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O Porto e rio Douro: a construção de uma nova ... - Museu do Douro

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empreendimentos no <strong>Porto</strong> e em V.N. <strong>de</strong> Gaia parece imparável. Da<br />

“gentrificação” da zona histórica e monumental, aos novos projectos <strong>de</strong> raiz para<br />

terrenos <strong>de</strong>socupa<strong>do</strong>s ou edifícios industriais obsoletos, a “febre <strong>do</strong> <strong>Douro</strong>” acelera<br />

ao ritmo da filoxera na vinha no século XIX. Entre o regozijo <strong>de</strong> quem ven<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />

quem compra, nota-se <strong>uma</strong> difícil compatibilização <strong>de</strong> valores assentes na <strong>de</strong>fesa<br />

<strong>de</strong> valores paisagísticos, culturais e ambientais, por um la<strong>do</strong>, e, por outro, na acele-<br />

ração das procuras e das ofertas <strong>de</strong> imobiliá<strong>rio</strong> mais ou menos “genérico”, orienta-<br />

<strong>do</strong> para a gama alta <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e para <strong>uma</strong> certa “mise-en-scène”. Para tu<strong>do</strong><br />

se produzem respostas: os empreendimentos são “sustentáveis e enquadra<strong>do</strong>s na<br />

paisagem” mesmo que a citação da natureza se reduza a um relva<strong>do</strong> monótono;<br />

as arquitecturas oscilam entre o pastiche pós-mo<strong>de</strong>rno e um certo minimalismo e,<br />

para quem po<strong>de</strong> e aprecia, disputam <strong>uma</strong> assinatura <strong>de</strong> arquitecto conheci<strong>do</strong>.<br />

É esta a <strong>nova</strong> equação, <strong>uma</strong> outra socieda<strong>de</strong> e outro mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> territorialização<br />

que o <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong> e as suas margens vão registan<strong>do</strong> num difícil equilíb<strong>rio</strong> entre <strong>de</strong>fesa<br />

<strong>de</strong> valores i<strong>de</strong>ntitá<strong>rio</strong>s e patrimoniais que, ao mesmo tempo, vão sen<strong>do</strong> canibaliza-<br />

<strong>do</strong>s pelas <strong>nova</strong>s intervenções que se dizem articuladas ou consonantes com esses

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