dos conteúdos da(s) mensagem(ns);<br />
Sessão 5/ Denição das ilustrações de suporte à(s) mensagem(ns);<br />
Sessão 6/ Selecção do suporte da(s) mensagem(ns);<br />
Produção de um exemplar do material IEC (mensagem + meio IEC);<br />
Sessão 7/ Revisão das ilustrações;<br />
Sessão 8/ Testagem do material junto de um grupo de controlo;<br />
Sessão 9/ Testagem do material junto de actores chaves da comunidade.<br />
5. Conrme o interesse da instituição em participar na parceria proposta.<br />
6. Se o interesse for conrmado, discuta com o técnico da ONG, da Associação<br />
ou activista a divisão de responsabilidades, que deverá ser formalizada através da<br />
celebração de um protocolo de parceria.<br />
7. Esclareça que ca a aguardar que o seu interlocutor o contacte logo que tenha<br />
o grupo focal constituído, para darem início ao trabalho de campo.<br />
8. Agradeça a disponibilidade e atenção dispensados.<br />
A Experiência do Projecto CRIAS…<br />
Ao m de dez meses sobre a data da início do projecto CRIAS, a equipa já estava a trabalhar<br />
no terreno com cinco Associações. A divisão de responsabilidade determinou que:<br />
› Ao CRIAS coubesse:<br />
a. a facilitação dos grupos focais;<br />
b. a sistematização e análise dos dados gerados no grupo focal;<br />
c. inserir o logo da ONG ou associação parceira no material a produzir;<br />
d. prestar assistência técnica à ONG ou associação parceira, na produção de material<br />
IEC da iniciativa da própria organização.
maria teresa silva santos 39<br />
› À ONG parceira coubesse:<br />
a. seleccionar os participantes do grupo focal (mínimo de seis pessoas e máximo<br />
de quinze) em consonância com as características identicadas;<br />
b. mobilizar o grupo para participar no grupo focal;<br />
c. ceder espaço para o trabalho com os grupos focais.<br />
Cada uma destas Associações promoveu a constituição de um ou mais grupo de pares,<br />
de tal modo que durante os referidos dez meses, a equipa facilitou os seguintes grupos<br />
focais ou de pares:<br />
› um grupo de mulheres;<br />
› um grupo de homens chefes de família;<br />
› dois grupos de jovens raparigas;<br />
› um grupo de jovens rapazes.
3.<br />
Trabalho de campo com<br />
os grupos focais
1ª Sessão — Apresentação do projecto<br />
ao grupo focal<br />
Objectivos:<br />
› sensibilizar os participantes para a importância de contar com material IEC adequado<br />
para a prevenção do VIH/Sida;<br />
› descrever o processo de produção do material;<br />
› descrever as técnicas de trabalho, alertando para a importância da presença de todos nos<br />
grupos focais;<br />
› denir, em conjunto com os participantes, o número de sessões, horário, periodicidade<br />
etc.;<br />
› conrmar quem deseja participar nas sessões.<br />
Material necessário:<br />
› powerpoint preparado. O uso do powerpoint é opcional;<br />
› exemplar de material IEC não adequado.<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador:<br />
1. Agradeça a presença de todas(os).<br />
2. Apresente-se dizendo o seu nome e o do colega anotador, bem como o da instituição<br />
que representa.<br />
3. Convide os participantes a apresentarem-se.<br />
4. Esclareça que o objectivo desta sessão consiste em sensibilizar para o impacto do<br />
VIH/sida e para a importância de todos trabalharem, em conjunto, para o seu controle,
44<br />
manual do facilitador<br />
prevenção e melhoria do nível de vida das pessoas infectadas e afectadas pelo<br />
VIH/sida. Pode recorrer ao powerpoint.<br />
5. Pergunte ao grupo o que sabe sobre o VIH/Sida.<br />
6. Resuma e esclareça de que se trata o VIH/Sida com o apoio do powerpoint.<br />
7. Perguntar ao grupo se sabe quantas pessoas vivem infectadas com o VIH/Sida,<br />
a nível nacional e a nível global.<br />
8. Partilhe com o grupo focal, os números do VIH/SIDA a nível nacional e a nível<br />
mundial, com o apoio do powerpoint.<br />
9. Pergunte ao grupo se existem, na sua opinião, pessoas que correm mais riscos de<br />
apanharem o vírus que provoca a sida do que outras.<br />
10. Clarique, com o apoio do powerpoint, quais são os grupos mais vulneráveis, a nível<br />
nacional e a nível mundial.<br />
11. Esclareça que a razão porque uns grupos correm mais riscos do que outros, se prende<br />
com um conjunto de factores de vulnerabilidade acrescida como a:<br />
› pobreza;<br />
› discriminação racial;<br />
› falta de poder;<br />
› falta de informação sobre o teste, prevenção e acesso a tratamento 17 .<br />
12. Acrescente que uma forma destes grupos se protegerem, passa por estarem mais<br />
informados sobre como se prevenirem e como se tratarem.<br />
13. De seguida, esclareça, que apesar de haver material sobre prevenção e tratamento<br />
do VIH/sida, este material não está, muitas vezes, adequado à comunidade em<br />
referência.<br />
14. Clarique o que se entende por adequado, dando o exemplo de um material não<br />
adequado (folheto, cartaz ou outro).<br />
15. Sublinhe que por não haver material de IEC adequado, é tão importante a produção<br />
de material produzido com as próprias populações/ comunidades.<br />
16. Com este projecto pretende-se fazer material adequado, para informar as pessoas,<br />
sobre como se prevenirem e como procurarem tratamento.<br />
17. Este objectivo só é possível se o grupo colaborar, ajudando a equipa a fazer o material.<br />
O grupo conhece bem os riscos que corre, as diculdades económicas, a linguagem e<br />
ilustrações mais adequadas para comunicar e os meios efectivos para chegar à comunidade<br />
(folheto, cartaz, programa de rádio, TV ou outro).<br />
18. Rera que, ao longo de um conjunto de sessões, a sua equipa e o grupo focal irão<br />
trabalhar na constituição de um exemplar de material IEC, através da realização das<br />
seguintes sessões:<br />
› diagnóstico de necessidades de informação e adopção de comportamentos<br />
seguros;<br />
› produção dos conteúdos da mensagem;
maria teresa silva santos 45<br />
› selecção do meio através do qual a mensagem será passada (cartaz, rádio, jornal<br />
ou outro);<br />
› produção de um exemplar;<br />
› testagem (vericar se o material é ecaz informando e promovendo comportamentos<br />
seguros);<br />
› apresentação dos resultados.<br />
(Estes objectivos podem ser visualizados em powerpoint.)<br />
19. Os dias da semana e os horários deverão ser escolhidos pelas próprias pessoas.<br />
Esclareça que não haverá lugar a remuneração. Em vez disso, o material poderá<br />
fazer referências às pessoas que colaboraram na sua realização, embora apenas se<br />
o desejarem.<br />
20. Discuta com os presentes à reunião as melhores datas e o melhor horário para a<br />
realização das sessões.<br />
21. De seguida, esclareça que as pessoas que desejem participar, devem dar o seu nome<br />
e contactos.<br />
A Experiência do Projecto CRIAS…<br />
A Associação Moitense dos Amigos de Angola foi uma das Associações com quem a<br />
Equipa trabalhou ao longo de um ano. Na Associação Moitense dos Amigos de Angola,<br />
esta sessão decorreu com um grupo misto de rapazes e raparigas que aderiram com entusiasmo<br />
ao programa apresentado. O grupo foi desde logo esclarecido que as sessões iriam<br />
ser trabalhadas em dois grupos focais: o dos jovens rapazes e o das jovens raparigas.<br />
Os jovens mostraram-se inicialmente reticentes, mas feita a pergunta sobre se estariam<br />
à vontade para falar da sua sexualidade à frente das raparigas, e vice-versa rapidamente<br />
o grupo concordou com a proposta de divisão. O grupo de jovens raparigas desde cedo<br />
assumiu o compromisso de participar de forma sistemática nas sessões que viriam a<br />
realizar-se semanalmente.
Objectivo:<br />
!"#$%&&'(#)#*+%,-./012'(#+1&<br />
necessidades de informação dos<br />
grupos mais vulneráveis<br />
› identificar quais as informações correctas e quais as incorrectas que o grupo dispõe<br />
face ao VIH/sida.<br />
Material necessário:<br />
› tarjetas com ilustrações de comportamentos seguros e comportamentos de risco (vai encon-<br />
trar um conjunto de sugestões de ilustrações no anexo 1);<br />
› ip chart;<br />
› cavalete para ip chart;<br />
› bostik.<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador<br />
1. Agradeça a todos(as) a presença na reunião e convide os participantes a sentarem-se<br />
em roda.<br />
2. Apresente-se e convide todas(os) as(os) a apresentarem-se indicando o nome e o<br />
que mais gostam de fazer;<br />
3. Dê início ao quebra-gelo. Convide os participantes a colocarem-se em sítios<br />
diferentes da sala, com posições diferentes. Peça aos participantes para que se imobilizem<br />
e xem o que vêem a partir do sítio onde estão. De seguida, convide os<br />
participantes a regressarem à posição inicial e a partilharem com o grupo o que<br />
viram. Cada participante deve partilhar o que viu, a partir do lugar em que se<br />
imobilizou. O objectivo deste quebra-gelo consiste em mostrar a importância de
48<br />
manual do facilitador<br />
ouvir a perspectiva dos outros sobre determinado assunto. É normal que as pessoas<br />
tenham diferentes perspectivas sobre determinada questão, o importante é ouvir e<br />
se possível aprender com o que vê “outro olhar”.<br />
4. De seguida, explique que ao longo desta sessão procuraremos saber o que o grupo<br />
sabe efectivamente em relação ao VIH/Sida. O que o grupo sabe e não sabe é<br />
importante para extrapolar para o conjunto de pessoas que têm as mesmas características<br />
e vivem nas mesmas circunstâncias. A partir daqui saberemos o que as<br />
outras pessoas também precisam de saber, para estarem melhor informadas.<br />
5. Discuta com o grupo a denição de comportamento seguro.<br />
6. Quando tiver chegado a um consenso sobre o signicado desta palavra, escreva a<br />
denição numa tarjeta de cor e axe-a numa folha de ip chart.<br />
7. Peça aos grupos que se separem, formando dois grupos mais pequenos de três<br />
ou quatro pessoas.<br />
8. Distribua aos dois grupos, um número igual de tarjetas com as ilustrações.<br />
9. Peça aos grupos para identicarem quais as gravuras que mostram comporta-<br />
mentos seguros e quais as que mostram comportamentos não seguros (ou de risco).<br />
Dê dez minutos para esta tarefa.<br />
10. Enquanto o grupo discute, divida ao meio uma folha de ip chart, escrevendo num<br />
lado comportamentos seguros e no outro lado da folha, comportamentos não<br />
seguros (esta folha pode também já vir preparada para a reunião).<br />
11. Findos os dez minutos, peça para que os grupos coloquem no ip chart os<br />
comportamentos seguros no lado do ip chart em que o facilitador escreveu<br />
“comportamentos seguros”, e as gravuras com comportamentos de risco no lado<br />
do ip chart que o facilitador escreveu “comportamentos não seguros”.<br />
12. Informar o grupo sobre os meios de transporte do VIH/Sida, que já deverão estar<br />
anotados em tarjetas e devidamente colocados numa folha de ip chart, que até<br />
então não era visível para o grupo:<br />
› uidos vaginais e cervicais;<br />
› esperma;<br />
› sangue<br />
› leite materno (aproveitar para esclarecer que quando a mãe vive com VIH/sida<br />
e toma antirretrovirais, a possibilidade do feto nascer com VIH/sida é perto<br />
de nula).<br />
13. Discuta a colocação de cada tarjeta com o grupo, à luz dos meios de transporte<br />
do VIH identicados.<br />
14. Faça um resumo dos resultados da sessão.<br />
15. Peça aos grupos para que apontem uma coisa boa e uma coisa má da sessão.<br />
16. Volte a agradecer a presença de todos(as) à reunião e informe que espera vê-los<br />
na próxima sessão.
A Experiência do Projecto CRIAS…<br />
maria teresa silva santos 49<br />
Realizado o diagnóstico de necessidades de informação junto das jovens raparigas da<br />
Associação Moitense dos Amigos de Angola, a colocação das tarjetas acabou por evidenciar<br />
que as jovens raparigas assumiam, erradamente que o “espirro” e a “partilha de<br />
talheres” eram comportamentos de risco. Signicava que era necessário produzir material<br />
que esclarecesse que o espirro e a partilha de talheres, não são meios através dos quais<br />
o VIH é passível de ser transmitido.
Objectivo:<br />
3"#$%&&'(#)#*+%,-./012'(#+%<br />
necessidades de adopção<br />
de comportamentos seguros<br />
› identicar os comportamentos de risco mais frequentes no grupo e as razões porque são<br />
perpetuados.<br />
Material necessário:<br />
› folha de ip chart com a totalidade das gravuras que descrevem comportamentos de risco;<br />
› tarjetas com eventuais motivos que podem explicar a perpetuação de comportamentos<br />
de risco no grupo;<br />
› tarjetas prontas a serem preenchidas pelos próprios participantes;<br />
› papel cortado aos quadrados onde deverão ser desenhados sinais de mais, mais ou menos<br />
e menos;<br />
› tarjetas com as conclusões referidas na etapa 15 desta sessão;<br />
› ip chart;<br />
› bostik.<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador<br />
1. Agradeça a presença de todos(as)os à reunião.<br />
2. Dê início ao quebra-gelo. Peça aos participantes para que se reúnam em grupos<br />
mais pequenos. Peça para que imaginem que têm um problema grave (sentimental,<br />
familiar, de saúde, ou outro). Os participantes devem imaginar e partilhar com<br />
o grupo, quais as qualidades das pessoas com quem se sentiriam à vontade para<br />
desabafar. O facilitador vai escrevendo as qualidades avançadas pelo grupo.
52<br />
manual do facilitador<br />
No nal, coloque as tarjetas no ip chart e clarique o grupo, que também nas<br />
sessões, é importante que todos procurem ter as qualidades mencionadas, já que<br />
tratamos de assuntos íntimos e pessoais.<br />
3. Entretanto, dê início a um segundo quebra-gelo, este último com o objectivo de descontrair<br />
o grupo. Baseia-se num simples jogo de mímica em que os participantes são<br />
convidados a reproduzir todos os seus gestos, através dos quais procura imitar um<br />
conjunto de animais.<br />
4. Finalizados os quebra-gelos, apresente os objectivos da sessão:<br />
› identicar comportamentos de risco que são frequentes no grupo representado<br />
pelo grupo focal;<br />
› as causas que estão na origem desses comportamentos.<br />
5. Convide o grupo a dividir-se em dois grupos mais pequenos (a divisão é variável<br />
com o número total de participantes).<br />
6. Peça para que os grupos observem as gravuras com a descrição de comportamentos<br />
de risco.<br />
7. Solicite aos (às) participantes que reictam e discutam entre si se os comportamentos<br />
de risco apresentados são pouco, mais ou menos, ou muito frequentes no<br />
grupo, que este grupo focal representa. *<br />
8. De seguida, convide os mini-grupos a colocarem um sinal: de “mais”, “mais ou<br />
menos” ou de “menos”, à frente de cada tarjeta com o comportamento de risco.<br />
9. Procure chegar a um consenso com o grupo, sobre os comportamentos de risco<br />
mais frequentes, no grupo que este grupo focal representa.<br />
10. Distribua tarjetas em branco, onde os mini-grupos deverão anotar os motivos, que<br />
levam à existência dos comportamentos de risco considerados mais frequentes.<br />
11. Adicionalmente, partilhe com o grupo outros motivos possíveis para a existência<br />
dos comportamentos de risco mais frequentes. Estes motivos já terão sido previamente<br />
identicados e escritos em tarjetas, pela equipa de facilitação.<br />
12. Peça ao grupo para que avalie se os motivos entregues, podem também ajudar a<br />
explicar a existência dos comportamentos de risco mais frequentes identicados<br />
pelo grupo. São atribuídos dez minutos para esta tarefa.<br />
13. Convide os grupos a colocarem os motivos no ip chart.<br />
14. Procure problematizar a questão e encontrar o consenso do grupo.<br />
15. Findo este exercício, lembre o grupo que nesta fase já se possui uma maior consciência<br />
sobre:<br />
› o que o grupo mais alargado que este grupo focal representa, sabe sobre VIH/Sida;<br />
* Por exemplo no caso deste ser um grupo focal de mulheres, e tendo como pano de fundo uma gravura que ilustra uma relação sexual<br />
sem preservativo, o facilitador pede aos mini-grupos que escrevam numa tarjeta se relações sexuais sem preservativo são pouco, mais ou<br />
menos ou muito frequentes no grupo.
maria teresa silva santos 53<br />
› quais os comportamentos de risco mais frequentes no grupo que este grupo<br />
focal representa;<br />
› quais os motivos que levam à repetição dos comportamentos de risco identicados.<br />
16. Esclareça que, com base nestas conclusões, já teremos informação suciente para<br />
pensar numa mensagem sobre VIH/SIDA dirigida ao grupo mais alargado que este<br />
grupo focal representa:<br />
› informando sobre o que as pessoas não sabem;<br />
› motivando para a substituição de comportamentos de risco, por comportamentos<br />
seguros face às IST/VIH/sida.<br />
17. Convide os participantes a pensarem que mensagem poderia ser transmitida ao<br />
grupo mais alargado.<br />
18. Informe os participantes, que na próxima sessão, iremos trabalhar o conteúdo da(s)<br />
mensagen(s).<br />
19. Pergunte se há dúvidas e caso não haja, peça aos participantes para que indiquem<br />
uma coisa boa e uma coisa má da sessão.<br />
20. Agradeça a todos a sua presença na reunião e dê por nda a sessão.<br />
A Experiência do Projecto CRIAS…<br />
Realizado o diagnóstico dos comportamentos de risco mais frequentes no grupo maior a<br />
que pertencem as jovens raparigas da Associação Moitense dos Amigos de Angola, a colocação<br />
das tarjetas tomou o seguinte aspecto:<br />
Comportamentos de risco<br />
mais frequentes<br />
Frequência Causas<br />
Sexo anal sem preservativo. - -<br />
Coito sem preservativo. +<br />
Sexo oral sem preservativo. -<br />
Partilha de seringas. -<br />
› Conança no parceiro;<br />
› Não saber dizer não;<br />
› O facto do preservativo<br />
tirar prazer.
Objectivo:<br />
› produção de conteúdos.<br />
Material necessário:<br />
4ª Sessão — Que conteúdos?<br />
› tarjetas de cor, prontas a serem utilizadas;<br />
› ip chart;<br />
› bostik;<br />
› vendas para os olhos para utilizar no quebra-gelo;<br />
› folha de cartolina com um quadro onde devem constar:<br />
a. informações incorrectas sobre VIH/SIDA identicadas na segunda sessão;<br />
b. os comportamentos de risco mais frequentes e causas para a perpetuação destes<br />
comportamentos, identicados na terceira sessão.<br />
Este quadro deverá ter a seguinte apresentação:<br />
Informação<br />
errada<br />
Comportamento de<br />
risco mais frequentes<br />
Resultados do diagnóstico Mensagem Ilustração Meio IEC<br />
Informações erradas que o grupo focal<br />
possui relativamente ao VIH/sida.<br />
Por exemplo, que o VIH/sida se<br />
transmite através do suor.<br />
Comportamentos de risco mais frequentes<br />
na comunidade a que o grupo focal<br />
pertence. Por exemplo, a prática do sexo<br />
anal sem preservativo. Colocar igualmente<br />
as razões, que contribuem para o não uso<br />
do preservativo no sexo anal.<br />
Baseado Margot Zimmerman (1989) Developing Health and Family Planning Print Materials for low-literate audiences (Washington:<br />
PATH)
56<br />
manual do facilitador<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos.<br />
› É provável que venha a sentir necessidade de estender esta sessão por mais dias. Isso irá<br />
depender do número de mensagens que precisará de formular, do número de partici-<br />
pantes nesta sessão e da sua participação.<br />
Tarefas para o facilitador<br />
1. Agradeça a presença de tod(as)os à reunião.<br />
2. Dê início ao quebra-gelo. Durante este quebra-gelo o grupo precisa de estar numa<br />
sala escura. Coloque uma venda nos olhos de cada participante. Peça ao grupo<br />
para que aperte a mão a quem estiver à sua direita. Peça ao grupo para que abrace<br />
quem encontrar à sua frente. Peça ao grupo para que dê um beijo na face de quem<br />
estiver atrás de si. Por m, peça ao grupo para que, apalpando, descubra quem está<br />
à sua esquerda. Pode sugerir outras tarefas, o importante é todos concordarem que<br />
durante o quebra-gelo o grupo esteja em silêncio absoluto. Para além de promover a<br />
descontração, este quebra-gelo tem como objectivo promover a aproximação entre<br />
os integrantes do grupo.<br />
3. Recorra ao quadro com as informações erradas e com os comportamentos de risco<br />
mais frequentes.<br />
4. Esclareça que, nesta sessão, irão construir uma mensagem, ou um conjunto de mensagens<br />
e que a participação de todos é bastante importante.<br />
5. Distribua as tarjetas prontas a serem utilizadas por todos os participantes.<br />
6. Peça ao grupo para que escreva em cada tarjeta uma mensagem que considere<br />
importante para informar e para promover a adopção de comportamentos seguros,<br />
por parte do grupo mais alargado de pessoas representado por este grupo focal.<br />
Este trabalho pode ser feito individualmente ou em grupos de pares. Atribua<br />
quinze minutos para esta tarefa.<br />
7. Convide o grupo a apresentar as mensagens produzidas.<br />
8. Explore as implicações das mensagens propostas.<br />
9. Seleccione, juntamente com o grupo, as mensagens que preencham as lacunas de<br />
informação ou que motivem para a substituição de comportamentos de risco por<br />
comportamentos seguros face às IST/VIH/sida no grupo.<br />
10. Pergunte se há dúvidas e caso não haja, peça ao grupo para que indique uma coisa<br />
boa e uma coisa má da sessão.<br />
11. Agradeça a todos a sua presença na reunião e dê por nda a sessão. *<br />
* Em alguns grupos poderá sentir reticências por parte dos participantes em escrever mensagens. Não só porque é uma tarefa difícil,<br />
mas também porque podem sentir diculdades em escrever, e sentir vergonha em escrever com erros. Este é por exemplo, o caso de<br />
muitos imigrantes cuja língua materna não seja o português, ou imigrantes com baixos níveis de qualicação académica. Nestas situ-<br />
ações, sugerimos que vá alimentando a discussão entre o grupo. Sugira por exemplo, um debate em que um grupo toma a defesa da<br />
perpetuação do uso do preservativo e o outro tome o papel contrário. Aproveite a troca de argumentos entre os grupos, para tomar nota<br />
dos argumentos que vão sendo avançados a favor do comportamentos ou atitudes seguros. Discuta depois com o grupo se alguns dos<br />
argumentos que anotou durante o debate, podem ser validados enquanto mensagens.
A Experiência do Projecto CRIAS…<br />
maria teresa silva santos 57<br />
A mensagem para o uso do preservativo nas relações sexuais prolongou-se por dois dias.<br />
A mensagem para esclarecer que o VIH não passa por espirro ou partilha de talheres<br />
desenvolveu-se ao longo de uma única sessão. O resultado nal está apresentado no quadro<br />
em baixo:<br />
Informação errada<br />
Comportamento de risco mais frequentes<br />
› Espirro;<br />
› Partilha de talheres.<br />
› Sexo sem preservativo.<br />
› Conança;<br />
› Não saber dizer não;<br />
› O facto do preservativo<br />
tirar prazer.<br />
Mensagem Ilustração Meio IEC<br />
“Espirra, constipa<br />
que a Sida não<br />
alinha!”<br />
“Talheres e saliva,<br />
não passa a sida!”<br />
“Garfada a garfada,<br />
colherada<br />
a colherada, não<br />
transmite VIH/<br />
sida!”<br />
“Ama e cona,<br />
sem preservativo<br />
não ena.”<br />
“Fazer sexo é<br />
bom, prazer é<br />
tipo bombom.<br />
Usa o preservativo<br />
para seres sempre<br />
activo.”
Objectivo:<br />
5ª Sessão — Que conteúdos?<br />
Ilustrar ou não?<br />
› ilustrar as mensagens. Nem todas as mensagens se farão acompanhar de ilustrações.<br />
E é também possível que algumas mensagens assentem exclusivamente em ilustrações,<br />
dispensando a colocação de texto. Qualquer que seja a decisão, ela deve ter em conta<br />
as necessidades e circunstâncias particulares do grupo de referência e ser discutida com<br />
o grupo focal.<br />
Material necessário:<br />
› tarjetas de cor, prontas a serem utilizadas;<br />
› ip Chart;<br />
› bostik;<br />
› folha de cartolina com um quadro onde devem constar:<br />
a. informações incorrectas sobre VIH/SIDA identicadas na segunda sessão;<br />
b. os comportamentos de risco mais frequentes e causas para a perpetuação destes<br />
comportamentos, identicados na terceira sessão;<br />
c. mensagens já produzidas, durante a quarta sessão.
60<br />
manual do facilitador<br />
No nal da sessão o quadro deverá ter a seguinte apresentação:<br />
Informação errada<br />
Comportamento de risco<br />
mais frequentes<br />
Resultados<br />
diagnóstico<br />
Informações erradas<br />
que o grupo<br />
focal possui relativamente<br />
ao VIH/<br />
sida. Por exemplo,<br />
que o VIH/sida se<br />
transmite através<br />
do suor.<br />
Comportamentos<br />
de risco mais<br />
frequentes na comunidade<br />
a que o<br />
grupo focal pertence.<br />
Por exemplo,<br />
o sexo anal sem<br />
preservativo. Colocar<br />
igualmente as<br />
razões que contribuem<br />
para o não<br />
uso do preservativo<br />
no sexo anal.<br />
Mensagem Ilustração Meio IEC<br />
Mensagens produzidas<br />
para preencher<br />
as lacunas de<br />
informação.<br />
Mensagens produzidas<br />
para promover<br />
a substituição<br />
de atitudes e comportamentos<br />
de<br />
risco, por atitudes<br />
e comportamentos<br />
seguros face às<br />
IST/VIH/sida.<br />
Descrições das ilustrações<br />
que deverão<br />
acompanhar as<br />
mensagens.<br />
Descrições das ilustrações<br />
que deverão<br />
acompanhar as<br />
mensagens.<br />
Baseado Margot Zimmerman (1989) Developing Health and Family Planning Print Materials for low-literate audiences (Washington:<br />
PATH)<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos.<br />
› É provável que venha a sentir necessidade de estender esta sessão por mais dias. Isso irá<br />
depender do número de mensagens que precisará de ilustrar, do número de participan-<br />
tes nesta sessão e da sua participação.<br />
Tarefas para o facilitador<br />
1. Agradeça a presença de tod(as)os à reunião<br />
2. Inicie o quebra-gelo. Convide os participantes a jogarem consigo ao “jogo do acrescenta”.<br />
Esclareça os participantes que, durante este quebra gelo, uma pessoa faz um<br />
gesto, e que a pessoa que está ao seu lado faz esse mesmo gesto e acrescenta outro.<br />
A pessoa que está ao lado desta, repete os dois gestos executados, acrescenta outro<br />
e assim sucessivamente.
maria teresa silva santos 61<br />
3. Finalizado o quebra-gelo, recorra ao quadro com as informações erradas, com os comportamentos<br />
de risco mais frequentes e com as mensagens produzidas pelo grupo.<br />
4. Esclareça que, nesta sessão, irão procurar identicar ilustrações que possam ajudar<br />
a esclarecer o texto ou a reforçar a mensagem.<br />
5. Deixe que o grupo escolha a mensagem que quer trabalhar primeiro.<br />
6. Convide um dos participantes a avançar como anotador do resto do grupo * .<br />
7. Pergunte ao grupo que imagens são sugeridas pelo texto da mensagem.<br />
8. Depois do grupo ter acordado numa ideia, procure com ele pormenorizar detalhes<br />
da ilustração, com o objectivo de fornecer um maior número possível de informações<br />
ao ilustrador, que irá elaborar as ilustrações, de acordo com as recomendações<br />
denidas pelo grupo.<br />
9. Sempre que tiver completado uma ilustração, passe à mensagem seguinte.<br />
10. Trabalhar o maior número possível de ilustrações, desde que não ultrapasse os sessenta<br />
minutos previstos para cada sessão.<br />
11. Pergunte se há dúvidas e caso não haja, peça ao grupo para que indique uma coisa<br />
boa e uma coisa má na sessão.<br />
12. Agradeça a todos a sua presença na reunião e dê por nda a sessão.<br />
A Experiência do Projecto CRIAS…<br />
O grupo de jovens raparigas da Associação Moitense dos Amigos de Angola optaram<br />
por ilustrar as suas mensagens. As sessões para identicação das ilustrações por parte das<br />
jovens viriam a prolongar-se por três dias. O resultado está apresentado no quadro a seguir<br />
(ver página seguinte) em relação a apenas uma das mensagens, cuja transformação para<br />
material de IEC vamos acompanhar até à etapa nal prevista pelo manual.<br />
* Em especial entre jovens, os grupos desenvolvem códigos de escrita e expressões mais facilmente anotadas por um integrante do próprio<br />
grupo. Não se deixe intimidar por possíveis erros ortográcos ou de sintaxe, aproveite a riqueza do grupo e valorize-o. Em alguns grupos,<br />
no entanto, e como já foi referido, diculdades de escrita podem tornar esta opção inviável. Neste caso, peça ao anotador da equipa da<br />
facilitação para que tome nota das descrições das ilustrações referidas pelo grupo.
62<br />
manual do facilitador<br />
Informação errada<br />
Comportamento de risco mais frequentes<br />
› Sexo sem preservativo.<br />
› Conança;<br />
› Não saber dizer<br />
não;<br />
› O facto do preservativo<br />
tirar prazer.<br />
Mensagem Ilustração Meio IEC<br />
“Ama e cona,<br />
sem preservativo<br />
não ena.”<br />
Uma jovem dizendo<br />
que não com um<br />
dedo, ao rapaz<br />
que, com o pénis<br />
erecto, a olha<br />
sem preservativo<br />
colocado.
Objectivo:<br />
6 ª sessão — Que meio IEC? *<br />
› identificação do meio IEC adequado à mensagem e às circunstâncias particulares<br />
do grupo beneciário.<br />
Material necessário:<br />
› quadro com as mensagens já trabalhadas;<br />
› tarjetas com exemplos de utilização de meios IEC usados para a prevenção do<br />
VIH/Sida;<br />
› ip chart;<br />
› bostik;<br />
› cerca de dez objectos pequenos que possa esconder dentro de um saco opaco;<br />
› saco opaco.<br />
* Na equipa surgiu a discussão se o meio deveria anteceder a mensagem ou o inverso. Por um lado, se fossem primeiro discutidos os<br />
conteúdos, o grupo teria ainda bem presente os resultados dos diagnósticos. A desvantagem associada a esta opção é que o meio teria<br />
de se adaptar aos conteúdos, correndo-se o risco de reduzir substancialmente o número de meios de IEC disponíveis.<br />
Importa lembrar que este manual não se quer como uma ferramenta rígida, pelo que estas opções devem ser consideradas e discuti-<br />
das pela equipa de facilitação ou surgir naturalmente da discussão com o grupo. No grupo de jovens rapazes da Associação Moitense<br />
dos Amigos de Angola, por exemplo, quando começou a ser trabalhada a mensagem o grupo já tinha em mente que esta teria de ser<br />
a letra de uma música. Daqui resultou, que este grupo não passou pela sessão de ilustração e quando chegou à sessão sobre o meio<br />
de IEC mais adequado, a decisão já estava tomada.
64<br />
manual do facilitador<br />
No nal da sessão, o quadro deverá apresentar a seguinte informação:<br />
Informação errada<br />
Comportamento de risco mais frequentes<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos.<br />
Resultados do<br />
diagnóstico<br />
Informações<br />
erradas que o<br />
grupo focal possui<br />
relativamente ao<br />
VIH/sida. Por<br />
exemplo, que<br />
o VIH/sida se<br />
transmite através<br />
do suor.<br />
Comportamentos<br />
de risco mais<br />
frequentes na<br />
comunidade<br />
a que o grupo<br />
focal pertence.<br />
Por exemplo,<br />
o sexo anal sem<br />
preservativo.<br />
Colocar<br />
igualmente<br />
as razões que<br />
contribuem para<br />
o não uso do<br />
preservativo no<br />
sexo anal.<br />
Mensagem Ilustração Meio IEC<br />
Mensagens<br />
produzidas<br />
para preencher<br />
as lacunas de<br />
informação.<br />
Mensagens<br />
produzidas<br />
para promover<br />
a substituição<br />
de atitudes e<br />
comportamentos<br />
de risco,<br />
por atitudes<br />
e comportamentos<br />
seguros face às<br />
IST/VIH/sida.<br />
Descrições<br />
das ilustrações<br />
que deverão<br />
acompanhar<br />
as mensagens.<br />
Descrições<br />
das ilustrações<br />
que deverão<br />
acompanhar<br />
as mensagens.<br />
Meio identicado<br />
pelo grupo como<br />
sendo o mais<br />
ecaz.<br />
Meio identicado<br />
pelo grupo como<br />
sendo o mais<br />
ecaz.<br />
› À semelhança da sessão anterior, também nesta sessão poderá sentir necessidade de<br />
trabalhá-la mais do que um dia.<br />
Tarefas para o facilitador<br />
1. Agradeça a presença de todos(as)os à reunião.<br />
2. Inicie o quebra-gelo. Mostre um a um, os dez objectos que trouxe para a sessão.<br />
Coloque os objectos dentro de um saco. Dê cinco minutos ao grupo, para escrever<br />
numa folha os objectos que se lembra de ter visto. A nalidade é conseguir
maria teresa silva santos 65<br />
tomar nota de todos os objectos. Findos os cinco minutos, conrme, retirando os<br />
objectos do saco, quem se conseguiu lembrar de todos.<br />
3. Esclareça que nesta sessão se procurará identicar o meio IEC mais adequado, para<br />
transmitir a(s) mensagens identicadas na sessão anterior.<br />
4. Relembrar as conclusões da sessão anterior, através da visualização do quadro com<br />
as informações erradas e os comportamentos de risco mais frequentes, acompa-<br />
nhados das mensagens e ilustrações trabalhadas pelo grupo.<br />
5. Peça ao grupo que se divida em dois grupos mais pequenos.<br />
6. Distribua tarjetas em branco, solicitando aos grupos que identiquem meios de<br />
IEC possíveis.<br />
7. Coloque as tarjetas no ip chart.<br />
8. De seguida, distribua tarjetas com exemplos de utilização de meios de IEC, na área<br />
do VIH/Sida.<br />
9. Peça novamente aos grupos que identiquem quais, dentre os meios de IEC mencionados,<br />
parecem ser mais adequados para transmitir a mensagem identicada<br />
na sessão anterior, ao grupo mais alargado que este grupo focal representa. Atribua<br />
quinze minutos para esta tarefa.<br />
10. Convide os grupos a colocarem na quarta coluna do quadro, o(s) meio(s) de IEC<br />
que consideraram mais adequados.<br />
11. Recorde que um meio adequado é aquele que:<br />
› mais garantias oferece de chegar a toda a comunidade, ou seja, aquele meio<br />
que, em princípio, todos, na comunidade, têm acesso.<br />
› mais garantias oferece de contribuir para a alteração de comportamento.<br />
12. Problematize e procure o consenso do grupo relativamente a esta questão.<br />
13. Depois de se ter chegado a consenso, informe que o próximo passo passará pela<br />
produção do material IEC (mensagem mais meio) que foi seleccionado pelo grupo<br />
focal. A produção do material será trabalhada ao longo da(s) próxima(s) sessão(ões).<br />
14. É possível que a produção de um exemplar tenha sido alcançada durante estas<br />
sessões, é também possível que a produção de um exemplar requeira o envolvimento<br />
de um técnico especializado ou o envolvimento adicional de todos os participantes<br />
do grupo focal. Neste caso, deve perguntar aos participantes se desejam ou têm<br />
disponibilidade para participar na produção de um exemplar de material de IEC,<br />
que poderá levar ainda algumas sessões.<br />
15. Pergunte se há dúvidas e caso não haja, peça ao grupo para que indique uma coisa<br />
boa e uma coisa má da sessão.<br />
16. Agradeça a todos a sua presença na reunião e dê por nda a sessão.
66<br />
manual do facilitador<br />
A Experiência do Projecto CRIAS…<br />
O resultado desta sessão com o grupo de jovens raparigas da Associação Moitense dos<br />
Amigos de Angola está apresentado no quadro em baixo:<br />
Informação errada<br />
Comportamento de risco mais frequentes<br />
› Sexo sem preservativo.<br />
› Conança;<br />
› Não saber dizer<br />
não;<br />
› O facto do preservativo<br />
tirar prazer.<br />
Mensagem Ilustração Meio IEC<br />
“Ama e cona,<br />
sem preservativo<br />
não ena.”<br />
Uma jovem dizendo<br />
que não com um<br />
dedo, ao rapaz<br />
que, com o pénis<br />
erecto, a olha<br />
sem preservativo<br />
colocado.<br />
Curto prazo:<br />
A produção de uma<br />
pequena carteira<br />
com uma tira para<br />
colocar ao pescoço<br />
Médio prazo:<br />
Produção de uma<br />
peça de teatro.
7ª Sessão — Revisão das ilustrações<br />
Objectivo:<br />
› a produção das ilustrações deve seguir, tanto quanto possível, as recomendações saídas<br />
do grupo, que por sua vez devem ser o mais pormenorizadas possível, por forma a aju-<br />
dar o trabalho do ilustrador.<br />
Depois de produzidas, as ilustrações devem ser analisadas pelo grupo, com o duplo<br />
objectivo de, por um lado certicar que as recomendações foram seguidas, e por outro,<br />
nas situações em que as recomendações foram omissas, que as soluções identicadas pelo<br />
ilustrador são adequadas ao grupo.<br />
Material necessário:<br />
› ilustrações produzidas pelo ilustrador;<br />
› quadro com resumo das sessões:<br />
Informação<br />
errada<br />
Comportamento de<br />
risco mais frequentes<br />
Resultados do<br />
diagnóstico de<br />
necessidades de<br />
informação.<br />
Resultados do<br />
diagnóstico dos<br />
comportamentos<br />
de risco mais<br />
frequentes.<br />
Mensagem Ilustração Meio IEC<br />
Mensagens<br />
produzidas para<br />
preencher as lacunas<br />
de informação.<br />
Mensagens produzidas<br />
para promover a<br />
substituição de atitudes<br />
e comportamentos<br />
de risco por atitudes<br />
e comportamentos<br />
mais seguros face<br />
às IST/VIH/sida.<br />
Descrição das<br />
ilustrações que<br />
deverão acompanhar<br />
as mensagens.<br />
Descrição das<br />
ilustrações<br />
que deverão<br />
acompanhar as<br />
mensagens.<br />
Meio identicado<br />
pelo grupo como<br />
sendo o mais<br />
ecaz.<br />
Meio identicado<br />
pelo grupo como<br />
sendo o mais<br />
ecaz.
68<br />
manual do facilitador<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos.<br />
Tarefas para o facilitador<br />
1. Agradeça a presença de todos(as)os à reunião.<br />
2. Dê início ao quebra-gelo. Convide os participantes a reproduzirem em gesto, o que<br />
você diz em palavras. Por exemplo, peça aos participantes para que imitem uma<br />
árvore, uma casa, a guerra, a inveja, a amizade, o amor, a alegria.<br />
3. Depois de nalizado o quebra-gelo, esclareça que nesta sessão se procurará conrmar<br />
se as ilustrações produzidas:<br />
› estão conformes com as recomendações do grupo;<br />
› contêm algum elemento que não é compreendido pelo grupo;<br />
› contêm alguma referência, que não seja familiar ao contexto de vida das pessoas<br />
do grupo.<br />
4. Peça para que se leiam as recomendações saídas do grupo e as comparem com o resultado<br />
apresentado pelo ilustrador.<br />
5. Pergunte ao grupo se existe algum elemento que não esteja claro.<br />
6. Pergunte ao grupo se existe algum elemento que não faça parte do contexto especíco<br />
em que o grupo vive.<br />
7. Depois do grupo ter discutido estas questões, esclareça, no caso de haver alterações<br />
a fazer, que as transmitirá ao ilustrador.<br />
8. Por m, pergunte se há dúvidas e caso não haja, peça ao grupo para que indique uma<br />
coisa boa e uma coisa má da sessão.<br />
9. Agradeça a todos a sua presença na reunião e dê por nda a sessão.
A Experiência do Projecto CRIAS…<br />
O resultado nal está apresentado no quadro em baixo:<br />
Informação errada<br />
Comportamento de risco mais frequentes<br />
› Sexo sem preservativo.<br />
› Conança;<br />
› Não saber<br />
dizer não;<br />
› O facto do<br />
preservativo<br />
tirar prazer.<br />
Mensagem Ilustração Meio IEC<br />
“Ama e cona,<br />
sem preservativo<br />
não ena.”<br />
Para a primeira<br />
parte da frase<br />
“Ama e cona”:<br />
desenho de um<br />
casal de namorados.<br />
Para a segunda<br />
parte da frase,<br />
“sem preservativo<br />
não ena”:<br />
rapaz com pénis<br />
de fora, sem<br />
preservativo,<br />
e a rapariga<br />
a dizer que não<br />
com o dedo<br />
maria teresa silva santos 69<br />
Curto prazo:<br />
Pequena carteira<br />
com uma tira<br />
para colocar ao<br />
pescoço<br />
Médio prazo:<br />
Produção de<br />
uma peça de<br />
teatro<br />
Resultados da<br />
revisão<br />
Na ilustração<br />
referente à<br />
primeira parte<br />
da mensagem, o<br />
casal tinha como<br />
pano de fundo<br />
um jardim.<br />
As jovens não<br />
reconheceram<br />
o jardim como<br />
uma realidade<br />
do seu contexto<br />
de vida e<br />
em vez disso<br />
propuseram<br />
edifícios<br />
“farruscos”<br />
como os do<br />
bairro.
Produção de um exemplar do material<br />
IEC a ser produzido<br />
Objectivo:<br />
› produção do material IEC (mensagem e meio IEC).<br />
Material necessário:<br />
› vai depender do tipo de material escolhido.<br />
Tempo:<br />
› vai depender do tipo de material escolhido.<br />
Como já foi referido, a produção de um exemplar de material de IEC poderá:<br />
› até já estar concluída quando chegar ao m da quinta sessão. Exemplo, de uma<br />
mensagem colocada no hi5;<br />
› requerer a continuação do envolvimento do grupo focal. Por exemplo, a constituição<br />
de um grupo de dança;<br />
› requerer o apoio técnico especializado e a continuação do envolvimento<br />
do grupo na produção do material. Por exemplo, a produção de um vídeo<br />
comunitário.<br />
As tarefas para o facilitador, irão depender do tipo de material IEC que o grupo focal<br />
optou por produzir.
8ª sessão — Testagem de um exemplar<br />
do material, junto dos grupos<br />
em referência<br />
Antes de iniciar esta sessão, deverá primeiro procurar constituir um grupo focal de controlo,<br />
que não tenha tido contacto prévio com o processo de produção de material de IEC. 18<br />
Este grupo focal, deve, no entanto, ter um perl idêntico ao do grupo focal que trabalhou<br />
na produção do material sob testagem. Por exemplo, se o grupo focal inicial era constituído<br />
por jovens raparigas, o grupo focal de testagem deve também ser constituído por<br />
jovens raparigas.<br />
Objectivos:<br />
› avaliar se a mensagem é efectivamente compreendida;<br />
› avaliar se é adequada às especicidades culturais, linguísticas, sociais, económicas e de<br />
género do grupo ou comunidade;<br />
› avaliar se o grupo se identica com o material de IEC;<br />
› avaliar se o grupo, ou comunidade, se sente motivada para agir depois do contacto com<br />
o material de IEC. 19<br />
Material necessário:<br />
› um exemplar do material de IEC produzido;<br />
› ip chart;<br />
› tarjetas com as questões que serão colocadas pelo facilitador, não obrigando assim<br />
à memorização de todas as questões que deverão ser colocadas ao longo da sessão;<br />
› tarjetas;<br />
› canetas de feltro de bico grosso prontas a serem utilizadas.<br />
Tempo:<br />
› variável com a amostra.
74<br />
manual do facilitador<br />
Tarefas para o facilitador<br />
1. Apresente-se dizendo o seu nome e o nome do anotador, bem como o da instituição<br />
que representa.<br />
2. Convide os participantes a apresentarem-se.<br />
3. Dê início ao quebra-gelo. Pode optar por qualquer um dos quebra-gelos utilizados<br />
em sessão anteriores.<br />
4. Recorde que esta sessão tem como objectivo avaliar se o material que foi produzido,<br />
é adequado e ecaz para informar e promover atitudes e comportamentos seguros<br />
em relação ao VIH/sida.<br />
5. Partilhe com o grupo o material de IEC produzido.<br />
Clareza<br />
6. Pergunte ao grupo qual a mensagem passada pelo material.<br />
7. Pergunte se existem palavras difíceis de entender.<br />
8. Pergunte se a mensagem é difícil de ler (tamanho da letra, cor da letra, etc).<br />
9. Conrme, junto do grupo, se é possível explicar o conteúdo da mensagem para<br />
outra pessoa.<br />
Carácter atractivo do material<br />
10. De seguida, pergunte ao grupo se acha que o material provoca vontade de ler,<br />
de ouvir ou de ser visto (dependendo do tipo de material).<br />
Relevância do material<br />
11. Pergunte ao grupo qual o problema que o material procura resolver.<br />
12. Pergunte ao grupo se concorda com a solução proposta para resolver o problema.<br />
Credibilidade<br />
13. Pergunte se o grupo acredita na informação dada pelo material de IEC.<br />
Vontade para agir<br />
14. Pergunte ao grupo se considera que o material fala ou mostra pessoas idênticas<br />
às que se encontram no grupo.<br />
15. Pergunte ao grupo se considera que o material se refere a uma situação real,<br />
ou possível na vida do grupo.<br />
16. Por m, pergunte ao grupo se sente vontade para agir, e caso sinta, para fazer o quê.
maria teresa silva santos 75<br />
Sobre o meio escolhido:<br />
17. Pergunte ao grupo, se considera que o meio escolhido tem facilidade em chegar até<br />
às pessoas que espera atingir.<br />
18. Pergunte ao grupo, se considera que o meio escolhido é susceptível de ter impacto<br />
nas atitudes e comportamentos das pessoas.<br />
Pontos fortes e fracos<br />
19. De seguida, solicite aos grupos que identiquem nas tarjetas entretanto distribuídas,<br />
os pontos fracos do material.<br />
20. Convidar os grupos a colocar estas tarjetas no ip chart.<br />
21. Solicite aos grupos que identiquem os pontos fortes.<br />
22. Os grupos são chamados a colocar no ip chart os pontos fortes.<br />
23. Problematize em plenário, os pontos fracos e fortes do material.<br />
24. Agradeça a presença de todos na sessão e reforce a importância da sua presença<br />
e participação para compreender se este é um bom material para informar e promover<br />
atitudes e comportamentos seguros.<br />
A experiência do Projecto CRIAS…<br />
Para testar o material, a equipa do Projecto CRIAS, contou com o apoio do grupo de<br />
jovens raparigas da Associação Batoto Yetu com quem também trabalhou na produção<br />
de material de IEC Estas jovens mobilizaram um conjunto de amigas, que não tinham<br />
participado em nenhuma das sessões promovidas pela equipa do CRIAS, em Caxias.<br />
Os resultados da sessão de testagem estão sistematizados no quadro apresentado (ver<br />
página seguinte):
76<br />
manual do facilitador<br />
Informação errada<br />
Comportamento de risco mais frequentes<br />
› Sexo sem<br />
preservativo.<br />
› Conança;<br />
› Não saber<br />
dizer não;<br />
› O facto do<br />
preservativo<br />
tirar prazer.<br />
Mensagem Ilustração Meio IEC Resultados<br />
da revisão<br />
“Ama e<br />
cona, sem<br />
preservativo<br />
não ena.”<br />
Para a<br />
primeira parte<br />
da frase “Ama<br />
e cona”:<br />
desenho de<br />
um casal de<br />
namorados.<br />
Para a<br />
segunda parte<br />
da frase, “sem<br />
preservativo<br />
não ena”:<br />
rapaz com<br />
pénis de<br />
fora, sem<br />
preservativo,<br />
e a rapariga a<br />
dizer que não<br />
com o dedo<br />
› Curto prazo:<br />
Pequena<br />
carteira com<br />
uma tira<br />
para colocar<br />
ao pescoço<br />
› Médio<br />
prazo:<br />
Produção<br />
de uma peça<br />
de teatro<br />
Na ilustração<br />
referente à<br />
primeira parte<br />
da mensagem,<br />
o casal tinha<br />
como pano<br />
de fundo um<br />
jardim. As<br />
jovens não<br />
reconheceram<br />
o jardim<br />
como uma<br />
realidade do<br />
seu contexto<br />
de vida e<br />
em vez disso<br />
propuseram<br />
edifícios<br />
“farruscos”<br />
como os do<br />
Bairro.<br />
Resultado da<br />
testagem<br />
com um<br />
grupo de<br />
controlo<br />
Retirar o<br />
sapato alto<br />
da jovem<br />
rapariga.<br />
Calçá-la<br />
antes com<br />
sapatilhas,<br />
calças skinny<br />
e blusão.<br />
Ao rapaz,<br />
no segundo<br />
desenho<br />
calçar boxers<br />
em vez de<br />
cuecas. Tornar<br />
a rapariga<br />
mais morena<br />
e de cabelo<br />
encaracolado.
9ª sessão — Testagem do material<br />
junto de actores chaves da comunidade<br />
Lembre-se que existem outros importantes actores com um papel chave na comunidade,<br />
para além dos beneciários directos do material de IEC produzido. Procure avaliar se estes<br />
actores se sentem de alguma forma ofendidos pelo teor do material de IEC. 20 Para o efeito,<br />
procure constituir um grupo focal integrando esses mesmo actores.<br />
Objectivos:<br />
› avaliar se os actores chaves na comunidade podem emergir como forças bloqueadoras<br />
do material de IEC produzido.<br />
Material necessário:<br />
› um exemplar do material de IEC produzido;<br />
› ip chart;<br />
› tarjetas;<br />
› canetas de feltro de bico grosso prontas a serem utilizadas.<br />
Tempo:<br />
› 60 minutos<br />
Tarefas para o facilitador<br />
1. Apresente-se dizendo o seu nome e o nome do anotador, bem como da instituição<br />
que representa.<br />
2. Convide o grupo a apresentar-se.<br />
3. Dê início ao quebra-gelo. Pode optar por qualquer um dos quebra-gelos utilizados<br />
em sessões anteriores.
78<br />
manual do facilitador<br />
4. Recorde que esta sessão tem como objectivo avaliar se o material produzido é um<br />
material adequado para informar sobre as IST/VIH/Sida, junto dos beneciários<br />
do material.<br />
5. Partilhe com o grupo o material de IEC produzido.<br />
6. Convide o grupo a formar grupos mais pequenos, com o objectivo de analisar<br />
se o material será efectivo para prevenir comportamentos de risco, ou não.<br />
Por exemplo, se o objectivo de material é esclarecer que o VIH não se transmite<br />
pelo espirro, perguntar ao grupo se material é por si capaz de esclarecer e não<br />
deixar dúvidas sobre esta questão.<br />
7. São atribuídos dez minutos para esta tarefa. Depois de cada grupo ter discutido este<br />
aspecto, uma pessoa por grupo é convidada a partilhar as conclusões com o resto<br />
do grupo.<br />
8. De seguida, cada grupo é chamado a dar a sua opinião relativamente aos aspectos<br />
negativos do material.<br />
9. Entregue tarjetas em branco ao grupo e atribua dez minutos para esta tarefa.<br />
10. Findos os dez minutos, cada grupo é convidado a colocar no ip chart as suas<br />
conclusões.<br />
11. Por m, convide o grupo a identicar os aspectos positivos do material.<br />
12. São atribuídos dez minutos para esta tarefa, depois dos quais cada grupo é convidado<br />
a colocar no ip chart as suas conclusões.<br />
13. Problematize e procure o consenso relativamente aos aspectos negativos e positivos<br />
do material de IEC.<br />
14. Agradeça a presença de todos na sessão e conrme que a sua presença e partici-<br />
pação foi bastante útil para compreender se este é um bom material para informar<br />
e promover atitudes e comportamentos seguros.<br />
A experiência do Projecto CRIAS…<br />
Para testar o material, a equipa do projecto CRIAS, contou com o apoio de um professor<br />
e da Coordenadora da Unidade de Saúde local. O professor em referência desenvolvia um<br />
projecto na área da saúde com os jovens na escola local, exercendo um ascendente considerável<br />
sobre os jovens. A médica para além da parceria com o professor no projecto referido,<br />
era uma referência, não só para os jovens, como para a comunidade em geral. Para além da<br />
prestação de cuidados médicos, mantinha parcerias com várias instituições locais e não era<br />
raro vê-la em conferências e sessões de esclarecimento junto da comunidade. Procurou-se<br />
igualmente o envolvimento dos pais ou educadores, sem sucesso, o que é uma lacuna considerável<br />
da testagem do material.
Informação errada<br />
Comportamento de risco mais frequentes<br />
› Sexo sem<br />
preservativo.<br />
› Conança;<br />
› Não saber<br />
dizer não;<br />
› O facto do<br />
preservativo<br />
tirar prazer.<br />
Mensagem Ilustração Meio IEC Resultados da<br />
revisão<br />
“Ama e cona,<br />
sem preservativo<br />
não<br />
ena.”<br />
Para a primeira<br />
parte<br />
da frase “Ama<br />
e cona”:<br />
desenho de<br />
um casal de<br />
namorados.<br />
Para a segunda<br />
parte da frase,<br />
“sem preservativo<br />
não<br />
ena”: rapaz<br />
com pénis<br />
de fora, sem<br />
preservativo,<br />
e a rapariga a<br />
dizer que não<br />
com o dedo.<br />
› Curto prazo:<br />
Pequena<br />
carteira com<br />
uma tira<br />
para colocar<br />
ao pescoço.<br />
› Médio prazo:<br />
Produção de<br />
uma peça de<br />
teatro.<br />
Na ilustração<br />
referente à<br />
primeira parte<br />
da mensagem,<br />
o casal tinha<br />
como pano<br />
de fundo um<br />
jardim. As<br />
jovens não<br />
reconheceram<br />
o jardim<br />
como uma<br />
realidade do<br />
seu contexto<br />
e em vez disso<br />
propuseram<br />
edifícios<br />
“farruscos”<br />
como os do<br />
Bairro.<br />
maria teresa silva santos 79<br />
Resultado da<br />
testagem com<br />
um grupo de<br />
controlo<br />
Retirar o<br />
sapato alto da<br />
jovem rapariga.<br />
Calçá-la<br />
antes com<br />
sapatilhas,<br />
calças skinny e<br />
blusão.<br />
Ao rapaz, no<br />
segundo desenho<br />
calçar<br />
boxers em<br />
vez de cuecas.<br />
Tornar a<br />
raparigas mais<br />
morena e de<br />
cabelo encaracolado.<br />
Resultado<br />
da testagem<br />
com actoreschave<br />
da<br />
comunidade<br />
A mensagem<br />
ajuda a pensar,<br />
e incita ao<br />
uso do preservativo<br />
antes<br />
de ter relações.<br />
A mensagem é<br />
classicada de<br />
clara e ecaz.<br />
A mensagem<br />
passa a imagem<br />
de “Uma<br />
mulher com<br />
uma atitude<br />
frontal — tens<br />
disso? Não<br />
tens? Não<br />
há nada para<br />
ninguém” que<br />
agradou aos<br />
actores chave.
maria teresa silva santos 81<br />
4.<br />
Ilustrações de apoio às sessões
4%5%67,0.1.89.(:6;/01&<br />
1 Cornwall, Andrea; Welbourn, Alice — From reproduction to rights: participatory approaches to sexual<br />
and reproductive health. PLA Notes, IIED, N.º 37 (2000), p. 17.<br />
2 Middleton-Lee, Sarah — Uma Educação pelos pares ecaz — trabalhar sobre saúde sexual e repro-<br />
dutiva e o VIH/Sida com crianças e jovens, trad. De Ken Hansen. Maputo: Save e Children, 2004.<br />
3 Promoting Health Literacy: a case study in the prevention of diarrhoeal disease from Bangladesh.<br />
Health Promotion International, vol. 5, N.º 4, p. 287.<br />
4 Welbourn, Alice — Stepping Stones. Oxford: G& Williams, 2007, p. 10.<br />
5 Zimmerman, Margot [et. al.] Developing Health and Family Planning print materials for low-literate<br />
audiences — a guide. Seattle; PATH, 1989, p. 20.<br />
6 Cornwall, Andrea; Welbourn, Alice — From reproduction to rights: participatory approaches to sexual<br />
and reproductive health. PLA Notes, IIED, N.º 37 (2000), p. 17.<br />
7 Welbourn, Alice — Stepping Stones. Oxford: G& Williams, 2007, p. 32.<br />
8 Zimmerman, Margot [et. al.] — Developing Health and Family Planning print materials for low-literate<br />
audiences — a guide. Seattle; PATH, 1989, p. 20.<br />
9 UNESCO, UNAIDS Basics to get started “in HIV/AIDS and Human Rights: Young People in action.<br />
A kit of ideas for youth organizations. [s. l.]: UNESCO, UNAIDS, 2001, p. 7.<br />
10 Welbourn, Alice — Stepping Stones. Oxford: G& Williams, 2007, p. 7.<br />
11 Bennel, Paul — Rates of Return to education: Does the Conventional Pattern Prevail in sub-saharian<br />
África?. World Development, Vol. 24, No. 1, 1996.<br />
12 Swann, Ken — IEC Material Production Guidelines [s. l.] [s. n.], p. 11.<br />
13 kaleeba, Noerine [et. al.] — Open Secret — People Facing up to HIV/AIDS in Uganda. Oxford: G&A<br />
Williams, 2001, p. 21.<br />
14 Zimmerman, Margot [et. al.] — Developing Health and Family Planning print materials for low-literate<br />
audiences — a guide. Seattle; PATH, 1989, p. 34.<br />
15 UNESCO, UNAIDS — Basics to get started “in HIV/AIDS and Human Rights: Young People in action.<br />
A kit of ideas for youth organizations. [s. l.]: UNESCO, UNAIDS, 2001, p. 5.
90<br />
manual do facilitador<br />
16 Zimmerman, Margot [et. al.] — Developing Health and Family Planning print materials for low-literate<br />
audiences — a guide. Seattle; PATH, 1989, p. 31.<br />
17 Haour-Knipe, Mary — Slideshow apresentado na Conferencia Europeia organizada pelo GAT em<br />
Lisboa, nos dias 7 e 8 de Junho de 2007.<br />
18 Schiavo, Marcio Ruiz; Moreira, Eliesio — Guia de Produção e uso de materiais educativos. Brasília:<br />
Ministério da Saúde do Brasil; Secretaria de Políticas de Saúde; Coordenação Nacional das DST e Aids,<br />
1998, p. 46.<br />
19 Makinkwa, Bunmy; O’Gray, Mary — Best Practices in HIV/AIDS Prevention Collection. FHI/UNAIDS,<br />
p. 93.<br />
20 UNESCO, UNAIDS Basics to get started “in HIV/AIDS and Human Rights: Young People in action.<br />
A kit of ideas for youth organizations. [s. l.]: UNESCO, UNAIDS, 2001, p. 5.