ÉPOCA DE PODA E MÉTODOS DE POLINIZAÇÃO NA CULTURA ...
ÉPOCA DE PODA E MÉTODOS DE POLINIZAÇÃO NA CULTURA ...
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INFLUÊNCIA <strong>DE</strong> <strong>ÉPOCA</strong>S <strong>DE</strong> <strong>PODA</strong> E <strong>MÉTODOS</strong> <strong>DE</strong><br />
<strong>POLINIZAÇÃO</strong> <strong>NA</strong> <strong>CULTURA</strong> DA PINHA (Annona squamosa L.) NO<br />
NORTE DO ESTADO DO RIO <strong>DE</strong> JANEIRO<br />
ABDON SANTOS NOGUEIRA<br />
UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO<br />
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ<br />
JUNHO – 2002
INFLUÊNCIA <strong>DE</strong> <strong>ÉPOCA</strong>S <strong>DE</strong> <strong>PODA</strong> E <strong>MÉTODOS</strong> <strong>DE</strong><br />
<strong>POLINIZAÇÃO</strong> <strong>NA</strong> <strong>CULTURA</strong> DA PINHA (Annona squamosa L.) NO<br />
NORTE DO ESTADO DO RIO <strong>DE</strong> JANEIRO<br />
ABDON SANTOS NOGUEIRA<br />
“Tese apresentada ao Centro de Ciências e<br />
Tecnologias Agropecuárias da Universidade<br />
Estadual do Norte Fluminense, como parte<br />
das exigências para obtenção do título de<br />
Mestre em Produção Vegetal”<br />
Orientador: Prof. Almy Junior Cordeiro de Carvalho<br />
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ<br />
JUNHO – 2002<br />
ii
FICHA CATALOGRÁFICA<br />
Preparada pela Biblioteca do CCTA / UENF 0027/2002<br />
Nogueira, Abdon Santos<br />
Influência de épocas de poda e métodos de polinização na cultura<br />
da pinha (Annona squamosa L.) no Norte do Estado do Rio de<br />
Janeiro / Abdon Santos Nogueira. – 2002.<br />
54 f. : il.<br />
Orientador: Almy Junior Cordeiro de Carvalho<br />
Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Universidade<br />
Estadual do Norte Fluminense, Centro de Ciências e Tecnologias<br />
Agropecuárias. Campos dos Goytacazes, RJ, 2002.<br />
Bibliografia: f. 45-52<br />
1. Fruta do conde 2. Pinha 3. Fenologia 4. Polinização 5.<br />
Anonáceas I. Universidade Estadual do Norte Fluminense. Centro de<br />
Ciências e Tecnologias Agropecuárias. II. Título.<br />
CDD – 634.41<br />
iii
INFLUÊNCIA <strong>DE</strong> <strong>ÉPOCA</strong>S <strong>DE</strong> <strong>PODA</strong> E <strong>MÉTODOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>POLINIZAÇÃO</strong><br />
<strong>NA</strong> <strong>CULTURA</strong> DA PINHA (Annona squamosa L.) NO NORTE DO<br />
Aprovada em 11 de junho de 2002<br />
Comissão Examinadora:<br />
ESTADO DO RIO <strong>DE</strong> JANEIRO<br />
ABDON SANTOS NOGUEIRA<br />
“Tese apresentada ao Centro de Ciências e<br />
Tecnologias Agropecuárias da Universidade<br />
Estadual do Norte Fluminense, como parte<br />
das exigências para obtenção do título de<br />
Mestre em Produção Vegetal”<br />
Pesq. Alcílio Vieira (D.Sc., Fruticultura Tropical) – Pesagro-Rio<br />
Profª Janie Jasmim Corabi Adell (D.Sc., Plantas Ornamentais) – UENF<br />
Profª Cláudia Sales Marinho (D.Sc., Fruticultura Subtropical) – UENF<br />
Prof. Almy Junior Cordeiro de Carvalho (D.Sc., Fruticultura Tropical) – UENF<br />
Orientador
“ Toda vez que criticamos a experiência dos outros, estamos apontando<br />
em nós mesmos os pontos fracos que precisamos emendar em nossas<br />
próprias experiências”<br />
Agradeço de todo o meu coração a <strong>DE</strong>US, que sempre esteve ao<br />
meu lado, nas horas de alegria e tristeza, me dando força e<br />
coragem para seguir sempre em frente e confiante.<br />
ii<br />
OFEREÇO
Aos meus pais, Justo González Nogueira e Maria Lúcia<br />
dos Santos Nogueira, pela constante dedicação e amor,<br />
que sempre me deram tudo que possuem de melhor,<br />
contribuindo para o meu crescimento como ser<br />
humano. Ao meu irmão Guto, pelo carinho e incentivo.<br />
iii<br />
<strong>DE</strong>DICO
AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />
À Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF, pela oportunidade e<br />
apoio para a realização do curso.<br />
À Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio<br />
de Janeiro – FAPERJ, pelo financiamento do projeto.<br />
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –<br />
CAPES, pela concessão da bolsa de estudos.<br />
Ao orientador, Prof. Almy Junior Cordeiro de Carvalho, pela orientação e<br />
ensinamentos na realização do presente trabalho.<br />
Aos membros da banca, Professora Cláudia Sales Marinho, à Professora<br />
Janie Jasmim Corabi Adell e ao Pesquisador Dr. Alcílio Vieira, pelas sugestões<br />
para o enriquecimento do trabalho e apoio.<br />
Ao Eng°. Agrônomo Laerte Werneck, pela concessão da área.<br />
Ao Italvane, pela grande ajuda nos trabalhos de campo.<br />
Ao meu grande amigo e compadre Asdrubal Viana dos Santos, pelo<br />
incentivo e apoio para a realização deste trabalho.<br />
Ao Eng°. Agrônomo João Carlos Gomes do Nascimento, pelo<br />
companheirismo e apoio nas horas difíceis.<br />
A todos os professores que até o momento tiveram grande contribuição<br />
para a minha formação profissional.<br />
Ao Sr. José Accácio, pelo auxílio constante e contribuição nas análises de<br />
laboratório.<br />
iv
Aos todos os funcionários do Centro de Ciências e Tecnologias<br />
Agropecuárias – CCTA, pela colaboração.<br />
Aos estudantes de graduação do curso de agronomia Patrícia Gomes<br />
Pessanha e Bruno Cereja, pela ajuda durante a realização do trabalho.<br />
Aos amigos e colegas, Alessandro, Kátia, Nádia, Susana, Dadu, Anselmo,<br />
Juarez, Selma, Maria Elvira, Jolimar, Marta Simone, Mário, Daniel, Marcos,<br />
Júnior, Romário, Romero, Patrícia, Alexandre.<br />
A todos colegas de curso e contemporâneos com os quais tive a<br />
oportunidade de conviver.<br />
E a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram, torceram e<br />
incentivaram para a concretização do presente trabalho.<br />
v
SUMÁRIO<br />
RESUMO viii<br />
ABSTRACT x<br />
1. INTRODUÇÃO 1<br />
2. REVISÃO <strong>DE</strong> LITERATURA 4<br />
2.1 Aspectos gerais da cultura 4<br />
2.2 Taxonomia e caracterização botânica da espécie 6<br />
2.3 Morfologia floral, florescimento e frutificação 7<br />
2.4 Poda 10<br />
2.4.1Princípios fisiológicos e fundamentos da poda 12<br />
2.5 Indução floral através da poda 13<br />
2.6 Polinização e reprodução 14<br />
2.7 Nutrição da pinha 16<br />
3. MATERIAL E <strong>MÉTODOS</strong> 19<br />
3.1 Local do experimento e caracterização climática 19<br />
3.2 Delineamento experimental e tratamentos 20<br />
3.3 Podas 21<br />
3.4 Tratos culturais 21<br />
vi
3.5 Preparo dos grãos de pólen 22<br />
3.6 Polinização 23<br />
3.7 Amostragens foliares e análises dos nutrientes foliares 23<br />
3.8 Características avaliadas 24<br />
3.8.1 Crescimento e desenvolvimento das plantas 24<br />
3.8.2 Florescimento e frutificação 25<br />
3.8.3 Nutrientes foliares 25<br />
3.9 Análise estatística 25<br />
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 26<br />
4.1 Desenvolvimento de ramos 26<br />
4.2 Período de florescimento após a poda 28<br />
4.3 Fecundação de flores e frutificação 30<br />
4.4 Nutrientes foliares 36<br />
5. RESUMO E CONCLUSÕES 42<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45<br />
APÊNDICE 53<br />
vii
RESUMO<br />
NOGUEIRA, Abdon Santos; Eng. Agrônomo, M.Sc.; Universidade Estadual do<br />
Norte Fluminense; Junho de 2002; Influência de épocas de poda e métodos de<br />
polinização na cultura da pinha (Annona squamosa L.) no Norte do Estado do Rio<br />
de Janeiro; Prof. Orientador: Almy Junior Cordeiro de Carvalho<br />
O experimento foi conduzido no município de São Francisco do Itabapoana-RJ,<br />
no período compreendido entre abril de 2001 a fevereiro de 2002, com o objetivo<br />
de avaliar os efeitos das épocas de poda (maio, junho, julho, agosto e setembro)<br />
e dos métodos de polinização (polinização aberta ou natural, polinização com<br />
bomba polinizadora e polinização com pincel). O delineamento experimental<br />
utilizado foi em blocos casualizados com quatro repetições e três plantas úteis por<br />
parcela. Para as condições de São Francisco do Itabapoana, o período entre a<br />
poda e o florescimento foi de 37 dias, para poda realizada em maio, de 23 dias,<br />
para poda realizada em junho, de 18 dias para podas realizadas em julho e<br />
agosto e de 15 dias para poda realizada em setembro. O desenvolvimento das<br />
brotações após a poda apresentou-se diferenciado, pois para a primeira época o<br />
início da brotação foi retardado, além de ter ocorrido morte e ausência das<br />
mesmas; talvez as condições climáticas no período tenham sido responsáveis por<br />
isso. A utilização da polinização artificial elevou a fecundação das flores, tendo<br />
sido obtido média de 94 e 87% de fecundação quando se utilizou a bomba<br />
polinizadora e o pincel, respectivamente, e 7% para flores polinizadas<br />
naturalmente. O crescimento dos frutos, até 60 dias após a polinização, variou em<br />
função do método de polinização, tendo sido observados maiores valores quando<br />
viii
se utilizou a polinização artificial. A polinização artificial promoveu, ainda,<br />
uniformidade de fecundação dos carpelos, originando um fruto de formato bem<br />
mais uniforme. Avaliou-se, ainda, os teores dos nutrientes N, P, K, Ca, Mg, Fe,<br />
Zn, Mn, Cu e B na matéria seca foliar da pinha. Verificou-se variação, para os<br />
nutrientes analisados, entre as diferentes épocas de amostragem. Observou-se<br />
que os teores de N e P variaram em função da época de poda. Os métodos de<br />
polinização não afetaram os teores de nutrientes nas folhas da pinha. Os teores<br />
de K decresceram quando os de Ca e Mg cresceram nas folhas.<br />
ix
ABSTRACT<br />
NOGUEIRA, Abdon Santos; Agronomist Engineer, M.Sc.; Universidade Estadual<br />
do Norte Fluminense; June 2002; Influence of pruning timing and pollination<br />
methods on the sugar apple (Annona squamosa L.) in the North of Rio de Janeiro<br />
State, Brazil; Adviser: Professor Almy Junior Cordeiro de Carvalho.<br />
The experiment was carried out in the city of São Francisco do Itabapoana,<br />
Northern Rio de Janeiro State, between April 2001 and February 2002, aiming to<br />
evaluate the effects of different pruning times (May, June, July, August and<br />
September) and pollination methods (open pollination or natural, pollination with<br />
hand pump and pollination with brush). The experiment was in a complete<br />
randomized block design, with five pruning times and four replications, three plants<br />
per plot being sampled. For the conditions of São Francisco do Itabapoana, the<br />
period between pruning and blooming was of 37 days, for pruning carried out in<br />
May, 23 days for pruning carried out in June, 18 days for pruning carried out in<br />
July and August and 15 days for pruning carried out in September. The<br />
development of shoots after the pruning was a very specific once being delayed<br />
after the first pruning time, maybe due to prevailing climatic conditions. The use of<br />
artificial pollination increased the fecundation levels. Fecundation averages of 94<br />
and 87% were obtained, respectively, for the hand pump and the brush methods,<br />
and 7% for flowers pollinated naturally. The fruit growth, until 60 days after<br />
pollination, varied as function of the pollination method with higher values<br />
observed when artificial pollination was used. The artificial pollination enhanced<br />
x
uniformity in fecundation of carpels generating a most uniform fruit shape. Leaf<br />
nutrient contents were evaluated considering N, P, K, Ca, Mg, Fe, Zn, Mn, Cu and<br />
B; leaf nutrient content variations were observed for different treatments. Leaf<br />
contents of N and P varied as function of pruning time. The K levels decreased<br />
while Ca and Mg increased. The pollination methods did not affect nutrient<br />
concentrations in the sugar apple leaves.<br />
xi
1. INTRODUÇÃO<br />
Dentre as anonáceas mais cultivadas no mundo, pode-se destacar a<br />
pinha ou fruta-do-conde (Annona squamosa L.), como normalmente é conhecida.<br />
È originária da América Tropical, mais precisamente, nas terras baixas da<br />
América Central. Apresenta boas perspectivas econômicas de cultivo para<br />
diversas regiões do Brasil, devido a sua fácil adaptação edafoclimática, inclusive<br />
às condições existentes no Estado do Rio de Janeiro.<br />
Por apresentar boa qualidade de frutos, além de satisfatória rentabilidade,<br />
esta espécie, vem despertando o interesse dos fruticultores, de várias partes do<br />
país, para o seu cultivo, pois além das propriedades alimentares, as anonáceas<br />
apresentam valor medicinal e, ainda, propriedades inseticidas.<br />
Segundo dados do IBGE (2002), a área de pinha no Brasil, em 1996, era<br />
de 6.500 ha, sendo cultivada, principalmente nos estados de Pernambuco,<br />
Alagoas, Bahia e São Paulo. No Nordeste, produziu-se 87% deste total, dos<br />
quais, 18% em Pernambuco, estado em que há grande potencial produtivo, para o<br />
cultivo desta anonácea. O estado do Rio de Janeiro, apesar do potencial existente<br />
para o cultivo de fruteiras, ainda não é um grande produtor de frutas, com<br />
destaque apenas para o maracujazeiro e o abacaxizeiro, sendo que existia em<br />
1996 uma área cultivada com pinha de, aproximadamente, 35 ha.<br />
O Brasil possui uma posição diferenciada e positiva em relação aos<br />
demais países por apresentar uma grande diversidade de clima e solos, tornando<br />
possível a exploração de diversas espécies frutíferas de clima tropical. De um
modo geral, a pinheira é uma planta pouco produtiva. No Estado de São Paulo,<br />
produções de 8 t ha -1 são consideradas excelentes, sendo a produtividade média<br />
de 3,2 t ha -1 (Kavati,1997). Segundo Donadio et al. (1998), a utilização de técnicas<br />
de cultivo recomendadas para a cultura da pinheira, a produtividade pode<br />
alcançar até 13 t ha -1 ano -1 em plantios acima de seis anos de idade.<br />
A comercialização dos frutos de pinha, ainda é pouco eficiente, pois a<br />
qualidade das frutas depende de um sistema adequado de infra-estrutura, que<br />
atenda à demanda do mercado. Portanto, para um maior aumento de áreas de<br />
plantio comercial, torna-se necessário um aprimoramento do processo de<br />
comercialização, aliado à geração de tecnologias, que possibilitem a conservação<br />
dos frutos por um período maior, buscando-se com isso uma maior qualidade, não<br />
só visando o mercado interno, como o externo.<br />
A pinha vem sendo cultivada, comercialmente, há vários anos, em<br />
diversos estados do Brasil, com pomares formados basicamente por mudas<br />
oriundas de sementes (pé franco), adaptando-se melhor em regiões de clima mais<br />
quente.<br />
Estudos de mercado, realizados nos principais centros consumidores,<br />
mostraram que, de janeiro a março, os preços são os menores do ano, pois<br />
devido a uma maior oferta do produto, com tendência de elevação de preços a<br />
partir do mês de abril. No segundo semestre do ano, existe uma baixa oferta do<br />
produto e, como conseqüência, os preços se elevam ainda mais. A caixa de 3,3<br />
kg de pinha tem sido comercializada a R$ 2,20 em março chegando a R$ 10,00<br />
em abril e R$ 25,00 em setembro (Embrapa, 1998).<br />
Atualmente, os produtores do estado do Rio de Janeiro, mais<br />
especificamente das Regiões Norte e Noroeste, vêm recebendo incentivos para a<br />
diversificação da produção agrícola, já que a economia dessas regiões é<br />
baseada, quase que exclusivamente, na monocultura da cana-de-açúcar.<br />
Portanto, é nessa linha que a fruticultura, vem surgindo como uma alternativa<br />
viável e rentável, visando o desenvolvimento de pequenas e médias propriedades<br />
rurais, além da fixação dos trabalhadores no campo, devido à maior demanda de<br />
mão-de-obra.<br />
Apesar de não dispor de dados estatísticos mais concretos, sobre a<br />
cultura da pinha, é notório o crescimento da demanda na comercialização dos<br />
frutos. Dentro da região metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, a<br />
2
comercialização dos frutos da pinheira vem aumentando, significativamente, nas<br />
centrais de abastecimento do estado do Rio de Janeiro (CEASA-RJ, 1999). Entre<br />
os anos de 1998 e 1999, o incremento foi de 747 t para 2.951 t de frutos<br />
comercializados, respectivamente. Quase a totalidade de frutos comercializados<br />
nos mercados do Estado do Rio de Janeiro, são provenientes do Nordeste<br />
Brasileiro.<br />
Contudo, o desconhecimento de tecnologias, que permitam melhorias no<br />
manejo da cultura, principalmente, no que concerne a épocas de produção,<br />
métodos de polinização, qualidade e conservação pós-colheita de frutos,<br />
irrigação, adubação e controle de pragas e doenças, vem limitando o crescimento<br />
da área plantada no Brasil, apesar do interesse dos produtores, atraídos pelos<br />
preços de mercado da fruta.<br />
Os objetivos deste trabalho foram determinar:<br />
a) A influência da época de poda no florescimento e na frutificação da<br />
pinheira na região Norte do Estado do Rio de Janeiro;<br />
b) A viabilidade do uso da polinização artificial na frutificação da cultura da<br />
pinha;<br />
c) Os teores foliares dos nutrientes N, P, K, Ca, Mg, B, Cu, Fe, Mn, e Zn<br />
em função das épocas de poda e de amostragem foliar e de métodos<br />
de polinização.<br />
3
2.1. Aspectos gerais da cultura<br />
2. REVISÃO <strong>DE</strong> LITERATURA<br />
De acordo com o International Board for Plant Genetic Resources<br />
(IBPGR, 1986), as quatro anonáceas mais cultivadas no mundo são: a graviola<br />
(Annona muricata L.); a pinha (Annona squamosa L.); a condessa (Annona<br />
reticulata L.); e a cherimólia (Annona cherimola Mill.). O IBPGR relaciona outras<br />
espécies que, ocasionalmente, são cultivadas como frutas comestíveis. Ao todo,<br />
aproximadamente 13 espécies de anonáceas têm frutos comestíveis.<br />
O Brasil tem-se destacado mundialmente como grande produtor de frutas,<br />
especialmente, tropicais e subtropicais. O cultivo das anonáceas tem sido feito, no<br />
país, por longo tempo e têm aumentado nos últimos anos, devido aos elevados<br />
preços que seus frutos alcançam no mercado. Entre aquelas de maior interesse<br />
comercial a pinha, também conhecida como fruta do conde, vem se destacando<br />
comercialmente. A produção desta fruta no Brasil a coloca, no momento, como a<br />
principal espécie de anonácea cultivada em praticamente todos os estados da<br />
região Nordeste e Sudeste do Brasil (Donadio et al., 1998). Das espécies<br />
destinadas ao consumo in natura, a mais importante é a pinha. (Freitas e Couto,<br />
1997, Silva e Silva, 1997).<br />
A fruta-do-conde é pouco utilizada para indústria de sucos e polpa de<br />
fruta, devido ao escurecimento da polpa, após o processamento.
A pinheira é uma anonácea de clima tropical e subtropical, tendo boa<br />
produção em locais sem excesso de chuvas e altitude até 800 m, com estação<br />
seca bem definida e invernos amenos, não tolerando temperaturas muito baixas<br />
(principalmente geadas). Temperaturas baixas no período de florescimento e na<br />
maturação dos frutos causam grandes prejuízos à cultura pela redução no<br />
número de flores vingadas, diminuição no tamanho e qualidade dos frutos.<br />
Excesso de chuvas nestas fases também provoca o abortamento de flores e<br />
frutos e favorece maior incidência de antracnose, acarretando queda de<br />
produção.<br />
Para obtenção de safras comerciais, a planta exige condições de clima<br />
quente e alta umidade, porém, é fundamental que durante o ano ocorra um<br />
período de estresse climático, que dependendo da região pode ser frio ou seco,<br />
capaz de promover um repouso vegetativo necessário a um melhor florescimento<br />
(Kavati e Piza Jr., 1997).<br />
A pinheira adapta-se bem a quase todos os tipos de solo, de preferência<br />
bem drenados, (Donadio et al., 1998), preferindo os areno-argilosos, ricos em<br />
matéria orgânica, férteis e próximos à neutralidade. As características físicas são<br />
mais importantes que os aspectos químicos, uma vez que as anonáceas<br />
geralmente não se desenvolvem bem em solos com textura argilosa, que<br />
favorecem a ocorrência de podridões de raízes e do colo, causada por fungos<br />
(Fleichtenberger et al., 1988).<br />
Ramos e Valente (1992) explicaram que a baixa produtividade obtida com<br />
a planta, nos estados nordestinos, está relacionada com a instalação de pomares<br />
em solos pobres (areias quartzosas) e tratos culturais insuficientes, entre outros<br />
pontos parâmetros. Nestas condições, existem pomares com mais de 50 anos,<br />
ainda em produção comercial. O baixo nível tecnológico, ainda empregado<br />
nessas áreas, induz a exploração dessa fruteira, a ser quase extrativista.<br />
Lederman e Bezerra (1997), ressaltaram que o cultivo dessa fruteira, no estado<br />
de Pernambuco, ainda está um tanto incipiente, devido a pouca incorporação, ao<br />
longo dos anos, de tecnologias apropriadas para os produtores, acarretando baixa<br />
produtividade no cultivo.<br />
Outro grande problema, que foi observado por Silva e Silva (1997), no<br />
estado da Paraíba, diz respeito, à implantação de pomares, ainda por meio de<br />
5
sementes, o que causa grande heterogeneidade de plantas no pomar, além<br />
dessas sementes provirem de frutos de procedência desconhecida.<br />
Pesquisas realizadas por Freitas e Couto (1997), relataram que a maior<br />
parte da pinha comercializada no Estado de Minas Gerais, é proveniente do<br />
Nordeste, destacando-se a comercialização de frutos dos estados de Alagoas e<br />
Pernambuco. Esses mesmos autores observaram ausência de oferta de pinha<br />
nos meses de outubro, novembro e dezembro, entre os anos de 1991 a 1995, em<br />
Minas Gerais.<br />
Martelleto (1997) cita o cultivo da pinheira como sendo promissor para a<br />
região Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, porém, poucos são os<br />
produtores que adotam técnicas como irrigação, adubação, poda, entre outras,<br />
que trariam um incremento de produtividade, além da melhoria da qualidade.<br />
2.2. Taxonomia e caracterização botânica da espécie<br />
A pinheira, fruta-do-conde ou ata, pertence ao Reino Vegetal; Divisão:<br />
Angiospermae; Classe: Dicotyledoneae; Ordem: Magnoliales; Família:<br />
Annonaceae; Subfamília: Annonoideae e Gênero: Annona (Brandão, 1979,<br />
Manica, 1997).<br />
No gênero Annona encontram-se a ata, fruta-do-conde ou pinha (Annona<br />
squamosa L.), a cherimólia (Annona cherimola Mill.), a condessa (Annona<br />
reticulata L.), a graviola (Annona muricata L.), a atemóia (híbrido de Annona<br />
cherimola x Annona squamosa), o araticum-do-campo (Annona dioica), o<br />
araticum-do-brejo (Annona paludosa), o cabeça de negro (Annona coriácea), a<br />
ilama (Annona diversifolia) (Manica, 1997).<br />
A família Annonaceae possui mais de 40 gêneros e 620 espécies. O<br />
gênero Annona é o mais importante, com mais de 50 espécies. Popenoe (1920) e<br />
Hoehne (1946) relataram a descrição botânica das Anonáceas.<br />
Segundo Martius (1841), a pinha é originária das Antilhas, na América<br />
Tropical, provavelmente, das Ilhas Trinidad. É encontrada hoje, bastante<br />
disseminada, em toda faixa tropical do mundo, onde suas frutas são muito<br />
apreciadas (Cañizares-Zayas, 1966).<br />
Segundo Léon (1987), esta planta tem grande importância na Índia, onde<br />
as populações espontâneas existem em grande número e crescem com<br />
6
abundância, o que leva a acreditar que seria nativa deste país. No Brasil foi<br />
introduzida na Bahia no ano de 1926, por Diogo Luiz de Oliveira, o conde de<br />
Miranda. Daí a origem de um dos seus nomes populares, fruta-do-conde, sendo<br />
cultivada em diversos estados brasileiros (Donadio et al., 1998).<br />
Gomes (1972), Pinto e Genu (1984) e Simão (1998) também consideram<br />
o Caribe como berço das Annonaceaes. Para Braga (1960) e Gomes (1975), a<br />
ateira é uma árvore de 3 a 5 metros de altura, podendo atingir tamanhos maiores<br />
em condições favoráveis ao seu desenvolvimento.<br />
A pinheira é considerada uma árvore baixa, com 4 a 6 metros de altura e<br />
muito ramificada, de coloração geral verde acinzentada (Piza Júnior, 1982). A raiz<br />
principal é do tipo pivotante e tem um crescimento proporcional muito maior que a<br />
parte aérea. Os ramos inicialmente são de coloração verde quando tenros e, à<br />
medida que amadurecem, tornam-se amarronzados e, por fim, acinzentados na<br />
sua maturidade.<br />
As folhas são decíduas, medindo cerca de 5 a 15 cm de comprimento por<br />
2 a 6 cm de largura. As lâminas foliares possuem formato oblongo-elíptico, de<br />
ápice obtuso e acuminado e apresentam uma coloração verde brilhante na parte<br />
superior (adaxial) e cor verde azulada na parte inferior (abaxial) (Simão, 1971,<br />
Gomes, 1972, Manica, 1994). As folhas, quando novas, são pubescentes, mas<br />
glabras na maturidade, cobertas por uma camada de cera mais visível na face<br />
inferior, enquanto que na face superior é bem reduzida (Lemos e Cavalcanti,<br />
1989, Kavati, 1997).<br />
A disposição das folhas nos ramos é alterna e sobre um único plano<br />
(dísticas). O pecíolo mede cerca de 1,5 cm de comprimento, apresenta-se mais<br />
espesso junto a inserção dos ramos, protegendo as gemas. Estas gemas são<br />
compostas, formadas de várias gemas individualizadas e invisíveis quando os<br />
ramos estão enfolhados, podendo ser vegetativas ou floríferas. Em sua maioria,<br />
para que elas se desenvolvam, torna-se necessária a completa desfolha dos<br />
ramos (Kavati, 1997).<br />
2.3. Morfologia floral, florescimento e frutificação<br />
As flores de Annona squamosa L. são hermafroditas, isoladas ou em<br />
grupos de duas a quatro, pendentes e surgem, na sua maioria, sobre os ramos de<br />
7
crescimento anual. Elas são laterais, opostas às folhas ou terminais e surgem<br />
sucessivamente durante o período da floração (Kavati, 1997).<br />
As flores são formadas por três sépalas triangulares que medem de 2 a 3<br />
cm de comprimento e três pétalas externas, carnosas e lanceoladas de corte<br />
triangular, com 1,5 cm de comprimento formando uma câmara floral definida. Na<br />
base da flor existem numerosos estames amarelados e na parte superior muitos<br />
carpelos purpúreos. O botão floral eclode de uma gema subpeciolar após a queda<br />
do pecíolo foliar, 15 a 20 dias antes da antese. A região basal do carpelo<br />
permanece fundido a um sincarpo, enquanto a parte apical é destinada à fixação<br />
do estigma e estilo, permanecendo livre durante todo o desenvolvimento da flor<br />
(Manica, 1997).<br />
A antese das flores é crepuscular, ocorrendo por volta das 17 horas, e a<br />
duração das flores é de aproximadamente dois dias. Todo esse processo, que vai<br />
da separação das pétalas até a abertura da flor, tem duração variada, podendo<br />
ser de algumas horas até um dia. As pétalas caem entre um período de 2 a 3 dias<br />
(Lederman e Bezerra, 1997).<br />
As novas flores continuam a aparecer em direção ao ápice dos ramos<br />
enquanto as flores da porção basal desses ramos se desenvolvem<br />
completamente (Kumar et al., 1977). Esses mesmos autores, trabalhando com<br />
flores de pinha na Índia, determinaram um período que leva, aproximadamente,<br />
35 dias para o completo desenvolvimento do botão floral, com o florescimento<br />
ocorrendo entre os meses de março a agosto, com o máximo entre aos meses de<br />
abril e maio.<br />
Já Kshirsagar et al. (1975), trabalhando com atemóia na Índia, concluíram<br />
que o período correspondente ao início da diferenciação floral até o estágio de<br />
floração completa variou entre 27 e 31 dias, e que o período mais longo<br />
observado ocorreu quando houve condição de baixa temperatura durante a<br />
floração.<br />
O tempo entre o início do aparecimento da gema floral até o momento<br />
antes da antese, no qual o botão alcança diâmetro de 25 a 33 mm, varia em torno<br />
de 60 a 82 dias (Escobar et al., 1986).<br />
Segundo Nalawadi et al. (1975), o período de floração leva, em média, de<br />
29 a 34 dias do início visual do botão floral até o completo florescimento. No<br />
8
entanto, o tempo médio que os botões florais levaram até o completo<br />
florescimento foi de 30,8 dias.<br />
Kumar et al. (1977), trabalhando com pinha na Índia, visualizaram a<br />
máxima antese entre 17 horas e 30 minutos e 5 horas e 30 minutos e a<br />
deiscência foi máxima entre 11 horas e 30 minutos e 14 horas e 30 minutos.<br />
Kshirsagar et al. (1975), também na Índia, citaram que a máxima antese ocorreu<br />
entre as 6 e 8 horas e deiscência entre 12 e 14 horas.<br />
Durante este processo as pétalas, que inicialmente estavam<br />
compactamente unidas, passam a ficar ligeiramente abertas, definindo o início da<br />
fase feminina. Já a fase masculina começa quando as anteras se encontram<br />
deiscentes, o que ocorre após as pétalas estarem totalmente abertas.<br />
O período de abertura das flores de pinha varia muito em função do local,<br />
das condições climáticas e da variedade (Lederman e Bezerra, 1997).<br />
Embora sejam hermafroditas, as flores de pinha apresentam-se com o<br />
gineceu receptivo nas primeiras 20 horas após a antese, e na fase deiscente das<br />
anteras nas 20 horas seguintes, caracterizando assim a dicogamia protogínica,<br />
antecipação da maturação do gineceu em relação ao androceu. Este fenômeno<br />
fisiológico dificulta a polinização natural e, consequentemente, a frutificação.<br />
Testes de viabilidade realizados por Kumar et al. (1977), na Índia, com<br />
flores coletadas em diferentes épocas, mostram que o mês de agosto foi o mais<br />
apropriado para obtenção de grãos de pólen mais viáveis, obtendo uma taxa de<br />
73,3% de pólens férteis. Neste caso a alta umidade foi determinante para essa<br />
taxa de fertilidade.<br />
Kill e Costa (2000), estudando o sistema floral e reprodutivo da flor de<br />
pinha na região de Petrolina - PE, observaram que esta espécie apresenta<br />
características florais que permite classifica-la como cantarófila, que se constitui<br />
na polinização por coleópteros. Com relação ao seu sistema reprodutivo os<br />
mesmos autores concluem ser esta espécie autocompatível, produzindo frutos e<br />
sementes por auto-polinização quanto por polinização cruzada.<br />
A pinheira possui um fruto classificado como sincarpo, arredondado,<br />
ovóide, esférico ou cordiforme, com 5 a 10 cm, originado de uma única flor e<br />
formado pela fusão de vários carpelos simples, bastante salientes e bem<br />
individualizados, podendo sua superfície ser lisa ou rugosa. O número de<br />
carpelos varia muito, sendo frutas maiores possuidoras de um maior número de<br />
9
carpelos (Kavati, 1997, Manica, 1997). O fruto pesa até 800 g (Ferreira 1997),<br />
possui a superfície de coloração verde escura, coberta no início do<br />
desenvolvimento do fruto por um pó esbranquiçado e, ao amadurecer, passa de<br />
verde escuro ao verde-pardo-cinzento (Manica, 1997). Nesta fase, as saliências<br />
se afastam tornando-se mais visíveis e são separadas por linhas claras e fundas.<br />
O desenvolvimento do fruto da pinheira, segundo Pal e Kumar (1965), é<br />
do tipo sigmoidal, com o crescimento apresentando dois picos, o primeiro dos<br />
quais entre 45 e 60 dias após a antese e outro entre 90 e 105 dias.<br />
A polpa é branca, perfumada, doce, muito saborosa, encerrando<br />
considerável número de sementes de 51 a 75 grandes e pretas que variam, em<br />
função do tamanho das frutas (Cañizares-Zayas, 1966).<br />
O sabor extremamente doce dos frutos de pinha é dado pelo elevado teor<br />
de frutose, que supera o teor de sacarose, uma vez que o poder adoçante da<br />
frutose é de 1,7 vez superior ao da sacarose (Lehninger, 1976).<br />
2.4. Poda<br />
A poda é uma técnica de eliminação de partes vegetais vivas ou mortas,<br />
com a finalidade de regularizar a produção, aumentar e melhorar a qualidade dos<br />
frutos através do estabelecimento do equilíbrio entre o desenvolvimento<br />
vegetativo e a frutificação. Trata-se de uma prática cultural indispensável na<br />
exploração da cultura da pinha e requer conhecimento e habilidade para a sua<br />
correta execução. Fatores como a produtividade, precocidade, formas de<br />
condução e fase vegetativa da árvore podem ser seriamente afetados se não<br />
houver uma poda correta.<br />
Chaikiattiyos, citado por Kavati (1998), afirma que o florescimento em<br />
plantas tropicais é geralmente induzido por uma parada no seu desenvolvimento<br />
vegetativo. Em anonáceas esta observação é extremamente importante, pois a<br />
maioria das espécies cultivada comercialmente é de clima tropical, com exceção<br />
da cherimolia, que exige clima subtropical ou tropical de altitude para boas<br />
produções. No entanto, para todas as espécies, sem exceção, o principal pico de<br />
florescimento surge a partir de um período desfavorável ao desenvolvimento<br />
vegetativo que, no caso das espécies do Grupo Attae, no descobrimento das<br />
gemas subpeciolares pela queda das folhas. Portanto, no florescimento, as flores<br />
10
podem surgir diretamente dos ramos de um ano de idade e, também, dos brotos<br />
em início de desenvolvimento, que emergem a partir destes mesmos ramos<br />
outonados.<br />
Em uma mesma gema pode surgir flores e novos ramos. Este hábito de<br />
florescimento também em ramos em desenvolvimento permite supor que qualquer<br />
manejo que favoreça a emissão de novas brotações poderá provocar um novo<br />
florescimento na planta, desde que outros fatores não afetem o desenvolvimento<br />
da flor, o pegamento e o desenvolvimento da fruta, possa propiciar, assim, uma<br />
safra adicional.<br />
As podas, tanto de inverno quanto de verão, consistem no encurtamento<br />
de todos os ramos de um ano cuja base se insira até 160 cm do solo, reduzindoos<br />
para 10 a 12 gemas na poda de inverno e 6 a 8 gemas na poda de verão.<br />
Apesar de diversos fatores interferirem na produção, as podas realizadas no<br />
verão produzem safras temporãs, indicando que esta operação estimula o<br />
aumento da produtividade em atemóia (Kavati, 1998).<br />
A poda pode ser longa, com um maior número de gemas por ramo, ou<br />
curta, sendo que ambas estimulam novo fluxo vegetativo. Segundo Ferrari et al.,<br />
(1998) os melhores resultados são obtidos quando se utiliza a poda longa.<br />
Cavalcante et al. (1998) observaram, em experimento realizado com<br />
graviola (Annona muricata L.), a ocorrência de maior concentração dos frutos no<br />
terço médio da planta, tanto no caule como nos ramos, sendo a frutificação nos<br />
ramos bastante superior à do caule, ramos com diâmetro entre 11 e 15 mm<br />
apresentaram maior freqüência de frutificação.<br />
Segundo Pinto e Ramos (1998), as podas longa e curta reduziram<br />
significativamente a altura, porém, não afetaram o diâmetro da copa das plantas.<br />
A produção não foi influenciada por nenhuma das podas, no entanto, a<br />
polinização manual, influenciou no aumento da produção, resultando em 64% do<br />
desenvolvimento de frutos, contra apenas 23% proveniente da polinização<br />
natural.<br />
A poda de verão na pinha é empregada para uniformizar uma segunda<br />
safra natural, em pomares adequadamente nutridos. Para isso, ramos com mais<br />
de 3 meses de idade, quando apresentam pelo menos 2/3 de seu comprimento já<br />
maduro, com a casca lignificada, são encurtados, deixando-se cerca de 8 a 12<br />
11
gemas, que devem ser estimuladas pela desfolha pela ocasião do desponte<br />
(Kavati e Piza Jr, 1997).<br />
Segundo Garcia et al. (2000), a poda, quando bem executada, promove<br />
um novo fluxo de crescimento vegetativo, permitindo a obtenção de uma nova<br />
safra na mesma estação. No entanto, os mesmos autores alertam que as<br />
respostas ao estímulo para obtenção do novo ciclo são muito influenciadas pelas<br />
condições climáticas. Portanto, existe a necessidade de regionalização dos<br />
estudos para que se possa determinar a possibilidade de desenvolvimento dos<br />
ramos, a partir da poda, em função das condições climáticas da região onde está<br />
sendo realizado o estudo.<br />
2.4.1. Princípios fisiológicos e fundamentos da poda<br />
Segundo Simão (1998), os princípios fisiológicos da poda são os<br />
seguintes:<br />
O vigor e a fertilidade de uma planta dependem, em grande parte, das<br />
condições edafoclimáticas; o vigor de uma planta depende da eficiência na<br />
condução dos fotoassimilados; existe uma estreita relação entre o<br />
desenvolvimento da copa e o sistema radicular esse equilíbrio afeta o vigor e a<br />
longevidade das plantas; a produção e translocação de fotoassimilados ocorrem<br />
com maior intensidade em ramos bem iluminados; folhas são órgãos<br />
fotossintetizantes, sua redução ou exclusão afeta diretamente a planta; existem<br />
espécies que frutificam apenas nos ramos formados no ano e outras produzem<br />
durante vários anos nos mesmos ramos; o aumento do diâmetro do tronco está<br />
em relação inversa com a intensidade da poda; o vigor das gemas depende da<br />
sua posição e do seu número nos ramos; a poda drástica retarda a frutificação. As<br />
funções reprodutivas e vegetativas são antagônicas.<br />
Os principais objetivos da poda citados por Leão e Maia (1998) são:<br />
impulsionar a produção precoce das plantas; uniformizar a produção, evitando<br />
que o excesso de carga prejudique a próxima safra; melhorar a qualidade dos<br />
frutos; distribuir os fotoassimilados de forma mais uniforme pelos órgãos vegetais;<br />
proporcionar uma forma adequada e determinada à planta.<br />
Dependendo da fase do ciclo vegetativo, podem ser realizados dois tipos<br />
de poda: A seca ou de inverno, quando a planta encontra-se em fase de repouso<br />
12
e a poda verde ou de verão, que é um complemento da anterior realizada durante<br />
o crescimento vegetativo da planta.<br />
A poda de verão ou verde é realizada durante o período de vegetação,<br />
florescimento, frutificação e maturação dos frutos e tem por finalidade melhorar a<br />
sua qualidade e manter a forma da copa, pela supressão de partes da planta.<br />
Melhora o desenvolvimento dos ramos inferiores, elimina os brotos laterais<br />
improdutivos que se desenvolvem a custa das reservas, em detrimento do<br />
florescimento e da frutificação (Simão, 1998).<br />
2.4.2. Indução floral através da poda<br />
Apesar de ser fundamental a utilização da técnica da poda para as<br />
anonáceas, bem como os métodos de polinização artificial, esses ainda são<br />
pouco utilizados pelos produtores de pinheira como um processo de indução floral<br />
e produção em épocas mais oportunas de mercado. Isso se deve principalmente<br />
ao fato de que, no Brasil, poucas são as pesquisas nessa linha.<br />
Pizza Júnior e Kavati (1997) mencionam que, na prática da poda de<br />
produção para a atemóia, em Mirandópolis e Lins, os ramos são podados como<br />
manejo de época de produção da segunda safra, concentrando a produção em<br />
apenas um mês.<br />
Martelleto (1997) recomendou o desponte e desfolha dos ramos terminais<br />
para forçar o desenvolvimento de gemas e, conseqüente, a emissão de novas<br />
brotações para as condições verificadas no estado do Rio de Janeiro. Com o uso<br />
da poda de produção associada ao suprimento hídrico através da irrigação, têmse,<br />
concentrado parte da produção, nos meses de fevereiro e março e em junho e<br />
julho.<br />
Ferrari et al. (1998), estudando vários tipos de poda para a fruta-doconde,<br />
verificaram que a poda longa com apenas duas gemas apicais<br />
descobertas, além de estimular um novo fluxo vegetativo, proporcionou também<br />
bons resultados com relação ao florescimento.<br />
Torna-se necessário que a prática de indução floral através da poda de<br />
produção, juntamente com outras técnicas, como a desfolha e a polinização<br />
artificial podem ser utilizadas pelos produtores para que se possa ter uma<br />
resposta mais uniforme em relação à produção, além de um produto de melhor<br />
13
qualidade, esperando-se com isso, uma maior regularidade de produção durante<br />
o ano, o que representa uma remuneração maior ao produtor.<br />
2.5. Polinização e reprodução<br />
O cultivo racional da pinha requer o conhecimento do sistema reprodutivo<br />
da planta. A polinização ineficiente é o principal fator que limita a produção da<br />
espécie (Ledermam e Bezerra, 1997).<br />
Apesar das anonáceas apresentarem flores hermafroditas, a<br />
autofecundação se torna difícil devido ao processo fisiológico conhecido como<br />
dicogamia protogínica. A taxa de polinização se reduz bastante na pinha,<br />
podendo ser nula em determinadas condições de clima. Além disso, a ocorrência<br />
de altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, que ressecam o estigma, as<br />
chuvas que impedem o transporte do pólen e baixas temperaturas, diminui a ação<br />
de insetos polinizadores, justificando, assim, o baixo índice de polinização natural<br />
da pinha (Kavati e Pizza Jr., 1997).<br />
Algumas variedades de Anonáceas podem frutificar naturalmente melhor<br />
que outras, no entanto, para assegurar uma produção satisfatória de frutos bem<br />
formados, a polinização artificial é necessária (Shroeder, 1971).<br />
Segundo Englehart (1974), em cherimólia pode haver frutificação natural,<br />
porém a maior parte dos frutos serão pequenos e mal formados.<br />
Ahmed (1936), nas condições do Egito, realizou dois experimentos de<br />
polinização, com pinha, onde no primeiro experimento, quando foi realizada<br />
polinização artificial, obteve-se um índice de pegamento de fruto de 92,2%, em<br />
contraste às flores que foram polinizadas naturalmente, no mesmo experimento,<br />
alcançando um percentual de 8,6% de pegamento. Já no segundo experimento,<br />
obteve-se um índice de pegamento de frutos de 90,8% para as flores polinizadas<br />
artificialmente e, para a polinização natural, este índice de pegamento foi de<br />
9,6%.<br />
A ocorrência de uma boa polinização natural em plantas do gênero<br />
Annona depende de uma alta densidade de flores, da coincidência dos estádios<br />
florais masculinos e feminino na mesma árvore, da presença de um alto número<br />
de insetos polinizadores visitando as flores e das condições climáticas favoráveis<br />
durante o período da floração (Fioravanço e Paiva, 1994).<br />
14
O controle químico de pragas, como a broca-dos-frutos (Cerconata<br />
anonella) ou a vespa da semente (Bephratelloides spp.), quando feito com muita<br />
freqüência, prejudica a população natural de insetos polinizadores (Kavati e Piza<br />
Jr., 1997).<br />
Na Índia, foi constatado que a maioria das flores de pinha abrem-se<br />
durante a noite, entre as 17 horas e 5h 30 minutos (Kumar et al., 1977).<br />
A polinização artificial é uma técnica essencial na maior parte das<br />
espécies cultivadas de anonáceas, pois o fruto necessita de sementes viáveis<br />
para frutificar e se desenvolver e, sendo assim, quanto maior o número de<br />
sementes, maior é o peso ou tamanho do fruto.<br />
No gênero Annona, existe uma relação direta entre o número de<br />
sementes e o peso do fruto. Na pinha, por exemplo, para cada 100 g de fruto<br />
existem aproximadamente 30 sementes (Lederman e Bezerra, 1997).<br />
Quando ocorre uma boa polinização, os frutos da pinha se desenvolvem<br />
normalmente e têm uma forma arredondada, enquanto a presença de frutos<br />
deformados pode indicar uma polinização irregular (Oppenheimer, 1980).<br />
A polinização artificial dirigida é uma prática que pode ser realizada com o<br />
objetivo de uniformizar a polinização, aumentar o vingamento dos frutos e,<br />
consequentemente, a produtividade (Fioravanço e Paiva, 1994).<br />
É possível polinizar de 100 a 150 flores por hora, e são necessários de 50<br />
a 100 dias de trabalho para todas as atividades relacionadas com a polinização<br />
artificial. Em experimentos realizados em Israel, com a atemóia, alcançou-se até<br />
90% de frutificação e, na prática, pode-se obter de 100 a 200 kg de frutas em um<br />
dia de trabalho com polinização (Oppenheimer, 1980).<br />
Vale lembrar, também, que para ocorrer uma polinização efetiva, a flor<br />
deve estar nos seus estágios mais receptivos, que são o pré-feminino e o<br />
feminino, o período entre o início e o final da fase receptiva do estigma é variável<br />
em função das condições climáticas, altas temperaturas e baixa umidade do ar, o<br />
que faz com que esse período seja bastante breve, ocorrendo o ressecamento na<br />
superfície do estigma da substância açucarada, que é exudada pelas papilas<br />
estigmáticas, que têm a função de fixação dos grãos de pólen.<br />
Kavati et al. (2000), estudando a ocorrência de auto-incompatibilidade em<br />
material clonal de pinha, concluíram que não ocorre auto-incompatibilidade no<br />
15
material estudado e que polinização artificial promove aumento de produtividade e<br />
qualidade de frutos.<br />
Savazaki et al. (2000), trabalhando com polinização artificial em pinha<br />
usando a bomba polinizadora, concluíram que, pode-se trabalhar na proporção de<br />
uma flor colhida para cada quatro flores polinizadas e que um operador bem<br />
treinado consegue polinizar cerca de 1800 flores em 3 horas de trabalho.<br />
O aumento da frutificação por meio da polinização artificial tem sido<br />
divulgado em trabalhos científicos como uma prática viável. No entanto, tornamse<br />
necessários mais estudos regionalizados para que se possa otimizar e adaptar<br />
esta prática à realidade dos agricultores.<br />
2.6. Nutrição da pinha<br />
Segundo Silva e Silva (1997), as anonáceas, como as demais frutíferas,<br />
retiram do solo grande quantidade de elementos minerais, sendo que a pinha<br />
absorve quase que o dobro das quantidades absorvidas pela gravioleira.<br />
De acordo com Recomendações...(1993), no Ceará deve-se aplicar,<br />
parceladamente, durante o período chuvoso, a partir do 4º ano, 180 g de N, e, de<br />
acordo com análise de solo, de 40 a 120 g de P2O5 e de 60 a 180 g de K2O. Este<br />
boletim recomenda, ainda, de 15 a 20 L de esterco curtido por planta por ano.<br />
Rego (1992), estudando o efeito da matéria orgânica fornecida como<br />
esterco bovino curtido, nas dosagens 0, 5, 10, 15 e 20% em mudas de graviola<br />
durante quatro meses, após analisar vários parâmetros de crescimento concluiu<br />
que o nível de 15% foi o mais eficiente.<br />
Vale salientar que as informações adequadas das quantidades de<br />
fertilizantes a serem aplicados em cada condição de plantio permitem otimizar seu<br />
cultivo, gerando melhor renda ao produtor, porém no caso da pinha, poucos<br />
estudos foram realizados em relação à nutrição mineral e as recomendações de<br />
adubações são muito diversas.<br />
Couceiro (1973) ressaltou que a adubação em cobertura para o<br />
desenvolvimento da pinha é importante e, quando estas entram em frutificação,<br />
ele recomenda-se empregar 90 g de N, 120 g de P2O5 e 100 g de K2O, por planta<br />
e por vez, em 2 a 3 aplicações em cobertura, durante o período de<br />
desenvolvimento vegetativo.<br />
16
Costa (2001), trabalhando com a cultura da pinha no Norte do Estado do<br />
Rio de Janeiro, verificou que a composição mineral nos tratamentos que<br />
proporcionaram maior produtividade apresentou variação para os diversos<br />
elementos analisados, sendo que os teores dos elementos na matéria seca foliar,<br />
relacionados com a máxima produtividade de frutos variaram de 26,5 a 39,4 g kg -1<br />
de N, 1,43 a 2,49 kg -1 de P, 10,7 a 20,5 g kg -1 de K, 9,52 a 13,8 g kg -1 de Ca, 3,27<br />
a 4,18 g kg -1 de Mg, 1,87 a 2,63 g kg -1 de S, 7,24 a 9,05 g kg -1 de Cl, 60,4 a 133<br />
mg kg -1 de Fe, 13,5 a 22,8 mg kg -1 de Zn, 148 a 190 mg kg -1 de Mn, 8,07 a 15,6<br />
mg kg -1 de Cu e 32,1 a 46,6 mg kg -1 de B.<br />
Ainda, segundo Costa (2001), a adubação nitrogenada influenciou no<br />
aumento no número de flores e de frutos e na percentagem de frutos formados, a<br />
adubação nitrogenada e as aplicações de boro não influenciaram no comprimento<br />
e no diâmetro dos frutos, porém aumentaram o número de frutos e a<br />
produtividade das plantas. A aplicação de boro foliar elevou o vingamento dos<br />
frutos.<br />
Sadhu e Ghosh (1976) citaram que pinheiras deficientes em potássio têm<br />
o seu crescimento reduzido, as folhas superiores tornam-se de coloração verdeclaro<br />
e as folhas inferiores mostram secamento do ápice com a lâmina foliar<br />
parcialmente amarelada. Algumas florescem, porém não frutificam. Estes mesmos<br />
autores, estudando deficiência do fósforo em pinheira, constataram que houve<br />
baixo florescimento e frutificação, além de retardar o florescimento em 15 dias,<br />
quando existia pequena disponibilidade este elemento.<br />
17
3. MATERIAL E <strong>MÉTODOS</strong><br />
O experimento foi conduzido em um pomar localizado no distrito de Praça<br />
João Pessoa, no município de São Francisco de Itabapoana/RJ, no período<br />
compreendido entre maio de 2001 e fevereiro de 2002. O pomar possui uma área<br />
de cultivo de um hectare de pinha, com cinco anos de idade e cultivadas num solo<br />
tipo Argissolo Amarelo distrófico, desenvolvido a partir de sedimentos terciários.<br />
3.1. Local e Caracterização climática do experimento<br />
O experimento a 21°19’22” de latitude sul e 41°07’42” de longitude oeste<br />
e altitude média de 11 metros (Cide, 2002). A região é classificada, segundo<br />
Köeppen (Ometto, 1981) como tropical chuvosa, clima de bosque (Am). As<br />
características climáticas observadas na região estão apresentadas no Quadro 1.<br />
Os resultados da análise de solo da área experimental no início da<br />
implantação do experimento estão descritos no Quadro 2.
Quadro 1. Características climáticas observadas na região de implantação do<br />
experimento com a cultura da pinha<br />
Mês<br />
Jan.<br />
Fev.<br />
Mar.<br />
Abr.<br />
Mai.<br />
Jun.<br />
Jul.<br />
Ago.<br />
Set.<br />
Out.<br />
Nov.<br />
Dez.<br />
Temp. média<br />
(ºC)<br />
A 1<br />
27,1<br />
27,6<br />
26,2<br />
24,2<br />
22,4<br />
21,3<br />
21,4<br />
22,2<br />
22,9<br />
24,0<br />
25,1<br />
25,5<br />
B 2<br />
26,8<br />
28,1<br />
27,4<br />
26,0<br />
23,2<br />
22,5<br />
21,7<br />
21,7<br />
22,1<br />
22,5<br />
24,7<br />
25,7<br />
Precipitação<br />
(mm mês -1 )<br />
A 1<br />
119<br />
77<br />
85<br />
78<br />
51<br />
30<br />
34<br />
29<br />
56<br />
96<br />
155<br />
166<br />
B 2<br />
50,3<br />
21,7<br />
31,9<br />
48,3<br />
54,1<br />
12,8<br />
4,9<br />
0,2<br />
30,4<br />
74,2<br />
118,3<br />
209,8<br />
Umid. Relativa<br />
(%)<br />
19<br />
A 1<br />
76,5<br />
74,3<br />
76,3<br />
77,7<br />
77,2<br />
77,3<br />
74,8<br />
76,4<br />
78,0<br />
78,1<br />
78,8<br />
76,3<br />
B 2<br />
75,7<br />
73,6<br />
75,4<br />
76,4<br />
77,0<br />
78,2<br />
76,5<br />
76,9<br />
75,8<br />
78,5<br />
83,1<br />
78,6<br />
ETo 3<br />
(mm dia -1 )<br />
A 1<br />
5,10<br />
5,35<br />
5,50<br />
3,70<br />
3,10<br />
2,60<br />
2,80<br />
3,40<br />
3,70<br />
4,00<br />
4,50<br />
4,70<br />
B 2<br />
4,70<br />
5,76<br />
4,86<br />
4,25<br />
2,95<br />
2,57<br />
2,77<br />
3,18<br />
3,40<br />
3,99<br />
4,15<br />
4,83<br />
Luz<br />
(horas dia -1 )<br />
13,3<br />
12,8<br />
12,2<br />
11,6<br />
11,2<br />
10,8<br />
10,9<br />
11,3<br />
12,0<br />
12,6<br />
13,2<br />
13,4<br />
MÉDIA 24,2 24,4 81 54,7 76,8 77,2 4,03 3,95 12,1<br />
1<br />
A = média de 21 anos (1979 - 2000)<br />
2<br />
B = média em 2001<br />
3<br />
ETo obtida a partir da Evaporação do Tanque Classe A (ETo = Kt*EV) e<br />
(Penman – Monteith)<br />
Fonte: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Campus Leonel Miranda e<br />
Estação Evapotranspirométrica – Convênio UENF/Pesagro-Rio<br />
Quadro 2. Características químicas de amostras de solo da área de instalação do<br />
experimento<br />
pH em P K Ca Mg Al H+Al Na C MO<br />
H2O mg dm -3<br />
cmolc dm -3<br />
g dm -3 g dm -3<br />
6,30 62,00 0,55 1,91 0,32 0,00 1,70 0,17 7,20 12,44<br />
SB T t m V Fe Cu Zn Mn B<br />
cmolc dm -3<br />
% mg dm -3<br />
2,96 4,66 2,96 0,00 64,00 24,58 0,63 10,45 52,76 0,88<br />
Extratores: P e K= Carolina do Norte<br />
Laboratório de Análises de Solo da UFRRJ, Campos dos Goytacazes - RJ.
3.2. Delineamento experimental e tratamentos<br />
Para o presente trabalho de pesquisa, o delineamento experimental<br />
adotado foi o delineamento em blocos casualizados com parcelas subdivididas,<br />
em esquema fatorial 5x3, sendo 5 épocas de poda e 3 métodos de polinização,<br />
com quatro repetições. As parcelas foram constituídas por 15 plantas, sendo as 3<br />
centrais consideradas úteis. O espaçamento entre plantas foi de 4 x 4 metros.<br />
As cinco épocas de poda foram: maio, junho, julho, agosto e setembro de<br />
2001.<br />
Os três métodos de polinização foram os seguintes:<br />
Tro - Polinização aberta ou natural (Figura 1);<br />
Tr1 - Polinização com pincel macio, realizada diretamente na flor (Figura 2);<br />
Tr2 - Polinização realizada com bomba polinizadora e com pólen colhido no dia<br />
anterior (Figura 3);<br />
O pólen foi recolhido de flores em estádio feminino e acondicionado de<br />
maneira eficiente (sob refrigeração) para manter-se viável até o dia seguinte no<br />
momento da polinização. O horário de coleta das flores foi ao final da tarde por<br />
volta das 18 horas, pois neste horário as condições climáticas, principalmente a<br />
baixa umidade, favorecia o não ressecamento do pólen.<br />
3.3. Podas<br />
As plantas foram submetidas, em março de 2001, a uma poda de limpeza,<br />
onde se teve o cuidado de retirar ramos secos, praguejados e doentes. Após está<br />
etapa, ocorreram às podas de produção, efetuadas mensalmente a partir do mês<br />
de maio de 2001 até setembro do mesmo ano, onde os ramos foram encurtados a<br />
um comprimento médio de 25 cm.<br />
Além da poda, houve ainda uma desfolha dos ramos, realizada<br />
manualmente, iniciando-se da extremidade para sua base, para estimular o<br />
desenvolvimento vegetativo das gemas localizadas nas axilas das folhas.<br />
Após a poda dos ramos, eram marcados 12 ramos por planta, perfazendo<br />
um total de 36 ramos por parcela, para posterior avaliação.<br />
20
A B<br />
Figura 1. Flor de pinha em estádio feminino (A), período adequado para a<br />
realização de polinização artificial, e em estádio masculino (B), período<br />
em que ocorre a separação total dos estames e a liberação do pólen.<br />
Figura 2. Processo de<br />
polinização artificial da<br />
pinha utilizando pincel.<br />
Figura 3. Processo de polinização utilizando a bomba polinizadora na cultura da<br />
pinha.<br />
21
3.4. Tratos culturais<br />
Antes do início do experimento, todas as plantas receberam uma<br />
aplicação de 750 g por planta de calcário e adubação de cobertura de acordo com<br />
análise de solo.<br />
Após a poda das plantas, em suas respectivas épocas, foi realizada uma<br />
adubação com 40 g de nitrogênio. A partir do segundo mês, após a poda, cada<br />
planta foi adubada com 40 g de N e 30 g de P2O5 e durante o período da<br />
frutificação cada planta foi adubada com 100 g de K2O por mês, pois durante esse<br />
período ocorre uma maior demanda dos frutos, que funcionam como fortes<br />
drenos, por esse nutriente. Cada planta, na época da poda, foi adubada com 10 g<br />
de ácido bórico e, a cada mês, foram pulverizadas com uma solução de 2,5 g de<br />
ácido bórico por 100 L de água.<br />
Além disso, em todas as plantas podadas houve uma pulverização<br />
preventiva com calda bordalesa na concentração de 1 mL para 100 L de água,<br />
para proteção dos ramos contra ataque de patógenos e pincelamento do tronco<br />
com pasta bordalesa.<br />
Foram realizados, ainda, tratos culturais tais como controle de plantas<br />
daninhas e tratamentos fitossanitários para controle da broca do fruto (Cerconota<br />
anonella), broca do tronco (Cratosomus bombinus bombinus) e antracnose<br />
(Colletotrichum gloesporioides), além do controle de formigas.<br />
Todo o experimento foi irrigado por sistema de microaspersão, com um<br />
microaspersor por planta.<br />
3.5. Preparo dos grãos de pólen<br />
Para a realização da polinização com o polinizador manual ou bombinha,<br />
foram utilizados grãos de pólen coletados de flores, em estádio feminino, de<br />
tamanho médio no horário entre 17 horas e 30 minutos e 18 horas no dia anterior<br />
ao processo.<br />
Após esta coleta, as flores foram acondicionadas em bandejas plásticas,<br />
cobertas com papel toalha umedecido para que não ocorresse o ressecamento<br />
das mesmas e armazenadas sob refrigeração (20°C) até a manhã seguinte.<br />
22
Passado este período de armazenamento, as flores foram retiradas da<br />
geladeira, colocadas em peneira de malha de 1 mm, para separação de pétalas e<br />
outros vestígios florais, e sobre uma cartolina preta, funcionando como contraste,<br />
houve o recolhimento dos grãos de pólen que foram colocados dentro do<br />
polinizador para realização da polinização das flores que se encontravam<br />
receptivas em estádio feminino no campo.<br />
O período estabelecido para a realização da polinização nas condições da<br />
região foi de 6 horas até no máximo 9 horas e 30 minutos, pois, a partir desse<br />
horário as flores já se encontravam pouco receptivas, com queda dos grãos de<br />
pólen em decorrência de ventos, além do ressecamento do estigma.<br />
3.6. Polinização<br />
Após o preparo dos grãos de pólen das flores coletadas no dia anterior<br />
em estádio feminino e a observação da ocorrência da antese dos botões florais,<br />
realizava-se a polinização das flores.<br />
Os grãos de pólen eram colocados dentro da câmara de pólen da bomba<br />
de polinização artificial e, logo em seguida, fazia-se a polinização referente ao<br />
tratamento 2. O bico do tubo polinizador era, então, direcionado para o estigma<br />
floral, recoberto com uma camada mucilaginosa e brilhante, a uma distância<br />
aproximada de 1,5 cm, e a câmara de ar pressionada duas vezes para saída do<br />
pólen.<br />
Para a polinização referente ao tratamento 1, foram igualmente<br />
observados os horários de 6 a 9 horas e 30 minutos da manhã, para que não<br />
existisse ressecamento do estigma. Neste tratamento, foi utilizado um pincel com<br />
pêlos de seda e superfície plana, através de movimentos circulares leves,<br />
realizou-se a polinização, diretamente em flores no estádio feminino, com pólen<br />
recolhido de flores no estádio masculino, também no dia anterior.<br />
A polinização artificial foi realizada em 15 flores por planta, perfazendo-se<br />
um total de 45 flores por tratamento em cada bloco. As flores foram devidamente<br />
marcadas, registrando-se, ainda, a data da polinização. Este processo foi<br />
distribuído pelos quatro pontos cardeais da planta. Para a polinização aberta<br />
marcou-se o mesmo número de flores.<br />
23
3.7. Amostragens foliares e análises dos nutrientes foliares<br />
A análise foliar foi feita através de amostras coletadas em períodos<br />
mensais de novembro de 2001 a fevereiro de 2002. Coletaram-se, para análise,<br />
folhas recém-maduras, com pecíolo, sem ataque de pragas ou doenças, sendo,<br />
normalmente, o 3º ou 4º par de folhas, na altura do peito, a partir do ápice do<br />
ramo. Foram coletadas oito folhas por planta, num total de 24 folhas por parcela.<br />
As coletas foram sempre efetuadas pela manhã e nas mesmas datas para<br />
todos os períodos. Nos períodos chuvosos esperava-se, para coleta de folhas, no<br />
mínimo 48 horas após a última chuva.<br />
Após a coleta, as folhas foram acondicionadas em sacos de papel e<br />
levadas para o laboratório onde foram limpas com algodão embebido em água<br />
deionizada. Após esse procedimento, as folhas foram secas em estufa com<br />
circulação forçada de ar à temperatura de 70°C, durante 48 horas. Terminado<br />
esse tempo de secagem, o material foi triturado em moinho (tipo Wiley) com<br />
peneira de 20 mesh e armazenado em frascos fechados.<br />
Foram analisados os seguintes elementos: nitrogênio (N), fósforo (P),<br />
potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu) e<br />
manganês (Mn). As análises foram realizadas de acordo com metodologias<br />
descritas por Malavolta et al. (1989) e Jones Jr. et al. (1991).<br />
O N foi determinado pelo método de Nessler (Jackson, 1965), após<br />
submeter o material vegetal à oxidação pela digestão sulfúrica (H2SO4 e H2O2).<br />
O P foi determinado colorimetricamente pelo método azul de molibdato, e<br />
os K, por espectrofotometria de emissão de chama, ambos determinados no<br />
extrato obtidos a partir da digestão sulfúrica.<br />
Os elementos Ca, Mg, Fe, Zn, Cu, e Mn foram quantificados em extratos<br />
obtidos após oxidação do material vegetal pela digestão nitro-perclórica (HNO3 e<br />
HCLO4). O Ca, Mg, Fe, Zn, Cu e Mn foram determinados por espectrofotometria<br />
de absorção atômica Zeiss AAS4. O Boro (B) foi determinado, colorimetricamente,<br />
pela azometina-H, após incineração em mufla.<br />
24
3.8. Avaliações realizadas<br />
3.8.1. Crescimento e desenvolvimento das plantas<br />
Comprimento dos ramos - medido quinzenalmente, em 12 ramos/planta,<br />
até 90 dias após a realização da poda.<br />
Diâmetro dos ramos - medido quinzenalmente, em 12 ramos/planta, até<br />
90 dias após a realização da poda, na porção mediana, utilizando um<br />
paquímetro digital.<br />
Número de dias entre a poda e o início do florescimento - definido a<br />
partir da emissão da primeira flor.<br />
3.8.2. Florescimento e frutificação<br />
Número de flores por ramo - a partir do florescimento, a cada 15 dias.<br />
O número de flores/ramo foi obtido a partir da média de flores de 12<br />
ramos previamente marcados;<br />
Números de frutinhos por ramo - 15 dias após a polinização, para<br />
determinar a fecundação de flores e o desenvolvimento dos frutos;<br />
Diâmetro e comprimento dos frutos até 60 dias após a polinização -<br />
medidos a cada 15 dias depois de ocorrida a polinização.<br />
3.8.3. Nutrientes foliares<br />
Teores dos nutrientes N, P, K, Ca, Mg, Mn, Fe, Zn, Cu e B na matéria<br />
seca foliar da pinha em função das épocas de poda, métodos de<br />
polinização e épocas de amostragem.<br />
3.9. Análises estatísticas<br />
Foram realizadas análises de variância das características avaliadas.<br />
Utilizou-se para os fatores “Dias após a poda” e “Dias após a polinização” a<br />
análise de regressão polinomial, após o teste de F. Para os fatores “Época de<br />
amostragem foliar” e “Métodos de polinização”, utilizou-se o Teste de Tukey a 5%<br />
de probabilidade.<br />
25
4.1. Desenvolvimento de ramos<br />
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Com relação ao comprimento e diâmetro de ramos, observou-se que,<br />
para a primeira época de poda houve uma brotação tardia, além de morte ou falta<br />
de brotação, o que pode ser explicado pelas condições climáticas reinantes no<br />
período (Quadro 1), com redução no desenvolvimento vegetativo. Além disso,<br />
estas brotações proporcionaram um fluxo de florescimento pequeno, entretanto<br />
ocorreu frutificação.<br />
Os resultados apresentados na Figura 4, mostram crescimento<br />
diferenciado, em relação ao comprimento, para cada época de poda, sendo que<br />
as podas realizadas em agosto e setembro, proporcionaram maior crescimento de<br />
ramo. Estes resultados indicam, que a planta não promove novas brotações, em<br />
condições de temperaturas baixas, mesmo que estas ocorram durante períodos<br />
curtos do dia, pois, como se observa no Quadro 1, as temperaturas médias foram<br />
elevadas e havia disponibilidade de água, com o uso do sistema de irrigação.<br />
Constata-se, na Figura 4, a grande variação no crescimento dos ramos, entre as<br />
épocas de poda de maio e setembro, o que pode estar relacionado, tanto com as<br />
condições climáticas, no período da poda, (Quadro 1) quanto com as reservas<br />
acumuladas por aquelas plantas podadas na última época.<br />
O desenvolvimento do diâmetro dos ramos foi semelhante àquele<br />
observado para o comprimento (Figura 5).<br />
26
Comprimento (mm)<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
Maio<br />
Junho<br />
Julho<br />
Agosto<br />
Setembro<br />
Y = -17,4 + 0,7377x R 2 = 0,91**<br />
Y = 4,2 - 0,637x + 0,0193x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = -39,1 + 2475x R 2 = 0,99**<br />
Y = -58,6 + 4,49x - 0,0148x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = 5,33 + 3,16x - 0,0077x 2 R 2 = 0,99**<br />
0 15 30 45<br />
Dias após poda<br />
60 75 90<br />
Figura 4. Comprimento do ramo de pinha em função da época de poda e de dias<br />
após a poda em São Francisco do Itabapoana-RJ.<br />
Diâmetro (mm)<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
Setembro<br />
Agosto<br />
Julho<br />
Junho<br />
Maio<br />
Y = 2,32 + 0,061x - 0,0003x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = -2,135 + 0,192x - 0,0012x 2 R 2 = 0,94**<br />
Y = -2,07 + 0,1618x - 0,0012x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = -0,858 + 0,0335x + 0,0003x 2 R 2 = 0,97**<br />
Y = -0,723 + 0,0354x + 0,0001x 2 R 2 = 0,95**<br />
0 15 30 45 60 75 90<br />
Dias após poda<br />
Figura 5. Diâmetro do ramo de pinha em função da época de poda e de dias<br />
após a poda em São Francisco do Itabapoana-RJ.<br />
27
4.2. Período de florescimento após a poda<br />
Para as condições edafoclimáticas do Município de São Francisco do<br />
Itabapoana, verificou-se que a pinha pode florescer praticamente durante o ano<br />
todo, porém, há uma variação na intensidade de florescimento ao longo dos<br />
meses no ano. Pode-se observar essa variação, para as diferentes épocas de<br />
poda, com relação ao período compreendido entre a poda e o florescimento<br />
(Figura 6).<br />
Observou-se que a partir de maio, grande parte das folhas das plantas<br />
perderam a coloração verde-intensa, passando a verde-claro (verde-amarelada),<br />
ocorrendo nos meses seguintes (junho e julho), queda parcial destas folhas. Em<br />
agosto, a planta começou a emissão de novas folhas, e, até final do mês de<br />
outubro elas se encontravam em pleno vigor vegetativo.<br />
Durante o período de queda de folhas senescentes e formação de novas<br />
folhas, as plantas produziram um reduzido número de flores, com exceção ao<br />
mês de setembro, onde ocorreu o máximo de floração, 15 dias após a poda de<br />
produção (Figura 6 e Quadro 3).<br />
Para a primeira época de poda (maio), o florescimento foi praticamente<br />
nulo, até 31 dias após a poda de produção, tendo-se um incremento crescente, no<br />
número de flores por ramo, a partir desta data (Figura 6). Na segunda época de<br />
poda (junho), o pico máximo de florescimento, com 21 flores por ramo, ocorreu<br />
aos 86 dias após a poda de produção (Figura 6). Nas podas realizadas nos<br />
meses de julho e agosto o de máximo florescimento foi verificado aos 51 e 45<br />
dias, respectivamente, com um total de 25 flores por ramo para os dois períodos<br />
de poda de produção. O número de flores na última época de poda (setembro), foi<br />
significativamente maior, quando comparado com as demais. Este fato pode ser<br />
explicado pelas condições climáticas reinantes, o máximo de florescimento em<br />
setembro foi aos 15 dias e depois houve um decréscimo (Figura 6 e Quadro 3).<br />
O pequeno número de flores observado para a primeira época de poda de<br />
produção, pode ser explicado pelo pequeno número de brotações e,<br />
principalmente, pelo menor crescimento dos ramos, após a poda. Isto permite<br />
concluir que as plantas tendem a um crescimento vegetativo em detrimento da<br />
produção, fato este já observado por George e Nissen (1986).<br />
28
Nº Flores/ramo<br />
60<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
Y = 7,17 - 0,5674x + 0,0091x 2 R 2 = 0,98**<br />
Y = -14,4 + 0,8254x - 0,0048x 2 R 2 = 0,81**<br />
Y = -23,0 + 1,91x - 0,0188x 2 R 2 = 0,82**<br />
Y = -8,34 + 1,478x - 0,0163x 2 R 2 = 0,55**<br />
Y = 90,3 - 2,10x + 0,0121x 2 R 2 Maio<br />
Junho<br />
Julho<br />
Agosto<br />
Setembro<br />
= 0,93**<br />
0 15 30 45 60 75 90<br />
Dias após poda<br />
Figura 6. Número de flores por ramo em plantas de pinheira, em função dos dias<br />
decorridos após as diferentes épocas de poda em São Francisco do<br />
Itabapoana-RJ.<br />
Quadro 3. Número de flores por ramo em função da época de poda, avaliados até<br />
os 90 dias após a poda de produção em São Francisco do Itabapoana-<br />
RJ<br />
Época de<br />
Dias Após a Poda<br />
Poda 15 30 45 60 75 90 Média<br />
Maio 0 b 0 d 0,2 c 3,4 c 18,3 a 29,6 a 8,6<br />
Junho 0 b 0 d 15,3 b 15,3 a 26,3 a 17,5 b 12,4<br />
Julho 0 b 15,6 c 33,2 a 21,2 a 6,9 b 0,7 c 13,0<br />
Agosto 0 b 38,6 b 27,7 a 13,1 ab 3,3 b 0 c 13,4<br />
Setembro 56,1 a 50,2 a 14,6 b 5,0 bc 0,1 b 0 c 21,0<br />
Média 11,2 20,9 18,2 11,6 11,0 9,6 13,7<br />
CV (%) 55,01<br />
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e na coluna, não diferem<br />
entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.<br />
Observações feitas por Kavati (1997) indicaram que em plantas bem<br />
nutridas, ocorreu um florescimento tardio, e que frutas originadas desse<br />
florescimento, necessitaram de 150 a 180 dias para atingirem a maturação.<br />
Provavelmente esse aumento no número de dias foi devido às reduções das<br />
temperaturas no período do florescimento, até o completo desenvolvimento do<br />
fruto, o que pode ser explicado pela redução do metabolismo da planta, como<br />
29
ocorre em outras fruteiras sob temperaturas baixas. Este mesmo autor afirmou<br />
ainda, que do ponto de vista fenológico, brotações de ramos outonados, são<br />
iniciados em setembro, com o surgimento de um grande número de botões florais<br />
e novos ramos. Quando existe um grande número de gemas, as excedentes, não<br />
brotarão nesta primeira etapa, porém, mais tardiamente, entre novembro e<br />
janeiro.<br />
Freitas (1997), trabalhando com graviola em Viçosa-MG, afirmou que nem<br />
todas as flores chegam a ser fecundadas, pois há uma taxa de abortamento<br />
natural em torno de 48,2%, além disso, se há ocorrência de chuvas, no momento<br />
máximo de florescimento, esse abortamento se acentua, reduzindo bastante a<br />
quantidade de flores.<br />
Durante o monitoramento do desenvolvimento das flores fecundadas e<br />
dos frutos desenvolvidos, observou-se a identificação de três fases distintas,<br />
sendo a primeira fase caracterizada pelo crescimento lento do botão floral, porém<br />
as pétalas permanecem semi-abertas. Antes da completa abertura das flores,<br />
tanto as pétalas exteriores como as interiores, caiam ao solo e nesse momento,<br />
iniciou-se o desprendimento dos estames junto ao receptáculo, com abertura das<br />
anteras e liberação dos grãos de pólen.<br />
Em alguns casos, a receptividade estigmática (presença de secreção<br />
brilhante e viscosa sobre o estigma), permaneceu durante a fase de<br />
desprendimento dos estames, com a liberação dos grãos de pólen, favorecendo<br />
com isso a autopolinização das flores. Resultados semelhantes foram obtidos por<br />
Escobar et al. (1986), segundo os quais, existe um período de 36 a 48 horas,<br />
durante o qual, os órgãos reprodutivos permitem a autopolinização.<br />
4.3. Fecundação de flores e frutificação<br />
As avaliações da eficiência dos métodos de polinização foram feitas duas<br />
vezes, nos meses de novembro de 2001 e janeiro de 2002. A média de<br />
fecundação de flores foi de 63,4%, não foram observadas diferenças significativas<br />
entre as épocas testadas e, também, entre as épocas de poda. Verificou-se, que<br />
o método que proporcionou maior fecundação de flores foi aquele onde se utilizou<br />
à bomba polinizadora (Figura 7). Savazaki et al. (2000), trabalhando com<br />
polinização artificial na cultura da pinha, usando o polinizador, encontraram<br />
30
índice de pegamento de frutos superior a 95% para os diferentes tratamentos.<br />
Observando-se a Figura 7, verifica-se que o método de polinização natural ou<br />
aberta induziu o menor índice de pegamento de fruto, 7,59%. Estas observações<br />
estão de acordo com o trabalho desenvolvido por Kumar et al. (1977), que em<br />
condições ótimas de clima, obteve um índice de 8% para o pegamento de frutos.<br />
Alguns resultados de pesquisa com polinização em flores de pinha,<br />
citados por Kavati (1997), realizados com avaliação de desenvolvimento de fruto<br />
mostraram que o baixo índice de fecundação para a polinização aberta ou natural<br />
pode estar relacionado com alguns fatores, tais como: as fases diferenciadas de<br />
amadurecimento das estruturas reprodutivas (dicogamia protogínica), chegando<br />
até ser nula em algumas condições climáticas desfavoráveis, como altas<br />
temperaturas e baixa umidade, que ressecam o estigma, a ocorrência de chuvas<br />
impede o transporte dos grãos de pólen, e baixas temperaturas, diminuem ação<br />
dos insetos polinizadores. Além disso, os frutos resultantes de polinizações<br />
artificiais, apresentaram-se bem mais uniformes em relação ao seu formato, pois<br />
ocorre, uma maior fecundação dos carpelos proporcionados por este processo,<br />
em contrapartida, os frutos polinizados naturalmente, eram bem desuniformes e<br />
de formato irregular.<br />
Vingamento de flores (%)<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
c<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
31<br />
b<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Aberta Pincel Bomba<br />
polinizadora<br />
Método de Polinização<br />
Figura 7. Porcentagem de fecundação de flores em função do método de<br />
polinização utilizado. Médias seguidas pela mesma letra não diferem<br />
entre si pelo Teste de Tukey a 5%. CV = 4,68%<br />
a
Os resultados obtidos quanto à polinização, estão de acordo com os<br />
obtidos Kumar et al. (1977), que observaram um índice de pegamento de frutos<br />
em torno de 8%, em condições ótimas de clima, para a polinização natural. Já<br />
Ahmed (1936), nas condições do Egito, observando a polinização natural de 200<br />
flores de pinha, relatou que desse total, 19 formaram frutos, ou seja, um<br />
percentual de 9,6%.<br />
Silva (2000) observou em seu trabalho com polinização em pinha, que os<br />
melhores índices de pegamento, aconteceram quando houve polinização artificial,<br />
usando o pincel e a bomba polinizadora, estes índices ficaram em torno de<br />
93,30% e 81,11%, respectivamente diferindo significativamente entre si. O menor<br />
pegamento, de 3,33%, ocorreu quando as flores foram polinizadas naturalmente.<br />
No Quadro 4 e na Figura 8 estão descritos os diâmetros, dos frutos<br />
avaliados, até os 60 dias após a polinização e, observa-se que os frutos<br />
polinizados, nas diferentes épocas de poda, apresentaram um desenvolvimento<br />
diferenciado entre os métodos de polinização. O menor diâmetro foi obtido<br />
quando a poda foi realizada em maio, com 16,8 mm, através da polinização<br />
natural, seguido do maior diâmetro, com 56,7 mm, na poda realizada em junho,<br />
também, por meio da polinização natural, diferindo dos demais métodos de<br />
polinização.<br />
Quadro 4. Diâmetro de frutos de pinheira avaliados aos 60 dias após a<br />
polinização em São Francisco do Itabapoana-RJ<br />
Época de<br />
Poda<br />
Natural ou<br />
Aberta<br />
Métodos de Polinização<br />
Pincel<br />
Bomba<br />
polinizadora<br />
Média<br />
CV (%)<br />
Maio 16,8 b C 43,0 a C 51,0 a A 36,9<br />
Junho 56,7 a A 51,5 a AB 47,7 a A 52,9<br />
Julho 17,8 b C 48,0 a BC 52,9 a A 39,5 15,87<br />
Agosto 20,1 b C 55,2 a A 48,9 a A 41,4<br />
Setembro 38,3 a B 52,6 a AB 50,9 a A 47,3<br />
Média 29,9 50,0 50,3 43,6<br />
CV (%) 5,94<br />
Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna,<br />
não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.<br />
Lima et al., (2000), trabalhando com polinização artificial em pinha,<br />
concluíram, nas condições da baixada fluminense, que ocorreram aumento no<br />
32
comprimento, número médio e produtividade de frutos, além da redução da taxa<br />
de frutos mal formados.<br />
O crescimento do fruto em relação ao comprimento e ao diâmetro, no<br />
caso apresentado, diz respeito, ao primeiro pico de crescimento do fruto, e<br />
mostrou-se com o mesmo comportamento, ou seja, foi bastante, uniforme para as<br />
diferentes épocas de avaliação (Figuras 8 e 9). Considerando-se as épocas de<br />
poda, e o período após a polinização das flores, pode dizer que os frutos<br />
atingiram o maior diâmetro aos 55 dias após a polinização para o mês de agosto,<br />
51 dias para setembro, 54 dias para julho, 52 dias para junho e 54 dias para maio<br />
(Figura 8).<br />
Em relação ao seu comprimento, observou-se que, para a época de poda<br />
referente ao mês de maio, o fruto levou 58 dias após a polinização, para atingir o<br />
seu comprimento máximo, por outro lado, quando consideramos o último mês de<br />
poda (setembro), os mesmos levaram 51, dias após a polinização, para atingir<br />
seu máximo desenvolvimento (Figura 9).<br />
Diâmetro (mm)<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
Y = -32,0 +3,12x -0,0284x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = -46,3 +4,62x -0,0444x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = -35,6 + 3,40x -0,0311x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = -36,1 + 3,51x -0,0321x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = -43,7 + 4,30x - 0,0416x 2 R 2 Maio<br />
Junho<br />
julho<br />
Agosto<br />
Setembro<br />
= 0,99**<br />
10 20 30 40 50 60<br />
Dias após polinização<br />
Figura 8. Diâmetro do fruto de pinha em função da época de poda e do número de<br />
dias após a polinização em São Francisco do Itabapoana-RJ.<br />
33
Comprimento (mm)<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
Maio<br />
Junho<br />
Julho<br />
Agosto<br />
Setembro<br />
Y = -27,1 + 2,71x - 0,0231x 2 R 2 = 0,98**<br />
Y = -40,6 + 4,05x - 0,0379x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = 33,9 + 3,29x - 0,0303x 2 R 2 = 0,98**<br />
Y = -33,4 + 3,34x - 0,0312x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = -42,9 + 4,21x - 0,0413x 2 R 2 = 0,99**<br />
10 20 30 40 50 60<br />
Dias após polinização<br />
Figura 9. Comprimento do fruto de pinha em função da época de poda e do<br />
número de dias após a polinização em São Francisco do Itabapoana-<br />
RJ.<br />
Com relação ao comprimento dos frutos, pode-se observar, que o maior<br />
comprimento ocorreu entre a primeira época de poda (maio) e a segunda (junho),<br />
tendo atingido o menor comprimento, na primeira época com 15,73 mm para a<br />
polinização aberta ou natural e o maior, na segunda época também com o mesmo<br />
método de polinização. No entanto, os outros dois métodos de polinização<br />
artificial (pincel e bomba polinizadora), apresentaram aumento significativo para o<br />
comprimento dos frutos nas diferentes épocas de poda, quando comparado com a<br />
polinização aberta, não diferindo significativamente entre si. Todas as avaliações<br />
foram feitas, até 60 dias após polinização (Quadro 5).<br />
Dentro das diferentes épocas de poda, os métodos de polinização artificial<br />
influenciaram para o aumento do diâmetro médio dos frutos, sendo a polinização<br />
natural a que apresentou os menores valores, diferindo estatisticamente dos<br />
outros dois métodos artificiais, que não diferiram entre si (Quadro 5).<br />
34
Quadro 5. Comprimento de frutos de pinheira avaliados aos 60 dias após a<br />
polinização em São Francisco do Itabapoana-RJ<br />
Época de<br />
poda<br />
Natural ou<br />
aberta<br />
Métodos de Polinização<br />
Pincel<br />
Bomba<br />
Polinizadora<br />
Média CV (%)<br />
Maio 15,7 b C 44,3 a A 46,1 a A 35,4<br />
Junho 53,0 a A 45,1 a A 44,6 a A 47,6<br />
Julho 19,9 b C 45,7 a A 48,9 a A 38,2 4,30<br />
Agosto 20,8 b C 49,1 a A 47,8 a A 39,2<br />
Setembro 34,4 b B 51,3 a A 50,5 a A 45,4<br />
Média 28,8 47,1 47,6 41,1<br />
CV (%) 19,8<br />
Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna,<br />
não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.<br />
Os métodos de polinização artificial proporcionaram maior<br />
desenvolvimento dos frutos do que os obtidos com a polinização aberta (Figuras<br />
10 e 11). No período avaliado, até 60 dias após a polinização, o máximo<br />
comprimento do fruto foi obtido aos 51, 55 e 54 dias após a polinização aberta.<br />
Quando se utilizou o pincel e a bomba polinizadora, respectivamente, foram<br />
obtido os comprimentos de 40,7, 68,9 e 67,7 mm (Figura 10). Resultados<br />
semelhantes foram encontrados para o diâmetro dos frutos (Figura 11).<br />
Comprimento (mm)<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
Aberta<br />
Pincel<br />
Bomba polinizadora<br />
35<br />
Y = -25,5 + 2,575x - 0,02505x 2 R 2 = 0,97**<br />
Y = -37,6 + 3,813x - 0,0345x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = -43,6 + 4,174x - 0,0387x 2 R 2 = 0,99**<br />
0 15 30 45 60<br />
Dias após polinização<br />
Figura 10. Comprimento dos frutos de pinha em função do método de polinização e<br />
do Nº de dias após a polinização em São Francisco do Itabapoana-RJ.
Diâmetro (mm)<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
Aberta<br />
Pincel<br />
Bomba polinizadora<br />
36<br />
Y = -26 + 2,577x - 0,0241x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = -43,6 + 4,367x - 0,0415x 2 R 2 = 0,99**<br />
Y = -46,7 + 4,424x - 0,0408x 2 R 2 = 0,99**<br />
0 10 20 30 40 50 60<br />
Dias após polinização<br />
Figura 11. Diâmetro dos frutos de pinha em função do método de polinização e do<br />
número de dias após a polinização em São Francisco do Itabapoana-<br />
RJ.<br />
4.4. Nutrientes foliares<br />
Observa-se na Figura 12, que os teores de N, P, K, Ca e Mg, variaram<br />
muito em função da época de amostragem. Verifica-se, ainda, um comportamento<br />
oposto na variação entre os teores de K, Ca e Mg. É provável, que o<br />
desenvolvimento dos frutos (drenos fortes) provoquem decréscimos nos teores do<br />
K nas folhas da cultura, o que pode promover aumentos na concentração de Ca e<br />
Mg, já que existe competição entre eles, na absorção pela planta. Resultados<br />
semelhantes foram obtidos por Costa (2001).<br />
Assim como o K, também o N e o P decresceram em função das épocas<br />
de amostragem (Figura 12). Os teores de N, na matéria seca foliar da pinha,<br />
variaram de 40,1 a 28,8 g kg -1 , para o P a variação foi de 2,1 a 1,76 g kg -1 , para o<br />
K os teores variaram de 19,1 a 11,8 g kg -1 , para o Ca a variação foi de 8,1 a 12,2<br />
g kg -1 e para o Mg de 2,5 a 3,8 g kg -1 . Os resultados encontrados se assemelham<br />
a aqueles obtidos por Costa (2001), em tratamentos com elevada produtividade.
N (g kg -1 na matéria seca)<br />
45<br />
40<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
N<br />
P<br />
nov/01 dez/01 jan/02 fev/02<br />
Épocas de Coleta<br />
2,5<br />
2,2<br />
1,9<br />
1,6<br />
1,3<br />
1,0<br />
P (g kg -1 na matéria seca)<br />
K e Ca (g kg -1 na matéria seca)<br />
37<br />
20<br />
16<br />
12<br />
8<br />
4<br />
0<br />
nov/01 dez/01 jan/02 fev/02<br />
Épocas de Coleta<br />
Figura 12. Teores de macronutrientes na matéria seca foliar da cultura da pinha,<br />
em função das épocas de coleta de folhas.<br />
Costa (2001), trabalhando com adubação em pinha, observou que ocorre<br />
variação nos teores dos nutrientes, dependendo das fases fenológicas em que a<br />
planta se encontra, acredita-se que, a variação ocorrida para os teores de N e P,<br />
verificada neste trabalho, também esteja sendo influenciada por este fato.<br />
Com relação as época de poda, pode se observar na Figura 13, que os<br />
teores de N e P também sofreram variação, sendo a última época de poda<br />
(setembro) aquela que apresentou, em média, a maior variação, com 31,12 g mg -1<br />
e 1,93 g mg -1 respectivamente. Possivelmente, para este caso, também a fase<br />
fenológica em que a planta se encontra, esteja influenciando para essa variação<br />
nos teores de nutrientes. Observa-se, também, que de acordo com Silva et al.<br />
(1984) que os teores citados acima se encontram dentro da faixa estabelecidas<br />
por esses autores.<br />
K<br />
Ca<br />
Mg<br />
4,0<br />
3,2<br />
2,4<br />
1,6<br />
0,8<br />
0,0<br />
Mg (g kg -1 na matéria seca)
N (g kg -1 na matéria seca)<br />
35<br />
32<br />
29<br />
26<br />
23<br />
20<br />
N<br />
P<br />
mai/01jun/01 jul/01 ago/01set/01<br />
Épocas de Poda<br />
2,5<br />
2,3<br />
2,1<br />
1,9<br />
1,7<br />
1,5<br />
P (g kg -1 na matéria seca)<br />
38<br />
K e Ca (g kg -1 na matéria seca)<br />
20<br />
18<br />
16<br />
14<br />
12<br />
10<br />
K<br />
Ca<br />
Mg<br />
mai/01 jun/01 jul/01 ago/01 set/01<br />
Épocas de Poda<br />
Figura 13. Teores de macronutrientes, na matéria seca foliar da cultura da pinha,<br />
em função das épocas de poda.<br />
Gonzalez e Esteban (1973) verificaram que, durante o período de floração<br />
e início de frutificação, em plantas de cherimólia, houve um decréscimo nos<br />
teores de N na matéria seca foliar, com maior intensidade nos ramos reprodutivos<br />
do que nos vegetativos. Segundo esses autores, tal comportamento, pode ter<br />
origem na translocação do nutriente para os frutos em formação e por um efeito<br />
de diluição devido ao crescimento das folhas recém-formadas. O comportamento<br />
do P é contrário ao do N, devido ao sinergismo metabólico entre os dois<br />
nutrientes, onde uma deficiência de N, pode levar ao acúmulo de P, por este não<br />
ser utilizado.<br />
As médias para os teores de K, Ca e Mg, na matéria seca foliar, dentro<br />
das épocas de coleta de folhas foram, respectivamente, 18,8, 12,6 e 3,66 g kg -1<br />
sendo que todos esses teores ficaram dentro das faixas estabelecidas por Silva et<br />
al. (1984) e Costa (2001) obtidos na cultura da pinha, estabelecendo para K, Ca e<br />
Mg a faixa para maior produtividade entre 8,27 – 13,4; 10,9 – 20,6; e 2,63 – 6,08 g<br />
kg -1 , respectivamente.<br />
Já em relação as diferentes épocas de poda, observou-se no presente<br />
trabalho, que não houve diferenças estatísticas significativas entre os teores dos<br />
nutrientes Mg, K e Ca na matéria seca foliar.<br />
Os teores de Mn variaram de acordo com as épocas de amostragem foliar<br />
e não diferiram em função da época de poda (Quadro 6). Os teores de Mn, tanto<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
Mg (g kg -1 na matéria seca)
para as épocas de amostragem, como para as épocas de poda segundo Silva et<br />
al., (1984) estão abaixo da faixa estabelecida por esses autores.<br />
Costa (2001), trabalhando com adubação em pinha, observou que os<br />
teores para Mn relacionados com a maior produtividade estavam entre 67 - 235<br />
mg kg -1 na matéria seca foliar de pinha, e as plantas não apresentavam sintomas<br />
de deficiência deste micronutriente. Portanto, de acordo com esse autor, os teores<br />
encontrados estão dentro dessa faixa estabelecida (Quadro 6).<br />
Quadro 6. Variação nos teores de Mn, em mg kg -1 , na matéria seca foliar de<br />
pinha, nas diferentes épocas de amostragem e poda<br />
Épocas de<br />
Épocas de Coleta<br />
Poda Nov/01 Dez/01 Jan/02 Fev/02 Média CV (%)<br />
Maio 30,2 157 100 123 103 A<br />
Junho 29,6 160 103 114 101 A<br />
Julho 32,7 166 124 126 112 A 25,02<br />
Agosto 24,5 116 89 97 82 A<br />
Setembro 27,9 129 105 136 100 A<br />
Média 28,9 c 145 a 104 b 119 ab 100 A<br />
CV (%) 23,29<br />
Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna,<br />
não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.<br />
Os teores de Zn, Fe, Cu, em mg kg -1 , na matéria seca foliar de pinha,<br />
também apresentaram uma redução para as diferentes épocas de amostragem<br />
(Silva et al., 1984), porém de acordo com Costa (2001) todos os teores<br />
encontram-se dentro da faixa adequada para alta produtividade.<br />
Segundo Silva et al., (1984) os teores de Cu, tanto para as épocas de<br />
amostragem, como para as épocas de poda, encontram-se elevados. O Zn, Fe,<br />
Mn estão abaixo da faixa por eles estabelecida, em mg kg -1 , na matéria seca foliar<br />
de pinha (Quadros 7, 8, 9).<br />
Observou-se uma interação entre os fatores época de amostragem x<br />
época de poda, para os teores de Zn na matéria seca foliar da pinha (Quadro 7).<br />
Os teores médios observados para este nutriente, variaram de 12 a 29,1 mg kg -1 ,<br />
e verificou-se que, os teores decresceram com a evolução no desenvolvimento<br />
das plantas. Resultados semelhantes foram obtidos por Costa (2001).<br />
39
Quadro 7. Variação nos teores de Zn, em mg kg -1 , na matéria seca foliar de pinha,<br />
nas diferentes épocas de amostragem e poda<br />
Épocas de<br />
Épocas de Coleta<br />
Poda Nov/01 Dez/01 Jan/02 Fev/02 Média CV (%)<br />
Maio 17,7 a C 14,5 b A 13,6 b A 12,5 b A 14,6<br />
Junho 17,7 a C 13,0 b A 12,7 b A 12,3 b A 13,9<br />
Julho 19,1 a C 13,5 b A 13,4 b A 12,0 b A 14,5 6,73<br />
Agosto 23,8 a B 15,1 b A 12,7 c A 12,0 c A 15,8<br />
Setembro 29,1 a A 16,0 b A 13,5 c A 12,1 c A 17,6<br />
Média 21,5 14,4 13,2 12,2 15,3<br />
CV (%) 12,96<br />
Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna,<br />
não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.<br />
Os teores de Fe diferiram para todas as épocas de amostragem, mas com<br />
relação às épocas de poda não houve diferenças entre eles (Quadro 8). Essas<br />
variações, para as épocas de amostragem, nos teores de Fe também foram<br />
encontradas por Costa (2001), quando relacionou em seu trabalho as diferentes<br />
fases de desenvolvimento (crescimento vegetativo, florescimento, frutificação,<br />
desenvolvimento de frutos e colheita), em que se encontravam as plantas.<br />
Comportamento semelhante foi observado para o nutriente cobre (Quadro 9).<br />
Os resultados obtidos para o nutriente boro, variaram entre 44,6 e 87,6<br />
mg kg -1 (Quadro 10). Estes resultados estão abaixo dos que Silva et al. (1984)<br />
consideraram como adequados para o B na cultura da pinha, entretanto, Costa<br />
(2001) encontrou, para produtividade superior a obtida por Silva et al. (1984),<br />
teores do B, que variaram de 32,1 a 46,6 mg kg -1 .<br />
Quadro 8. Variação nos teores de Fe, em mg kg -1 , na matéria seca foliar de pinha,<br />
nas diferentes épocas de amostragem e de poda<br />
Épocas de<br />
Épocas de Coleta<br />
Poda Nov/01 Dez/01 Jan/02 Fev/02 Média CV (%)<br />
Maio 92,1 93,8 57,3 46,9 72,6 A<br />
Junho 102 89,8 58,2 43,2 73,2 A<br />
Julho 94,4 82,9 60,8 46,4 71,1 A 9,38<br />
Agosto 106 81,5 62,7 46,3 74,1 A<br />
Setembro 94,1 81,7 59,4 51,7 71,7 A<br />
Média 97,6 a 85,9 b 59,7 c 46,9 d 72,5<br />
CV (%) 13,30<br />
Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna,<br />
não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.<br />
40
Quadro 9. Variação nos teores de Cu, em mg kg -1 , na matéria seca foliar de pinha,<br />
nas diferentes épocas de amostragem e de poda<br />
Épocas de<br />
Épocas de Coleta<br />
Poda Nov/01 Dez/01 Jan/02 Fev/02 Média CV (%)<br />
Maio 15,4 a B 8,28 c A 9,98 b A 7,97 c A 10,42<br />
Junho 14,8 a B 7,22 c A 9,83 b A 7,71 c A 9,89<br />
Julho 15,6 a B 7,58 c A 9,96 b A 8,22 c A 10,34 5,06<br />
Agosto 15,8 a B 7,59 c A 9,40 b A 7,79 c A 10,23<br />
Setembro 18,3 a A 8,43 bc A 9,37 b A 7,80 c A 10,97<br />
Média 15,9 7,89 9,71 7,90 10,37<br />
CV (%) 10,11<br />
Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna,<br />
não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.<br />
Quadro 10. Variação nos teores de B, em mg kg -1 , na matéria seca foliar de pinha,<br />
nas diferentes épocas de amostragem e de poda<br />
Épocas de<br />
Épocas de Coleta<br />
Poda Nov/01 Dez/01 Jan/02 Fev/02 Média CV (%)<br />
Maio 66,6 56,4 46,4 64,2 58,4 b<br />
Junho 87,6 60,6 51,1 70,1 67,3 ab<br />
Julho 87,3 64,6 53,8 71,3 69,2 a 14,29<br />
Agosto 75,5 52,4 52,3 65,5 61,4 ab<br />
Setembro 73,3 55,6 44,6 68,8 60,5 ab<br />
Média 78,1 a 57,9 b 49,6 c 67,9 d 63,4<br />
CV (%) 20,32<br />
Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna,<br />
não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.<br />
41
5. RESUMO E CONCLUSÕES<br />
O presente trabalho foi desenvolvido em Praça João Pessoa, no<br />
município de São Francisco do Itabapoana – RJ, localizado a 21º19’22” de latitude<br />
sul e 41º07’42” de longitude oeste e altitude média de 11 metros, no período<br />
compreendido entre os meses de abril de 2001 a fevereiro de 2002, em uma área<br />
de 1 ha, onde as plantas, provenientes de propagação sexuada, se encontravam<br />
com 5 anos de idade.<br />
Os objetivos principais foram avaliar o emprego de diferentes épocas de<br />
poda e de métodos de polinização, no desenvolvimento de plantas e de frutos da<br />
cultura da pinha. Avaliaram-se, ainda, os teores de nutrientes foliares em<br />
diferentes épocas de amostragem.<br />
Durante a condução do experimento, foram efetuadas as medidas de<br />
controle para a broca dos frutos e antracnose, com aplicação de inseticida e<br />
fungicida, além da catação e queima dos frutos brocados, para um controle mais<br />
efetivo.<br />
No decorrer do experimento, foi estudado o efeito dos tratamentos, sobre<br />
o período de florescimento (em dias) após a poda das plantas, o diâmetro e<br />
comprimento de frutos, o diâmetro e comprimento de ramos e a composição<br />
mineral das folhas.<br />
Para a avaliação do diâmetro e comprimento de ramos foram marcados<br />
nos quadrantes das plantas 3 brotações por ramo, perfazendo-se um total de 12<br />
42
por planta e 36 por parcela. Para está avaliação, estabeleceu-se o período de 90<br />
dias a partir da poda.<br />
Em relação aos frutos, foram marcadas 15 flores por planta, num total de<br />
45 flores por parcela. Nos tratamentos com polinização artificial, estas flores eram<br />
polinizadas, e 15 dias após, foi quantificado o índice de fecundação de flores. A<br />
avaliação do desenvolvimento dos frutos foi feita de 15 em 15, dias a partir da<br />
polinização, até 60 dias após este procedimento.<br />
As parcelas foram constituídas por três plantas úteis, com 4 repetições,<br />
em espaçamento de 4 x 4 metros. As folhas para a análise foram coletadas<br />
mensalmente no estágio de recém maduras (com pecíolo), sendo, normalmente,<br />
escolhido o 3º ou 4º par de folhas, a partir do ápice do ramo. A coleta foi realizada<br />
nos quatro quadrantes da planta, perfazendo um total de 24 folhas por parcela.<br />
Os elementos analisados foram: nitrogênio orgânico (N), fósforo (P), potássio (K),<br />
cálcio (Ca), magnésio (Mg), ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu), manganês (Mn) e<br />
boro (B).<br />
As principais conclusões foram:<br />
• O comprimento e o diâmetro dos ramos foram influenciados pela época<br />
de poda;<br />
• Os dois métodos de polinização artificial aumentaram a porcentagem<br />
de fecundação de frutos, em relação a polinização natural ou aberta;<br />
• O florescimento foi influenciado pela época de poda, sendo que o<br />
número de dias entre a poda e o aparecimento de flores foi maior em<br />
maio e menor em setembro;<br />
• Em média, o pico de desenvolvimento dos frutos foi verificado com,<br />
aproximadamente, 50 dias após a polinização e foi superior quando se<br />
utilizou a polinização artificial;<br />
• Os teores de N, P, K, Zn e Fe, decresceram com a evolução no<br />
desenvolvimento dos ramos;<br />
• Observou-se variação nos teores dos nutrientes analisados para as<br />
diferentes épocas de amostragem;<br />
• Os teores de N e P variaram em função da época de poda;<br />
• Os teores de Ca e Mg aumentaram ao longo do desenvolvimento das<br />
plantas de pinha enquanto os teores de N, P e K diminuíram;<br />
43
• Os teores de macronutrientes, na matéria seca foliar da pinha, variaram<br />
de 40,1 a 28,8 g kg -1 para o N, de 2,1 a 1,76 g kg -1 para o P, de 19,1 a<br />
11,8 g kg -1 para o K, de 12,2 a 8,1 g kg -1 para o Ca, de 3,8 a 2,5 g kg -1<br />
para o Mg;<br />
• Os teores de micronutrientes, na matéria seca foliar da pinha, variaram<br />
de 24,5 a 166 mg kg -1 para o Mn, de 12 a 29,1 mg kg -1 para o Zn, de<br />
43,2 a 106 mg kg -1 para o Fe, de 7,22 a 18,3 mg kg -1 para o Cu e 44,6 a<br />
87,6 g kg -1 para o B.<br />
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52
APÊNDICE
Figura 1A. Vista geral da cultura da pinha na área experimental em São Francisco<br />
do Itabapoana – RJ.<br />
A B<br />
B<br />
Figura 2A. Frutos provenientes de polinização natural (A) e artificial (B)<br />
B