Texto Completo - Projeto HAM - História e Análise Midiática
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102 - Crítica ao reducionismo analítico subjacente a teses sobre o fim da centralidade do trabalho<br />
trabalho é a afirmação de que há um primado<br />
das forças produtivas. Essa suposta primazia das<br />
forças produtivas é desvelada como algo que, em<br />
larga medida, deita raízes em teses bastante antigas do<br />
que se convencionou chamar sociologia do trabalho,<br />
ao menos nas suas correntes que, a rigor, se<br />
constituíram para a empresa.<br />
A conclusão de Amorim quanto ao sentido<br />
último da tese de Gorz segundo a qual “... o reino da<br />
liberdade não pode ser alcançado através do trabalho,<br />
já que ele (o reino da liberdade) estaria fora da esfera<br />
da produção estrito senso” é contundente: insere-se<br />
não na perspectiva da classe trabalhadora, mas na do<br />
desenvolvimento das forças produtivas. Sua, a de<br />
Gorz, obra mais recente traduz para tempo livre<br />
vivenciado de forma heterônoma o que, antes, foi<br />
tratado como apreensão positiva do elemento técnico,<br />
evidenciando uma linha de continuidade.<br />
Livro instigante, competente, agudo e<br />
polêmico, Teoria social e reducionismo analítico traz<br />
à inteligência do leitor o desafio de ir além das<br />
aparências e modismos acadêmicos, contrapondo, a<br />
rigor, análises densas como as referenciadas em<br />
Marx, Gramsci e Braverman, a outras que se<br />
assentam em reducionismo tecnológico e se orientam<br />
por reformismo político, formas de ser das<br />
concepções que têm predominado no espectro<br />
intelectual e midiático no atual estágio da luta de<br />
classes.