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A História da Trigonometria - Ufrgs.br

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a condição para que um ponto pertencesse à cônica, isto é, uma espécie de dependência<<strong>br</strong> />

funcional. (Kennedy,1994).<<strong>br</strong> />

A Matemática <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong>de Clássica não estabeleceu a noção geral de quanti<strong>da</strong>de<<strong>br</strong> />

variável ou de função e concluímos com Youschkevtch (1981) que os métodos quantitativos de<<strong>br</strong> />

pesquisa, usados em Astronomia, tinham como objetivo representar, em tabelas, relações entre<<strong>br</strong> />

conjuntos discretos de quanti<strong>da</strong>des <strong>da</strong><strong>da</strong>s, mas sem a preocupação de generalização.<<strong>br</strong> />

3. A contribuição dos hindus<<strong>br</strong> />

No século IV <strong>da</strong> nossa era, a Europa Ocidental entrou em crise com as invasões dos<<strong>br</strong> />

bárbaros germânicos e com a que<strong>da</strong> do Império Romano. O centro <strong>da</strong> cultura começou a se<<strong>br</strong> />

deslocar para a Índia, que revolucionou a trigonometria com um conjunto de textos denominados<<strong>br</strong> />

Siddhanta, que significa sistemas de Astronomia.<<strong>br</strong> />

O que chegou até nós foi o Surya Siddhanta, que quer dizer Sistemas do Sol e é um texto<<strong>br</strong> />

épico, de aproxima<strong>da</strong>mente 400 d.C, escrito em versos e em sânscrito. Os hindus diziam que o autor<<strong>br</strong> />

do texto foi Surya, o deus do Sol. Esta o<strong>br</strong>a contém poucas explicações e nenhuma prova pois, afinal,<<strong>br</strong> />

tendo sido escrita por um Deus, seria muita pretensão exigir provas. (Boyer, 1974).<<strong>br</strong> />

A importância do Surya, para nós, é que ele a<strong>br</strong>iu novas perspectivas para a<<strong>br</strong> />

<strong>Trigonometria</strong> por não seguir o mesmo caminho de Ptolomeu, que relacionava as cor<strong>da</strong>s de um<<strong>br</strong> />

círculo com os ângulos centrais correspondentes. Nas aplicações <strong>da</strong> “função” cor<strong>da</strong>, na<<strong>br</strong> />

Astronomia, era necessário do<strong>br</strong>ar o arco antes de usá-lo na tábua de cor<strong>da</strong>s. Naturalmente, era<<strong>br</strong> />

mais conveniente ter uma tábua na qual o próprio arco fosse a variável independente. No Surya,<<strong>br</strong> />

a relação usa<strong>da</strong> era entre a metade <strong>da</strong> cor<strong>da</strong> e a metade do ângulo central correspondente,<<strong>br</strong> />

chama<strong>da</strong> por eles de jiva. Isto possibilitou a visão de um triângulo retângulo na circunferência,<<strong>br</strong> />

como na Figura 4.<<strong>br</strong> />

Definiam o jiva como sendo a razão entre o cateto oposto e a hipotenusa.<<strong>br</strong> />

jiva θ cateto oposto<<strong>br</strong> />

= Sen<<strong>br</strong> />

2 hipotenusa<<strong>br</strong> />

θ c c<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

2 r r r crd<<strong>br</strong> />

/ 2 1<<strong>br</strong> />

= = . θ<<strong>br</strong> />

2 2<<strong>br</strong> />

A metade <strong>da</strong> cor<strong>da</strong> dividi<strong>da</strong> pelo raio do círculo é o seno <strong>da</strong> metade do arco<<strong>br</strong> />

(ou <strong>da</strong> metade do ângulo central correspondente a todo o arco).<<strong>br</strong> />

Figura 4: O “Jiva” Hindu<<strong>br</strong> />

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