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Orações de sapiência - Universidade de Coimbra

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1 1 4 PEDRO FERNANDES<br />

<strong>de</strong> Sapiência “que <strong>de</strong>dicou a seu Serenissimo Amo em que se <strong>de</strong>scobre a profunda<br />

intelligencia da lingoa Latina, como dos preceitos da Oratoria”. 3<br />

O próprio Pedro Fernan<strong>de</strong>s afirma na <strong>de</strong>dicatória da oração “... non passi sunt<br />

amici, ut in ea [Aca<strong>de</strong>mia] diutius ignotus uersarer. Rogarunt itaque me, ut orationem<br />

illam, quae in doctrinarum scientiarumque omnium commendationem, a maioribus<br />

est instituta, Cal. Octobr. haberem”.<br />

A oração foi publicada um mês <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter sido proferida, o que mostra a<br />

importância que, ao tempo, se atribuía às letras clássicas.<br />

Pedro Fernan<strong>de</strong>s só nos reaparece em 8 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1556, no seu acto <strong>de</strong><br />

bacharel em Cânones. Deste acto fala-nos Carneiro <strong>de</strong> Figueiroa nas Memórias da<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, p. 78, neste termos: “... e em 6 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1556 se<br />

achava outra vez nesta Universida<strong>de</strong> e pedio ao Conselho o admitissem logo a fazer<br />

acto <strong>de</strong> Bacharel, por quanto El Rey o mandava para a Índia com o Arcebispo <strong>de</strong><br />

Goa, e com efeito fez o dito Acto em 8 do dito mez”.<br />

Percorremos em vão documentos e autores, no sentido <strong>de</strong> confirmarmos a possível<br />

ida <strong>de</strong> Pedro Fernan<strong>de</strong>s para a Índia. Nenhum alu<strong>de</strong> a este facto. Leitão Ferreira,<br />

nas Notícias Cronológicas..., vol. III, tom. I, pp. 42-43, § 89, chega a remeter-nos<br />

para o ano <strong>de</strong> 1556 – “veja-se o ano <strong>de</strong> 1556”. Mas nada há a respeito <strong>de</strong>ste ano.<br />

Não terá chegado a publicar o que a ele se referia? É o que concluímos, visto que<br />

esse ano <strong>de</strong>via ser tratado no vol. III, t. III, que não existe.<br />

4. Viagem à Índia?<br />

Relacionado com este, surge-nos ainda outro problema: com que arcebispo<br />

iria Pedro Fernan<strong>de</strong>s para Goa e em que data? Talvez numa data próxima, pois –<br />

segundo Carneiro <strong>de</strong> Figueiroa – o humanista pediu ao Conselho que o admitisse<br />

logo a fazer exame <strong>de</strong> bacharel, para po<strong>de</strong>r seguir para a Índia. Diz o mesmo<br />

autor, nas suas Memórias da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, que “do que disse a respeito<br />

<strong>de</strong> Pedro Fernan<strong>de</strong>s, se infere que a Igreja <strong>de</strong> Goa foi erecta em Metropolitana<br />

à instancia <strong>de</strong> El-Rey D. João o 3.º e não <strong>de</strong> El-Rey D. Sebastião como diz o<br />

R. P. D. Antonio Caetano no Cathalogo dos Arcebispos <strong>de</strong> Goa, pois consta que<br />

em Fevereiro <strong>de</strong> 1556 já havia Arcebispo <strong>de</strong> Goa que estava para fazer viagem<br />

para o seu Arcebispado”.<br />

São conformes os dados que nos permitem concluir algo <strong>de</strong> positivo acerca da<br />

data da tomada <strong>de</strong> posse do primeiro Arcebispo <strong>de</strong> Goa. Foi ele D. Gaspar <strong>de</strong> Leão,<br />

que tomou posse em Abril <strong>de</strong> 1560.<br />

3 Diogo Barbosa Machado, Biliotheca Lusitana, tomo III, p. 576.<br />

Obra protegida por direitos <strong>de</strong> autor

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