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www.arvoredoleite.org<br />
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Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG),<br />
antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a<br />
Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do<br />
ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu<br />
nome foi alterado para o atual.<br />
Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e<br />
conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta<br />
REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você.<br />
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ANAIS DA<br />
)E)E . a fmana do 1Catícínísta<br />
De 7 a 11 de julho de 1975<br />
rO(ffdíngs of· thc 26th .Ratíonal iJaíry fflccting<br />
July 7 to 11/1975 - Dairy<br />
Institute "Câ ndido Tostes"<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS<br />
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />
Pre.sidente<br />
Helvécio Mattana Saturnino<br />
Conselheiros<br />
Armando Duarte C'Osta<br />
Geraldo Dirceu de Resende<br />
Mário Barbosa<br />
Paulo Mário Del Giudice<br />
Sebastião Cardoso Barbosa<br />
Sílvio Nogueira de Souza<br />
- EPAMIG ..:..<br />
DIRETORIA EXECUTIVA<br />
Presidente<br />
He,lvécio Mattana Saturnino<br />
Diretor de Operações Técnicas<br />
Helvécio Mattana Saturnino<br />
(respondendo interinamente)<br />
Diretor de Administracão e financas<br />
Gera ldo Dirceu d'e Resende '<br />
COMISSÃO DE REDAÇÃO<br />
Diretor<br />
Cid Maurício Stehling<br />
Editor-Secretá ri'O<br />
Hobbes Albuquerque<br />
Redatores Técnicos<br />
Otacílio Lopes Vargas<br />
José Frederico de Magalhães Siqueira<br />
Valter Esteves Júnior<br />
Hobbes Albuquerque<br />
Secretária<br />
Marylande Rezende<br />
Colaboradores<br />
Professores, Técnicos e Alunos .<br />
CONSELHO FISCAL<br />
Conselheiros efetivos<br />
Cícepo Augusto de Góes Monteiro<br />
João da Costa Lisboa<br />
José Antônio Torres<br />
Con.selheiros suplentes<br />
Antônio José de Araújo<br />
Pedro Azra Malab<br />
Wagner Saleme<br />
Revi5hôl do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", n. 1 -<br />
Juiz de Fora, Institut,o de Laticínios "Cândido Tostes", 1946 .<br />
v. ilust. 23 cm<br />
1946 -<br />
n. 1-19 (1 946-48), 27 cm, com o nome de Felctiano. n. 20-73 (1 948-57),<br />
23 cm, com o nome de ,Felctiano.<br />
A partir de se:tembro 1958, com o nome de Revista , do In.stituto de<br />
Laticínios "Cândido Tostes" .<br />
1. Zootecnia - Brasil - Periódicos . 2 Laticínios - Brasil - Periódicos.<br />
I. Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed.<br />
CDU 636/637(81 )(05)<br />
o<br />
Revista do ILeT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. l<br />
REVISTA 'DO INSTITUTO DE LATiCíNIOS<br />
1. ls .<br />
tlação da 26.a Semana do Latlclnlsta.<br />
...... . ................ . .. 2<br />
2. Notas .sohre avaliação de queijo e<br />
texto explicativo de diapositivos sobre<br />
defeitos em queijos. Lytzhoe'ft-<br />
Petersen, E. . .......... . .... . ..... 3<br />
3. Va lor hiolóRico de proteínas celulares.<br />
Terra N:N. e Col. ..... . .... 12<br />
4. Anál ise econômica do ponto de nivelamento<br />
das cooperativas rurais.<br />
Silva, J.L. . ......... . ............ 17<br />
5. 'Resíduos pesticida,s. Contaminação<br />
do leite e derivados e dos aliment'Os<br />
em Reral. Carneiro, J.J. ...... 25<br />
6. Fabricação do queijo Tipo Prato fazendo<br />
a salRa na massa. Pereira,<br />
A.J.J. e Oliveira, LS . ........... 31<br />
CÂNDIDO TOSTES<br />
SUMÁRIO<br />
Contents<br />
7. Ciassificação de queijos. Passani, M. 32<br />
8. Produção hiRiênica do leite cOm vistas<br />
a fabricação de queijos. Padrõe.s<br />
LeRislação brasileira. Rocha, J.P. 33<br />
9. A indústria de laticíni'Os brasileira.<br />
Valente, L. P. ................. . .. 37<br />
10. Selecões laticinistas mundiais -<br />
XX I I'Ii:). Série. Frensel, O. .... . ..... 45<br />
11. O ILCT - A escola profissionalizante<br />
perfeita. Lima, J . R. ........... 53<br />
12. SeRundo seminário da FAO sobre,<br />
admini,stração e ÇJerência da empresa<br />
de laticínios. Guimarães, P. ' " 56<br />
13. Efeitos do calor sobre o leite. Silva,<br />
J .C. e Col. .................. 61<br />
14. 26
JULHO A OUTUBRO DE 1975<br />
Revista do ILCT<br />
RELAÇÃO DE AUTORIDADES PRESENTES À INSTALAÇÃO<br />
. DA XXVI.a SEMANA DO LATICINISTA -<br />
07/07/75<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 3<br />
NOTAS SOBRE AVALIAÇÃO DE QUEIJO E TEXTO<br />
EXPLICATIVO DE DIAPO,<br />
DEFEITO,<br />
DA DIREITA PARA A ESQUERDA<br />
1. Dr. Ebbe Petersen, da FAO.<br />
2. Tenente São José, reprel$entando o co<br />
mandante da 4!:), R.M.<br />
3. Dr. José Gera ldo Chaves, da Fundação<br />
8. Dr. Paulo Caldeira Brant, Secretário da<br />
AÇ)ricultura Adjunto.<br />
9. Prof. Cid Maurício StehlinÇ), Diretor do<br />
ILCT.<br />
10. Sr. Ottq Frensel, Diret'or do Boletim do<br />
Leite.<br />
Cheese Evaluation<br />
Ebbe Lytzhoéft-Peterseri (*)<br />
João Pinheiro.<br />
11 . Dr. J.J. Carneiro Filho, Prof. "H.C" do<br />
4. Dr. Edson Clemente, Prof. da Es'cola de<br />
Veterinária da U.F.M.G.<br />
5. Dr. Pedro AUç:justo, Diretor da Cc.P.L.<br />
6. Pro'f.<br />
da Ass'oc. dos Ex-Alunos do ,I LCT.<br />
7. Dr. Geraldo Dirceu de Resende" Diretor<br />
Administrativo e Financeiro da BPAMIG,<br />
representando o Presidente' da 6P,<br />
Dr. Helvécio Mattana Saturnino.<br />
ILer·<br />
12. Dr. Alberto Duque Portuç:jal, do De·par<br />
to mento de Zootecnia da EPAMIG.<br />
13. Dr. Hercules Xavier, do IBC.<br />
14. Dr. Mário Alves Malafaia, Diretor Esta<br />
dual do Ministério da Aç:jricultura - DEMAJ<br />
MG.<br />
15. Dr. Mauríci'o Land, da SUDECOP.<br />
Em conjunto e em continuação da elaboraçã'O<br />
de queijos, é muito importante fazer<br />
uma avaliação do produto terminado,<br />
já ,que o resultado desta avaliação serve<br />
como um controle, do proce'sso de fabricaçã'O<br />
e indica I$e o produto é o desejado.<br />
Isto naturalmente, não quer dizer que o<br />
consumidor (ou o técnico) não possam critica<br />
r o tipo de queijo, mas se eles recomendam<br />
modificações relativamente ç:jrandes,<br />
isto deve, resultar n'o desenvolvimento<br />
Métodos de avaliação<br />
A avaliação de queijos pode ser dividida<br />
Jardas em doil$ da grupos Costa : Silva, o primeir-o Presidente utiliza métodos<br />
de química, física e microbiologia, e<br />
o segundo usa os sentidos humanos.<br />
- Avaliação por meio de méfodos AMIG, de química,<br />
física e microbiologia<br />
Entre estes métodos podem ser mencionados<br />
os seguintel$ :<br />
de um novo tipo de queijo.<br />
As exigências de cada tipo de queijo podem<br />
variar um pouco, depe'ndendo das condicões<br />
climáticas no local de conl$umO. P'Or<br />
exemplo, os queijos pa ra zonas tropicais<br />
são elaborados com menOr teor de umidade·<br />
e maior te'or de sal e também se usará<br />
um processo de acidificação mais forte e<br />
rápido.<br />
Também há bastante diferenca de um<br />
país para outro, ou de uma povíncia ou<br />
Estado para outro, a rel$peito do ç:jrau de<br />
maturaçã'o preferido. Se o transporte da indústria<br />
até o consumidor é lonç:jo e o tratamento<br />
no caminho não é o mais adequado,<br />
é necessário e,laborar o queijo com uma<br />
casca mais ç:jrossa e resistente ou proteger<br />
1. Análises da porcentaem de matéria ç:jorda<br />
do queijo, e expre-ssá-Ia em p'orcentagem<br />
de MG em matéria seca.<br />
2. Análises do teor de matéria seca/teor de<br />
umidade.<br />
3. Análises do teor de sal no queijo.<br />
4. Analisar o pH no queijo.<br />
5. Analisar o teor de impurezas no queijo.<br />
6. Analil$ar a maturaçã·o do queijo e sua<br />
profundidade.<br />
7. Analisar o ÇJrau de acidez na gordura<br />
do queijo. Método de Ducleaux.<br />
8. Analisar a contagem total de microrç:janismos<br />
totais e microrganismos ' especiais<br />
(Coli, etc.).<br />
9. Analisar o te-or de peptonas, aminoácidos,<br />
ácidos graxos livres, metais, etc.<br />
o queijo de outra maneira.<br />
\I - Avaliação com a ajuda dos sentidos da<br />
vista, olfato, gosto e tatO.<br />
Devido ao que foi anteriormente mencionad'o,<br />
é de suma importância que o fabricante<br />
de' queijo saiba, no momento de fabrica<br />
r o produto, o caminho e o tempo ,que<br />
demora para cheç:jar ao consumidor e também<br />
as exigêncial$ deste consumid'Or.<br />
Uma Clvaliocão levando tudo isto em<br />
conta; é um prócesso bastante amplo, e para<br />
fazer, corretamente, esta aval iação, é<br />
ne'cessário conhecer as normas e exigências<br />
para cada tipo e ao mesmo tempo sa ber<br />
para que mercado foi elaborado este queijo.<br />
Sem a ajuda dos sentidos humanos, não<br />
é p'Ossível avaliar a qualidade e va lor do<br />
queijo. Nesta qualificação avaliam-se as diferentes<br />
características uma por uma. Normalmente<br />
se faz da I$eguinte forma :<br />
1. Aspecto do queijo (formato, tamanho,<br />
marcas, por exemplo, selos COm nome,<br />
firma, etc. i embalagem, parafinagem) e<br />
casca (cor da casca, limpeza, ç:jrossura e<br />
resistência).<br />
(*) Diretor do "CENTRO REGIONAL DE CAPACITACIÓN Y DESSAROLLO EN LECHE<br />
RIA DA FAO PARA AMERICA L,ATINA<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 4 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCr<br />
2. Cor da massa.<br />
3. Construção do queijo (quantidade- e tamanho<br />
dos olhos) . .<br />
4. ConsioStência do queij-o.<br />
5. Odor e sabor.<br />
Esta avaliacão deve ser feita pela ordem<br />
aCima indicada. As prime,iras três características<br />
são avaliadas com a ajuda da<br />
vista, mas deve ser usado também o senti- .<br />
do do tato pa ra avaliar a resi-stência da<br />
casca,<br />
A consistência do queijo p'0de ser avaliada<br />
com o sentido do tato. Deve-se cortá-lo,<br />
rompê-lo e mastigá-lo.<br />
TEXTO EXPLICATIVO DOS DIAPOSITIVOS<br />
SOBRE DEFEITOS DE QUEIJOS<br />
1. - Queijo pré-prensado tipo Samsoe com<br />
diferente quantidade de água adicionada<br />
para o aquecimento no tanque.<br />
No queijo superior usou-se apenas<br />
1.00/0 de água para o aquecimento e<br />
o que·ijo apresentou gretaoS em seu<br />
interior e aspecto ácido.<br />
O qúeijo do centro foi aquecido na<br />
mesMa temperatura, mas usando 25010<br />
de água, e o queijo ficou normal.<br />
O queijo inferior foi aquecido com<br />
4·00/0 de água e em virtude disto ficou<br />
demasiado mole e também faltou aci<br />
dificação, ou seja o pH foi demasia<br />
do alto.<br />
Conclusão: Usar a mesma quantidade<br />
de água para o aquecime·nto de cada<br />
tanque dia riamente, a fim de poder<br />
fabricar queijos de qualidade<br />
uniforme. Controlando a temperatura<br />
da água e- aquecendo à mesma temperatura,<br />
automaticamente· se controla<br />
a quantidade de água adicionada.<br />
2. - Que-ijo pré-prensado tipo Samsoe, com<br />
duas oSemanas de maturação. O superior<br />
foi elaborado com leite ao qual<br />
se adicionou 0.22 U.I. de penicilina/<br />
ml de leite. O queijo do mei-o foi fabricado<br />
com 0.08 U.1. de penicilina/ml<br />
de. leite, e o ·q ueijo inferior foi fabricado<br />
com leite normal sem qualquer<br />
adição de penicilina ou outro<br />
antibiótico.<br />
Conclusão: É impossível fabricar queijos<br />
de primeira quando há presença<br />
de penicilina ou outro antibiótico no<br />
leite. Por isto devem ser feitas periodicamente<br />
análises de rotina no leite<br />
recebido na fábrica para elahoração<br />
de produtos lácteooS e as fraudes<br />
eventuais devem ser duramente casti-<br />
Ebbe Petersen: Conferência.<br />
gadas, uma vez que não só se destrói<br />
a qualidade dos produt·os lácteos,<br />
mas também constitui um grave perigo<br />
para a saúde humana.<br />
3. - Queijo pré-prensado tipo Samsoe.<br />
Notam-se olhos chamadooS "mecânicos".<br />
Esta falha se deve ao fato do<br />
bloco de queijo não ter sido colocado<br />
com cuidado na.s formas ou de ter<br />
sido apertado demasiadamente pelo<br />
operário.<br />
COnclusão: Tratar com cuidado os<br />
queijos, sem apertar a massa, sem<br />
golpeá-Ia ou efetuar outra manipulação<br />
inadequada.<br />
4. - Queijo pré-prensado tipo Samsoe.<br />
A greta e o olho irregular devem-.se' à<br />
formação de· "pelotas" no tanque durante<br />
a fabricação.<br />
Conclusão: Eliminar a possibilidade<br />
de formação de pelotas, ou seja, que<br />
muitos f:lrãos de massa de queijo se<br />
juntem numa pelota. Isto se consegue<br />
cortando os grãooS do mesmo tamanho,<br />
mediante uma agitação adequada e<br />
controlando para que a agitação chegue<br />
.a todos -os lugares do tanque.<br />
5. - Queijo pré-prensado tipo Samsoe.<br />
O queijo foi cortado imediatame-nte<br />
após sair da salmoura e se nota o defeito<br />
de muitos olhos pequenos na<br />
região imediatamente inferior à casca.<br />
1st-o se deve ao fato do sal ter<br />
entrado com muita velocidade entre<br />
os grãos da massa, ainda não mui-<br />
10 bem unidos.<br />
Também oSe nota o defeito de cor escura<br />
perto da casca (ver texto dos 3<br />
dispositivos seguintes de queijos do<br />
mesmo tanque de fabricação).<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág: 5<br />
6.<br />
- O mesmo queijo citado anteriormente,<br />
cortado depois da salmoura.<br />
Este queijo é normal. Isto se deve ao<br />
fato de, ter sido esfriado e .secado<br />
durante 24 horas antes de ser colocado<br />
em salmoura.<br />
7. - O mesmo queijo do item 5.-) mas<br />
com 6 semanas de maturacão.<br />
Como se recorda, este queijo não foi<br />
esfriado nem secado antes de ser colocado<br />
em salmoura.<br />
Nota-se muito claramente aoS mesmas<br />
-falhas, mas af:lora mais pronunciadas.<br />
8. - O mesmo queijo do item 6.-). Queijo<br />
normal e sem de·feitos. Como se<br />
recorda, este. queijo foi e·sfriado e<br />
se'cado antes de ser colocado em salmoura.<br />
COnclusão dos itens 5, 6, 7 e 8: O<br />
processo de salga dos queijos tem<br />
que ser feito de acordo com as indicações<br />
dadas para evitar defeitos.<br />
Também é preciso controlar a qualidade<br />
microbiana, concentracão e temperatura<br />
da sa lmoura e do' ambiente.<br />
Também o pH do queijo e o tempo<br />
que fica submergido na salmoura .são<br />
ponos de suma importância que devem<br />
ser controlados.<br />
9. - Amostra dos queijos maturados e pa ..<br />
rafinados.<br />
Um foi bem secado e temperado a<br />
12-14°C antes de ser parafinado. O<br />
outro, no qua l cresce'ram muitos funp,os<br />
na superfície, não foi bem secado<br />
antes de· .ser parafinado.<br />
O crescimento de fungos na superfície<br />
da casca logicamente é indesejável,<br />
causa muitas perdas e, ao que<br />
se supõe, estes queijos são vendidos<br />
por preços muitos abaixo daqueles<br />
bem apresentados.<br />
Conclusão: Secar bem os queijos,<br />
evitar que e-stejam muito frios no momento<br />
de serem transportados ao luf:lar<br />
onde vão receber o banho de<br />
oarafina, já que ist-o pode ocasionar<br />
condensação de água na superfície<br />
do queijo, com o resultado adverso<br />
que .se observa no dia positivo.<br />
10. - Queijo tipo Cheddar maturado.<br />
Apresenta uma ,falha igual à observada<br />
no diapositiv-o 9. O queijo não<br />
foi bem secado na superfície antes de<br />
ser parafinado.<br />
Conclusão: Corrigir o ma is cedo P.ossíve!<br />
esta falha, já que não só cres-<br />
digitalizado por<br />
cem fungos na casca .sem proteção,<br />
mas também o queijo perde pe·so,<br />
devido à evaporação, e se estes queijos<br />
são colocados nas máquinas cortadoras<br />
para embalagem em unidades<br />
pequenas, esta.s apresentarão um ma'u<br />
aspecto, com pedacinhos de parafina<br />
nos recortes, o que obviamente<br />
não estimula o consumo deste produto.<br />
11 . - Embalagem de queijos em bolsas de<br />
Cryovac.<br />
Este material tem tido muito êxito como<br />
embalagem para queijos. Todavia,<br />
é precis-o ter cuidado no momento<br />
de· embalar o que·ijo para ·evitar<br />
qualquer "bolsa" de ar que posteriormente<br />
causará crescimento de fungooS<br />
na .superfície do queijo.<br />
12. - Vedamento da bolsa de Cryovac submergindo<br />
o queijo na bolsa em água<br />
quente.<br />
Este process-o é necessário para fechar<br />
a estrutura química da bolsa por<br />
tratamento térmico. Depois deste processo,<br />
O O do ar não pode entrar,<br />
m as ,o<br />
turação do .queijo pode .sair. Todavia,<br />
quando sai excesso de vapor de água<br />
do tanque' onde está fervendo a água,<br />
os queijos que estão nas estantes ao<br />
lado, espe'rando ser em balados, naturalmente<br />
vão ter um excesso de<br />
água na superfície.,<br />
balaf:lem, produz um crescimento de<br />
fungos na superfície do queijo entre<br />
a casca e a bolsa de Cryovac.<br />
13. - A máquina de embalar em bolsa de<br />
Cryovac apresenta uma espécie de<br />
tunel onde o queijo recebe o tratamento<br />
térmico na temperatura· desejada<br />
e pelo tempo necessário.<br />
Conclusões dos itens 11, 12 e 13: O<br />
m aterial Cryovac para embalar queijos<br />
foi muito bem aceito pelo.s COnsumidores<br />
praticamente, em todos os<br />
mercados do mundo. Contudo é necessário<br />
usar outra técnica durante a<br />
elaboração de queijos que vão ser<br />
embalados em Cryovac, fabricando-os<br />
COm menor teor de umidade e controlando<br />
o pH no que,ijo para evitar<br />
que depois saia SOro livre nas bol<br />
.sas, o que lamentavelmente é uma<br />
falha muito comum.<br />
Igualmente é conveniente cuidar para<br />
·que todos os queijos do mesmo<br />
tip'O tenham o mesmo tamanho e<br />
arvoredoleite.org
Pág. 6 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
14.<br />
15.<br />
16.<br />
formato, a fim de ter um só tipo de<br />
bolsa para um só tipo de queijo. Se<br />
o queijo fica menor, utiliza-se malerial<br />
de embalagem em excesso, e<br />
se é demasiado Rrande', não se pode<br />
ou é muit,o difícil embalá-lo . bem e<br />
evitr bolsas de ar no lado oposto<br />
ao fechamento com o "clip".<br />
Ta mbém o.s queijos devem ter uma<br />
superfície lisa e seca antes de sere'm<br />
col'Ocados na bolsa.<br />
Esse diapositivo mOoStra dois queijos<br />
do mesmo tipo, do mesmo tanque.<br />
Contudo, nota-se no queijo N .o 2<br />
muitos olhos mecânicos. Ist'O se deve<br />
a que este quei·jo recebeu bastantes<br />
Rolpe,s e um tratamento pouco cuidad<br />
,? so durante a viraRem, e uma<br />
manipulação Rera l inadequada.<br />
O queijo N.o 4 recebeu um tratamento<br />
normal.<br />
Dois queijos diferentes para o mesmo<br />
tip'O.<br />
O queijo superior foi fabricado com<br />
le!te "tardio" . O queijo inferior com<br />
1 lte normal. Na última etapa do perlOO<br />
de lactação, modifica-se a composição<br />
do leite ; o teOr de lactose<br />
bixa, o onteúdo de· gordura, proteln:J<br />
e sais aumenta, e a re!acã'O 'entre<br />
os sais se altera; o Ca diinui e<br />
aumenta o teor de NaCI. O conteúdo<br />
de leucócitos aumenta também consi- .<br />
deravelmente.<br />
O método de fabricacão destes dois<br />
q,ueijos foi o me,smo. Por isto, a conclsão<br />
é d seguinte : Tratar de obter<br />
misturas da maior quantidade possível<br />
de leite de diversas fazendas leiteiras<br />
para que o leite "tardio" se<br />
misture com a máxima quantidade<br />
possível d6' leite normal, evitando ou<br />
diminuindo a'O mínimo o risco de ter<br />
esta falha no quei jo final.<br />
Queijo tipo pré-prensado, mas cOm<br />
muit05 olhos "mecânicos".<br />
Esta falha, muito pronunciada neste<br />
caso, deve-se ao mau tratamento da<br />
coolhada no ta nque e trata mento<br />
brusc'o durante a manipulação deste<br />
queijo durante o armazenamento.<br />
Conclusão: É importante o tratamento<br />
que, recebem os queijos tanto durante<br />
o processo de elaboração, como<br />
durante o armazenamento.<br />
18.<br />
19.<br />
17. - Este diapositivo mostra um queijo que 20 .<br />
recebeu agitação inadequada no tanque.<br />
Neste caso concreto produziu-se um<br />
corte na corrente elétrica e foi preciso<br />
terminar a agitação de forma<br />
manual. O tanque tinha 5.0.00 litros<br />
de leite e faltara m as ferramentaoS<br />
adequadas para fazer a agitação manu<br />
. almente, de forma correta, e o própriO<br />
operário não tinha experiência<br />
neste tipo de operaçã'o. Devido a isto,<br />
formara m-se bastantes "pelotas"<br />
e . e noto . muito claramente no diapo<br />
Sliwo a diferença de cor de distintas<br />
seções da massa, devido ao diferente<br />
teor de ,soro<br />
ça.s no pH.<br />
Conclusão: Importância de uma boa<br />
aRitação.<br />
Amostra dos queijos pré-prensados tipo<br />
Samsoe. O qU6'ijo superior ácido e<br />
com gretas, e 'O queijo inferior normal.<br />
A. falha apresentada no queijo supe<br />
rior se observa muito cOmumente e<br />
se deve, principal mente, aos seguin-<br />
tes fatores :<br />
a) um esfriamento demasiado rápido<br />
e brusco durante e imediatamente<br />
após a prenoSagem;<br />
b) o tempo de agitaçã'O no tanque<br />
não foi suficiente;<br />
c) a temperatura de aquecim6'nto não<br />
foi suficientemente ácida;<br />
d) pouca água disponível para fazer<br />
o aquecimento;<br />
e) A oalhada foi cortada em grãos<br />
mUito grandes ou/e muito irreg ulares.<br />
COnclusão: Controlar sempre a temperatura<br />
da água para o aquecimento<br />
e a temperatura ambiente na sala<br />
para prensar ó queijo.<br />
Queij'o com cavernas de soro. Nota<br />
-se, em uma destas, oos arredores descorados<br />
devido ao excesso de acidez.<br />
Esta falha se de,ve·<br />
que as formas individuais fora m<br />
cheios inadequadamente e possivelmente<br />
também com massa de diferente<br />
temperatura junto com as já<br />
formadaoS "pel'otas" com um alto teor<br />
de soro.<br />
Conclusão: Controlar também este<br />
processo a fim de fazer queijos uniformes,<br />
já ·que este erro é muito fácil<br />
de corrigir.<br />
Queijo tipo Cheddar com manchas de<br />
"ácido".<br />
Esta falha se deve a uma acidifica-<br />
'<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 7<br />
cão muito forte em combinacão com<br />
úm teor demasiado alto de úmidade.<br />
Conclusão: Controlar conti nuamente a<br />
atividade dos fermentos, a quantidade<br />
de fermento adicionada no tamque<br />
e o tempo do processo no tanque,<br />
cOmo também o pH no queijo durante<br />
a pré-prensagem e 24 horas após<br />
a elaboração.<br />
21 . Queijo pré-prensado tipo SCimsoe.<br />
Nota-se clara mente o excesso de olhos<br />
irreRulares e muito grandes neste<br />
queijo. A fa lha é lamentavelmente<br />
bastante comum e se deve à atividade<br />
de bactérias esporógenas. Estas<br />
bactérias aparecem sempre no leite<br />
produzido .sob más condições higiênicas,<br />
ou pelo uso de silagem mal preparada<br />
como alimento do Rado leiteiro.<br />
Conclll1sões: PaRar o leite de acordo<br />
com sua qualidade, e no processo de '<br />
fabricação u,sa r, se for permitido, nitrato<br />
misturado com bromatos. Também<br />
se pode eliminO!" esta falha usando<br />
o processo de bactofugação que,<br />
certamente, é ba,stante caro.<br />
22 . - Queijo Pré-prensado tipo Samsoe.<br />
Nota-se muito clara mente a cor escura<br />
imediatamente abaixo da casca.<br />
Esta falha pode ser causada por<br />
vá rios fatores :<br />
o) secaqem muito rápida e forte;<br />
b) adição de nitrato em 6'xcesso ao<br />
lado de um resfriamento rápido<br />
do queijo após a prensagem;<br />
c) salRa em salmoura concentrada<br />
com temperatura demasiado alta<br />
(temperatura adequada : 11-1 4°C);<br />
d) Um teor muito alto de nitrito na<br />
.salmoura em combinacão com uma<br />
temperatura muito báixa da salmoura<br />
e uma forte acidificação no<br />
queijo.<br />
e) O queijo não foi esfriado nem secado<br />
a fim de ter tempo para formar<br />
suficiente casca antes de ser<br />
colocado na salmoura.<br />
digitalizado por<br />
Conclusão : Controlar a salmoura como<br />
se indicou anteriormente.<br />
23 . - AmOstra dos queijos pré-prensados<br />
tipo IIDanbo"<br />
O quei jo superior é normal e o queijo<br />
inferior apresenta uma iniciação<br />
demasiado precoce de produção de<br />
ÇláoS anidrido carbônico.<br />
' Os queijos são fabricados com duas<br />
diferentes bactérias aromáiicas n'o<br />
fermento láctico : Streptoeoecus diacetilactis<br />
e Leueonostoe" citrovorum. O<br />
primeiro inicia sua produção de C02<br />
a um pH de 6,2 e o Le. eitrovorum a<br />
um pH de 5,2. Devido a isto, se há<br />
uma percentagem muito gmnde nas<br />
bactérias aromáticas do fermento de<br />
St. diacetilactioS, este inicia a produção<br />
de C0 2 de f'Orma precoce e produz-se<br />
no qu6'ijo o aspecto que se vê<br />
no dia positivo.<br />
COnclusão : Controlar o fermento láctico<br />
diariamente, comprovando sua<br />
atividade, o conteúdo de bactérias<br />
lácticas e a quantidade de,las no<br />
mesmo.<br />
24 . - Um queijo Emmenthaler com olihos de<br />
tamanho irreRular e uma distribuição<br />
de olhos inadequada no queijo.<br />
Este queijo foi fabricado com leite<br />
cru de má qualidade, mas sob ótimas<br />
condiçõe,s higiênicas e técnicas<br />
na fábrica.<br />
Conclusão: PaRa r o leite cru de acordo<br />
com a sua qualidade', a fim de<br />
obter matéria-prima de primeira.<br />
25 . - Queijo Emmenthaler - o rei dos queijos.<br />
Difícil elaborar um melhor.<br />
Observação: Os itens 11, 12 e 13 foram<br />
iluoStrados com "slides". Não<br />
há uma reprodução fotográfica<br />
dos mesmos.<br />
Resumo do Curso sobre Defeitos de Queijos<br />
ministrado durante a XXVl.a Semana do<br />
Lacticinista pelo DI'. Ebbe Petersen.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 8 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 9<br />
digitalizado por<br />
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Pág. 10 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 11<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 12 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
VALOR BIOLÓGICO DE PROTEíNAS CELULARES<br />
Food Efficiency of Single-Cell Protein<br />
RESUMO<br />
Os autores determinaram os Coeficientes<br />
de Eficácia Alimentar e Protéica de proteínas<br />
celulares obtidas através da fermentação<br />
do soro do leite pelo Kluyveromyces<br />
fragilis (Jorgensen).<br />
O prüduto biomassa 11 (levedura mais<br />
proteínas do soro) apresentou Coeficiente<br />
de Eficácia Alimentar que se, aproximou do<br />
da caseína.<br />
O Coeficiente de Eficácia Pro'léica tanto<br />
do biomassa I (levedura) como biümassa<br />
li, fora m semelhantes, não oferecendo diferença<br />
significativa ao nível de· 5%. Ambol$<br />
os produtos ensaiados apresentaram elevado<br />
conteúdo de lisina.<br />
Os autores recomendam a util izacão dos<br />
produtos ensaiados, na suplementação das<br />
rações alimentares humanarS ou animais.<br />
SUMMARY<br />
The authors determined the food efficiency<br />
of biomass I (yeast and biomass 11<br />
(yeast plus whe'y proteinrS). These products<br />
were obtained by fermentation of whey with<br />
Kluyveromyces fragilis (Jorgensen).<br />
The bi-omass 11 was the product that showed<br />
the dosesl food efficiency to casein.<br />
Ali the products were rich in Iysine but<br />
the quality of protein recommendrS that they<br />
must be used only in the, supplementation O'f<br />
dietary protein.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O déficit protéico mundial, determinou<br />
atenção especial aos processos microbiológicos<br />
de produção de alimentos, pois 'esses<br />
procerSsos utilizando matéria-prima de baixo<br />
custo, produzem proteína de boa qualidade<br />
(14, 23).<br />
(*) Nelcindo Nascimento Terra<br />
(*) Adalberto C. Meller<br />
(*) Eurico Mussoi<br />
(*) lie Eunice Vanti Abreu<br />
(*) Marco A. R. de Brum<br />
FunÇJos e leveduras, lançados sobre substratos<br />
de fácil aquisição, ao se reproduzirem<br />
intensamente fornecem biomassas com elevado<br />
teor protéico (1 , 5, 7, 10, 11, 12, 13,<br />
15, 16, 17, 18, 19, 2,0, 21 , 22, 24, 27).<br />
O conhecimento da composição química<br />
do alimento permite apenas a avaliação<br />
provável do seu valor nutritivo (6) daí o presente<br />
trabalho propor-se através da experimentação<br />
biológica, obter informações<br />
completas sobre o real valor alimentício de<br />
biomassas obtidas através da fermenta cão .<br />
do soro de leite.<br />
2 - MATERIAL E MÉTODOS<br />
2.1 - MATERIAL<br />
Constou de biomassa I (Ie-vedura) e biomassa<br />
" (levedura e proteínas do soro) obtidas<br />
através da fermentacão descontínua do<br />
soro de leite pelo Kluyveromyces fragillis<br />
(Jorgensen). Os produtos acima mencionados<br />
apresentavam-se sob a forma de um pó<br />
esbranquiçado e praticamente destituído de<br />
sabor e odor.<br />
2.2 - MtTODOS<br />
Os Coeficientes de Eficácia Alimentar<br />
(CEA) e Protéica (CEP) foram determinados<br />
de acordo com arS normas preconizadas pela<br />
AoAc (3L usando, como padrão a caseína<br />
a nível de 10% na ração.<br />
C-omo anima is-teste, foram empregados<br />
ratos albinos, linhagem WISTAR, divididos<br />
em três grupos de seis animais cada um,<br />
mantidos em gaiolas individuais pelo espaco<br />
. de 28 diarS.<br />
As racões isocalóricas, isocelulósicas e<br />
isoprotéicas, no tocante ao percentual de<br />
proteína (e diferentes quant-o à qualidade),<br />
(*) Docente do Departamento de Tecnologia Alimentar do Centro de Ciências Rurais<br />
da Universidade Federal de Santa Maria.<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975<br />
foram elaboradas de acordo com o indica<br />
do pela AOAC (3) .<br />
Cada grupo de animais teve o percentual<br />
de proteína representado respectivamente,<br />
por: caseína (comercial), biomassa I<br />
e biomassa 11.<br />
Os aminogramas foram traçados com<br />
aparelho Beckman modelo 120 C.<br />
TABELA I<br />
3 - RESULTADOS<br />
Pág. 13<br />
Os resultados obtidos encontra m-se nas<br />
Tabelas I. 11, 111 e IV.<br />
Composição centesimal dos produtos ensaiados (g/1 00 g de produto integral)<br />
Frações Biomassa I Biomassá 11<br />
Umidade 4,93 ± ,0,07 4,93 ± ],07<br />
Proteína (Nx6,25) 53,06 62,03<br />
Extrato etéreo 4,91 4,27<br />
Cinza 6,57 4,,02<br />
Nifext (por diferença) 30,53 24,75<br />
TABELA 11 TABELA 111<br />
Aminogramas dos produtos ensa iados (aminoácidos<br />
em mg/l 00g de amostra original)<br />
Aminoácidos<br />
Lisina<br />
Histidina<br />
Amônia<br />
Arginina<br />
Acido Aspártico<br />
Treonina<br />
Serina<br />
Acido glutâmico<br />
Prolina<br />
Glicina<br />
Alanina<br />
Meia cistina<br />
Valina<br />
Metionina<br />
Isoleucina<br />
Leuci na<br />
Tirosina<br />
Fen ilalanina<br />
Biomassa<br />
4298<br />
1105<br />
1114<br />
1986<br />
4885<br />
2335<br />
2228<br />
6900<br />
1681<br />
1546<br />
2245<br />
1067<br />
3226<br />
573<br />
2309<br />
4526<br />
1721<br />
1966<br />
Biomassa 11<br />
6600<br />
1800<br />
380,0<br />
2090<br />
5900<br />
3160<br />
3:050<br />
9540<br />
2680<br />
146,0<br />
3360<br />
1940<br />
2950<br />
9.00<br />
2520<br />
5770<br />
2310<br />
2240<br />
digitalizado por<br />
Coeficientes d Eficácia Alimentar (CEA) e<br />
Eficácia Protéica (CEP) para cada animal<br />
utilizado em cada um dos três grupos<br />
Grupo Animal<br />
Contro le 1<br />
(caseína) 2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
Biomassa I 7<br />
(levedura) 8<br />
9<br />
1,<br />
11<br />
12<br />
Biomassa II 13<br />
(levedura e 14<br />
proteínas do 15<br />
soro) 16<br />
17<br />
18<br />
CEA<br />
0,323<br />
0,320<br />
0,323<br />
0,320<br />
-0,320.<br />
0,323<br />
0,229<br />
0,21 1<br />
0,1 43<br />
,0,229<br />
0,229<br />
0,21 1<br />
0,254<br />
0,253<br />
0,254<br />
,0,256<br />
0,254<br />
0,254<br />
CEP<br />
3,346<br />
3,316<br />
3,346<br />
3,316<br />
3,31 6<br />
3,346<br />
2,678<br />
2,465<br />
1,678<br />
2,678<br />
2,678<br />
2,465<br />
2,675<br />
2,673<br />
2,675<br />
2,677<br />
2,675<br />
2,675<br />
arvoredoleite.org
Pág. 14 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
Teste de Tukey para as méd ias de Coe·fici<br />
ciente de 6ficácia Protéica<br />
TABELA IV<br />
ente de Eficácia Alimenta r (CEA) e Coefi<br />
(CEP) dos ÇJrupos estudados.<br />
Gwpo CE A CEP<br />
Caseína (Controle)<br />
Biomassa I<br />
Biomassa 11<br />
Média<br />
0,3214<br />
0,2,086<br />
.0,2541<br />
4 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS<br />
A creo$cente util ização da proteína celu<br />
lar tanto na alimentacão animal como hu<br />
mana, exige ensaios 'q uanto a'o se . u valor<br />
nutricional que parecem estar relacionados<br />
não só com o microrÇJanismo produtor co<br />
mo COm a técnica utilizada na sua produ<br />
cão 26, 28.<br />
,<br />
Os produtos ensaiados, tanto o Biomas<br />
sa I como o Biomassa 11, foram elaborados<br />
observando-se a técnica já descrita em tra<br />
balho anterior 2 9, e utilizando como substra<br />
to soro de leite conseqüente à fabricação de<br />
queijo tipo Prato.<br />
O Coeficiente de Eficácia Alimentar do<br />
Biomassa 11 superou o do Biomassa I, apro<br />
ximando-se do apresentado pelo ÇJrupo con<br />
trole (caseína) que variou de 0,320 a 0,323.<br />
O grupo que teve, como fonte protéic ,<br />
o Biomassa I, apresentou o menor crescI<br />
mento no e'ntanto o seu Coeficiente de Efi<br />
cácia Protéica não apresentou diferença significativa,<br />
através do Teste de Tukey ao<br />
nível de 5010.<br />
Tanto o grupo alimentado com Biomassa<br />
I como com o Biomassa II apresentaram<br />
o Coeficiente de Eficácia Protéica inferior<br />
ao do ÇJrupo controle (caseína), informando<br />
a presença de um desequilíbrio nos aminoácidos<br />
daquelas proteínas, apesar do Biomassa<br />
II possuir além da proteína levedurínica,<br />
as proteínas do soro do leite. Pelos<br />
amin'ogramas (Tabela 11) podemos visualizar<br />
que o Biomassa II apesar de ter sofrido<br />
uma suplementação nos seus aminoácidos<br />
sulfurados, continuou com baixo teor<br />
de metionina.<br />
Vários autores 2,4, 8, 30 ao ensaiarem biologicamente<br />
leveduras, constataram o desiquilíbrio<br />
acima mencionado.<br />
Os aminogramas indicam que os produtos<br />
ensaiados possuem elevada quantidade<br />
de lisina, lembra ndo a poso$ibilidade' destes<br />
Tukey 5% Média Tukey 5°/0<br />
A 3,3309 A<br />
C 2,4403 B<br />
B 2,6749 B<br />
produtos serem utilizados nas suplementação<br />
de cereais ou seus produtos.<br />
FEV'RIE'R et alii 9 comparando a eficácia<br />
de fontes de nitroÇJênio na alimentação de<br />
porcos, constataram que, em rações à base<br />
de torta de soja, não é neceso$ária a suplementação<br />
da levedura do soro do leite<br />
cOm metionina.<br />
ELMADFA e MENDEN 8 ao verificarem o<br />
papel limitante da metionina nas proteínas<br />
celulares, aumentaram o grau de eficiência<br />
protéica da levedura seca (C. utilis), através<br />
da suplementação cOm 0,2010 de metionina.<br />
Constataram também que o exaqero na<br />
suplementação com metionina, determinou<br />
alterações no fígado de ratos.<br />
PRESS et alii determinaram que a ração<br />
para porcos contendo 10010 de Biomao$sa I<br />
possibilita o maior ganho percentual diário<br />
de peso.<br />
Pelo exposto, acreditamos ser útil o empreÇJo<br />
do Biomassa 11 na complementação<br />
de rações para animais ou de outros alimentos<br />
destinados ao uso humano.<br />
5 - CONCLUSõES<br />
Tendo em vista os resultados obtidos,<br />
parece-n'os lícito concluir que:<br />
1) O produto Biomassa II apresentou<br />
Coeficiente de Eficácia Alimentar que se<br />
aproximou do da caseína.<br />
2) O Coeficiente de Eficácia Protéica<br />
tanto do Biomassa I cOmo do Bi'omassa 11,<br />
foi semelhante, não oferecendo diferença<br />
significativa ao nível de 50/0.<br />
3) Tanto o Biomassa I como 'o Biomassa<br />
li, não devem ser utilizados na alimentação<br />
como únicas fontes protéicas.<br />
4) Os produtos Biomassa I e Biomassa<br />
II a presentaram elevado conteúdo de lisina,<br />
possibilitando a util ização dos mesmOs<br />
na suplementação de cereais.<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 15<br />
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23-25, 1 974.<br />
24 - PONCET, P. - Methods for the- utilization<br />
of whey. Fr. patent n.o 1.430.957,<br />
1966.<br />
25 - PRESS, J. et alii - Nutritional value of<br />
dried yeast treated whey. I. Feed characteristics<br />
and results of calf nourishmente<br />
Rocz. Inst. Przem. Mlecz., 11<br />
(6) :37-52, 1969. Apud C. A. 74 (1 3):<br />
62.095 w, 1971.<br />
26 - PRONCZUK, A. & CISZEWSKA, A. -<br />
Influence of yeast nucleic acids 'Ün the<br />
nutriotional value of supplemented proteins<br />
Work Documents IV International<br />
. Congress of Food Science and Technology:<br />
27-29, 1974.<br />
27 - SECOMSKA, B. et alii - Enrichment of<br />
bread with dry skim milk and dried<br />
yeast. I. Org a noleptic evaluati'Ün and<br />
composition and nutritional value of<br />
enriChed bread. Rocz. Panstw. Zak.<br />
Hig., Warszaw, 24 (2) : 195-204, 1973.<br />
28 - SEELEY, R. D. et alii - Protein isolate-s<br />
from bakers yeast. Work DOcuments<br />
IV International Congress of Food Seience<br />
and Technology: 73-74, 1974.<br />
29 - TERRA N. N. - Soro de leite, matéria<br />
-prima para obtenção. de levedura comestível.<br />
São Paulo, 1974. (Tese, Faculdade<br />
de Ciências Farmacêuticas USP,<br />
mimeografada).<br />
30 - WASSERMAN, A. E. - The rapid conversion<br />
of whey to yeast. Dairy Eng.,<br />
London, 77 (1 1):374-379, 1960.<br />
AGRADECIMENTOS<br />
Nos.sos melhores agradecimentos ao Prof.<br />
Assist. Valduíno Stefanel pela realização dos<br />
estudos estatísticos, bem como, à FAPERGS<br />
que p'Üssibilitando a participação de um dos<br />
autOres no IV Congresso Internacional de<br />
Ciência e Tecnologia dos Alimentos, permitiu<br />
um maior enriquecimento deste Trabalho.<br />
Revista do ILCi Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 17<br />
ANÁLISE ECONOMICA DO PONTO DE NIVELAMENTO<br />
DAS COOPERATIVAS RURAIS:::<br />
Economical Analysis of Rural Cooperatives Equilibrium Point<br />
INTRODUÇÃO<br />
Os administradores das cooperativas rurais<br />
não têm atentado bem para o valor<br />
e-conômico que a análise do ponro de nivelamento<br />
de suas entidades pode trazer como<br />
elemento de. decisão para a administração<br />
a, o planejamento.<br />
As cooperativas rurais, ao que parecem,<br />
.sempre f.oram mais r-sguardadas dos desastrosos<br />
efeitos da "bancarrota" face aos limitados<br />
tipos de produtos e a 11 eterna" escassez<br />
deles nos mercados nacionais.<br />
Econômica e administrativamente as cooperativas<br />
rurais não sã'Ü analisadas como<br />
as demais, daí ta lvez, os poucos e-studos<br />
desta natureza.<br />
O setor agrícola progride nos mercados<br />
competitivos passando por isto a ser um<br />
negóci'Ü comercia l e, portanto, um setO r<br />
também lucrativo. Medida.s políticas, postas<br />
em prática nos últimos anos, foram empreç:jadas<br />
de modo a estabelecer a infra-estrutura<br />
de. armazenagens, transportes, informações<br />
de. mercado, preços mínimos compatíveis,<br />
assistência técnica mais evoluída e<br />
crédit'Ü mai.s simplificado e atuan1e. - Com<br />
estes elementos políticos os empresários<br />
rurais estão sendo estimulados a mudar de<br />
atitudes e de tecnologia's,<br />
produção COm outro enfoque : o comercial.<br />
Não basta, é evidente, querer modernizar,<br />
mudar de tecnologia, aumenta r a produção,<br />
recombinar eficientemente os recur.sos disponíveis,<br />
se não houver preocupações econômico-financeiras<br />
com o negócio. Pa ra<br />
tanto, é preciso analisar a estrutura da produçã'Ü<br />
e com ela o conhecimento do ponto<br />
de nivelamento da empresa, com base na<br />
capacidade de produção instalada.<br />
Josué Leitão e Silva * *<br />
O assunto é conhecido pelos empresários<br />
industriais, banqueiros a· outros, faltando<br />
apenas que as cooperativas rurais, venham<br />
também com ele se familiarizar para<br />
administrarem com mÇlis segurança.<br />
Objetivos<br />
O objetivo centra l conSÍ:ste em mostrar<br />
como S6' obtém o ponto de nivelamento da<br />
cooperativa rura l, usina beneficiadora de<br />
leite e especificamente : .<br />
• demonstrar os cálculos para 6ua obtenção;<br />
• analisar sua importância para as tomadas<br />
de de-cisões ;<br />
• justificar a necessidade de seu uso na<br />
administração rura l.<br />
As Receitas na Empresa Rural<br />
As receitas na empresa rural, como nas<br />
co'Üpe.rativas são obtidas com as vendas da<br />
produção agrícola e da produção pecuária,<br />
conforme sua linha de produção 4.<br />
As receitas .são, rodovia, definidas segundo<br />
os seguintes itens :<br />
pela produção física da empresa, isto<br />
é, pelo volu me, da produção. Este volume,<br />
por sua vez, vai depende-r do<br />
tamanho ou volume dos negócios e<br />
da capacidade instalada em operação;<br />
• pelo preço de mercado, isto é, pelas<br />
vendas efetuada.s ao preço de mercado<br />
. Se os preços não variarem, as receitas<br />
variariam apenas com a produção.<br />
* Trabalho apresentado na XXVI.a Semana do Laticinista, do ILCT.<br />
* * Eng .-Agr. M. S. Professor-Adjunto da UFV.<br />
4) LEITÃO E SILVA, J. Curso de Planejamento da Empresa Rural. Viçosa - DER, 1973.<br />
145 p. I Mimeografado I.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 18 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
(4) Op. cito<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 19<br />
Os preços são estimados nos estudos de Com estes element'Os constrói-se, o pri<br />
mercado. A cooperativa com sua produmeiro diagrama, que Ç]eometricamente ofeção<br />
não vai variar o preço de mercador rece o ponto de nivelamento (fiÇ]ura 1).<br />
porque ela não é suficie·nte mente grande<br />
100<br />
nem está usando tecnoloÇ]ia ultra-avançada,<br />
o<br />
por isto sua receita será proporcional ao<br />
o<br />
<br />
volume produzido.<br />
4<br />
lO<br />
li ao .<br />
1-1<br />
J<<br />
Análise Econômica do Ponto de Nivelamento<br />
<br />
't <br />
O ponto de nivelamento conômico-fi 60<br />
41<br />
nanceiro é um instrumento de a nálise, de<br />
'O<br />
se·nvolvido na Administração Rural para se <br />
:5<br />
conhecer como andam não só a rentabili<br />
-8<br />
dade dos fatores de produção, como os<br />
resultados dos custos operacionais dos empreendimentos<br />
realizados.<br />
A análiser para oferecer a'O administrador,<br />
alÇ]o de efetivo, visa :<br />
• a preciar as margens de segurança com<br />
que se desempenha a produção face<br />
ao preço do mercado e os custos operaóonais;<br />
• a nalisar com a antecedência precisa,<br />
as variacões das receitas face aos<br />
efeitos d'os custos operacionais e as<br />
variações de mercado;<br />
• achar o ponto de nivelamento entre<br />
as variações das receitas e os custos<br />
operacionais, 'O que· lhe dá condições<br />
de ampliar ou diminuir o volume dos<br />
negócios para assegurar o lucro final,<br />
de acordo com a capacidade instalada<br />
para 'a produção,<br />
Para realizar a análise e torná-Ia mais<br />
clara e 'Objetiva, constróem-se diagramas<br />
que oferecem respostas às pe'rgunta.s :<br />
• que variações experimenta riam as receitas<br />
e as despesas da usina, se variar<br />
sua capacidade instalada?<br />
• qual seria a percentagem mínima de<br />
operação da capacidade instalada<br />
para que não .se registrem prejuízos?<br />
As respostas, uma vez disponha a administração<br />
de. dados contábeis, são simples<br />
de serem obtidas, quando utilizadas as fórmulas<br />
conhecidas .sobre 'O assunto,<br />
Obtenção do Ponto de Nivelamento<br />
Estabelecidos os custos fixos totais e os<br />
custos variáveis totais, obtém-se pelo s'Omatório,<br />
os custos totais. Mais dados são necessários,<br />
como, a receita total e a capacidade<br />
total instalada da usina, que na análise,<br />
deve ser considerada igual a 10.0010 4.<br />
40<br />
Variações do Ponto de Nivelamento despesas com as receitas quando atingiu a<br />
Com Variação da Receita<br />
um pouco mais de 30010 da capacidade de<br />
produção significando que o preço de mer<br />
As usinas têm tamanho e volume de necado estava elevado.<br />
gócios predeterminados, por isto, pode ser<br />
conhecido o volume físico para dada ca Ao preço de mercado pouco men'Os elepacidade<br />
Instalada. Para estes elementos vado, o ponto de nivelamento L2 subiu pa<br />
são também conhecidos os custos operaciora 50<br />
nais da empresa, bem como, estimados com<br />
margem de segurança, pelos estudos de<br />
mercado, a estimativa do preço do produto<br />
e as variacões dentro do ano fiscal 'Ou ano<br />
agrícola. ' ' .<br />
Em diagrama construído com os dados<br />
<br />
10<br />
da empresa, constantes de custos fixos, va<br />
<br />
;:;; 20<br />
riáveis, totais e estimativa da receita pela<br />
variação dos preços unitári'os do produto,<br />
pode-se obter, de imediato, os vários pontos<br />
de nivelamentos, quantas tenham sido<br />
as alte-rnativas de variações da receita (fi<br />
Porcentagem da capacidade instalada gura 2).<br />
FIGURA 1. Ponto de 'Nivelamento de uma<br />
Cooperativa de Leite.<br />
9<br />
9<br />
c<br />
c<br />
o<br />
o<br />
I/)<br />
A curva AB representa o custo fixo pa<br />
C()<br />
o<br />
o<br />
ra o empreendimento da empresa rural em 'i:<br />
'i:<br />
'o<br />
'o<br />
análise As curvas OE, representam o custo (j)<br />
Q)<br />
variável e a AO, custo total. Estes custos<br />
c<br />
c<br />
o<br />
o<br />
operacionais devem ser minuciosamente des E<br />
E<br />
critos conforme a tecnologia usada, o ta<br />
ti)<br />
manho e o volume dos negócios.<br />
Q)<br />
'"O<br />
A rece·ila está representada pela curva<br />
o<br />
'"O<br />
OR, baseada nos estudos de estimativas dos<br />
c<br />
preços de mercados e ·suas tendências, rea<br />
:::><br />
lizadas para a cooperativa.<br />
Q)<br />
Q)<br />
-o<br />
-o<br />
O pont·o L achado é o de nivelamento,<br />
ou seja, neste ponto, as receitas se igua<br />
1<br />
ti)<br />
Q)<br />
1<br />
l am às despesas. Foi obtido, pressupondo-se<br />
10<br />
1<br />
::E<br />
que o preço de mercado permaneceu cons<br />
IL<br />
tante, para efeito desta análise'. A este pre<br />
<br />
'10 80 90 100<br />
ço, foi p'ossível determinar a porcentaÇ]em<br />
da capacidade instalada, no ponto de ni<br />
Porcentagem da capacidade<br />
velamento L e qual seria a receita, se se ele<br />
instalada<br />
vasse a produção ou se se baixasse a produção.<br />
A partir daí, no primeiro caso, haveria<br />
lucro, até a capacidade de produçã'O FIGURA 2. Pontos de Nivelamentos com Re<br />
da usina ser eSÇ]otada, isto é, até atinÇ]ir a<br />
ceitas Variáveis pela Variação<br />
100010, o que na realidade é impossível e<br />
do Preço de Mercado.<br />
natural, face aos erros de cálculos e aos<br />
fatores não previstos que podem influir ne<br />
Ç]ativamente na produção. 0.0 mesmo modo<br />
no segundo caso, ter-se-ia a área de No ponto de nivelamento, Ll observa-se<br />
prejuízos porque a cooperativa iria diminuir que a cooperativa obteve equilíbrio das<br />
a produção para aquém do, ponto de nivelamento<br />
L.<br />
0 /0, porque' em1bor<br />
dade física seja elevada, o custo de produçã'O<br />
neste ponto é também elevado por<br />
unidade produzida, em relação à capacidade<br />
total instalada. Do mesmo modo oCOrreu<br />
com o ponto L3 , só que a rece·ita se<br />
iÇ]ualou à despesa, quando a usina esg otou<br />
sua capacidade instalada, o que demonstra<br />
que o preço de mercado esteve muito baixo.<br />
Vale salientar, neste e·studo, as áreas de<br />
prejuízos e as de lucros. Considerando-se a<br />
ordem reÇll'essiva d'os va lores dos preços de<br />
mercado, para a unidade física do produto,<br />
observa-se que à prOporção que a área<br />
de prejuízo aumenta, a de lucros diminui.<br />
Daí a lição a ser tiradar é que a cooperativa,<br />
de modo Ç]eral, deve produzir o que<br />
o mercado mais desejar paga melhor e o<br />
que· melhor produz ao custo mais baixo, de<br />
modo que o ponto de nivelament'O possa<br />
ser considerado econpmica mente satisfatório,<br />
isto é, estejâ em torno de 30% da capacidade<br />
instalada. Com Variação dos Custos<br />
Outra alternativa que pode ocorrer na<br />
obtenção do ponto de nive·lamento, para o<br />
qual o administrador rura l deve também<br />
estar atentor é quando ocorre va riação nos<br />
custos, face as tecnologias diferentes que<br />
podem ser usadas para a produção de um<br />
mesmo produto.<br />
Para estudar o caso, analisam-se duas<br />
variacões de· custos fixOs e duas de custos<br />
variáeis, alternadas entre si. Para facilitar<br />
a análise, constroem-se quatro diagramas<br />
(figura 3).<br />
Nesta análise, são mantidos constantes<br />
os precos de mercado que garantem renda<br />
fixa, variando apenas os custos operacionais<br />
2.<br />
(2) CEPALlAAT - Manual de Proietos de Desenvolvimento Econômico - 2 Tomos. Brasília<br />
- M.A., 1969. 299 p. IDuplimaticl.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 20 JULHO A OUTUBRO DE 1975 o Revista do ILCT Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 21<br />
--------------------------------------------------------------- ----------------------------------------------------------<br />
200 D<br />
Porcentagem da Capacidade Instalada<br />
FIGURA 3 o Pontos de Nivelamentos Obtidos<br />
com a Variação de Custos.<br />
Nos diagramas A e B, 06 custos variá<br />
veis são igua is, isto é, têm o mesmo valor<br />
total, 150 unid ades monetárias/ano mas os<br />
custos fixos são diferentes. Em A, o custo<br />
fixo é equivalente a 75 unidade6 monetá<br />
rias/ano e em B, a 50 unidades. Por este<br />
motivo em A, o custo total soma 225 uni<br />
dades monetárias ano, o que vai permitir<br />
um ponto de· nivelamento Ll, em 76010 da<br />
capacidade instalada da usina. Este caso<br />
revela que numa situação desta natureza 'a<br />
cooperativa tem po,sição pouco lisonjeira<br />
cara enfrentar as condicões de mercado<br />
porquanto tem de pôr e funcionamento a<br />
quase total capacidade instalada. Além dis<br />
to, a marÇJem de lucro, ou melhor, a área<br />
de lucro é reduzida, nã-o parecendo signi<br />
ficante" economica mente fa lando, com a<br />
tecnologia empregada, para se enquadrar<br />
no mercado competitivo.<br />
No segundo caso, em B, o custo t'Ütal<br />
soma 200 unidades monetárias. Como a receila<br />
é constante, o ponto de nivelamento<br />
L2 se realizou em 52% da capacidade<br />
instalada da usina. A área de lucro é bem<br />
mai-or do que em A, ma6 mesmo assim, ao<br />
que parece, é anti-econômico para a cooperativa<br />
pelo pouco volume de unidades monetáris<br />
de lucro, face· ao investimento empreÇJado.<br />
De qualquer modo, pode-se, 'Observar<br />
aue com a mudanca de tecnologia<br />
que mod ificou 'para menos o custo fixo de<br />
75 para 50 unidades monetárias ano, deu<br />
para encorajar a procura de n?va tecno-<br />
10ÇJia a fim de colocar a cooperativa em me-<br />
c<br />
c<br />
Ihor situacão 'econômica e de competir no<br />
mercado . .<br />
Nos diagramas C e D os custos variáveis<br />
são igua i,s entre si, têm -o valor de 1,00<br />
unidades monetárias/ano e· os custos fixos<br />
se mantiveram como os precedentes, isto<br />
é, 75 e 50 unidades, respectivament-e.<br />
Em C, o custo total somou 175, para a<br />
mesma receita fixa de- dante.s, o que permitiu<br />
variar 'O ponto de nivelamento b para<br />
52% da capacidade instalada da usina.<br />
Conquanto em C e B, os pontos de nivelamento<br />
sejam iguais, isto é, 52% da capacidade<br />
instalada, em C, a área de lucro para<br />
a usina é maior, porque aumentam as<br />
difere-nças entre receitas e despesas em<br />
maior proporção, à medida que vai sendo<br />
atingida a capacidade máxima in6talada.<br />
1:, porta nt'Ü, compa rativamente, a me,lhor<br />
situação dos três casos até aqui analisados.<br />
Em D, o custo total somou 150 unidades<br />
monetárias anuais, que ao mesmo preço de<br />
mercado, a receita se manteve constante,<br />
dando um ponto de nivelamento L4, à altura<br />
de 32010 que é um excelente ponto de<br />
nivelamento. Numa situacão como esta há<br />
que fazer a6 seguintes cnsiderações :<br />
• ou o preço de mercado está elevado j<br />
• ou a tecnologia permite alta produtividade<br />
dos fatores empregadosj<br />
• ou os preços dos fatores e insumos são<br />
ba ratos.<br />
Qualquer que seja a alternativa, o caso<br />
D é o que melhor resultado econômico-financeiro<br />
'Oferece, por apr-esentar:<br />
• a maior área de lucroi<br />
a maior diferença entre receita e despe.saSj<br />
• o menor ponto de nivelamento.<br />
Todos esses elementos vão condicionar<br />
à empresa a melhor situaçã'o financeira por<br />
ter lucrado ma is com me-nos investimentos<br />
em custos operacionais.<br />
Com Variação Simultânea da Receita<br />
e Despesas<br />
Neste caso há variação nos cU6tOS operacionais,<br />
por mudanças de tecnologias e/ou<br />
variações nos preços de mercado para os<br />
insumos e- fatores, e variações n-Os pre'ços<br />
de mercado para o produto produzido pela<br />
empre6a. As variações são simu ltâneas e a<br />
análise tem por finalidade mostrar novas<br />
facetas que o problema oferece- e que devem<br />
ser do interesse do administrador.<br />
Ne.ste estudo, mantém-s'e cOnstante apenas<br />
o custo fixo, isto p'Ürque, os bens já<br />
possuídos e responsáveis pela produção<br />
nos cálculos dos custos de produção são<br />
C'onlSiderados fixos, têm despesas predeterminadas,<br />
quer haja ou não produção programada.<br />
Estes bens são também fatores<br />
de produção, porém não são adquiridos no<br />
mercado dentro d-o ano fiscal, para o qual<br />
a análise é realizada. Difere-, portanto,<br />
completamente dos fatores e insumos caracterizados<br />
como custos variávei6 porque<br />
estes são adquiridos nos mercados, durante<br />
o ano fiscal, sobre o qual se realiza a<br />
análise de sua estimativa, e que estão sujeito.s,<br />
portanto, às variações previstas, pelos<br />
estudos de mercados realizados para o<br />
perí·odo em tela.<br />
Ter-se-á, nessa análise, duas variações .<br />
Na primeira, os custos fixos somam 1.0 mi-<br />
o tO 6..0 o<br />
c:<br />
c: o<br />
o<br />
Pág. 22 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
DETERMINAÇAO MATEMÁTICA<br />
DO PONTO DE NIVELAMENTO<br />
Fórmula Simples<br />
Para a determinação matemática do ponto<br />
de nivelamento, parte-se da função de<br />
custo de produçã'o * :<br />
onde:<br />
CT = CF + CV (I)<br />
CT = custo total anual;<br />
CF = custo fixo tota I;<br />
CV custo variáve,1 total.<br />
e, do conceito formal da receita total (RT)<br />
ou val-or bruto da produção (VBP) que tem<br />
a seguinte de-finição: - é igual ao volume<br />
de produção, ·em quantidades físicas (X) pelo<br />
preço unitário (P).<br />
Destes dois elementos, função de- custo e<br />
conceito de receita total, procede-se ao se<br />
uinte raciocínio, necessário para s·e chegar<br />
à fórmula do pOnto de nivelamento.<br />
VBP = PX<br />
CV = VX<br />
CT = CF + VX (11)<br />
onde: VBP<br />
P<br />
X<br />
V<br />
valor bruto da produção;<br />
preçO;<br />
quantidade física de producão·<br />
ust variável médio ou unitário.<br />
Como VPB = PX e CT CF + VX (li),<br />
o ponto de nivelamento é obtido quando<br />
os custos totais se igualam às receitas totais:<br />
VBP = O, ou,<br />
PX = CF + VX<br />
Desenvolvendo-se no sentido isolar-se X,<br />
tem-se :<br />
CF<br />
CF<br />
PX - VX<br />
X(P-V) . ' . X<br />
CF<br />
f-V<br />
o X é a quantidade física de produção<br />
que dete-rmina o ponto de nivelamento da<br />
usina.<br />
Fórmula do Fator Y<br />
Como alt'ernativa de determinacão do<br />
ponto de nivelamento pode ser usáda outra<br />
fórmula conhecida por fórmula do fa<br />
Ior Y.<br />
Tomam-se os valores representativos das<br />
receitas totais e custos variáve-is totais a<br />
100% da capacidade instalada da usina e<br />
multiplica-se pelo fator Y para 'alcançar a<br />
iualdade entre as receitas totais e os custos<br />
totais ao nível de utilização da capacidade<br />
instalada que vem a corresponder 'ao<br />
ponto de nivelamento. Como nos caS05 ' já<br />
tratados, os custos fixos totais não se alteram,<br />
até certo ponto, qualquer que seja a<br />
produção obtida.<br />
Os dados necessários para obtenção<br />
desla alternativa do ponto de nivelamento<br />
são os seguintes 3:<br />
Rt receita total a 100% da capacidade<br />
instalada;<br />
O<br />
Cv<br />
Cf<br />
custo total a 1,0,0% da capacidade<br />
instalada;<br />
custo variável total a 1 .00% da<br />
capacidade instalad.a ;<br />
Custo fixo total;<br />
Rtn = receita total no ponto de nivelamento<br />
;<br />
0n' = Cf + CVn custo total no ponto<br />
de nivelame·nto;<br />
Y = grau de utilização da capacidade<br />
instalada, usada no ponto de<br />
nivelamento, em porcentagem.<br />
Pa ra obter-se esse ponto reai iza-se o<br />
seguinte raciocínio:<br />
Rt>O ou Rt>Cf + Cv<br />
* A5sume-se, neste caso, a linearidade da 'função de custo total quando, teoricamente,<br />
seria exponencial de terceiro grau.<br />
(3) HOLANDA, N. Elaboração e Avaliação de Projetos. Rio de Janeiro, A,PEC Editora,<br />
S.A., 1969. 206 p.<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 23<br />
Por 'Outro lado, pode-s'e dizer . também<br />
que:<br />
Rtn = Ctn ou Rtn = Cf + CVn<br />
se<br />
Rtn = Rt (Y) -+ CVn = , Cv (Y)<br />
donde se conclui que Rt (Y) = Cf+Cv (Y)<br />
Tirando se o valor de Cf, dessa expressão,<br />
tem-se:<br />
Cf Rt (Y) - Cv (Y)<br />
Pondo-se (V) em evidência, tem-s'e :<br />
Cf = Y (Rt - Cv)<br />
Tira ndo-se o valor de Y dessa última expressão,<br />
chega-se à fórmula:<br />
Y<br />
Cf<br />
Rt Cv<br />
Variante do Fator Y<br />
Existem Outras fórmulas para se encontrar<br />
o ponto de nivelamento. Outra muit-o<br />
usada é variante da que usa o fator Y<br />
e empre-a o seguinte raciocínio. ,<br />
Na fórmula anterior, o Y corresponde<br />
a um fator que na função da receita total,<br />
a 100% de capacidade, representa a<br />
receita total no ponto de nivelamento da<br />
co'operativa analisada, ou seja 3:<br />
.Rtn<br />
Y = ----<br />
Rt<br />
donde, poder-se dizer que:<br />
Rtll Cf<br />
Rt Rt - Cv<br />
Multiplicando-se ambos os term05 d a<br />
expressão por Rtf chega-se ao seguinte resultado:<br />
Rt . Cf<br />
Rt Rt - Cv<br />
Desenvolvend·o-se a nova expressão, para<br />
se isolar valor Rtn' obtém-se:<br />
Rt. Rt (Rt-Cv) = Rt(Rt . Cf)<br />
Rt2 • Rtn-Rt. Rtn ' Cv = Rt2 • Cf<br />
Pondo Rtn em evidência, fica :<br />
Rtn(Rt2-Rt . Cv)= RF . Cf<br />
Isolando-se Rtll' obtém-se :<br />
Rt2 • Cf<br />
Rt =<br />
Simpl ifica ndo-se a expressão e pondo<br />
Rt, em evidência, tem-se:<br />
Rt Cf<br />
Rt(Rt-Cv) Rt-Cv<br />
Escrevendo-se a última expressão sob<br />
Outra forma, chega-se ao seguinte- resultado:<br />
Rt Rt-Cv<br />
= Cf -,--- = Cf -;- --<br />
Rt-Cv<br />
Fi n a I mente, opera ndo-se essa úti ma expressão<br />
a que se chegou, obtém-se o resultado<br />
final esperado e desejado:<br />
Cf Cf<br />
Rt Cv Cv<br />
Rt Rt Rt<br />
Pela demonstração feita, chega-se à can<br />
Cf<br />
clusão que Rtn = ---<br />
Cv<br />
1 -<br />
Rt<br />
(3) Op. Cito<br />
(1 ) AAD NETO, A. Eficiência Operacional na Comerciailzação de Leite na Bacia Leiteira<br />
de Salvador (BA} 1972. Viçosa, Imprensa Universitária, 1973. 69 p. (Tese de<br />
M.S.).<br />
digitalizado por<br />
Rt<br />
UM CASO PRÁTICO<br />
Em recente estudo s-obre a Bacia Leiteira<br />
de Salvador, rea lizado por AAD NETO ( 1),<br />
para o Departamento de Economia Rural<br />
da U. F. V., e a Associacão Nordestina de<br />
Crédito' 'e Assistência Rual da Bahia (AN<br />
CARBA), foi levantado o pont-o de nivelamento<br />
das cooperativas que beneficiam e<br />
comerciam o produto in natura. COm base<br />
nas estimativas de custos fixos totais, variáveis<br />
médios, preços pagos e recebidos pelas<br />
usinas beneficiadoras, foi estimado o<br />
ponto de nivelamento para cada uma das<br />
duas usinas que atuam na Bacia Leiteira de<br />
Salvador, e bem assim para a média ponderada<br />
(Quadro 1).<br />
Ambas as usina,s estão operando acima<br />
de seus respectivos pOritos de nivelamento<br />
e também acima de suas médias aritméticas<br />
e ponderadas.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 24 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
QUADRO 1 - Etimativa do . Volume do Leite Comercializado, Preço Pago, Preço Recebido,<br />
Custo FIxo T-otal e Custo Variável Médio das Usinas do Beneficiamento,<br />
Bacia Leiteira de Salvador (BA), 1972.<br />
Preço ) Preço Custo Fixo Custo Vari- Volume Co- Pontes de<br />
Especificação Pago Recebido Total ável Médio mercializado Equilíbrio<br />
(Cr$/l) (Cr$/l) (Cr$) (Cr$/l ) (l .000 l/mês) (1 .000 l/mês)<br />
Usina A<br />
Usina B<br />
Média Ponderada<br />
Média Aritmética<br />
Fonte : AAD NETO (1 ).<br />
:0,532<br />
0,434<br />
0,498<br />
,0,483<br />
0,775<br />
0,644<br />
0,730<br />
0,709<br />
Para as cooperativas em análise, COmo<br />
não são produtoras do produto que comercializam,<br />
se'u ponto de nivelamento vai<br />
depender do preço de. compra da matéria<br />
-prima, de seus custos operacionais de beneficiamento<br />
e comercialização, e preço de<br />
venda do produto pronto pa ra 'O consumo.<br />
A análise dife·rencial entre as duas cooperativas<br />
deixa antever que a usina A tem<br />
seu ponto de nivelamento relativamente<br />
mais próximo de seu atual volume de operação<br />
do que da usina B, pe-Io fat-o de ser<br />
seu custo fixo total, cerca de quatro vezes<br />
maior e a diferença do preço recebido e<br />
pago, adicionada ao custo variável médio,<br />
de um centavtQ, em favor da usina A, ou<br />
seja Cr$ 0,1 8 para a usina A e Cr$ 0,1 7<br />
para a Usina B ( 1) .<br />
O ponto de nivelamento da usina A está<br />
em torno de 1.287 mil litros/mês e está operando<br />
com 1.538 mil litros, apresentando<br />
uma diferenca de cerca de 251 mil litros/<br />
mês (figura 5).<br />
A usina B está operando em escala menor,<br />
apresentando 'Os seguintes dados: pO nto<br />
de nivelamento, cerca de 314 mil litros/<br />
mês e operando com 805 mil litros/mês, com<br />
uma diferença de 491 mil litros/mês. ApetSar<br />
de ser uma usina de porte menor, está operando<br />
em condicões econômico-financeiras<br />
melhores. por te uma área de lucro maior,<br />
uma diferença também maior e mais significativa<br />
economicamente do que a usina A.<br />
A média ponderada obtida para uma<br />
análise do agregado confirma as estimati-<br />
(1 ) Op. Cito<br />
235.644,00<br />
53.741 ,00<br />
173.146,,00<br />
144.693;00<br />
0,060<br />
0,039<br />
0,053<br />
0,05,0<br />
1.538,0<br />
805,0<br />
1.171,5<br />
1.171,5<br />
1.287,7<br />
314,3<br />
967,3<br />
822,1<br />
vas levantadas na pesquitSa realizada, porquant-o<br />
o ponto de equilíbrio está em cerca<br />
de 967 mil litros/mês e o volume COmercializado<br />
em torno de 1.171 mil litros/mês,<br />
com uma diferença de 2,04 mil litros/mês.<br />
Resultados a que se .Pode . Chegar<br />
. Do estudo e análise re-a lizados sobre 'O<br />
ponto de nivelamento na cooperativa rural,<br />
pode-tSe chegar a dois grupos de resultados:<br />
1'2lS7,7 1.500<br />
QUantidade CoMrciaUud& t. 1.000 litro!.:'.<br />
Figura - Ponto de nivelamento das duas<br />
usinas beneficiadoras de Leite na<br />
Bacia leiteira de Salvador. Bahia.<br />
1972.<br />
. (Continua na pág. 36)<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 25<br />
RESíDUOS PESTICIDAS. CONTAMINAÇÃO DO LEITE E<br />
DERIVADOS E DOS ALIMENTOS EM GERAL<br />
Pesticides Residuos in Milk, Milk Products and<br />
Por ocasião da Assembléia Anual da Federação<br />
Internacional de Laticínios, realizada<br />
em Bruxelas, em setembro de 1973, à<br />
qual tivemos a honra de comparecer COmo<br />
deleÇJado da Associacão Brasileira de Laticinistas,<br />
dentre muita's outra6 questões e-xaminada6<br />
despertou-nos a ate·nção o problema<br />
dos Pesticidas.<br />
A pal avra Pesticida é de origem inglesa,<br />
derivada de Peste, flagelo, dença mtQrtal<br />
- e pe-:a qual se designavam os inimigos<br />
das cultura6. Pesticidas são produtos<br />
que se utilizam para combater flagelos de<br />
origens diversas, seja em agricultura, medicina,<br />
medicina veterinária, seja na estocagem<br />
de gêneros alime-ntícios.<br />
Desde a antigüidade, a princípio empiricamente<br />
e depois ma is ou menOs cientificamente,<br />
o homem procurou os meiotS de<br />
combater os parasitas mais diversos, em<br />
particular os inimigos das culturas, - animais,<br />
insetos ou micróbios, capazes de perturbar<br />
a saúde dooS animais ou vegeta is, e<br />
conseqüentemente diminuir os rendimentos<br />
de suas produções. De início, receitas empíricas<br />
foram empregadas; depois empregou-se<br />
o enxofre, o sulfato de cobre, o piretro,<br />
a nicotina.<br />
N-os últimos 50 anos, os conhecimentotS<br />
em matéria de química progrediram rapidamente<br />
e foram descobertas as propriedades<br />
biológicas de duas grandes famílias de<br />
pesticidas:<br />
a) Os derivados fosforad06 - Em 1930,<br />
Nylen descobre as propriedades tóxicas do<br />
pirofosfato de tetraetila (TEPF);<br />
b) Os derivados organ-oclorados - Em<br />
1939, Müller descobre as extraordinárias<br />
propriedades do DDT (diclorofenil-tricloreta<br />
na); em seguida, Raucourt e Dupire descobrem<br />
a6 propriedades inseticidas do HCH<br />
(hexaclorociclohexana) que adquire grande<br />
desenvolvimento.<br />
Note-se que há cerca de 15 anos não<br />
se dispunha de métodos analíticos capazes<br />
de dosar pequenas quantidades de pe-stici-<br />
(*) Professor Honoris causa do ILCT.<br />
Food in General<br />
digitalizado por<br />
Dr. J. J. Carneiro Filho (*)<br />
das, po . is que a cromatografia em fase gasosa<br />
fo! de-scoberta por James e· Martin em<br />
1952. Só a partir de 1962, cOm -o desenvolvimento<br />
da cromatografia (cromatógrafo<br />
com detector de- captura de elétrons) foi<br />
possível pesquisar doses ínfimas de pesticidas,<br />
já de6de muito tempo utilizados em<br />
países de agricultura adiantada.<br />
Pesquisas sistemáticas foram empreendidas<br />
e os diversos produtos e'xperimentados.<br />
Verificou-se que certos pe6ticidas eram instáveis,<br />
biodegradáv'eis por process-os naturais,<br />
no solo ou no tubo digestivo, não<br />
apresentando maior perigo para o consumidor,<br />
pois seus resíduos de6apa recem em<br />
curto prazo, cas-o especialmente dos fosforados.<br />
Outros, no entanto, não são ou são<br />
fracamente biodegradáveis, permanecendo<br />
ativ06 no soltQ, ou na supe-rfície onde são<br />
aplicados, durante vários anOs, podendo<br />
acumular-se em particular nas gorduras<br />
vegetais ou animais, deixando resíduos nas<br />
gorduras de peixes, ma míferos, nos legumes,<br />
frutos, aliment06 do gado, nas gorduras<br />
humanas e no leite. Os pesticidas organoclorados<br />
fazem parte desta categoria<br />
e entre eles estão o DDT e o HCH.<br />
-xx-<br />
Logo que se verificou serem 01$ pesticidas<br />
organoclorados assimilados (metabolizados)<br />
pelos animais e secretados pel-o leite,<br />
nos Estados Unidos se proibiu o emprego<br />
de6tes compostos em leiterias e os resultados<br />
das pesquisas foram largamente· difundidos<br />
pe·las autoridades e pela imprensa.<br />
As "Ligas dos Consumidores" de grande poder<br />
político naquele país, de tal modo pressionaram<br />
o-s Poderes públicos que uma legislação<br />
muito severa foi promulgada a<br />
respeito das doses de organoclorados '<br />
tole-<br />
radas nos alimentos.<br />
A le·gislação americana estabelece que<br />
nenhum traço de pesticida organoclorado<br />
(exceção do DDT) pode ser encontrado no<br />
leite e seus derivad06. No entanto, na im-<br />
arvoredoleite.org
Pág. 26 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
possibilidade da prática desta exigência pel<br />
os próprios produtores do país, foram estabe-Iecidas<br />
tolerâncias administrativas que<br />
são de 0,3 mg por kg (0,3 ppm) para alguns<br />
produtos e de 1,25 ppm para outro>s,<br />
entre os quais o DDT e seus derivados.<br />
Desde alguns anos os consumidores desejam<br />
anular essa tolerância relativa ao<br />
DDT. Embora não empregado em criação<br />
bovina ou em leiterias, a >supressão dessa<br />
tolerância não havia se tornado p'Üssível<br />
por causa da contaminação do meio-ambiente.<br />
As pesquisas se têm orientado no sentido<br />
de se encontrar outr-o pesticida capaz<br />
de substituir o DDT. A tendência tem sido<br />
para diminuir ou l imitar, cada vez mais, o<br />
teor da tole-rância. A legi,s lação pode ser<br />
facilmente modificada e neste caso haverá<br />
um aviso prévio para as ,organizações interessadas.<br />
Convém assinalar que nos Estados Unidos<br />
essas tolerância,s são expressas em relação<br />
à matéria gorda e não ao peso total<br />
dos produtos, disposição que não pare-ce<br />
lógica segundo alguns técnicos, pois<br />
o que devia ser tomado em consideração,<br />
em relação à toxidez do -queijo, por exem<br />
plo, seria a quantidade de pesticida que ele<br />
contém em relação ao >se'u peso total, o que<br />
é de maior significação para o consumidor_<br />
O problema foi discutido na reunião de<br />
Bruxelas e vem sendo estudado pe:a Comissão<br />
de Análises da F.I.L.<br />
- xx -<br />
Muitas doenças epidêmicas eXlg!ram, entre<br />
outras medidas, -o emprego maciço de<br />
pesticidas. Com o il"lquietante aumento da<br />
população do globo, da qua l a maior parte<br />
é mal alimentada, torna->se indispensável<br />
a utilização de adubos e pesticidas<br />
dos quais mais de 500 mil toneladas sã'<br />
anualmente espalhadas pelo mundo. Muitos<br />
desses pesticidas se mostram mais ativos e<br />
mais eficazes do que se previa. Só depois<br />
de 1943, quando foi utilizada grande quan<br />
tidade de DDT é que sua estabilidade quí<br />
mica e biológica foi conhecida. Se a poluiçã-o<br />
é hoje perfeitamente conhecida, isto<br />
se deve ao desenvolvimento dos proces>sos<br />
de microdosagem, que a partir de 1962<br />
permitiram mostrar resíduos em quantidade<br />
bem diminuta.<br />
Modo de administração<br />
Via re-spiratória<br />
Via intravenosa<br />
Via buca l<br />
Quantidade recebida<br />
por vaca<br />
(mg)<br />
43,5<br />
48,5<br />
55,6<br />
Alguns vegetais destinados à alimenta,<br />
ção do Çlado podem ser co ntaminados diretamente<br />
por ocasião de tratamehto no seu<br />
períod de crescimento. O 1$010 pode ser<br />
contaminado pelos adubos ou por pesticidas<br />
empregados no tratame.nto de desinfeccão.<br />
Indiretamente, o pesticida destinado às' fo.<br />
Ihagens irá ao solo ou aos rios, pela chu.<br />
va ou pelo ventO.<br />
POLUiÇÃO DO LEITE<br />
A poluição do leite varia com a via de<br />
penetração e natura lmente- com o produto<br />
em regado; esta poluição é quase sempre<br />
devida a cau-sa indireta e o leite será p-o<br />
luído se a vaca for contaminada, podendo<br />
absorver o pesticida por 3 vias:<br />
1) ambie-nte poluído, desinfeccão dos es<br />
tábulos ou sua limpeza com pródutos cOn<br />
taminados;<br />
2) tratamentos veterinários;<br />
3) alimentos poluídos.<br />
A desinfecção de estábulo-s com organ'Ü·<br />
clorados não deve ser permitida. O tratamento<br />
de animais com produtos tóxicos é<br />
uma prática veterinária que só deve ser<br />
feita obedecendo regras precisas.<br />
Vacal$ leiteiras, consumindo vegetais po<br />
luídos, eliminam parcialmente o-s pesticidas<br />
pelo leite; uma parte do produto ingerido<br />
é estocada no fígado. , Há estudos acerca<br />
de pesticidas com maior ou men-or aptidão<br />
para poluir o leite. Baseado nestes coefi<br />
cientes é possível, tendo em vista as nor<br />
mas ame-rica nas de tolerância, calcular pa<br />
ra cada um deles o teor máximo tolerável<br />
na raçã-o alimentar para que o leite -satis<br />
faça aquelas normas. São pesquisas inte<br />
ressantes para os que estudam o problema<br />
em nosso meio. Em França, o prof. Luquet<br />
estudou a evolução do teor de pesticidas<br />
no leite, principal mente nos anos de 1970-71,<br />
verifi cando que houve um nítido decré'sci<br />
mo de teor de pesticida (HCH) para aitngir<br />
valor . inferior . à tolerância da legislação<br />
americana, sela -0,30 ppm na maléri'a gor<br />
da. Verificou ainda que outros pesticidas<br />
têm maior freqüência, se bem que estejam<br />
dentro das exigências americanas.<br />
Segundo a via de penetração, a poluição<br />
do leite será mais ou menos importante,<br />
como se verifica no caso do DDT (Adria n) :<br />
% de DDT encontrada<br />
no leite<br />
1,3<br />
5,4<br />
7,7<br />
Teor máximo encontrado<br />
na manteiga<br />
(mg por 100 g)<br />
0,,075<br />
0,325<br />
0,1 85<br />
Revista do IleT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 27<br />
Se o grau de poluição é proporcional à<br />
quantidade ingerida, o teor de contaminacão<br />
do leite varia de um pesticida para -outro<br />
e o DDT é considerado dos mais perigOsos.<br />
No leite são duas as fontes de· poluicão,<br />
a direta que está ligada à ingestã<br />
do pesticida, e outra, indireta, que pro<br />
'vém das substâncial$ armazenad03 na g ordura<br />
do animal ; cessada a primei ra ca usa,<br />
a segunda funciona ainda e seu potencial<br />
aumenta quemdo, por uma causa qualquer,<br />
o animal sofre uma fusão de suas<br />
gord uras de reserva, provocando desca rga<br />
do pesticida armazenad'Ü.<br />
Com a admini-stracão de doses de- DDT<br />
entre 30 e 9.0 dias antes do parto, é possível<br />
encontrar ainda dose-s de DDT no leite,<br />
depois de 10 meses de lactação. Sabe<br />
-se da grande afinidade dos produtos clorados<br />
pelos lipídios do leite. Há ainda influência<br />
da estação do ano, pois, na oca<br />
:sião em que as colheitas são pulverizadas<br />
é que- o leite se mostra mais contaminado.<br />
CONTROLE - O controle da contaminacão<br />
do leite e derivados faz parte do problema<br />
geral do meio-a mbiente e exige vigilância,<br />
informação e regulamentação. Segundo<br />
relatório da Comissão de contro le- de<br />
Resíduos Pesticidas da F.I.L. para controlar<br />
a contamina cã'o do leite e derivados<br />
pel'Üs resíduos dós organoclorados, os seguintes<br />
pontos devem ser notados:<br />
1 ) Nas preparações organiocloradas os<br />
agentes ativos devem I$er mencionados, assim<br />
como as condições de seu emprego.<br />
Quase todos os países já têm este assunto<br />
regulamentado.<br />
2) A pulverizaçã-o para tratamento de<br />
animais, prática veterinária, - deve ter absoluto<br />
controle.<br />
3) O tratamento do alojamento de animais<br />
leiteiro-s com organoclorados deve ser<br />
proibido.<br />
4) O controle de alimentos deve levar<br />
em conta as tolerâncias; já dissemos que<br />
há importantes pesquisas mostrando a correlação<br />
existente e-ntre a absorção de pesticidas<br />
contidos no,s alimentos e o teor dos<br />
resíduos encontrados no leite.<br />
O fim do co ntrole deveria ser não penalizar<br />
o produror, mas apreciar sua responsabilidade,<br />
pois nem se-mpre ele está em<br />
condições de controlar a presença dos resíduo-s<br />
no leite.<br />
O Dr. Kadis (Canadá) sugeriu, na reunião<br />
da F.I. L., que a Comissão que se ocupa<br />
do assunto pre'pare diretivas para estabelece-r<br />
o controle nOs diversos países, redigir<br />
recomendações para mostra r aos produtore-s<br />
como evitar a contaminação nas<br />
fazendas e precisar os níveis de tolerância.<br />
digitalizado por<br />
Publicações feitas pela F .1. L. sobre o problema<br />
já permitiram que, muitos paíse-s intr-oduzissem<br />
modificações nas legislações<br />
'existentel$, aperfeiçoando-as, estabelecendo<br />
concentrações máximas e regras de controle<br />
de utilização, e mesmo proibindo o emprego<br />
de certos pesticidas.<br />
A natureza das contaminações e as vias<br />
de penetração variam segundo -os países;<br />
as origen-s de poluição pelos organoclorados<br />
são diferentes mesmo de. uma região<br />
para outra. O DI'. Weilenma nn, da Suíça,<br />
informa que contrariamente à crença corrente-,<br />
a maior parte dos resíduos pesticidas<br />
encontrados no leil'e, naquele país, não<br />
provém da alimentação das vacas. O Dr.<br />
Dugga n, especialista americano, informa<br />
que nos Estados Unidos a abs'Ürção dos organoclorados<br />
provém essencialmente do<br />
meio-ambiente e não dos alimentos do gado.<br />
-xx-<br />
MORTE DE ANIMAIS E DE PESSOAS<br />
Os j ornais vêm noticiando, com freqüência,<br />
a morte de animais e de pessoas envenenadas<br />
por pesticidas e dão destaque<br />
ao acidente ocorrido no Rio Grande do<br />
Sul, em 1974, quando morreram 400 bois<br />
que haviam rompido uma cerca e invadido<br />
uma plantação de- :soja tratada pelo DDT.<br />
- O envenenamento foi provado por exames<br />
pela cromatografia; constatou-se a presença<br />
de clorados nos órgãos e depósitos<br />
de DDT nas gorduras dos animais.<br />
Mortes de peixes têm sido constatada-s<br />
em regiões diversas. Recentemente os , jornais<br />
noticiaram o caso do tombament-o de<br />
um caminhão carregado de DDT que caiu<br />
em um rio, no interior de São Paulo, exterminando<br />
peixes e deixando os cursos de<br />
água contaminados. No pàraná houve morte<br />
de bois que tomaram água contaminada.<br />
Fatos I$emelhantes foram constatados<br />
em outros países depois de chuvas que assolaram<br />
culturas tratadas pelo DDT.<br />
O fenômeno da concentração de produtos<br />
químicos nos diversos estádios de uma<br />
cadeia biológica marinha é um a,spedo<br />
agravante- da poluição. Com efeito certos<br />
vegetais ou animais marinhos concentram<br />
os produtos químicos que se acham natural<br />
ou acidentalmente na água; as qua ntidades<br />
de produtos concentrados aumentam<br />
de um elo a outro da cadeia biológica.<br />
Constata-se, por exemplo, que em conseqüência<br />
do tratamento de margens de rios<br />
pebs inseticidas, que as ervas contêm 5 ppm<br />
de DDT, e é de 44 a 300 ppm de DDT que<br />
se encontram nos peixes herbív-oros. Os<br />
arvoredoleite.org
Pág. 28 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista- do ILCT<br />
peixes carnívoros, que comem estes peixes<br />
herbívoros, concentrarão até 2.50.0 ppm de<br />
DDT.<br />
- xx -<br />
Segundo noticiam os jornais, aumenta<br />
dia a dia o número de casos que envolvem<br />
homens e animais intoxicado.s por produtos<br />
químicos empregados na agricultura. O<br />
lJSO indiscriminado de produtos tóxicos 'nas<br />
lav-o uras tem provocado graves conseq.üências,<br />
principa l mente no Estado do Rio Grande<br />
do Sul, que consome cerca de 50% de<br />
defensivo.s agrícolas no País. Ainda em São<br />
Paulo e em outros Estados têm sido verificados<br />
muitos casos de morte de animais e<br />
de pessoas. Seria muito longo enumera r todos<br />
os casos de que .se tem notícia.<br />
O Se'cretário da Agricultura do Rio<br />
Grande do Sul, em viMa da mortandade- de<br />
animais naquele Estado, pessoalmente solicitou<br />
ao Ministro da Agricultura providências<br />
urqentes para maior controle do emprego<br />
de inseticidas, visto que a assistência<br />
aos agricultores, no que se refere- a e.ste<br />
problema, tem estado a cargo dos próprios<br />
fabricantes ou distribuidores. Aquele<br />
Estado lancou com certo êxito a campanha<br />
"IProdzir sem poluir". A Secretaria<br />
de Saúde Pública, em colaboração<br />
com a Secretaria da Agricultura do Estado,<br />
providenciou a col-ocação de placas nas<br />
estradas de seu território, avi.sando aos visitantes<br />
que não devem, de maneira alguma,<br />
comer vegetais sem lavá-los com rigor.<br />
O número de intoxicações graves, causadas<br />
por pesticidas usados na lavoura,<br />
vem pre'ocupando seria mente a.s autoridades<br />
do Estado.<br />
- xx -<br />
Durante- recente "Encontro de Pesticidas<br />
e Meio-Ambiente" realizado em São Paulo,<br />
o prof. Marcus Wassermann, da Escola de<br />
Jerusalém, considerado uma das maiores<br />
autoridades no assunto" apresentou dados<br />
com fruto.s de pesquisas mostrando uma vi-<br />
5ão mundial do problema de acúmulo de<br />
inseticidas no organismo humano. O prof.<br />
Pupo Negue-ira considerou o .problema menos<br />
grave no Brasil, mas admitiu que os<br />
dados disponíveis de sua equipe se referem<br />
somente a São Paulo, tornando-se neces.sárias<br />
pesquisas em outras regiões do País.<br />
Pesquisadores da Faculdade de Hig iene<br />
e Saúde Pública de São Paulo encOntra ram<br />
resíduos de DDT em amostras de feijão e<br />
de farinha de mandioca colhida.s em Salvador,<br />
Belém e Goiânia. Isto mostra que,<br />
apesar das restrições impostas pe-Io Minisfério<br />
da Agricultura, esse defensivo continua<br />
sendo empregado indevidamente, pois<br />
informam que tais produtos não exigem a<br />
aplicação de c1orados. Ainda que não tenha<br />
.sido aplicado diretamente nas culturas,<br />
pode ter sido no tratamento dos grãos, o<br />
que é também proibido no Brasil, ou ainda<br />
transferido ao feijão em um solo preparado<br />
para 'Outra cultura.<br />
Apresentando outros casos de resíduos<br />
em alimentos, o prof. W,aldemar Ferreira de<br />
Almeida, do Instituto Biológico de' São Paulo,<br />
afirma que grande parte do problema<br />
se deve à aplicação errônea e indiscriminada<br />
dos in.seticidas e defendeu a necessidade<br />
da adoção das seis me·didas seguintes:<br />
1 - Análises de vigilância.<br />
2 - Am pla divulgação da boa prática<br />
agrícola.<br />
3 - Curso de treinamento para aplicadores<br />
de inseticidas.<br />
4 - Restricão à venda de alguns inseticidas<br />
altament tóxico.s.<br />
5 - Fiscalizacão eficiente.<br />
6 - Serviços 'médicos adequados.<br />
Considera o prof. Almeida que o Brasil<br />
possui uma legislação satisfatória, mas não<br />
dispõe de fiscal ização eficiente.<br />
O professor Otávio Nakano, do Departamento<br />
de Entomologia da E.scola Agrícola<br />
"Luiz de Queiroz" defende o empre-go dos<br />
pesticidas. Insiste em que o mau uso é que<br />
provoca a conta minação. Julga os inseticidas<br />
indispensáveis para que se evite ,a escassez<br />
de alimentos. Compa ra-o.s c-os automóveis<br />
que, mal utilizados, .podem matar e<br />
não são suprimidos e que a supressão dos<br />
inseticidas pode provocar a inutilização de<br />
um terço das colheitas, graças à açã-o da-s<br />
pragas.<br />
Duas correntes se colocam em defesa<br />
de se-us pontos de vista. De um lado, aqueles<br />
que dizem que "o emprego de venenos<br />
de largo espectro de ação na agricultura<br />
é algo como lançar gases tóxico.s sobre<br />
toda a cidade para liguidar um grupo<br />
de bandidos, sem se importar com os demais<br />
habitantes" i de outro lado, aqueles<br />
que dizem: lia supressão desses .produtos<br />
seria a condenacão à morte de milhõe.s de<br />
seres humanos p'e'la fome" com graves prejuízos<br />
para a agricultura.<br />
- xx -<br />
Já fa lamos na contaminacão do leite de<br />
modo qeral. Agora, sem no's determos em<br />
pormen'Ores, assinalemos que em trabalho<br />
publicado na Revista do Instituto Adolfo<br />
Lutz, as pe.squisadoras Maria Elisa de Almeida<br />
e He·loísa Barreto, daquele Instituto,<br />
apresenta m conclusões de análises que procederam<br />
em amostras de leite e que,ijos colhidas<br />
no comércio de São Paulo, tendo em<br />
vista que a F.A.O. tem solicitado essas pe.squisas<br />
para avaliar a quantidade de resí-<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 29<br />
duos de pesticidas ingeridos pe,las popula<br />
cÕes locais. Informam que a legislação bra<br />
ileira específica, para a tolerância de re<br />
síduos de pesticidas em alimentos, não per<br />
mite- resíduos de BHC no, leite e derivados i<br />
no enta nto, concluem aquelas pesquisadoras<br />
que o leite consumido em São Pa ulo está<br />
contaminado e c:n desacordo cOm a legislação<br />
vigente.<br />
Maria Eli.sa de Almeida e- Heloísa Barreto<br />
concluem, também, que " embora o problema<br />
pertença à Saúde Pública, não é de<br />
solução fácil nem imediatai questão grave<br />
te-m que ser enfrentada e, resolvida cOm entrosamento<br />
de organismos da Saúde Pública<br />
e da Agricultura, no sentido de fiscalizaçã'O<br />
enérgica para aplicação correta de<br />
pesticidas nas lavouras, a fim de e,vitar contaminação<br />
não intencional do gado e conseqüentemente<br />
da carne e do leite", por<br />
razões de saúde pública e razões econômicas.<br />
Impõe-,se a criação de um serviço<br />
nacional pa ra controle de, fabricaçã'O, comércio<br />
e empref:lo de pesticidas. O Instituto<br />
Biológico de São Paulo vem examinando<br />
o probiema em colaboração com a Organizacão<br />
Mundial de Saúde.<br />
Países importadores· de produtos agrícolas<br />
vêm tomando severas medidas para evita<br />
r a importação de produtos com teor de<br />
praguicidas peri gosos para a saúde. No.s<br />
casos em que os níveis desses pesticidas não<br />
satisfaçam a legislação do país importador,<br />
os produtos sã'O devolvidos, como já<br />
aconteceu mais de uma vez com produtos<br />
brasileiros.<br />
Em 1969, a "Food and Drug Administration",<br />
cujo papel essencial é, nos Estados<br />
Unidos, a proteção da saúde pública, sem<br />
responsabilidade em matéria econômica, -<br />
e cuja missão principal é preventiva, - recusou<br />
a entrada naquele país de 1 .,00.0 toneladas<br />
de queijos, que represenfavam um<br />
terço das exportações da França para os<br />
Estados Unidos. Nesse ,a no a França produziu<br />
mais de 650 mil toneladas de queijos,<br />
das quais cerca de 90 mil eram exportadas.<br />
A recu,sa foi motivada pela presença de<br />
pesticidas em quantidade superior à tolerada.<br />
Desde então, o problema da luta contra<br />
os pesticidas na França deixou de- ser problema<br />
apenas dos ecólogos e cientistas. As<br />
pesquisas tornaram-,se- rigorosas e hoje o<br />
DDT é proibido em França para todos os<br />
usos, exceto para um tipo de praga que<br />
ataca o milho. Outros organoclorad'Os foram<br />
proibidos depois de exames de mais de<br />
mil amostras de leite de consumo, e das<br />
quais apenas 8% possuíam menos de 0,3<br />
ppm de BHC. Hoje os queij'Os exportados<br />
digitalizado por<br />
pela França são acompanhados de um certificado<br />
garantindo que os resíduos pesticidas<br />
estão dentro dos limites aceitáveis.<br />
Esse controle prOvocou resultados positivos.<br />
O professor Casalis conta que, de<br />
1969 a 1974, a percentagem de amostras de<br />
leite e queijos, com teor de contaminação<br />
superior ao admitid'O nos Estados Unidos,<br />
caiu extraord inariamente.<br />
Convém as.sinala r aqui que depois do<br />
embargo dos Estados Unidos da partida de<br />
queijo proveniente da França, o problema<br />
de resíduos de pesticidas no leite e derivados<br />
se tornou tão agudo e de atualidade<br />
econômica tão imediata, no que se refere<br />
à exportação, que em fins de 1969 uma<br />
missão francesa foi enviada àquele país<br />
para entrar em contato COm a direção da<br />
"Food and Drug Administration" - acerca<br />
da poluição desses produtos, tanto no que<br />
se refere à aspectos regulamentares quanto<br />
aos métodos de análises. Por coincidência,<br />
a missão fra ncesa ali encontrou, cOm o me'smo<br />
objetivo, uma missão belga. Os relatórios<br />
das duas missões chegaram à mesma<br />
conclusão: a regulamentação americana é<br />
aplicada não somente aos produtos importados,<br />
mas também aos produtos fabricados<br />
no próprio país, e, ainda as tolerâncias<br />
admitidas não tendem a ser atenuadas.<br />
Em 1970, o Dr. R. E. Duggan, espedalista<br />
da Administracão Americana, esteve em<br />
Franca onde m-anteve, contatos com diferentes<br />
eios administrativos e profissionais interessados<br />
no problema da poluição quími·<br />
ca nos gêneros alimentícios, problema conside-rado<br />
cada vez mais importa nte nas trOcas<br />
internacionais destes produtos e mais<br />
particularmente dos produtos do leite. Considera<br />
aquele especiali,sta que, em vista do<br />
crescente interesse dos consumidores pelos<br />
problemas de inocuidade dos alimentos, a<br />
regulamentação americana em r:natéria de<br />
poluição química só pode evolUir em sentido<br />
cada vez mais rigoroso. Nessa mesma<br />
ocasião, o Dr. Duggan exprimiu os desejos<br />
para que fossem multiplicadas as trocas de<br />
inf.ormacões entre os Estados Unidos e os<br />
outros países - ocasião em que os Serviços<br />
franceses interessados imed iatamente responderam<br />
favoravelmente, - para a contribuição<br />
desejável de uma aproximação harmoniosa<br />
das regulamentaçõ.es.<br />
Como resultado destes contatos em França<br />
foram postos em prática métodos de<br />
análises idênticos aos adotados pela F.D.A.<br />
e feito um acordo para este, fim, entre o<br />
LaboratÓrio Farmacêutico de Versalhes, o<br />
Laboratório da Escola de Ind ústrias Agrícolas<br />
e Alimentares de Douai e o Laboratório<br />
Veterinário de La Viletfe. Os aparelhos<br />
arvoredoleite.org
Pág. 30 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revi'sta do ILCT Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 31<br />
---------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------<br />
destes Laboratórios são revistos peri'Odicamente<br />
por especial istas.<br />
- xx -<br />
• Sequndo notícias da Alema nha, o uso<br />
do DDT é ali punido com multa. No Japão,<br />
sua fabricação é considerada ilegal. N'Os<br />
Estados Unidos o DDT está proibido para<br />
usos veterinários e agrícolas. Na Bélgica,<br />
Suécia, Áustria, Finlândia, Itália, Noruega,<br />
Portugal e Holanda seu uso só é permitido<br />
em alÇJuns casos excepci-onais e a presença<br />
de resíduos é controlada. Na Grécia, onde<br />
há regular fabricação de queijos e que é<br />
. país exportador, adotou-se o nível zero para<br />
a tolerância dos organoclorados.<br />
- xx -<br />
• No Brasil o problema vem s€'ndo amplamente<br />
discutido. Há uma corrente favorável<br />
à total proibição do uso do DDT e al<br />
ÇJuns 'Outros orÇJanoclorados, mas as próprias<br />
autoridades da Saúde Pública e do Ministério<br />
da Aqricultura considera m problemática<br />
esta solução, pois os clorados , são mais<br />
baratos, altamente eficientes e aumentam<br />
as culturas. Sua proibição levantaria ba rreiras<br />
ao desenvolvimento de nossa agricultura.<br />
A medida mais oportuna seria o controle<br />
efetivo da aplicação, conciliando-se .os<br />
interesses econômicos com a necessidade<br />
de preservar o meio-ambiente. Até ag'Ora<br />
as restriçõe·s baixadas pelo Ministério da<br />
AÇJricultura têm sido de alcance duvidoso,<br />
seja devido à falta de fiscal ização mais rigorosa,<br />
seja por insuficiente concretização<br />
por parte dos aÇJricult.ores, pois a assistência<br />
técnica tem estado a cargo dos próprios<br />
fabriccmtes e distribuidores, que não obedecem<br />
às normas internacionais.<br />
Na Bahia, depois de ter havido problemas<br />
com importadores de fumo, exportado<br />
parei a Alemanha, os clorados como o OOT<br />
foram abolidos. Noticiou-se que os Estados<br />
Unidos rejeita ram grandes partidas de carne<br />
exp·ortadas pelo Brasil, por conterem pesticidas<br />
acima dos nív€-is de tolerância. O<br />
Japão rejeitou partidas de soja e consta<br />
mesmo que uma partida de queijo foi rejeitada<br />
pelo Canadá. Recente mente a França<br />
nos devolveu palmitos enlatados, em ce·rta<br />
época facilmente encontrad-os no comércio<br />
em Paris - pela mesma razão.<br />
- xx -<br />
• 'Estudos recentes da UNESCO informam<br />
que em 1971 as perdas agrícolas anuais<br />
atingiram 70 bilhões de dólares. Destas perdas<br />
12% foram devidas a insetos, 12010 por<br />
doenças e 10% por ervas daninhas; assim,<br />
apesar do empreg.o dos pesticidas, um terço<br />
das perdas é devido aos inimigos das<br />
culturas, o 'q ue representa cerca , de 23 bilhões<br />
de dólaresdAs outras perdas são devidas<br />
a fatores contra os quais é difícil lutar,<br />
haja visla o clima. Patenteia-se a absoluta<br />
inferioridade dos homens diante da<br />
monstruosa agressão dos eleme-ntos; ainda<br />
recentemente as águas destruíram 50% das<br />
culturas, o que representa cerca de 23 bimente,<br />
seu rebanho bovino.<br />
O mercado mundial de pesticidas estava<br />
avaliado em 2 bilhões de· dólares e a utilização<br />
racional destes produtos p-oderia<br />
permitir uma economia de 2.0 bilhões anualmente.<br />
A supressão destas armas contra<br />
os inimigos das culturas teria como conseqüência<br />
trazer a fome total para grande<br />
parte da populaçã'O da terra e- qraves preiuízos<br />
para a aqricultura. Necessário é combater<br />
sua toxidez, ensinar e fiscalizar seu<br />
em prego.<br />
Já em 1969, numa reunião da Sociedade<br />
Mineira de AÇJricultura, assinalávamos o pe'rigo<br />
do uso dos organodorados e lembrávamos<br />
pesquisas realizadas a respeito em<br />
'<br />
diversos países.<br />
Necessário e urgente é a maior divulgaçã.o<br />
sobre o emprego racional, 'O uso do<br />
pesticida adequado e sob controle rigoroso.<br />
Em reunião da Federação da Agricultura<br />
do Estado de Minas Gera is, realizada a<br />
25 de iunh'O último, pedimos atenção para<br />
o problema e solicitamos que a FAEMG intercedesse<br />
junto ao Ministéri'O da Agricu ltura<br />
para que houvesse ma ior divulqação,<br />
maior ensinamento e mais rigorosa fiscalização<br />
a respeito d'O uso de pesticidas com<br />
O objetivo de evitar a morte de- animais e<br />
de oessoas. t um apelo que renOvamos nesla<br />
oportunidade.<br />
Inseticidas 'microbianos: O combate às<br />
praÇJas, por mei'O de microrganismos patogênicos,<br />
assinala Santin Gravena, aumenta<br />
de importância à medida que as pe-squi5as<br />
se desenvolvem; a poluição do meio-ambiente<br />
pela irracional aplicação dos inseticidas<br />
orÇJânicos, muito tóxicos, além do<br />
apareciment-o de linhaqens resistentes a este's<br />
produtos, vêm contribuindo para o desenvolvimento<br />
dos novos produtos. Ainda<br />
seÇJundo Gravena, além de outras vantagens,<br />
estes produtos sã-o inócuos para o operador;<br />
não deixa m resíduos e são de baixo<br />
custo. As pesquisas prosseguem com o objetivo<br />
de tentar controlar as pragas mantendo<br />
a alta produtividade- das cultu ras, com<br />
menor poluição do meio-ambiente.<br />
FABRICAÇÃO DO QUEIJO TIPO PRATO<br />
FAZENDO A SALGA NA MASSA (:::)<br />
Curd Salting In "Prato" Cheese Manufacture<br />
Com a finalidade de acelerar e facilitar<br />
o processo de salga, este trabalho visou<br />
fabricar queijo tipo prato, adicionando<br />
o sal diretamente na massa granulada,<br />
após a separação do soro e antes de uma<br />
pe-quena pré-prensagem. As demais etapas do processamento seguiram a5 recomendacões<br />
do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes".<br />
Ensaios preliminares indicaram que há<br />
necessidade de pequenas alterações na tecnolcÇJia,<br />
a fim de obter uma massa um pouco<br />
mais úmida para compensar a desidratação<br />
provocada pelo sal. As mudanças e,fetuadas<br />
foram: maturacão do leite antes da<br />
adição do coalho até tingir 19°0; corte da<br />
massa ligeiramente maior (tamanho 2); ponto<br />
da massa um pouco mais cedo e maior<br />
pres5ã'O na prensagem para unir bem os<br />
grãos. Foram testadas, até o momento, as<br />
proporções de 2,.0, 2,25, 2,5 e 3,0010 de sal.<br />
Proporções acima de 2,0% deram origem a<br />
queijos ligeiramente salgados e houve uma<br />
inibição da cultura láctica de- forma pro<br />
gressiva com relação ao aumento do teor<br />
de sal. Os queijos obtidos cOm 2,% de sal<br />
apresenlaram 40°/0 de umidade, 1,6% de sal,<br />
características org a nolépticas e fís;co-mecâ<br />
nicas bem próximas das do controle salga<br />
do em salmoura.<br />
Exp.<br />
Accacia Júlia J. Pereira (**)<br />
José Sátiro de Oliveira (**)<br />
José Sátiro : Conferência.<br />
Umidade Sal pH<br />
SM SS SM SS SM SS<br />
2,0010 sal (A)<br />
39,8 39,S 1,68 1,59<br />
2 37,2 37,9 1,57 1,57<br />
3 42,4 41 ,2 1,57 1,69<br />
X 39,8 39,S 1,61 1,62<br />
(*) Resumo da pa:estra proferida no ILCT, durante a 26.a Sema na d-o Laticini.sta.<br />
(**) Faculda.de de Tecnologia de Alimentos - Universidade Estadual de Campinas<br />
UNICAM, CETEC, ILCT.<br />
digitalizado por<br />
5,2<br />
5,,0<br />
5,1<br />
5,1<br />
5,0<br />
5,0<br />
5,0<br />
5,,0<br />
arvoredoleite.org
32 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do<br />
Definicão do alimento indicado<br />
como ' ''Queijo''<br />
CLASSIFICAÇÃO DE QUEIJOS (:::)<br />
Nas normas gerais relativas ao queijo é<br />
declarado que somente pode ser denominado<br />
"queijo", o produto fresco ou curado,<br />
obtido depois de ' processo de coagulação<br />
enzimática do leite integrall parcial ou total<br />
mente denatado, creme, S'Dro de manteiga:<br />
matérias-primas utilizadas separadamente<br />
ou em combinação.<br />
O produto enzimático utilizado no processo<br />
de coagulação tem que ser inócuo<br />
para a saúde e permitir a formaçã'D das<br />
características típicas do queijo desejado i<br />
para tantol uma vez que ate-nda a este·s<br />
dois requisito, pode ser de origem animal<br />
(coalho de bezerro) ou também de outra<br />
origem (micl'obiana).<br />
Classificação dos Queijos<br />
Para os queijos, aos quais não foram<br />
estabelecidas nOrmas individuais, as definições<br />
indicam alguns critérios para uma<br />
primeira classificação básica :<br />
a. Queijos não curados e amadurecidos<br />
são os que podem ser consumidos frescos,<br />
após a fabricação, não necesitando de mOdificacões<br />
substanciais ulteriores de caráter<br />
físico-químico ;<br />
b. Queijos curados e amadurecidos são<br />
os que não podem ser consumidos frescotS,<br />
nece-ssitando de um certo período de tempo<br />
e de condições ambientais particulares<br />
(relativas à temperatura e grau higrométrico)<br />
para permitir a obtenção das características<br />
físicas neces,sárias e as transformações<br />
químicas e organoléticas no interior<br />
do queijo;<br />
Cheese C·lassification<br />
Dr. Mário Passani<br />
c. Além dissol se- classificam à parte,<br />
queijos curados ' e amadurecidos com<br />
senca de mofos característicos e<br />
que' se desenvolvem no interior e/ou na<br />
perfície dos mesmos.<br />
d. Outra classificacão fundamenta l<br />
mais completa, ainda referente aos<br />
sem norma individual é a que<br />
além das características de maturacão,<br />
conteúdo de umidade e de gordura. '<br />
',---:--<br />
Mário Passani: Conferênda.<br />
Conteúdo de Umidade<br />
Em relacão à razão existente<br />
dade e fraão de ,sólidos nã'D<br />
preseni'es nó queijo, pode-se rn:nc,rlt:lrrt r<br />
escala de valores relativos à consistência:<br />
queijos extraduros umidade<br />
queijos duros umidade Ofo<br />
queij-os tSemiduros umidade Ofo<br />
·queijos semimoles umidade Ofo<br />
quei,jos moles umidade %>67<br />
(*) Resumo da palestra realizada no Auditório do ILCT, por ocaslao da 26.a Semana<br />
do Laticinistal pelo Dr. Mári,o PastSani, extra ída das "Observações sobre as Nor<br />
mas recomendadas para queijos.<br />
(**) Técnico da FAO. (Continua na pág. 51 )<br />
Revista do ILer JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 33<br />
PRODUÇÃO HIGIÊNICA DO LEITE COMI<br />
VISTAS A FABRICAÇÃO DE QUEIJOS -<br />
PADRÕES - LEGISLAÇÃO BRASILEIRA<br />
Higienic Milk Production for Cheese Making.<br />
O conferencista ao aborda r o assuntol<br />
deu ênfase à necessidade de uma produçã'o<br />
higiênica do leite quando o produto a ser<br />
obtido detina-se a alimentação humanal<br />
seja como leite pasteurizado de consumo<br />
direto, sei a como queijo, iogurte, ou outro.<br />
Após definir leite, de acordo com o Congresso<br />
de Pa ris - 1910, como sendol "O<br />
produto da ordenha total e ininterrupta de<br />
uma vaca leiteira sã e bem nutrida, colhido<br />
com propriedade e não conte·ndo co-<br />
10stro"l chamou a atenção para o fato de<br />
que, sendo o lei.te um alimento altamente<br />
nutritivo, está ele exp'Dsto ao ataque de variada<br />
Ç1 ama de microrç:Janismos. Assim, há<br />
razão de cuidados ç:Jerais:<br />
- quant-o a hiç:Jie-ne do estábulo/retiroi<br />
- quanto a hiÇ1iene do animal i<br />
quanto a higiene do ordenhadorlordenha;<br />
- quanto a higiene do vasilhamei<br />
- qua nto a coagem do leitei<br />
- em relação a temperatura/tempo ;<br />
- antes e durante o transporte- do leite<br />
até à indústria;<br />
- na indústria.<br />
Posteriormente, foram feitos comentários<br />
sobre cada um deses itens:<br />
HIGIENE DO ESTÁBULO/RETIRO<br />
"O estábulo leiteiro, de um modo quase<br />
que geral, aprese·nta-se em melhor condição<br />
hiÇ1iênico-sanitária se o compara rmos a o<br />
retiro. Este último, responsável pelo maior<br />
volume de leite destinado às indústriatS de<br />
nosso país, constitu i-se- no grande problema<br />
quando pensamos e estamos conscientizados<br />
de que somente poderá ser obtido<br />
um produto de laticínios de hoa qua l idafabricado<br />
a partir de um leite<br />
obtido.<br />
o,s hábitos herdados e· que lamentapassam<br />
de pais para filhos atra-<br />
Standards and Regulations<br />
Dr. José Pinto da Rocha<br />
Médico-Veterinário<br />
vés dos anos. t o leite "tirado" em mei'D à<br />
poeira nos períodos de secas, e em meio<br />
à lama nas épocas das "ágúas". Daí, a necessidade<br />
de tSe-rem tomadas medidas e<br />
providências em defesa da saúde pública,<br />
em defesa do próprio parque industrial,<br />
em defesa do técnico que é ,obrigado a<br />
opera r verdadeiros milaÇ1res, porque some-nte<br />
fazendo milagres consegue ele fabricar<br />
queijos e outrOs produtos lácteos a partir<br />
da matéria-prima ainda hoje d;ponível .<br />
P'or isso, o produtor dentro em breve será<br />
"chamado" a participar do processo de<br />
melhoria da qualidade do leite, passando a<br />
realizar as ordenhas em locais adequados,<br />
simples, porém que atendam a um mínimo<br />
indispensável em termos de- higiene do ambiente,<br />
do animal, da ordenha, do ordenhador,<br />
do vasilhame, do leite.<br />
Para tanto, torna-tSe imprescindível que<br />
esse local seja coberto, tenha o seu piso<br />
imj:ermeabilizado e disponha de água corrente<br />
de boa qualidade e em quantilade<br />
suficiente. Sem áÇ1ua abundante e em cOndições<br />
de pota bilidade jamais teremos hiç:Jiene."<br />
HIGIENE DO ANIMAL<br />
"Todos nós sabemos que quanto mais suia<br />
a vaca, tanto pior a qualidade do leite.<br />
Isto porque, é tSabido que as sujidades esponta<br />
ne'a mente desprendidas do corpo do<br />
a nimal, somadas àquelas provenientes do<br />
ambiente, do ordenhador, do vasilhame e<br />
a tantos outros elementos são resp-onsabilizadas<br />
por uma cargo<br />
.<br />
microbiana já bastan-<br />
te considerável.<br />
f.ssas sujidades representam uma contaminação<br />
pe'rigosa e que explicam grande<br />
parte da presença de ç:Jermes do Rrupo colíforme<br />
no leite e seus derivados, indicadores<br />
de contaminação fecal."<br />
Resumo da Conferência proferida pelo méd ico-ve'terinário dr. José Pi nto da Rocha,<br />
Diretor da Divisão de Inspeção de Leite e DerivadotS, do Departamento Nacional<br />
de Inspeção de Produtos de Orige.m Animal - Ministéri'D da Agricultura - durante<br />
a XXVl.a Semana do Laticinista/Juiz de Fora/MG.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 34 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
RElACÃO LIMPEZA DO ANIMAL<br />
. QUALIDADE DO LEITE<br />
(ORDENHA TOTAL)<br />
úbere lavado (água +<br />
sabão) .............. . 168.0,00 germes/cm3<br />
úbere não lavado .. 1.765.0,00 germes/cm3<br />
(Homero Duarte)<br />
HIGIENE DO ORDENHADOR/ORDENHA<br />
"O ordenhador igualmente representa<br />
um papel fundamental quando o objetivo<br />
é a produção higiênica do leite. Portanto,<br />
não há como se· dispensa r a limpeza de<br />
suas mãos pela utilização de água, sabão<br />
e/ou solução detergente, sua uniformização,<br />
sua educação para que apresente hábitos<br />
higiênicos não fumando durante a ordenha,<br />
não cuspindo no piso, nã'Ü adota ndo<br />
uma série de· atitudes incOnvenientes e<br />
nada compatíveis com o seu trabalho. Imj::ortante<br />
é ainda con.scientizá-Io para a necessidade<br />
de rejeitar os primeiros jatos de<br />
leite em caneca apropriada para tal."<br />
NúMERO DE BACTéRIAS NO LEITE<br />
1.0 + 2.° jatos ....... .<br />
5.° -;- 6.° jatos ....... .<br />
9.° + 10.° jatos ...... .<br />
últimos jatos ......... .<br />
(observações<br />
5.591 germes/cm3<br />
2.,096 germe-s/cm3<br />
430 germes/cm3<br />
144 germes/cm3 ,<br />
de Vieira de Sá)<br />
Primeiros iatos ........ 19.,000 germe.s/cm3<br />
Ao meio da ordenha .. 480 germes/cm3<br />
Ao final da ordenha . 360 germes/cm3<br />
(-observações de Orla Jansen)<br />
1.0 jato ............... 165.000 germes/cm3<br />
2.° jato ............ ... 88.000 germes/cm3<br />
3.° jato ............... 48.000 germes/cm3<br />
A.o meio da ordenha .. 9.95.0 germes/cm3<br />
Ao final da ordenha 3.850 germes/cm3<br />
(observações de Homero Duarte)<br />
HIGIENE DO VASILHAME<br />
"Outro fator que contribui sobremaneira<br />
para a qualidade do leite, é o cuidado<br />
dispensado ao vasilhame. Esse, sujo ou mal<br />
lavado, deve ser considerado como uma<br />
das maiores fontes de conta minacão do<br />
leite:'. Importante a inda consideramos o<br />
material de sua fabricação, seu tipo e for<br />
ma, daí somente 'ser permitido o vasilhame<br />
(latão r:ara leite, balde, coador, etc.) em<br />
aço inoxidável, ferro estanhado ou plástico,<br />
com bordos arredondados sem formar cantos<br />
vivos. O balde de ordenha deverá ser<br />
apr-opriado apresentando abertura lateral.<br />
Para higienização desse vasilha me, recomenda-se<br />
solução ' detergente' e solução<br />
com hi,::oclorito de sódio (duas colheres (de<br />
sopa) em dez litros de água)."<br />
RelAÇÃO LIMPEZA DO VASILHAME - QUALIDADE DO LEITE<br />
Vasilhame mal limpo ............................. 61 8.00,0 germes/cm3<br />
Vasilhame cOmumente limpo ...................... 24.,0,00 germes/cm3<br />
Vasilhame cuidadosamente limpo .... ,............ 335 germes/cm3<br />
(observações de Harris'Ün)<br />
Latão não lavado (apenas escorrido) .......... ..... 10.692.000 germes/cm3<br />
Latão lavado com água fria .................... . 180.280 germes/cm3<br />
Latão lavado e vaporizado ...................... . 478 germes/cm3<br />
(observações de Homero Duarte)<br />
Latão lavado com água fria ....... .............. 102.2,00 germes/cm3<br />
Latão lavado com água quente + escova ....... 1.175 germes/cm3<br />
Laão I ? vado e vaporizado + escova + vapor (por<br />
dOI·s minutos ........................ . ......... .... 4.333 germes/cm3<br />
(observações de Homero Duarte)<br />
COAGEM DO LEITE<br />
"Tem por finalidade eliminar as impurezas<br />
incidentalmente caídas no leite· por<br />
ocasião da 'Ordenha. Para essa operação é<br />
terminantemente proibido o uso de panos."<br />
RELAÇÃO TEMPERATURA/TEMPO<br />
"Até certos limites o. número de microrganismos<br />
contidos no leite está condici'Ü-<br />
nado a temperatura em que este leite é<br />
conservado, bem co mo ao tempo de sua<br />
permanência nessa mesma temperatura .<br />
Portanto, é fundamental a redução da temperatura<br />
do leite I-ogo após a ordenha, podendo<br />
essa redução ocorrer, pre'ferentemente,<br />
pela in.stalação de resfria dores ou até<br />
mesmo, pela imersão dos latões em água<br />
corren1e."<br />
Revista do ILeT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 35<br />
RELACÃO TEMPERATURA - NúMERO<br />
.<br />
DE GE,RMES/cm3<br />
ooe ............ 2.400 germe-s/cm3<br />
40( ............ 2500 germe-s/cm3<br />
50e ............ 2.600 germes/cm3<br />
60e ............ 3.1.00 germe-s/cm30<br />
100( . ........... 11.600 germes/cm3<br />
1 30( ............ 18.8:00 germes/cm2<br />
160( ............ 1 80.0,00 g e rm es/ cm3<br />
200( ............ 450.00,0 germes/cm2<br />
300( ............ 1.400.,000.,000 germes/cm3<br />
350( ............ 25.0.00.000.000 germes/cm3<br />
(obser ações de Davis - 24 horas - mesmo<br />
leite)<br />
AMOSTRA I<br />
Qoe ............ 13.550 germes/cm3<br />
50( ............ 18.650 germes/cm3<br />
80( ............ 30.,000 germes/cm3<br />
150( ........ .... 570.000 germes/cm3<br />
200( ............ 12.7.00.000 germes/cm3<br />
320( . • • . . • . • . • • • 915.00.0.00.0 germes/cm3<br />
370( ............ 12.300.0,00.,0,00 germes/cm3<br />
AMOSTRA 11<br />
OO( . . ... . .. . ... 92.000 germes/cm3<br />
50e ............ 1 <br />
45°( ............ 1.890.,0,00.000 germes/cm3<br />
AMOSTRA 111<br />
.o0( ........ 2.190.000 germes/cm3<br />
50( • • • • . • • . 3.265.000 germes/cm3<br />
1.O0( • • . • • • • • 3.875.,000 germe-s/cm3<br />
15/1 6°( ........ 23.200.000 germes/cm3<br />
201210( . . . . . . . • 305.00.0.000 germes/cm3<br />
25/260( ........ 2.960.,000.00,0 germes/cm3<br />
32°( ........ 37.900.0.0.0.000 germes/cm3<br />
37°( ........ 41 8.0,0,0.000.00,0 germes/cm3<br />
45°( ........ 14.1 00.000.000 germes/cm3<br />
(observações de Homero Duarte)<br />
TRANSPORTE DO LEITE DA ZONA<br />
DE PRODUÇÃO À INDúSTRIA<br />
"Esse transporte deverá 'Ocorrer nas primeiras<br />
horas da manhã quando a temperatura<br />
está mais amena.<br />
Torna-se de- todo necessário, portanto, o<br />
de, horários das diferentes<br />
, considerando-se o temp'Ü decorri<br />
entre a coleta do leite na zona de pro<br />
até a sua chegada à indústria.<br />
digitalizado por<br />
José Pinto da Rocha: Conferência.<br />
Dura nte- os momentos que antecedem à<br />
chegada do veículo coletor, deverá -o latão<br />
de leite permanecer protegido dos raios solares<br />
e chuvas, sendo para tanto obrigatária<br />
a construção de abrigo, mesmo aquele<br />
do tipo rústico.<br />
Um fator de granç:le- importância para<br />
a quaiidade do leite, diz respeito à proibicão<br />
da medicão e transvase em ambientes<br />
que exponha o produto a contaminações.<br />
Há de ser considerado ainda que o veículo<br />
coletor seja dotado de toldo e provido<br />
de molas. O transporte deverá processar-se<br />
com a máxima rapidez e eHciência,<br />
já que é imprescindível o cumprimento de<br />
horário previsto pela legislação viÇJente para<br />
entre'ÇJa do lei'te à indústria; até às 11 h<br />
do dia com tolerância máxima até às 12 h,<br />
independentemente da classificaçã,o ou categoria<br />
do estabelecimento. Em casos excepcionais<br />
(chuvas constantes que dificul·<br />
tem o acesso do veículo cole-tor à zona' de<br />
produção e desta à indústria; enguiços de<br />
veícul-os) a inspeção federal local poderá<br />
autorizar o rece1bimento do leite após o<br />
horário estabelecido."<br />
Se-guiram-se comentários sobre os cuidados<br />
a serem observados na indústria<br />
quanto a:<br />
a. RE(EPÇÃO<br />
"(onforme especificaçã'Ü prevista na<br />
legislação".<br />
b. EXAMES E SELEÇÃO<br />
"Aqueles estabelecidos pelo RegulamenJo<br />
de Inspeção Industrial e Sanitária<br />
de Produtos de Origem Animal<br />
- RIISPOA":<br />
- caracteres organolépticos;<br />
- determinação do grau de impurezas<br />
- lactofiltração ;<br />
- determinaçã'o da acidez - Dornic;<br />
- prova do álcool e do álcool aliza-<br />
arvoredoleite.org
Pág. 36 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCi<br />
- prova da densidade;<br />
- prova do teor de ç:jordura ;<br />
- pesquisa de cOnservadores/inibidores<br />
;<br />
- crioscopia - pesquisa da adição<br />
de água;<br />
. - prova da redutase. ·<br />
c" PESAGEM DO LEIT (EM BALANÇA<br />
QUANDO O VOLUME DE RECEPCÃO<br />
DA INDOSTRIA FOR IGUAL OU ' SU<br />
PERIOR A 10.,000 LITROS/DIA);<br />
d. PRE-BENEFICIAMENTO;<br />
e . BENEFICIAMENTO;<br />
f. HIGIENE DAS INSTALACÕES/EQUI-<br />
,<br />
PAMENTO;<br />
g. AGUA DE ABASTECIMENTO;<br />
h. REDE DE ESGOTO;<br />
I. MA NUTENCÃO DA INDOSTRIA EM<br />
PERFEITAS CONDICÕES DE FUNCIO-<br />
NAMENTO". '<br />
(Continuação da pág. 24)<br />
A. para a Cooperativa cOmo um todo:<br />
o o ponto de nivelamento permite apreciar<br />
as'margens de seguranças com que a<br />
cooperativa pode contar para enfrentar as<br />
variações dos preços dos fatores de produção,<br />
insumos e serviços e, as variações dos<br />
preços de mercado para os bens p'Or ela<br />
produzidos, por inlerferirem diretamente no<br />
volume dos ne'gócios, isto é, na de.spesa e<br />
nas receitas totais do exercício fina nceiro;<br />
o oferece condições de análise isolada<br />
e em conjunto (agregado) sobre o efeito<br />
das variações dos preços, causando modificações<br />
nos custos operacionais e na receil-a<br />
total, permitindo julç:jar:<br />
- a perfOrmance da cooperativa;<br />
- a tecnologia empreç:jada;<br />
o poder de decisão do administrador;<br />
• condiciona, pelo conhecimento da receita<br />
e despesas, julgar o empreendimento<br />
e/ou de mercado (procurar outro mercado<br />
lise econômica realizada, deliberar sobre a<br />
mudança de em preendimento, de lecnologia<br />
e ou de mercado (procurar outro mercado<br />
para seu produto);<br />
• mostto 'o área de prejuízos e de lucros<br />
que a cooperativa enfrenta, com a combinação<br />
dos recursos disponívei.s empregados<br />
e os preç'os viç:jentes, dando ao administrador<br />
a capacidade de decidir face as diferenças<br />
positivas entre receitas e despesas<br />
e, a capacidade instalada empreç:jada na<br />
Em seç:juida, o conferencista em rápidas<br />
palavras procurou situar a posicão do Bra<br />
sil no "Comitê Mi.sto FAO/OMS de Peritos<br />
Governamentais sobre o Código de Princí<br />
pios referente's a Leite e Produtos Lácteos";<br />
Comitê esse, responsável pelo estabeleci<br />
"mento de padrões para os produtos de la<br />
ticínios.<br />
Na ocasião, o Dr. Jo.sé Pint·o da Rocha<br />
deu conhecimento ao plenário das proposições<br />
apre'sentadas e defendidas pelo nOsso<br />
país durante o XVII Período de Sessões rea<br />
!izado em Roma, no período de 14 a 19 de<br />
abril do corrente ano.<br />
Para finalizar, o conferencista fa lou sobre<br />
o andamento da atualização do Regulamento<br />
de Inspe'ção Indu.strial e Sanitária<br />
dos Produtos de Origem Animal, s'olicitando<br />
a colaboração dos técnicos presentes,<br />
no sentido de que passem a enviar à Diretoria<br />
da DILEI/DIPOA em Brasília, sugestões<br />
à reforma.<br />
produção e .s e há economicidade, ou não em<br />
dar pieno empreç:jo ao restante dos fatores;<br />
• indica, nas diversas flutuacões dos volun:es<br />
l'Otais das receitas e despesas, qual<br />
serIa o limite mínimo da capacidade instalada<br />
para que não .se registre prejuízos;<br />
• finalmente, ajuda a dete'rminar o ç:jrau<br />
de estabilidade da cooperativa face· as variações<br />
da procura de seus produtos. Quanto<br />
mais baixo for o ponto de nivelamento<br />
observado, tanto mais asseç:jurada será a<br />
flexibilidade de operação, quanto a seç:jurança<br />
econômica e financeira.<br />
B. para ç:jrupo de cooperativas:<br />
• a média ponderada das cooperativas<br />
estudadas nas amostragens estratificadas revela<br />
o ponto de nivelamento que possivelmente,<br />
dentro de sua ponderação, cada<br />
uma apresenta ria;<br />
• permite, no curto prazo, realizar previsões<br />
de suas receitas e despesas totais;<br />
• proporciona determinad·o ç:jrupo de informações<br />
de rele'vante importância para o<br />
planejamento das cooperativa.s analisadas,<br />
facilitando sua acão na comercializacão . da<br />
zona ou região á que pertencem;<br />
• indico, nas pes-quisas, quando o setor<br />
analisado está carente de planejamento ei<br />
ou reorç:Janização, que· estes trabalhos não<br />
sejam realizados para o nível de produção<br />
inferior ao do ponto de nivelament'O encontrado.<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 37<br />
A INDÚSTRIA DE LATiCíNIOS BRASILEIRA<br />
,A indicação de minha pessoa, por defe<br />
rê,ncia muito especial do nosso parHcular<br />
amigo e iDiretor dest·e INSTITUTO DE LA<br />
TICTNIOS, o ,Professor ,Cid Maurkio 'Stehling,<br />
como participante dos conferencistas que<br />
aqui v,irão apresentar trabalhos para co<br />
nhecimentos dos 'Iatióni'stas brasileiros du<br />
ra nt,e esta XXViI,a SBMANA .00 tATI'CINIS<br />
TA, deixou-nos, confesso, bastante preocu<br />
pados, uma vez que, apesar de não nos fal<br />
tar o desejo sincero de dar a nossa modes<br />
ta colaboração à altura que merece este<br />
seleto auditório, temos ,nossas dúvida's 'quan<br />
to ao fiel ,desem penho do 'que os amigos<br />
poderiam esperar. Por 'nos faltarem, poré'n :,<br />
conhecimentos técnicost procuraremos utI<br />
lizar :de observações tiradas de nossa v,ida<br />
profissional, dedicada aos trabalhos e estu<br />
dos da. i.ndústria de ,laticínios de nossa .pá<br />
tria, razão pela qua.l, ainda que rec,osos,<br />
mas conhecendo o carinho sempre dIspen<br />
sado por esta CASA, aos que têm ocupado<br />
esta tribuna, hoje aqui ,nos encontramos . P<br />
ra procurar atender, dentro de nossa :llml<br />
tada capacita ção, a incumbência recebIda ..<br />
Nesta oportunidadet desejamos saldar<br />
uma dívida de gratidão 'que temos com os<br />
TECNICOS EM LAncrNlos aqui formados,<br />
com os quais temos convivido nestes 26<br />
anos, aqui e lá fora, n ,?s trabal<br />
.<br />
hs .<br />
que ?<br />
nossa profissão de médl,co v,eterInano latI<br />
cinista colocou em contato consta,nte e per<br />
manente com ,estes moços, e como honra a ?<br />
mérito dividir com eles 0'S trabalhos realI<br />
zados, ' e de público, agradecermos sensibilizados<br />
com um muito obrigado, por tudo<br />
que nos foi dado aprender em ,sua compa<br />
nhia.<br />
Dos idos tempos do saudoso ASSIS RI<br />
BEmO, até a pnesente data, ·centenas de<br />
HOBHES, de JOSES FURTADOS, de' BON<br />
T6MPOS, de EOLOS, de MAZINIS, de LOTTS,<br />
de SAN'HAGOS, de C IiDS , de OSMARES,<br />
nos mais distantes rincões do t,erritório na<br />
ciona,I, -num trabalho anônimo e silencioso,<br />
The Dairy Industry in Brazil<br />
digitalizado por<br />
- Os Progressos teonológkos alcançados e<br />
a's dificuldades atuais.<br />
- A Contribuição dos Técni ,rece<br />
bendot não pode, em absoluto, ser malba<br />
ratado e na -certeza que o ,trabalho destes<br />
mocos ,continuará no mesmo diapasão, va<br />
mo procurar mostrar, em Hnhm gerais, s,em<br />
especificações detalhadas, o que se tem co<br />
seguido nestes 26 anos de .Iuta, na melhOrIa<br />
dos produtos elaborados pela indústria de<br />
latidnios.<br />
Começaremos com o produto outrora bási,co<br />
da indústria, hoje já catalogado como<br />
subproduto - A 'MANliEIGA.<br />
Quem de nós poderia supor que dos cre<br />
mes velhos e transportados - em -latões na<br />
maioria das vezes enferrujados, pelas fer<br />
rovia,s, pelos caminhões, estocados em pre<br />
caríssimas ,condicões de temperatura ,e de<br />
higiene, das velhas bat,edeiras de madeira,<br />
das espremedeiras rotativas, das salgas em<br />
mesas de madeira ,pa,ra melhorar a ",desso<br />
ragemlJt dos envas'es feitos a mãot onde a<br />
aplicacão do frio se restringia, assim mes<br />
mo, em pouqu ís-simas fábricas "adiantadas",<br />
arvoredoleite.org
Pág. 38 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILeI r<br />
pela adiçãO' de gelo pi1cado ao creme no hoje ,capa-citados a empregar com conheci. !<br />
momento da bateção, chegássemos, como mento de causa, a utilizacão dos recursos ,-<br />
chegamos hoje, 'senão a uma fabricacão tecnológico qu os países adia tados em.<br />
perfeita e t,ecnológ,i'ca, pelo menos, a ob- pr'egam. Nao eXiste segredo técnico no ma.<br />
tenção de um produto bom e em condicões nuseio de . máqui,nas de fabrj.caço contínu t<br />
de discuti r o problema em nível elevado. da manteiga, atualmente produzida :por dl- '<br />
Quem de nós não teve, ao enfrentar o<br />
problema naquela época, desejo de desistir,<br />
tão grandes e supostamente insolúveis as di-<br />
versas firmas, todas baseadas no 11 Apare-<br />
lho de 'fritzll, 'q ue o técnico · bmsileiro não<br />
esteja capacitado a utilizar. Nossa tecnolo-<br />
ficuldades encont.radas ? 'Cada fase da fa- gia é idênti-ca à dos países adiantados e<br />
bricação da manteiga, ao ser ana,lisada,<br />
continha em s-i, uma série de entraves, alia- mando, a eX'l?ortação feita em 1974 por firdos,<br />
ainda por cima, da natura l desconfiança<br />
do mi'neiro, sempre temeroso quando de manteiga extra, de fabricacão ,contínua<br />
é chamado para novos investimentos finan- e do processo clássico, ,cujos resultGdos fíceiros,<br />
mormente com prognósticos desco- si,co-químicos e bacteriológicos do país imnhecidos.<br />
As aquisições de novos utensílios portador - a I,nglaterra - clas's ificou o nose<br />
maquina ria's, de ICUstOS elevados, para so produto na categoria de EXTRA, enche<br />
que a tecnologia moderna da fabricação de de júbi.lo a indústria brasileira de 'laticínios.<br />
apenas como subsídio do que esta mos afir-<br />
ma nacional, a ,CCP'R, de 1.100 toneladas<br />
mantei'ga pudess'e ser apl,icada, não foram Pelas razões apresentadas, torna-se des-<br />
fáceis. necessário justificar uma certa preferência<br />
Não fora, a'ntes até dos resultados obti- do t'écnico em lat,idn ios ao i'ngressar na<br />
dos pela nova tecnologia, o trabalho de ca- indústria, escolhendo a secão de fabrica-<br />
tequização r,ea lizado pelos técn.icos, com ção de mantei'ga. O que 'estamos tentando<br />
perseverança e teimosia, -colocando muitas<br />
vezes em jogo seu vínculo em pregatício com<br />
o industrial, não teríamos atingido a etapa<br />
tecnológi,ca em que hoje nos encontramos.<br />
Na atualidade, qualquer indústria de laticínios<br />
em 'que o técnico é chamado Ipara<br />
prestar sua val iosa colaboracão, não mais<br />
precisa preocupar-se ,com es'tes probl'emas<br />
demonstrar aos senhores é o gabarito des-<br />
tes té'cnicos, que inteirament'e à vontade<br />
para os trabalhos afetos exigi,dos na fa-<br />
bricação de manteiga, 'não mais dependem<br />
de IIknow howll ,estrangeiro para poder en-<br />
tregar ao consumidor, nacional ou estra n-<br />
geiro, aqu,i lo que se prontificou a elaborar<br />
e s'er tecnicament'e chamado de MANTEIGA.<br />
já superados. Claro está que, hoje em dia, ,cada ,fase da<br />
fabricação de manteiga, exige do técnico,<br />
se da mi1crobiologia láctea, dos benefícios<br />
que oferece ao uti,lizar-se do trabalho hioquími,co<br />
das badérias lácticas. Do conhecimento<br />
dos germes acidif.icadores e aromatizantes,<br />
dos percentuais corretos da distribuição<br />
Idos glóbulos de gordura contidos no<br />
creme, ,do emprego do frio para crista-lização<br />
destes glóbulos para uma perfeita bateção,<br />
das ,conseqüências do carregamento<br />
uma sene de conhecimentos que, interliga-<br />
dos, nas -fases subseqÜ'ent,es, virão mostrar-<br />
-:nos o conjunto de um produto perfeita-<br />
mente elaborado. O 'que damos ênfa'se nes-<br />
te :particular é a auto-suficiência técnica al-<br />
ca-nçada pela indústria de laticínios brasi-<br />
leira, na fabricação da manteiga. Não esta-<br />
mos com isto afirmando que toda a mantei-<br />
ga elaborada em nosso País seja extra e de<br />
Sua ,linguagem com o industrial é na ba-<br />
das batedeiras influindo na ,qualidade do<br />
excelente -qual-idade. Muitas indústrias que<br />
produto, da pur-eza bacteria-na necessária exp.loram este produto, ,ainda estão atrasada<br />
água em.pregada na lavagem da mantei- das em sua tecnolog ia. O que deslejamos<br />
ga e de sua 'constitu-ição, ,dos requisitos exi- dizer é que, para mudar métodos obsoletos<br />
gidos para o sal empregado, das implica- e já ultrapassados, infel izmente ainda usações<br />
que os utensílios e maquinar,ias de aço dos, não precisamos recorrer a II know how"<br />
inoxidável exig,em ,por ocasião do emprego importado, uma vez que o gaba rito dos<br />
dos -detergenes usados para sua limpeza. nossos técnicos atende perfeitamente e com<br />
A diferenca como os senhores estão vendo absoluta segurança, os múltiplos 'conhecié<br />
muito g'rande. Até mesmo para a trami- mentos que este produtO' exige .para ser tec-<br />
ção dos procedimentos descontínuos quan- nica mente fabricado. Faltam-nos, isto sim,<br />
do a única maneira ,de se fazer manf.eiga,<br />
era dividir os cremes em pequenos ,lotes colocados<br />
nas bat,eideiras, para o processo<br />
condições apropriadas de trabalho, por di-<br />
fi.culdades i,ndepe,ndentes ,de nossa vontade,<br />
contínuo não tem exigido tanto sa'crifício nunca conhecimentos de como real izá- los<br />
como no passado. Demos -inegavelmente conforme a moderna tecnolog ia exige.<br />
um grande passo na tecnologia da fabricação<br />
de manteiga. Acompanhamos e estamos<br />
Isto posto, vamos ,deixar este assunto,<br />
sumariamente aborda-do para entrar, ainda<br />
Revista do ILeT JULHO A OUTUBRO DE 1975 , Pâg. 39<br />
que em I,inhas gerais também, no produto<br />
que 'consideramos como o mais difícil de<br />
ser trabalhado ,dentro da indústria de laticínios<br />
- o QUEIJO.<br />
O próprio tema escolhido para a preferência<br />
dos trabalhos desta SEMANA - A<br />
Indústria de Queijo no Bmsil. Tecnologia,<br />
Pa drões e ,Comercialização, irá nos mostrar<br />
os variados e múltiplos problemas que a<br />
indústria vem en.contrando, para poder<br />
apresentar ao consumidor um produto que<br />
atenda aos padrões dos denominados<br />
11<br />
quei'jos finO'sll •<br />
Com referência ao 'capítulo QUEI'JOS,<br />
vamos encontrar uma série imensa ae fases,<br />
podendo mesmo o técnico -dar-se ao luxo<br />
de pes1quisar em cada uma, os fenômenos<br />
fundamentais que .se processam desde a<br />
coagulação e durante toda a vida do produto,<br />
abrangendo .portanto um dos problemas<br />
mais complexos da Bioquímica das<br />
substâncias alimentícias, po,is o QUEIJO<br />
nada mais é do que o resultado global de<br />
uma série de var-iados fenômenos.<br />
Desde a fermentacão da lactose em ácido<br />
lático e a degradação dos ladatos, proteolisis,<br />
desaminação e -descarboxilação, lipolisis<br />
e a degradação dos ácidos graxos,<br />
acrescidos às ações sinergét,icas das substâ<br />
ncias sápidas, as reações ácido-básicas,<br />
o queiio nos oferece um vasto campo para<br />
estudos e pesquisas.<br />
Podemos, pois, consider.ar o queijo como<br />
um cultivo sólido que pode torná--lo mais<br />
ou menos sel'etivo e como um substrato de<br />
enzimas, cujas atividades se contrO'lam. Os<br />
cuidados dispensados ao 'queijo durante a<br />
maturação contribuem ,para esta seleção e<br />
controle. A relação superfície-peso é uma<br />
caraderística importante na maturação dos<br />
queijos de massa bra nda. A extraordinária<br />
importância da dessoragem influindo na<br />
maturação, uma vez que sendo as bactérias<br />
láticas responsáveis pela tra nsformação da<br />
lactose em ácido láhco, regulando seu pH,<br />
ainda são produtoras de enzimas proteolíticas,<br />
edocelulares e endocelulares.<br />
Se pudéssemos dividir a maturação dos<br />
distintos ti:pos de queijos em duas fases,<br />
chamaríamos ,a primeira de pré-maturação,<br />
na qual se verifi-cam -as trocas da lactose e<br />
a degradação primária da caseínaj a segunda,<br />
ou seja a maturacão principal, seria<br />
aquela em que, à cu'sta dos produtos<br />
forma dos pela primeira, se formam sabores<br />
e o aroma do produto. A degradação<br />
protéica dos qu,eijos é devida especial mente<br />
aos ,enzimas do coalho e dos microrganismos.<br />
Por isto, as proporções a,dequadas<br />
entre enzim a's do coalho e enzimas proteolíticas<br />
das bactérias láticas é de suma im-<br />
digitalizado por<br />
portância. O excesso de uma ou outra no<br />
queijo pode causar anormalidade na ma <br />
turação e, em conseqüência, defeitos graves<br />
no produto.<br />
Daí a importância que representa o emprego<br />
do coalho, infelizmente em nosso<br />
meio relegado a um pLano s'ecundá rio( pelas<br />
dificuldades de sua obtencão em escala<br />
Indústria de Queijo no Brasií. Tecnologia,<br />
nacionais existentes e dos importados, não<br />
controlados, cuja aplicação inadequada tem<br />
causado uma série de _problemas aos nossos<br />
queijeiros.<br />
Todos a'qui sabem o qua-nto as enzimas<br />
afetam diretamelnte a vida. O seu uso controlado<br />
pode ter um efeito potencialmente<br />
eterno sobre todos os seres vivos deste<br />
planeta. N-a área médica e farmacêutica( as<br />
enzimas são usadas no tratamento de doenças<br />
ligadas à dig,estão dos alimentos, em<br />
métodos diagnósticos, no tratamento das<br />
leucemias e, entre outros, no tratamento das<br />
inflamacões.<br />
Para' que se telnha uma pequena idéia<br />
de sua importância, citaremos :que, somente<br />
como produtos digestivos, representa m<br />
um mercado anual da ordem de 20 milhões<br />
de dói-ares na Europa e 10 milhões de<br />
dólares no Japão.<br />
A obtenção de enzimas é feita por métodos<br />
extrativos, a partir de órgãos de animais,<br />
de plantas e de microrganismos. A<br />
tecnologi,a moderna possibilita separar enzimas<br />
e utilizá-Ias na indústria, para ativa r<br />
processos de lermentação, de dig estão de<br />
alimentes, de sínteses de novm substâncias<br />
e de destruição de substâncias tóxicas.<br />
Em muitos dos processos industria-is e<br />
princi palmente na indústria queijeira, as enzimas<br />
oferecem várias vantagens comparadas<br />
aos reagentes químicos convencionais,<br />
especialmente como é de nosso interesse,<br />
no processamento da fabricação de queijos.<br />
O desenvolvimento da tecnologia de enzimas<br />
é de grande interesse no mundo moderno,<br />
tendo um mer,cado amplo que garante<br />
sua produção em alta escala.<br />
No Brasil, a expansão da agropecuária<br />
e da agro-i,ndústria, a disponibilidade de<br />
matérias-primas de origem animal e vegeta l,<br />
e a s condicões do mercado nacional e internacional'<br />
nos últimos anos, oferece um<br />
suporte excelente e necessário à implantação<br />
desta indústr,ia. 'E é neste particular que<br />
desejamos trazer ao conhecimento dos senhores,<br />
que o nosso País acaba de entrar,<br />
pra valer mesmo, nesta indústria.<br />
Em recente artigo de 11 0 Globoll, publicado<br />
em janeiro deste ano, tomamos conhecimentO'<br />
da imtalacão na cidade de<br />
Montes Claros, em noss Estado, em terre-<br />
arvoredoleite.org
Pág. 40 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCI<br />
no de 40 . .Q,00 m 2 , dentro da área da SU<br />
DENE, da BIOQUf;MICA .0,0 BRASIL S.A.. -<br />
BIOB'RÁ'S, ,empresa que tem por fina,lidade<br />
produz,ir enzimas, ,proteí.nas e produtos correlatos,<br />
para comercialização nos mercados<br />
internos e de ex'portação. Para isto, estão<br />
realizando um invest,imento de .(r$ 55 milhões<br />
'que possibi,j,jtará uma produção de<br />
cerca de l'Ü.0 toneladas de enzimas.<br />
Compõe-se a HIOBRAS de uma equipe<br />
técnica, de 20 profissionais , altamente qua<br />
lificados, com capacitação de PhD (Doutor<br />
em Filosofi,a) em Bioquími'ca, Doutores em<br />
Medicina e em Veterinária, Engenheiros 'quí<br />
micos, Mestres em 'Bioquímica, e Farmacêu<br />
ticos e Bioquímicos, para desenvolver uma<br />
tecnologia inteiramente nacional na conso<br />
lidação ,de uma i,ndústria de vanguarda no<br />
Brasi,l, fato que nos vem encher de orgulho<br />
e alegria.<br />
'Como lalicinista, anrevejo com sadio oti<br />
mismo, um novo marco da indústria queijei<br />
ra de ,nossa Pátri,a, ,com este empreendimen<br />
to citado, etapa de extraordinária impor<br />
tância como da fabricacão da enzima-re<br />
nina, que virá desvincular nossa ,i,ndústria<br />
das importações onerosas e difíceis, com a<br />
utilização, tenho certeza, do produto 'nac.ional,<br />
apresentado com a garantia que todos<br />
nós há muito estamos desejando, para que<br />
possamos, em f.uturo bem próximo, melho<br />
rar a qu.alidade dos ,nossos queijos, alimento<br />
que, a ,eX'emplo dos Países aJtamente ci<br />
v,ilizados, serve para a'quilatar o progresso<br />
de uma Nação.<br />
Duplamente orgulhoso, como brasileiro<br />
e como laitón ista mineiro, espero que esta<br />
ind(Jstria venha atender às nossas necessidades,<br />
colocando no mercado um produto<br />
tecni'camente elaborado e contro,lado, para<br />
tranqüilidade da indústria queijeira; teceremos<br />
alguns comentários a respeito da enzima<br />
que diretamente nos interessa, ou seja<br />
a quimosina ou renina, ou simplesmente o<br />
nosso velho conhecido Icoalho.<br />
'Enzimas 'são proteínas, o principal materi.al<br />
de construcão da vida. IProte-ínas são<br />
moléculas de longas cadei,as, constituídas<br />
de várias seqüê,ncias interligadas dos 20<br />
pri,ncipais aminoácidos. Somente nos últimos<br />
anos o homem conseg uiu desvendar alguns<br />
segredos da estrutura das enzimas. Em<br />
1951, foi pela primeira vez identifi'cada a<br />
ordem que aminoácidos se ,ligam para formar<br />
a estrutura de uma enz,ima. São elas, os<br />
catalizador'es mais eficientes que se conhece.<br />
Podem acelerar reações por fatores q ue<br />
variam de 1 a 10 milhões de vezes.<br />
Sem o 'saber, o homem vem util,izando<br />
as 'enzimas por centenas de anos. A fermentação<br />
de vinhos e a fabricação de<br />
'<br />
queijos, são exemplos das funcões naturais<br />
controladas pOr enzimas. Hoje ' a industriali<br />
zação de enzimas repr'es'enta um importan<br />
te segmento da e.conomia, haja vista que,<br />
somente para o mercado ameri cano, o coa<br />
lho, usado na fabricação de queiÍ'os, 'São<br />
gastos 25 milhões de dólares por ano. O<br />
coalho é um dos pr,incipais age,ntes da de<br />
composição da caseína, do fosfo-para-ca<br />
sei nato de cá.lcio em produtos intermediá<br />
rios, os quais experimentam a oontinuação<br />
de uma deg radação maior, devido a ação<br />
das enzimas microbianas.<br />
No sentido de co-r,elacionar a impor<br />
tân.cia desta enz,ima, que agora o Brasil,<br />
por ,intermédio de firma brasileira, se pro<br />
põe a suprir as nossas ,necessidades, numa<br />
implicação de fabulosa economia de divi<br />
sas, nossa satisfação é' maior, qua ndo nos<br />
inteira mos dos cuidados ,espe,da is que esta<br />
indústria dedi'ca pam ohtenção, dentro dos<br />
mais elevados padrões teonológ,icos, das<br />
proteínas e enzimas, tão carentes em !nos<br />
so País, alicerçando seus trabalhos nos co<br />
nhecimentos tecnológicos de bioquímicos<br />
altamente espeóalizados e projetando o<br />
TÉ'CNICO brasilei,ro na vanguar,da dos pes<br />
quisadores 'estrangeiros.<br />
O que nos foi dado conhecer até então,<br />
apesar de ,numerosos trabalhos e est,udos<br />
dedicados a esclarecer a coagulação do<br />
leite, parece se des'enro.lar da seguinte forma<br />
: o casei nato de cákio ,ao ser atacado<br />
pelo coalho se transforma em para-caseinato<br />
de cálcio e em seguida este se ,combina<br />
com os íons livres de cál cio (sais solúveis),<br />
os tornam insolúveis e precipitando,<br />
forma a coalhada.<br />
A velocidade da ,coagulação e os características<br />
da coalhada são afetadas por<br />
uma série de fator,es que atuam diretamente<br />
sobre o fenômeno. Estes fatores principais<br />
são :<br />
A acidez do leite (pH);<br />
- A concentracão dos sais solúveis de cálcio<br />
(íons ,livres);<br />
- A concentra cão , da caseína e fosfatos co-<br />
loidais;<br />
- A temperatura de coagulação e, finalmente,<br />
a temperatura de conservação e<br />
tratamento a que o leite foi submetido.<br />
A coalhada produzida pela ação do coa<br />
lho é bastante elástica e em determi nadas<br />
condicões de temperatura e ,acidi'ficação,<br />
tem a' propriedade de o contrair. A textura<br />
é fechada, homogênea ! com aspecto e con<br />
sistência de um pudIm. A coal,hada por<br />
ação do coalho, retém grande parte dos<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 41<br />
sais insolúveis do leite, mais do q ue a coalhada<br />
obt,ida por meio de ácido, onde os<br />
sais insolúveis são transformados em solúveis<br />
por ação do ácido e se perdem 'no<br />
soro; isto significa 'que a coalhada obtida<br />
pelo coaJho é mais mineralizada qy e a coalhada<br />
ácida e, portanto, retém maIs elementos<br />
necessários ao equi,líbrio do ,pH, transmitindo<br />
,ao queijo uma textura elástica e<br />
flexível. As características de um bom coalho<br />
·comercial devem apresentar :<br />
1.° - poder constante;<br />
2.° - boa conservação;<br />
3.° - estar isento de bactérias prejudiciais;<br />
4.° - estar isento de enzimas prejudiciais.<br />
O coalho comercial ,é apresentado em<br />
3 formas : coalho em pó, coalho em pastilhas<br />
e o coalho Hqui,do. O coalho sólido<br />
se conserva melhor que o 'líquido. Deve ser<br />
armazenado em temperatura baixa para<br />
poder conservar durante maior tempo SI'"<br />
poder 'coagulante, sem perdas apreciáveis;<br />
para isto preconiza-se a temperatura de<br />
4.oC No caso de ser armazenado nesta<br />
temperatur'a, no momento de ,uso, devemos<br />
retirá-lo do frio uns 4 a 5 dias antes de ser<br />
usado para que "desperte" todo o seu poder<br />
coagulante e também para que a temperatura<br />
do coal,h·o, ao abrir-se a lata ou<br />
vidro, seja a mesma da temperatura ambiente,<br />
evitando-se assim condensação de<br />
umidade no :produto. Guardado ,em temperatura<br />
ambiente relativamente alta, o coalho<br />
sólido pode perder cerca de 3% de 'sua<br />
força de coagul,ação, por mês, mas c0 ! 1servado<br />
em ambiente fres,co, a perda sera em<br />
redor de 1 % por mês. Além disso, devemos<br />
preservá-Ia, em todo o momento, da ação<br />
da luz, do ar ,e da umidade. Para determi-<br />
110r ,a quantidade de coal,ho a ser ,usada,<br />
é necessário que se conheça o título de<br />
sua força.<br />
São ta'ntos os fatores inerentes às características<br />
do leite, 'que i,nfluem na coagulacão<br />
que cientificamente não se pode falar<br />
de forca de coalho para 'se fazer compapações<br />
'genéricas, fora de ár,eas limitadas e<br />
com ,leites diferentes mas ,dentro de uma<br />
mesma zona e com mesmo ,leite, se pode<br />
perfeita mente ,comparar a força do coalho,<br />
digitalizado por<br />
para cada caso s'pedfico com absoluta segurança.<br />
Não vamos entrar no problema da determinacão<br />
da forca do coalho, mas simplesmen'te<br />
lembrar que ,qualquer ,que seja o<br />
processo ou método uti,lizado, o ponto mais<br />
difícil é o de se determinar o momento ex·ato<br />
,da coagulação e, porta.nto, o tempo preciso<br />
com iotal seç:jurança. Em qualquer circunstância,<br />
a força ou o título ativo do coalho,<br />
é necessáTio determinar as propriedades<br />
da coalhada resultonte, a'conselhando<br />
-se fazer a prova com uns 2 a 4 litros de<br />
leitE) na temperatura normal mente usada :para<br />
cada tipo de queijo e coagular este leite<br />
em 40 minutos (mantendo-se a temperatura<br />
constante).<br />
Para obter-se uma comparação, é sempre<br />
úti,l ,repetir a prova com leite cru e de<br />
a,cidez e temperatura idênticas. Esta prova<br />
permite verificar as propriedades da coalhada,<br />
as propriedades do ,leite e as propriedades<br />
que um coalho a presenta para<br />
formar uma coalhada determinada.<br />
Sinais de coagulação. Em condições normais<br />
de trabalho, os primeiros sinais de 'coagulação<br />
podem ser verificados entre '5 a 8<br />
minutos depois ,de se adicionar o coalho.<br />
Isto pode 'ser comprovado, deixa·ndo-se cair<br />
umas gotas de água na superfície do leite,<br />
de uma determinada altura mínima. No momento<br />
em 'que a coagulação se inicia, esta<br />
gota dágua deixa de se misturar com o leite<br />
e aparece como uma gota i'ndividua,lizada<br />
iransparente na superfície.<br />
Terminamos aqui, meus senhores, o despretensioso<br />
relato 'que nos propusemos trazer<br />
para os trabalhos desta XXVl.a SEMA<br />
NA DO LATIClNIST A. A todos, o nosso<br />
agradecimento pela atenção dispensada e<br />
colocando-nos à disposicão do nobre auditór,io,<br />
par,a perguntas porventura julgadas<br />
necessárias, queremos .nesta oportunidade,<br />
reverenciar a memória daquele que conlinua<br />
'nesta CA,S,A presente em espírito, o<br />
nosso saudoso SEBASTIÃO SENA FE'RR,EIIRA<br />
DE ANDRADE. por nós todos considerado o<br />
GRANüE T'ÉCN IOO, pois grande é todo<br />
a1quele q ue, como ele, plantou em chão árido,<br />
como árida era ,a ,indúst-ria de laticínios<br />
br,asileira, - uma semente de SONHO, e<br />
conseguiu ,com o tempo, torná-la uma<br />
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o leite deve continuar<br />
, genuíno e rentável.<br />
E para iss existe o<br />
LEITEF I da APV.<br />
LEITEFRIO mod o H-1 .500 (para 1.500<br />
litros de capacidade). Com tampa também<br />
de fáci I abertura. para limpeza<br />
o LEITE FRIO da APV resfria e armazena o<br />
leite em quantidades de 1.100 e.1 .500 litros.<br />
E vai mais além : ele preserva as qualidades e<br />
a pureza do leite, para uso dos prod utores .<br />
Que saem ganhando porque LEITE FRIO<br />
permite a armazenagem das duas ordenhas diárias,<br />
e mantém o leite em condições ideais.<br />
Esse tipo de coleta economiza combustível<br />
gasto no transporte e permite que vários produtores<br />
peq uenos se reúnam para util izar um só<br />
equipamento .<br />
E, mais ainda: LEITEFRIO ocupa pouco<br />
espaço, dispensa operadores e não exige<br />
man utenção.<br />
. LEITE FRIO, da APV. O leite como ele deve ser:<br />
genuíno e rentável.<br />
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Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 45<br />
SELEÇÕES LATICINISTAS MUNDIAIS<br />
XXlIl.a Série<br />
World Dairy News - 23rd sene<br />
Com a formatura de 555 técnicos laticinistas<br />
até 1974 neste lnst.itute de Laticínios<br />
JJCândido Tostes" e es agrônomos, veterinários,<br />
zeotecnistas e outros técni,ces, de<br />
curso superior ou nãO', que tam bém ,incluíram<br />
'Os laticínios em seu currículo, não falando<br />
numa destacada falange de técnicos,<br />
formados em outro>s países, todos ded icados<br />
aO' progressO' des laticínios brasileiros<br />
em todes 'Os seus inúmeros setores, entendemos<br />
que pO'demos agora centi:nuar trp nqüilamene<br />
nossO' modesto caminhe de divulgador,<br />
apes'a'r de muitO' honroso ·títule<br />
de "técnicO' lacti.cinista h. c . " cem que fomos<br />
dist,inguidos pela antiga Fábrica-Escola<br />
de Laticínios "ICândide Tostes", antecessera<br />
deste LLC.T., em 1961.<br />
Ocorre-nos tam bém assi,nalar, cemo já<br />
mencionamos :na Série XXI destas Seleções,<br />
aqui lidas no anO' passadO', nem todas estas<br />
Selecões têm s,ide dedicadas exclusivamen-<br />
. te ao I.L,c. T., peis, a XXll.a Joi Hda por<br />
ocasião de V,l Curso de TreinamentO' em<br />
Laticínies da D.,J "P.O.A., como e ·será a<br />
XXIV. no VII Curse, atualmente em andaménte.<br />
Continuando, pois nossa missãü e agradecendo<br />
mais esta oportun'idade, vamos ler<br />
a seguir mais trinta (30) notícias que supomos<br />
de interesse e que extraímes ou adaptamos<br />
das revistas que recebemos de onze<br />
países latioinistas amigos.<br />
- ·Embera mantidO' na maioria dos paíse's,<br />
e paÇlamento do leite por litro ou<br />
kg ié obsoletO' e até injusto. Na verdade,<br />
e que tem valer nO' leite é e extrato<br />
seco que representa apenas cerca<br />
de '11,5%, segundo R.LLS.P.O.A.<br />
Quando estivemos na Tndia, em dezembrO'<br />
de ano passado, vimos o le'ite<br />
(de búfalo) ser pago pelo seu teor de<br />
gordura ('Rs 27,00 eu ·Cr$ 24,00 o kg na<br />
ecasião). Aqui também pag'Olmos e ex<br />
,cesse de 3% de gordura mínima, mas<br />
Otto Frensel *<br />
não é suficiente, nem justo. Muito apro<br />
.eriade nos parece, per issO', um estude,<br />
entre tantos outros, efetuadO' em<br />
teda parte, per técn icos alemães de di·<br />
versos i nstitutes.<br />
Propõe diversos medelos de um pagamento<br />
combinadO' na base de leite e<br />
proteína, a saber,:<br />
A) DiferenciaçãO' do atual preçO' básicO'<br />
censtante (preç'O do ,leite desengordurade1<br />
correspondente aO' teor<br />
de proteína de le'ite.<br />
'8) ValorizaçãO' idêntica por unidade<br />
de gordura e unidade de preteína.<br />
C) Participaçã·o igual da gordura e da<br />
proteína no preç'O do leite.<br />
Os efeitos do sistema de preço-gordura-proteína<br />
para o produtor de leite<br />
feram pesquisados numa regiãO' de<br />
4.000 produtores, apresenta ndo es seguintes<br />
resultados :<br />
1. geralmente os produtores de leite<br />
que até entãO' obt,inham um preço<br />
acima da média, nãO' sofreram com<br />
nenhum destes modelos;<br />
2. o medel.o · A conduz em comparação<br />
com e atual preço de leite às<br />
demais alterações;<br />
3. dentro de uma classe de ,gordura<br />
resulta para os modelos B e C, em<br />
virtude da maior valorização da<br />
proteína, uma maior variabilidade<br />
nO' preçO' do leite do que no Modelo<br />
Ai<br />
4. para 10-20% des produtores de leite<br />
o preçO' apenas ·sefre alteração<br />
insign ificante cem a introduçãO' do<br />
pagamentO' pela gerdura/preteína;<br />
* Redater de "BOI.:ElIM DO 1,EITE". Técni-co em Laticínios Honoris causa, de ILCT.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 46 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
Ofto Frensel: Palestra.<br />
5. o modelo (, em virtude de uma<br />
maior valorização da proteína ofereoe<br />
ma'ior interesse para o produtor<br />
no sentido de um incremento<br />
na atenção para o teor protéico<br />
do leite.<br />
2 - .o consumo de ,leite da população de<br />
Mos'cou é atendido por quatro usinas,<br />
as quais, juntamente com uma fábrica<br />
de queijo fundido, outra de coalho e<br />
uma "cafeter,ia", se uniram .em 1962.<br />
A sua venda atinge 1.100 . .000 I,itros diários<br />
de leite em garrafas e embalagem<br />
perdida, 450.000 kg de I,eite dietético .'<br />
e acidificado (kefir, et.c.), 200 t de<br />
"Quark" e derivados, 100 t de creme<br />
de mesa e 20 t de queijo fundido. Uma<br />
quinta usina para 720.000 kg de leite<br />
está sendo construída nos arredores.<br />
3 - lO crescente consumo mundial de produtos<br />
Mcteos, inclusive o próprio le,ite,<br />
tratados pelo sistema UHT, naturalmente,<br />
também causa crescente número<br />
de problemas. As c;ausas pdem ser<br />
múlti.plas e não apenas defeItos mecân'Ícos<br />
ou humanos. A presença de<br />
esporos extremamente termo-resistentes,<br />
pode ter o.rigem ,no próprio leite,<br />
nas instalacões e na emba'lagem. Um<br />
acurado cnt'role bacteriológ ico em<br />
todas as fases, é de muito maior import6ncia<br />
do 'que se pode imaginar.<br />
Não se trata apenas de controlar a<br />
qual,idade do leite, como matéria-prima,<br />
mas todas as peças, principalmente<br />
as juntas, solda's, ,etc., do equipamento<br />
e da própria embal'agem, facilmente<br />
sujeita à reinfecção.<br />
4 - As pesquisas práticas com os produtos<br />
concentrados e permeabilizados, gra<br />
ças a ultrafiltração do leite e do soro<br />
de queijo apresentam crescentes resul<br />
tados favoráveis, tanto economicamen<br />
te, COmo alimentares. Um iOç:Jurte óti<br />
mo, à prova de textura firme e super<br />
fície perfe,itamente lisa foi obtido cI..<br />
seguinte composição :<br />
16 litros de leite integral com 3;6% de<br />
gordura e 3,1 0% de proteínai<br />
13,85 litros de leite magro com 0,05%<br />
de gordura ie 3,1 0% de proteínai<br />
6,1 5 litros de concentrado de leite<br />
desnatado com 0,1 5% de gordura<br />
e 9,9% de proteínai<br />
2 ,litros de cultura com 0 . .05% de<br />
gordura e 3,10% de proteínai<br />
38 litros de iOç:Jurte com 1,58% de<br />
gordura e 4,2.0% de proteína :<br />
5 - Numa análise da situacão lati.cinista<br />
na Alemanha (R.F.), o áutor constata<br />
que, apesar de li9'eiro aum'ento na<br />
produção (.0,6%), a situação de excedentes<br />
de ma'nteiga não se agravou da<br />
forma esperada. Embora o consumo<br />
interno tenha estagnado, os mercados<br />
exportadores se mostra ram aceitáveis.<br />
.o mercado queijeiro mostrou uma forte<br />
expansão. Os produtos frescais que<br />
tinham mostrado forte incremento, decaíram<br />
rapidamente. Com a transformação<br />
da va'lorização, o problema estruturai<br />
dos exce:dentes lácteos se<br />
transfer.iu para o mercado das proteínas<br />
lácteas. O leite de consumo caiu<br />
de 87 para 85 kg "per ,capita" anuais i<br />
o creme de mesa de 1 06 para 1 04 kg.<br />
Os queijos frescais e os produtos do<br />
"'quark" se mantivera m inalterados. A<br />
produção de manteiga se ma:nteve<br />
quase nas 508.000 t, mas o consumo<br />
caiu 3%, atingindo com 7,1 kg nper capital/<br />
anuais o seu menor nível desde<br />
1972. Mas as exportações, como já citado,<br />
compensara m esta queda, bastando<br />
cita r a 'Inglaterra i(Jue importou<br />
umas 50.000 t em lugar - das apenas<br />
3.0,00 em 1973. Como f.icou dito, o queijo<br />
aumentou consideravelmente com<br />
13%. Não só na exportação, como no<br />
consumo interno que Ipassou de 6,1 kg<br />
para 6,3 kg "per .capita".<br />
6 - A necessidade da concentracão na indústria<br />
de latidnios, também se está<br />
efetiva ndo na Africa do Sul. Em 1978,<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 47<br />
E:xistiam 154 fábricas de queiio com<br />
uma média anual de 18 . .000 kg. Em<br />
1944, já eram apenas 88 com uma média<br />
de 90.000 kg. Em 197.0, apenas 44<br />
com a média de 450.00.0 kg 'anuais cada<br />
uma.<br />
7 - Numa gigantesca pes'q uisa em 1967/<br />
1968 com 650.000 amo.stras de leite de<br />
todas as reg.iões da Alemanha (R . F.)<br />
constatou-se 2,4% contendo fatores inibitivos<br />
positivos. Atualmente esta porcentagem<br />
está ,reduzida para .0,5%,<br />
graças a uma legislação objetiva e<br />
respectiva execução positiva que proíbe<br />
a adição de penicilina como aditivo<br />
em alimentos animais.<br />
8 - A poluição está na ordem-do-di e<br />
não apenas em São Paulo. PesquIsas<br />
nos Estados Unidos provaram que os<br />
bebedores de ,leite adoecem muito me<br />
,nos do que os demais, tendo constatado<br />
que este fato estava relacionado<br />
com o consumo de leite. IEm diversas<br />
indústrias, sujeitas a influências poluidoras,<br />
comprovou-se que os períodos<br />
de doencas eram 65010 menores entre<br />
os bebedores de leite do que os demais.<br />
9 - O crescente aumento quantitativo dos<br />
rebanhos, a crescente capacidade produtiva<br />
da vaca, agravam os problemas<br />
da sanidade dos úberes :das vacas<br />
produtoras de leite de alta capacidade.<br />
Por ,isso se tor,na indispensável uma<br />
cada vez mais coordenada cooperação<br />
de todos os interessados, não só os<br />
produtores de leite, mas também suas<br />
organizaçõe's de cont.role leiteiro, os<br />
depa rtamentos veterinários, as cooperativas<br />
e .fábri,cas de lat.icínios, a fim<br />
de evitar prejuízos maiores e crescent'es.<br />
Um rigoroso serviço de contro le<br />
sanitário dos úberes, que possa garantir<br />
uma produção real de leite são, é<br />
do máximo interesse de todos : do<br />
produtor, do ,industrial e do consumi<br />
·dor.<br />
10 - Durante a titulacão do leite com ácido<br />
clorídrico, como' se encontra baseada<br />
na determinação do grau de alcalinidade,<br />
ocorre uma diminuição pH<br />
correspondente a quantidade de alcalinidade<br />
verificada. O :grau de akalinidade<br />
depende, porta,nto, do valor final<br />
do pH previsto. O grau de alcalinidade<br />
também depende do teor pro-<br />
digitalizado por<br />
léico do leite. Elevado teor de proteína<br />
no leite resulta em elevado,s ç:Jraus<br />
de alcalinidade, de maneira que o<br />
grau de alcalinidade isoladamente não<br />
permite uma conclusão inequívoca Çl<br />
respeito da neutralização realizada no<br />
leite.<br />
11 - O conhecido Instituto Holandês NIZO<br />
'd esenvolveu um .novo aparelho para a<br />
dosagem contínua de formação de<br />
massa de queijo e drenagem do soro.<br />
Este sistema dá atencão essencial à<br />
manutenção da umida'de e da qualidade<br />
da superfície do ·corte. Este processo<br />
permite um desvio mínimo do<br />
pad rão. Resultam daí queijos de boa<br />
qualidade. A capacidade do autômato,<br />
composto de duas colunas de drenaç:JE:;n<br />
é de 1.2CO kç:J por hora. O aumento<br />
da capacidade reside, pois, simplesmente<br />
na colocação de maior número<br />
de colunas. Este sistema permite<br />
ai,nda maior segurança de funcionamento.<br />
Com a introdução de programações,<br />
pode ser regulado o tempo<br />
·de enchimento das formas e a 'alt,ura<br />
do bloco de massa. A manutencão a<br />
curto prazo da mistura de soro e' massa<br />
num tanque preliminar, permite o<br />
esvaziamento ,completo deste, evitando<br />
a mistura do soro e da massa com<br />
as carogas 'seguintes.<br />
12 - A osmose é conhecida desde 1784. A<br />
osmose inversa somente há alguns de- .<br />
cênios deu entrada na indústria farma,cêutica.<br />
I$omente em 1965 ela deu<br />
entrada na indústria olimenta r, ,inclusive<br />
na indústria de laticínios, notadamente<br />
na concentracão de soro, leile,<br />
etc. e também para 'a clarificação das<br />
águas residuais. No Inst.ituto de Higie<br />
,ne Alimentar, em Te'ssalonica, Groécia,<br />
se realizaram ,interessantes experoiên<br />
cias com leite concent.rado por este<br />
processo no enriquecimento e fabrica<br />
São ,de um queijo típico ("FETA'l Nu<br />
ma mist,ura de 1:3 à 1:2 de le'lte comum<br />
de vaca e o concentrado, obte<br />
ve-.se um rendimento superior em 12%.<br />
13 - Num estudá sobre a identificação da<br />
origem de esporos de germ es psicrootróficos<br />
termo-resistentes e sob baixa<br />
temperatura . este's foram encontrad os<br />
tanto ,no ,leite e ,produtos lácteos pasteuroizados<br />
e esteri lizados em embalagem<br />
assética, como no leite cru. Esporos<br />
se encontravam presentes em 10<br />
c;\e 28 amostras de leite cru, em 18 de<br />
arvoredoleite.org
Pág. 48 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
20 amostras de ,leite de tanques e em<br />
35% de todos os produtos lácteos. Os<br />
germes psicrolrópicos eram bactérias<br />
em bastonetes grã-positivos e grã-variáveis.<br />
·Por enquanto, identificou-se os<br />
s,eguintes germes : B. cereus, B. circulans,<br />
B. coagU'lans, B. -Ientis, B. lichen·i'formis,<br />
B. ma,cerans, B. megaterium,<br />
IB . pa,ntothenticus, B. subtilis e<br />
B. pumilus.<br />
14 - A determi'nação quantitátiva de impurezas<br />
'Drgânicas em solucões de limpeza<br />
pode ser baseada 'na oxidacão<br />
das impurezas por meio de uma sólução<br />
de dicromato de IPotássio em ácido<br />
sulfúrico. A quantidade dessa solução<br />
neces'sária para um volume definido<br />
da so·lução de limpeza é o índice<br />
do grau de poluição :d es'sa solução. E<br />
condicão essencial o uso de meio de<br />
limpeza puro. O resultado é constatadOI<br />
quando a poluição da so-Iução cessa.<br />
Assim o processo de enxaÇJuamento<br />
final pode ser ,interrompido, logo<br />
que não aparecerem ma is residu'os na<br />
aguagem final.<br />
15 - Uma supervisão sobre os mais recentes<br />
,conhecimentos da atividade principal<br />
das bactérias de fermentos láticos{<br />
como acidificação, proteólise, lipólise{<br />
formação de gás e acetil, procura<br />
atalizar os conhecimentos até agora<br />
eXistentes. Também são estudados conhecimentos<br />
recentes sobre a inibicão<br />
de bactér'ias patogênicas. Procurá-'se<br />
estabelecer métodos e controles sobre<br />
as atividades dos 11 starters", inclusive<br />
sua conservação, preservação e<br />
distribuição.<br />
16 - Ainda por muito tempo haverá criação<br />
e engorda de porcos, mesmo em<br />
J;?aíses laticinista,s muito desenvolvidos,<br />
i'nclusive na Suíca. Em interessante e<br />
oportuno artigo' :informa-se, ,não som<br />
nte as conhecidas composições, do<br />
,leite des,natado, leitelho e soro de<br />
que,i'io{ mas também re,c'Dmendações,<br />
quanto ao seu ,uso na alime,ntacão suí<br />
.na e{ notadamente{ quanto ao oro de<br />
queijo ao 'qual se ,dá 60 g de valor ali<br />
mentar total por litro dos 'quais 70%<br />
de lactose. Recomenda-se o uso de so<br />
ro a partir de 35. kÇJ de peso do ani<br />
maI. Além das recomendacões de fres<br />
cu . ra e hig,iene e a fim de ' regular uma<br />
alimentação bem aproveitada, sugere<br />
-se a seguinte tabela :<br />
peso alimento<br />
vivo soro de queijo adiciona'l<br />
kg litros por dia kg por dia<br />
35 4 1{3<br />
40 5 1{5<br />
50 7 1{6<br />
60 8 1,8<br />
70 10 2,.0<br />
80 12 2{1<br />
9.0 12 2,2<br />
1.00 12 2,2<br />
O alimento adióonal difere do alimento<br />
comum de engorda pela presença<br />
de mai,s fibra e proteína láctica<br />
podendo o teor de proteína animal se;<br />
mantido em nível mais baixo em virtude<br />
da val iosa proteína do soro. 12 a<br />
14 litros de soro{ :por exemplo{ correspondem<br />
,ao valor alimentar de um<br />
quilo de cevada.<br />
17 - A exportação de qus·ijo da Suíça aos<br />
E. U .A. encontra crescentes dificuldades,<br />
notadamente pela cada vez mais<br />
acirrada oposicão da indústria de laticínios<br />
e dos produtores de leite. Apesar<br />
disso{ se conseg uiu ·exportar aos<br />
E.U .A. 3.211 t no período de 1973/74<br />
ou sejam, mais 2{8% do que no perío <br />
do anterior (1972/73). Uma maior exportação<br />
ao Canadá e outros países<br />
da América do Norte e do Sul{ conseguiu<br />
no final aumentar a mesma em<br />
9{3%.<br />
18 - Na S.uíça é proibida alimentacão do<br />
gado I,eiteiro ,com silagem{ quándo o<br />
leite Iproduzido se destina à fabricacão<br />
de queijo. O Governo , Federal ,instituiu<br />
uma indenização por litro{ aliás,<br />
kg de Fr. Sw. 0,02 a 0;03{ ou sejam,<br />
Cr$ .o{06 a 0{.o9, conforme a região.<br />
Sem prejudicar o abastecim ento local<br />
de leite de ,consumo{ deseja-se ·i ncrementar{<br />
o mais po>ssível, a producão de<br />
leite para fabricação de queijo 'no interesse<br />
da obts·nção de divisas.<br />
19' - O Museu Nacional da Indústria de<br />
Laticínios recebeu ·nos sete meses em<br />
que se encontra aberto para o público<br />
nada menos de 5.000 visita ntes inclu <br />
sive turistas do 'Exterior. Ele se ' encontra<br />
na antiga fábri.ca de queijo, montada<br />
em 1815, por Rudolf Emmanuel<br />
von Effinger, em Kiesen, uma vila entr-e<br />
Berna e Thoune. A residência ' se<br />
encontrava no sobrado e a queijaria<br />
embaixo. Naquele tempo ainda não<br />
havia serviço de inspeção oficial.<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 49<br />
2.0 - As culturas selec.ionadas de fermento<br />
lático{ usadas nos afamados queijos<br />
suíços, devem proceder para os fabricantes<br />
suícos exclusivamente do laboratór.io<br />
do' conhecido e reputado Estabelecimento<br />
de 'Pesquisa Laticinista de<br />
Liebefeld. Por isso mesmo houve preocupação<br />
,especial nos dias de festas de<br />
Natal e fim do ano, quanto a respectiva<br />
remessa{ uma vez que estas ,culturas<br />
devem ,ser fornecidas semanalmente,<br />
a fim de garantir a sua pureza e<br />
frescura. Os fabricantes foram amplamente<br />
avsados pela Imprensa pará se<br />
precaverem em tempo. O rigor no julgamento<br />
dos queijos fabricados, nofa<br />
damente quando destinados à e . x<br />
portação é extremame,nte severo, pOIS{<br />
a classificação dos queijos e, conseqüentemente,<br />
o preço a ser paqo, depende<br />
inteira mente do mesmo. Este fat'D<br />
obriga a uma rigorosa seleção do<br />
leite a ser usado, motivo por que o<br />
pagamento do mesmo, forçosam ent,e{<br />
deve ser ,de acordo com a qualidade.<br />
Pode parecer fácil num país pequeno,<br />
como a Suíça e difícil num país enor<br />
me como o Brasil. Não pensamos, ,con<br />
tudo assim, pois, tudo depende do sistema<br />
de coleta ,do leite e de sua seleção.<br />
21 - A falta e encapeóme1nto do coalho<br />
-normal{ fez desenvolver u ma série de<br />
suce:dâneos de diversas origens com re<br />
sultados variados, favoráveis ou não.<br />
Não admira 'que novamente ,se fale em<br />
coalho vegetal, há longos anos usado<br />
na Europa para a fabricação de quei<br />
jos típicos como o Serra da Estrella.<br />
de Portug1. Novamente o conhecido<br />
cientista lactólogo Dr. F. Vieira de Sá,<br />
Portugal, fez um estudo sobre o assun<br />
to. Na conclusão{ diz que facilmente<br />
se depreende que o cardo (Cynara car<br />
dunculus) porta uma flora tecnológ'ica<br />
que pode contribuir favoravelm
Pág. 50 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
inte'ÇJ ral ou não. Isso conduziu a uma<br />
série de produtos solúveis de lactoalbumina.<br />
Estes estudos e experimentações<br />
continuam, muitas já em escala<br />
industrial com evidentes resultados satisfatórios.<br />
A desmineralizacão do soro<br />
,pela troca de íons e electrodiálise seguem<br />
o mesmo caminho. Encontra-se<br />
·em andamento um processo modificado<br />
para a produção de lacto-albumina<br />
insolúvel com qualidade e características<br />
gerais bem melhoradas.<br />
25 - A "ndústria francesa de ,laticínios encontra-se<br />
muito bem colocada 'na ,Comunidade<br />
Econômica Eur,upéia : a Gervais-Danone<br />
ocupa o 3.0 ,lugar - a<br />
Union Laitiêre Normande o 24.0 - 'a<br />
Perrier o 26.0 - a Sopad o 32.0 - a<br />
Genvrain o 42.0 - a Sodima o 46.0 e<br />
a Bel o 51 .°.<br />
26 - Está tendo grande aceitação um bolo<br />
de "Quark", feito de massa adequada,<br />
enri!q uecido com passas, etc. ,Colocado<br />
num invólucpo impermeável aprorxiado,<br />
tra nsparente, pode ser guardado<br />
em geladeira ,durante até oito dias.<br />
São 'porções para duas pessoas.<br />
27 - Num lTabalho sobre leite refrigerado,<br />
como matéria-prima da queijaria moderna,<br />
pergunta-se se este processo<br />
pode ser e'nca rado como um melhoramento<br />
para a qualidade do produto<br />
final. Parece um tanto otim ista. Freqüéntemente,<br />
com efeito, a implantação<br />
do frio na fazenda, não é acompanhado<br />
de uma atuação adequada<br />
que vise o melhoramento bacteriológi<br />
co do leite. Com demasiada freqüên<br />
cia as condições de refrigeração e as<br />
temperaturas de conservação ,recomendadas<br />
'não são respeitadas. Freqüente<br />
mente chega às fábricas de queijo um<br />
leite resfriado fortemente conta minado,<br />
em virtude de sua microflora e de<br />
teriora ções conseqüentes. Somente uma<br />
atuação paciente, insistente, conduzida<br />
habilmente junto aos produtores e um<br />
incentivo de preço podem resolver es<br />
te grave problema. E: necessário um<br />
esforco na coleta. As técnicas atuais<br />
de ,cleta são freqüentemente por ,de<br />
mais bruta is e as alteracões da estru-<br />
1 ura físico-química do I ite daí resul<br />
tantes, não deixam de ter conseqüên<br />
cias sobre a 'q ualidade dos produtos<br />
fabricados.<br />
28 - Em virtude dos grandes prejuízos sofridos<br />
pelos produtores de leite na<br />
Grã-Bretanha no inverno passado,<br />
além do encarecimento dos alimentos<br />
para gado e de todos os insumos, o<br />
Mi,lk Marketing Board que controla<br />
praticamente toda a produção do leite<br />
do país, 'r,esolveu suspender por três<br />
meses 'a cobra nça da contribuição que<br />
lhe é devida e que é representada por<br />
uma taxa de P 0,1 6 por galão 'imperial<br />
(ou seja Cr$ 0,,006 por litro).<br />
29 - Embora a uhra.fjltração já seja um<br />
grande caminho na solução do melhor<br />
aproveita mento do soro de 'queijo,<br />
,este processo, contudo, também<br />
apresenta um resíduo, 'cujo aproveitamento<br />
ag,uarda sua solução. Trata-se<br />
do "permeat" , ou seja, o Hqu.ido que<br />
sobra na ultrafiltração. O se'u pH é o<br />
natural do leite, ou sejam 6,7 - 6,8,<br />
loratando-se, assim, de um soro doce,<br />
desprote,inizado. A sua concentração<br />
que ainda contém 70% do conteúdo<br />
normal de lactose, já foi exper,imentado,<br />
inicialmente, na alimentação de<br />
suínos, mas aproveitamentos mais va<br />
,Iorizados estão em andamento. Não<br />
resta dúvida 'q ue es,ta ,solução será encontrada,<br />
quando o pagamento do leite<br />
pelo seu teor de proteína for genera<br />
lizado.<br />
30 - Como última destas despretensiosas '<br />
notas, desejamos prestar uma s.incera<br />
homenagem aos latidnios alemães, os<br />
quais há pouco mais :de um ano festejaram<br />
o Centenár.io de s,ua União<br />
Latkinista, fundada em Bremen em 15<br />
de junho de 1874, hoje denominado<br />
Verband der Deutschen Milchwirt'schaH<br />
(VDM, ou seia LiÇJa da Economia Laticini,sta<br />
Alemã.<br />
O Sr. Johannes Hansen, nosso colega,<br />
Presidente da V.U.M., foi nosso com<br />
panheiro durante o recente XIX Con<br />
qresso Internacional de 60<br />
- queijoo$ com conteúdo<br />
completo de ÇJordura .. gordo 010>452510
Pág. 52 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCi<br />
Máquinas para fechar cartuchos<br />
plásticos em câ mara de vácuo,<br />
usadas na embalagem de queijos<br />
(Fracionados ou inteiros )<br />
- BARRAS DE SOLDA -- duas barras em cada câmara proporcionam<br />
alto rendimento para cartuchos gran<br />
- CÂMARA BASCULANTE<br />
- CORPO INCLINÁ VEL<br />
- PLACAS DE PREENCHIMENJO<br />
des e pequenos<br />
-- aumenta o rendimento do operador<br />
- facilita o trabalho com produtos a granel<br />
- dão maior produção com cartuchos pequenos<br />
- CICLO INTEIRAMENTE AUTOMÁTICO - controles baseados em eletrônica de es<br />
- SOLDA POR IMPULSO<br />
- AMPLA APLICAÇÃO<br />
tado sólido, de alta segurança e precisão<br />
- sistema que permite o melhor tipo de<br />
solda, com esfriamento antes da abertu<br />
ra da barra soldante. Podem ser usados<br />
todos os ti pos de embalagens termo-sol<br />
dáveis<br />
- carnes, frios, fi ambres, conservas, laticínios,<br />
café, especiari as, produtos químicos,<br />
etc.<br />
SCHAUSE & CIA. L TDA.<br />
BR 116 - KM. 399 - TREVO DO TARUMÃ<br />
CAIXA POSTAL 8973 - FONE (0412) 24-8228<br />
C.G.C. 76691765/0001-87 - INSCR. EST. 10121218 W<br />
80.000 CURITIBA PARANÁ<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 53<br />
o ILCT - A ESCOLA PROFISSIONALIZANTE PERFEITA<br />
ILCT - The Perfect Professional School<br />
Felizes I$ão t,odos aqueles que depois dos<br />
25 anos de· sua passagem p-or uma escola<br />
brasileira, são lembrados, carinhosamente,<br />
por ela.<br />
A raridade de fatos como este, aliada a<br />
uma gama de outros fatores, não menos importantes,<br />
caracterizam o ILeT, como a ES<br />
COLA PROFISSIONALIZANTE PERFEITA.<br />
Falar do ILCT é falar da "Família Feletíana".<br />
Falar do ILCT é falar do seu criador,<br />
daquele que na condição de HOMEM te-ve<br />
a clarividência de transformar, estruturalmente,<br />
um prédio destinado a ser presídio,<br />
num educa ndári-o filosoficamente diferente<br />
de todos os outros existentes no País - o<br />
ILeT - A ESCOLA PROFISSIONALIZANTE<br />
PERFEITA. .<br />
Falar do ILCT é falar na eternidade do<br />
espírito que o ilumina, desde aquéla triste,<br />
fria, tráÇJica e inesquedvel madrugada do<br />
dia 13 de julho de 1957.<br />
Falar do ILeT é ter a autocompreensã-o e<br />
consciência de que a Família Felctiana existe<br />
como um todo, unida e coesa, centra da<br />
nos mesmos idea is comuns, indispensáveis<br />
à consecução de um só objetivo: -o desenvolvimento<br />
das indústrias de laticínios nacional,<br />
como suporte do del$ejado bem-estar<br />
social e econômico do País.<br />
Falar do ILeT é acender mais ainda a<br />
chama da amizade que, sem distinção, nos<br />
envolve a todos - alunos e ex-alunos, funcionários<br />
e professore-s, na mais íntima interligação<br />
com todos os induoStriais laticinistas<br />
- de onde se destaca m líd eres e técnicos<br />
COmo OTTO FRENSEL, ROG!:RIO MA<br />
RANHÃO, J.J . CARNEIRO FILHO e JOS E<br />
ASSIS RIBEIRO (este último, de saudosa<br />
memória).<br />
Falar do ILeT é, finalmente, chegar ao<br />
entendime-nto puro de que o "ESPfRITO<br />
FELCTIANO" é inconfundível, na medida<br />
em que se expressa, na sua luminosidade,<br />
como sena-o o próprio el$pírito de Sebastião<br />
S. Ferreira de Andrade - para quem a Turma<br />
de Técnicos em Laticínios, de 1950, nes-<br />
(*) Técnico em Lacticínios, diplomado pelo ILeT em 19 ..<br />
Professor do Ministério da Educação e Cultura.<br />
digitalizado por<br />
Joacyr Rodrigues Lima (*)<br />
te momento, transcorridos 25 anos de sua<br />
formatura - volta ao seu pensamento, como<br />
testemunho da saudade que sente, como<br />
reconhecimento e gratidão pelo muito<br />
que dele recebera.<br />
Não fOl$se um Sebastião S. Ferreira de<br />
Andrade, que há 35 anos passados vislumbrou<br />
a possibilidade da transformacão do<br />
dualismo educação geral - formaçã-ó especial,<br />
na síntese educação integral - só agora<br />
tida como válida, na forma dos ditames<br />
da Lei n .o 5.692/71 , que fixa as Diretrizes e<br />
Bases para o Ensino de 1.° e 2.° Graus.<br />
Não fosse a decisiva audácia de, um Sebastião<br />
S. Ferreira de Andrade que levou<br />
a contrapor-se à filosofia de educação, até<br />
então vigente e "intimamente vinculada a<br />
uma determinada estrutura social e· a um<br />
sistema de valores inerentes à era pré-industrial<br />
e pré-tecnológica".<br />
Não fosse Sebastião S. Ferreira de Andrade<br />
o educador perspicaz, no entender o<br />
homem nas suas dimensões de pensar e fazer<br />
- um fazer orientado para a transformaçã-o<br />
da natureza, na busca da construção<br />
de um mundo melh or, como forma de<br />
plena realização - não teríamos, hoje, a<br />
felicidade de ter este modelar estabelecimento<br />
de ensino técnico.<br />
t que o ILCT em nada se modific-ou quanio<br />
às diretrizes de sua filosofia origina l.<br />
Assim, pe'rmanecerá preparando técnicos<br />
para o Brasil - cumprindo rigorosamente<br />
a I$ábia orientacão de Sebastião S. Ferreira<br />
de Andrade, ' na forma dos mais diversos<br />
pronunciamentos, como se seguem :<br />
- Do Discurso proferido na 1.a Semana<br />
do Laticinisra - 1950.<br />
"O Brasil não pode prescindir da indústria<br />
de laticínios, como ·elemento produtor<br />
de riqueza e de civilizaçã.o, e Minas<br />
Gerais com muito mais razão, porque<br />
al$ suas montanhas, . não permitindo a<br />
mecanização da lavoura, só podem ser<br />
a proveitadas economicamente para a<br />
pecuária de leite-."<br />
arvoredoleite.org
Pág. 54 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
Em prosseguimento, na mesma oportunidade,<br />
caracterizava com rara felicidade, o<br />
laticinista mineiro, seu conterrâneo e a terra<br />
natal, a ,quem soube amar acima de tudo '<br />
como:<br />
"O nov'o bande'irante. Penetrando pelo<br />
sertão e embrenhando-se na.s matas encontra<br />
vilas e povoados com vida uramente<br />
vegetativa."<br />
E prossegue no seu discurso, caracterizando<br />
sociologica mente o meio rural de sua<br />
terra:<br />
"Inúmeras são as cidade.s, vilas e povoados<br />
de Minas Gerais, que devem à indústria<br />
de laticín ios o advento de seu<br />
progresso."<br />
Entendem-se, agora, mais facilmente, as<br />
razões que levaram o Dr. Sebastião S. Ferreira<br />
de Andrade, a promover aquela 1 .a<br />
Semana do Laticinista, quando éra mos seus<br />
alunos e não podíamos entender o seu<br />
pensamento, na grandeza de toda a dimensã'o.<br />
Convidara "homens que trabalhavam<br />
com o mesmo ideal e para um mesmo fim,<br />
para estabelecer as bases amistosas da<br />
união de esforço.s dispersos, em benefício da<br />
indústria e do País", conforme afirmara .<br />
E 'os recebia cOm a grandeza de sua<br />
modéstia:<br />
"Perdoai-nos, pois, a ousadia de vos ter<br />
convidado para visitar a própria casa,<br />
quando não temos grandes real izacões .<br />
para vos mostrar."<br />
Prof, Cid Maurício Stehling, queremos<br />
ag'ora nos congratular com V. s.a pelo muito<br />
que temos para mostra r, nesta XXVl.a Semana<br />
do Laticinista , como Felctiano e<br />
continuador da obra de Seba.stião S. F. de<br />
Joacyr Rodrigues Lima : Palestra.<br />
And:ade, queremos patenteá-lo com o nos<br />
S'O sincero reconhecimento.<br />
Saibam todos; que o êxito da administração<br />
atual do ILCT, está no saber de que há<br />
uma filosofia a ser seguida, desde a sua<br />
Inauguração, em .1940. Filosofia esta, que<br />
para se ransformar em "praxis", requer<br />
metodologlas de açã'o consentâneas com as<br />
exigências do mundo da ciência, da tecnologia<br />
e da técnica.<br />
Por outro lado, decorrem dessas mesmas<br />
exiÇJências, as reformulacõel$ estrutur<br />
i .em andamento no ILCT e ;em as quais,<br />
dificilmente se poderá preparar técnicos cOm<br />
capacidade para contribuir nas mudancas<br />
requeridas pela problemática-realidade "da<br />
indústria de laticínios do País.<br />
Na verdade', há que se reconhecer, que<br />
somos uma força em crescimento.<br />
Assim sendo, caberá a cada novo "bandeirant"<br />
cuidadosamente preparado pelo<br />
ILCT, firmar-se como os anteriores, quer<br />
dando uma direta e efetiva participacão no<br />
de'.;envolvimento da indústria de lat"icínios,<br />
quer contribuindo indiretamente, após estudos<br />
mais avançados, em diferentes áreas de<br />
influência para essa própria indústria.<br />
Cabe 'destacar, que, inúmeros "fektianos"<br />
já estão servindo nessas áre'as, como professores<br />
universitários, assessores de órgãos<br />
técnicos, inclusive. de Ministérios e até mesmo<br />
na direção de esta belecimentos de ensino<br />
aÇJrícola.<br />
Assim, o ILCT cumpre' a sua grande missão,<br />
na medida em que procura atender aos<br />
anseios da mais bra.sileira das indústrias.<br />
Nesse sentido, a perfeição do ILCT há<br />
que ser entendida no seu contexto dinâmico-evolutivo,<br />
sem o que não podería mos situá-lo<br />
n'o tempo e no espaço, inclusive, como<br />
a escola capaz de servir de, modelo na<br />
implantação do ensino de 2.° grau (Lei<br />
n.o 5.692/71 ).<br />
Há que se reconhecer ainda, que há 35<br />
ano.s, o ILCT vem adotando uma filosofia<br />
de educação que, só agora pela Reforma<br />
do Ensino está sendo proposta ao País -<br />
superando, assim, uma problemática tida como<br />
intransponível pelos educadores comprometidos<br />
COm o ensino tradicional.<br />
A par disso, o ILCT, na medida em que<br />
Ge volta para os interesses da indústria de<br />
'aticínios, jamais perderá de, vista a perspectiva<br />
do context'o sócio-econômico no<br />
qual esta indústria está inserida.<br />
t esta macrovisão que tem fa ltado às<br />
escolas profissionalizantes bmsileiras - e<br />
'Revista do ILeT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 55<br />
sem a qual o ILCT jamais teria condicões de<br />
, real izar certames como este, onde s debatem,<br />
em iÇJualdade de condições, temas de<br />
suma importância para o desenvolvimento<br />
do País.<br />
Aqui, nos>sas reflexões já se voltam para<br />
as novas possibilidades que advirão para a<br />
pecuária e, conseqüentemente, para a indústria<br />
de laticínios, com a progressiva mudança<br />
do eixo de desenvolvimento n"O sentido<br />
"Sul-nordeste-norte" - na forma da política<br />
de ação que ora se implanta, objetivando<br />
" a priori" criar no Brasil uma clas·se' média<br />
rural.<br />
Para isso, o INCRA estabelecera como<br />
pass'O inicial de sua política, a localização<br />
de cem mil famílias, em núcleos de colonização<br />
que estão sendo instalados na Amazônia.<br />
Mas aié agora, somente cerca de 20<br />
mil pessoa:s foram transportadas para a re<br />
ÇJião, procede'ntes de vários Estados. Caráter<br />
de urgência foi adotado no processo<br />
com vistas a solucionar graves problemas<br />
do mei,o rura l no Pa ís, dentre os quais estão<br />
os conflitos entre posseiros e proprietários<br />
de várias unidades federadas do Sul e<br />
Centro-oeste do Brasil.<br />
Houve portanto, ,d a parte do Governo<br />
Federa l anterior, uma nítida preocupação,<br />
no sentido de localizar na faixa prioritá ria<br />
de 20 quilômetros de' largura em toda a ex<br />
tensão das estradas Transamazônica e Cuia<br />
bá-Santarém, os excedentes demográficos<br />
do Nordeste.<br />
O Projeto Brasileiro de Reforma Agrá ria<br />
estabeleceu 4 (quatro) Polígonos de colonização<br />
na Amazônia: Altamira que em 1968<br />
tinha uma população de três mil famílias e<br />
em 90 dias passou para oito mil, e h'oie<br />
existem 1.300 famílias com cerca de 650.0<br />
pessoas; Ouro Preto (pri meira experiência<br />
re,a !izada em 197,0), em Rondônia, com mil<br />
famílias e no Acre, com 250 (dados possíveis<br />
de correção).<br />
A par disso, consta do II Pl ano Nacional<br />
de Desenvo lvimento (11 PND), e como decorrência,<br />
o Governo Federal acaba de assinar<br />
decreto criando o Programa de Polos<br />
AÇJropecuári'os e. AÇJrominerais da Amazônia<br />
(POLAMAZONIA). Trata-se da "progra<br />
mação do aproveitamento inteÇJrado das<br />
potencialidades aÇJropecuárias, agro-i ndustriais,<br />
florestais e minerais, nas quinze área.s<br />
definidas no documento".<br />
Sem dúvida, o POLAMAZONIA que em<br />
síntese objetiva um intensiv'o Cíescimento<br />
econômico e conseqüentemente a ocupação<br />
da Região - implicará na criação de uma<br />
estrutura apoiada numa "estratéÇJia que conjuga<br />
programas de colonos e pequenos<br />
produtores, com programa.s a serem realizados<br />
através de empresas agrícolas - pequenas,<br />
médias e grandes - assim como de empresas<br />
de colonizacão".<br />
Espera-se que rÍe.ssa nova estrutura, ten<br />
a-se o "homem" como "aÇJente" da colonização<br />
- o oposto ao "pária" da estrutura<br />
aÇJrária ora predominante.<br />
Trta-se, como se vê, de um processo de<br />
colonlzaçã'o centrado no próprio homem, a<br />
desenvolver-se em polos que envolvem a<br />
Transamazônica, a Cuiabá-Santarém a projetada<br />
Perimetral Norte e outras.<br />
'<br />
t, sem dúvida, o despertar de uma nova<br />
era para a Amazônia legal com .seus 4<br />
milhões e 800.0.00 quilômetros q uadrados -<br />
onde incalculáve'l riqueza em potencia l deverá<br />
transfo rmar-se numa riqueza realmente<br />
dinâmica, em termos de producão . agropecuária<br />
e agromineral.<br />
Só assim, acreditamos, dar-se-á a efetiva<br />
ocupação da ReÇJião, sem a depredacão . de<br />
suas bases natura is.<br />
Ao Brasil está reservado um lugar de<br />
destaque na minoração da fome mundial -<br />
sua produçã'O de alimentos tende a aumenta<br />
r dia a dia, haja vista a taxa de acréscimo<br />
e 6%, no período 1969/1 973, para quas<br />
9 /0, em 1974, quando se sabe que a médIO<br />
anual do resto da América Latina foi<br />
de 3%.<br />
Na<br />
.<br />
produção c;le leite de vaca, manteiÇJa<br />
e que"os o Brasil ocupa, respectivamente<br />
os 9.°, 30.° e 25.0 IUÇJares. @<br />
Importantes sã'O a>s reservas brasileiras<br />
de animais, dentre as quais destacam-se os<br />
bovinos, permitindo ao Brasil ocupar o 4.°<br />
IUÇJar, com o "per capita" de um bovino por<br />
habitante.<br />
A aqricultura brasileira tem sido um sustentáculo<br />
do desenvolvimento nacional. E o<br />
II PND já fala de o Brasil realizar "a sua<br />
vocação de supridor mundial de alimentos<br />
e matérias-primas aÇJrícolas".<br />
Tal posicionamento envolve perspectivas<br />
de aumento do nível de comércio exteri'or<br />
brasileiro para mais de 40 milhões de dólares<br />
até 1979 (15 vezes' maior em relacão .<br />
a 1963).<br />
digitalizado por<br />
Trata-se de um crescimento a taxas<br />
anuais superiores a 20%.<br />
Para o .setor primário prevê-se um crescimento<br />
à taxa média 6 a 7% nas lavouras<br />
- e acima de 7%, na pecuária.<br />
Para a consecução de tais metas, na<br />
f.orma do II PND, estão consignados 105<br />
bilhões de cruzeiros, para a implantação de<br />
oroÇJramas como Pola mazônia, Polonordeste,<br />
Polocentro, ProÇJrama da ReÇJião Geo-<br />
(Continua na pág. 59)<br />
arvoredoleite.org<br />
,
Pág. 56 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
SEGUNDO SEMINÁRIO DA FAO SOBRE ADMINISTRAÇÃO<br />
E GERÊNCIA DA EMPRESA DE LATICíNIOS (::,)<br />
2nd FAO Seminar on Dairy Business Management<br />
Real izou-se de 15 de junho a 8 de julho<br />
do corrente ano, na Dinamarca, o 2.°<br />
Seminário sobre administração e gerência<br />
de estabelecimento de· laticínios sob o,s auspícios<br />
do Real Governo da Dinamarca.<br />
Os parti.:ipantes foram recrutados em<br />
diversos países em desenvolvimento, num<br />
total de 2,0, assim distribuídos:<br />
ARGENTINA :<br />
Donalclo Pedro Brusa - 11 ArSsociación Unión<br />
Ta mberos Coop. Ltda. Franck (Santa Fé).<br />
Ernesto Gunther Kasdorf - Kasdorf S.A. -<br />
Buenos Aires.<br />
Osvaldo Mendizábal - Câmara Técnica dos<br />
Produtores de Queijo - Buenos Aires.<br />
Juan Carlos Domingo Testa - Sancor Cooperativm<br />
Unidas Limitadas - Sunchales<br />
(Santa Fé).<br />
BANGLADESH<br />
Abu Z. M. Sayem - "Eastern Milk Producers<br />
Cooperative' Union" - Dacca.<br />
BRASIL<br />
Cláudio César Guadalupe - Alimentos Gerais<br />
S.A. - Leite Big - Belo Horizonte<br />
(Minas Gera is).<br />
Pautilha Guimarães - (Observador) Embrater<br />
- Ministério da Agricultura - Rio de<br />
Janeiro (RJ) .<br />
CHILE<br />
Rodolfo Harwardt Rabenko - "Planta Ca-<br />
Io" - Osorno.<br />
Alfredo Vial Calvo - CORFO - Santiago.<br />
CHIPRE<br />
A. O. Assim - "Dairy Factory Division" -<br />
Nicosia.<br />
Yiannoos Pittas - 11 AndrearS Pittas & Brothers<br />
Chee·se Factory - Nicosia.<br />
EGITO - Mohamed Abdel Aziz Mohamed -<br />
"Misr Milk & Food Co. - Tanta.<br />
Hossam EI-Din Ahmed Morsi - "Siclam Milk<br />
P!ant" - Montasa (Alexandria).<br />
Pautilha Guimarães (**)<br />
QUÊNIA - Davies E, Mwai - "Kenya Coocerative<br />
Creameries - Nairobi.<br />
MALTA<br />
Albert Chetcuti - "Milk Marketing Underta<br />
king" - Hamrun.<br />
MALAWI<br />
G. P. Lijabu - "Blantyre Pilot Dairy - Chi<br />
chiri (Blantyre')'<br />
NEPAL<br />
H€'ramba Bahadur Rajbhanda ry - "Dairy<br />
Development Corporation" - Kathmandu.<br />
PERÚ<br />
Hernán Santivánez Guiia - Ministério da<br />
Alimentação - Lima.<br />
TAILÂNDIA<br />
Thinakorn Komkris - "Dairy Promotion Orç:janization<br />
of Thailand - Bangkok.<br />
URUGUAI<br />
Aldo Ariel Ibarra Garcia - CONAPROLE -<br />
Montevideu.<br />
ZÂMBIA<br />
Matthew D. Exoloma - "Dairy Produce B'O<br />
ardil - Lusaka.<br />
Participantes do 2.° Seminário da FAO na<br />
Dinamarca. De branco, Pautilha Guimarães.<br />
(*) Resumo da palestra proferida na 26.a Semana do Laticinista.<br />
( **) Técnica da EMBRATER (Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rura l).<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 57<br />
OBJETIVOS DO SEMINÁRIO<br />
Os objetivos do Seminário foram os se<br />
. ç:juintes:<br />
a) Desenvolver a experiência administrativa<br />
dos participantes sobre problemas específicos<br />
da indúrStria de laticínios.<br />
b) Desenvolver a capacidade' de gerência<br />
dos participantes, fornecendo-lhes modernos<br />
instrumentos nos campos de formulações<br />
objetivas; problema do trabalhador,<br />
motivação, etc.<br />
c) Promover entre os participantes troca<br />
de idéias e experiências de administração<br />
e ç:jerência da indúrStria de laticínios,<br />
em países em que a indústria está em vários<br />
estáç:jios de desenvolvimento.<br />
d) Fornecer informações a respe·ito dos<br />
mais recentes progressos tecnológicos da<br />
i ndú:stria.<br />
PPRINCIPAIS TÓPICOS DO S,EMINÁRIO<br />
I - Administração em ç:jeral<br />
1 Organização da empresa.<br />
2 - Política e Metas da empresa.<br />
3 - Problemas do trabalhador.<br />
4 - Motivacão do trabalhador<br />
11 - Gerência de Fábrica<br />
1 - Princípi·os, política e' promoção da<br />
indústria de laticínios.<br />
2 - Comercializacão do leite e derivados.<br />
.<br />
3 - Administração e treinamento do<br />
pessoal.<br />
EXCURSõES REALIZADAS<br />
Fora m feitas visitas a varIas indústriarS<br />
de laticínios e de equipamentos, além de<br />
outras instituições, durante o Seminário :<br />
1) Nil'o Atomizer, Copenhagen (Equipamentos<br />
para leite em pó).<br />
2) Foss Electric, Hillerod - Fábrica de equipamentos<br />
eletrônicos para análise de<br />
leite, derivados e outrorS produtos (Milko<br />
teste r).<br />
3) Instituto Dinamarquês de Pesquisas Laticinistas,<br />
em Hillerod.<br />
4) Christian Hansens Laboratory - Lahoratório<br />
para preparo de coalho e férmentos<br />
para laticínios, com sede em Copenhaç:jen.<br />
5) Federacão das IndústriarS de Laticínios<br />
da Dinamarca, Aarhus.<br />
6) Usina de Beneficiamento e Fábrica de<br />
iOç:jurte, sOrvetes e outrOs produtos -<br />
Alborg.<br />
7) Fábrica Central de Mant . eiga (Processo<br />
contínuo), Hjorring.<br />
8) Fábrica de leite em pó, queijo e mante<br />
iÇJa (processo contínuo), em Svenstrup.<br />
digitalizado por<br />
9) Exposição Nacional de Gado, Herning.<br />
10) Fazendas de produção de leite', em<br />
Skjorring.<br />
11) Três fábrica ,;> de ll queijo's, es ecialmente<br />
Dana blue e Gorgonzola .<br />
12) Paasch Silkeborg - Fábrica . de equipamentos<br />
para laticínios, em Silkeborg.<br />
13) Centr·o de treinamento para laticínios,<br />
na Escola de Laticínios em Dalum -<br />
Odense.<br />
14) Supermercados - Setor Laticínios, em<br />
Aarhus.<br />
15) Usina de Beneficiamento de· Leite em<br />
Aarhus.<br />
16) Fábrica de compressorerS, em Aarhus, da<br />
firma Thomas Ths. Sabroe & Co. A/S.<br />
Além das visitas, m'esas redondas e discussões<br />
técnicas, foram realizadas, em várias<br />
oportunidade.s, reuniões de' caráter social<br />
e recreativo.<br />
OBSERVAÇÕES PESSOAIS<br />
Além da oportunidade de troca de idéias<br />
e impressões entre os participantes sobre o<br />
desenvolvimento da indústria de laticínios<br />
em seus países de .origem, tivemos oportunidade<br />
de conhecer a Dinamarca e seu grande<br />
progrerSso, através de um programa intenso<br />
de excursões e visitas realizadas durante<br />
o Seminário.<br />
Na letra do Hino Nacional Dinamarquês<br />
encontramos uma frase que diz : "Há um<br />
país formoso", e que expressa, realmente,<br />
o que é a Dinamarca - um país formoso !<br />
A Dinamarca é toda um jordim florido<br />
no período de verão, com os campos verdes,<br />
intensamente cultivados, pov·oados de<br />
belos plantéis das mais puras raças le·iteiras,<br />
onde se alcança elevados índices de<br />
produção e produtividade. Sua produção de<br />
alimentos ultrapassa a 2/3 das necessidades<br />
do con:sumo interno. A qualidade dos<br />
seus aliment·os, tanto naturais como industrializados,<br />
goza do mais alto conceito mundial.<br />
A sua indústria de laticínios é das mais<br />
desenvolvidas do mundo. Merece destaque<br />
a eficiência de sua.s fábricas, muito bem<br />
aparelhadas, dentro de altos padrões tecnológicos.<br />
Não há, entretanto, sofisticações,<br />
tudo é muito simples, prático e eficiente.<br />
Isto se deve à objetividade· com que se ministra<br />
o ensino de laticínios, nos In.stitutos<br />
e Escolas, mu ito bem aparelhados, onde se<br />
dá wande ênfase ao ensino prático.<br />
A divisão do progra ma de ensino de laticínios<br />
é muito bem dosada e consta, inicialmente',<br />
de uma fase de aprendizagem<br />
prática, na indústria, para depoi.s o aluno<br />
receber, na Escola ou Instituto, um equilibrado<br />
progra ma de aulas teóricas, sempre<br />
arvoredoleite.org
Pág. 58 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
intercaladas de aulas práticas. Isto dá ao<br />
técnico em laticínios uma capacidade de<br />
trabalho e conhecimentos científicos capazes<br />
de- leva r à indústria muita eficiência no<br />
trabalho.<br />
Mesmo para aqueles profi.ssionais que<br />
chegam aos mais altos níveis ·de· graduação<br />
e pós-qraduação o seu aprendizado passa<br />
por todos os estágios dentro dos diversos<br />
níveirS que o ensino profissionalizante -oferece.<br />
Pode-se concluir que a alta qualidade<br />
dos produtos dinamarqueses deve-se, principalmente,<br />
à capacidade e à objetividade<br />
do ensino de laticínios.<br />
ENCERRAMENTO DO SEMINÁRIO DA FAO<br />
Sessão Final<br />
No dia 7 de julho, pe-Ia manhã, a última<br />
sessã-o de trabalho foi realizada COm<br />
os participa ntes. A finalidade foi discutir a<br />
Avaliação do Seminário, pOr parte dos participante.s<br />
e considerar as sujestões para<br />
planejamento e realizacão de seminários<br />
posteriores sobre Gerênéia e Admin istracãa<br />
de Esta belecimentos de Laticíni-os. Diversas<br />
perg untas foram feitas pelos participantes<br />
sobre várias face·ta.s do Seminário e os pontos-de-vista<br />
dos participantes foram bem discutidos<br />
e anotados;<br />
Entrega de Certificados<br />
Após a sessão final 'Os 20 participantes<br />
reuniram-se com 0>5 técnicos. O convidado<br />
de honra, nesta ocasião, foi o Sr. K. Krusebaek-Jensen,<br />
na sua qualidade de membro<br />
do Com itê Governamental Dinamarquês<br />
para CO'operação Técnica COm os Países em<br />
Desenvolvimento, que falou rapidamente<br />
sobre o interesse· da Dina marca em ajudar<br />
estes paíse>5, especialmente na esfera laticinista.<br />
Ele desejou aOs participantes sucesso<br />
no se-u trabalho, em seus próprios países<br />
e fez entrega de um Certificado de Freqüência<br />
ao Seminário realizado.<br />
Jantar de despedida<br />
Segunda-feira, dia 7 de julho, real izou-.se<br />
um jantar de despedida na Escola que foi<br />
sede do Seminário, ao qual comparecera m<br />
os participantes, todo o corpo técnico que<br />
orientou o Seminári'O e o Díretor da Escola,<br />
Sr. H. Munck. Falara m na ocasião o Prof.<br />
A. Jul Overby, diretor do Seminário, Sr. H.<br />
Munck, diretor da "Unge Hjems Hojsko le"<br />
e o Sr. A. Chetcuti representa ndo os participantes.<br />
Sugestões dos participantes<br />
Em Reral expressaram grande satisfação<br />
quanto à duração do Seminário e aos assuntos<br />
tratados. Na sessão final, entretanto,<br />
algumas sugestões foram apresentadas e<br />
serão-objeto de estudo.s.<br />
Recomendações<br />
- O Seminári'O deve ser real izado de dois<br />
em dois anos, de forma similar.<br />
- O Seminário recomendou que a FAO deve<br />
preparar uma relação de tipos e níveis<br />
de treinamento e educação em laticínios,<br />
nos países em desenvolvimento.<br />
- Foi recomendado com veemência que se<br />
evitas.se a escolha de participantes sem<br />
qualquer conhecimento de Inglês. Apenas<br />
devem ser encaminhados candidatos que<br />
tenham facilidade de usar a Irngua ' inglesa.<br />
CONCLUSÕES (Resumo)<br />
1. Uma política nacional que vise o desenvolvimento<br />
da indú,stria de. laticínios deve<br />
incentivar, principal mente, a criacão<br />
de associações de. classe, com a párticipa<br />
ção de representantes de produtore's,<br />
da indústria e do Governo.<br />
Recomenda-se, outrossim, a criacão de<br />
associações de consumid ores. .<br />
Associações bem extruturadas e ativas<br />
contribuem para dinamizar a indústria.<br />
Uma as.sociação de classe não deve se<br />
limitar, apenas, a assessorament'o mas<br />
sua atuação deve ser dinâmica de forma<br />
a causar verdadeiro impacto no setor.<br />
A orqanização de associacões de consumidores,<br />
de produtos lác'teo:s consiste<br />
n um excelente instrument'o para manter<br />
a indústria em ÇJrande atividade a<br />
fim . de atender a demanda, exiRindo e<br />
estimulando cada vez mais a melhoria<br />
do produto.<br />
2. Na administração de uma empresa a<br />
delegação de poderes e distribuição de<br />
responsabilidade constitui fator básico<br />
para o sucesso do empreendiment'O.<br />
3. A elaboração de relatórios mensais informativos<br />
é indispensável numa indústria<br />
de' laticínios. Tais relatórios deverão<br />
constar de um resumo das informações<br />
diárias dos diversos setores da indústria.<br />
Para isto torna-se nece,ssári,o o<br />
uso de fichas de controle das atividade:;<br />
diária's da indústria em todos os<br />
seus aspectos: qualitativo, qua ntitativo<br />
e econômico.<br />
Revista do ILeT MAIO-JUNHO Pág. 59<br />
4. A implantação sistemática de relatórios<br />
pos5ibilita a correção ime'd iata das<br />
distorções surgidas em<br />
.<br />
todo o processo<br />
produtivo.<br />
. A necessidade de treinamento em admi<br />
nistração e gerência foi altamente en<br />
fatizada pelos participantes. Recomen<br />
dou-se que nOs centros de· treincimento<br />
re·gionais da . FAO dêem mais atenção<br />
para este aspecto.<br />
6. Que os gerente.s das empresas laticinis<br />
ta,s tenham conhecimentos básicos - de<br />
tecnologia do leite, para melhor so!u<br />
cionar os inúmeros problemas que· a 10-<br />
dúslria apresenta nos países em desen<br />
volvimento.<br />
(Continuação da pág. 55)<br />
-econômica de Brasília, e -outros, no período<br />
de 1975/1 979.<br />
Agora, não podemos esquecer, que a<br />
"iniciativa privada, caudatária das empre.sas<br />
estata is e das empresas multinacionais no<br />
nosso processo de desenvolvimento, p oderá<br />
desempenhar o papel de ap'oio e prosperar<br />
também à luz do átomo".<br />
7. A falta de pessoal convenientemente<br />
treinando para a indústria de laticíni'Os<br />
constitui um dos mais rSérios problemas<br />
nesses países.<br />
8 . Centros de treinamento devem ser criados<br />
nos países em desenvolvimento, onde<br />
'a indústria já se e-ncontra em bom<br />
e.stáRio de adiantamento. '<br />
9 . Fábricas automatizadas exigem pessoal<br />
especializado em mais alt-o nível, principalmente<br />
engenheiros eletrônicos.<br />
10. Grandes automatizacões não devem ser<br />
recomendadas nos países em desenvo lvimento,<br />
dada a falta de pessoal convenientemente.<br />
treinado.<br />
t nesse contexto que deverão surgir nO<br />
vais oportunidades para a indústria de. laticínios,<br />
onde o nosso técnico, 'O "novo ban<br />
de·irante" dará mais uma vez contribu ição<br />
num processo de desenvolvimento centrado<br />
na liberdade sócio-econômica do "n-ovo ho<br />
mem rural" e, conseqüentemente., do País<br />
COmo extensão ao que vem faze-ndo em<br />
Minas Gerais, na afirmativa do nosso ines<br />
'q uecível amigo, Dr. Sebastião S. Ferreira de<br />
Andrade, há 25 ano.s passados.<br />
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Pág. 60 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
,<br />
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Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 61<br />
EFEITOS DO CALOR SOBRE O LEITE (1)<br />
Effects of Heat on Milk Constituents<br />
o calor provoca uma série de alterações<br />
na estrutura física do leite, em sua composição<br />
e nas propriedades de seus componentes<br />
bioquímicos.<br />
O grau de transformação está na estreita<br />
dependência da intensidade e da duração<br />
do tratamento térmico sofrido pelo<br />
leite.<br />
Vejamos, a seguir, os efe'itos do calor<br />
sobre os componentes do leite.<br />
1. Pasteurização:<br />
I - ÁGUA<br />
Praticamente sem al,teração .<br />
2. Pulverização:<br />
O leite em pó fabricado pelo processo<br />
16pray" tem, no máximo, 2 a 4010 de umidade;<br />
uma taxa mais elevada de 'u midade<br />
favoreceria a ranci·ficacão e torna ria me,nos<br />
satis,fatória a reconstituição. A porcentagem<br />
de umidade depende da -temperatura<br />
do ar quente e da pressão com que o<br />
leite entra na câmara de pulverização.<br />
3. Condensação<br />
Fica reduzida de 10 a 12010 do seu peso,<br />
no leite condensado com açúca r e, de 37<br />
a 40%, aproximadamente, no leite evaporado<br />
e' no leite concentrado, em relacão aOs<br />
sólidos do leite. Os produtos aéabados<br />
conlêm, em méd ia, 25, 55 e 75%, respectivamente,<br />
de água.<br />
11 - GORDURA<br />
1. A gordura do leite<br />
A gordura do leil'e se assemelha em sua<br />
composição geral à das plantas, tendo, como<br />
a deslas, uma composição de glicerinC?<br />
e ácidos graxos.<br />
No leite, se acha em suspensão, em forma<br />
de glóbulos, vi6íveis só com o auxílio<br />
de microscópio; seu diâmetro varia de<br />
0,0.01 6 a 0,01 O mm e seu conteúdo por mm3<br />
é de 1,52 a 11 A milhões.<br />
digitalizado por<br />
Formandos do Curso Técnico do ILCT (2)<br />
Pre!f. Jardas da Costa Silva (3)<br />
Tem sido sustentada a teoria de 'que os<br />
!=jlóbulos de gordura formam uma verdadeira<br />
emulsão no leite, isto é, cada glóbulo<br />
se acha rodeado por uma película de líquido<br />
que se adere a eles por atração mo··<br />
leculor. Segundó Stuch, existe' uma membrana<br />
ÇJelatinosa que envolve, 06 !=jlóbulos de<br />
!=jordura, que ele isolou e analisou e que<br />
consiste de 94010 de á!=jua e 6% de substâncias<br />
protéicas.<br />
As diferentes gorduras do leite dividem<br />
-se em dois grupos gerais, que são:<br />
1. Gorduras voláte,is, solúveis e in.solúveis<br />
.<br />
2. Gorduras estáveis e insolúveis.<br />
Estas propriedades só se observam em<br />
um aglomerado de gordura, como na mante'iga;<br />
quando este produto se rancifica por<br />
ação da luz, dos microrganismos e do ar,<br />
a !=jlicerina 6e separa d'os ácidos voláteis e<br />
estes escapam _ em forma de gás. As gorduras<br />
voláteis têm, também, a propriedade<br />
de absorver os odores e !=jases esparsos no<br />
ambiente. Por este motivo convém que o leite,<br />
o creme e a manteiga não sejam p06tOS<br />
em contato com al!=jo que possa transmitir<br />
odores fortes. Na manteiga fresca, as gorduras<br />
voláteis formam o aroma agradável<br />
que a caracteriza. O leite varia em seu conteúdo<br />
de !=jorduras voláteis de uma estação<br />
para outra, sendo estas maiô numerosas na<br />
primavera e no verão; também varia seu<br />
conteúdo no leite segundo o período de<br />
lactação se acha mais ou menos adiantado,<br />
sendo mais numerosas no princípio do que<br />
no final deste.<br />
A.s gorduras e'stáveis con.stituem 92010 das<br />
gorduras totais. Seu ponto de fusão é co nsiderado<br />
importante, pois dele depende a<br />
consistência da manteiga. Delas a oleína<br />
tem o ponto de ,fusão mais baixo, ou seja,<br />
10°C; a palmitina se funde a 7;Q°C e a miristina<br />
a 60°C. Dela6, a primeira, isto é, a<br />
ole'ína se acha em estado líquido à temperatura<br />
ordinária e se encontra com mais<br />
freqüência no leite na primavera, em cuja<br />
época também as !=jorduras voláteis são mais<br />
comuns, daí que a manteiga suave (mole)<br />
seja mais freqüente na primavera do que<br />
no inverno.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 62 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
Gordura<br />
A composlçao da gordura do leite, segundo<br />
vários inve.stigadores, é a seguinte :<br />
I<br />
Butirina : . ...... .<br />
Voláteis - 8% (aproína<br />
(aprilina<br />
Estáveis - 92010<br />
Se entendemos que as gorduras são glicérides<br />
de, ácidos graxos, temos a segui nte<br />
fórmula geral da sua composição química.<br />
Radicais de Glice- Radicais de ,ácidos<br />
r , ina<br />
(Butírico)<br />
(Oléico)<br />
('8H3602 (Estaá ri co)<br />
A gordura do leite tem, além disso, vestígios<br />
de colesteriná, lecitina e certa substância<br />
corante, de composição química desconhecida.<br />
Os glóbulos de gordura do leite de vaca<br />
estão, total ou parcialmente, rodeados<br />
por um grupo especial de substâncias, cuja<br />
origem pode ser devida, em parte, à sua<br />
maior atividade capilar. As outras substâncias<br />
ativas da superfície constituem, evidentemente,<br />
as camadas mdis externas das sudo<br />
glóbulo de g-ordura , se na realiestão<br />
normalmente concentradas de.<br />
maneira ali. Estas camadas mais<br />
se eliminam com facilidade quanse<br />
lava o creme por diluição com água.<br />
Porcentagem de gordura no leite<br />
A gordura d-o leite está compreendida na<br />
de 2,,0 a 6,0%, com valor médio de<br />
Influência do calor na determinação do<br />
teor de gordura<br />
A de·terminação deste componente a temperaturas<br />
variáveis trará resultados errôneos,<br />
uma vez que este método nos oferece maior<br />
quando se verifica o result-ado à<br />
de 65°C.<br />
3,85010<br />
3,60<br />
0,55<br />
(aprina ......... 1,9<br />
laurina ....... . . . 7,4<br />
Miristina . ........ 2.0,2<br />
Palmitina ........ 25,7<br />
Estearina ........ 1,8<br />
Oleína .......... 35,,0<br />
4. Densidade de um leite<br />
temperaturas:<br />
11 ml<br />
Oo(<br />
5°(<br />
WO(<br />
15°(<br />
200(<br />
25°(<br />
300(<br />
. " . . " .......<br />
............<br />
............<br />
........... .<br />
. ...........<br />
............<br />
. . ..........<br />
de leite pesam:<br />
IDO(<br />
5°(<br />
100(<br />
15°(<br />
200(<br />
25°(<br />
38°(<br />
............<br />
o • • • • • • • • • • •<br />
...... . .. " " "<br />
" " ". " " . . .. " "<br />
" . " . . " . " " " " .<br />
" " " " .. " . " . ..<br />
" " . . .. " . " " " "<br />
5. Influência . do calor sobre<br />
a<br />
várias<br />
1,.0335<br />
1,0328<br />
1,031 9<br />
1,031 0<br />
1,.0289<br />
1,.0285<br />
1,0274<br />
11,3685 g<br />
11,3608 g<br />
11,3509 g<br />
l1,3410 g<br />
11,3278 g<br />
11,3135 g<br />
11,301 5 g<br />
a gordura :<br />
a. Se o aquecimento não é mui,to elevado<br />
este componente do leite não se alte·ra.<br />
b. À medida que aumenta a temperatura, o<br />
glóbulo de gordura se libera, deixando<br />
livre a emulsão de gordura .<br />
c. O aquecime'nto diminui o diâ:-netro dos<br />
p,lóbulos de gordura.<br />
d. A gordura, a-o ser resfriada, se contrai.<br />
111 - PROTEíNAS<br />
O trabalho aqui apresentado foi elaborado<br />
tomando como base a faixa de temperatura<br />
mais comumente empregada na<br />
indústria laticinista. Isto porque é bom lembrar<br />
que os efeitos do calor sobre os componentetS<br />
do leite, não obedecem nenhuma<br />
proporção cO m a intensidade do mesmo,<br />
assim como há sempre uma temperatura<br />
'ótima para determinada transformação deste's<br />
complexos compostos.<br />
1 - Pasteurização<br />
Sob o ponto-de-vista físico, a modificação<br />
mais evidenciada que se registra du-<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 63<br />
rante o proce.sso de pasteurização, é a precipitação<br />
de uma parte das proteínas solúveis,<br />
lactoalbumina e lactog:·obulina, que se<br />
inicia deste 600( e se prolonga até à temperatura<br />
de ebulição. Esta precipitação é irreversível<br />
es,tando ligada a certas modificações<br />
dos enlaces químicos da superfície da<br />
molécula protéica, astSim como o pH do<br />
meio e à natureza e concentracão dos sais<br />
em solução. Isso também, porqe a precipitação<br />
de ais proteínas está na dependência<br />
de fatores variáveis. Nem , todos os leites se<br />
comportam identicamente sob este ponto<br />
-de-vista e, ainda mais que em determinados<br />
leites, a desnafuracão oCOrre às mais<br />
baixas temperaturas e éom ma is intensidade<br />
que em outros. Todavia, pode dizer-se<br />
que, de um modo geral, o processo de pasteurização<br />
provOca a precipitação de 10%<br />
do total de albumina e globulina. A catSeína<br />
que é muito estável, só precipita após<br />
longa e intensa a,ção térmica .<br />
Sob o ponto-de-vista químico a mais importante<br />
modi'ficação que se -obse·rva no<br />
leite pasteurizado, é o a parecimento de compostos<br />
tSulfidrílicos R-SH, formados à custa<br />
do enxofre, dos ácidos aminadotS sulfurados<br />
das proteínas. Estes compostos são<br />
responsáveis pelo ligeiro sabor a cozido que<br />
se verifica p-or vezes em leite tratado a tempera<br />
turas tSuperiores a 750,(, o que também<br />
provavelmente influenciará na oxidacã-o . da<br />
gordura do leite.<br />
Acreditam que a ação do calor na pasteurização<br />
provoca uma desnaturação sobre<br />
t'odas as proteínas, tendo COmo prova<br />
dissc, o fato de que' o precipitado de um<br />
leite pasteurizado ser visivelmente mais floculoso<br />
do que o de um leite cru.<br />
O nitrogênio residual, ou não protéico,<br />
que no leite ,fresco é de .0,02 a 0,03010, aumenta<br />
para cerca de .0,4% .<br />
2 - Esterilização<br />
As proteínas solúveis, lactoalbumina e<br />
lactoglobul ina , que são em média 10,4%<br />
desnaturadas a 63°(, quando o leite é submetido<br />
à temperatura de esterilização, e ' stas<br />
proteínas têm 82% do seu todo precipitados,<br />
dependendo entretanto da intensidade<br />
do tempo de exposição.<br />
A caseína que até então exis,te no leite<br />
na forma de casei nato de cálcio, sofre acentuada<br />
alteração nas .suas propriedades físicas,<br />
e tende a se precipita r mais facilmente<br />
à temperatura de esterilização. A sua<br />
afinidade de precipitação sob ação dos ácidos,<br />
ou de coagulação sob a açã'Ü da quimosina,<br />
sofre relativa alteração que depende,<br />
também, da constituição original do leite.<br />
digitalizado por<br />
3 - Reação não enzimática de Browning<br />
A reação deste tipo que merece mai-ores<br />
considerações Ocorre entre aldoses e<br />
aminoácidos livres e/ou aglomerados destes<br />
aminoácidos em forma de proteínas, desde<br />
que seja expost'o o conjunto a uma determinada<br />
temperatura.<br />
A reação de BrowninÇ! pode ser desejável<br />
na industrializa ção de vários produtos<br />
como cerveja preta, café, coca-cola, etc.;<br />
porém na indústria de laticínios a metSma<br />
é indesejável, pois é sua característica principal<br />
ter como produto final, compostos que<br />
conferem sabor e aroma indesejáveis, exceto<br />
quando se trata de fabricacão de caramelos,<br />
que depende destes compostos para<br />
especificar tSuas características organolépticas,<br />
contando ainda com 'outros compostos<br />
resulta ntes da reação que lhe conferem a<br />
coloracão ideal.<br />
Está reação nada mais é que a conhecida,<br />
e às vezes -temida, cara melização,<br />
sempre presente qua ndo emprega processo<br />
de a-quecimento de leite, cujo processo não<br />
conta com um controle, adequado e principalmente<br />
quando 'não .se conhece a apresentação<br />
qualitativa e quantitativa do leite no<br />
momento do tratamento.<br />
,Entre -os fatores que a'fetam a cara melização<br />
da lactose com proteínas, destacamos<br />
os de maior importância, na seguinte<br />
ordem:<br />
a - Temperatura<br />
Sendo este o fator mais importante é<br />
evidente que, independente da qualidade<br />
e constituição do leite, 'Ü aquecimento é capaz<br />
de caramelizá-Io dependendo apenas<br />
da intensidade de calor e do tempo de exposição<br />
ao mesmo.<br />
b - pH - Concentração de hidrogênio<br />
iônico<br />
Quando o pH do leite é elevado, haverá<br />
uma maior tendência de "polimerização"<br />
dos produtos re·sultantes da degradacão<br />
da cetose-amina, razão pela qual observa-se<br />
que um leite de baixa acidez (pH<br />
alto), quando aquecido, não precipita facilmente,<br />
enquanto que a velocidade de caramelização<br />
será sempre superior a de um<br />
leite de acidez normal.<br />
c - Conteúdo dáguCl<br />
Quanto mais diluído for o leite, menor<br />
é a tendência à caramelizacão. Da í se conclui<br />
que quando se trabalha' com concentração<br />
de leite, o problema é mais acentuado,<br />
o que' pode ser amenizado utilizando-se<br />
processo a vácuo.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 64 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
4. Preventivos contra a caramelização pelo<br />
prOcesso de Browning<br />
a - Abaixamento do pH, ou acidificação do<br />
produto antes da aplicação de, cal or,<br />
tende a evitar esta reação;<br />
b - Deslactosagem do ,leite preve·niria a<br />
rea'ção de caramelização;<br />
c - Fermentacão da ladose antes do uso<br />
de calor;'<br />
d - Util ização de, inibidores da reação de<br />
caramelização como HS0 3 (hisulfito),<br />
NaHS0 3 (bisulfito de sódio), S02 (dióxido<br />
de e'nxofre), Na2S0 3 (sulfito de<br />
sódio).<br />
Estes bisulfitos somente podem ser utilizados<br />
até 1 %, acima disto são considerados<br />
tóxicos. Em relacão aos itens relacionados<br />
a'Cima, esles sao válidos para doce<br />
de leite e leite em pó. Deve-se salientar<br />
também que em alguns casos muito raros,<br />
a caramelização pode ser favorecida pelo<br />
pH ácido.<br />
. IV - LACTOSE<br />
A ladose é o açúcar do leite, encontrado<br />
em maior ou menor proporção no leite<br />
de todos os mamÍ'feros, variando a porcentagem<br />
segundo a espécie.<br />
No leite de vaca a porcentagem média<br />
de l adose é de 5% , sendo, depois da água,<br />
o componente que se apresenta em mai'Or<br />
porcentagem.<br />
É um hidrato de carbono que tem por<br />
fórmula C12H22011 . H20. É, portanto, um dissacarídeo<br />
ou uma diose. Por ação enzimá-<br />
3. Influência da temperatura controlada sobre a lactose<br />
FRIO<br />
CALOR<br />
Resfria mento<br />
Congelamento<br />
----<br />
Pasteurização ----<br />
Condensação<br />
Pulverizacão<br />
(cilindros' ou<br />
de contatos)<br />
Pulverizacão<br />
(SPR,A Y óu de<br />
atomização)<br />
Ebulição<br />
Esteri I ização<br />
tica a ladose se desdob ra nas duas mono- I<br />
ses que a compõem : glicose e galactose.<br />
1. Solubilidade e cristalização<br />
Solubilidade inicial:<br />
na forma ex é de 5%, a OOC<br />
na forma f3 é de 45%, a ,O°e.<br />
Solubilidade final: Quando se estabelece 'O<br />
equilíbrio entre as duas formas:<br />
11,9% a OOC<br />
16,9% a 15°1(<br />
21 ,6% a 25°C.<br />
Formação de cristais: ·os microcristais vão<br />
se atraindo por terem cargas elétricas<br />
opostas. Causam o aparecimento<br />
de cristais maiores que são perceptíveis<br />
ao tato bucal, isto acontece, por<br />
exemplo, no doce de leite, sendo um<br />
dos mai,ores problemas e dos mais<br />
comuns neste produto.<br />
,A. parece, também, esta formação em<br />
produtos supergelados: sorveTes.<br />
2. Produtos pirolíticos da lactose:<br />
A cor escura adquirida pelo leite aquecido<br />
fortemente é conseqüência da cara melização.<br />
da ladose em presença da ca.seína,<br />
a qual, depois, adsorve' o lactocaramelo<br />
produzido.<br />
A ladose hidratada perde água de cristalizacão<br />
entre 13.o-140°e.<br />
A í 50-1 65°C, torna-se amarela e a 175°C<br />
marr'Om, emitindo cheiro típico e perdendo<br />
13% do seu peso.<br />
--+ sem alteração<br />
»- sem alteração<br />
-- Não é afelada, ou, no máximo, de maneira<br />
imperceptível. .<br />
A solução de sacarose e a presença de<br />
proteínas em soluçã'O mais concentrada reduzem<br />
a solubilidade da ladose, exigindo-se<br />
cuidados especiais para que a cristalização<br />
se faça em cristais microscópicos.<br />
A ladose sofre às vezes um início de caramelizacão<br />
ao entrar em contato com o cilindro<br />
'quente.<br />
A ladose é precipitada, mas não cheÇJa a<br />
cristalizar-se por ser instantânea a pulverização.<br />
Há, às vezes, uma carame·lização incipiente<br />
da ladose. A fervura prolonÇJada desdobra<br />
a lactose em ácido.<br />
Há, freqüentemente, uma carame!izaçã'o da<br />
ladose, catalisada pela presença de prole·ínas<br />
em solução coloidal concentrada.<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 65<br />
1. Conceito<br />
V - ENZIMAS<br />
São substâncias qUlmlcas secretadas pelas<br />
células, as quais são capazes de acelerar<br />
ou retardar uma reação química sem<br />
formar parte do composto resultante.<br />
2. Classificação<br />
De acordo com o substrato sobre o qual<br />
atuam, as enzimas se clas.silficam em :<br />
a) Proteases (proteolíticos) :<br />
São as enzimas que atacam e promovem<br />
a decomposição das proteínas em . aminoácidos.<br />
b) Carbohidrases (carbohid ratos) :<br />
Sã·o a'que·las que atuam sobre os açúcares<br />
produzindo gás, ácido e álcool.<br />
c) Lipases (Iipolíticos) :<br />
Atacam os glóbulos de gordura decompondo-se<br />
em ÇJlicerina e ácidos ÇJraxos.<br />
d) Amilase.s (amiláceos) :<br />
Sã·o as enzimas que atuando sobre o<br />
amido o decompõe em açúcares simples.<br />
e) Coagulases :<br />
São as que provocam a coagulação da<br />
caseína do leite ocasionando a sua precioitação.<br />
f) Redutases :<br />
São aquelas que decompõem 'O peroxldo<br />
de hidrogênio (água oxigenada) em áÇJua<br />
e oxiÇJênio molecular (02).<br />
3. Enzimas encontradas no leite<br />
As enzimas geral mente encontradas no<br />
leite são: catalase, peroxidase, xantina oxidase,<br />
f'Osfatase, aldolase amilases (alfa e<br />
beta), lipases e outras e·stera.ses, proteases,<br />
anidrase carbônica.<br />
Todas estas enzimas são termolábeis, isto<br />
é, são inativadas ou destruídas por temperaturas<br />
re:ativamente baixa.s.<br />
A peroxidase é uma enzima que existe<br />
naturalmente no leite. Tem seu limite máximo<br />
de tolerância em torno de 80°e. Em<br />
tempos passados, quando se recomendava<br />
a pasteurização do leite a 80-85°C, a pesquisa<br />
de peroxidase era exiÇJida e procedida<br />
com a finalidade de· determinar se o<br />
mesmo era um leite cru ou pasteurizado.<br />
Hoje, como as fórmula.s mais modernas de<br />
pasteurizaçã'O recomendam temperatuas inferiores<br />
a 80°C, sua pre·sença no leite de<br />
consumo é exigida.<br />
Está, porém, ausente em leites esterilizados,<br />
pois neste tratamento térmico o leite<br />
é submetido a temperatura.s superiores a<br />
100°C.<br />
digitalizado por<br />
A fosfatase é outra enzima que está originariamente<br />
presente no leite. É inativada<br />
por tod'Os os tratamentos térmicos usados.<br />
Sua destruição está enquadrada nas fórmulas<br />
de pasteurização do leite. Se·;]undo<br />
prescrição do DIPOA, a fosfatase deve esta<br />
r ausente no leite de consumo. Pois considerando-se<br />
que, de um modo ÇJeral, os<br />
ÇJerme's patoÇJênicos são mais sensíveis ao<br />
calor do que a fosfatase, conc:uímos que<br />
a ausência desta indica também a ausência<br />
daqueles ÇJermes. Serve também para<br />
verificar a eficiência da pasteurização ou<br />
fazer o controle desta, além de identificar<br />
leite cru e leite fervido.<br />
Li mite de resistência da fosfatase :<br />
% de destruição Temperatura<br />
96 61 ,7°C<br />
lQ,Q 63,OoC<br />
100 75,00C<br />
Tempo<br />
30 min<br />
2.0 mln<br />
2 min<br />
A lipase é uma enzima lipolítica oriunda<br />
do animal ou de oriÇJem microbiana.<br />
É importante na maturação de certos tipos<br />
de queijos, ta is como roquefort, camembert,<br />
etc. Tem sua temperatura ótima<br />
de atuação em torno de 37°C, sendo de.struída<br />
completa mente a 60C durante 30 minutos.<br />
A lipase é, portanto, destruída por todos<br />
os tratamentos térmicos a que 'O leite<br />
é normalmente submetido. A sua presença,<br />
no leite e subprodutos, pode causar sabor<br />
amarqo e rancidez.<br />
Outra enzima que é de·struída pelos tratamentos<br />
térmicos é a casease. Também<br />
chamada protease, é a principal enzima na<br />
funçã'O da maturação dos q:Jeijos, encarregando-se<br />
de desinteÇJrar a mo ' écula de<br />
paracaseína até seus elementos mais simples.<br />
É produzida por quase todos os ÇJermes<br />
proteolíticos.<br />
A catalase pode ser produzida por várias<br />
bactérias e é capaz de decompor o<br />
peróxido de hidroÇJênio em áÇJua e oxiÇJênio<br />
molecular sendo, portanl'O, uma redutase.<br />
Reação de redução da áÇJua oxiÇJe'nada :<br />
H202 + Cata lase --- ·2 H20 + 02<br />
Resiste até 85-900C por 3. minutos, sendo,<br />
porta nto, destruída somente pela e·sterilizacão.<br />
A' renina, também chamada quimosina,<br />
quimose, presamo ou pressura, é o elemento<br />
principal do coalho. Tem melhor atuacão<br />
a 40-41 °e. Pode ser destruída a 65°(<br />
por 30 minutos sendo, aSoSim, eliminada pela<br />
pasteurização.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 66 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
Observação :<br />
Re,centemente tem-se realizado numerosas<br />
investigoç0es sobre a re·ativaçã'Ü da<br />
fosfatase e da peroxidade, após o aquecimento.<br />
Tem-se comprovado que hão de<br />
transcorrer mais de 30 horas contadas a<br />
partir do término do aquecimento, a 83°C<br />
durante 5 segundos para que a pe-roxidase<br />
volte a aparecer. Para que o desapa recimento<br />
desta enzima seja tota,I, necessita-se<br />
de um aquecimento de 9.oo.C.<br />
Pelo 'que se refere à fosfatase, sabe-se<br />
que também pode reaparece'r depois de um<br />
certo tempo, principa lmente se adicionarmos<br />
cloreto de sódio ao leite.<br />
VI - SAIS MINERAIS<br />
o total dos sais no leite varia de 0,69010<br />
a OJ7%. Devido a certas dificuldades analíticaoS<br />
e ao estado coloidal do leite, não<br />
há acordo entre 06 vários autores quanto<br />
à composição dos sais minerais e às combinações<br />
possíveis. Os teores indicados têm,<br />
apenas, um val or teórico e para referência<br />
citamos :<br />
Cálcio ...... .<br />
Magnésio ... .<br />
Sódio ...... ..<br />
Potássio<br />
1,25 g/I<br />
0,10 g/I<br />
.0,50 g/I<br />
1,50 g/I<br />
Fosfatos ..... . 2,1.0 g/I<br />
Citratos ..... . 2,00 g/I '(como ácido cítrico)<br />
Cloro ....... . '1 ,00 g/I<br />
Bicarbonatos . 0,20 g/I<br />
Sulfato ...... . 0,10 g/I<br />
Lactafo ..... . 0,02 g/I<br />
1. Traços de elementos microgramos/litro :<br />
Alumínio ............. .<br />
Arsênico ............. .<br />
.sopo . . . ....... . . ... .. .<br />
Coba lto ............ .. .<br />
Cobre ............... .<br />
Ferro ................ .<br />
·Magnésio ............ .<br />
Molibdeno ........... .<br />
Silício ............. ... .<br />
Zinco ................ .<br />
Bromo ............... .<br />
lodo ..... , ... ... ... .. .<br />
15.0 - 1.
Condições de<br />
produção<br />
Vacas. utensí-<br />
lios ie meio<br />
limp06.<br />
Vacas limpas,<br />
utensílios e<br />
meio sujos.<br />
Vacas ute·nsí-<br />
lios e meio<br />
sujos.<br />
EFEITOS DA TEMPERATURA NO CRESCIMENTO DAS BACTéRIAS NO LEITE PRODUZIDO<br />
SOB VÁRIAS COND!ÇÕES<br />
(*)<br />
NOMERO DE BACTE:R,I'AS<br />
Temperatura<br />
POR MI LlUTRO<br />
de armaze- Produ:to<br />
namento fresco<br />
24 hOí'as 48 horas 72 horas<br />
I I I I<br />
I 4,4°C 4.300 I 4.10G I 4.60.0 I 8.500 I<br />
10,OoC 4.300 14.000 130.000 5.700.00.0<br />
15,5°C 4.300 1.600.,000 33.0.00.000 330.00.0.0.00<br />
4,4°( 39.000 88.000 120.000 140.,000<br />
1 0,.00, C 39.000 180.00.0 830.00.:) 1.800.000<br />
15,5°C 39.000 4.500.,000 99 . .00.0.000 630.000.000<br />
4,4°C 14 . .00.0 280 . .000 540.,Q,00 750.0.00<br />
10,,0,0:( 14.,00,0 1.200.000 14.000 . .000 26.000.000<br />
15,5°C<br />
* - Os dados acima apre6entados são aproximados.<br />
Substâncias<br />
modificadas<br />
LACTOSE<br />
LACTOSE +<br />
P,ROTEfN-AS<br />
PROTEfNAS<br />
(principalmente<br />
f3. lactoglobulina)<br />
P-ROTHNAS SO<br />
LOV'EIS E CAISEfNA<br />
I<br />
I<br />
14 . .00,0 24.000.0.00 64.0.0.00.,000 2.400.,Q,00.'000<br />
EFEITOS DO CALOR SOBRE OS CONSTITUiNTES DO LEITE<br />
Modificações<br />
• Decomposição com formação de ácidorS orgânicos.<br />
• Reação entre ÇJrUpos aldeídicos e aminados; produtos<br />
de condensação co loridos (reação de Mailard).<br />
o Aparecimento de ÇJrUpos SH ativos e' de compostos<br />
sulfúricos livres;<br />
• Desnaturação (inativação aÇJlutina;.<br />
Formação de amoníaco;<br />
• C'oncentração e insolubilização na interfase líqui-<br />
• formação de complexo CarSeína K + f3 - lactoglobulina.<br />
Principais consequências<br />
96 horas<br />
20.000<br />
39.,Q,00.Oo,O<br />
960 . .0.00.0.0,0<br />
1.000.00.0<br />
13 . .000.000<br />
1.40·0 . .00.0.0:00<br />
852.000<br />
41.0.00..0001<br />
5.,00,0.000.000<br />
• Influência no crescime·nto das bactérias látic;<br />
• Abaixa mento do pH;<br />
• Caramelização;<br />
• Substâncias extraídas ao éter.<br />
• J,,1oaixamento do valor nutritiv'o das proteínas (perda<br />
de lisina);<br />
• Formação de compostos redutore6, ahaixo o potencial<br />
Redóx, obstáculo na oxidaçã·o dos ÇJases;<br />
• Escurecimento.<br />
e "Gosto de cozido";<br />
• Sistema redutor;<br />
• F!oculação;<br />
• Obstácuo à formação de' creme.<br />
o Influência no ÇJosto;<br />
• Formação de "pedra de leite";<br />
Uma das causas da estabilização por pré-aqueci- .<br />
mento.<br />
digitalizado por<br />
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Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 71<br />
VIII - CONCLUSÕES<br />
A,o iniciarmos este trabalho sal ienta mos<br />
sobre a curiosidade e poder de observação<br />
do homem, isto é, da pré-história até nOssos<br />
dias.<br />
O homem pré-histórico descobriu o fogo<br />
através de acontecimentos diretamente relacionados<br />
com a nautreza.<br />
O homem tê'cnológico transformou esta<br />
curi'osidade em pesquisa criando e estudando<br />
novas técnicas para atender ao bem estar<br />
do homem Século XX,<br />
Pelo exposto, o uso do calor na indústria<br />
de laticínios é de suma imp'ortância e<br />
o seu emprego exige cuidados especiais l a<br />
fim de evitar conseqüências graves.<br />
Entre todos os métodos de .conservação<br />
em uso, a prática tem-nOs mostrado que pelo<br />
seu emprego constante este é, ainda, o<br />
meio mais eficiente. Existe uma concordância<br />
generalizada e louvável contra a adição<br />
de qualquer substância estranha aos alimentos,<br />
principalmente a'O leite.<br />
Se compararmos o -cartaz agora apresentado<br />
(homem pré-histórico) com os equipamentos<br />
de que dispomos na atualidade, verificaremos<br />
'que realmente h'ouve uma grande<br />
evolução. Entretanto, se encararmos o<br />
fato com espírito mais crítico l somos obriqados<br />
a concordar que muita coisa há, ainda,<br />
para ser criada .<br />
Se auscultarmos a opinião pública sobre,<br />
por exemplo, o paladar do leite, ouviremos<br />
certamente as seguintes respostas:<br />
- leite g ostos'o é aquele colhido quentinho,<br />
diretamente do úbere da vaca;<br />
- queijo bom é o de fazenda;<br />
- coalhada saborosa é a feita em casa.<br />
Ignorância do consumidor? Perguntamos<br />
nós. A coisa se complica quando vemos a<br />
propaganda falando em leite-do-dia l leite<br />
-de-granja, etc.<br />
O II leite certificado" - leite cru produzido<br />
em condições rigorosamente higiênico<br />
-sanitárias - em países altamente desenvolvidos,<br />
parece-n'Os uma utopia, sua producão<br />
no Brasil.<br />
:Assim sendo, acreditamos na necessidade<br />
de pesquisar, para darmos ao consumidor<br />
o que a propaganda anuncia, me·smo<br />
que para isto te.nhamos de queimar etapas.<br />
Nada temos contra as atuais caldeiras<br />
Çjeradoras de va por; apenas achamos pequena'<br />
a disfância entre o início e o estágio<br />
atual, que para garantia da saúde pública<br />
e para maior conservação dos alimentos,<br />
priva muitas ve'zes ' o consumidor daquele<br />
digitalizado por<br />
paladar e do conse'quente sentido de pureza<br />
dos a limentos naturais.<br />
Hoje o Instituto de Laticínios IICândido<br />
Tostesll pertence a uma empresa de pesquisa,<br />
a EPAMIG, que, por sua vez, é filiada<br />
à EMBRAPA.<br />
Agora que o Brasil ingressa no I IClube<br />
Atôicoll, que tal o emprego da energia<br />
nuclear com'O processo ou coadj uvante da<br />
tecnologia leiteira?!<br />
Senhores, as cartas estão na mesa ...<br />
IX - BIBLIOGRAFIA<br />
MCKENZIE, H. A. - Milk Proteins I e H. Chemistry<br />
and Molecular Biolog;y.<br />
PERAZA, V. M. - La leche y sus productos.<br />
Cultura l S.A. Havana.<br />
BALLARIN, O. - Notas sobre a bioquímica<br />
do leite. Rio de Janeiro, 1975.<br />
CARPENT'ER, P. L. Microbiology. \IV. Saunders<br />
·Company. U .,S. A. 1961 .<br />
PELOZAR, M. J. e RElU, R. D. - Microbiologia.<br />
Talleres Gráficos de Ediciones<br />
Castil'la, S.A. Madrid, 1966. Segunda<br />
Edicion.<br />
BROCKI T. D. Biologia de los microorganismOS.<br />
Ediciones Omega S.A. Barcelona,<br />
1966.<br />
ALAIS, t. SCIENCE DU LAIT. Principes du<br />
Tecnologie laitiêre.<br />
SANTOS, I. A. et alii - Leite Pasteurizado.<br />
Edicão da Câmara Municipal de Lisboa,<br />
1963. 400 pág.<br />
SENES, J. C. - Microbiologie Genera le.<br />
VILLELA, J. O. - Sanitizaçã'O na Indústria de<br />
Laticínios. Edição do ILCT. Juiz de _Fora,<br />
MinaIS Gerais.<br />
GUAZZElLl I M. J. - Lactose. Felctiano, Juiz<br />
de Fora 1 (3) :35. 1946.<br />
ALBUQUERQUE, H. - Obtenção da lactose<br />
bruta. Felctiano, Juiz de Fora 1 (13/1 4) :3.<br />
1946.<br />
RAUCH, A. M. L. - Las alteraciones de la<br />
lache. La Indústria Lechera, Buenos Aires.<br />
25 (287) : 391/392. 1943.<br />
PALMER, L. S. _. Estructura y propriedade de<br />
la II membranall natural de,1 globulo graso.<br />
La Industria Lechera, Buenos Aires.<br />
27 (313): 521 a 536. 1945.<br />
Revista do Instituto de Laticínios II Cândido<br />
Tostesll, Juiz de Fora, MG. N°s. 35, 50,<br />
99, 106, 1 .07, 153 e 176.<br />
Anales dei Instituto Municipa l de Higiene de<br />
Zaragoza. Vol. 7, n,o 1. Abril, 1958.<br />
arvoredoleite.org
Indústria Mecânica Juiz de Fora Ltda.<br />
Máquinas para Laticínios em Geral<br />
Bated·eiras de eco inoxidáv,el - Fracionadeiras<br />
.::.<br />
Cravadeiras - Depósitos - Tanques - etc.<br />
FÁBRICA :<br />
Avenida dos Andradas, 1015 - Tel. 212-5553<br />
JUIZ DE FORA - Minas Gerais<br />
Revista do ILcr JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 73<br />
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA ·<br />
DE MIAS GERAIS<br />
INSTITUTO DE LATiCíNIOS "CANDIDO TOSTES"<br />
A - COMISSÕES<br />
XXVI.a SEMANA DO LATICINISTA<br />
7 a 11 de julho d 1975<br />
Tendo em vista a real ização da XXVl.a<br />
Semana do Laticir'lirsta no período de 7 a<br />
11 de iulho, nomeio as Comissões abaixo<br />
especificadas, . bem cOmo as atribuições de<br />
cada uma:<br />
1. Coordenacão ' Prof. Cid Maurício StehlinÇ].<br />
1 .1 . Atribuições :<br />
1 .1 .1 . Prover recursos materiais e financeiros<br />
para a realização da Semana.<br />
1 .1 .2. Destinar e controlar as dotações de<br />
cada Comis,são.<br />
1.1 .3. Efetuar paÇJamentos e' rece imntos<br />
relativos às despesas e receitas das<br />
Comissões.<br />
1.1 .4. Estudar e 'o pinar sobre recur.sOs solicitados<br />
pelas diferentes Comissões.<br />
2. Comissão de Publicidade e Organização<br />
Presidente: Praf. Válter Estêves Júnior.<br />
Membros: Prof. Braz dos Santos Neve's.<br />
2.1 . Atribuicõe·s :<br />
2.1 .1. Elab rar proÇJramas de publicida?e<br />
junto aos órÇJãos da imprensa escrita<br />
e falada, pela divulgação da Semana.<br />
2.1 .2. Entrar em ligação com as diferentes<br />
firmas no sentido de obtenção ÇJratuita<br />
de pastas, folhetos e outras<br />
matérias de propaganda.<br />
2.1 .3. Elaborar os proÇJra mas da S . e'mana<br />
para serem di.stribuídos aOs Interessados,<br />
juntamente com . s pastas,<br />
por intermédio da Comlssao de Secretaria<br />
e HospedaÇJem.<br />
3. Comissão de Conferências e Cursos :<br />
Presidente : Prof. Otacílio Lopes Vargas.<br />
26th National Dairy Meeting<br />
July 7 to 1,.1/1975<br />
I -<br />
ORGANIZAÇÃO<br />
Organizatíon<br />
digitalizado por<br />
ME::nbro,s : Professores: Sebastiã'o Duarte<br />
A. Vieira e José Ma uro de<br />
Moraes.<br />
3.1 . Atribuicões:<br />
3.1. i. Providenciar a pr,oqramação das<br />
Conferências e dos Cursos da Semana,<br />
fazendo entreÇJa da documentacão<br />
à Comissão de Secretaria e HospedaÇJem<br />
parei a devida expediçã?<br />
3.1 .2. Elaborar modelos de cartas-convite<br />
aos Conferencistas, fazendo entreÇJa<br />
das me·smas à Comissão de Secretaria<br />
e HospedaÇJem, para expedição.<br />
4. O . Comissão de Secretaria e Hospedaqem<br />
:<br />
. Presidente : Hélio Pederneiras Taulois<br />
- Coordenador.<br />
Membros: Eunice de Andrade Drummond,<br />
Eliane Novaes Stehling,<br />
Eliane Pereira Santiaqo:<br />
pof.a Maria Nazaré<br />
Fontenele Lima, Arlindo Ambrósio<br />
Filho, Milton Leal e<br />
José Oswaldo da Silva.<br />
4.1 . Atribdcões:<br />
4.1 .1 . Elabóra ção da lista de convidados<br />
para a Semana.<br />
4.1 .2. Remes
Pág. 74 MARÇO-ABRIL Revista do ILCr<br />
5. Comissão de Julgamento de Queijo:<br />
Presidente: Prof. Múcio Mansur Furtado.<br />
Membros : Professores: Jacob Francklin<br />
de Oliveira e Marco Elias Nimer<br />
Rocha.<br />
5. 1. Atribuicões :<br />
5.1 .1. Em (jgação cOm a Comissão de<br />
Conferências e Cursos, organizar<br />
norma.s para o julgamento de queijo.<br />
5.1 .2. Elaborar modelos de cartas-convite<br />
a serem enviadas às Indústrias interessadas,<br />
fazendo constar das mesmas<br />
as e-specificações d06 queijos,<br />
etc. Fazer entrega da documenta ção<br />
à Comissão de Secretaria e Hospedagem,<br />
para expedição.<br />
5 .1.3. Organizar uma equipe de Juízes, ficando<br />
responsável pelo convite aos<br />
mesmOs.<br />
5.1 .4. Escolher e prepara r o local para<br />
julgamento.<br />
6. COmissão de Exposição de Máquinas,<br />
Queijos e Produtos Industriais<br />
Presidenl"e : Prof. José Frederico de Magalhães<br />
Siqueira.<br />
Membros : Prof. Wanderson Amarante<br />
Campos.<br />
6.1 . Atribuicões:<br />
6.1 .1. Apreentar à Comis6ão de Finanças<br />
uma estimativa das despesas do se<br />
tor.<br />
6.1 .2. Entrar em ligação COm as diferentes<br />
Indústrias de Máquinas e demais<br />
produtos, bem como Indústrias de<br />
Laticínio6, solicitando suas presenças<br />
na Semana, informando o preço do<br />
m2 de área ocupada.<br />
6.1 .3. Determinar os locais para a Exposição,<br />
em comum acordo e ajuda<br />
dos elementos interessados.<br />
7. INFORMACÕES COMPLEMENTARES<br />
7.1. O Presidente de qualquer Comissão<br />
poderá a qualquer tempo solicitar -o<br />
concur'so de elementos não constante<br />
da presente portaria.<br />
7.2. As ligaçõe-s entre os Presidentes das<br />
Comissões devem ser feitas · voluntariamente,<br />
sempre que necessárias para o<br />
bom andamento dos trabalho-s.<br />
7.3. Os Presidentes de Comissão deverãol<br />
sempre que necessário, lançar mão da<br />
cooperação de alunos bolsistas e de<br />
outros voluntári-os.<br />
7.4. Os caso.s omissos serão levados pelos<br />
Presidentes das Comissões a esta Direção<br />
para estudo e solução.<br />
Juiz de F-ora, 19 de maio de 1975.<br />
Cid Mauríció Stehling<br />
Diretor do ILCT.<br />
B - PROGRAMA<br />
07/.07/75<br />
08:00 - Inscricões.<br />
09:00 - Missa' Solene na Igreja de Santa<br />
Teresinha.<br />
10 :100 - Hasteamento do.s Pavil hões Nacional<br />
e Estadual.<br />
10:30 - Abertura da XXVl.a Semana do Laticinista,<br />
pelo Presidente da Epamig<br />
- Dr. Helvécio Mattana Saturnino,<br />
representado pelo Secretário-Adjunt-o<br />
da Agricultura, Dr. Paulo Caldeira<br />
Brant.<br />
11 :30 - Abertura de Iv.a Exposição de<br />
Queijos e de Maquinaria, no Edifício<br />
do Pavilhão Fábrica.<br />
12:30 - Almoço.<br />
14 :00 - Palestra I<br />
Dr. José Sátiro.<br />
Prof. Faculdade de Tecnologia de<br />
Alimentos - Universidade Estadual<br />
de Campinas.<br />
- PRODUCÃO DE QUEIJO PRATO<br />
- VARIEDADE LANCHE: COMPA-<br />
RAÇÃO, SALGA EM SALMOURA<br />
COM SALGA NA MASSA.<br />
15 :00 - Palestra 11<br />
Sr. Otto Frensel - Presidente da ABL.<br />
- SELECõES LATICINISTAS MUN<br />
DIAIS -' Série 23. .<br />
16 :00 - Palestra 111<br />
Evaldo Schmidit Alves.<br />
- A EMBALAGEM PARA O MER<br />
CADO: PROTEÇÃO E PROMOÇÃO.<br />
17 :00 - 19 :00 - CURSO RAPIDO.<br />
Prof. J osé Mauro de Mora es -<br />
DEPT.o ILCT.<br />
- CURSO RAPIDO EM CULTURAS<br />
LATICAS.<br />
18:30 - LANCHE.<br />
19:00 - Noite livre.<br />
,08/07/75<br />
09 :00 - Palestra IV<br />
Dr. Ebbe Petersen - Diretor do<br />
Centro Regional de Capacitación en<br />
Leche-ría para a América Latina.<br />
- DEFEITOS DE QUEIJOS E SUAS<br />
CORRECÕES.<br />
10:00 - Idem. '<br />
12:30 - Almoço.<br />
14 :00 - Dr. Ebbe Petersen<br />
- DEFEITOS DE QUEIJOS E SUAS<br />
CORREÇÕES.<br />
17:00 - 19:00 - CURSO RAPIDO.<br />
Prof. José Mauro de Moraes -<br />
DEPT.o ILCT.<br />
-' CURSO RAPIDO EM CULTURAS<br />
LATICAS.<br />
Revista do ILCT . JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 75<br />
18:30 - Lanche.<br />
.<br />
19:00 - Demonstraçãlo do Equlpame n to Schause. para fechamento de embalagem<br />
de queijos a vácuo, pelos<br />
Srs. Lisberto Cavalcanti de Souza e<br />
Paulo Macedo.<br />
09/,07/75<br />
09 ·00 - Dr. Ebbe Petersen<br />
- DEFEITOS DE QUEIJOS E SUAS .<br />
.<br />
CORREÇÕES.<br />
10:00 - Idem.<br />
12:30 - Almoço.<br />
14:00 - Palestra V<br />
Joacyr Rodrigues Lima - Prof. do ·<br />
Ministério da Educaçãlo e Cultura<br />
- O ILCT, A ESCOLA PROFISSIO<br />
NALIZANTE PERFEITA.<br />
15 :00 - Palestra VI<br />
Dr. Luiz Pinto Valente - Inspetor do<br />
DIPOA<br />
- A INDOSTRIA DE LATICfNIOS<br />
BRASILEIRA.<br />
16 :00 - Palestra VII<br />
/I<br />
Dr. J . J. Carneiro Filho - Prof. . Ho<br />
noris causa" do ILCT<br />
- RIESfDUOS PESTICI DAlS. CONTA<br />
MINACÃO DO LElliE E DERIV'ADOS<br />
E DOS ALIMENTOS EM GERAL.<br />
17 :00 - 19 :00 - CURSO RAPIDO<br />
Prof. José Mauro de Moraes<br />
DEPT.o ILCT.<br />
- CURSO RAPIDO EM CULTURAS<br />
LACTEAS.<br />
18:00 - Lanche.<br />
.<br />
19 ·00 - Noite dos Ex-Alun'os.<br />
- COMEMORAÇÃO DO JUBILEU<br />
DE PRATA DA TURMA DE 1950.<br />
09 :00 Palestra VIII<br />
10/.07/75<br />
Alunos do 3.° Ano do Curso de<br />
Técnica em Laticínios.<br />
Jardas da Costa Silva - Coordenador.<br />
_<br />
- EFEITOS DA APLlCAÇAO DO<br />
CALOR SOBRE O LEITE.<br />
1 0:00 ....: Palestra IX<br />
Prof. Múcio Mansur Furtado<br />
- FABRICACÃO DO QUEIJO CAM<br />
MEMBERT NO ILCT.<br />
11 :.00 - Palestra X<br />
Dr. Nelcindo Nascimento Terra<br />
Dept.o de Tecnolog ia Alimentar -<br />
Universidade Federa l de Santa Ma<br />
ria.<br />
- VALOR BIOLóGICO DE PROTEf<br />
NAS CELULARES.<br />
digitalizado por<br />
Apresentação do Prof. Otacílio Lo<br />
pes Vargas.<br />
12:30 · - Almoço.<br />
14:00 - Palestra XI<br />
Dr. Mário Passani - Centro Tecnológico<br />
de Minas Gera is - CETEC<br />
- CLASSIFICAÇÃO DE QUEIJOS.<br />
16 :00 - Palestra XII<br />
Prof. Josué Leitão e Silva - Departamento<br />
de Economia Rural - Universidade<br />
Federal de Viçosa.<br />
- ANALISE ECONOMICA DO PON<br />
TO DE NIVELAMENTO DAS COO<br />
PERATIVAS RURAIS.<br />
17 :00 - 19 :.Q.O - CURSO RAPIDO.<br />
Prof. J06é Mauro de Moraes -<br />
DEPT.O ILCT<br />
- CURSO RAPIDO EM CULTURAS<br />
LÁCTEAS.<br />
18:30 - Lanche.<br />
19 :00 - Apresentação · do Grupo Afro-Brasileiro<br />
no Auditóri-o do I LCT.<br />
11 /07/75<br />
09 :00 - Palestra XIII<br />
Prof. Antônio Carlos Ferreira -<br />
- OLTIMOS PROGRESSOS DA IN<br />
DOSTRIA QUEIJEIRA: CULTURAS<br />
LATICAS CONCENTRADAS.<br />
1 0:00 - Palestra XIV<br />
Pautilho Guimarães - Técnica da<br />
ABCAR -<br />
- SEMINARIO SOBRE LATICfNIOS<br />
NA DINAMARCA: ADMINISTRA<br />
CÃO TECNICA DA EMPRESA LA<br />
TICINISTA E COMERCIALIZAÇÃO<br />
DE PRODUTOS DE LATICfNIOS.<br />
12:30 - Almoço.<br />
14 :00 - Palestra XV<br />
Dr. José Pinto da Rocha, Diretor da<br />
DILEI e Diretor-Geral Substituto do<br />
DIPOA e Dr. Ailton Marin-o da Silva,<br />
Diretor da Divisão de Padronizacão<br />
e Classificacão de Produtos<br />
de' Origem Animal'.<br />
- OBTENCÃO HIGH:NICA DE LEI<br />
TE PARA 'QUEIJO.<br />
16:.00 - Homenagem ao Dr. Rogério de Albuquerque<br />
Maranhão, Ex-Diretor<br />
da DIPOA.<br />
16 :30 - Entrega de Prêmios e Certificados<br />
a'os Vencedore.s do Concurso de<br />
Julgamento de Queijos. . .<br />
17 :00 - Conclusões e Moções.<br />
17 :50 - Encerramento.<br />
arvoredoleite.org
• permitem leitúras simultâneas<br />
de pêso e volume (q úilos e<br />
litros).<br />
• mostrador graduado com escalas<br />
de 1/4 de litro e 100 grs.<br />
• podem efetuar medidas até<br />
20 litros e 20 quilos.<br />
• podem ser operadas com qual ...<br />
quer vasilhame.<br />
NO MERCADO AS<br />
RA CONTRÔLE LEITEIRO<br />
ffÃ\<br />
- .... .<br />
• fáceis de manejar, pesam não<br />
somente. o leite, assim como<br />
todo o alimento do gado lei<br />
·teiro (r a ç ã o , sai's minerais,<br />
etc.), até o limite de 20 quilos.<br />
Balanças p a ra contrô le l eiteiro<br />
Gelominas · a' melhor m aneira de<br />
afer1r a produção e o valo r de<br />
suas vacas leiteirasl<br />
Um produto da GELOMINAS S.A. 'INDÜSTRfA E COMÉRCIO<br />
Av. Olavo Bilac, 2001 - Juiz de Fora - MG - Tels.: 2-4867, 2-5148 e 2-51 53<br />
C. Postal 585 - End. Telegráfico GELlSA<br />
. .<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 77<br />
11 - DISCURSOS NA INAUGURAÇÃO<br />
Cid Stehling: Discurso.<br />
Caros companheiros laticinistas.<br />
Mais uma vez tenho a satisfação de, à<br />
frente deste Instituto, dirigir a palavra a<br />
todos cs companheiros laticinistas e industriais<br />
do ramo, que anualmente vêm prestigiar-no.s<br />
com os seus concursos e apoiar<br />
com maior bri:ho a Semana do Laticinista.<br />
Criada pe·lo dinamismo patriótico do<br />
eminente brasileiro, Sebastião Sena Ferreira<br />
de Andrade, aqui nos reunimos pela<br />
primeira vez' nos idos de 1950, para a reCtlizacão<br />
da primeira Semana do Laticin ista,<br />
éuja finalidade principa l era a de· congregar,<br />
cada vez mais, a classe laticinista<br />
de todo país para, em conjunto,' serem estudadas<br />
as proposições mais viáveis e 'oportunas<br />
para a solução dos diferentes e complexos<br />
problemas do ramo deste, importante<br />
setor do sistema Agropecuário e Industrial<br />
- o do laticínios.<br />
Vencidas as primeiras dificuldades normai,s<br />
a qualquer empreendimento que traz<br />
em sua finalidade estudos e' sugestões que<br />
colidem muitas vezes com interesses particulares<br />
e de grupo, pôde a Semana do Laticinista<br />
se firmar de ano para ano, buscando<br />
e trazendo ,soluções em benefício gerai<br />
da clmse.<br />
O evento anteriormente patrocinado diretamente<br />
I=ela Secretaria de Estado da<br />
Agricultura, contou sempre, e de·sde a fundação<br />
do ILCT - com o apoio da DIPOA<br />
que sempre trouxe sua solidariedade e participação<br />
a todos 'Os nossos empreendimentos,<br />
de vez que sempre· foi conhecedora de<br />
Inaugural Speeches<br />
digitalizado por<br />
a) - CID MAURíCIO STEHUNG.<br />
nossos propósito.s e finalidades, deu . o sentido<br />
de um maior desenvolvimento do ramo<br />
de laticínios no Brasil.<br />
Da Secretaria de Agricultura, nunca nos<br />
faltaram o apoio e confiança em nossas<br />
realizações, pois que todas e·las faziam parte<br />
direta de seu planejamento e açã'o.<br />
O primeiro grande pas.so para o maior<br />
desenvolvimento das atividades do Instituto<br />
foi o do convênio entre o Govemo do<br />
Estado de Minas Gerais e a Universidade<br />
de Purc;lue, por intermédio da USAID, que<br />
além do envio de dois técnicos - Roy Stein<br />
e Richard R. Day - que· aqui prestaram eficiente<br />
ajuda técnica, também forneceram<br />
equipamento industrial e aparelhagem de<br />
laboratório, para remodelação do setor de<br />
treinamento operacional.<br />
Logo após, outros convênios .seguiram<br />
com entidades tais como o INDA (atualmente<br />
(lNCRA), -CONTAP/USAID, MEC, por<br />
parte do Estado de Minas Gera is, contribuição<br />
do fundo de participação para<br />
construção de quadra de esporte', almoxari'fado,<br />
seção de varejo e aquisição e montagem<br />
de equipamento, auxílio da Diretoria<br />
de Esportes do Estado para a construção<br />
da piscina olímpica.<br />
Do Fundo Agropecuári·o Federal, que<br />
com a colaboracão do Banco Centra l/FUN<br />
DAG possibilito a construção do moderno<br />
dormitório com 44 apartamentos, ocupando<br />
uma área total de 4.200 m2, novo<br />
Auditório e seis salas de aula, reformas do<br />
prédio central da admin istração e do setor<br />
de treinamento operacional.<br />
Em convêni'Os com o BNDE, em número<br />
de 3, no espaço de 68 e' 74, manutenção e<br />
aperfeiçoamento do corpo docente, aquisição<br />
de bib:iografia e aquisição de aparelhos<br />
e equipamento para o lab'Üratório e<br />
setor de treinamento operacional.<br />
Em convênio com o IBC/GERCA, foram<br />
construídas uma -s ubestacão abaixadora de<br />
enerq ia com capacidadé pura 425 KVAFs,<br />
restaura nte e cozinha, carteiras escolares,<br />
aquisição de equipa mentos para setores de<br />
frio, laboratório, biblioteca do Instituto e<br />
instalação de um sistema de PBX.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 78 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILcr<br />
Na parte referente a ensino, em face da<br />
ra.li . zação dos convênio.s refe-ridos, f'Oi possibilitado<br />
o aumento do número de vagas<br />
de 30 para 40 alunos, bem como a realização<br />
de cursos extras em co-operação com<br />
setores federa l e particular, possibilitando,<br />
deste modo, ampliar ainda mais as nece-ssidade,s<br />
de. aprendizagem não só dos futuros<br />
Técnicos em Laticínios, bem cOmo o de<br />
f-odo o pessoal destinado ao traba lho nas<br />
Indústrias especializadas.<br />
Pôde também contribuir para que os alunos<br />
da última série do curso de Técnico em<br />
Laticínio.s fizessem estágio obrigatório de<br />
4,0 dias no próprio Instituto, aproveita ndo<br />
os seus setores de Laboratório e Industrial.<br />
O presente relato sucinto sobre a vida<br />
do Institut-o, prendeu-se ao fato de relacio·ná-Io<br />
a uma vincu l acão direta à Secretaria<br />
de AÇJricultura, para; a partir desta Semana<br />
que agora iniciamos, tornar esta vincu- '<br />
iação já completada, a 01/01 /75, à EMPRE<br />
SA DE PESQUISA AGROPECUARIA DE MI<br />
NAS GERAIS, 'Onde eMe Instituto passou a<br />
constituir um de seus departamentos.<br />
Criada pela Lei Estadual n.O 6.3W, de<br />
08/05/74, a Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />
de Minas Gerais, que após sua implantação<br />
de-finitiva em 06/,08/74, veio, a partir<br />
desta data, ássumir efetivamente sua acão<br />
direta .sobre os vários órÇ)ãos a ela inéorporados,<br />
face às normais implicações administrativas.<br />
Constitui, pois, esta XXVl .a Semana do<br />
Laticinista, a primeira em que a EPAMIG em<br />
toda a sua ação presta o seu apoio, que<br />
face ao -que· representa - este Instituto, vem<br />
sendo dado em todos os set'Ores pa ra que<br />
este- evento, a cada ano, seja mais repleto<br />
de real izações e ensinamentos para a família<br />
laticin ista.<br />
A criação da Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />
de MinQrS Gerais veio atender a<br />
uma necessidade não só do Governo Estadual,<br />
mas s-obre-tudo oferecer uma cooperação<br />
eficiente ao Governo Federa l que, a<br />
partir de 1964 e muito particul a rmente no<br />
Governo do Presidente Geisel, vem dando<br />
uma importância prioritária à aÇ)ropecuária,<br />
e conse-qüentemente no setor de Pesquisa,<br />
de real necessidade n'O aprimoramento dos<br />
métodos e proces.sos de produtos cada vez<br />
melhores e fartos.<br />
Vem assim a Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />
de Minas Ge-rais, se situar dentro<br />
do 11 Plano Básico de Desenvolvimento Científico<br />
e Tecn·olóÇ)ico no sentido da modernização,<br />
'geração, inovação e subMituição<br />
de tecnologia importada por processos<br />
desenvolvidos localmente, conscientização<br />
A partir da . esquerda: Cid Stehling, Caldeira<br />
Brant, DIrceu de Resende e Jardas da<br />
Costa Silva.<br />
pú<br />
.<br />
blica em relação aos dispêndios COm diredos<br />
e<br />
.<br />
patentes para a tecnologia impor<br />
!?da, orientação do consumid-or e suá mo.<br />
TJv<br />
_<br />
çao paa o consumo de produtos nacionaiS,<br />
val Orização de laboratório.s e servicos<br />
de pesquisa existentes, capacitacã'O técnica<br />
e Ievação Ç)eral d "performanéel / do pes<br />
ulsador, estabelecimento de mecanismos e<br />
Instrumentos que previnam a evasão, o desem,:::reÇ)o<br />
e o desvio de funções dos recur-<br />
60S humanos em ciência e tecnol'OÇ)ia.<br />
Preoupa-se no momento a Empresa em<br />
proporcionar aos professores maiores conhecime<br />
.<br />
ntos no campo laticinista, possibilit<br />
ndo vlaÇ)'ns de aperfeiçoamento no exterior,<br />
como lá foi conseÇ)uido para três professors,<br />
que, na França, fizeram curso de<br />
aperfeiçoamento, fi-:: ando previsto para o<br />
seÇ)undo semestre a ida de um outro professor<br />
para . fazer curso de pós;'Ç)raduação<br />
em<br />
.<br />
Tecnologia de Alimentos, sendo previstos<br />
dOIS outros para o próximo 'ano ' em Univer.sidade<br />
Brasileira.<br />
. oe 14 a 24 de abril, real izou-se o primelr<br />
. ,? curso de E>
Pág. 80 JULHO , A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
e Silva, no s6ÇJundo, merece destaque especial<br />
'J representação do Brasil no XIX Con<br />
ÇJresso Internacional de Laticínios, realizado<br />
em Nova Dehli, Tndia, nos dias 2 a 6<br />
de dezembro p.p. pelo Sr. José Carlos Bustamante<br />
de Carvalho e este que vos fala.<br />
Estamos escrevendo minucioso relatório que<br />
vai ser publicado nas colunas do "Boletim<br />
do Leite" aos poucos. Desejamos aproveilar<br />
tão ÇJrato ensejo para awadecer aqui,<br />
de público, as entidades que nos permitiram<br />
tão honrosa, quão valiosa possibilidade:<br />
Associação Brasileira de Laticin istas,<br />
Brasholanda, S. A., Companhia Industrial e<br />
Comercia l Brasileira de Pr,oduto'5 Alimentares<br />
(Nestlé), Coooperativa Central de Laticínios<br />
do Estado de São Paulo, Cooperativa<br />
Central dos Produtores de Leite Ltda. (CCPL<br />
Rio de Janeiro) e Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados no Estado<br />
do Rio de Janeiro. Esta visita também<br />
nos permitiu asústir em Paris aOs Salões<br />
Internacionais de Alimentação e de Equipamento<br />
Leiteiro, bem como visitar em Roma<br />
as obras monumentais, diÇJnas dos antiÇJos<br />
Romanos, da nova Usina Central do<br />
Leite, a carÇJo da "Alfa Lavai".<br />
Merece destaque especial a crescente<br />
cooperação e interes,se da FAO realizando<br />
entre nós bem sucedidos cursos de treina ..<br />
mento em Campinas, Juiz de Fora e Santa<br />
Maria, com a presença de seus mais deslacados<br />
técnicos, tendo à sua frente o ilustre<br />
Profes,sor Ebbe Lytzhoeft Petersen o qual,<br />
aliás, novamente nos honra com a sua presenca<br />
nesta XXVl.a Semana do Laticinista.<br />
Éntretanto, como nem tudo são rosas,<br />
não podemos deixar de lamentar que as<br />
nossas recomendacõe·s da xxv.a Semana do<br />
Laticinista anterio( continuem aÇJuardando<br />
as tão desejáveis, quão urgentes soluções.<br />
Achamos, por isso, de nOsso dever repeti<br />
- Ias a seÇJuir:<br />
1.°) rigoroso e exato levantamento estatístico<br />
de todos os setores ligados à produção,<br />
à industrialização, a'o transporte e à<br />
comercializacão . do leite e de seus deriva-<br />
dos;<br />
2.°) determinação precisa e segura do<br />
custo do leite em termos regionais, considerando<br />
todos os fatores;<br />
3.°) determinação exata do va lor alimentar<br />
e, conseqüentemente econômico, do leite<br />
e de seus derivados em relacão a outros<br />
alimentos para melhor copreensão<br />
pe:o consumidor.<br />
!nfelizmente o Destino em suas ines
Pág. 82 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
7. EMBALAGENS PARAIBUNA - Juiz de<br />
Fora, Minas Gera is<br />
Embalagens para produtos de laticínios,<br />
papel ondulado, etc.<br />
8. INDOSTRIAS ANNUNCIATO DE BIASO<br />
IRMÃOS, S.A. - Lambarí, Minas Gera is<br />
Vasilhame e equipament'Üs para a indústria<br />
de laticínio.s.<br />
9. PREPAC DO BRASIL, S.A.<br />
Máquinas para envasar leite em sacos<br />
plásticos.<br />
10. IMPORTA DOR E DISTRIBUIDOR CASA<br />
TOZAN, S.A.<br />
CoaÇJu!ante Meito Rennet.<br />
11. BLASINOX - Lambari, Minas Gerais<br />
Máquinas e eq uipamentos para a indústria<br />
de laticínios.<br />
12. EDEA INDOSTRIA E COMERCIO LTDA.<br />
- Curitiba, Estado do Paraná<br />
Filmes plásticos para embalagem em<br />
geral (leite e queijo).<br />
13. DANILAC - PFEIZER - São Paulo, E.stado<br />
de São Paulo<br />
Máquinas e equipament'0s. Coagulante<br />
Pfeizer.<br />
14. SCHAUSE & CIA. LTDA. - Curitiba, Estado<br />
do Paraná<br />
Projeto, construção e Instalação de máauinas<br />
e controles - Máquinas para<br />
plásticos - a vácuo e automáticas. Máquinas<br />
para embalar que.ijos.<br />
15. FUNDiÇÃO JUIZ DE FORA - Juiz de<br />
Fora, Mina,s Gera is<br />
Máquinas e Equipamento:; para a indústria<br />
de laticínios.<br />
16. SPUMA RIO QUfMICA, S.A. - Rio de<br />
Janeiro, Estado do Rio de Janeiro<br />
Produtos de limpeza para fábricas de<br />
laticínios.<br />
Moinho Juiz de Fora Ltda . Distribuidora.<br />
IV - RELAÇÃO DE FIRMAS PRODUTORAS DE QUEIJO<br />
A EXPOSiÇÃO E JULGAMENTO<br />
01 - Cooperativa de· Laticíni'os de Teófilo<br />
Ottoni, Ltda. - Teófilo Ottoni, Minas<br />
Gerais.<br />
02 - Laticínios Radiante - Elói Mendes, Minas<br />
Gera is.<br />
03 - Cooperativa Central do,s Produtores<br />
de Leite - CCPL: Fábrica Estrela Branca.<br />
Juiz de Fora, Minas Gera is.<br />
04 - Laticínios Sul Bahia, S.A. - Medeiros<br />
Neto, Bahia.<br />
05 - Laticínios Salgado & Irmãos Cia. Ltda.<br />
- Andrelândia, Minas Ge·rais.<br />
06 - Cooperativa dos Produtores de Leite<br />
de Leopoldina Ltda. Leopoldina, Minas<br />
Gera is.<br />
07 - Laticínios Figuinha - Oliveira, Minas<br />
Gera is.<br />
08 Cooperativa Agropecuária do Va le do<br />
Paracatu, Ltda. Paracatu, Minas Gera il$.<br />
09 - Calimério Alves da Silva - CACISA -<br />
Camr.;o Belo, Minas Gera is.<br />
1.0 Com. e Ind. Barbosa & Ma rques - Governador<br />
Valadares, Minas Gerais.<br />
11 - Sociedade União de Laticínios Ltda.<br />
São Paulo, Estado de São Paulo.<br />
12 - Cooperativa dos Produtores de Leite<br />
de Muriaé Ltda. - Muriaé, Minas Gera<br />
is.<br />
13 - CooperaJ-iva Nacional Agro-Industrial<br />
- COONAI - Ribeirão Preto, São Paulo.<br />
Cheese: Exhibit and Judgement<br />
14 - Cooperativa Central dos Produtore.s<br />
Regionais - CCPR - Bel'Ü Horizonte,<br />
Minas Gerais.<br />
15 - Cooperativa Agropecuária Regional<br />
de Montes Claros, Ltda. - Montes Clares,<br />
Minas Gera is.<br />
B - EXPOSiÇÃO<br />
16 - Laticínios Poços de Caldas - DANONE<br />
- Poços de Caldas, Minas Gerais.<br />
17 - Companhia Goiana de Laticíni'Ü.s <br />
Goiânia, Goiás.<br />
18 - InsJ-ituto de Laticínios "Cândido Tostes"<br />
- Juiz de Fora, Minas Gerais.<br />
COMISSÃO DE JULGAMENTO<br />
Presidente: Professor Múcio Mansur Furtado<br />
- ILCT.<br />
Juízes: Otto Frensel - Presidente da Associacão<br />
Brasileira de Laticini.stas.<br />
Dr.' J.J. Carneir'Ü Filho Prof. "Honoris<br />
causa" do ILCT.<br />
Bruno Christensen Técnico e Especialista<br />
em Laticínios.<br />
Braz Santos Neves - Professor do ILCT.<br />
Sebastião Duarte Vieira - Professor do<br />
ILCT.<br />
Marco Elias Nimer - Profes'sor do ILCT.<br />
Iv.a EXPOSICÃO DE QUEIJOS - 26. SE<br />
MA.NA DO 'LATICINISTA - CATEGORIAS :<br />
MINAS MATURADO, TIPOS PARMESÃO,<br />
LUNCH DE 1 QUILO E LUNCH DE 2 QUILOS<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág<br />
-----===----------<br />
QUEIJO MINAS :<br />
1.° Lugar - Medalha de Our'Ü - Coop. Agropecuária<br />
do Vale do Paracatu Ltda .<br />
2.° Lugar - Medalha de Prata - Comércio<br />
e Indústria Barbosa & Marq ues.<br />
3.° Lugar - Medalha de Bronze - Coop. dos<br />
Produtores de Leite' de Muriaé, Ltda.<br />
4.° Lugar - Menção Honrosa - Cooperativa<br />
Centra l do Produtores Rurais - Itambé,<br />
QUEIJO PARMESÃO :<br />
1.° Lugar - Medalha de Ouro - Sociedade<br />
União de Laticínios de S. Paulo.<br />
2.° Lugar - Medalha de Prata - Coop. Nacional<br />
AÇJro-lndustrial - COONAI.<br />
3.° LUÇJar - Medalha de Bronze - CCPL -<br />
'Fábrica Estre la Branca - Juiz de Fora .<br />
4.° Lugar - Me·nção Honrosa - Com. e Indústria<br />
Barbosa & Marques.<br />
Conforme estava progra mado, a Associacão<br />
do Ex-aluno do ILCT, presidida pelo<br />
Prot. Jardas C'Üsta da Silva, homenageou a<br />
turma de 1950, por motivo de seu Jubile·u<br />
de Prata.<br />
Infelizmente poucos compareceram, em<br />
virtude de desconhecimento do endereço de<br />
uns e de compromissos já assumidos anteriormente,<br />
p'0r parte de outros.<br />
A turma de 1950 é constituída dos seguintes<br />
Técnicos em Laticínios:<br />
Antônio Carlos Penha<br />
Antônio Rodrigues Lima<br />
Augusto Silva Carvalho<br />
Calos Monteiro Vilas-Boas<br />
Fra ncisco R'Überto Meirelles de Andrade<br />
Jarbas Alves da Silva<br />
José Furtado Pere·ira (Orador)<br />
José Costa de Araújo Lages<br />
José Carvalho de Souza .<br />
José dos Santos Botelho<br />
Luiz Fernando de Araúj'Ü<br />
Mário Moreira de Carvalho<br />
Paulo Gomes<br />
José Maria Motinha Duboc<br />
Carl Christian Rasmussen<br />
Joacyr Rodrigues Lima<br />
Sebastião de Andrade Drumond<br />
Walter Rente Braz.<br />
Destes e.stiveram presentes, apenas, os<br />
Técnicos José Furtad·o Pereira, José dos Santos<br />
Botelho, Carl Christian Rasmussen, Joa-<br />
V - NOITE DA SAUDADE<br />
digitalizado por<br />
QUEIJO TIPO l'LUNCH" DE 1 QUILO<br />
1.° Lugar - Medalha de Ouro - Calimério<br />
Alves Costa - CACIS,A.<br />
2.° Lugar - Medalha de Prata - Coop. Centrai<br />
dos Produtores Rurais - Itam bé.<br />
3.° Lugar - Medalha de, Bronze -:- Cooperativa<br />
dos Produtores de Leite de Muriaé.<br />
4.° Lugar - Menção H onrosa - Salgado Irmã'os<br />
e Cia.<br />
QUEIJO TIPO "LUNCH" DE 2 QUILOS<br />
1.° Lugar - Medalha de· Ouro - Calimério<br />
Alves Costa - CACISA.<br />
2.° Lugar - Meda lha de Prata - Com. e Indústria<br />
BarbOsa & Marques.<br />
3.° Lugar - Medalha de Bronze - Lacticínios<br />
Sul Bahia.<br />
4.° Lugar - Menção Honrosa - Laticínios<br />
Radiante.<br />
cyr Rodrigues Lima, Sebastião de Andrade<br />
Drumond e Walter Rente Braz.<br />
Também foi Jubileu de Prata dos Especialistas<br />
em Laticínio,s, médico-ve:terinári,?s<br />
Ariste·u A. Botelho e Gilberto Vi ana hOle<br />
genua is veterinários reform?ds . . Somente o<br />
segundo compareceu à cenmonla.<br />
Foi paraninfo da turma o r. ebastião<br />
Sena Ferreira de Andrade, entao diretor da<br />
antiÇJa Fábrica-Escola de Laticíni'Üs "Cândido<br />
Toste's" e orador o Prof. José Furtado<br />
Pereira. O discurso do paraninfo foi lido<br />
pelo atual diretor d'Ü ILCT, Prof. Cid Maurício<br />
Stehling e o próprio orador d e;' turma<br />
voltou à tribuna para reler a bonita oração<br />
que havia pronunciado 25 anos antes.<br />
Foi uma b'Ünita cerimônia, animada pela<br />
Profe.ssora Neuza Vieira de Souza e auxiliada<br />
pelas senhoras Celina de' Oliveira e<br />
Eunice de Andrade Drumond, e ex-alunas do<br />
Curso Técnico.<br />
Seguiu-se uma hora de seresta, lembra <br />
do músicas daque!a época, durante o delicioso<br />
"strog'ÜnoH" servido a todos os presentes.<br />
Foi oferecida uma placa de prata, comemorativa<br />
do Jubileu, a cada formand . o,<br />
além de uma linda caneta, ÇJentile a da firma<br />
Spuma Química Rio e Jan . elro, S.A.,<br />
aqui repre.sentada pelo MOinho JUIZ d Fo a.<br />
Bing'os, leilões e muita confraternlz? çao<br />
ultimaram essa noite de saudosa ale·g na.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 84 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />
RELAÇÃO DE AUTORID,ADES PRESENTES A SESSÃO<br />
DE ENCERRAMENTO DA XXVl.a SEMANA DO<br />
DA DIREITA PARA A ESQUERDA :<br />
1 - Carlos Alberto Albuquerque Mara nhão.<br />
2 Miriam Albuquerque Maranhão.<br />
LATICINISTA - 11/07/75<br />
DI'. José Gera ldo Chaves, da Fundaçã'o João Pinheiro . .<br />
4 - Dr. Ebbe L. Petersen, da FAO.<br />
5 - Pautilha Guima rãerS, da Em brater.<br />
6 - Dr. Alberto Duque PortuÇJal, representando o Presidente da EPAMIG.<br />
7 - Dr. José Pinto da Rocha DIPOA - Ministério da AÇJricultura.<br />
8 - Prof. Cid Maurício StehlinÇJ, Diretor do ILCT.<br />
9 - DI'. J.J . Carneiro Filho, Prof. tlH.Ctl do ILCT .<br />
10 Capo ,A,bel SantiaÇJ'o, representa ndo o Comandante do 2.° BPM.<br />
11 Prof. Hobbes Albuquerque - Prof. do Ministério da AÇJricultura.<br />
12 - Dr. Má rio Passani, da FAO.<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 85<br />
VI - SESSÃO DE ENCERRAMENTO. HOMENAGEM AO<br />
DR. ROGÉRIO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO,<br />
EX-PROFESSOR DO ILCT E EX-DIRETOR DO D'IPOA.<br />
DISCURSO DO PROF CID MAURíCIO STEHLING,<br />
Neste exato mOmento desejo, em meu<br />
nome e de todos os Felctianos homenagear<br />
a um coOleÇJa e amiÇJo.<br />
A maqnanimidade de Rogério de Albu·querque<br />
Maranhão abre um horizonte dos<br />
mais brilhantes, feito pelo ,seu trabalho e<br />
dinamismo de técnico incansável.<br />
Sua jornada de eventos por esta vida<br />
vem marcando passos de ÇJlória e alewia<br />
para todos lal'icinistas, veterinários e outros<br />
de carreiras afins ...<br />
Nomeado para o elevado cargo de Diretor<br />
da Divisão de In,s peção de Produtos<br />
de OriÇJem Animal, do Ministério da AÇJricultura<br />
- quando aqui se rea lizava a XILa<br />
Semana do Laticinisl'a, deixou e'sta casa envaidecida<br />
e coberta de muitas a:ewias.<br />
Sua existência é marcada neste Institut'o<br />
desde quando aqui ingressou para a sua<br />
formação laticinista.<br />
Desde aquele,s idos anos nosso homenageado<br />
tem sabido se impor à admiração<br />
de seus amiÇJos. Formado em Medicina Veterinária<br />
em 1936, foi sempre um luador em<br />
p/"'o l da moderna indústria de laticínios no<br />
Brasil.<br />
Ingressou na DIPOA, indo servir no sul<br />
de Minas Gerais pelo,s anos de. 1940; já em<br />
1943 foi designado para fazer o Curso de<br />
Aperfeiçoamento de Inspeção Sanitária e<br />
Indústria de Laticínios, curso este que funcionou<br />
no Instituto de Laticínios Cândido<br />
Tostes, sob a orientação do Dr. José de' Assi,s<br />
Ribeiro.<br />
Honrou esta área de laticínios, cOm sua<br />
marcante personalidade, 10ÇJo após a conclusão<br />
do curso, quando assumiu a orientação<br />
do mesmo, aqui fica ndo até 1944, quando<br />
também lecionava a cadeira de Tecnolo;a<br />
da FabricaçãoO de Manteiga, no Curso<br />
de Técnico em Laticínios.<br />
Esteve em Varginha até 1949, rSeguindo<br />
posteriormente para o Rio de Janeiro, para<br />
fazer o Curso de E,specialização do Ministério<br />
da Awicultura.<br />
. Assim crescia ano a an'o, em ÇJrande<br />
proporção, sua cultura técnica e geral!<br />
DIRETOR DO ILCT.<br />
digitalizado por<br />
Cid Stehling: Discurso.<br />
o ano de 1951 trouxe ao meu ex-professor<br />
(porque fui aluno dele, recebendo sólida<br />
orientacãü sobre a fabricacão de manteiga)<br />
uma' carga a mais de 'responsabilidade.<br />
Iria aÇJorC! em 1951 , chefiar a Inspetoria<br />
Reqional da DIPOA, em Curitiba.<br />
Deixando este cargo no ano seguinte,<br />
quando foi convocado para diriÇJir a Ins<br />
I=.etorio ReÇJionGd doO Rio de Jane'iro, onde<br />
brotavam rSua força e inteligência, guiadas<br />
por sua personalidade, que iria dar rumos<br />
revolucioOnários ao ABASTECIMENTO DE<br />
LEITE da cidade do Rio de Janeiro através<br />
de ca:ninhões isotérmicos.<br />
Avanç'ou com este largo passo aproximadamente<br />
dez anos na tecnoloÇJia leiteira<br />
do então Distrito Federal.<br />
Em 1961 , roubava-o a Administracão Federa<br />
l, para dirigir a Divisão de Inspeção<br />
de Produtos de Origem Animal, do Mini,stério<br />
da Agricultura.<br />
Contava entã·o com um acervo de: mé··<br />
dica-veterinário, inspetor da DIPOA, prof.<br />
do ILCT, orie'ntador do Curso Avulso de<br />
Aperfeicoamento de Inspeção Sanitária e<br />
Indústria de Laticínios, Assessor Técnico no<br />
Seto r de Leite, do Conselho Coordenador<br />
do Abastecimento.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 86 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILcr<br />
Atingia outro setor, era um elo a mais<br />
do 'Centroo de Estudos LeiteirolS da Comissão<br />
N acional da Pecuária de Leite( do Ministério<br />
da Agricultura.<br />
O nosso homenageado( na qualidade de<br />
conferencista( também tinha suas idéias publicadas<br />
em órgão de comunicação de massa.<br />
- Colaborava com revistas do gênero.<br />
Tendo publicado( em colaboração com Rômulo<br />
Joviano( Robison de VasconcelolS C-osta<br />
e- Otto Fre,nsel, uma monografia sobre a<br />
bacia leiteira da cidade do Rio de Janeiro.<br />
Dr. Rogério de Albuquerque Maranhão<br />
sempre recebeu com simplicidade· as muitas<br />
homenagens que são por justiça a ele pre,stadas.<br />
Este seu ex-aluno, somente com poucas<br />
palavralS simples, vem dizer-lhe que se<br />
sente feliz por juntar-se a tantos outros( de<br />
ricas retóricas que já enaltecera m o seu<br />
grande valor de h-omem( mE;-stre( companheiro(<br />
laticinista, médico-veterinário e chefe,<br />
diretor e consciente orientador. - Exemplo<br />
disto são as palavras proferidas pelo<br />
dI'. Amleto Mosci - na XVII.a Semana do<br />
Dr. José Pinto da Rocha la.deado por Miriam<br />
e Carlo,s Albei'to, filhos do homenageado.<br />
Continuação da pág. 67<br />
Carlos Alberto Maranhão, Nunes da Silva,<br />
(Vigor Rio de Janeiro), Miriam Maranhão<br />
e Cid Stehling.<br />
Latici nilSta. Outroo a homenage-á-Io, foi o<br />
nosso colega Eol'o Albino de Souza, e mUItos<br />
outros por este Brasil afora.<br />
O menino da ilha de Marajó( que iniciou<br />
seus estudos no ginósio de Belém( passou<br />
pelas divisas militares e diplomou-,se em<br />
Medicina Veterinária pela Escola Nacional<br />
de Veterinária em 1936, áposentando-se em<br />
1966( dando-nos hoje a feliz oportunidade<br />
de abraçá-lo, vem atualmente colaborando<br />
nas indústrias particulares( como supervisor<br />
da Cia. Vigor.<br />
Amigo Rogério, agradecimentos pelo que<br />
eu, particularmente( aprendi com você( deixo<br />
nestas palavras o ma is carinhoso abraco.<br />
Há no Instituto de Laticíni'os Cândido<br />
Tostes um júbilo neste 11 de julho de 1975(<br />
por receber sua pessoa representada por<br />
seus filhos e ter a grata oportun;dade de<br />
entregar-lhe esta lembrança.<br />
São estas a,s informais palavras que eu<br />
tinha a dizer-lhe. Coordenei-as nestas folhas(<br />
para não me perder no muito que<br />
tenho e- que nós apreciamos e conhecemos<br />
de sua carreira.<br />
(1 ) Trabalho apre'sentado na 26.a Semana do Laticinista.<br />
(2) Apresentação inicial e conclusão : Rachei Virginia Ligeiro Delage.<br />
Água e Sais Minerais: Francisco de Assis.<br />
Gordura: Antônio José Mazine.<br />
Proteínas: Aristides Ferreira.<br />
Lactose: :Ronaldo Bretas.<br />
Enzimas: David Souza lima Junior.<br />
Flora microbiana: Sérg io Casadine Villela.<br />
Coordenacão: Valéria Jucá e Melo.<br />
Colaboradores: TodooS os alunos do 3.0 Ano, não mencionados( Professora Maria<br />
Naza ré Fontenelle Lima e aluna da 1.a Série, Rosemery Antunes<br />
,Revisão: IProfessor Hobbes Albuquerque.<br />
(3) Profe-ssor de Tecnologia Especial e Orientador dos Trabalhos.<br />
Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 87<br />
Missa na Igreja de Santa T erezinha.<br />
Hasteamento dos pavilhões.<br />
Hasteamento dos pavilhões.<br />
Hasteando as bandeira do Brasil e de Minas.<br />
digitalizado por<br />
Grupo no pátio interno : Taulois, Frensel e<br />
Hobbes.<br />
So·lenidade de hasteamento das bandeiras.<br />
COi'ollel Taulois: relações públicas.<br />
Autoridades presentes : solenidade.<br />
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Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 89<br />
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Participantes.<br />
Recreação.<br />
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