FÓSSEIS COMO EVIDÊNCIA DE EVOLUÇÃO
FÓSSEIS COMO EVIDÊNCIA DE EVOLUÇÃO
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<strong>FÓSSEIS</strong> <strong>COMO</strong> <strong>EVIDÊNCIA</strong> <strong>DE</strong><br />
Autoras:<br />
Junia Freguglia<br />
Marina Fonseca<br />
<strong>EVOLUÇÃO</strong><br />
Menino examina fóssil de Arthopleura pustulatus, em comparação com uma barata atual.<br />
Imagem retirada da reportagem “Descoberto maior fóssil de barata conhecido<br />
Inseto de 9 centímetros viveu há 300 milhões de anos, muito antes dos dinossauros”<br />
de autoria de Caroline Vilas Bôas, publicada na revista Ciência Hoje On-line.<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/2610<br />
Tópico n.º 13 do CBC de Ciências<br />
Habilidade Básica recomendadas no CBC:<br />
• Relacionar informações obtidas através do estudo dos fósseis a características da<br />
Terra no passado, seus habitantes e ambientes.<br />
Organização do texto:<br />
• Informação<br />
• História<br />
• Atividades<br />
• Projetos<br />
1
Introdução<br />
Quando falamos em fósseis,<br />
as imagens que normalmente<br />
nos vem à cabeça são de<br />
ossos gigantes, especialmente<br />
dos dinossauros. De fato este<br />
é um assunto que pode "dar<br />
asas" à imaginação das<br />
pessoas: pensar que já<br />
existiram seres no planeta<br />
muito diferentes dos que<br />
existem hoje.<br />
Mas não se tratam apenas de dinossauros, de preguiças gigantes e outros seres<br />
que nos parecem exóticos e até mesmo "bizarros". Uma simples barata também tem<br />
sua história evolutiva. Isso significa que já existiram outros seres com características<br />
similares e que deram origem a barata, tal como a conhecemos hoje. No caso da<br />
barata o similar também era uma barata “gigante” (nem tão gigante assim, mas com<br />
o dobro do tamanho das baratas mais comuns dos dias de hoje).<br />
Descoberto maior fóssil de barata conhecido<br />
Inseto de 9 centímetros viveu há 300 milhões de anos, muito antes dos dinossauros<br />
“O fóssil impressionou os<br />
cientistas pela quantidade de<br />
detalhes preservados. É possível<br />
identificar, por exemplo, partes<br />
da boca, patas e antenas,<br />
nervuras e finas saliências que<br />
cobriam a superfície das asas da<br />
barata, que media 9 centímetros.<br />
A semelhança do fóssil com<br />
insetos que vivem atualmente<br />
nos trópicos é grande. Apesar de<br />
Jornalistas observam ossos de dinossauro gigante encontrado na<br />
China. http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2007/06/13/296152929.asp<br />
Trechos e imagens da reportagem de Caroline Vilas Bôas, publicada na Revista Ciência Hoje On-line<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/2610<br />
Barata atual de quase 4 cm, comparada com fóssil duas<br />
vezes maior encontrado nos EUA.<br />
2
ele ser duas vezes maior que a maioria das baratas norte-americanas, algumas espécies modernas<br />
dos trópicos são conhecidas por medir 10 centímetros ou mais”.<br />
A barata foi encontrada junto com diversos outros fósseis de plantas e animais. Os<br />
paleontólogos normalmente encontram fósseis de animais com ossos ou conchas,<br />
porque a constituição mineral destes favorece sua preservação. Mas, no caso do<br />
sítio arqueológico no qual a barata foi encontrada, algo incomum ocorreu, permitido<br />
preservar também outros animais. Os fósseis encontrados em sítios arqueológicos<br />
como este podem ajudar os paleontólogos a conhecer e a compreender a<br />
diversidade da vida no planeta ao longo da sua história evolutiva.<br />
O fato de que muitos seres encontrados no passado tinham dimensões maiores do<br />
que eu seres encontrados hoje tem uma explicação. E esta explicação passa pelas<br />
características encontradas por tais seres na Terra.<br />
Houve um período em que as características da atmosfera do planeta favoreceram a<br />
vida em abundância, seres vivos de dimensões maiores do que as que conhecemos<br />
hoje. E houve também períodos em que a vida era apenas microscópica.<br />
Os registros fósseis e o trabalho de paleontólogos<br />
e outros cientistas ajudam a construir uma história<br />
para o Planeta. Estes profissionais se empenham<br />
para contar a história natural de um passado muito<br />
longínquo, do qual apenas podem acessar algumas<br />
pistas, para tentar compreendê-lo.<br />
Fósseis são marcas deixadas por seres vivos que<br />
já existiram no passado. Estas marcas podem ser<br />
restos de seus corpos ou vestígios, tais como<br />
pegadas ou seus excrementos, que ficaram<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/60705<br />
preservados. Esta preservação pode ser em gelo, em resinas, em sedimentos ou em<br />
rochas. Os paleontólogos são os profissionais que se especializam em encontrar<br />
estes registros e em interpretá-los. Assim, tentam compreender quais eram as<br />
conformações anteriores da terra, que seres existiam e em que condições. A partir<br />
3
do conjunto destes trabalhos, baseados no estudo dos fósseis encontrados, os<br />
pesquisadores vão tentando contar a história natural do planeta Terra.<br />
Neste módulo vamos conhecer mais sobre os fósseis, sobre o que eles indicam a<br />
respeito das espécies que já existiram, suas características e as relações destas<br />
com as condições ambientais do planeta nas suas diferentes eras geológicas.<br />
Atividade 1: Fóssil de mentira, descoberta de verdade<br />
Atividade adaptada e imagens da reportagem de Nelio Bizzo, publicada na Revista Ciência Hoje On-line<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/128008<br />
Não é possível ver as grandes mudanças da evolução acontecendo, porque elas<br />
ocorrem muito lentamente. Entretanto, os fósseis nos fornecem pistas de como se<br />
dá a evolução dos seres vivos. Isso porque os fósseis permitem que seres vivos do<br />
passado sejam comparados com os seres vivos atuais. Os fósseis são vestígios<br />
seres que já viveram na Terra. Podem ser dentes, ossos, pegadas e muitos outros<br />
tipos de vestígios. Nesta prática você vai aprender a fazer um vestígio deste tipo, só<br />
que de brincadeira.<br />
Você vai precisar de:<br />
- jornal;<br />
- um pouco de cimento (para<br />
fazer dois fósseis, meio quilo é<br />
suficiente);<br />
- água;<br />
- luvas descartáveis;<br />
- copos descartáveis (200<br />
mililitros);<br />
- um jardim;<br />
- uma fonte confiável para identificação de plantas (pode ser um livro ou mesmo um<br />
dos seus professores).<br />
- uma tesoura ou uma faca (sem ponta!).<br />
Cada grupo de alunos vai para um jardim escolher uma folha de planta que caiba<br />
dentro de um copo descartável (sem que seja rasgada, dobrada ou amassada).<br />
4
Identifique a espécie de árvore à qual folha pertence. Mas não mostre a ninguém<br />
nem conte de onde a folha foi recolhida.<br />
Forre o chão ou uma mesa com<br />
o jornal para evitar sujeira.<br />
Coloque as luvas para proteger<br />
as mãos. Coloque cimento em<br />
um copo descartável até a<br />
metade do copo. Acrescente<br />
água até virar uma massa<br />
molhada. Depois que tiver uma<br />
massa homogênea preenchendo todo o copo, coloque a folha escolhida sobre a<br />
massa. Depois coloque só um pouquinho de cimento misturado com água, apenas o<br />
suficiente para cobrir levemente a folha. Use bem pouco cimento e cubra somente a<br />
folha. Deixe secar por uma semana.<br />
Após uma semana...<br />
Retire o seu fóssil de mentira de dentro do copo de plástico. Quebre levemente a<br />
camada de cimento que recobre a folha, usando uma tesoura ou faca sem ponta.<br />
Tendo seu fóssil de mentira em mãos troque de fóssil com outro grupo.<br />
Primeiro imaginem como deve ser a planta olhando apenas para o fóssil. Busquem<br />
no fóssil, pistas sobre a disposição da folha no galho, sobre o tamanho da planta.<br />
Façam um desenho de como vocês imaginam que seja a planta, a partir do fóssil<br />
que tem em mãos.<br />
Depois de feito o desenho, todos devem seguir para o local onde foram recolhidas<br />
as folhas para identificar qual planta deu origem ao fóssil que receberam.<br />
Depois de identificada a espécie de árvore à qual pertence o fóssil que você<br />
recebeu, confirme com um grupo que fez aquele fóssil de mentira, para saber se<br />
você acertou. Compare e discuta com<br />
os colegas as suas previsões (feitas<br />
apenas a partir do fóssil) e a planta<br />
identificada.<br />
5
Existem muitos tipos de<br />
fósseis e este dessa<br />
prática os paleontólogos<br />
chamariam de<br />
preservação por<br />
moldagem, se fosse de<br />
verdade, é claro.<br />
Fósseis deste tipo, de<br />
verdade, se formam<br />
através de vegetais e<br />
animais que foram<br />
soterrados por<br />
sedimentos.<br />
Tais sedimentos, tais como areias e lamas, endurecem e se transformam em rochas.<br />
Desta forma os vestígios destes seres ficam preservados por milhões de anos. Mas<br />
este é um processo raro de acontecer naturalmente. Isto porque a preservação por<br />
moldagem exige que plantas e animais sejam soterrados rapidamente, de uma<br />
forma que não ocorra a sua decomposição, processo que acontece normalmente<br />
com os seres mortos, sob a ação dos decompositores.<br />
Discuta com seu grupo as seguintes questões:<br />
- Como foi possível identificar a planta que deu origem ao fóssil “de mentira”?<br />
- Quais dificuldades foram encontradas pelo grupo para identificar a planta que deu<br />
origem ao fóssil?<br />
- Se fosse um pedaço de galho e não uma folha que tivesse sido preservado seria<br />
possível identificar a planta de origem? Como?<br />
- A partir das percepções sobre esta atividade, discutam sobre que dificuldades que<br />
os paleontólogos devem encontrar em seu trabalho e como eles podem conseguir<br />
superar tais dificuldades.<br />
Fóssil por moldagem de vegetal, comparado ao similar atual.<br />
http://dias-com-arvores.blogspot.com/2005/07/um-murmrio-do-passado.html<br />
6
Tipos de Fósseis: Restos ou Vestígios<br />
Os fósseis podem ser partes dos animais que ficaram preservadas, que são<br />
chamadas restos. Os restos podem ser de partes duras dos organismos, tais como<br />
conchas, ossos ou partes rígidas de uma planta (compostas por celulose); Ou<br />
podem ser de partes moles, que ficaram congeladas ou preservadas em resinas.<br />
Outro tipo de fósseis são os vestígios, tecnicamente chamados de icnofósseis ou<br />
fósseis traço. Os vestígios são marcas deixadas pelos organismos, tais como<br />
pegadas e excrementos.<br />
Pegadas de ornitópode - um dinossauro grande<br />
que existiu durante o final do Período Triássico até<br />
o fim do Cretáceo.<br />
http://www.achetudoeregiao.com.br/noticias/noticias.gif/pegadas_<br />
sauropodes.jpg<br />
Fóssil de Amanonite (molusco extinto)<br />
Período: Devoniano ao Cretáceo (408 a 65<br />
milhões de anos)<br />
Foto: Cesar Rodrigues<br />
http://www2.igc.usp.br/museu/images/fosseis.jpg<br />
Coprólitos são fósseis de fezes. Coprólitos de herbívoros<br />
(esq.) são reconhecidos pelo formato oval; os de carnívoros<br />
(dir.) têm padrão mais cilíndrico (fotos: P.R. Souto)<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/1437<br />
Fóssil de peixe de 380 milhões de anos, descoberto<br />
na Austrália. Este fóssil apresenta carcaterísticas<br />
importantes dos futuros anfíbios e pode elucidar<br />
mais sobre a evolução dos vertebrados terrestres.<br />
http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2006/10/19/286156493.asp<br />
7
Atividade 2 – A seguir são apresentados pequenos trechos e imagens de oito<br />
reportagens sobre fósseis que foram publicadas nos site de Ciência Hoje On-line.<br />
Após a leitura cuidadosa dos trechos e observação das imagens você deverá<br />
responder às questões relacionadas aos mesmos. Escreva as respostas com suas<br />
palavras.<br />
1. A causa da transição do cambriano<br />
Cientistas tentam entender surgimento da vida pluricelular há 540 milhões de anos<br />
“Há cerca de 540 milhões de anos, a<br />
história da vida na Terra passou por uma<br />
revolução única: após organismos<br />
unicelulares reinarem no planeta por 3<br />
bilhões de anos, diversos seres<br />
pluricelulares surgiram no período<br />
relativamente curto de 40 milhões de anos.<br />
O evento, ocorrido na era paleozóica, é<br />
conhecido como transição do período<br />
cambriano. A aparição de seres<br />
macroscópicos - plantas, animais<br />
herbívoros e carnívoros - afetou<br />
radicalmente todos os ecossistemas,<br />
modificando, por exemplo, sua dinâmica e<br />
seus fluxos de energia”<br />
Trechos e imagens da reportagem de Helena Aragão, publicada na Revista Ciência Hoje On-line<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/1546<br />
• Qual o tempo estimado para o surgimento da vida pluricelular no Planeta?<br />
• Qual foi a mudança que ocorreu no Planeta no período Cambriano?<br />
• Porque os cientistas escolheram a região de Cuatro Cienegas, no México,<br />
para estudar o período Cambriano?<br />
O estudo do ecossistema acima pode ajudar a entender a<br />
causa da transição do cambriano (foto: W.L. Minckley/Arizona<br />
State University) A pesquisa vai estudar uma área desértica<br />
próxima a Cuatro Cienegas, no México. A região tem<br />
várias nascentes e piscinas naturais com condições<br />
térmicas e químicas peculiares e seres vivos que evoluíram<br />
para sobreviver nesse meio. Segundo os cientistas, essas<br />
condições extremas podem ajudar a entender as<br />
circunstâncias em que surgiram formas complexas de vida.<br />
Estudando o ecossistema aquático de Cuatro Cienegas, os<br />
cientistas pretendem formular um modelo para a dinâmica<br />
da evolução da biosfera no início do cambriano.<br />
8
2. A fera terrível de Minas Gerais<br />
Crocodilo pré-histórico reforça hipótese de união da América e África há mais de 70<br />
“O estudo do material, publicado na revista Gondwana<br />
Research, elucidou questões sobre a evolução e<br />
milhões de anos.<br />
comportamento dos crocodilomorfos – grupo de animais<br />
contemporâneos dos dinossauros e parentes distantes<br />
dos crocodilos e jacarés atuais. A descoberta permitiu<br />
ainda inferências sobre a configuração das massas<br />
terrestres que compunham o antigo supercontinente<br />
Gondwana na época em que o animal viveu”.<br />
• Qual a relação entre o estudo dos<br />
crocodilomorfos e o estudo sobre<br />
conformação dos continentes do<br />
planeta em outros períodos?<br />
Trechos e imagens da reportagem de Renata Moehlecke, publicada na Revista Ciência Hoje On-line<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/3244<br />
3. As mais antigas penas já registradas<br />
Estruturas primitivas são identificadas em fósseis de dinossauro de 125 milhões de<br />
anos na China<br />
Situado no topo da cadeia alimentar, U.<br />
terrificus foi um dos maiores predadores da era<br />
Mesozóica e se alimentava de diversos animais,<br />
inclusive pequenos dinossauros. (arte: Ariel Milani<br />
Martine)<br />
Trechos e imagens da reportagem deThaís Fernandes, publicada na Revista Ciência Hoje On-line<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/135791<br />
Penas no mais primitivo estágio de desenvolvimento (indicadas pelas setas<br />
amarelas na imagem da esquerda) foram identificadas em fóssil de dinossauro<br />
do gênero Beipiaosaurus com 125 milhões de anos. No detalhe da direita, veem-<br />
se as penas primitivas no pescoço do animal (fotos: PNAS).<br />
9
“Pesquisadores chineses acabam de identificar penas em seu estágio de desenvolvimento mais<br />
primitivo. As estruturas, semelhantes a alfinetes, foram detectadas no crânio, pescoço e membros<br />
dianteiros de um fóssil de dinossauro de 125 milhões de anos encontrado na formação Yixian, na<br />
China.<br />
A análise do fóssil dá suporte à hipótese de que as penas evoluíram e se diversificaram inicialmente<br />
em terópodes não avianos (grupo de dinossauros bípedes do qual descende a maioria das aves)<br />
antes da origem dos pássaros e da evolução do vôo”.<br />
• O que é a presença de penas em estágio primitivo nos dinossauros indica<br />
sobre o parentesco entre aves e répteis e sobre a evolução dos vertebrados?<br />
4. Da terra para o mar<br />
Fóssil de 24 milhões de anos preenche lacuna na evolução da família de focas e leões-<br />
Trechos e imagens da reportagem de Bárbara Marcoline, publicada na Revista Ciência Hoje On-line<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/143445<br />
Focas e leões-marinhos têm de fato um ancestral<br />
terrestre, conforme sugeriu Charles Darwin há 150<br />
anos. A confirmação veio com a descoberta no<br />
Canadá de grande parte do esqueleto de um<br />
animal que viveu há cerca de 24 milhões de anos.<br />
A espécie, batizada de Puijila darwini, representa<br />
provavelmente uma transição dos mamíferos<br />
terrestres para o mar. Embora o Puijila tivesse o<br />
corpo mais parecido com o de uma lontra do que<br />
com o das focas e leõs-marinhos modernos, sua<br />
descoberta confirma a hipótese de que a família<br />
desses animais (denominados pinípedes) teria um<br />
ancestral que passou a maior parte da vida em<br />
terra. Até hoje, o fóssil mais antigo da família dos<br />
pinípedes conhecido era o Enaliarctos, que já<br />
marinhos<br />
apresentava boa adaptação à vida marinha. Essa espécie viveu no início do Mioceno, entre 20 e 24<br />
milhões de anos atrás.<br />
• O que a descoberta do fóssil de Puijila darwini indica acerca da evolução dos<br />
mamíferos marinhos?<br />
Reconstituição artística do Puijila darwini, que<br />
marca uma transição dos mamíferos terrestres para<br />
ambientes aquáticos. Seus membros mais curtos e<br />
achatados facilitavam a busca de alimentos em rios<br />
e lagos<br />
(arte: Mark A. Klingler / Museu Carnegie de História Natural).<br />
10
5. Encontrado mais antigo osso de 'braço'<br />
Fóssil esclarece transição das barbatanas dos peixes para os membros dos anfíbios<br />
Um fóssil encontrado no estado da<br />
Pensilvânia (EUA) pode ajudar a<br />
determinar uma incógnita na história da<br />
vida no planeta: a época exata em que<br />
alguns animais deixaram a água para<br />
viver na terra. Com mais de 365 milhões<br />
de anos, o osso pertencia ao membro<br />
anterior de um quadrúpede parecido com uma salamandra. Trata-se da evidência mais antiga da<br />
transição que levaria aos primeiros<br />
passos da vida terrestre dos vertebrados.<br />
• O que a reportagem indica<br />
Trechos e imagens da reportagem de Liza Albuquerque publicada na Revista Ciência Hoje On-line<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/1414<br />
sobre a evolução dos vertebrados em relação aos ambientes ocupados por<br />
este grupo?<br />
• Que conclusões podemos tirar a partir da leitura das reportagens 4 e 5 para<br />
explicar a evolução dos mamíferos aquáticos e terrestres?<br />
6. O dente adequado para cada um<br />
Estudo da dentição de animais extintos ajuda a entender como diferentes grupos surgiram e<br />
A dentição dos animais extintos ajuda os cientistas a<br />
evoluíram<br />
desvendar como os grupos diferentes surgiram e evoluíram<br />
ao longo da história da vida na Terra, pois o tipo e as<br />
características dos dentes fornecem informações preciosas.<br />
Além disso, devido à sua constituição resistente, em muitos casos só os dentes de animais extintos<br />
foram preservados até os dias atuais. O estudo da dentição<br />
de vários mamíferos já extintos que viveram na América do<br />
Sul mostra como esse grupo era diversificado e revela<br />
aspectos surpreendentes dessa fauna.<br />
As variações e adaptações nos dentes dos mamíferos, ao<br />
longo da evolução, são numerosas e surpreendentes. É<br />
O fóssil e seu equivalente em peixes e humanos. Há cerca de<br />
365 milhões de anos, ele evoluiu para sustentar um membro<br />
em vez de uma barbatana<br />
Porção de crânio e mandíbula da<br />
preguiça gigante Eremotherium<br />
laurillardi, extinta há 10 mil anos,<br />
mostrando, à direita, que não há dentes<br />
na região correspondente ao focinho. O<br />
desgaste em forma de zigue-zague<br />
ocorria porque há dois tipos de dentina,<br />
e a mais dura, disposta em duas cristas,<br />
desgastava a mais mole (foto: C. 11<br />
Cartelle).<br />
Trechos e imagens da reportagem de Cástor Castelli publicada na Revista Ciência Hoje On-line<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/114418
como se a natureza lançasse mão de contínuas ‘invenções’ para facilitar e ampliar o que para todo<br />
ser vivo é essencial: sua dieta. A conformação dos dentes indica o cardápio possível das espécies:<br />
cascas de árvores, peixes, insetos, frutos, folhas, sementes, crustáceos, néctar, carne, grama e<br />
assim por diante. Para cada prato, mesmo os mais sofisticados ou inusitados, existe um tipo de<br />
dente. Alguns mamíferos até os ‘dispensaram’, em função de sua dieta bem diferente”.<br />
• Que tipo de informações podem ser obtidas sobre animais extintos, através<br />
de sua dentição?<br />
7. O mistério da crista do lambeossauro<br />
Estrutura do crânio era usada para comunicação entre indivíduos, indica tomografia<br />
A função da crista na cabeça dos<br />
lambeossauros, répteis herbívoros que<br />
viveram há cerca de 75 milhões de<br />
anos, sempre intrigou os<br />
paleontólogos. Para que servia ela,<br />
afinal? Agora, com a técnica de<br />
tomografia computadorizada, cientistas<br />
dos Estados Unidos e do Canadá<br />
chegaram mais perto de uma resposta:<br />
a estrutura tinha função de<br />
comunicação entre indivíduos, sugere<br />
o estudo.<br />
A conclusão foi tirada a partir da<br />
computadorizada<br />
Trechos e imagens da reportagem de Juliana Marques publicada na Revista Ciência Hoje On-line<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/131098<br />
análise de um modelo digital tridimensional do crânio do lambeossauro. O modelo revelou aos<br />
cientistas detalhes sobre como era o cérebro desse réptil pré-histórico. “Pela primeira vez a estrutura<br />
cerebral e a cavidade interna do ouvido de um lambeossauro puderam ser visualizadas,” disse à CH<br />
On-line o paleontólogo Larry Witmer.<br />
• De que forma os avanços tecnológicos contribuem para a interpretação dos<br />
dados que podem ser obtidos por registros fósseis?<br />
Representação artística de um lambeossauro, réptil herbívoro que<br />
viveu na América do Norte há cerca de 75 milhões de anos. Ele<br />
tinha cerca de 15 metros de comprimento e pesava cerca de 25<br />
toneladas, e chamava a atenção pela crista em seu crânio, que<br />
tinha provavelmente função comunicativa (arte: Michael Skrepnick).<br />
12
8. O mais antigo morcego conhecido<br />
Habilidade de voar desses animais é anterior à orientação por sonar, mostra fóssil<br />
A nova espécie, batizada de Onychonycteris finneyi, é<br />
provavelmente uma forma intermediária entre<br />
morcegos e seus ancestrais mamíferos que não<br />
voavam. O animal tinha asas completamente<br />
desenvolvidas e um vôo poderoso, mas a morfologia<br />
da região do ouvido sugere a ausência da capacidade<br />
de ecolocalização. A forma das suas asas indica um<br />
estilo de voar ondulante incomum, que alternava entre<br />
bater asas e planar, e as características de seus<br />
membros mostram que ele pode ter sido um ágil<br />
escalador, que empregava locomoção quadrúpede e<br />
se pendurava sob os galhos de árvores.<br />
Trechos e imagens da reportagem de Thais Fernandes publicada na Revista Ciência Hoje On-line<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/111579<br />
• O que o fóssil apresentado na reportagem 8 indica sobre o desenvolvimento<br />
das estruturas para vôo e para ecolocalização (os sonares) dos morcegos?<br />
Qual delas teria surgido primeiro?<br />
• De que forma os fósseis, como os apresentados nas reportagens, podem<br />
esclarecer sobre características do Planeta em diferentes períodos?<br />
• Faça uma lista de Eras e Períodos geológicos que foram citados ao longo de<br />
todas as reportagens.<br />
O esqueleto quase completo do Onychonycteris<br />
finneyi, o mais antigo morcego conhecido, foi<br />
encontrado na formação de Green River, em<br />
Wyoming, nos EUA (foto: Royal Ontario Museum).<br />
13
Fósseis: evidências da evolução ao longo do tempo.<br />
Atualmente a noção de que os seres vivos mudam ao longo do tempo está bastante<br />
difundida na sociedade. Entretanto, há 200 anos as idéias sobre este tema eram<br />
bastante diferentes. Predominava entre as pessoas a noção de que os seres vivos<br />
foram criados tal como são por um poder divino. Esta era uma visão criacionista do<br />
universo e da vida. E que, a partir da criação permaneceram tal como foram criados,<br />
imutáveis. Este tipo de pensamento era chamado de Fixismo.<br />
O Fixismo começou a ser questionado quando alguns naturalistas começaram a<br />
encontrar fósseis. Estes fósseis apresentavam características muito diferentes<br />
daquelas encontradas nos seres vivos atuais. Principalmente os fósseis de animais<br />
gigantes apontavam para o fato de que existiram no planeta seres que foram<br />
extintos. A partir desta observação surgiu a hipótese conhecida como Catastrofismo.<br />
A hipótese catastrofista foi proposta para explicar como as espécies existentes em<br />
outros períodos geológicos do planeta teriam sido extintas. Esta hipótese dizia que<br />
uma sucessão de catástrofes geológicas teria destruído as espécies que eram<br />
encontradas nos estudos fósseis, que não tinham correspondências com seres<br />
encontrados vivos no planeta.<br />
Desde os primeiros registros fósseis encontrados, a noção de que os seres vivos<br />
sofrem mudanças ao longo do tempo foi ganhando força. Tal idéia se opunha à<br />
noção criacionista para explicar a diversidade da vida no planeta.<br />
Desde a formação do planeta, sua superfície já teve diferentes configurações. A<br />
conformação dos oceanos, dos continentes, a temperatura e a distribuição de gases<br />
na atmosfera já sofreu grandes variações ao longo do imenso tempo de existência<br />
da Terra.<br />
http://cienciahoje.uol.com.br/128004<br />
14
Uma grande dificuldade para<br />
entendermos as informações a<br />
respeito do desenvolvimento do<br />
Planeta é a questão do tempo.<br />
Para nós é fácil pensar em dias,<br />
anos, minutos. Mas quando<br />
falamos em milhões de anos fica<br />
difícil ter uma dimensão exata do<br />
que se trata.<br />
Por isso, muitas vezes são usadas<br />
comparações para apresentar a<br />
ocorrência dos processos<br />
geológicos e da evolução da vida<br />
ao longo das Eras, de modo que<br />
possamos compreender tais<br />
eventos através de uma escala de<br />
tempo acessível para nós.<br />
As Eras são períodos dentro da linha do tempo que vai do presente de volta à<br />
formação da Terra. Tais eras são determinadas com base em grandes eventos que<br />
ocorreram na história do Planeta. As Eras geológicas são subdivididas em Períodos,<br />
para organizar as informações sobre quais eram as características dos continentes e<br />
dos oceanos; quais eram as condições climáticas; e as características dos seres<br />
vivos que estavam presentes em outras épocas.<br />
Representação da evolução da vida desde a<br />
origem até o surgimento do homem na escala de<br />
24h.<br />
http://www.enem.coc.com.br/images/sim-enem0_B5.jpg<br />
15
O Período em que vivemos é chamado de Holoceno. Os restos e vestígios de<br />
organismos que datam de mais de 10 mil anos, são considerados fósseis. E o<br />
estudo destes fósseis é importante para geólogos e biólogos.<br />
http://www2.igc.usp.br/replicas/menu.htm<br />
16
Os fósseis são importantes para os geólogos porque permitem identificar aspectos<br />
referentes ao movimento dos continentes e ao clima da Terra. Além disso, podem<br />
indicar também onde estão localizados hoje os combustíveis fósseis, que tem<br />
grande valor econômico e importância para nossa sociedade. Já os biólogos vêem<br />
nos fósseis evidências que lhes permitem compreender como surgiu e como se<br />
modificou a vida na Terra<br />
ao longo de milhões de<br />
anos.<br />
Um exemplo de fóssil<br />
famoso e importante para a<br />
compreensão da evolução<br />
dos seres vivos é o fóssil<br />
de animais conhecidos<br />
como Archaeopteryx do<br />
período Jurássico. Muitos<br />
paleontólogos afirmam que<br />
estes seres pertencem a<br />
uma linhagem extinta de<br />
dinossauros que possuíam<br />
penas. Este fóssil indicou<br />
que as aves descendem de<br />
um grupo de dinossauros<br />
que não se extinguiu. Por<br />
isso, as aves foram<br />
consideradas como<br />
"representantes vivos" dos<br />
dinossauros no planeta.<br />
Mas a descoberta de outros<br />
Fóssil e reconstrução do Archaeopteryx no Museu de História Natural de<br />
Genebra http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Archeopterix-img_0293.jpg<br />
fósseis pode mudar a forma como esta história vem sendo contada. A paleontologia<br />
é uma ciência muito dinâmica e instigante, porque a todo momento são descobertos<br />
novos fósseis que reabrem o debate sobre a história natural no Planeta.<br />
17
Se não fosse pela presença dos fósseis, que evidenciam a estrutura e as relações<br />
dos organismos com ambiente, o passado da Terra seria totalmente misterioso para<br />
o ser humano. A sucessão de fósseis nas camadas de sedimentos indica como se<br />
deu a evolução dos seres vivos ao longo do tempo geológico. Por exemplo, nas<br />
rochas pré-cambrianas não existem restos de conchas ou de carapaças. Já nas<br />
rochas sedimentares dos primeiros períodos da era paleozóica é possível encontrar<br />
restos de vestígios de todos os grupos de invertebrados. Os mamíferos só aparecem<br />
como uma fauna comum e abundante um após o desaparecimento dos dinossauros,<br />
o que significa que apesar da coexistência de mamíferos e dinossauros, os primeiros<br />
só vieram a se tornar predominantes a partir da extinção dos dinossauros.<br />
Algumas linhagens de seres vivos foram totalmente extintas. Este foi o caso do<br />
Trilobites que eram artrópodes marinhos muito abundantes no Planeta. Pelos<br />
registros fósseis encontrados é possível concluir que os trilobites formavam um<br />
grupo de animais com hábitos de vida e estratégias de sobrevivência bastante<br />
variadas.<br />
Exemplares fósseis de Trilobites<br />
http://hazen.ciw.edu/trilobites<br />
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Os fósseis são importantes não só para compreender a dinâmica da vida, como<br />
também os fenômenos geológicos e as mudanças de clima que já ocorreram no<br />
Planeta Terra. Por exemplo, o fato de que fósseis de determinado grupo de répteis<br />
foram encontrados em rochas do período Premiano tanto no Brasil como na África,<br />
aliado a constituição similar das rochas, indica que a América do Sul e África<br />
formavam um único continente.<br />
Os fósseis podem indicar as características da vida existente em determinado<br />
território e com isto evidenciar qual era o clima neste território, ajudando a<br />
compreender a dinâmica do movimento das placas tectônicas e dos continentes no<br />
planeta.<br />
Contar a história<br />
da evolução da<br />
vida na Terra<br />
significa<br />
compreender as<br />
condições que os<br />
seres vivos<br />
encontravam, os<br />
recursos que<br />
tinham disponíveis<br />
no ambiente para<br />
sobreviver e se<br />
reproduzir.<br />
Estes recursos se<br />
referem às<br />
Exposições como a do Carnegie Museum of Natural History, apresentam<br />
ao grande público a História Natural, conforme contada pelos estudiosos.<br />
http://www.pittsburghpanoramainc.net/images/natural_history_museum.jpg<br />
características da atmosfera, proporção dos gases, temperatura e etc. E também<br />
aos recursos alimentares, ou seja, quais seres vivos existiam e que podiam servir de<br />
alimento para outros. Trata-se de compreender como os seres conseguiram<br />
sobreviver em determinadas condições climáticas e obter energia nessas mesmas<br />
condições, seja através de alimentos que outros seres vivos produzem, seja<br />
captando a energia do sol e produzido seu próprio alimento. Contar esta história<br />
significa compreender as relações de parentesco entre os diversos grupos de<br />
organismos que já habitaram o Planeta. Compreender quais características os<br />
fizeram permanecer ou ser extintos em determinadas condições ambientais.<br />
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Imagens das exposições do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas<br />
http://www.pucminas.br/museu/index_padrao.php?pagina=216<br />
A história natural, revelada pelos fósseis, pode ser contada ao grande público,<br />
através de livros e exposições, como as do Museu de Ciências Naturais da PUC<br />
Minas, que estão retratadas nas quatro imagens apresentadas anteriormente.<br />
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Atividade 3 – Pesquisa sobre os Períodos Geológicos.<br />
A turma deve ser dividida em pequenos grupos, de três componentes. Cada grupo<br />
irá pesquisar sobre um Período geológico:<br />
Toda a Era Pré Cambriana.<br />
Da Era Paleozóica: Cambriano; Ortoviciano; Siluriano; Devoniano; Carbonífero;<br />
Permiano.<br />
Da Era Mesozóica: Triássico; Jurássico; Cretáceo<br />
Da Era Cenozóica: Terceário; Quaternário<br />
Cada grupo e irá pesquisar sobre os seguintes aspectos referentes ao seu Período:<br />
- Como era a conformação dos continentes. (Neste item o ideal é que os grupos<br />
representem a conformação dos continentes sobre o mesmo suporte. Por exemplo,<br />
usar o formato de um mapa-mundi único para toda a turma para que os alunos usem<br />
o mesmo espaço e tenham uma idéia da movimentação das placas tectônicas ao<br />
longo do tempo geológico, após a elaboração feita por todos os grupos).<br />
- uma descrição do clima do período;<br />
- uma descrição das formas de vida existentes,<br />
- representação dos tipos de seres vivos mais abundantes.<br />
Após a pesquisa, os alunos devem fazer uma representação das características do<br />
período através de maquetes, desenhos ou outros recursos para a representação<br />
(quadrinhos, tecnologias de comunicação ou teatro) para apresentar para toda turma<br />
o resultado da sua pesquisa.<br />
A ordem das apresentações deve seguir preferencialmente a do tempo geológico<br />
(do surgimento da Terra aos dias atuais ou o contrário). Pode ser feita também uma<br />
única linha do tempo geológico para toda a turma, em que os alunos marquem o<br />
período ao qual estão se referindo.<br />
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Sites indicados:<br />
• Oficina de réplicas do Museu de Geociências da USP<br />
http://www2.igc.usp.br/replicas/abertura.htm<br />
• Revista Ciência Hoje das Crianças___ http://cienciahoje.uol.com.br/235<br />
• Revista Ciência Hoje On Line ____http://cienciahoje.uol.com.br/view<br />
• Sessão de Assistência ao Ensino do Museu Nacional<br />
http://www.museunacional.ufrj.br/SAE.htm<br />
• Setor de Paleovertebrados do Museu Nacional<br />
http://acd.ufrj.br/mndgp/pv/<br />
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