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Revista da AMRIGS – BL ISSN 0102 – 2105 – Vol. 55 – N 2 – ABR ...

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IV Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria / II Simpósio Sul-Americano de Pediatria<br />

ser prescritas através de inalador dosimetrado (spray), com<br />

espaçador dotado de máscara facial (para os menores de 4<br />

anos) ou bocal (usualmente entre 4 e 6 anos).<br />

Classifi cação <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong>de e tratamento<br />

A frequência e intensi<strong>da</strong>de dos sintomas, assim como sua<br />

repercussão nas ativi<strong>da</strong>des habituais e necessi<strong>da</strong>de de utilização<br />

de corticoides sistêmicos, hospitalizações e deman<strong>da</strong><br />

por serviços de urgência são informações importantes para<br />

classifi car a gravi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> asma como doença crônica e decidir<br />

pela melhor opção terapêutica. A classifi cação <strong>da</strong> asma<br />

segue a recomen<strong>da</strong>ção do Global Initiative for Asthma (GINA)<br />

e pode ser acessado em www.ginasthma.org.<br />

Além <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de controle ambiental e educação do<br />

paciente e <strong>da</strong> família, a asma não controla<strong>da</strong> ou persistente<br />

necessita de medicação profi lática de uso contínuo (terapia<br />

de manutenção). O corticoide inalatório (CI) é a opção<br />

de melhor relação entre custo e efetivi<strong>da</strong>de. Além deles,<br />

pode-se recorrer aos beta-2 agonistas de longa duração<br />

(LABAs), liberados para uso em crianças acima de 6 anos,<br />

e aos antileucotrienos. Estas medicações são utiliza<strong>da</strong>s em<br />

geral como uma forma de se evitar o uso de doses mais<br />

altas de CI. O LABA não deve ser usado em monoterapia,<br />

devendo ser sempre associado ao CI. O anti-leucotrieno é<br />

uma opção como monoterapia em lactentes e crianças com<br />

asma persistente leve (ver www.ginasthma.org).<br />

A posologia deve ser a mais simples possível, uma ou,<br />

quando necessário, duas administrações diárias visando facilitar<br />

a adesão. O uso de espaçador com CI e LABA deve<br />

sempre ser recomen<strong>da</strong>do por garantir melhor deposição pulmonar<br />

e menor incidência de efeitos colaterais. Para crianças<br />

maiores e adolescentes, os inaladores de pó são uma alternativa<br />

segura que permite maior comodi<strong>da</strong>de de uso.<br />

O tratamento de manutenção tem caráter dinâmico e<br />

a criança deve ser periodicamente reavalia<strong>da</strong>, idealmente a<br />

ca<strong>da</strong> três meses. É difícil predizer a resposta clínica ao tratamento.<br />

Para a maioria dos medicamentos de controle, a<br />

melhora pode acontecer dentro de alguns dias após o início<br />

do tratamento, mas o benefício completo pode ser evidente<br />

apenas no decurso de 3 a 4 meses. Existem poucos <strong>da</strong>dos re-<br />

28<br />

sultantes de ensaios clínicos controlados sobre o momento<br />

ideal, sequência e magnitude <strong>da</strong> redução <strong>da</strong> dosagem <strong>da</strong> corticoterapia<br />

inalatória e drogas a ela acresci<strong>da</strong>s. A abor<strong>da</strong>gem<br />

poderá ser diferente em pacientes distintos, dependendo do<br />

esquema e <strong>da</strong>s doses que forem necessárias para alcançar o<br />

controle. As mu<strong>da</strong>nças devem ser discuti<strong>da</strong>s com a família,<br />

colocando-se a possibili<strong>da</strong>de do reaparecimento de sintomas<br />

e exacerbações durante a modifi cação do regime terapêutico.<br />

O GINA recomen<strong>da</strong> que, após obtenção do controle dos<br />

sintomas por três meses, a dose de CI seja reduzi<strong>da</strong>, e se o<br />

controle for mantido por um ano, que o CI seja suspenso<br />

com observação clínica posterior. É importante saber que<br />

diante de sintomas parcialmente ou não controlados, antes<br />

de se elevar a dose do CI ou associar outros medicamentos,<br />

deve-se atentar para a possibili<strong>da</strong>de de má adesão, erros na<br />

técnica inalatória, fatores desencadeantes de origem ambiental<br />

e presença de comorbi<strong>da</strong>des.<br />

Os corticoides inalatórios em doses baixas e médias são<br />

medicamentos seguros e os efeitos colaterais mais comuns<br />

são locais (candidíase oral e disfonia), e são reduzidos com<br />

a utilização de espaçadores e por enxágue (seguido ou não à<br />

escovação dos dentes) <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de oral após a sua administração.<br />

Quando ocorre eventual redução <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de de crescimento,<br />

esta acontece mais no primeiro ano de tratamento<br />

e é temporária. Estudos têm demonstrado que crianças com<br />

asma, trata<strong>da</strong>s com CI, atingem a altura fi nal espera<strong>da</strong> na vi<strong>da</strong><br />

adulta. Por outro lado, sabe-se que a asma grave não controla<strong>da</strong><br />

afeta de forma adversa o crescimento e a altura fi nal.<br />

Ao se deparar com uma criança com asma, o médico<br />

deve principalmente procurar conhecer a característica <strong>da</strong><br />

doença <strong>da</strong> criança, acompanhar sua evolução, perceber as<br />

difi cul<strong>da</strong>des existentes e observar a resposta à proposta<br />

terapêutica, reavaliando e a<strong>da</strong>ptando sempre às deman<strong>da</strong>s<br />

e possibili<strong>da</strong>des do paciente e <strong>da</strong> família. Dialogar sobre<br />

a real possibili<strong>da</strong>de de controle <strong>da</strong> doença e mesmo de<br />

sua remissão é reconfortante e encorajador. É fun<strong>da</strong>mental<br />

tornar claro para pacientes e familiares que, ain<strong>da</strong> que<br />

o tratamento não seja simples e os resultados não sejam<br />

imediatos, os conhecimentos e recursos terapêuticos atuais<br />

possibilitam, com certeza, uma ótima quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> aos<br />

pacientes com esta doença.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>AMRIGS</strong>, Porto Alegre, <strong>55</strong> (2): abr.-jun. 2011 / Suplemento

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