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«<br />
Se não conhecermos<br />
a nossa história, se<br />
não conhecermos a<br />
nossa família, quem<br />
somos?», questiona Mary Pipher,<br />
psicóloga clínica e antropóloga.<br />
Daí a sugestão para<br />
desenhar a sua árvore genealógica,<br />
uma forma engraçada<br />
de se entreter e aprender mais<br />
sobre o seu passado e reavivar<br />
a sua escrita, inclusive ao<br />
relatar episódios relevantes<br />
ou simplesmente engraçados sobre os seus antepassados e<br />
familiares seus contemporâneos.<br />
Um projeto deste tipo permite-lhe, ainda, esclarecer<br />
algumas situações confusas e as razões que levaram algum<br />
antepassado a determinada ação. É também um bom pretexto<br />
para reunir pessoas com as quais, por razões várias, há<br />
muito não conversa, ou vê, ou, simplesmente, para contar<br />
aos filhos, netos e sobrinhos.<br />
era uma vez<br />
Comece por registar o que sabe sobre si e a sua família, com o<br />
máximo de pormenores relevantes: nomes completos, datas<br />
e locais de nascimento e casamento (divórcios e segundos<br />
ou mais casamentos ou uniões de facto). Se possível, reúna<br />
fotografias que ilustrem as pessoas referidas e os acontecimentos<br />
mais marcantes para a esfera familiar.<br />
Esgotada a informação familiar, os<br />
assentos de batismo, de casamento e de<br />
óbito, registados nos livros paroquiais,<br />
são outro recurso a não descurar.<br />
Oferecem dados relativos a duas<br />
ou até três gerações (nomes, datas,<br />
naturalidades, moradas, profissões,<br />
relações de parentesco com os padrinhos<br />
e testemunhas, etc.). Os livros paroquiais<br />
com menos de cem anos encontram-se,<br />
ainda, nas conservatórias do registo<br />
civil, enquanto os mais antigos estão,<br />
por norma, depositados nos arquivos<br />
distritais. O registo dos batismos e dos<br />
casamentos «em livro próprio» só passou<br />
40<br />
L<br />
Tempos livres<br />
redescobrir a família<br />
Descubra como traçar a sua árvore genealógica – uma forma engraçada de reviver<br />
memórias e preservar histórias de família, essencial para se perceber quem somos<br />
e por que o somos – e surpreenda-se com as descobertas<br />
registos úteis<br />
Helena estevens<br />
a ser obrigatório a partir de 1563 (por<br />
força de uma norma da 24.ª sessão<br />
do Concílio de Trento), muito embora<br />
numerosas paróquias já o praticassem<br />
anteriormente. A obrigatoriedade do<br />
registo dos óbitos data de 1614.<br />
O Arquivo Distrital de Lisboa está<br />
integrado na sede da Direção-Geral de<br />
Arquivos (DGARQ) e nele se conservam<br />
os antigos livros paroquiais das<br />
freguesias de todos os concelhos do<br />
distrito de Lisboa, desde o século XVI até<br />
aos finais do XIX. Neste Arquivo Distrital,<br />
encontram-se, ainda, depositados muitos<br />
dos livros paroquiais de outros distritos,<br />
O passo seguinte é falar<br />
com familiares, de preferência<br />
de gerações anteriores, e obter<br />
informação detalhada. Tenha<br />
em atenção que as memórias<br />
são falíveis, pelo que deverá<br />
confirmá-las. As melhores<br />
fontes físicas encontra-as em<br />
casa, na sua e nas de familiares,<br />
em álbuns fotográficos,<br />
documen tos e recortes guardados<br />
em caixas ou em diários.<br />
Cer tidões de nascimento e de<br />
óbito, assim como cartas, são também bons pontos de partida,<br />
tal como registos militares e passaportes. Fotos e outros<br />
documentos, se não originais, pelo menos digitalizados, são<br />
valor acrescentado e facilmente distribuídos pela Internet<br />
ou por fax, por isso, não hesite em pedi-los.<br />
Informação reunida, há que organizá-la num esquema<br />
claro, em forma (ou não) de árvore. Anote o seu nome e data<br />
de nascimento. Se tiver casado, o nome do seu cônjuge e<br />
respetiva data de nascimento devem ficar ao lado, ao mesmo<br />
nível, unidos pelo sinal de igual (=). Num nível abaixo<br />
do do casal, devem ficar os filhos e, caso haja, os cônjuges<br />
e os respetivos filhos (neste caso, os seus netos). Esgotada<br />
a sua descendência, acrescente os seus pais, os respetivos<br />
irmãos (com os outros pares dos casais) e os filhos, e assim<br />
por diante. Um ficheiro num computador é talvez a melhor<br />
forma, pois permite-lhe alterar à vontade. L<br />
a saber: Beja, Bragança, Castelo Branco,<br />
Faro, Guarda, Santarém e Vila Real, os<br />
quais se encontram em microfilme nos<br />
respetivos arquivos distritais.<br />
Os índices respetivos encontram-se<br />
à disposição dos leitores na Sala de<br />
Referência da Torre do Tombo. Para<br />
facilitar a pesquisa, os leitores devem<br />
consultar o Inventário Coletivo dos<br />
Registos Paroquiais, vol. I – Centro e<br />
Sul e vol. II – Norte (só abrange Portugal<br />
continental), bem como o Inventário dos<br />
Registos Paroquiais – Lisboa Cidade<br />
(concelho de Lisboa) e o respetivo índice<br />
informatizado.<br />
saiba mais<br />
Genealogia<br />
• Torre do Tombo.<br />
Possui os antigos<br />
livros paroquiais<br />
das freguesias<br />
dos concelhos do<br />
distrito de Lisboa<br />
(do século XVI até<br />
finais do século<br />
XIX) e muitos dos<br />
livros paroquiais<br />
(disponíveis em<br />
microfilme) de<br />
distritos como<br />
Beja, Bragança,<br />
Castelo Branco,<br />
Faro, Guarda,<br />
Santarém e Vila<br />
Real.<br />
• Associação dos<br />
Amigos da Torre<br />
do Tombo – www.<br />
aatt.org. Oferece<br />
muita informação<br />
e, desde logo,<br />
um completo<br />
roteiro do acervo<br />
do Arquivo,<br />
com descrição<br />
detalhada de<br />
muitos dos seus<br />
núcleos.<br />
• Projeto de<br />
Genealogia<br />
Geneall – www.<br />
geneall.net. Para<br />
acesso a notícias<br />
e informações<br />
genealógicas.<br />
• Meus parentes –<br />
www.eusparentes.<br />
com.pt. Permite-<br />
-lhe criar a sua<br />
árvore on-line.<br />
• Linhagens<br />
Investigação<br />
Genealógica –<br />
www.genealogiaportuguesa.<br />
com. Empresa<br />
de investigação,<br />
criada em 1996<br />
por genealistas<br />
portugueses, a<br />
que pode recorrer.<br />
• Modelos<br />
Office – http://<br />
office.microsoft.<br />
com/pt-pt/<br />
templates/arvoregenealogica-<br />
TC010107970.<br />
aspx. Aproveite<br />
as versões<br />
disponíveis e<br />
preencha-as com<br />
os dados que for<br />
reunindo.