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GEOGRAFIA ECONÔMICA Anais de Geografia Econômica e Social

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12 —<br />

das especializações tornaram impossível, dada a enorme varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> campo <strong>de</strong> estudos, abarcá-la individualmente, como foi possível<br />

a Humboldt e até recentemente a J. Tricart e alguns outros. Uma<br />

falsa saída foi embarcar no empirismo abstrato da quantitativa,<br />

usada para ajudar o planejamento, na qual o natural e o social foram<br />

reduzidos à simples organização do espaço, em uma espaciologia<br />

paupérrima. No interior da socieda<strong>de</strong> do espetáculo, geógrafos<br />

subalternos ao po<strong>de</strong>r político e às ciências mais agressivas, e<br />

animados por um dinheirinho extra, foram procurando novas<br />

“saídas” conforme a direção dos ventos e das modas (marxismo<br />

<strong>de</strong> fachada, por exemplo), abandonando as “ultrapassadas”<br />

experiências positivas acumuladas até meados do século XX. Na<br />

verda<strong>de</strong>, são elas que <strong>de</strong>vem ser retomadas numa proposta <strong>de</strong><br />

rejuvenescimento da nossa ciência, como discutiremos adiante.<br />

A perda do dinamismo da <strong>Geografia</strong> Humana coincidiu<br />

com o enfraquecimento do “marxismo oci<strong>de</strong>ntal” e da esquerda<br />

européia nos anos 1960-70 e como a revolução foi saindo da<br />

or<strong>de</strong>m das possibilida<strong>de</strong>s, H. Lefebvre e M. Castels voltaram-se<br />

para questões mais amenas, como a reprodução da força <strong>de</strong><br />

trabalho (habitação, etc.) e inspiraram os “novos” estudos <strong>de</strong><br />

geografia urbana. É verda<strong>de</strong> que M. Castels enveredou, mais tar<strong>de</strong><br />

por caminhos mais sérios. Sob influência <strong>de</strong> H. Lefebvre, a<br />

geografia urbana <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> se interessar pelos fenômenos<br />

econômicos importantes, tratados anteriormente. Para<br />

exemplificar, a industrialização ou a <strong>de</strong>sindustrialização passaram<br />

a ser temas marginais, juntamente com os processos profundos<br />

que animam o urbano. Os estudos habitacionais, como<br />

condomínios fechados, conjuntos populares, verticalização, etc.,<br />

passaram a ser mais valorizados, excluindo outros temas.<br />

Com a subordinação da geografia urbana à temática da<br />

reprodução da força <strong>de</strong> trabalho é possível enten<strong>de</strong>r por que D. Harvey<br />

consi<strong>de</strong>rou todas as gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s do mundo, Nova York ou Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro,LondresouDacca,ParisouDakar,semelhantes,comproblemas<br />

comuns, pois todas têm milionários e ricos, classes médias, pobres e<br />

miseráveis. Descartou as formações sociais distintas e a perspectiva<br />

mundialcentro-periferiaeassim<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rouasdimensõesgigantescas<br />

da função bancária <strong>de</strong> Londres, hipertrofiada, contrastando com o<br />

fechamento da bolsa <strong>de</strong> valores do Rio <strong>de</strong> Janeiro, como fenômenos<br />

opostos e igualmente importantes para a análise urbana.<br />

<strong>GEOGRAFIA</strong> <strong>ECONÔMICA</strong> - Florianópolis - Edição n.1 - Revisada 349 p. - Julho 2008

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