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INSTRUÇÕES PARA NAVEGAÇÃO - Portal Artefacto

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CONFISSÕES<br />

O<br />

arquiteto Carlos Augusto Lira, diplomado pela Fa-<br />

culdade de Arquitetura da Universidade Federal de<br />

Pernambuco, em 1971, com diversos cursos de especialização<br />

e extensão, é profissional conhecido nacional e<br />

internacionalmente. Há dez anos, seu escritório desenvolve o<br />

projeto cenográfico do Carnaval de Recife junto a Joana Lira,<br />

filha de Carlos, artista plástica e designer gráfica, além de também<br />

ser responsável pelo projeto funcional e cenográfico da<br />

Fenearte, a maior feira de artesanato da América Latina. Além<br />

de arquiteto, Lira é colecionador de arte sacra e arte popular –<br />

brasileira e africana.<br />

B&C: Como surgiu o envolvimento com o Carnaval?<br />

CL: Foi bastante curioso. Em 2001, assumiu um novo Prefeito<br />

e um novo Secretário da Cultura aqui em Recife. Na primeira<br />

semana no cargo me ligaram e marcaram uma reunião. Achei<br />

estranho ser convidado para decorar o Carnaval, pois para<br />

mim não se tratava de um projeto de arquitetura, e sim uma<br />

intervenção urbana. Foi um desafio, pois não tinha as plantas<br />

nem acesso aos arquivos, então levantei um time de 12 pessoas<br />

para mapear e fazer o levantamento. Minha filha, que é<br />

designer gráfica, veio de São Paulo ajudar. Tínhamos pouco<br />

tempo, pois o Carnaval era em fevereiro.<br />

68 | MARÇO 2011<br />

Decorando<br />

com<br />

fantasia<br />

o Carnaval<br />

pernambucano<br />

POR FELIPE FILIZOLA FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

B&C: Como você vê a evolução do trabalho nesses 11 anos?<br />

CL: Acumulei muita experiência nesses anos. Comecei usando<br />

material reciclável, pois acreditava que deveria transmitir uma<br />

mensagem social. Mas não poderia ter “lixo” usado como enfeites.<br />

A decoração precisava ser luxuosa, com efeito de dia, de<br />

noite, no sol e na chuva. O trabalho de desenvolvimento passou<br />

para outra esfera. Com os anos, desenvolvemos um trabalho<br />

social junto a comunidades, nas quais uma colheria o material,<br />

outra o beneficiaria e por fim uma terceira o transformaria na<br />

decoração. O importante é transformar o material em peças que<br />

tenham design e requinte. E dá muito mais trabalho do que utilizar<br />

um material “pronto”, mas o resultado é gratificante.<br />

Nesse período, a Prefeitura também passou a incentivar ações<br />

sociais, inclusive durante o Carnaval, na Boa Viagem, Magalhães<br />

e Casa Forte, entre outras. Recife é o Carnaval mais democrático<br />

do mundo, não só pela folia, mas pela inclusão social.<br />

B&C: A cada ano, a obra de um artista é homenageada, como<br />

a de Tereza Costa Rego para 2011 e Vicente do Rego Monteiro<br />

em 2010. Como é feita a homenagem?<br />

CL: Sempre houve a homenagem a dois compositores de frevo,<br />

um vivo e um do passado. Este ano homenagearemos o maestro<br />

Duda além de Tereza Costa Rego. O artista dá uma linha<br />

MARÇO 2011 | 69

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