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guia de Vigilância Epidemiológica - BVS Ministério da Saúde

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V<br />

G UIA UIA DE DE VVIGILÂNCIA<br />

VIGILÂNCIA<br />

IGILÂNCIA EEPIDEMIOLÓGICA<br />

E PIDEMIOLÓGICA<br />

Biópsia <strong>de</strong> pele, <strong>da</strong>s petéquias <strong>de</strong> pacientes infectados e material <strong>de</strong> necrópsia,<br />

po<strong>de</strong>m ser encaminhados ao laboratório para isolamento e i<strong>de</strong>ntificação do agente<br />

infeccioso (Anexo).<br />

2.4. TRATAMENTO<br />

Em adultos, cloranfenicol, por via oral, na dose <strong>de</strong> 500mg <strong>de</strong> 6/6 horas, mantendo-se<br />

por três dias após o término <strong>da</strong> febre. Em casos graves, inicia-se com 1,0 g EV, a<br />

ca<strong>da</strong> 6 horas, até a recuperação <strong>da</strong> consciência e melhora do quadro clínico geral,<br />

mantendo-se por mais <strong>de</strong> sete dias o medicamento, por via oral, na dose <strong>de</strong> 500mg,<br />

a ca<strong>da</strong> seis horas. Em crianças, recomen<strong>da</strong>-se a dose <strong>de</strong> 50 a 100 mg/kg/dia, no<br />

mesmo intervalo e período <strong>de</strong> tempo recomen<strong>da</strong>do para o adulto, nunca ultrapassando<br />

2,0 g por dia, por via oral ou venosa, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong>s condições do paciente.<br />

3. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS<br />

Pelo que se conhece, até o momento, em nosso país, a febre maculosa é a mais<br />

comum e mais letal <strong>da</strong>s rickettsioses existentes em nosso meio. É transmiti<strong>da</strong> ao<br />

homem por carrapatos <strong>da</strong> espécie Amblyomma cajennense, encontrados com<br />

freqüência no boi e no cavalo. Estes carrapatos se infectam ao sugarem animais<br />

silvestres, e mantêm o ciclo por meio <strong>de</strong> transmissão transovariana. Portanto, além<br />

<strong>de</strong> transmissores, são também reservatórios.<br />

No Brasil, a ocorrência <strong>da</strong> febre maculosa tem sido registra<strong>da</strong> em Minas Gerais,<br />

São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Apenas Minas Gerais e São<br />

Paulo mantêm um sistema <strong>de</strong> vigilância <strong>da</strong> doença, e a incidência encontra<strong>da</strong> é <strong>da</strong><br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,35 caso por 100.000 habitantes, no período <strong>de</strong> 1990 a 1994. Nos EUA,<br />

esta taxa variou <strong>de</strong> 0,24 a 0,32 caso por 100.000 habitantes, no período <strong>de</strong> 1985 a<br />

1990.<br />

Em Minas Gerais, no período <strong>de</strong> 1981 a 1994, a freqüência foi maior no sexo<br />

masculino, na faixa etária <strong>de</strong> 5 a 14 anos; a letali<strong>da</strong><strong>de</strong> média <strong>de</strong> 10%; e outubro foi<br />

o mês <strong>de</strong> maior incidência. Esta sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> parece ter relação com o ciclo evolutivo<br />

dos carrapatos, já que as formas infectantes (ninfa e adulta) são encontra<strong>da</strong>s<br />

predominantemente neste período.<br />

Em algumas regiões, a febre maculosa ocorre esporadicamente, quando o homem,<br />

seja trabalhando ou em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer (pescarias, acampamento, etc.), se<br />

aprofun<strong>da</strong> em matas on<strong>de</strong> ocorre o ciclo silvestre, foco natural <strong>da</strong> doença. Atualmente,<br />

a hipótese <strong>de</strong> transmissão peridomiciliar, on<strong>de</strong> o cão po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>sempenhar papel<br />

importante como carreador mecânico, ao trazer para o domicílio carrapatos<br />

contaminados, tem sido consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong> importância relativa.<br />

Em Minas Gerais, tem sido comum a ocorrência <strong>de</strong> casos isolados, em áreas há<br />

muito já coloniza<strong>da</strong>s, ou através <strong>de</strong> contato com mata e/ou foco natural <strong>da</strong> doença,<br />

além <strong>da</strong> forma epidêmica, com elevado número <strong>de</strong> casos e óbitos. Vários surtos já<br />

foram relatados: Grão Mogol, no Vale do Jequitinhonha (1981); Vale do Mucuri, nos<br />

municípios <strong>de</strong> Ouro Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> Minas e Bertópolis (1984); município <strong>de</strong> Virginópolis<br />

- Vale do Rio Doce (1989), e em Caratinga (1992). Casos isolados ou em pequeno<br />

número, com eleva<strong>da</strong> letali<strong>da</strong><strong>de</strong>, têm sido registrados em todo o Estado, com<br />

predominância nos Vales do Mucuri, Jequitinhonha e Rio Doce, além <strong>da</strong> periferia <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como Juiz <strong>de</strong> Fora (1995) e, mais recentemente, em Belo Horizonte.<br />

UNASA 311<br />

E

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