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Texto Completo - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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FÁBIO LUZ FILHO 283<br />

sua pequena república, exercendo os direitos e cumprindo os<br />

deveres que estas associações impõem aos seus componentes,<br />

com maior intensi<strong>da</strong>de, que qualquer outra organização co-<br />

letiva. É a hora <strong>da</strong>s assembléias gerais, dos conselhos de admi-<br />

nistração e fiscais; <strong>da</strong>s comissões eleitas para objetivos práti-<br />

cos, e através dêstes órgãos administrativos e de govêrnos, os<br />

pequenos ci<strong>da</strong>dãos <strong>da</strong> nossa pequena República Cooperativa<br />

adquirem o hábito <strong>da</strong> honradez e <strong>da</strong> escrupulosi<strong>da</strong>de no ma-<br />

nejo dos bens comuns, o sentido <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de pessoal<br />

na seleção dos dirigentes e no exercício dos cargos, o <strong>da</strong> sóli<strong>da</strong>-<br />

rie<strong>da</strong>de ou aju<strong>da</strong> mútua adquiri<strong>da</strong> mediante o trabalho em<br />

grupos ou equipes; a tolerância e o respeito para com as opi-<br />

niões alheias, ain<strong>da</strong> que lhes pareçam equivoca<strong>da</strong>s, a par <strong>da</strong><br />

coragem e decisão de expor as opiniões próprias, mesmo cho-<br />

cantes com as <strong>da</strong> maioria, mas sem jactância nem preten-<br />

sões de ridícula superiori<strong>da</strong>de; a confiança no esfôrço próprio<br />

conjugado com o alheio; enfim a soma de condições que hão de<br />

convertê-los em bons cooperadores e, portanto, em ci<strong>da</strong>-<br />

dãos conscientes.<br />

Na reali<strong>da</strong>de, a Cooperativa Escolar, além de suas fina-<br />

li<strong>da</strong>des econômicas, sempre secundárias, trata de fazer homens<br />

ou, de preferência, ci<strong>da</strong>dãos cônscios de seus direitos e de-<br />

veres — o que não se conseguirá empregando como único ins-<br />

trumento os discursos e as explanações, com os velhos proce-<br />

dimentos verbalísticos que pretendiam fazer crianças sábias,<br />

enchendo-lhes a cabeça com eloqüentes citações orais ou escri-<br />

tas, acompanha<strong>da</strong>s de algum cocorote de vez em quando.<br />

Como realização prática <strong>da</strong> Escola Nova ou Ativa, a Coopera-<br />

tiva Escolar ensina, não por palavras, mas pela ação, fazendo,<br />

o isto significa simplesmente que o professor, como em qual-<br />

quer outro processo de educação, deve ensinar corn os alunos<br />

mesmos trabalhando na matéria que procuram aprender.<br />

Não cumpre esta missão essencial o mestre que<br />

açambar-ca a direção e a administração <strong>da</strong> Cooperativa<br />

Escolar, con-vertendo os Conselhos, Comissões e Assembléias<br />

em pura ficção, em organismos que existem apenas<br />

aparentemente, limitando-se êsses indispenáveis organismos à<br />

simples função de executores <strong>da</strong> vontade onímo<strong>da</strong> do<br />

professor. A sua intervenção é preciosa, como nas demais<br />

ativi<strong>da</strong>des docentes <strong>da</strong> escola, mas deve limitar-se ao mínimo<br />

indispensável.<br />

Qual é êste mínimo? Não é possível precisar-se um limite<br />

geral. Na França, Bélgica e outros países onde existe ver<strong>da</strong>-<br />

deiro ambiente cooperativo, em que as crianças são família-<br />

riza<strong>da</strong>s com a Cooperação, presenciando manifestações e des-

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