eo futuro, de que é feito afinal? - Artigo Científico - Uol
eo futuro, de que é feito afinal? - Artigo Científico - Uol
eo futuro, de que é feito afinal? - Artigo Científico - Uol
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
No presente trabalho, a escola adotada como marco <strong>de</strong> referência <strong>é</strong> uma das<br />
t<strong>eo</strong>rias <strong>de</strong> progresso/<strong>de</strong>scritiva. Trata-se da t<strong>eo</strong>ria das revoluções científicas, elaborada<br />
pelo físico Thomas Kuhn. Esta t<strong>eo</strong>ria foi elaborada por Kuhn e exposta pela primeira<br />
vez em seu livro <strong>de</strong> 1962 “A Estrutura das Revoluções Científicas” (KUHN, 2000). As<br />
premissas do MTF aqui apresentado têm aí um <strong>de</strong> seus mais importantes nortes teóricos.<br />
Kuhn vê o progresso da Ciência não tanto como o acúmulo gradativo <strong>de</strong> novos<br />
tipos <strong>de</strong> conhecimento, e sim como um processo contraditório marcado pelas<br />
revoluções do pensamento científico. Tais revoluções são <strong>de</strong>finidas como o momento<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sintegração do tradicional numa disciplina, forçando a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
profissionais a ela ligados a reformular o conjunto <strong>de</strong> compromissos em <strong>que</strong> se baseia a<br />
prática <strong>de</strong>ssa ciência.<br />
De uma forma geral, o argumento <strong>de</strong> Kuhn trata dos paradigmas da ciência e sua<br />
influência no <strong>de</strong>senvolvimento do conhecimento científico. Quando as evidências<br />
empíricas não conseguem mais se encaixar <strong>de</strong>ntro dos paradigmas vigentes, acontecem<br />
as anomalias <strong>que</strong> vão forçar a criação <strong>de</strong> novos paradigmas. O entendimento <strong>de</strong>stes<br />
paradigmas parte do conceito <strong>de</strong> <strong>que</strong> “paradigmas são as realizações científicas<br />
universalmente conhecidas, <strong>que</strong>, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções<br />
mo<strong>de</strong>lares para uma comunida<strong>de</strong> praticante <strong>de</strong> uma ciência” (KUHN, 2000, p. 13). Ou,<br />
<strong>de</strong> outra forma,<br />
“Paradigma <strong>é</strong> toda a constelação <strong>de</strong> crenças, valores t<strong>é</strong>cnicas etc..., partilhadas pelos membros <strong>de</strong> uma<br />
comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada”. i.e. “Paradigma são as soluções concretas <strong>de</strong> <strong>que</strong>bra-cabeças <strong>que</strong>,<br />
empregadas como mo<strong>de</strong>los ou exemplos, po<strong>de</strong>m substituir regras explícitas como base para a solução<br />
dos restantes <strong>que</strong>bra-cabeças da ciência normal” (KUHN, 2000, p. 218-219).<br />
26