REPRODUÇÃO HUMANA: CARACTERÍSTICAS E AÇÃO HORMONAL
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<strong>REPRODUÇÃO</strong> <strong>HUMANA</strong>:<br />
<strong>CARACTERÍSTICAS</strong> E <strong>AÇÃO</strong> <strong>HORMONAL</strong><br />
Autoras:<br />
Junia Freguglia<br />
Marina Fonseca<br />
Tópico nº 19 do CBC de Ciências<br />
Habilidades Básicas recomendadas no CBC:<br />
• Identificar os órgãos do sistema reprodutor no corpo humano;<br />
• Diferenciar o sistema reprodutor masculino do feminino em relação aos órgãos e suas<br />
funções;<br />
Representação da fecundação<br />
http://biomedicina.dceunisa.com.br/wp-content/uploads/2008/08/infertilidade_9bq4ot.jpg acesso em 27/04/09<br />
• Associar mudanças hormonais ao amadurecimento sexual durante a puberdade,<br />
surgimento de características sexuais secundárias e possibilidade de gravidez;<br />
• Caracterizar o ciclo menstrual regular conhecendo sua duração média e os principais<br />
eventos durante a ovulação e a menstruação.<br />
Organização do texto:<br />
Informação<br />
Atividades<br />
Projetos<br />
História
Machos e fêmeas na natureza.<br />
Você já ficou confuso por não saber se uma criança<br />
é menino ou menina? Muitas vezes confundimos o<br />
sexo de uma criança. Isto pode ocorrer na infância,<br />
mas na puberdade fica mais fácil perceber a<br />
diferença. Isto porque entre os seres humanos as<br />
características sexuais secundárias tornam evidente<br />
quem é homem e quem é mulher. Tais<br />
características sexuais secundárias incluem, por<br />
exemplo, o crescimento de barba nos homens e o<br />
crescimento dos seios nas mulheres.<br />
Mas será que em todas as espécies da natureza é<br />
possível distinguir facilmente quem é macho e quem<br />
é fêmea? Pense, por exemplo, no caso de gatos e<br />
cachorros. Só conseguimos saber se um indivíduo é<br />
macho ou fêmea no caso de gatos e cachorros se<br />
observarmos seus órgãos reprodutivos externos. Os<br />
que têm testículos e pênis são os machos e os que<br />
não têm são as fêmeas. Imagine agora o caso de<br />
uma lesma ou de uma mosca. Nestes grupos de<br />
seres vivos a diferenciação entre os sexos só é<br />
possível se observarmos seus gametas (se são<br />
óvulos ou espermatozóides). E para isso precisamos<br />
de alguns equipamentos especiais, tais como lupas<br />
ou microscópios.<br />
Em muitas espécies de animais a situação é ainda<br />
mais complicada porque alguns indivíduos que<br />
nascem fêmeas podem se transformar em machos.<br />
Isso não acontece com os mamíferos, porque neste<br />
grupo, uma vez que as gônadas se diferenciam em<br />
masculinas ou femininas não voltarão mais ao seu<br />
http://www.dtvb.ibilce.unesp.br/animais/nb_galo_galinha.jpg<br />
http://amadeo.blog.com/repository/107503/577217.jpg<br />
http://www.espacionatural.com/4images/data/media/13/Rana-temporaria-1.jpg<br />
http://2.bp.blogspot.com/_6vhYb1gyD3E/SMkxaH0aKhI/AAAAAAAAAWA/Pypn<br />
Qv0kkeM/s400/300px-Lesma_106b.jpg<br />
estado primitivo e nem se transformarão em gônada de outro sexo. Mas em outros
vertebrados as diferenças entre os sexos não são tão rígidas. Por exemplo, nas<br />
fêmeas de algumas aves apenas a gônada esquerda se torna um ovário funcional,<br />
enquanto a direita permanece indiferenciada. Caso o ovário esquerdo seja removido,<br />
a gônada direita pode desenvolver um testículo. É assim que muitos criadores de<br />
frangos transformam galinhas em galos.<br />
Em outras espécies como, por exemplo, na espécie Rana temporária pode ocorrer<br />
uma transformação natural, em que metade das fêmeas após os dois primeiros anos<br />
de vida se transformam em machos. Também entre os peixes existem espécies que<br />
têm a capacidade de produzir espermatozóides e óvulos quando jovens e só depois<br />
se transformam em machos ou fêmeas. Tais variações ocorrem devido a fatores<br />
ambientais e hormonais.<br />
Entre os mamíferos, inclusive no ser humano, mesmo que um indivíduo adquira<br />
características sexuais secundárias do outro sexo, diante da administração de<br />
hormônios, suas gônadas jamais se transformarão. Ou seja, uma pessoa do sexo<br />
masculino que tome hormônios femininos poderá desenvolver seios e eliminar a<br />
barba, mas seus testículos jamais se transformarão em ovários. O mesmo ocorre no<br />
caso de uma mulher que tome hormônios masculinos, que poderá desenvolver mais<br />
pêlos no rosto, ficar com a voz mais grave e mais musculosa. Poderá até mesmo<br />
eliminar a menstruação, mas seus ovários jamais se transformarão em testículos.<br />
(Referência: Otto, Priscila Guimarães "O sexo de cada um" in Sexualidade: corpo, desejo e cultura.<br />
Ciência Hoje na Escola. Volume 2).
Atividade 1 - Construindo um glossário.<br />
Um glossário é como se fosse de dicionário, que ajuda na leitura de algum texto<br />
técnico. Em ciências nos deparamos com muitas palavras novas, cujo significado<br />
desconhecemos ou temos apenas uma vaga idéia do que se trata.<br />
Procure as palavras a seguir em um dicionário ou em livros de ciências para<br />
construir um glossário, que irá auxiliar na releitura deste texto e na compreensão de<br />
conceitos deste módulo.<br />
macho; fêmea; gônada; ovário; testículo; óvulo;<br />
espermatozóide; puberdade; hormônios.<br />
Procure também a definição das seguintes expressões:<br />
características sexuais primárias e características sexuais secundárias.<br />
I. Homens e mulheres<br />
O que define o sexo na espécie humana são as características sexuais primárias, ou<br />
seja, os órgãos sexuais. Tanto os homens quanto as mulheres têm órgãos sexuais<br />
externos e internos. Vamos agora conhecer os órgãos sexuais da espécie humana.<br />
Órgãos sexuais femininos e masculinos<br />
Atividade 2 – Conhecendo e identificando os órgãos sexuais masculinos e<br />
femininos.<br />
Nesta atividade são apresentadas imagens, nas quais as diferentes estruturas<br />
sexuais humanas estão indicadas e numeradas. São apresentadas também<br />
descrições e funções destas estruturas. Você deverá relacionar a estrutura indicada<br />
pela numeração com o nome dado a ela e sua respectiva descrição. Depois confira<br />
o resultado com o gabarito.
Órgãos sexuais externos da mulher<br />
( ) monte de Vênus - região elevada (localizada sobre o osso da bacia) que na<br />
mulher adulta se encontra coberta por pêlos.<br />
( ) pequenos lábios - localizam-se de cada lado da vagina, encobertos pelos<br />
grandes lábios. São finos e não tem pêlos. São muito sensíveis e aumentam de<br />
tamanho durante a excitação.<br />
( ) grandes lábios - são duas pregas de formato alongado e cobertas de pêlos,<br />
localizadas abaixo do monte de Vênus.<br />
( ) abertura da vagina - local por onde sai o sangue menstrual e corrimentos e o<br />
bebê (no parto normal).<br />
( ) clitóris - órgão pequeno e arredondado, que aumenta de tamanho durante a<br />
excitação. Órgão de extrema importância para o prazer sexual da mulher.<br />
( ) abertura da uretra - local por onde sai a urina.
Órgãos sexuais internos da mulher<br />
( ) vagina - começa na vulva e vai até o colo do útero. Por dentro, sua textura se<br />
assemelha à parte interna da boca, com pregas que permitem que aumente de<br />
tamanho durante a relação sexual ou para a passagem do bebê no momento do<br />
parto.<br />
( ) ovários - são dois e estão localizados um de cada lado do útero, presos por<br />
ligamentos e camadas de pele. Armazenam, desde o nascimento, cerca de 500.000<br />
óvulos. A cada mês um dos óvulos se desenvolve e é liberado. Os ovários produzem<br />
os hormônios femininos.<br />
( ) colo do útero - parte inferior do útero que contém um orifício por onde passa a<br />
menstruação e por onde entram os espermatozóides.<br />
( ) útero - órgão em formato de uma pêra. É nele que o óvulo fertilizado se fixa e se<br />
desenvolve durante a gravidez. Quando a mulher não está grávida o útero tem o<br />
tamanho aproximado de um punho, e aumenta progressivamente durante a gravidez<br />
acompanhando o desenvolvimento do bebê.<br />
( ) tubas uterinas - são duas e estão ligadas uma a cada lado do útero. São elas<br />
que conduzem o óvulo do ovário até o útero. Na extremidade próxima do ovário<br />
apresentam filamentos que auxiliam na condução do óvulo até o útero.<br />
( ) corpo do útero - parte que cresce durante a gravidez e volta ao tamanho normal<br />
depois do parto. É constituído por uma<br />
membrana externa, por uma camada de<br />
tecido muscular e por uma camada interna<br />
(chamada endométrio). O endométrio se<br />
renova mensalmente e é a camada que se<br />
desprende durante a menstruação.<br />
Fonte das Imagens Sexualidade: prazer<br />
em conhecer. Fundação Roberto Marinho<br />
e Schering ,2000.<br />
Numeração correta da coluna de órgãos<br />
sexuais femininos:<br />
1, 3, 2, 6, 4, 5 7, 12, 9, 8, 11, 10
Órgãos sexuais externos do homem<br />
( ) glande - é a cabeça do pênis, que apresenta pele bem macia e sensível.<br />
( ) escroto - uma espécie de bolsa, revestida por uma pele fina, com poucos pêlos e<br />
muitas glândulas produtoras de suor e de secreções sebáceas. Localiza-se atrás do<br />
pênis e é dividida em dois compartimentos que abrigam os testículos. Seu aspecto<br />
varia de acordo com o estado de contração ou relaxamento da musculatura. O<br />
escroto tem a função de manter a temperatura ideal para a produção de<br />
espermatozóides (que é cerca de 2 ° C menor que a temperatura do interior do<br />
abdômen). Em dias quentes o escroto mantém os testículos mais afastados do<br />
abdômen; e em dias frios a musculatura lisa se contrai aproximando os testículos do<br />
abdômen, o que mantêm os testículos mais aquecidos.<br />
( ) prepúcio - é uma pele que cobre a cabeça do pênis. Quando o pênis fica ereto o<br />
prepúcio fica puxado e a glande fica descoberta. Quando isso não ocorre, dá-se o<br />
nome de fimose, uma situação que pode causar dor durante o ato sexual e dificultar<br />
os hábitos de higiene. A fimose pode ser corrigida por meio de cirurgia (com<br />
anestesia local).<br />
( ) pênis - órgão cujo tamanho varia de homem para homem. É muito sensível. Fica<br />
flácido durante a maior parte do<br />
tempo. Durante e ereção, os tecidos<br />
esponjosos do pênis se enchem de<br />
sangue, o que faz com que ele<br />
aumente de volume e fique e rígido.<br />
Quando muito estimulado o pênis<br />
libera um líquido chamado esperma<br />
(que contém os espermatozóides. O<br />
pênis tem funções de reprodução e de<br />
eliminação da urina.
Órgãos sexuais internos do homem<br />
( ) uretra - canal usado para a micção e para a ejaculação. Tem cerca de 20 cm de<br />
comprimento, e começa não uretra prostática, quando o canal atravessa a próstata<br />
ainda no abdômen e próximo do assoalho da pelve.<br />
( ) próstata - se localiza atrás da bexiga, é constituída por fibras musculares e<br />
tecido glandular. As glândulas produzem uma secreção que, junto com as vesículas<br />
seminais formam o líquido seminal. É o órgão que dá ao sêmen o seu odor<br />
característico.<br />
( ) testículos - São as glândulas sexuais masculinas que produzem hormônios e<br />
espermatozóides. Tem forma de ovos e se localizam dentro do saco escrotal.<br />
( ) canais deferentes - São dois canais muito finos que saem dos testículos e vão<br />
até a próstata, por onde passam os espermatozóides.<br />
( ) vesículas seminais - duas bolsas de aproximadamente 5 cm de comprimento<br />
cada uma, que produzem o líquido seminal. Produzem fluidos, que facilitam a saída<br />
dos espermatozóides.<br />
( ) epidídimo - canal finíssimo enovelado em forma de C. Ligados aos testículos. É<br />
o local onde os espermatozóides, que são<br />
fabricados nos testículos, ficam armazenados<br />
até amadurecerem e serem expelidos no<br />
momento da ejaculação.<br />
( ) canal ejaculatório - ducto por onde o<br />
esperma é conduzido até a uretra, durante a<br />
ejaculação. O esperma contém os<br />
espermatozóides e líquidos produzidos pelas<br />
vesículas seminais e pela próstata. O canal<br />
ejaculatório é curto e reto e quase todo seu<br />
trajeto está situado ao lado da próstata,<br />
terminando na uretra. Neste canal, o fluido das<br />
vesículas seminais se mistura com o do canal<br />
deferente e são direcionados para a uretra.<br />
Numeração correta da coluna de<br />
órgãos sexuais masculinos:<br />
2,4,3,1,10,11,5,7,8,6,9,<br />
Fonte das Imagens Sexualidade: prazer<br />
em conhecer. Fundação Roberto Marinho<br />
e Schering ,2000.
Gênero: masculino e feminino na cultura<br />
As diferenças físicas entre homens e mulheres são muitas, mas isso não significa<br />
que homens e mulheres sejam desiguais em termos de direitos, deveres e<br />
oportunidades.<br />
O termo gênero é usado para se distinguir masculino e feminino. Usar o termo<br />
gênero indica que homens e mulheres são produtos da realidade social e não<br />
apenas determinados biologicamente. Nós somos seres culturais e o papel que a<br />
biologia desempenha na definição de comportamentos sociais é mais fraco do que<br />
nos demais seres vivos. A espécie humana é essencialmente dependente da<br />
socialização.<br />
Com frequência imaginamos que existe um tipo de personalidade e o um padrão de<br />
comportamento para cada um dos sexos biológicos.<br />
Uma antropóloga americana (Margareth Mead) fez estudos durante a década de 30<br />
Referência de texto e fonte da imagem: Heilborn, Maria Luiza "Sexualidade e de identidade: entre<br />
o social e o pessoal" in Sexualidade: corpo, desejo e cultura. Ciência Hoje na Escola. Volume 2.<br />
que foram muito<br />
reveladores. A<br />
pesquisadora comparou<br />
três culturas: Arapesh,<br />
Mundugomor e<br />
Tchambulli. Ela revelou<br />
que nas duas primeiras,<br />
Arapesh e Mundugomor<br />
a cultura não<br />
estabelecia um padrão<br />
de sentimentos distintos<br />
entre homens e<br />
mulheres. Um único<br />
tipo de personalidade e<br />
<br />
temperamento era aprovado para todos os indivíduos daquelas sociedades. Por<br />
exemplo, para a cultura Arapesh o traço maternal e de docilidade era muito<br />
valorizado para todos. Já na cultura Mundugomor a agressividade era incentivada<br />
para homens e mulheres. Na terceira cultura citada, os Tchambulli as
personalidades de homens e mulheres eram invertidas em relação ao padrão<br />
ocidental: os homens eram gentis e delicados e as mulheres bravas e fortes.<br />
Estudos como estes indicam que não existe uma relação direta entre o sexo do<br />
corpo e a conduta. Gestos, formas de vestir, de falar, de se comportar podem ser<br />
considerados femininos em alguns lugares e masculinas em outros. As variações de<br />
comportamento entre as pessoas são resultado de como elas foram educadas,<br />
amadas e o que lhes foi ensinado sobre o que é certo e errado na esfera sexual.<br />
Chamamos de diferenças de gênero aquelas que são construídas ao longo da<br />
história, através de costumes, crenças, atitudes, idéias e regras criadas pela<br />
sociedade. O termo gênero se refere ao conjunto de papéis sociais que são<br />
atribuídos ao sexo masculino e feminino. Tais papéis não são fixos e não estão<br />
determinados biologicamente. Os gêneros variam de acordo com a época, com a<br />
história e com as tradições das diferentes culturas. Muitas vezes, nem nos damos<br />
conta de que o que sabemos sobre o papel de homens e mulheres é aquilo que<br />
aprendemos e que isto é fruto da nossa cultura.<br />
As variações culturais influenciam, além da questão de gênero (masculino e<br />
feminino) em diversos outros aspectos da sexualidade. O que é considerado certo<br />
ou errado no que se refere ao desejo, à atração entre as pessoas e às práticas<br />
sexuais apresenta inúmeras vezes variações ao longo do tempo na história da<br />
humanidade. Entre as diferentes culturas existentes atualmente e entre as que já<br />
existiram, aparece uma imensa variedade de comportamentos e valores.