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Texto Completo - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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48 COOPERATIVAS ESCOLARES<br />

pesas imprescindíveis. Não há nelas o animus lucri, que constitui<br />

a essência <strong>da</strong> comerciali<strong>da</strong>de. As cooperativas são socie<strong>da</strong>des<br />

sui-generis, estabelecendo uma relação jurídica<br />

ob personam. Não visam ao lucro, e, sim, à satisfação de<br />

necessi<strong>da</strong>des, de vez que o fim econômico <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

humana é a satisfação dessas necessi<strong>da</strong>des. Antepõe a<br />

economia do serviço à economia do lucro, dinamizando<br />

valores humanos. Como socie<strong>da</strong>de de pessoas e não de<br />

capitais têm um sentido democrático: um homem, um voto.<br />

O seu princípio-chave é êste: as sobras anuais são repre-<br />

senta<strong>da</strong>s pela que sobrou <strong>da</strong>s taxas cobra<strong>da</strong>s para as<br />

despesas de administração ou pela diferença entre o preço<br />

do custo e o <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> nas de consumo, computados, claro,<br />

nisto, os elementos essenciais ao funcionamento normal de<br />

uma emprêsa econômica.<br />

As sobras, depois de pagos os juros, quando existirem, e<br />

tira<strong>da</strong>s as percentagens para os fundos sociais indivisíveis, é<br />

que são restituí<strong>da</strong>s aos associados na proporção do<br />

consumo, dos juros pagos, <strong>da</strong> produção entregue ou do<br />

trabalho fornecido, conforme a forma de cooperativa<br />

adota<strong>da</strong>. É o retôrno. Foi Carlos Howarth, ovenista, pobre<br />

operário de uma fábrica de algodão, o inspirador dêsse<br />

princípio-chave, que Gide classificou de “golpe de gênio”: a<br />

norma do retôrno, a distribuição <strong>da</strong>s sobras do exercício<br />

social na proporção <strong>da</strong>s operações realiza<strong>da</strong>s pelo associado<br />

que não do capital. Nelas vale o esfôrço, que se recompensa.<br />

Em Teoria e prática <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des cooperativas acentua-<br />

mos que o cooperativismo é uma fôrça de conquista, uma<br />

forma superior de evolução econômica e social. Nêle<br />

consumidores e produtores terão o instrumento específico<br />

do govêrno econômico, organizando, planificando a<br />

economia a economia, porquanto o velho postulado de<br />

acôrdo espontâneo dos egoísmos não tem mais, nesta época<br />

de idéias coletivas, razão de ser.<br />

Acentuamos também que o cooperativismo cria uma<br />

nova situação em que os consumidores e os produtores são<br />

colocados à frente dos seus próprios destinos, à testa <strong>da</strong><br />

administração <strong>da</strong>s coisas. Estabelece êle o justo equilíbrio<br />

entre o processo econômico e o processo social, regulando a<br />

produção na conformi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des previstas,<br />

evitando, tanto quanto possível, os desníveis clássicos entre a<br />

produção descontrola<strong>da</strong> e o consumo desorganizado,<br />

disciplinando a ambos. E êste objetivo será melhor<br />

alcançado quando as cooperativas, num movimento de<br />

integração vertical, formarem seus órgãos de segundo grau:<br />

as federações.

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