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www.arvoredoleite.org<br />

Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto<br />

Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG),<br />

antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a<br />

Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do<br />

ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu<br />

nome foi alterado para o atual.<br />

Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e<br />

conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta<br />

REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você.<br />

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A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar<br />

estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a<br />

oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais.<br />

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para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las.<br />

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Sobre a Arvoredoleite.org<br />

A missão da Arvoredoleite.org é organizar as informações técnicas e torná-las acessíveis e úteis. Você pode pesquisar outros<br />

assuntos correlatos através da web em http://arvoredoleite.org.


ANAIS DA<br />

)E)E . a fmana do 1Catícínísta<br />

De 7 a 11 de julho de 1975<br />

rO(ffdíngs of· thc 26th .Ratíonal iJaíry fflccting<br />

July 7 to 11/1975 - Dairy<br />

Institute "Câ ndido Tostes"<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS<br />

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />

Pre.sidente<br />

Helvécio Mattana Saturnino<br />

Conselheiros<br />

Armando Duarte C'Osta<br />

Geraldo Dirceu de Resende<br />

Mário Barbosa<br />

Paulo Mário Del Giudice<br />

Sebastião Cardoso Barbosa<br />

Sílvio Nogueira de Souza<br />

- EPAMIG ..:..<br />

DIRETORIA EXECUTIVA<br />

Presidente<br />

He,lvécio Mattana Saturnino<br />

Diretor de Operações Técnicas<br />

Helvécio Mattana Saturnino<br />

(respondendo interinamente)<br />

Diretor de Administracão e financas<br />

Gera ldo Dirceu d'e Resende '<br />

COMISSÃO DE REDAÇÃO<br />

Diretor<br />

Cid Maurício Stehling<br />

Editor-Secretá ri'O<br />

Hobbes Albuquerque<br />

Redatores Técnicos<br />

Otacílio Lopes Vargas<br />

José Frederico de Magalhães Siqueira<br />

Valter Esteves Júnior<br />

Hobbes Albuquerque<br />

Secretária<br />

Marylande Rezende<br />

Colaboradores<br />

Professores, Técnicos e Alunos .<br />

CONSELHO FISCAL<br />

Conselheiros efetivos<br />

Cícepo Augusto de Góes Monteiro<br />

João da Costa Lisboa<br />

José Antônio Torres<br />

Con.selheiros suplentes<br />

Antônio José de Araújo<br />

Pedro Azra Malab<br />

Wagner Saleme<br />

Revi5hôl do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", n. 1 -<br />

Juiz de Fora, Institut,o de Laticínios "Cândido Tostes", 1946 .<br />

v. ilust. 23 cm<br />

1946 -<br />

n. 1-19 (1 946-48), 27 cm, com o nome de Felctiano. n. 20-73 (1 948-57),<br />

23 cm, com o nome de ,Felctiano.<br />

A partir de se:tembro 1958, com o nome de Revista , do In.stituto de<br />

Laticínios "Cândido Tostes" .<br />

1. Zootecnia - Brasil - Periódicos . 2 Laticínios - Brasil - Periódicos.<br />

I. Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed.<br />

CDU 636/637(81 )(05)<br />

o<br />

Revista do ILeT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. l<br />

REVISTA 'DO INSTITUTO DE LATiCíNIOS<br />

1. ls .<br />

tlação da 26.a Semana do Latlclnlsta.<br />

...... . ................ . .. 2<br />

2. Notas .sohre avaliação de queijo e<br />

texto explicativo de diapositivos sobre<br />

defeitos em queijos. Lytzhoe'ft-<br />

Petersen, E. . .......... . .... . ..... 3<br />

3. Va lor hiolóRico de proteínas celulares.<br />

Terra N:N. e Col. ..... . .... 12<br />

4. Anál ise econômica do ponto de nivelamento<br />

das cooperativas rurais.<br />

Silva, J.L. . ......... . ............ 17<br />

5. 'Resíduos pesticida,s. Contaminação<br />

do leite e derivados e dos aliment'Os<br />

em Reral. Carneiro, J.J. ...... 25<br />

6. Fabricação do queijo Tipo Prato fazendo<br />

a salRa na massa. Pereira,<br />

A.J.J. e Oliveira, LS . ........... 31<br />

CÂNDIDO TOSTES<br />

SUMÁRIO<br />

Contents<br />

7. Ciassificação de queijos. Passani, M. 32<br />

8. Produção hiRiênica do leite cOm vistas<br />

a fabricação de queijos. Padrõe.s<br />

LeRislação brasileira. Rocha, J.P. 33<br />

9. A indústria de laticíni'Os brasileira.<br />

Valente, L. P. ................. . .. 37<br />

10. Selecões laticinistas mundiais -<br />

XX I I'Ii:). Série. Frensel, O. .... . ..... 45<br />

11. O ILCT - A escola profissionalizante<br />

perfeita. Lima, J . R. ........... 53<br />

12. SeRundo seminário da FAO sobre,<br />

admini,stração e ÇJerência da empresa<br />

de laticínios. Guimarães, P. ' " 56<br />

13. Efeitos do calor sobre o leite. Silva,<br />

J .C. e Col. .................. 61<br />

14. 26


JULHO A OUTUBRO DE 1975<br />

Revista do ILCT<br />

RELAÇÃO DE AUTORIDADES PRESENTES À INSTALAÇÃO<br />

. DA XXVI.a SEMANA DO LATICINISTA -<br />

07/07/75<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 3<br />

NOTAS SOBRE AVALIAÇÃO DE QUEIJO E TEXTO<br />

EXPLICATIVO DE DIAPO,<br />

DEFEITO,<br />

DA DIREITA PARA A ESQUERDA<br />

1. Dr. Ebbe Petersen, da FAO.<br />

2. Tenente São José, reprel$entando o co<br />

mandante da 4!:), R.M.<br />

3. Dr. José Gera ldo Chaves, da Fundação<br />

8. Dr. Paulo Caldeira Brant, Secretário da<br />

AÇ)ricultura Adjunto.<br />

9. Prof. Cid Maurício StehlinÇ), Diretor do<br />

ILCT.<br />

10. Sr. Ottq Frensel, Diret'or do Boletim do<br />

Leite.<br />

Cheese Evaluation<br />

Ebbe Lytzhoéft-Peterseri (*)<br />

João Pinheiro.<br />

11 . Dr. J.J. Carneiro Filho, Prof. "H.C" do<br />

4. Dr. Edson Clemente, Prof. da Es'cola de<br />

Veterinária da U.F.M.G.<br />

5. Dr. Pedro AUç:justo, Diretor da Cc.P.L.<br />

6. Pro'f.<br />

da Ass'oc. dos Ex-Alunos do ,I LCT.<br />

7. Dr. Geraldo Dirceu de Resende" Diretor<br />

Administrativo e Financeiro da BPAMIG,<br />

representando o Presidente' da 6P,<br />

Dr. Helvécio Mattana Saturnino.<br />

ILer·<br />

12. Dr. Alberto Duque Portuç:jal, do De·par<br />

to mento de Zootecnia da EPAMIG.<br />

13. Dr. Hercules Xavier, do IBC.<br />

14. Dr. Mário Alves Malafaia, Diretor Esta<br />

dual do Ministério da Aç:jricultura - DEMAJ<br />

MG.<br />

15. Dr. Mauríci'o Land, da SUDECOP.<br />

Em conjunto e em continuação da elaboraçã'O<br />

de queijos, é muito importante fazer<br />

uma avaliação do produto terminado,<br />

já ,que o resultado desta avaliação serve<br />

como um controle, do proce'sso de fabricaçã'O<br />

e indica I$e o produto é o desejado.<br />

Isto naturalmente, não quer dizer que o<br />

consumidor (ou o técnico) não possam critica<br />

r o tipo de queijo, mas se eles recomendam<br />

modificações relativamente ç:jrandes,<br />

isto deve, resultar n'o desenvolvimento<br />

Métodos de avaliação<br />

A avaliação de queijos pode ser dividida<br />

Jardas em doil$ da grupos Costa : Silva, o primeir-o Presidente utiliza métodos<br />

de química, física e microbiologia, e<br />

o segundo usa os sentidos humanos.<br />

- Avaliação por meio de méfodos AMIG, de química,<br />

física e microbiologia<br />

Entre estes métodos podem ser mencionados<br />

os seguintel$ :<br />

de um novo tipo de queijo.<br />

As exigências de cada tipo de queijo podem<br />

variar um pouco, depe'ndendo das condicões<br />

climáticas no local de conl$umO. P'Or<br />

exemplo, os queijos pa ra zonas tropicais<br />

são elaborados com menOr teor de umidade·<br />

e maior te'or de sal e também se usará<br />

um processo de acidificação mais forte e<br />

rápido.<br />

Também há bastante diferenca de um<br />

país para outro, ou de uma povíncia ou<br />

Estado para outro, a rel$peito do ç:jrau de<br />

maturaçã'o preferido. Se o transporte da indústria<br />

até o consumidor é lonç:jo e o tratamento<br />

no caminho não é o mais adequado,<br />

é necessário e,laborar o queijo com uma<br />

casca mais ç:jrossa e resistente ou proteger<br />

1. Análises da porcentaem de matéria ç:jorda<br />

do queijo, e expre-ssá-Ia em p'orcentagem<br />

de MG em matéria seca.<br />

2. Análises do teor de matéria seca/teor de<br />

umidade.<br />

3. Análises do teor de sal no queijo.<br />

4. Analisar o pH no queijo.<br />

5. Analisar o teor de impurezas no queijo.<br />

6. Analil$ar a maturaçã·o do queijo e sua<br />

profundidade.<br />

7. Analisar o ÇJrau de acidez na gordura<br />

do queijo. Método de Ducleaux.<br />

8. Analisar a contagem total de microrç:janismos<br />

totais e microrganismos ' especiais<br />

(Coli, etc.).<br />

9. Analisar o te-or de peptonas, aminoácidos,<br />

ácidos graxos livres, metais, etc.<br />

o queijo de outra maneira.<br />

\I - Avaliação com a ajuda dos sentidos da<br />

vista, olfato, gosto e tatO.<br />

Devido ao que foi anteriormente mencionad'o,<br />

é de suma importância que o fabricante<br />

de' queijo saiba, no momento de fabrica<br />

r o produto, o caminho e o tempo ,que<br />

demora para cheç:jar ao consumidor e também<br />

as exigêncial$ deste consumid'Or.<br />

Uma Clvaliocão levando tudo isto em<br />

conta; é um prócesso bastante amplo, e para<br />

fazer, corretamente, esta aval iação, é<br />

ne'cessário conhecer as normas e exigências<br />

para cada tipo e ao mesmo tempo sa ber<br />

para que mercado foi elaborado este queijo.<br />

Sem a ajuda dos sentidos humanos, não<br />

é p'Ossível avaliar a qualidade e va lor do<br />

queijo. Nesta qualificação avaliam-se as diferentes<br />

características uma por uma. Normalmente<br />

se faz da I$eguinte forma :<br />

1. Aspecto do queijo (formato, tamanho,<br />

marcas, por exemplo, selos COm nome,<br />

firma, etc. i embalagem, parafinagem) e<br />

casca (cor da casca, limpeza, ç:jrossura e<br />

resistência).<br />

(*) Diretor do "CENTRO REGIONAL DE CAPACITACIÓN Y DESSAROLLO EN LECHE­<br />

RIA DA FAO PARA AMERICA L,ATINA<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 4 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCr<br />

2. Cor da massa.<br />

3. Construção do queijo (quantidade- e tamanho<br />

dos olhos) . .<br />

4. ConsioStência do queij-o.<br />

5. Odor e sabor.<br />

Esta avaliacão deve ser feita pela ordem<br />

aCima indicada. As prime,iras três características<br />

são avaliadas com a ajuda da<br />

vista, mas deve ser usado também o senti- .<br />

do do tato pa ra avaliar a resi-stência da<br />

casca,<br />

A consistência do queijo p'0de ser avaliada<br />

com o sentido do tato. Deve-se cortá-lo,<br />

rompê-lo e mastigá-lo.<br />

TEXTO EXPLICATIVO DOS DIAPOSITIVOS<br />

SOBRE DEFEITOS DE QUEIJOS<br />

1. - Queijo pré-prensado tipo Samsoe com<br />

diferente quantidade de água adicionada<br />

para o aquecimento no tanque.<br />

No queijo superior usou-se apenas<br />

1.00/0 de água para o aquecimento e<br />

o que·ijo apresentou gretaoS em seu<br />

interior e aspecto ácido.<br />

O qúeijo do centro foi aquecido na<br />

mesMa temperatura, mas usando 25010<br />

de água, e o queijo ficou normal.<br />

O queijo inferior foi aquecido com<br />

4·00/0 de água e em virtude disto ficou<br />

demasiado mole e também faltou aci­<br />

dificação, ou seja o pH foi demasia­<br />

do alto.<br />

Conclusão: Usar a mesma quantidade<br />

de água para o aquecime·nto de cada<br />

tanque dia riamente, a fim de poder<br />

fabricar queijos de qualidade<br />

uniforme. Controlando a temperatura<br />

da água e- aquecendo à mesma temperatura,<br />

automaticamente· se controla<br />

a quantidade de água adicionada.<br />

2. - Que-ijo pré-prensado tipo Samsoe, com<br />

duas oSemanas de maturação. O superior<br />

foi elaborado com leite ao qual<br />

se adicionou 0.22 U.I. de penicilina/<br />

ml de leite. O queijo do mei-o foi fabricado<br />

com 0.08 U.1. de penicilina/ml<br />

de. leite, e o ·q ueijo inferior foi fabricado<br />

com leite normal sem qualquer<br />

adição de penicilina ou outro<br />

antibiótico.<br />

Conclusão: É impossível fabricar queijos<br />

de primeira quando há presença<br />

de penicilina ou outro antibiótico no<br />

leite. Por isto devem ser feitas periodicamente<br />

análises de rotina no leite<br />

recebido na fábrica para elahoração<br />

de produtos lácteooS e as fraudes<br />

eventuais devem ser duramente casti-<br />

Ebbe Petersen: Conferência.<br />

gadas, uma vez que não só se destrói<br />

a qualidade dos produt·os lácteos,<br />

mas também constitui um grave perigo<br />

para a saúde humana.<br />

3. - Queijo pré-prensado tipo Samsoe.<br />

Notam-se olhos chamadooS "mecânicos".<br />

Esta falha se deve ao fato do<br />

bloco de queijo não ter sido colocado<br />

com cuidado na.s formas ou de ter<br />

sido apertado demasiadamente pelo<br />

operário.<br />

COnclusão: Tratar com cuidado os<br />

queijos, sem apertar a massa, sem<br />

golpeá-Ia ou efetuar outra manipulação<br />

inadequada.<br />

4. - Queijo pré-prensado tipo Samsoe.<br />

A greta e o olho irregular devem-.se' à<br />

formação de· "pelotas" no tanque durante<br />

a fabricação.<br />

Conclusão: Eliminar a possibilidade<br />

de formação de pelotas, ou seja, que<br />

muitos f:lrãos de massa de queijo se<br />

juntem numa pelota. Isto se consegue<br />

cortando os grãooS do mesmo tamanho,<br />

mediante uma agitação adequada e<br />

controlando para que a agitação chegue<br />

.a todos -os lugares do tanque.<br />

5. - Queijo pré-prensado tipo Samsoe.<br />

O queijo foi cortado imediatame-nte<br />

após sair da salmoura e se nota o defeito<br />

de muitos olhos pequenos na<br />

região imediatamente inferior à casca.<br />

1st-o se deve ao fato do sal ter<br />

entrado com muita velocidade entre<br />

os grãos da massa, ainda não mui-<br />

10 bem unidos.<br />

Também oSe nota o defeito de cor escura<br />

perto da casca (ver texto dos 3<br />

dispositivos seguintes de queijos do<br />

mesmo tanque de fabricação).<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág: 5<br />

6.<br />

- O mesmo queijo citado anteriormente,<br />

cortado depois da salmoura.<br />

Este queijo é normal. Isto se deve ao<br />

fato de, ter sido esfriado e .secado<br />

durante 24 horas antes de ser colocado<br />

em salmoura.<br />

7. - O mesmo queijo do item 5.-) mas<br />

com 6 semanas de maturacão.<br />

Como se recorda, este queijo não foi<br />

esfriado nem secado antes de ser colocado<br />

em salmoura.<br />

Nota-se muito claramente aoS mesmas<br />

-falhas, mas af:lora mais pronunciadas.<br />

8. - O mesmo queijo do item 6.-). Queijo<br />

normal e sem de·feitos. Como se<br />

recorda, este. queijo foi e·sfriado e<br />

se'cado antes de ser colocado em salmoura.<br />

COnclusão dos itens 5, 6, 7 e 8: O<br />

processo de salga dos queijos tem<br />

que ser feito de acordo com as indicações<br />

dadas para evitar defeitos.<br />

Também é preciso controlar a qualidade<br />

microbiana, concentracão e temperatura<br />

da sa lmoura e do' ambiente.<br />

Também o pH do queijo e o tempo<br />

que fica submergido na salmoura .são<br />

ponos de suma importância que devem<br />

ser controlados.<br />

9. - Amostra dos queijos maturados e pa ..<br />

rafinados.<br />

Um foi bem secado e temperado a<br />

12-14°C antes de ser parafinado. O<br />

outro, no qua l cresce'ram muitos funp,os<br />

na superfície, não foi bem secado<br />

antes de· .ser parafinado.<br />

O crescimento de fungos na superfície<br />

da casca logicamente é indesejável,<br />

causa muitas perdas e, ao que<br />

se supõe, estes queijos são vendidos<br />

por preços muitos abaixo daqueles<br />

bem apresentados.<br />

Conclusão: Secar bem os queijos,<br />

evitar que e-stejam muito frios no momento<br />

de serem transportados ao luf:lar<br />

onde vão receber o banho de<br />

oarafina, já que ist-o pode ocasionar<br />

condensação de água na superfície<br />

do queijo, com o resultado adverso<br />

que .se observa no dia positivo.<br />

10. - Queijo tipo Cheddar maturado.<br />

Apresenta uma ,falha igual à observada<br />

no diapositiv-o 9. O queijo não<br />

foi bem secado na superfície antes de<br />

ser parafinado.<br />

Conclusão: Corrigir o ma is cedo P.ossíve!<br />

esta falha, já que não só cres-<br />

digitalizado por<br />

cem fungos na casca .sem proteção,<br />

mas também o queijo perde pe·so,<br />

devido à evaporação, e se estes queijos<br />

são colocados nas máquinas cortadoras<br />

para embalagem em unidades<br />

pequenas, esta.s apresentarão um ma'u<br />

aspecto, com pedacinhos de parafina<br />

nos recortes, o que obviamente<br />

não estimula o consumo deste produto.<br />

11 . - Embalagem de queijos em bolsas de<br />

Cryovac.<br />

Este material tem tido muito êxito como<br />

embalagem para queijos. Todavia,<br />

é precis-o ter cuidado no momento<br />

de· embalar o que·ijo para ·evitar<br />

qualquer "bolsa" de ar que posteriormente<br />

causará crescimento de fungooS<br />

na .superfície do queijo.<br />

12. - Vedamento da bolsa de Cryovac submergindo<br />

o queijo na bolsa em água<br />

quente.<br />

Este process-o é necessário para fechar<br />

a estrutura química da bolsa por<br />

tratamento térmico. Depois deste processo,<br />

O O do ar não pode entrar,<br />

m as ,o<br />

turação do .queijo pode .sair. Todavia,<br />

quando sai excesso de vapor de água<br />

do tanque' onde está fervendo a água,<br />

os queijos que estão nas estantes ao<br />

lado, espe'rando ser em balados, naturalmente<br />

vão ter um excesso de<br />

água na superfície.,<br />

balaf:lem, produz um crescimento de<br />

fungos na superfície do queijo entre<br />

a casca e a bolsa de Cryovac.<br />

13. - A máquina de embalar em bolsa de<br />

Cryovac apresenta uma espécie de<br />

tunel onde o queijo recebe o tratamento<br />

térmico na temperatura· desejada<br />

e pelo tempo necessário.<br />

Conclusões dos itens 11, 12 e 13: O<br />

m aterial Cryovac para embalar queijos<br />

foi muito bem aceito pelo.s COnsumidores<br />

praticamente, em todos os<br />

mercados do mundo. Contudo é necessário<br />

usar outra técnica durante a<br />

elaboração de queijos que vão ser<br />

embalados em Cryovac, fabricando-os<br />

COm menor teor de umidade e controlando<br />

o pH no que,ijo para evitar<br />

que depois saia SOro livre nas bol­<br />

.sas, o que lamentavelmente é uma<br />

falha muito comum.<br />

Igualmente é conveniente cuidar para<br />

·que todos os queijos do mesmo<br />

tip'O tenham o mesmo tamanho e<br />

arvoredoleite.org


Pág. 6 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

14.<br />

15.<br />

16.<br />

formato, a fim de ter um só tipo de<br />

bolsa para um só tipo de queijo. Se<br />

o queijo fica menor, utiliza-se malerial<br />

de embalagem em excesso, e<br />

se é demasiado Rrande', não se pode<br />

ou é muit,o difícil embalá-lo . bem e<br />

evitr bolsas de ar no lado oposto<br />

ao fechamento com o "clip".<br />

Ta mbém o.s queijos devem ter uma<br />

superfície lisa e seca antes de sere'm<br />

col'Ocados na bolsa.<br />

Esse diapositivo mOoStra dois queijos<br />

do mesmo tipo, do mesmo tanque.<br />

Contudo, nota-se no queijo N .o 2<br />

muitos olhos mecânicos. Ist'O se deve<br />

a que este quei·jo recebeu bastantes<br />

Rolpe,s e um tratamento pouco cuidad<br />

,? so durante a viraRem, e uma<br />

manipulação Rera l inadequada.<br />

O queijo N.o 4 recebeu um tratamento<br />

normal.<br />

Dois queijos diferentes para o mesmo<br />

tip'O.<br />

O queijo superior foi fabricado com<br />

le!te "tardio" . O queijo inferior com<br />

1 lte normal. Na última etapa do perlOO<br />

de lactação, modifica-se a composição<br />

do leite ; o teOr de lactose<br />

bixa, o onteúdo de· gordura, proteln:J<br />

e sais aumenta, e a re!acã'O 'entre<br />

os sais se altera; o Ca diinui e<br />

aumenta o teor de NaCI. O conteúdo<br />

de leucócitos aumenta também consi- .<br />

deravelmente.<br />

O método de fabricacão destes dois<br />

q,ueijos foi o me,smo. Por isto, a conclsão<br />

é d seguinte : Tratar de obter<br />

misturas da maior quantidade possível<br />

de leite de diversas fazendas leiteiras<br />

para que o leite "tardio" se<br />

misture com a máxima quantidade<br />

possível d6' leite normal, evitando ou<br />

diminuindo a'O mínimo o risco de ter<br />

esta falha no quei jo final.<br />

Queijo tipo pré-prensado, mas cOm<br />

muit05 olhos "mecânicos".<br />

Esta falha, muito pronunciada neste<br />

caso, deve-se ao mau tratamento da<br />

coolhada no ta nque e trata mento<br />

brusc'o durante a manipulação deste<br />

queijo durante o armazenamento.<br />

Conclusão: É importante o tratamento<br />

que, recebem os queijos tanto durante<br />

o processo de elaboração, como<br />

durante o armazenamento.<br />

18.<br />

19.<br />

17. - Este diapositivo mostra um queijo que 20 .<br />

recebeu agitação inadequada no tanque.<br />

Neste caso concreto produziu-se um<br />

corte na corrente elétrica e foi preciso<br />

terminar a agitação de forma<br />

manual. O tanque tinha 5.0.00 litros<br />

de leite e faltara m as ferramentaoS<br />

adequadas para fazer a agitação manu<br />

. almente, de forma correta, e o própriO<br />

operário não tinha experiência<br />

neste tipo de operaçã'o. Devido a isto,<br />

formara m-se bastantes "pelotas"<br />

e . e noto . muito claramente no diapo­<br />

Sliwo a diferença de cor de distintas<br />

seções da massa, devido ao diferente<br />

teor de ,soro<br />

ça.s no pH.<br />

Conclusão: Importância de uma boa<br />

aRitação.<br />

Amostra dos queijos pré-prensados tipo<br />

Samsoe. O qU6'ijo superior ácido e<br />

com gretas, e 'O queijo inferior normal.<br />

A. falha apresentada no queijo supe­<br />

rior se observa muito cOmumente e<br />

se deve, principal mente, aos seguin-<br />

tes fatores :<br />

a) um esfriamento demasiado rápido<br />

e brusco durante e imediatamente<br />

após a prenoSagem;<br />

b) o tempo de agitaçã'O no tanque<br />

não foi suficiente;<br />

c) a temperatura de aquecim6'nto não<br />

foi suficientemente ácida;<br />

d) pouca água disponível para fazer<br />

o aquecimento;<br />

e) A oalhada foi cortada em grãos<br />

mUito grandes ou/e muito irreg ulares.<br />

COnclusão: Controlar sempre a temperatura<br />

da água para o aquecimento<br />

e a temperatura ambiente na sala<br />

para prensar ó queijo.<br />

Queij'o com cavernas de soro. Nota­<br />

-se, em uma destas, oos arredores descorados<br />

devido ao excesso de acidez.<br />

Esta falha se de,ve·<br />

que as formas individuais fora m<br />

cheios inadequadamente e possivelmente<br />

também com massa de diferente<br />

temperatura junto com as já<br />

formadaoS "pel'otas" com um alto teor<br />

de soro.<br />

Conclusão: Controlar também este<br />

processo a fim de fazer queijos uniformes,<br />

já ·que este erro é muito fácil<br />

de corrigir.<br />

Queijo tipo Cheddar com manchas de<br />

"ácido".<br />

Esta falha se deve a uma acidifica-<br />

'<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 7<br />

cão muito forte em combinacão com<br />

úm teor demasiado alto de úmidade.<br />

Conclusão: Controlar conti nuamente a<br />

atividade dos fermentos, a quantidade<br />

de fermento adicionada no tamque<br />

e o tempo do processo no tanque,<br />

cOmo também o pH no queijo durante<br />

a pré-prensagem e 24 horas após<br />

a elaboração.<br />

21 . Queijo pré-prensado tipo SCimsoe.<br />

Nota-se clara mente o excesso de olhos<br />

irreRulares e muito grandes neste<br />

queijo. A fa lha é lamentavelmente<br />

bastante comum e se deve à atividade<br />

de bactérias esporógenas. Estas<br />

bactérias aparecem sempre no leite<br />

produzido .sob más condições higiênicas,<br />

ou pelo uso de silagem mal preparada<br />

como alimento do Rado leiteiro.<br />

Conclll1sões: PaRar o leite de acordo<br />

com sua qualidade, e no processo de '<br />

fabricação u,sa r, se for permitido, nitrato<br />

misturado com bromatos. Também<br />

se pode eliminO!" esta falha usando<br />

o processo de bactofugação que,<br />

certamente, é ba,stante caro.<br />

22 . - Queijo Pré-prensado tipo Samsoe.<br />

Nota-se muito clara mente a cor escura<br />

imediatamente abaixo da casca.<br />

Esta falha pode ser causada por<br />

vá rios fatores :<br />

o) secaqem muito rápida e forte;<br />

b) adição de nitrato em 6'xcesso ao<br />

lado de um resfriamento rápido<br />

do queijo após a prensagem;<br />

c) salRa em salmoura concentrada<br />

com temperatura demasiado alta<br />

(temperatura adequada : 11-1 4°C);<br />

d) Um teor muito alto de nitrito na<br />

.salmoura em combinacão com uma<br />

temperatura muito báixa da salmoura<br />

e uma forte acidificação no<br />

queijo.<br />

e) O queijo não foi esfriado nem secado<br />

a fim de ter tempo para formar<br />

suficiente casca antes de ser<br />

colocado na salmoura.<br />

digitalizado por<br />

Conclusão : Controlar a salmoura como<br />

se indicou anteriormente.<br />

23 . - AmOstra dos queijos pré-prensados<br />

tipo IIDanbo"<br />

O quei jo superior é normal e o queijo<br />

inferior apresenta uma iniciação<br />

demasiado precoce de produção de<br />

ÇláoS anidrido carbônico.<br />

' Os queijos são fabricados com duas<br />

diferentes bactérias aromáiicas n'o<br />

fermento láctico : Streptoeoecus diacetilactis<br />

e Leueonostoe" citrovorum. O<br />

primeiro inicia sua produção de C02<br />

a um pH de 6,2 e o Le. eitrovorum a<br />

um pH de 5,2. Devido a isto, se há<br />

uma percentagem muito gmnde nas<br />

bactérias aromáticas do fermento de<br />

St. diacetilactioS, este inicia a produção<br />

de C0 2 de f'Orma precoce e produz-se<br />

no qu6'ijo o aspecto que se vê<br />

no dia positivo.<br />

COnclusão : Controlar o fermento láctico<br />

diariamente, comprovando sua<br />

atividade, o conteúdo de bactérias<br />

lácticas e a quantidade de,las no<br />

mesmo.<br />

24 . - Um queijo Emmenthaler com olihos de<br />

tamanho irreRular e uma distribuição<br />

de olhos inadequada no queijo.<br />

Este queijo foi fabricado com leite<br />

cru de má qualidade, mas sob ótimas<br />

condiçõe,s higiênicas e técnicas<br />

na fábrica.<br />

Conclusão: PaRa r o leite cru de acordo<br />

com a sua qualidade', a fim de<br />

obter matéria-prima de primeira.<br />

25 . - Queijo Emmenthaler - o rei dos queijos.<br />

Difícil elaborar um melhor.<br />

Observação: Os itens 11, 12 e 13 foram<br />

iluoStrados com "slides". Não<br />

há uma reprodução fotográfica<br />

dos mesmos.<br />

Resumo do Curso sobre Defeitos de Queijos<br />

ministrado durante a XXVl.a Semana do<br />

Lacticinista pelo DI'. Ebbe Petersen.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 8 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 9<br />

digitalizado por<br />

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Pág. 10 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 11<br />

digitalizado por<br />

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Pág. 12 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

VALOR BIOLÓGICO DE PROTEíNAS CELULARES<br />

Food Efficiency of Single-Cell Protein<br />

RESUMO<br />

Os autores determinaram os Coeficientes<br />

de Eficácia Alimentar e Protéica de proteínas<br />

celulares obtidas através da fermentação<br />

do soro do leite pelo Kluyveromyces<br />

fragilis (Jorgensen).<br />

O prüduto biomassa 11 (levedura mais<br />

proteínas do soro) apresentou Coeficiente<br />

de Eficácia Alimentar que se, aproximou do<br />

da caseína.<br />

O Coeficiente de Eficácia Pro'léica tanto<br />

do biomassa I (levedura) como biümassa<br />

li, fora m semelhantes, não oferecendo diferença<br />

significativa ao nível de· 5%. Ambol$<br />

os produtos ensaiados apresentaram elevado<br />

conteúdo de lisina.<br />

Os autores recomendam a util izacão dos<br />

produtos ensaiados, na suplementação das<br />

rações alimentares humanarS ou animais.<br />

SUMMARY<br />

The authors determined the food efficiency<br />

of biomass I (yeast and biomass 11<br />

(yeast plus whe'y proteinrS). These products<br />

were obtained by fermentation of whey with<br />

Kluyveromyces fragilis (Jorgensen).<br />

The bi-omass 11 was the product that showed<br />

the dosesl food efficiency to casein.<br />

Ali the products were rich in Iysine but<br />

the quality of protein recommendrS that they<br />

must be used only in the, supplementation O'f<br />

dietary protein.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O déficit protéico mundial, determinou<br />

atenção especial aos processos microbiológicos<br />

de produção de alimentos, pois 'esses<br />

procerSsos utilizando matéria-prima de baixo<br />

custo, produzem proteína de boa qualidade<br />

(14, 23).<br />

(*) Nelcindo Nascimento Terra<br />

(*) Adalberto C. Meller<br />

(*) Eurico Mussoi<br />

(*) lie Eunice Vanti Abreu<br />

(*) Marco A. R. de Brum<br />

FunÇJos e leveduras, lançados sobre substratos<br />

de fácil aquisição, ao se reproduzirem<br />

intensamente fornecem biomassas com elevado<br />

teor protéico (1 , 5, 7, 10, 11, 12, 13,<br />

15, 16, 17, 18, 19, 2,0, 21 , 22, 24, 27).<br />

O conhecimento da composição química<br />

do alimento permite apenas a avaliação<br />

provável do seu valor nutritivo (6) daí o presente<br />

trabalho propor-se através da experimentação<br />

biológica, obter informações<br />

completas sobre o real valor alimentício de<br />

biomassas obtidas através da fermenta cão .<br />

do soro de leite.<br />

2 - MATERIAL E MÉTODOS<br />

2.1 - MATERIAL<br />

Constou de biomassa I (Ie-vedura) e biomassa<br />

" (levedura e proteínas do soro) obtidas<br />

através da fermentacão descontínua do<br />

soro de leite pelo Kluyveromyces fragillis<br />

(Jorgensen). Os produtos acima mencionados<br />

apresentavam-se sob a forma de um pó<br />

esbranquiçado e praticamente destituído de<br />

sabor e odor.<br />

2.2 - MtTODOS<br />

Os Coeficientes de Eficácia Alimentar<br />

(CEA) e Protéica (CEP) foram determinados<br />

de acordo com arS normas preconizadas pela<br />

AoAc (3L usando, como padrão a caseína<br />

a nível de 10% na ração.<br />

C-omo anima is-teste, foram empregados<br />

ratos albinos, linhagem WISTAR, divididos<br />

em três grupos de seis animais cada um,<br />

mantidos em gaiolas individuais pelo espaco<br />

. de 28 diarS.<br />

As racões isocalóricas, isocelulósicas e<br />

isoprotéicas, no tocante ao percentual de<br />

proteína (e diferentes quant-o à qualidade),<br />

(*) Docente do Departamento de Tecnologia Alimentar do Centro de Ciências Rurais<br />

da Universidade Federal de Santa Maria.<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975<br />

foram elaboradas de acordo com o indica­<br />

do pela AOAC (3) .<br />

Cada grupo de animais teve o percentual<br />

de proteína representado respectivamente,<br />

por: caseína (comercial), biomassa I<br />

e biomassa 11.<br />

Os aminogramas foram traçados com<br />

aparelho Beckman modelo 120 C.<br />

TABELA I<br />

3 - RESULTADOS<br />

Pág. 13<br />

Os resultados obtidos encontra m-se nas<br />

Tabelas I. 11, 111 e IV.<br />

Composição centesimal dos produtos ensaiados (g/1 00 g de produto integral)<br />

Frações Biomassa I Biomassá 11<br />

Umidade 4,93 ± ,0,07 4,93 ± ],07<br />

Proteína (Nx6,25) 53,06 62,03<br />

Extrato etéreo 4,91 4,27<br />

Cinza 6,57 4,,02<br />

Nifext (por diferença) 30,53 24,75<br />

TABELA 11 TABELA 111<br />

Aminogramas dos produtos ensa iados (aminoácidos<br />

em mg/l 00g de amostra original)<br />

Aminoácidos<br />

Lisina<br />

Histidina<br />

Amônia<br />

Arginina<br />

Acido Aspártico<br />

Treonina<br />

Serina<br />

Acido glutâmico<br />

Prolina<br />

Glicina<br />

Alanina<br />

Meia cistina<br />

Valina<br />

Metionina<br />

Isoleucina<br />

Leuci na<br />

Tirosina<br />

Fen ilalanina<br />

Biomassa<br />

4298<br />

1105<br />

1114<br />

1986<br />

4885<br />

2335<br />

2228<br />

6900<br />

1681<br />

1546<br />

2245<br />

1067<br />

3226<br />

573<br />

2309<br />

4526<br />

1721<br />

1966<br />

Biomassa 11<br />

6600<br />

1800<br />

380,0<br />

2090<br />

5900<br />

3160<br />

3:050<br />

9540<br />

2680<br />

146,0<br />

3360<br />

1940<br />

2950<br />

9.00<br />

2520<br />

5770<br />

2310<br />

2240<br />

digitalizado por<br />

Coeficientes d Eficácia Alimentar (CEA) e<br />

Eficácia Protéica (CEP) para cada animal<br />

utilizado em cada um dos três grupos<br />

Grupo Animal<br />

Contro le 1<br />

(caseína) 2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

Biomassa I 7<br />

(levedura) 8<br />

9<br />

1,<br />

11<br />

12<br />

Biomassa II 13<br />

(levedura e 14<br />

proteínas do 15<br />

soro) 16<br />

17<br />

18<br />

CEA<br />

0,323<br />

0,320<br />

0,323<br />

0,320<br />

-0,320.<br />

0,323<br />

0,229<br />

0,21 1<br />

0,1 43<br />

,0,229<br />

0,229<br />

0,21 1<br />

0,254<br />

0,253<br />

0,254<br />

,0,256<br />

0,254<br />

0,254<br />

CEP<br />

3,346<br />

3,316<br />

3,346<br />

3,316<br />

3,31 6<br />

3,346<br />

2,678<br />

2,465<br />

1,678<br />

2,678<br />

2,678<br />

2,465<br />

2,675<br />

2,673<br />

2,675<br />

2,677<br />

2,675<br />

2,675<br />

arvoredoleite.org


Pág. 14 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

Teste de Tukey para as méd ias de Coe·fici<br />

ciente de 6ficácia Protéica<br />

TABELA IV<br />

ente de Eficácia Alimenta r (CEA) e Coefi<br />

(CEP) dos ÇJrupos estudados.<br />

Gwpo CE A CEP<br />

Caseína (Controle)<br />

Biomassa I<br />

Biomassa 11<br />

Média<br />

0,3214<br />

0,2,086<br />

.0,2541<br />

4 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS<br />

A creo$cente util ização da proteína celu­<br />

lar tanto na alimentacão animal como hu­<br />

mana, exige ensaios 'q uanto a'o se . u valor<br />

nutricional que parecem estar relacionados<br />

não só com o microrÇJanismo produtor co­<br />

mo COm a técnica utilizada na sua produ­<br />

cão 26, 28.<br />

,<br />

Os produtos ensaiados, tanto o Biomas­<br />

sa I como o Biomassa 11, foram elaborados<br />

observando-se a técnica já descrita em tra­<br />

balho anterior 2 9, e utilizando como substra­<br />

to soro de leite conseqüente à fabricação de<br />

queijo tipo Prato.<br />

O Coeficiente de Eficácia Alimentar do<br />

Biomassa 11 superou o do Biomassa I, apro­<br />

ximando-se do apresentado pelo ÇJrupo con­<br />

trole (caseína) que variou de 0,320 a 0,323.<br />

O grupo que teve, como fonte protéic ,<br />

o Biomassa I, apresentou o menor crescI­<br />

mento no e'ntanto o seu Coeficiente de Efi­<br />

cácia Protéica não apresentou diferença significativa,<br />

através do Teste de Tukey ao<br />

nível de 5010.<br />

Tanto o grupo alimentado com Biomassa<br />

I como com o Biomassa II apresentaram<br />

o Coeficiente de Eficácia Protéica inferior<br />

ao do ÇJrupo controle (caseína), informando<br />

a presença de um desequilíbrio nos aminoácidos<br />

daquelas proteínas, apesar do Biomassa<br />

II possuir além da proteína levedurínica,<br />

as proteínas do soro do leite. Pelos<br />

amin'ogramas (Tabela 11) podemos visualizar<br />

que o Biomassa II apesar de ter sofrido<br />

uma suplementação nos seus aminoácidos<br />

sulfurados, continuou com baixo teor<br />

de metionina.<br />

Vários autores 2,4, 8, 30 ao ensaiarem biologicamente<br />

leveduras, constataram o desiquilíbrio<br />

acima mencionado.<br />

Os aminogramas indicam que os produtos<br />

ensaiados possuem elevada quantidade<br />

de lisina, lembra ndo a poso$ibilidade' destes<br />

Tukey 5% Média Tukey 5°/0<br />

A 3,3309 A<br />

C 2,4403 B<br />

B 2,6749 B<br />

produtos serem utilizados nas suplementação<br />

de cereais ou seus produtos.<br />

FEV'RIE'R et alii 9 comparando a eficácia<br />

de fontes de nitroÇJênio na alimentação de<br />

porcos, constataram que, em rações à base<br />

de torta de soja, não é neceso$ária a suplementação<br />

da levedura do soro do leite<br />

cOm metionina.<br />

ELMADFA e MENDEN 8 ao verificarem o<br />

papel limitante da metionina nas proteínas<br />

celulares, aumentaram o grau de eficiência<br />

protéica da levedura seca (C. utilis), através<br />

da suplementação cOm 0,2010 de metionina.<br />

Constataram também que o exaqero na<br />

suplementação com metionina, determinou<br />

alterações no fígado de ratos.<br />

PRESS et alii determinaram que a ração<br />

para porcos contendo 10010 de Biomao$sa I<br />

possibilita o maior ganho percentual diário<br />

de peso.<br />

Pelo exposto, acreditamos ser útil o empreÇJo<br />

do Biomassa 11 na complementação<br />

de rações para animais ou de outros alimentos<br />

destinados ao uso humano.<br />

5 - CONCLUSõES<br />

Tendo em vista os resultados obtidos,<br />

parece-n'os lícito concluir que:<br />

1) O produto Biomassa II apresentou<br />

Coeficiente de Eficácia Alimentar que se<br />

aproximou do da caseína.<br />

2) O Coeficiente de Eficácia Protéica<br />

tanto do Biomassa I cOmo do Bi'omassa 11,<br />

foi semelhante, não oferecendo diferença<br />

significativa ao nível de 50/0.<br />

3) Tanto o Biomassa I como 'o Biomassa<br />

li, não devem ser utilizados na alimentação<br />

como únicas fontes protéicas.<br />

4) Os produtos Biomassa I e Biomassa<br />

II a presentaram elevado conteúdo de lisina,<br />

possibilitando a util ização dos mesmOs<br />

na suplementação de cereais.<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 15<br />

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of microbially produced food.<br />

Work Documents IV International Congress<br />

of Food Science and Technology:<br />

23-25, 1 974.<br />

24 - PONCET, P. - Methods for the- utilization<br />

of whey. Fr. patent n.o 1.430.957,<br />

1966.<br />

25 - PRESS, J. et alii - Nutritional value of<br />

dried yeast treated whey. I. Feed characteristics<br />

and results of calf nourishmente<br />

Rocz. Inst. Przem. Mlecz., 11<br />

(6) :37-52, 1969. Apud C. A. 74 (1 3):<br />

62.095 w, 1971.<br />

26 - PRONCZUK, A. & CISZEWSKA, A. -<br />

Influence of yeast nucleic acids 'Ün the<br />

nutriotional value of supplemented proteins<br />

Work Documents IV International<br />

. Congress of Food Science and Technology:<br />

27-29, 1974.<br />

27 - SECOMSKA, B. et alii - Enrichment of<br />

bread with dry skim milk and dried<br />

yeast. I. Org a noleptic evaluati'Ün and<br />

composition and nutritional value of<br />

enriChed bread. Rocz. Panstw. Zak.<br />

Hig., Warszaw, 24 (2) : 195-204, 1973.<br />

28 - SEELEY, R. D. et alii - Protein isolate-s<br />

from bakers yeast. Work DOcuments<br />

IV International Congress of Food Seience<br />

and Technology: 73-74, 1974.<br />

29 - TERRA N. N. - Soro de leite, matéria­<br />

-prima para obtenção. de levedura comestível.<br />

São Paulo, 1974. (Tese, Faculdade<br />

de Ciências Farmacêuticas USP,<br />

mimeografada).<br />

30 - WASSERMAN, A. E. - The rapid conversion<br />

of whey to yeast. Dairy Eng.,<br />

London, 77 (1 1):374-379, 1960.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Nos.sos melhores agradecimentos ao Prof.<br />

Assist. Valduíno Stefanel pela realização dos<br />

estudos estatísticos, bem como, à FAPERGS<br />

que p'Üssibilitando a participação de um dos<br />

autOres no IV Congresso Internacional de<br />

Ciência e Tecnologia dos Alimentos, permitiu<br />

um maior enriquecimento deste Trabalho.<br />

Revista do ILCi Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 17<br />

ANÁLISE ECONOMICA DO PONTO DE NIVELAMENTO<br />

DAS COOPERATIVAS RURAIS:::<br />

Economical Analysis of Rural Cooperatives Equilibrium Point<br />

INTRODUÇÃO<br />

Os administradores das cooperativas rurais<br />

não têm atentado bem para o valor<br />

e-conômico que a análise do ponro de nivelamento<br />

de suas entidades pode trazer como<br />

elemento de. decisão para a administração<br />

a, o planejamento.<br />

As cooperativas rurais, ao que parecem,<br />

.sempre f.oram mais r-sguardadas dos desastrosos<br />

efeitos da "bancarrota" face aos limitados<br />

tipos de produtos e a 11 eterna" escassez<br />

deles nos mercados nacionais.<br />

Econômica e administrativamente as cooperativas<br />

rurais não sã'Ü analisadas como<br />

as demais, daí ta lvez, os poucos e-studos<br />

desta natureza.<br />

O setor agrícola progride nos mercados<br />

competitivos passando por isto a ser um<br />

negóci'Ü comercia l e, portanto, um setO r<br />

também lucrativo. Medida.s políticas, postas<br />

em prática nos últimos anos, foram empreç:jadas<br />

de modo a estabelecer a infra-estrutura<br />

de. armazenagens, transportes, informações<br />

de. mercado, preços mínimos compatíveis,<br />

assistência técnica mais evoluída e<br />

crédit'Ü mai.s simplificado e atuan1e. - Com<br />

estes elementos políticos os empresários<br />

rurais estão sendo estimulados a mudar de<br />

atitudes e de tecnologia's,<br />

produção COm outro enfoque : o comercial.<br />

Não basta, é evidente, querer modernizar,<br />

mudar de tecnologia, aumenta r a produção,<br />

recombinar eficientemente os recur.sos disponíveis,<br />

se não houver preocupações econômico-financeiras<br />

com o negócio. Pa ra<br />

tanto, é preciso analisar a estrutura da produçã'Ü<br />

e com ela o conhecimento do ponto<br />

de nivelamento da empresa, com base na<br />

capacidade de produção instalada.<br />

Josué Leitão e Silva * *<br />

O assunto é conhecido pelos empresários<br />

industriais, banqueiros a· outros, faltando<br />

apenas que as cooperativas rurais, venham<br />

também com ele se familiarizar para<br />

administrarem com mÇlis segurança.<br />

Objetivos<br />

O objetivo centra l conSÍ:ste em mostrar<br />

como S6' obtém o ponto de nivelamento da<br />

cooperativa rura l, usina beneficiadora de<br />

leite e especificamente : .<br />

• demonstrar os cálculos para 6ua obtenção;<br />

• analisar sua importância para as tomadas<br />

de de-cisões ;<br />

• justificar a necessidade de seu uso na<br />

administração rura l.<br />

As Receitas na Empresa Rural<br />

As receitas na empresa rural, como nas<br />

co'Üpe.rativas são obtidas com as vendas da<br />

produção agrícola e da produção pecuária,<br />

conforme sua linha de produção 4.<br />

As receitas .são, rodovia, definidas segundo<br />

os seguintes itens :<br />

pela produção física da empresa, isto<br />

é, pelo volu me, da produção. Este volume,<br />

por sua vez, vai depende-r do<br />

tamanho ou volume dos negócios e<br />

da capacidade instalada em operação;<br />

• pelo preço de mercado, isto é, pelas<br />

vendas efetuada.s ao preço de mercado<br />

. Se os preços não variarem, as receitas<br />

variariam apenas com a produção.<br />

* Trabalho apresentado na XXVI.a Semana do Laticinista, do ILCT.<br />

* * Eng .-Agr. M. S. Professor-Adjunto da UFV.<br />

4) LEITÃO E SILVA, J. Curso de Planejamento da Empresa Rural. Viçosa - DER, 1973.<br />

145 p. I Mimeografado I.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 18 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

(4) Op. cito<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 19<br />

Os preços são estimados nos estudos de Com estes element'Os constrói-se, o pri­<br />

mercado. A cooperativa com sua produmeiro diagrama, que Ç]eometricamente ofeção<br />

não vai variar o preço de mercador rece o ponto de nivelamento (fiÇ]ura 1).<br />

porque ela não é suficie·nte mente grande<br />

100<br />

nem está usando tecnoloÇ]ia ultra-avançada,<br />

o<br />

por isto sua receita será proporcional ao<br />

o<br />

<br />

volume produzido.<br />

4<br />

lO<br />

li ao .<br />

1-1<br />

J<<br />

Análise Econômica do Ponto de Nivelamento<br />

<br />

't <br />

O ponto de nivelamento conômico-fi­ 60<br />

41<br />

nanceiro é um instrumento de a nálise, de­<br />

'O<br />

se·nvolvido na Administração Rural para se <br />

:5<br />

conhecer como andam não só a rentabili­<br />

-8<br />

dade dos fatores de produção, como os<br />

resultados dos custos operacionais dos empreendimentos<br />

realizados.<br />

A análiser para oferecer a'O administrador,<br />

alÇ]o de efetivo, visa :<br />

• a preciar as margens de segurança com<br />

que se desempenha a produção face<br />

ao preço do mercado e os custos operaóonais;<br />

• a nalisar com a antecedência precisa,<br />

as variacões das receitas face aos<br />

efeitos d'os custos operacionais e as<br />

variações de mercado;<br />

• achar o ponto de nivelamento entre<br />

as variações das receitas e os custos<br />

operacionais, 'O que· lhe dá condições<br />

de ampliar ou diminuir o volume dos<br />

negócios para assegurar o lucro final,<br />

de acordo com a capacidade instalada<br />

para 'a produção,<br />

Para realizar a análise e torná-Ia mais<br />

clara e 'Objetiva, constróem-se diagramas<br />

que oferecem respostas às pe'rgunta.s :<br />

• que variações experimenta riam as receitas<br />

e as despesas da usina, se variar<br />

sua capacidade instalada?<br />

• qual seria a percentagem mínima de<br />

operação da capacidade instalada<br />

para que não .se registrem prejuízos?<br />

As respostas, uma vez disponha a administração<br />

de. dados contábeis, são simples<br />

de serem obtidas, quando utilizadas as fórmulas<br />

conhecidas .sobre 'O assunto,<br />

Obtenção do Ponto de Nivelamento<br />

Estabelecidos os custos fixos totais e os<br />

custos variáveis totais, obtém-se pelo s'Omatório,<br />

os custos totais. Mais dados são necessários,<br />

como, a receita total e a capacidade<br />

total instalada da usina, que na análise,<br />

deve ser considerada igual a 10.0010 4.<br />

40<br />

Variações do Ponto de Nivelamento despesas com as receitas quando atingiu a<br />

Com Variação da Receita<br />

um pouco mais de 30010 da capacidade de<br />

produção significando que o preço de mer­<br />

As usinas têm tamanho e volume de necado estava elevado.<br />

gócios predeterminados, por isto, pode ser<br />

conhecido o volume físico para dada ca­ Ao preço de mercado pouco men'Os elepacidade<br />

Instalada. Para estes elementos vado, o ponto de nivelamento L2 subiu pa­<br />

são também conhecidos os custos operaciora 50<br />

nais da empresa, bem como, estimados com<br />

margem de segurança, pelos estudos de<br />

mercado, a estimativa do preço do produto<br />

e as variacões dentro do ano fiscal 'Ou ano<br />

agrícola. ' ' .<br />

Em diagrama construído com os dados<br />

<br />

10<br />

da empresa, constantes de custos fixos, va­<br />

<br />

;:;; 20<br />

riáveis, totais e estimativa da receita pela<br />

variação dos preços unitári'os do produto,<br />

pode-se obter, de imediato, os vários pontos<br />

de nivelamentos, quantas tenham sido<br />

as alte-rnativas de variações da receita (fi­<br />

Porcentagem da capacidade instalada gura 2).<br />

FIGURA 1. Ponto de 'Nivelamento de uma<br />

Cooperativa de Leite.<br />

9<br />

9<br />

c<br />

c<br />

o<br />

o<br />

I/)<br />

A curva AB representa o custo fixo pa­<br />

C()<br />

o<br />

o<br />

ra o empreendimento da empresa rural em 'i:<br />

'i:<br />

'o<br />

'o<br />

análise As curvas OE, representam o custo (j)<br />

Q)<br />

variável e a AO, custo total. Estes custos<br />

c<br />

c<br />

o<br />

o<br />

operacionais devem ser minuciosamente des­ E<br />

E<br />

critos conforme a tecnologia usada, o ta­<br />

ti)<br />

manho e o volume dos negócios.<br />

Q)<br />

'"O<br />

A rece·ila está representada pela curva<br />

o<br />

'"O<br />

OR, baseada nos estudos de estimativas dos<br />

c<br />

preços de mercados e ·suas tendências, rea­<br />

:::><br />

lizadas para a cooperativa.<br />

Q)<br />

Q)<br />

-o<br />

-o<br />

O pont·o L achado é o de nivelamento,<br />

ou seja, neste ponto, as receitas se igua­<br />

1<br />

ti)<br />

Q)<br />

1<br />

l am às despesas. Foi obtido, pressupondo-se<br />

10<br />

1<br />

::E<br />

que o preço de mercado permaneceu cons­<br />

IL<br />

tante, para efeito desta análise'. A este pre­<br />

<br />

'10 80 90 100<br />

ço, foi p'ossível determinar a porcentaÇ]em<br />

da capacidade instalada, no ponto de ni­<br />

Porcentagem da capacidade<br />

velamento L e qual seria a receita, se se ele­<br />

instalada<br />

vasse a produção ou se se baixasse a produção.<br />

A partir daí, no primeiro caso, haveria<br />

lucro, até a capacidade de produçã'O FIGURA 2. Pontos de Nivelamentos com Re­<br />

da usina ser eSÇ]otada, isto é, até atinÇ]ir a<br />

ceitas Variáveis pela Variação<br />

100010, o que na realidade é impossível e<br />

do Preço de Mercado.<br />

natural, face aos erros de cálculos e aos<br />

fatores não previstos que podem influir ne­<br />

Ç]ativamente na produção. 0.0 mesmo modo<br />

no segundo caso, ter-se-ia a área de No ponto de nivelamento, Ll observa-se<br />

prejuízos porque a cooperativa iria diminuir que a cooperativa obteve equilíbrio das<br />

a produção para aquém do, ponto de nivelamento<br />

L.<br />

0 /0, porque' em1bor<br />

dade física seja elevada, o custo de produçã'O<br />

neste ponto é também elevado por<br />

unidade produzida, em relação à capacidade<br />

total instalada. Do mesmo modo oCOrreu<br />

com o ponto L3 , só que a rece·ita se<br />

iÇ]ualou à despesa, quando a usina esg otou<br />

sua capacidade instalada, o que demonstra<br />

que o preço de mercado esteve muito baixo.<br />

Vale salientar, neste e·studo, as áreas de<br />

prejuízos e as de lucros. Considerando-se a<br />

ordem reÇll'essiva d'os va lores dos preços de<br />

mercado, para a unidade física do produto,<br />

observa-se que à prOporção que a área<br />

de prejuízo aumenta, a de lucros diminui.<br />

Daí a lição a ser tiradar é que a cooperativa,<br />

de modo Ç]eral, deve produzir o que<br />

o mercado mais desejar paga melhor e o<br />

que· melhor produz ao custo mais baixo, de<br />

modo que o ponto de nivelament'O possa<br />

ser considerado econpmica mente satisfatório,<br />

isto é, estejâ em torno de 30% da capacidade<br />

instalada. Com Variação dos Custos<br />

Outra alternativa que pode ocorrer na<br />

obtenção do ponto de nive·lamento, para o<br />

qual o administrador rura l deve também<br />

estar atentor é quando ocorre va riação nos<br />

custos, face as tecnologias diferentes que<br />

podem ser usadas para a produção de um<br />

mesmo produto.<br />

Para estudar o caso, analisam-se duas<br />

variacões de· custos fixOs e duas de custos<br />

variáeis, alternadas entre si. Para facilitar<br />

a análise, constroem-se quatro diagramas<br />

(figura 3).<br />

Nesta análise, são mantidos constantes<br />

os precos de mercado que garantem renda<br />

fixa, variando apenas os custos operacionais<br />

2.<br />

(2) CEPALlAAT - Manual de Proietos de Desenvolvimento Econômico - 2 Tomos. Brasília<br />

- M.A., 1969. 299 p. IDuplimaticl.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 20 JULHO A OUTUBRO DE 1975 o Revista do ILCT Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 21<br />

--------------------------------------------------------------- ----------------------------------------------------------<br />

200 D<br />

Porcentagem da Capacidade Instalada<br />

FIGURA 3 o Pontos de Nivelamentos Obtidos<br />

com a Variação de Custos.<br />

Nos diagramas A e B, 06 custos variá­<br />

veis são igua is, isto é, têm o mesmo valor<br />

total, 150 unid ades monetárias/ano mas os<br />

custos fixos são diferentes. Em A, o custo<br />

fixo é equivalente a 75 unidade6 monetá­<br />

rias/ano e em B, a 50 unidades. Por este<br />

motivo em A, o custo total soma 225 uni­<br />

dades monetárias ano, o que vai permitir<br />

um ponto de· nivelamento Ll, em 76010 da<br />

capacidade instalada da usina. Este caso<br />

revela que numa situação desta natureza 'a<br />

cooperativa tem po,sição pouco lisonjeira<br />

cara enfrentar as condicões de mercado<br />

porquanto tem de pôr e funcionamento a<br />

quase total capacidade instalada. Além dis­<br />

to, a marÇJem de lucro, ou melhor, a área<br />

de lucro é reduzida, nã-o parecendo signi­<br />

ficante" economica mente fa lando, com a<br />

tecnologia empregada, para se enquadrar<br />

no mercado competitivo.<br />

No segundo caso, em B, o custo t'Ütal<br />

soma 200 unidades monetárias. Como a receila<br />

é constante, o ponto de nivelamento<br />

L2 se realizou em 52% da capacidade<br />

instalada da usina. A área de lucro é bem<br />

mai-or do que em A, ma6 mesmo assim, ao<br />

que parece, é anti-econômico para a cooperativa<br />

pelo pouco volume de unidades monetáris<br />

de lucro, face· ao investimento empreÇJado.<br />

De qualquer modo, pode-se, 'Observar<br />

aue com a mudanca de tecnologia<br />

que mod ificou 'para menos o custo fixo de<br />

75 para 50 unidades monetárias ano, deu<br />

para encorajar a procura de n?va tecno-<br />

10ÇJia a fim de colocar a cooperativa em me-<br />

c<br />

c<br />

Ihor situacão 'econômica e de competir no<br />

mercado . .<br />

Nos diagramas C e D os custos variáveis<br />

são igua i,s entre si, têm -o valor de 1,00<br />

unidades monetárias/ano e· os custos fixos<br />

se mantiveram como os precedentes, isto<br />

é, 75 e 50 unidades, respectivament-e.<br />

Em C, o custo total somou 175, para a<br />

mesma receita fixa de- dante.s, o que permitiu<br />

variar 'O ponto de nivelamento b para<br />

52% da capacidade instalada da usina.<br />

Conquanto em C e B, os pontos de nivelamento<br />

sejam iguais, isto é, 52% da capacidade<br />

instalada, em C, a área de lucro para<br />

a usina é maior, porque aumentam as<br />

difere-nças entre receitas e despesas em<br />

maior proporção, à medida que vai sendo<br />

atingida a capacidade máxima in6talada.<br />

1:, porta nt'Ü, compa rativamente, a me,lhor<br />

situação dos três casos até aqui analisados.<br />

Em D, o custo total somou 150 unidades<br />

monetárias anuais, que ao mesmo preço de<br />

mercado, a receita se manteve constante,<br />

dando um ponto de nivelamento L4, à altura<br />

de 32010 que é um excelente ponto de<br />

nivelamento. Numa situacão como esta há<br />

que fazer a6 seguintes cnsiderações :<br />

• ou o preço de mercado está elevado j<br />

• ou a tecnologia permite alta produtividade<br />

dos fatores empregadosj<br />

• ou os preços dos fatores e insumos são<br />

ba ratos.<br />

Qualquer que seja a alternativa, o caso<br />

D é o que melhor resultado econômico-financeiro<br />

'Oferece, por apr-esentar:<br />

• a maior área de lucroi<br />

a maior diferença entre receita e despe.saSj<br />

• o menor ponto de nivelamento.<br />

Todos esses elementos vão condicionar<br />

à empresa a melhor situaçã'o financeira por<br />

ter lucrado ma is com me-nos investimentos<br />

em custos operacionais.<br />

Com Variação Simultânea da Receita<br />

e Despesas<br />

Neste caso há variação nos cU6tOS operacionais,<br />

por mudanças de tecnologias e/ou<br />

variações nos preços de mercado para os<br />

insumos e- fatores, e variações n-Os pre'ços<br />

de mercado para o produto produzido pela<br />

empre6a. As variações são simu ltâneas e a<br />

análise tem por finalidade mostrar novas<br />

facetas que o problema oferece- e que devem<br />

ser do interesse do administrador.<br />

Ne.ste estudo, mantém-s'e cOnstante apenas<br />

o custo fixo, isto p'Ürque, os bens já<br />

possuídos e responsáveis pela produção<br />

nos cálculos dos custos de produção são<br />

C'onlSiderados fixos, têm despesas predeterminadas,<br />

quer haja ou não produção programada.<br />

Estes bens são também fatores<br />

de produção, porém não são adquiridos no<br />

mercado dentro d-o ano fiscal, para o qual<br />

a análise é realizada. Difere-, portanto,<br />

completamente dos fatores e insumos caracterizados<br />

como custos variávei6 porque<br />

estes são adquiridos nos mercados, durante<br />

o ano fiscal, sobre o qual se realiza a<br />

análise de sua estimativa, e que estão sujeito.s,<br />

portanto, às variações previstas, pelos<br />

estudos de mercados realizados para o<br />

perí·odo em tela.<br />

Ter-se-á, nessa análise, duas variações .<br />

Na primeira, os custos fixos somam 1.0 mi-<br />

o tO 6..0 o<br />

c:<br />

c: o<br />

o<br />


Pág. 22 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

DETERMINAÇAO MATEMÁTICA<br />

DO PONTO DE NIVELAMENTO<br />

Fórmula Simples<br />

Para a determinação matemática do ponto<br />

de nivelamento, parte-se da função de<br />

custo de produçã'o * :<br />

onde:<br />

CT = CF + CV (I)<br />

CT = custo total anual;<br />

CF = custo fixo tota I;<br />

CV custo variáve,1 total.<br />

e, do conceito formal da receita total (RT)<br />

ou val-or bruto da produção (VBP) que tem<br />

a seguinte de-finição: - é igual ao volume<br />

de produção, ·em quantidades físicas (X) pelo<br />

preço unitário (P).<br />

Destes dois elementos, função de- custo e<br />

conceito de receita total, procede-se ao se­<br />

uinte raciocínio, necessário para s·e chegar<br />

à fórmula do pOnto de nivelamento.<br />

VBP = PX<br />

CV = VX<br />

CT = CF + VX (11)<br />

onde: VBP<br />

P<br />

X<br />

V<br />

valor bruto da produção;<br />

preçO;<br />

quantidade física de producão·<br />

ust variável médio ou unitário.<br />

Como VPB = PX e CT CF + VX (li),<br />

o ponto de nivelamento é obtido quando<br />

os custos totais se igualam às receitas totais:<br />

VBP = O, ou,<br />

PX = CF + VX<br />

Desenvolvendo-se no sentido isolar-se X,<br />

tem-se :<br />

CF<br />

CF<br />

PX - VX<br />

X(P-V) . ' . X<br />

CF<br />

f-V<br />

o X é a quantidade física de produção<br />

que dete-rmina o ponto de nivelamento da<br />

usina.<br />

Fórmula do Fator Y<br />

Como alt'ernativa de determinacão do<br />

ponto de nivelamento pode ser usáda outra<br />

fórmula conhecida por fórmula do fa­<br />

Ior Y.<br />

Tomam-se os valores representativos das<br />

receitas totais e custos variáve-is totais a<br />

100% da capacidade instalada da usina e<br />

multiplica-se pelo fator Y para 'alcançar a<br />

iualdade entre as receitas totais e os custos<br />

totais ao nível de utilização da capacidade<br />

instalada que vem a corresponder 'ao<br />

ponto de nivelamento. Como nos caS05 ' já<br />

tratados, os custos fixos totais não se alteram,<br />

até certo ponto, qualquer que seja a<br />

produção obtida.<br />

Os dados necessários para obtenção<br />

desla alternativa do ponto de nivelamento<br />

são os seguintes 3:<br />

Rt receita total a 100% da capacidade<br />

instalada;<br />

O<br />

Cv<br />

Cf<br />

custo total a 1,0,0% da capacidade<br />

instalada;<br />

custo variável total a 1 .00% da<br />

capacidade instalad.a ;<br />

Custo fixo total;<br />

Rtn = receita total no ponto de nivelamento<br />

;<br />

0n' = Cf + CVn custo total no ponto<br />

de nivelame·nto;<br />

Y = grau de utilização da capacidade<br />

instalada, usada no ponto de<br />

nivelamento, em porcentagem.<br />

Pa ra obter-se esse ponto reai iza-se o<br />

seguinte raciocínio:<br />

Rt>O ou Rt>Cf + Cv<br />

* A5sume-se, neste caso, a linearidade da 'função de custo total quando, teoricamente,<br />

seria exponencial de terceiro grau.<br />

(3) HOLANDA, N. Elaboração e Avaliação de Projetos. Rio de Janeiro, A,PEC Editora,<br />

S.A., 1969. 206 p.<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 23<br />

Por 'Outro lado, pode-s'e dizer . também<br />

que:<br />

Rtn = Ctn ou Rtn = Cf + CVn<br />

se<br />

Rtn = Rt (Y) -+ CVn = , Cv (Y)<br />

donde se conclui que Rt (Y) = Cf+Cv (Y)<br />

Tirando se o valor de Cf, dessa expressão,<br />

tem-se:<br />

Cf Rt (Y) - Cv (Y)<br />

Pondo-se (V) em evidência, tem-s'e :<br />

Cf = Y (Rt - Cv)<br />

Tira ndo-se o valor de Y dessa última expressão,<br />

chega-se à fórmula:<br />

Y<br />

Cf<br />

Rt Cv<br />

Variante do Fator Y<br />

Existem Outras fórmulas para se encontrar<br />

o ponto de nivelamento. Outra muit-o<br />

usada é variante da que usa o fator Y<br />

e empre-a o seguinte raciocínio. ,<br />

Na fórmula anterior, o Y corresponde<br />

a um fator que na função da receita total,<br />

a 100% de capacidade, representa a<br />

receita total no ponto de nivelamento da<br />

co'operativa analisada, ou seja 3:<br />

.Rtn<br />

Y = ----<br />

Rt<br />

donde, poder-se dizer que:<br />

Rtll Cf<br />

Rt Rt - Cv<br />

Multiplicando-se ambos os term05 d a<br />

expressão por Rtf chega-se ao seguinte resultado:<br />

Rt . Cf<br />

Rt Rt - Cv<br />

Desenvolvend·o-se a nova expressão, para<br />

se isolar valor Rtn' obtém-se:<br />

Rt. Rt (Rt-Cv) = Rt(Rt . Cf)<br />

Rt2 • Rtn-Rt. Rtn ' Cv = Rt2 • Cf<br />

Pondo Rtn em evidência, fica :<br />

Rtn(Rt2-Rt . Cv)= RF . Cf<br />

Isolando-se Rtll' obtém-se :<br />

Rt2 • Cf<br />

Rt =<br />

Simpl ifica ndo-se a expressão e pondo<br />

Rt, em evidência, tem-se:<br />

Rt Cf<br />

Rt(Rt-Cv) Rt-Cv<br />

Escrevendo-se a última expressão sob<br />

Outra forma, chega-se ao seguinte- resultado:<br />

Rt Rt-Cv<br />

= Cf -,--- = Cf -;- --<br />

Rt-Cv<br />

Fi n a I mente, opera ndo-se essa úti ma expressão<br />

a que se chegou, obtém-se o resultado<br />

final esperado e desejado:<br />

Cf Cf<br />

Rt Cv Cv<br />

Rt Rt Rt<br />

Pela demonstração feita, chega-se à can­<br />

Cf<br />

clusão que Rtn = ---<br />

Cv<br />

1 -<br />

Rt<br />

(3) Op. Cito<br />

(1 ) AAD NETO, A. Eficiência Operacional na Comerciailzação de Leite na Bacia Leiteira<br />

de Salvador (BA} 1972. Viçosa, Imprensa Universitária, 1973. 69 p. (Tese de<br />

M.S.).<br />

digitalizado por<br />

Rt<br />

UM CASO PRÁTICO<br />

Em recente estudo s-obre a Bacia Leiteira<br />

de Salvador, rea lizado por AAD NETO ( 1),<br />

para o Departamento de Economia Rural<br />

da U. F. V., e a Associacão Nordestina de<br />

Crédito' 'e Assistência Rual da Bahia (AN­<br />

CARBA), foi levantado o pont-o de nivelamento<br />

das cooperativas que beneficiam e<br />

comerciam o produto in natura. COm base<br />

nas estimativas de custos fixos totais, variáveis<br />

médios, preços pagos e recebidos pelas<br />

usinas beneficiadoras, foi estimado o<br />

ponto de nivelamento para cada uma das<br />

duas usinas que atuam na Bacia Leiteira de<br />

Salvador, e bem assim para a média ponderada<br />

(Quadro 1).<br />

Ambas as usina,s estão operando acima<br />

de seus respectivos pOritos de nivelamento<br />

e também acima de suas médias aritméticas<br />

e ponderadas.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 24 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

QUADRO 1 - Etimativa do . Volume do Leite Comercializado, Preço Pago, Preço Recebido,<br />

Custo FIxo T-otal e Custo Variável Médio das Usinas do Beneficiamento,<br />

Bacia Leiteira de Salvador (BA), 1972.<br />

Preço ) Preço Custo Fixo Custo Vari- Volume Co- Pontes de<br />

Especificação Pago Recebido Total ável Médio mercializado Equilíbrio<br />

(Cr$/l) (Cr$/l) (Cr$) (Cr$/l ) (l .000 l/mês) (1 .000 l/mês)<br />

Usina A<br />

Usina B<br />

Média Ponderada<br />

Média Aritmética<br />

Fonte : AAD NETO (1 ).<br />

:0,532<br />

0,434<br />

0,498<br />

,0,483<br />

0,775<br />

0,644<br />

0,730<br />

0,709<br />

Para as cooperativas em análise, COmo<br />

não são produtoras do produto que comercializam,<br />

se'u ponto de nivelamento vai<br />

depender do preço de. compra da matéria­<br />

-prima, de seus custos operacionais de beneficiamento<br />

e comercialização, e preço de<br />

venda do produto pronto pa ra 'O consumo.<br />

A análise dife·rencial entre as duas cooperativas<br />

deixa antever que a usina A tem<br />

seu ponto de nivelamento relativamente<br />

mais próximo de seu atual volume de operação<br />

do que da usina B, pe-Io fat-o de ser<br />

seu custo fixo total, cerca de quatro vezes<br />

maior e a diferença do preço recebido e<br />

pago, adicionada ao custo variável médio,<br />

de um centavtQ, em favor da usina A, ou<br />

seja Cr$ 0,1 8 para a usina A e Cr$ 0,1 7<br />

para a Usina B ( 1) .<br />

O ponto de nivelamento da usina A está<br />

em torno de 1.287 mil litros/mês e está operando<br />

com 1.538 mil litros, apresentando<br />

uma diferenca de cerca de 251 mil litros/<br />

mês (figura 5).<br />

A usina B está operando em escala menor,<br />

apresentando 'Os seguintes dados: pO nto<br />

de nivelamento, cerca de 314 mil litros/<br />

mês e operando com 805 mil litros/mês, com<br />

uma diferença de 491 mil litros/mês. ApetSar<br />

de ser uma usina de porte menor, está operando<br />

em condicões econômico-financeiras<br />

melhores. por te uma área de lucro maior,<br />

uma diferença também maior e mais significativa<br />

economicamente do que a usina A.<br />

A média ponderada obtida para uma<br />

análise do agregado confirma as estimati-<br />

(1 ) Op. Cito<br />

235.644,00<br />

53.741 ,00<br />

173.146,,00<br />

144.693;00<br />

0,060<br />

0,039<br />

0,053<br />

0,05,0<br />

1.538,0<br />

805,0<br />

1.171,5<br />

1.171,5<br />

1.287,7<br />

314,3<br />

967,3<br />

822,1<br />

vas levantadas na pesquitSa realizada, porquant-o<br />

o ponto de equilíbrio está em cerca<br />

de 967 mil litros/mês e o volume COmercializado<br />

em torno de 1.171 mil litros/mês,<br />

com uma diferença de 2,04 mil litros/mês.<br />

Resultados a que se .Pode . Chegar<br />

. Do estudo e análise re-a lizados sobre 'O<br />

ponto de nivelamento na cooperativa rural,<br />

pode-tSe chegar a dois grupos de resultados:<br />

1'2lS7,7 1.500<br />

QUantidade CoMrciaUud& t. 1.000 litro!.:'.<br />

Figura - Ponto de nivelamento das duas<br />

usinas beneficiadoras de Leite na<br />

Bacia leiteira de Salvador. Bahia.<br />

1972.<br />

. (Continua na pág. 36)<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 25<br />

RESíDUOS PESTICIDAS. CONTAMINAÇÃO DO LEITE E<br />

DERIVADOS E DOS ALIMENTOS EM GERAL<br />

Pesticides Residuos in Milk, Milk Products and<br />

Por ocasião da Assembléia Anual da Federação<br />

Internacional de Laticínios, realizada<br />

em Bruxelas, em setembro de 1973, à<br />

qual tivemos a honra de comparecer COmo<br />

deleÇJado da Associacão Brasileira de Laticinistas,<br />

dentre muita's outra6 questões e-xaminada6<br />

despertou-nos a ate·nção o problema<br />

dos Pesticidas.<br />

A pal avra Pesticida é de origem inglesa,<br />

derivada de Peste, flagelo, dença mtQrtal<br />

- e pe-:a qual se designavam os inimigos<br />

das cultura6. Pesticidas são produtos<br />

que se utilizam para combater flagelos de<br />

origens diversas, seja em agricultura, medicina,<br />

medicina veterinária, seja na estocagem<br />

de gêneros alime-ntícios.<br />

Desde a antigüidade, a princípio empiricamente<br />

e depois ma is ou menOs cientificamente,<br />

o homem procurou os meiotS de<br />

combater os parasitas mais diversos, em<br />

particular os inimigos das culturas, - animais,<br />

insetos ou micróbios, capazes de perturbar<br />

a saúde dooS animais ou vegeta is, e<br />

conseqüentemente diminuir os rendimentos<br />

de suas produções. De início, receitas empíricas<br />

foram empregadas; depois empregou-se<br />

o enxofre, o sulfato de cobre, o piretro,<br />

a nicotina.<br />

N-os últimos 50 anos, os conhecimentotS<br />

em matéria de química progrediram rapidamente<br />

e foram descobertas as propriedades<br />

biológicas de duas grandes famílias de<br />

pesticidas:<br />

a) Os derivados fosforad06 - Em 1930,<br />

Nylen descobre as propriedades tóxicas do<br />

pirofosfato de tetraetila (TEPF);<br />

b) Os derivados organ-oclorados - Em<br />

1939, Müller descobre as extraordinárias<br />

propriedades do DDT (diclorofenil-tricloreta<br />

na); em seguida, Raucourt e Dupire descobrem<br />

a6 propriedades inseticidas do HCH<br />

(hexaclorociclohexana) que adquire grande<br />

desenvolvimento.<br />

Note-se que há cerca de 15 anos não<br />

se dispunha de métodos analíticos capazes<br />

de dosar pequenas quantidades de pe-stici-<br />

(*) Professor Honoris causa do ILCT.<br />

Food in General<br />

digitalizado por<br />

Dr. J. J. Carneiro Filho (*)<br />

das, po . is que a cromatografia em fase gasosa<br />

fo! de-scoberta por James e· Martin em<br />

1952. Só a partir de 1962, cOm -o desenvolvimento<br />

da cromatografia (cromatógrafo<br />

com detector de- captura de elétrons) foi<br />

possível pesquisar doses ínfimas de pesticidas,<br />

já de6de muito tempo utilizados em<br />

países de agricultura adiantada.<br />

Pesquisas sistemáticas foram empreendidas<br />

e os diversos produtos e'xperimentados.<br />

Verificou-se que certos pe6ticidas eram instáveis,<br />

biodegradáv'eis por process-os naturais,<br />

no solo ou no tubo digestivo, não<br />

apresentando maior perigo para o consumidor,<br />

pois seus resíduos de6apa recem em<br />

curto prazo, cas-o especialmente dos fosforados.<br />

Outros, no entanto, não são ou são<br />

fracamente biodegradáveis, permanecendo<br />

ativ06 no soltQ, ou na supe-rfície onde são<br />

aplicados, durante vários anOs, podendo<br />

acumular-se em particular nas gorduras<br />

vegetais ou animais, deixando resíduos nas<br />

gorduras de peixes, ma míferos, nos legumes,<br />

frutos, aliment06 do gado, nas gorduras<br />

humanas e no leite. Os pesticidas organoclorados<br />

fazem parte desta categoria<br />

e entre eles estão o DDT e o HCH.<br />

-xx-<br />

Logo que se verificou serem 01$ pesticidas<br />

organoclorados assimilados (metabolizados)<br />

pelos animais e secretados pel-o leite,<br />

nos Estados Unidos se proibiu o emprego<br />

de6tes compostos em leiterias e os resultados<br />

das pesquisas foram largamente· difundidos<br />

pe·las autoridades e pela imprensa.<br />

As "Ligas dos Consumidores" de grande poder<br />

político naquele país, de tal modo pressionaram<br />

o-s Poderes públicos que uma legislação<br />

muito severa foi promulgada a<br />

respeito das doses de organoclorados '<br />

tole-<br />

radas nos alimentos.<br />

A le·gislação americana estabelece que<br />

nenhum traço de pesticida organoclorado<br />

(exceção do DDT) pode ser encontrado no<br />

leite e seus derivad06. No entanto, na im-<br />

arvoredoleite.org


Pág. 26 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

possibilidade da prática desta exigência pel<br />

os próprios produtores do país, foram estabe-Iecidas<br />

tolerâncias administrativas que<br />

são de 0,3 mg por kg (0,3 ppm) para alguns<br />

produtos e de 1,25 ppm para outro>s,<br />

entre os quais o DDT e seus derivados.<br />

Desde alguns anos os consumidores desejam<br />

anular essa tolerância relativa ao<br />

DDT. Embora não empregado em criação<br />

bovina ou em leiterias, a >supressão dessa<br />

tolerância não havia se tornado p'Üssível<br />

por causa da contaminação do meio-ambiente.<br />

As pesquisas se têm orientado no sentido<br />

de se encontrar outr-o pesticida capaz<br />

de substituir o DDT. A tendência tem sido<br />

para diminuir ou l imitar, cada vez mais, o<br />

teor da tole-rância. A legi,s lação pode ser<br />

facilmente modificada e neste caso haverá<br />

um aviso prévio para as ,organizações interessadas.<br />

Convém assinalar que nos Estados Unidos<br />

essas tolerância,s são expressas em relação<br />

à matéria gorda e não ao peso total<br />

dos produtos, disposição que não pare-ce<br />

lógica segundo alguns técnicos, pois<br />

o que devia ser tomado em consideração,<br />

em relação à toxidez do -queijo, por exem­<br />

plo, seria a quantidade de pesticida que ele<br />

contém em relação ao >se'u peso total, o que<br />

é de maior significação para o consumidor_<br />

O problema foi discutido na reunião de<br />

Bruxelas e vem sendo estudado pe:a Comissão<br />

de Análises da F.I.L.<br />

- xx -<br />

Muitas doenças epidêmicas eXlg!ram, entre<br />

outras medidas, -o emprego maciço de<br />

pesticidas. Com o il"lquietante aumento da<br />

população do globo, da qua l a maior parte<br />

é mal alimentada, torna->se indispensável<br />

a utilização de adubos e pesticidas<br />

dos quais mais de 500 mil toneladas sã'<br />

anualmente espalhadas pelo mundo. Muitos<br />

desses pesticidas se mostram mais ativos e<br />

mais eficazes do que se previa. Só depois<br />

de 1943, quando foi utilizada grande quan­<br />

tidade de DDT é que sua estabilidade quí­<br />

mica e biológica foi conhecida. Se a poluiçã-o<br />

é hoje perfeitamente conhecida, isto<br />

se deve ao desenvolvimento dos proces>sos<br />

de microdosagem, que a partir de 1962<br />

permitiram mostrar resíduos em quantidade<br />

bem diminuta.<br />

Modo de administração<br />

Via re-spiratória<br />

Via intravenosa<br />

Via buca l<br />

Quantidade recebida<br />

por vaca<br />

(mg)<br />

43,5<br />

48,5<br />

55,6<br />

Alguns vegetais destinados à alimenta,<br />

ção do Çlado podem ser co ntaminados diretamente<br />

por ocasião de tratamehto no seu<br />

períod de crescimento. O 1$010 pode ser<br />

contaminado pelos adubos ou por pesticidas<br />

empregados no tratame.nto de desinfeccão.<br />

Indiretamente, o pesticida destinado às' fo.<br />

Ihagens irá ao solo ou aos rios, pela chu.<br />

va ou pelo ventO.<br />

POLUiÇÃO DO LEITE<br />

A poluição do leite varia com a via de<br />

penetração e natura lmente- com o produto<br />

em regado; esta poluição é quase sempre<br />

devida a cau-sa indireta e o leite será p-o­<br />

luído se a vaca for contaminada, podendo<br />

absorver o pesticida por 3 vias:<br />

1) ambie-nte poluído, desinfeccão dos es­<br />

tábulos ou sua limpeza com pródutos cOn­<br />

taminados;<br />

2) tratamentos veterinários;<br />

3) alimentos poluídos.<br />

A desinfecção de estábulo-s com organ'Ü·<br />

clorados não deve ser permitida. O tratamento<br />

de animais com produtos tóxicos é<br />

uma prática veterinária que só deve ser<br />

feita obedecendo regras precisas.<br />

Vacal$ leiteiras, consumindo vegetais po­<br />

luídos, eliminam parcialmente o-s pesticidas<br />

pelo leite; uma parte do produto ingerido<br />

é estocada no fígado. , Há estudos acerca<br />

de pesticidas com maior ou men-or aptidão<br />

para poluir o leite. Baseado nestes coefi­<br />

cientes é possível, tendo em vista as nor­<br />

mas ame-rica nas de tolerância, calcular pa­<br />

ra cada um deles o teor máximo tolerável<br />

na raçã-o alimentar para que o leite -satis­<br />

faça aquelas normas. São pesquisas inte­<br />

ressantes para os que estudam o problema<br />

em nosso meio. Em França, o prof. Luquet<br />

estudou a evolução do teor de pesticidas<br />

no leite, principal mente nos anos de 1970-71,<br />

verifi cando que houve um nítido decré'sci­<br />

mo de teor de pesticida (HCH) para aitngir<br />

valor . inferior . à tolerância da legislação<br />

americana, sela -0,30 ppm na maléri'a gor­<br />

da. Verificou ainda que outros pesticidas<br />

têm maior freqüência, se bem que estejam<br />

dentro das exigências americanas.<br />

Segundo a via de penetração, a poluição<br />

do leite será mais ou menos importante,<br />

como se verifica no caso do DDT (Adria n) :<br />

% de DDT encontrada<br />

no leite<br />

1,3<br />

5,4<br />

7,7<br />

Teor máximo encontrado<br />

na manteiga<br />

(mg por 100 g)<br />

0,,075<br />

0,325<br />

0,1 85<br />

Revista do IleT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 27<br />

Se o grau de poluição é proporcional à<br />

quantidade ingerida, o teor de contaminacão<br />

do leite varia de um pesticida para -outro<br />

e o DDT é considerado dos mais perigOsos.<br />

No leite são duas as fontes de· poluicão,<br />

a direta que está ligada à ingestã<br />

do pesticida, e outra, indireta, que pro­<br />

'vém das substâncial$ armazenad03 na g ordura<br />

do animal ; cessada a primei ra ca usa,<br />

a segunda funciona ainda e seu potencial<br />

aumenta quemdo, por uma causa qualquer,<br />

o animal sofre uma fusão de suas<br />

gord uras de reserva, provocando desca rga<br />

do pesticida armazenad'Ü.<br />

Com a admini-stracão de doses de- DDT<br />

entre 30 e 9.0 dias antes do parto, é possível<br />

encontrar ainda dose-s de DDT no leite,<br />

depois de 10 meses de lactação. Sabe­<br />

-se da grande afinidade dos produtos clorados<br />

pelos lipídios do leite. Há ainda influência<br />

da estação do ano, pois, na oca­<br />

:sião em que as colheitas são pulverizadas<br />

é que- o leite se mostra mais contaminado.<br />

CONTROLE - O controle da contaminacão<br />

do leite e derivados faz parte do problema<br />

geral do meio-a mbiente e exige vigilância,<br />

informação e regulamentação. Segundo<br />

relatório da Comissão de contro le- de<br />

Resíduos Pesticidas da F.I.L. para controlar<br />

a contamina cã'o do leite e derivados<br />

pel'Üs resíduos dós organoclorados, os seguintes<br />

pontos devem ser notados:<br />

1 ) Nas preparações organiocloradas os<br />

agentes ativos devem I$er mencionados, assim<br />

como as condições de seu emprego.<br />

Quase todos os países já têm este assunto<br />

regulamentado.<br />

2) A pulverizaçã-o para tratamento de<br />

animais, prática veterinária, - deve ter absoluto<br />

controle.<br />

3) O tratamento do alojamento de animais<br />

leiteiro-s com organoclorados deve ser<br />

proibido.<br />

4) O controle de alimentos deve levar<br />

em conta as tolerâncias; já dissemos que<br />

há importantes pesquisas mostrando a correlação<br />

existente e-ntre a absorção de pesticidas<br />

contidos no,s alimentos e o teor dos<br />

resíduos encontrados no leite.<br />

O fim do co ntrole deveria ser não penalizar<br />

o produror, mas apreciar sua responsabilidade,<br />

pois nem se-mpre ele está em<br />

condições de controlar a presença dos resíduo-s<br />

no leite.<br />

O Dr. Kadis (Canadá) sugeriu, na reunião<br />

da F.I. L., que a Comissão que se ocupa<br />

do assunto pre'pare diretivas para estabelece-r<br />

o controle nOs diversos países, redigir<br />

recomendações para mostra r aos produtore-s<br />

como evitar a contaminação nas<br />

fazendas e precisar os níveis de tolerância.<br />

digitalizado por<br />

Publicações feitas pela F .1. L. sobre o problema<br />

já permitiram que, muitos paíse-s intr-oduzissem<br />

modificações nas legislações<br />

'existentel$, aperfeiçoando-as, estabelecendo<br />

concentrações máximas e regras de controle<br />

de utilização, e mesmo proibindo o emprego<br />

de certos pesticidas.<br />

A natureza das contaminações e as vias<br />

de penetração variam segundo -os países;<br />

as origen-s de poluição pelos organoclorados<br />

são diferentes mesmo de. uma região<br />

para outra. O DI'. Weilenma nn, da Suíça,<br />

informa que contrariamente à crença corrente-,<br />

a maior parte dos resíduos pesticidas<br />

encontrados no leil'e, naquele país, não<br />

provém da alimentação das vacas. O Dr.<br />

Dugga n, especialista americano, informa<br />

que nos Estados Unidos a abs'Ürção dos organoclorados<br />

provém essencialmente do<br />

meio-ambiente e não dos alimentos do gado.<br />

-xx-<br />

MORTE DE ANIMAIS E DE PESSOAS<br />

Os j ornais vêm noticiando, com freqüência,<br />

a morte de animais e de pessoas envenenadas<br />

por pesticidas e dão destaque<br />

ao acidente ocorrido no Rio Grande do<br />

Sul, em 1974, quando morreram 400 bois<br />

que haviam rompido uma cerca e invadido<br />

uma plantação de- :soja tratada pelo DDT.<br />

- O envenenamento foi provado por exames<br />

pela cromatografia; constatou-se a presença<br />

de clorados nos órgãos e depósitos<br />

de DDT nas gorduras dos animais.<br />

Mortes de peixes têm sido constatada-s<br />

em regiões diversas. Recentemente os , jornais<br />

noticiaram o caso do tombament-o de<br />

um caminhão carregado de DDT que caiu<br />

em um rio, no interior de São Paulo, exterminando<br />

peixes e deixando os cursos de<br />

água contaminados. No pàraná houve morte<br />

de bois que tomaram água contaminada.<br />

Fatos I$emelhantes foram constatados<br />

em outros países depois de chuvas que assolaram<br />

culturas tratadas pelo DDT.<br />

O fenômeno da concentração de produtos<br />

químicos nos diversos estádios de uma<br />

cadeia biológica marinha é um a,spedo<br />

agravante- da poluição. Com efeito certos<br />

vegetais ou animais marinhos concentram<br />

os produtos químicos que se acham natural<br />

ou acidentalmente na água; as qua ntidades<br />

de produtos concentrados aumentam<br />

de um elo a outro da cadeia biológica.<br />

Constata-se, por exemplo, que em conseqüência<br />

do tratamento de margens de rios<br />

pebs inseticidas, que as ervas contêm 5 ppm<br />

de DDT, e é de 44 a 300 ppm de DDT que<br />

se encontram nos peixes herbív-oros. Os<br />

arvoredoleite.org


Pág. 28 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista- do ILCT<br />

peixes carnívoros, que comem estes peixes<br />

herbívoros, concentrarão até 2.50.0 ppm de<br />

DDT.<br />

- xx -<br />

Segundo noticiam os jornais, aumenta<br />

dia a dia o número de casos que envolvem<br />

homens e animais intoxicado.s por produtos<br />

químicos empregados na agricultura. O<br />

lJSO indiscriminado de produtos tóxicos 'nas<br />

lav-o uras tem provocado graves conseq.üências,<br />

principa l mente no Estado do Rio Grande<br />

do Sul, que consome cerca de 50% de<br />

defensivo.s agrícolas no País. Ainda em São<br />

Paulo e em outros Estados têm sido verificados<br />

muitos casos de morte de animais e<br />

de pessoas. Seria muito longo enumera r todos<br />

os casos de que .se tem notícia.<br />

O Se'cretário da Agricultura do Rio<br />

Grande do Sul, em viMa da mortandade- de<br />

animais naquele Estado, pessoalmente solicitou<br />

ao Ministro da Agricultura providências<br />

urqentes para maior controle do emprego<br />

de inseticidas, visto que a assistência<br />

aos agricultores, no que se refere- a e.ste<br />

problema, tem estado a cargo dos próprios<br />

fabricantes ou distribuidores. Aquele<br />

Estado lancou com certo êxito a campanha<br />

"IProdzir sem poluir". A Secretaria<br />

de Saúde Pública, em colaboração<br />

com a Secretaria da Agricultura do Estado,<br />

providenciou a col-ocação de placas nas<br />

estradas de seu território, avi.sando aos visitantes<br />

que não devem, de maneira alguma,<br />

comer vegetais sem lavá-los com rigor.<br />

O número de intoxicações graves, causadas<br />

por pesticidas usados na lavoura,<br />

vem pre'ocupando seria mente a.s autoridades<br />

do Estado.<br />

- xx -<br />

Durante- recente "Encontro de Pesticidas<br />

e Meio-Ambiente" realizado em São Paulo,<br />

o prof. Marcus Wassermann, da Escola de<br />

Jerusalém, considerado uma das maiores<br />

autoridades no assunto" apresentou dados<br />

com fruto.s de pesquisas mostrando uma vi-<br />

5ão mundial do problema de acúmulo de<br />

inseticidas no organismo humano. O prof.<br />

Pupo Negue-ira considerou o .problema menos<br />

grave no Brasil, mas admitiu que os<br />

dados disponíveis de sua equipe se referem<br />

somente a São Paulo, tornando-se neces.sárias<br />

pesquisas em outras regiões do País.<br />

Pesquisadores da Faculdade de Hig iene<br />

e Saúde Pública de São Paulo encOntra ram<br />

resíduos de DDT em amostras de feijão e<br />

de farinha de mandioca colhida.s em Salvador,<br />

Belém e Goiânia. Isto mostra que,<br />

apesar das restrições impostas pe-Io Minisfério<br />

da Agricultura, esse defensivo continua<br />

sendo empregado indevidamente, pois<br />

informam que tais produtos não exigem a<br />

aplicação de c1orados. Ainda que não tenha<br />

.sido aplicado diretamente nas culturas,<br />

pode ter sido no tratamento dos grãos, o<br />

que é também proibido no Brasil, ou ainda<br />

transferido ao feijão em um solo preparado<br />

para 'Outra cultura.<br />

Apresentando outros casos de resíduos<br />

em alimentos, o prof. W,aldemar Ferreira de<br />

Almeida, do Instituto Biológico de' São Paulo,<br />

afirma que grande parte do problema<br />

se deve à aplicação errônea e indiscriminada<br />

dos in.seticidas e defendeu a necessidade<br />

da adoção das seis me·didas seguintes:<br />

1 - Análises de vigilância.<br />

2 - Am pla divulgação da boa prática<br />

agrícola.<br />

3 - Curso de treinamento para aplicadores<br />

de inseticidas.<br />

4 - Restricão à venda de alguns inseticidas<br />

altament tóxico.s.<br />

5 - Fiscalizacão eficiente.<br />

6 - Serviços 'médicos adequados.<br />

Considera o prof. Almeida que o Brasil<br />

possui uma legislação satisfatória, mas não<br />

dispõe de fiscal ização eficiente.<br />

O professor Otávio Nakano, do Departamento<br />

de Entomologia da E.scola Agrícola<br />

"Luiz de Queiroz" defende o empre-go dos<br />

pesticidas. Insiste em que o mau uso é que<br />

provoca a conta minação. Julga os inseticidas<br />

indispensáveis para que se evite ,a escassez<br />

de alimentos. Compa ra-o.s c-os automóveis<br />

que, mal utilizados, .podem matar e<br />

não são suprimidos e que a supressão dos<br />

inseticidas pode provocar a inutilização de<br />

um terço das colheitas, graças à açã-o da-s<br />

pragas.<br />

Duas correntes se colocam em defesa<br />

de se-us pontos de vista. De um lado, aqueles<br />

que dizem que "o emprego de venenos<br />

de largo espectro de ação na agricultura<br />

é algo como lançar gases tóxico.s sobre<br />

toda a cidade para liguidar um grupo<br />

de bandidos, sem se importar com os demais<br />

habitantes" i de outro lado, aqueles<br />

que dizem: lia supressão desses .produtos<br />

seria a condenacão à morte de milhõe.s de<br />

seres humanos p'e'la fome" com graves prejuízos<br />

para a agricultura.<br />

- xx -<br />

Já fa lamos na contaminacão do leite de<br />

modo qeral. Agora, sem no's determos em<br />

pormen'Ores, assinalemos que em trabalho<br />

publicado na Revista do Instituto Adolfo<br />

Lutz, as pe.squisadoras Maria Elisa de Almeida<br />

e He·loísa Barreto, daquele Instituto,<br />

apresenta m conclusões de análises que procederam<br />

em amostras de leite e que,ijos colhidas<br />

no comércio de São Paulo, tendo em<br />

vista que a F.A.O. tem solicitado essas pe.squisas<br />

para avaliar a quantidade de resí-<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 29<br />

duos de pesticidas ingeridos pe,las popula­<br />

cÕes locais. Informam que a legislação bra­<br />

ileira específica, para a tolerância de re­<br />

síduos de pesticidas em alimentos, não per­<br />

mite- resíduos de BHC no, leite e derivados i<br />

no enta nto, concluem aquelas pesquisadoras<br />

que o leite consumido em São Pa ulo está<br />

contaminado e c:n desacordo cOm a legislação<br />

vigente.<br />

Maria Eli.sa de Almeida e- Heloísa Barreto<br />

concluem, também, que " embora o problema<br />

pertença à Saúde Pública, não é de<br />

solução fácil nem imediatai questão grave<br />

te-m que ser enfrentada e, resolvida cOm entrosamento<br />

de organismos da Saúde Pública<br />

e da Agricultura, no sentido de fiscalizaçã'O<br />

enérgica para aplicação correta de<br />

pesticidas nas lavouras, a fim de e,vitar contaminação<br />

não intencional do gado e conseqüentemente<br />

da carne e do leite", por<br />

razões de saúde pública e razões econômicas.<br />

Impõe-,se a criação de um serviço<br />

nacional pa ra controle de, fabricaçã'O, comércio<br />

e empref:lo de pesticidas. O Instituto<br />

Biológico de São Paulo vem examinando<br />

o probiema em colaboração com a Organizacão<br />

Mundial de Saúde.<br />

Países importadores· de produtos agrícolas<br />

vêm tomando severas medidas para evita<br />

r a importação de produtos com teor de<br />

praguicidas peri gosos para a saúde. No.s<br />

casos em que os níveis desses pesticidas não<br />

satisfaçam a legislação do país importador,<br />

os produtos sã'O devolvidos, como já<br />

aconteceu mais de uma vez com produtos<br />

brasileiros.<br />

Em 1969, a "Food and Drug Administration",<br />

cujo papel essencial é, nos Estados<br />

Unidos, a proteção da saúde pública, sem<br />

responsabilidade em matéria econômica, -<br />

e cuja missão principal é preventiva, - recusou<br />

a entrada naquele país de 1 .,00.0 toneladas<br />

de queijos, que represenfavam um<br />

terço das exportações da França para os<br />

Estados Unidos. Nesse ,a no a França produziu<br />

mais de 650 mil toneladas de queijos,<br />

das quais cerca de 90 mil eram exportadas.<br />

A recu,sa foi motivada pela presença de<br />

pesticidas em quantidade superior à tolerada.<br />

Desde então, o problema da luta contra<br />

os pesticidas na França deixou de- ser problema<br />

apenas dos ecólogos e cientistas. As<br />

pesquisas tornaram-,se- rigorosas e hoje o<br />

DDT é proibido em França para todos os<br />

usos, exceto para um tipo de praga que<br />

ataca o milho. Outros organoclorad'Os foram<br />

proibidos depois de exames de mais de<br />

mil amostras de leite de consumo, e das<br />

quais apenas 8% possuíam menos de 0,3<br />

ppm de BHC. Hoje os queij'Os exportados<br />

digitalizado por<br />

pela França são acompanhados de um certificado<br />

garantindo que os resíduos pesticidas<br />

estão dentro dos limites aceitáveis.<br />

Esse controle prOvocou resultados positivos.<br />

O professor Casalis conta que, de<br />

1969 a 1974, a percentagem de amostras de<br />

leite e queijos, com teor de contaminação<br />

superior ao admitid'O nos Estados Unidos,<br />

caiu extraord inariamente.<br />

Convém as.sinala r aqui que depois do<br />

embargo dos Estados Unidos da partida de<br />

queijo proveniente da França, o problema<br />

de resíduos de pesticidas no leite e derivados<br />

se tornou tão agudo e de atualidade<br />

econômica tão imediata, no que se refere<br />

à exportação, que em fins de 1969 uma<br />

missão francesa foi enviada àquele país<br />

para entrar em contato COm a direção da<br />

"Food and Drug Administration" - acerca<br />

da poluição desses produtos, tanto no que<br />

se refere à aspectos regulamentares quanto<br />

aos métodos de análises. Por coincidência,<br />

a missão fra ncesa ali encontrou, cOm o me'smo<br />

objetivo, uma missão belga. Os relatórios<br />

das duas missões chegaram à mesma<br />

conclusão: a regulamentação americana é<br />

aplicada não somente aos produtos importados,<br />

mas também aos produtos fabricados<br />

no próprio país, e, ainda as tolerâncias<br />

admitidas não tendem a ser atenuadas.<br />

Em 1970, o Dr. R. E. Duggan, espedalista<br />

da Administracão Americana, esteve em<br />

Franca onde m-anteve, contatos com diferentes<br />

eios administrativos e profissionais interessados<br />

no problema da poluição quími·<br />

ca nos gêneros alimentícios, problema conside-rado<br />

cada vez mais importa nte nas trOcas<br />

internacionais destes produtos e mais<br />

particularmente dos produtos do leite. Considera<br />

aquele especiali,sta que, em vista do<br />

crescente interesse dos consumidores pelos<br />

problemas de inocuidade dos alimentos, a<br />

regulamentação americana em r:natéria de<br />

poluição química só pode evolUir em sentido<br />

cada vez mais rigoroso. Nessa mesma<br />

ocasião, o Dr. Duggan exprimiu os desejos<br />

para que fossem multiplicadas as trocas de<br />

inf.ormacões entre os Estados Unidos e os<br />

outros países - ocasião em que os Serviços<br />

franceses interessados imed iatamente responderam<br />

favoravelmente, - para a contribuição<br />

desejável de uma aproximação harmoniosa<br />

das regulamentaçõ.es.<br />

Como resultado destes contatos em França<br />

foram postos em prática métodos de<br />

análises idênticos aos adotados pela F.D.A.<br />

e feito um acordo para este, fim, entre o<br />

LaboratÓrio Farmacêutico de Versalhes, o<br />

Laboratório da Escola de Ind ústrias Agrícolas<br />

e Alimentares de Douai e o Laboratório<br />

Veterinário de La Viletfe. Os aparelhos<br />

arvoredoleite.org


Pág. 30 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revi'sta do ILCT Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 31<br />

---------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------<br />

destes Laboratórios são revistos peri'Odicamente<br />

por especial istas.<br />

- xx -<br />

• Sequndo notícias da Alema nha, o uso<br />

do DDT é ali punido com multa. No Japão,<br />

sua fabricação é considerada ilegal. N'Os<br />

Estados Unidos o DDT está proibido para<br />

usos veterinários e agrícolas. Na Bélgica,<br />

Suécia, Áustria, Finlândia, Itália, Noruega,<br />

Portugal e Holanda seu uso só é permitido<br />

em alÇJuns casos excepci-onais e a presença<br />

de resíduos é controlada. Na Grécia, onde<br />

há regular fabricação de queijos e que é<br />

. país exportador, adotou-se o nível zero para<br />

a tolerância dos organoclorados.<br />

- xx -<br />

• No Brasil o problema vem s€'ndo amplamente<br />

discutido. Há uma corrente favorável<br />

à total proibição do uso do DDT e al­<br />

ÇJuns 'Outros orÇJanoclorados, mas as próprias<br />

autoridades da Saúde Pública e do Ministério<br />

da Aqricultura considera m problemática<br />

esta solução, pois os clorados , são mais<br />

baratos, altamente eficientes e aumentam<br />

as culturas. Sua proibição levantaria ba rreiras<br />

ao desenvolvimento de nossa agricultura.<br />

A medida mais oportuna seria o controle<br />

efetivo da aplicação, conciliando-se .os<br />

interesses econômicos com a necessidade<br />

de preservar o meio-ambiente. Até ag'Ora<br />

as restriçõe·s baixadas pelo Ministério da<br />

AÇJricultura têm sido de alcance duvidoso,<br />

seja devido à falta de fiscal ização mais rigorosa,<br />

seja por insuficiente concretização<br />

por parte dos aÇJricult.ores, pois a assistência<br />

técnica tem estado a cargo dos próprios<br />

fabriccmtes e distribuidores, que não obedecem<br />

às normas internacionais.<br />

Na Bahia, depois de ter havido problemas<br />

com importadores de fumo, exportado<br />

parei a Alemanha, os clorados como o OOT<br />

foram abolidos. Noticiou-se que os Estados<br />

Unidos rejeita ram grandes partidas de carne<br />

exp·ortadas pelo Brasil, por conterem pesticidas<br />

acima dos nív€-is de tolerância. O<br />

Japão rejeitou partidas de soja e consta<br />

mesmo que uma partida de queijo foi rejeitada<br />

pelo Canadá. Recente mente a França<br />

nos devolveu palmitos enlatados, em ce·rta<br />

época facilmente encontrad-os no comércio<br />

em Paris - pela mesma razão.<br />

- xx -<br />

• 'Estudos recentes da UNESCO informam<br />

que em 1971 as perdas agrícolas anuais<br />

atingiram 70 bilhões de dólares. Destas perdas<br />

12% foram devidas a insetos, 12010 por<br />

doenças e 10% por ervas daninhas; assim,<br />

apesar do empreg.o dos pesticidas, um terço<br />

das perdas é devido aos inimigos das<br />

culturas, o 'q ue representa cerca , de 23 bilhões<br />

de dólaresdAs outras perdas são devidas<br />

a fatores contra os quais é difícil lutar,<br />

haja visla o clima. Patenteia-se a absoluta<br />

inferioridade dos homens diante da<br />

monstruosa agressão dos eleme-ntos; ainda<br />

recentemente as águas destruíram 50% das<br />

culturas, o que representa cerca de 23 bimente,<br />

seu rebanho bovino.<br />

O mercado mundial de pesticidas estava<br />

avaliado em 2 bilhões de· dólares e a utilização<br />

racional destes produtos p-oderia<br />

permitir uma economia de 2.0 bilhões anualmente.<br />

A supressão destas armas contra<br />

os inimigos das culturas teria como conseqüência<br />

trazer a fome total para grande<br />

parte da populaçã'O da terra e- qraves preiuízos<br />

para a aqricultura. Necessário é combater<br />

sua toxidez, ensinar e fiscalizar seu<br />

em prego.<br />

Já em 1969, numa reunião da Sociedade<br />

Mineira de AÇJricultura, assinalávamos o pe'rigo<br />

do uso dos organodorados e lembrávamos<br />

pesquisas realizadas a respeito em<br />

'<br />

diversos países.<br />

Necessário e urgente é a maior divulgaçã.o<br />

sobre o emprego racional, 'O uso do<br />

pesticida adequado e sob controle rigoroso.<br />

Em reunião da Federação da Agricultura<br />

do Estado de Minas Gera is, realizada a<br />

25 de iunh'O último, pedimos atenção para<br />

o problema e solicitamos que a FAEMG intercedesse<br />

junto ao Ministéri'O da Agricu ltura<br />

para que houvesse ma ior divulqação,<br />

maior ensinamento e mais rigorosa fiscalização<br />

a respeito d'O uso de pesticidas com<br />

O objetivo de evitar a morte de- animais e<br />

de oessoas. t um apelo que renOvamos nesla<br />

oportunidade.<br />

Inseticidas 'microbianos: O combate às<br />

praÇJas, por mei'O de microrganismos patogênicos,<br />

assinala Santin Gravena, aumenta<br />

de importância à medida que as pe-squi5as<br />

se desenvolvem; a poluição do meio-ambiente<br />

pela irracional aplicação dos inseticidas<br />

orÇJânicos, muito tóxicos, além do<br />

apareciment-o de linhaqens resistentes a este's<br />

produtos, vêm contribuindo para o desenvolvimento<br />

dos novos produtos. Ainda<br />

seÇJundo Gravena, além de outras vantagens,<br />

estes produtos sã-o inócuos para o operador;<br />

não deixa m resíduos e são de baixo<br />

custo. As pesquisas prosseguem com o objetivo<br />

de tentar controlar as pragas mantendo<br />

a alta produtividade- das cultu ras, com<br />

menor poluição do meio-ambiente.<br />

FABRICAÇÃO DO QUEIJO TIPO PRATO<br />

FAZENDO A SALGA NA MASSA (:::)<br />

Curd Salting In "Prato" Cheese Manufacture<br />

Com a finalidade de acelerar e facilitar<br />

o processo de salga, este trabalho visou<br />

fabricar queijo tipo prato, adicionando<br />

o sal diretamente na massa granulada,<br />

após a separação do soro e antes de uma<br />

pe-quena pré-prensagem. As demais etapas do processamento seguiram a5 recomendacões<br />

do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes".<br />

Ensaios preliminares indicaram que há<br />

necessidade de pequenas alterações na tecnolcÇJia,<br />

a fim de obter uma massa um pouco<br />

mais úmida para compensar a desidratação<br />

provocada pelo sal. As mudanças e,fetuadas<br />

foram: maturacão do leite antes da<br />

adição do coalho até tingir 19°0; corte da<br />

massa ligeiramente maior (tamanho 2); ponto<br />

da massa um pouco mais cedo e maior<br />

pres5ã'O na prensagem para unir bem os<br />

grãos. Foram testadas, até o momento, as<br />

proporções de 2,.0, 2,25, 2,5 e 3,0010 de sal.<br />

Proporções acima de 2,0% deram origem a<br />

queijos ligeiramente salgados e houve uma<br />

inibição da cultura láctica de- forma pro­<br />

gressiva com relação ao aumento do teor<br />

de sal. Os queijos obtidos cOm 2,% de sal<br />

apresenlaram 40°/0 de umidade, 1,6% de sal,<br />

características org a nolépticas e fís;co-mecâ­<br />

nicas bem próximas das do controle salga­<br />

do em salmoura.<br />

Exp.<br />

Accacia Júlia J. Pereira (**)<br />

José Sátiro de Oliveira (**)<br />

José Sátiro : Conferência.<br />

Umidade Sal pH<br />

SM SS SM SS SM SS<br />

2,0010 sal (A)<br />

39,8 39,S 1,68 1,59<br />

2 37,2 37,9 1,57 1,57<br />

3 42,4 41 ,2 1,57 1,69<br />

X 39,8 39,S 1,61 1,62<br />

(*) Resumo da pa:estra proferida no ILCT, durante a 26.a Sema na d-o Laticini.sta.<br />

(**) Faculda.de de Tecnologia de Alimentos - Universidade Estadual de Campinas<br />

UNICAM, CETEC, ILCT.<br />

digitalizado por<br />

5,2<br />

5,,0<br />

5,1<br />

5,1<br />

5,0<br />

5,0<br />

5,0<br />

5,,0<br />

arvoredoleite.org


32 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do<br />

Definicão do alimento indicado<br />

como ' ''Queijo''<br />

CLASSIFICAÇÃO DE QUEIJOS (:::)<br />

Nas normas gerais relativas ao queijo é<br />

declarado que somente pode ser denominado<br />

"queijo", o produto fresco ou curado,<br />

obtido depois de ' processo de coagulação<br />

enzimática do leite integrall parcial ou total<br />

mente denatado, creme, S'Dro de manteiga:<br />

matérias-primas utilizadas separadamente<br />

ou em combinação.<br />

O produto enzimático utilizado no processo<br />

de coagulação tem que ser inócuo<br />

para a saúde e permitir a formaçã'D das<br />

características típicas do queijo desejado i<br />

para tantol uma vez que ate-nda a este·s<br />

dois requisito, pode ser de origem animal<br />

(coalho de bezerro) ou também de outra<br />

origem (micl'obiana).<br />

Classificação dos Queijos<br />

Para os queijos, aos quais não foram<br />

estabelecidas nOrmas individuais, as definições<br />

indicam alguns critérios para uma<br />

primeira classificação básica :<br />

a. Queijos não curados e amadurecidos<br />

são os que podem ser consumidos frescos,<br />

após a fabricação, não necesitando de mOdificacões<br />

substanciais ulteriores de caráter<br />

físico-químico ;<br />

b. Queijos curados e amadurecidos são<br />

os que não podem ser consumidos frescotS,<br />

nece-ssitando de um certo período de tempo<br />

e de condições ambientais particulares<br />

(relativas à temperatura e grau higrométrico)<br />

para permitir a obtenção das características<br />

físicas neces,sárias e as transformações<br />

químicas e organoléticas no interior<br />

do queijo;<br />

Cheese C·lassification<br />

Dr. Mário Passani<br />

c. Além dissol se- classificam à parte,<br />

queijos curados ' e amadurecidos com<br />

senca de mofos característicos e<br />

que' se desenvolvem no interior e/ou na<br />

perfície dos mesmos.<br />

d. Outra classificacão fundamenta l<br />

mais completa, ainda referente aos<br />

sem norma individual é a que<br />

além das características de maturacão,<br />

conteúdo de umidade e de gordura. '<br />

',---:--<br />

Mário Passani: Conferênda.<br />

Conteúdo de Umidade<br />

Em relacão à razão existente<br />

dade e fraão de ,sólidos nã'D<br />

preseni'es nó queijo, pode-se rn:nc,rlt:lrrt r<br />

escala de valores relativos à consistência:<br />

queijos extraduros umidade<br />

queijos duros umidade Ofo<br />

queij-os tSemiduros umidade Ofo<br />

·queijos semimoles umidade Ofo<br />

quei,jos moles umidade %>67<br />

(*) Resumo da palestra realizada no Auditório do ILCT, por ocaslao da 26.a Semana<br />

do Laticinistal pelo Dr. Mári,o PastSani, extra ída das "Observações sobre as Nor­<br />

mas recomendadas para queijos.<br />

(**) Técnico da FAO. (Continua na pág. 51 )<br />

Revista do ILer JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 33<br />

PRODUÇÃO HIGIÊNICA DO LEITE COMI<br />

VISTAS A FABRICAÇÃO DE QUEIJOS -<br />

PADRÕES - LEGISLAÇÃO BRASILEIRA<br />

Higienic Milk Production for Cheese Making.<br />

O conferencista ao aborda r o assuntol<br />

deu ênfase à necessidade de uma produçã'o<br />

higiênica do leite quando o produto a ser<br />

obtido detina-se a alimentação humanal<br />

seja como leite pasteurizado de consumo<br />

direto, sei a como queijo, iogurte, ou outro.<br />

Após definir leite, de acordo com o Congresso<br />

de Pa ris - 1910, como sendol "O<br />

produto da ordenha total e ininterrupta de<br />

uma vaca leiteira sã e bem nutrida, colhido<br />

com propriedade e não conte·ndo co-<br />

10stro"l chamou a atenção para o fato de<br />

que, sendo o lei.te um alimento altamente<br />

nutritivo, está ele exp'Dsto ao ataque de variada<br />

Ç1 ama de microrç:Janismos. Assim, há<br />

razão de cuidados ç:Jerais:<br />

- quant-o a hiç:Jie-ne do estábulo/retiroi<br />

- quanto a hiÇ1iene do animal i<br />

quanto a higiene do ordenhadorlordenha;<br />

- quanto a higiene do vasilhamei<br />

- qua nto a coagem do leitei<br />

- em relação a temperatura/tempo ;<br />

- antes e durante o transporte- do leite<br />

até à indústria;<br />

- na indústria.<br />

Posteriormente, foram feitos comentários<br />

sobre cada um deses itens:<br />

HIGIENE DO ESTÁBULO/RETIRO<br />

"O estábulo leiteiro, de um modo quase<br />

que geral, aprese·nta-se em melhor condição<br />

hiÇ1iênico-sanitária se o compara rmos a o<br />

retiro. Este último, responsável pelo maior<br />

volume de leite destinado às indústriatS de<br />

nosso país, constitu i-se- no grande problema<br />

quando pensamos e estamos conscientizados<br />

de que somente poderá ser obtido<br />

um produto de laticínios de hoa qua l idafabricado<br />

a partir de um leite<br />

obtido.<br />

o,s hábitos herdados e· que lamentapassam<br />

de pais para filhos atra-<br />

Standards and Regulations<br />

Dr. José Pinto da Rocha<br />

Médico-Veterinário<br />

vés dos anos. t o leite "tirado" em mei'D à<br />

poeira nos períodos de secas, e em meio<br />

à lama nas épocas das "ágúas". Daí, a necessidade<br />

de tSe-rem tomadas medidas e<br />

providências em defesa da saúde pública,<br />

em defesa do próprio parque industrial,<br />

em defesa do técnico que é ,obrigado a<br />

opera r verdadeiros milaÇ1res, porque some-nte<br />

fazendo milagres consegue ele fabricar<br />

queijos e outrOs produtos lácteos a partir<br />

da matéria-prima ainda hoje d;ponível .<br />

P'or isso, o produtor dentro em breve será<br />

"chamado" a participar do processo de<br />

melhoria da qualidade do leite, passando a<br />

realizar as ordenhas em locais adequados,<br />

simples, porém que atendam a um mínimo<br />

indispensável em termos de- higiene do ambiente,<br />

do animal, da ordenha, do ordenhador,<br />

do vasilhame, do leite.<br />

Para tanto, torna-tSe imprescindível que<br />

esse local seja coberto, tenha o seu piso<br />

imj:ermeabilizado e disponha de água corrente<br />

de boa qualidade e em quantilade<br />

suficiente. Sem áÇ1ua abundante e em cOndições<br />

de pota bilidade jamais teremos hiç:Jiene."<br />

HIGIENE DO ANIMAL<br />

"Todos nós sabemos que quanto mais suia<br />

a vaca, tanto pior a qualidade do leite.<br />

Isto porque, é tSabido que as sujidades esponta<br />

ne'a mente desprendidas do corpo do<br />

a nimal, somadas àquelas provenientes do<br />

ambiente, do ordenhador, do vasilhame e<br />

a tantos outros elementos são resp-onsabilizadas<br />

por uma cargo<br />

.<br />

microbiana já bastan-<br />

te considerável.<br />

f.ssas sujidades representam uma contaminação<br />

pe'rigosa e que explicam grande<br />

parte da presença de ç:Jermes do Rrupo colíforme<br />

no leite e seus derivados, indicadores<br />

de contaminação fecal."<br />

Resumo da Conferência proferida pelo méd ico-ve'terinário dr. José Pi nto da Rocha,<br />

Diretor da Divisão de Inspeção de Leite e DerivadotS, do Departamento Nacional<br />

de Inspeção de Produtos de Orige.m Animal - Ministéri'D da Agricultura - durante<br />

a XXVl.a Semana do Laticinista/Juiz de Fora/MG.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 34 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

RElACÃO LIMPEZA DO ANIMAL<br />

. QUALIDADE DO LEITE<br />

(ORDENHA TOTAL)<br />

úbere lavado (água +<br />

sabão) .............. . 168.0,00 germes/cm3<br />

úbere não lavado .. 1.765.0,00 germes/cm3<br />

(Homero Duarte)<br />

HIGIENE DO ORDENHADOR/ORDENHA<br />

"O ordenhador igualmente representa<br />

um papel fundamental quando o objetivo<br />

é a produção higiênica do leite. Portanto,<br />

não há como se· dispensa r a limpeza de<br />

suas mãos pela utilização de água, sabão<br />

e/ou solução detergente, sua uniformização,<br />

sua educação para que apresente hábitos<br />

higiênicos não fumando durante a ordenha,<br />

não cuspindo no piso, nã'Ü adota ndo<br />

uma série de· atitudes incOnvenientes e<br />

nada compatíveis com o seu trabalho. Imj::ortante<br />

é ainda con.scientizá-Io para a necessidade<br />

de rejeitar os primeiros jatos de<br />

leite em caneca apropriada para tal."<br />

NúMERO DE BACTéRIAS NO LEITE<br />

1.0 + 2.° jatos ....... .<br />

5.° -;- 6.° jatos ....... .<br />

9.° + 10.° jatos ...... .<br />

últimos jatos ......... .<br />

(observações<br />

5.591 germes/cm3<br />

2.,096 germe-s/cm3<br />

430 germes/cm3<br />

144 germes/cm3 ,<br />

de Vieira de Sá)<br />

Primeiros iatos ........ 19.,000 germe.s/cm3<br />

Ao meio da ordenha .. 480 germes/cm3<br />

Ao final da ordenha . 360 germes/cm3<br />

(-observações de Orla Jansen)<br />

1.0 jato ............... 165.000 germes/cm3<br />

2.° jato ............ ... 88.000 germes/cm3<br />

3.° jato ............... 48.000 germes/cm3<br />

A.o meio da ordenha .. 9.95.0 germes/cm3<br />

Ao final da ordenha 3.850 germes/cm3<br />

(observações de Homero Duarte)<br />

HIGIENE DO VASILHAME<br />

"Outro fator que contribui sobremaneira<br />

para a qualidade do leite, é o cuidado<br />

dispensado ao vasilhame. Esse, sujo ou mal<br />

lavado, deve ser considerado como uma<br />

das maiores fontes de conta minacão do<br />

leite:'. Importante a inda consideramos o<br />

material de sua fabricação, seu tipo e for<br />

ma, daí somente 'ser permitido o vasilhame<br />

(latão r:ara leite, balde, coador, etc.) em<br />

aço inoxidável, ferro estanhado ou plástico,<br />

com bordos arredondados sem formar cantos<br />

vivos. O balde de ordenha deverá ser<br />

apr-opriado apresentando abertura lateral.<br />

Para higienização desse vasilha me, recomenda-se<br />

solução ' detergente' e solução<br />

com hi,::oclorito de sódio (duas colheres (de<br />

sopa) em dez litros de água)."<br />

RelAÇÃO LIMPEZA DO VASILHAME - QUALIDADE DO LEITE<br />

Vasilhame mal limpo ............................. 61 8.00,0 germes/cm3<br />

Vasilhame cOmumente limpo ...................... 24.,0,00 germes/cm3<br />

Vasilhame cuidadosamente limpo .... ,............ 335 germes/cm3<br />

(observações de Harris'Ün)<br />

Latão não lavado (apenas escorrido) .......... ..... 10.692.000 germes/cm3<br />

Latão lavado com água fria .................... . 180.280 germes/cm3<br />

Latão lavado e vaporizado ...................... . 478 germes/cm3<br />

(observações de Homero Duarte)<br />

Latão lavado com água fria ....... .............. 102.2,00 germes/cm3<br />

Latão lavado com água quente + escova ....... 1.175 germes/cm3<br />

Laão I ? vado e vaporizado + escova + vapor (por<br />

dOI·s minutos ........................ . ......... .... 4.333 germes/cm3<br />

(observações de Homero Duarte)<br />

COAGEM DO LEITE<br />

"Tem por finalidade eliminar as impurezas<br />

incidentalmente caídas no leite· por<br />

ocasião da 'Ordenha. Para essa operação é<br />

terminantemente proibido o uso de panos."<br />

RELAÇÃO TEMPERATURA/TEMPO<br />

"Até certos limites o. número de microrganismos<br />

contidos no leite está condici'Ü-<br />

nado a temperatura em que este leite é<br />

conservado, bem co mo ao tempo de sua<br />

permanência nessa mesma temperatura .<br />

Portanto, é fundamental a redução da temperatura<br />

do leite I-ogo após a ordenha, podendo<br />

essa redução ocorrer, pre'ferentemente,<br />

pela in.stalação de resfria dores ou até<br />

mesmo, pela imersão dos latões em água<br />

corren1e."<br />

Revista do ILeT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 35<br />

RELACÃO TEMPERATURA - NúMERO<br />

.<br />

DE GE,RMES/cm3<br />

ooe ............ 2.400 germe-s/cm3<br />

40( ............ 2500 germe-s/cm3<br />

50e ............ 2.600 germes/cm3<br />

60e ............ 3.1.00 germe-s/cm30<br />

100( . ........... 11.600 germes/cm3<br />

1 30( ............ 18.8:00 germes/cm2<br />

160( ............ 1 80.0,00 g e rm es/ cm3<br />

200( ............ 450.00,0 germes/cm2<br />

300( ............ 1.400.,000.,000 germes/cm3<br />

350( ............ 25.0.00.000.000 germes/cm3<br />

(obser ações de Davis - 24 horas - mesmo<br />

leite)<br />

AMOSTRA I<br />

Qoe ............ 13.550 germes/cm3<br />

50( ............ 18.650 germes/cm3<br />

80( ............ 30.,000 germes/cm3<br />

150( ........ .... 570.000 germes/cm3<br />

200( ............ 12.7.00.000 germes/cm3<br />

320( . • • . . • . • . • • • 915.00.0.00.0 germes/cm3<br />

370( ............ 12.300.0,00.,0,00 germes/cm3<br />

AMOSTRA 11<br />

OO( . . ... . .. . ... 92.000 germes/cm3<br />

50e ............ 1 <br />

45°( ............ 1.890.,0,00.000 germes/cm3<br />

AMOSTRA 111<br />

.o0( ........ 2.190.000 germes/cm3<br />

50( • • • • . • • . 3.265.000 germes/cm3<br />

1.O0( • • . • • • • • 3.875.,000 germe-s/cm3<br />

15/1 6°( ........ 23.200.000 germes/cm3<br />

201210( . . . . . . . • 305.00.0.000 germes/cm3<br />

25/260( ........ 2.960.,000.00,0 germes/cm3<br />

32°( ........ 37.900.0.0.0.000 germes/cm3<br />

37°( ........ 41 8.0,0,0.000.00,0 germes/cm3<br />

45°( ........ 14.1 00.000.000 germes/cm3<br />

(observações de Homero Duarte)<br />

TRANSPORTE DO LEITE DA ZONA<br />

DE PRODUÇÃO À INDúSTRIA<br />

"Esse transporte deverá 'Ocorrer nas primeiras<br />

horas da manhã quando a temperatura<br />

está mais amena.<br />

Torna-se de- todo necessário, portanto, o<br />

de, horários das diferentes<br />

, considerando-se o temp'Ü decorri­<br />

entre a coleta do leite na zona de pro­<br />

até a sua chegada à indústria.<br />

digitalizado por<br />

José Pinto da Rocha: Conferência.<br />

Dura nte- os momentos que antecedem à<br />

chegada do veículo coletor, deverá -o latão<br />

de leite permanecer protegido dos raios solares<br />

e chuvas, sendo para tanto obrigatária<br />

a construção de abrigo, mesmo aquele<br />

do tipo rústico.<br />

Um fator de granç:le- importância para<br />

a quaiidade do leite, diz respeito à proibicão<br />

da medicão e transvase em ambientes<br />

que exponha o produto a contaminações.<br />

Há de ser considerado ainda que o veículo<br />

coletor seja dotado de toldo e provido<br />

de molas. O transporte deverá processar-se<br />

com a máxima rapidez e eHciência,<br />

já que é imprescindível o cumprimento de<br />

horário previsto pela legislação viÇJente para<br />

entre'ÇJa do lei'te à indústria; até às 11 h<br />

do dia com tolerância máxima até às 12 h,<br />

independentemente da classificaçã,o ou categoria<br />

do estabelecimento. Em casos excepcionais<br />

(chuvas constantes que dificul·<br />

tem o acesso do veículo cole-tor à zona' de<br />

produção e desta à indústria; enguiços de<br />

veícul-os) a inspeção federal local poderá<br />

autorizar o rece1bimento do leite após o<br />

horário estabelecido."<br />

Se-guiram-se comentários sobre os cuidados<br />

a serem observados na indústria<br />

quanto a:<br />

a. RE(EPÇÃO<br />

"(onforme especificaçã'Ü prevista na<br />

legislação".<br />

b. EXAMES E SELEÇÃO<br />

"Aqueles estabelecidos pelo RegulamenJo<br />

de Inspeção Industrial e Sanitária<br />

de Produtos de Origem Animal<br />

- RIISPOA":<br />

- caracteres organolépticos;<br />

- determinação do grau de impurezas<br />

- lactofiltração ;<br />

- determinaçã'o da acidez - Dornic;<br />

- prova do álcool e do álcool aliza-<br />

arvoredoleite.org


Pág. 36 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCi<br />

- prova da densidade;<br />

- prova do teor de ç:jordura ;<br />

- pesquisa de cOnservadores/inibidores<br />

;<br />

- crioscopia - pesquisa da adição<br />

de água;<br />

. - prova da redutase. ·<br />

c" PESAGEM DO LEIT (EM BALANÇA<br />

QUANDO O VOLUME DE RECEPCÃO<br />

DA INDOSTRIA FOR IGUAL OU ' SU­<br />

PERIOR A 10.,000 LITROS/DIA);<br />

d. PRE-BENEFICIAMENTO;<br />

e . BENEFICIAMENTO;<br />

f. HIGIENE DAS INSTALACÕES/EQUI-<br />

,<br />

PAMENTO;<br />

g. AGUA DE ABASTECIMENTO;<br />

h. REDE DE ESGOTO;<br />

I. MA NUTENCÃO DA INDOSTRIA EM<br />

PERFEITAS CONDICÕES DE FUNCIO-<br />

NAMENTO". '<br />

(Continuação da pág. 24)<br />

A. para a Cooperativa cOmo um todo:<br />

o o ponto de nivelamento permite apreciar<br />

as'margens de seguranças com que a<br />

cooperativa pode contar para enfrentar as<br />

variações dos preços dos fatores de produção,<br />

insumos e serviços e, as variações dos<br />

preços de mercado para os bens p'Or ela<br />

produzidos, por inlerferirem diretamente no<br />

volume dos ne'gócios, isto é, na de.spesa e<br />

nas receitas totais do exercício fina nceiro;<br />

o oferece condições de análise isolada<br />

e em conjunto (agregado) sobre o efeito<br />

das variações dos preços, causando modificações<br />

nos custos operacionais e na receil-a<br />

total, permitindo julç:jar:<br />

- a perfOrmance da cooperativa;<br />

- a tecnologia empreç:jada;<br />

o poder de decisão do administrador;<br />

• condiciona, pelo conhecimento da receita<br />

e despesas, julgar o empreendimento<br />

e/ou de mercado (procurar outro mercado<br />

lise econômica realizada, deliberar sobre a<br />

mudança de em preendimento, de lecnologia<br />

e ou de mercado (procurar outro mercado<br />

para seu produto);<br />

• mostto 'o área de prejuízos e de lucros<br />

que a cooperativa enfrenta, com a combinação<br />

dos recursos disponívei.s empregados<br />

e os preç'os viç:jentes, dando ao administrador<br />

a capacidade de decidir face as diferenças<br />

positivas entre receitas e despesas<br />

e, a capacidade instalada empreç:jada na<br />

Em seç:juida, o conferencista em rápidas<br />

palavras procurou situar a posicão do Bra­<br />

sil no "Comitê Mi.sto FAO/OMS de Peritos<br />

Governamentais sobre o Código de Princí­<br />

pios referente's a Leite e Produtos Lácteos";<br />

Comitê esse, responsável pelo estabeleci­<br />

"mento de padrões para os produtos de la­<br />

ticínios.<br />

Na ocasião, o Dr. Jo.sé Pint·o da Rocha<br />

deu conhecimento ao plenário das proposições<br />

apre'sentadas e defendidas pelo nOsso<br />

país durante o XVII Período de Sessões rea­<br />

!izado em Roma, no período de 14 a 19 de<br />

abril do corrente ano.<br />

Para finalizar, o conferencista fa lou sobre<br />

o andamento da atualização do Regulamento<br />

de Inspe'ção Indu.strial e Sanitária<br />

dos Produtos de Origem Animal, s'olicitando<br />

a colaboração dos técnicos presentes,<br />

no sentido de que passem a enviar à Diretoria<br />

da DILEI/DIPOA em Brasília, sugestões<br />

à reforma.<br />

produção e .s e há economicidade, ou não em<br />

dar pieno empreç:jo ao restante dos fatores;<br />

• indica, nas diversas flutuacões dos volun:es<br />

l'Otais das receitas e despesas, qual<br />

serIa o limite mínimo da capacidade instalada<br />

para que não .se registre prejuízos;<br />

• finalmente, ajuda a dete'rminar o ç:jrau<br />

de estabilidade da cooperativa face· as variações<br />

da procura de seus produtos. Quanto<br />

mais baixo for o ponto de nivelamento<br />

observado, tanto mais asseç:jurada será a<br />

flexibilidade de operação, quanto a seç:jurança<br />

econômica e financeira.<br />

B. para ç:jrupo de cooperativas:<br />

• a média ponderada das cooperativas<br />

estudadas nas amostragens estratificadas revela<br />

o ponto de nivelamento que possivelmente,<br />

dentro de sua ponderação, cada<br />

uma apresenta ria;<br />

• permite, no curto prazo, realizar previsões<br />

de suas receitas e despesas totais;<br />

• proporciona determinad·o ç:jrupo de informações<br />

de rele'vante importância para o<br />

planejamento das cooperativa.s analisadas,<br />

facilitando sua acão na comercializacão . da<br />

zona ou região á que pertencem;<br />

• indico, nas pes-quisas, quando o setor<br />

analisado está carente de planejamento ei<br />

ou reorç:Janização, que· estes trabalhos não<br />

sejam realizados para o nível de produção<br />

inferior ao do ponto de nivelament'O encontrado.<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 37<br />

A INDÚSTRIA DE LATiCíNIOS BRASILEIRA<br />

,A indicação de minha pessoa, por defe­<br />

rê,ncia muito especial do nosso parHcular<br />

amigo e iDiretor dest·e INSTITUTO DE LA­<br />

TICTNIOS, o ,Professor ,Cid Maurkio 'Stehling,<br />

como participante dos conferencistas que<br />

aqui v,irão apresentar trabalhos para co­<br />

nhecimentos dos 'Iatióni'stas brasileiros du­<br />

ra nt,e esta XXViI,a SBMANA .00 tATI'CINIS­<br />

TA, deixou-nos, confesso, bastante preocu­<br />

pados, uma vez que, apesar de não nos fal­<br />

tar o desejo sincero de dar a nossa modes­<br />

ta colaboração à altura que merece este<br />

seleto auditório, temos ,nossas dúvida's 'quan­<br />

to ao fiel ,desem penho do 'que os amigos<br />

poderiam esperar. Por 'nos faltarem, poré'n :,<br />

conhecimentos técnicost procuraremos utI­<br />

lizar :de observações tiradas de nossa v,ida<br />

profissional, dedicada aos trabalhos e estu­<br />

dos da. i.ndústria de ,laticínios de nossa .pá­<br />

tria, razão pela qua.l, ainda que rec,osos,<br />

mas conhecendo o carinho sempre dIspen­<br />

sado por esta CASA, aos que têm ocupado<br />

esta tribuna, hoje aqui ,nos encontramos . P­<br />

ra procurar atender, dentro de nossa :llml­<br />

tada capacita ção, a incumbência recebIda ..<br />

Nesta oportunidadet desejamos saldar<br />

uma dívida de gratidão 'que temos com os<br />

TECNICOS EM LAncrNlos aqui formados,<br />

com os quais temos convivido nestes 26<br />

anos, aqui e lá fora, n ,?s trabal<br />

.<br />

hs .<br />

que ?<br />

nossa profissão de médl,co v,eterInano latI­<br />

cinista colocou em contato consta,nte e per­<br />

manente com ,estes moços, e como honra a ?<br />

mérito dividir com eles 0'S trabalhos realI­<br />

zados, ' e de público, agradecermos sensibilizados<br />

com um muito obrigado, por tudo<br />

que nos foi dado aprender em ,sua compa­<br />

nhia.<br />

Dos idos tempos do saudoso ASSIS RI­<br />

BEmO, até a pnesente data, ·centenas de<br />

HOBHES, de JOSES FURTADOS, de' BON­<br />

T6MPOS, de EOLOS, de MAZINIS, de LOTTS,<br />

de SAN'HAGOS, de C IiDS , de OSMARES,<br />

nos mais distantes rincões do t,erritório na­<br />

ciona,I, -num trabalho anônimo e silencioso,<br />

The Dairy Industry in Brazil<br />

digitalizado por<br />

- Os Progressos teonológkos alcançados e<br />

a's dificuldades atuais.<br />

- A Contribuição dos Técni ,rece<br />

bendot não pode, em absoluto, ser malba­<br />

ratado e na -certeza que o ,trabalho destes<br />

mocos ,continuará no mesmo diapasão, va­<br />

mo procurar mostrar, em Hnhm gerais, s,em<br />

especificações detalhadas, o que se tem co­<br />

seguido nestes 26 anos de .Iuta, na melhOrIa<br />

dos produtos elaborados pela indústria de<br />

latidnios.<br />

Começaremos com o produto outrora bási,co<br />

da indústria, hoje já catalogado como<br />

subproduto - A 'MANliEIGA.<br />

Quem de nós poderia supor que dos cre­<br />

mes velhos e transportados - em -latões na<br />

maioria das vezes enferrujados, pelas fer­<br />

rovia,s, pelos caminhões, estocados em pre­<br />

caríssimas ,condicões de temperatura ,e de<br />

higiene, das velhas bat,edeiras de madeira,<br />

das espremedeiras rotativas, das salgas em<br />

mesas de madeira ,pa,ra melhorar a ",desso­<br />

ragemlJt dos envas'es feitos a mãot onde a<br />

aplicacão do frio se restringia, assim mes­<br />

mo, em pouqu ís-simas fábricas "adiantadas",<br />

arvoredoleite.org


Pág. 38 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILeI r<br />

pela adiçãO' de gelo pi1cado ao creme no hoje ,capa-citados a empregar com conheci. !<br />

momento da bateção, chegássemos, como mento de causa, a utilizacão dos recursos ,-<br />

chegamos hoje, 'senão a uma fabricacão tecnológico qu os países adia tados em.<br />

perfeita e t,ecnológ,i'ca, pelo menos, a ob- pr'egam. Nao eXiste segredo técnico no ma.<br />

tenção de um produto bom e em condicões nuseio de . máqui,nas de fabrj.caço contínu t<br />

de discuti r o problema em nível elevado. da manteiga, atualmente produzida :por dl- '<br />

Quem de nós não teve, ao enfrentar o<br />

problema naquela época, desejo de desistir,<br />

tão grandes e supostamente insolúveis as di-<br />

versas firmas, todas baseadas no 11 Apare-<br />

lho de 'fritzll, 'q ue o técnico · bmsileiro não<br />

esteja capacitado a utilizar. Nossa tecnolo-<br />

ficuldades encont.radas ? 'Cada fase da fa- gia é idênti-ca à dos países adiantados e<br />

bricação da manteiga, ao ser ana,lisada,<br />

continha em s-i, uma série de entraves, alia- mando, a eX'l?ortação feita em 1974 por firdos,<br />

ainda por cima, da natura l desconfiança<br />

do mi'neiro, sempre temeroso quando de manteiga extra, de fabricacão ,contínua<br />

é chamado para novos investimentos finan- e do processo clássico, ,cujos resultGdos fíceiros,<br />

mormente com prognósticos desco- si,co-químicos e bacteriológicos do país imnhecidos.<br />

As aquisições de novos utensílios portador - a I,nglaterra - clas's ificou o nose<br />

maquina ria's, de ICUstOS elevados, para so produto na categoria de EXTRA, enche<br />

que a tecnologia moderna da fabricação de de júbi.lo a indústria brasileira de 'laticínios.<br />

apenas como subsídio do que esta mos afir-<br />

ma nacional, a ,CCP'R, de 1.100 toneladas<br />

mantei'ga pudess'e ser apl,icada, não foram Pelas razões apresentadas, torna-se des-<br />

fáceis. necessário justificar uma certa preferência<br />

Não fora, a'ntes até dos resultados obti- do t'écnico em lat,idn ios ao i'ngressar na<br />

dos pela nova tecnologia, o trabalho de ca- indústria, escolhendo a secão de fabrica-<br />

tequização r,ea lizado pelos técn.icos, com ção de mantei'ga. O que 'estamos tentando<br />

perseverança e teimosia, -colocando muitas<br />

vezes em jogo seu vínculo em pregatício com<br />

o industrial, não teríamos atingido a etapa<br />

tecnológi,ca em que hoje nos encontramos.<br />

Na atualidade, qualquer indústria de laticínios<br />

em 'que o técnico é chamado Ipara<br />

prestar sua val iosa colaboracão, não mais<br />

precisa preocupar-se ,com es'tes probl'emas<br />

demonstrar aos senhores é o gabarito des-<br />

tes té'cnicos, que inteirament'e à vontade<br />

para os trabalhos afetos exigi,dos na fa-<br />

bricação de manteiga, 'não mais dependem<br />

de IIknow howll ,estrangeiro para poder en-<br />

tregar ao consumidor, nacional ou estra n-<br />

geiro, aqu,i lo que se prontificou a elaborar<br />

e s'er tecnicament'e chamado de MANTEIGA.<br />

já superados. Claro está que, hoje em dia, ,cada ,fase da<br />

fabricação de manteiga, exige do técnico,<br />

se da mi1crobiologia láctea, dos benefícios<br />

que oferece ao uti,lizar-se do trabalho hioquími,co<br />

das badérias lácticas. Do conhecimento<br />

dos germes acidif.icadores e aromatizantes,<br />

dos percentuais corretos da distribuição<br />

Idos glóbulos de gordura contidos no<br />

creme, ,do emprego do frio para crista-lização<br />

destes glóbulos para uma perfeita bateção,<br />

das ,conseqüências do carregamento<br />

uma sene de conhecimentos que, interliga-<br />

dos, nas -fases subseqÜ'ent,es, virão mostrar-<br />

-:nos o conjunto de um produto perfeita-<br />

mente elaborado. O 'que damos ênfa'se nes-<br />

te :particular é a auto-suficiência técnica al-<br />

ca-nçada pela indústria de laticínios brasi-<br />

leira, na fabricação da manteiga. Não esta-<br />

mos com isto afirmando que toda a mantei-<br />

ga elaborada em nosso País seja extra e de<br />

Sua ,linguagem com o industrial é na ba-<br />

das batedeiras influindo na ,qualidade do<br />

excelente -qual-idade. Muitas indústrias que<br />

produto, da pur-eza bacteria-na necessária exp.loram este produto, ,ainda estão atrasada<br />

água em.pregada na lavagem da mantei- das em sua tecnolog ia. O que deslejamos<br />

ga e de sua 'constitu-ição, ,dos requisitos exi- dizer é que, para mudar métodos obsoletos<br />

gidos para o sal empregado, das implica- e já ultrapassados, infel izmente ainda usações<br />

que os utensílios e maquinar,ias de aço dos, não precisamos recorrer a II know how"<br />

inoxidável exig,em ,por ocasião do emprego importado, uma vez que o gaba rito dos<br />

dos -detergenes usados para sua limpeza. nossos técnicos atende perfeitamente e com<br />

A diferenca como os senhores estão vendo absoluta segurança, os múltiplos 'conhecié<br />

muito g'rande. Até mesmo para a trami- mentos que este produtO' exige .para ser tec-<br />

ção dos procedimentos descontínuos quan- nica mente fabricado. Faltam-nos, isto sim,<br />

do a única maneira ,de se fazer manf.eiga,<br />

era dividir os cremes em pequenos ,lotes colocados<br />

nas bat,eideiras, para o processo<br />

condições apropriadas de trabalho, por di-<br />

fi.culdades i,ndepe,ndentes ,de nossa vontade,<br />

contínuo não tem exigido tanto sa'crifício nunca conhecimentos de como real izá- los<br />

como no passado. Demos -inegavelmente conforme a moderna tecnolog ia exige.<br />

um grande passo na tecnologia da fabricação<br />

de manteiga. Acompanhamos e estamos<br />

Isto posto, vamos ,deixar este assunto,<br />

sumariamente aborda-do para entrar, ainda<br />

Revista do ILeT JULHO A OUTUBRO DE 1975 , Pâg. 39<br />

que em I,inhas gerais também, no produto<br />

que 'consideramos como o mais difícil de<br />

ser trabalhado ,dentro da indústria de laticínios<br />

- o QUEIJO.<br />

O próprio tema escolhido para a preferência<br />

dos trabalhos desta SEMANA - A<br />

Indústria de Queijo no Bmsil. Tecnologia,<br />

Pa drões e ,Comercialização, irá nos mostrar<br />

os variados e múltiplos problemas que a<br />

indústria vem en.contrando, para poder<br />

apresentar ao consumidor um produto que<br />

atenda aos padrões dos denominados<br />

11<br />

quei'jos finO'sll •<br />

Com referência ao 'capítulo QUEI'JOS,<br />

vamos encontrar uma série imensa ae fases,<br />

podendo mesmo o técnico -dar-se ao luxo<br />

de pes1quisar em cada uma, os fenômenos<br />

fundamentais que .se processam desde a<br />

coagulação e durante toda a vida do produto,<br />

abrangendo .portanto um dos problemas<br />

mais complexos da Bioquímica das<br />

substâncias alimentícias, po,is o QUEIJO<br />

nada mais é do que o resultado global de<br />

uma série de var-iados fenômenos.<br />

Desde a fermentacão da lactose em ácido<br />

lático e a degradação dos ladatos, proteolisis,<br />

desaminação e -descarboxilação, lipolisis<br />

e a degradação dos ácidos graxos,<br />

acrescidos às ações sinergét,icas das substâ<br />

ncias sápidas, as reações ácido-básicas,<br />

o queiio nos oferece um vasto campo para<br />

estudos e pesquisas.<br />

Podemos, pois, consider.ar o queijo como<br />

um cultivo sólido que pode torná--lo mais<br />

ou menos sel'etivo e como um substrato de<br />

enzimas, cujas atividades se contrO'lam. Os<br />

cuidados dispensados ao 'queijo durante a<br />

maturação contribuem ,para esta seleção e<br />

controle. A relação superfície-peso é uma<br />

caraderística importante na maturação dos<br />

queijos de massa bra nda. A extraordinária<br />

importância da dessoragem influindo na<br />

maturação, uma vez que sendo as bactérias<br />

láticas responsáveis pela tra nsformação da<br />

lactose em ácido láhco, regulando seu pH,<br />

ainda são produtoras de enzimas proteolíticas,<br />

edocelulares e endocelulares.<br />

Se pudéssemos dividir a maturação dos<br />

distintos ti:pos de queijos em duas fases,<br />

chamaríamos ,a primeira de pré-maturação,<br />

na qual se verifi-cam -as trocas da lactose e<br />

a degradação primária da caseínaj a segunda,<br />

ou seja a maturacão principal, seria<br />

aquela em que, à cu'sta dos produtos<br />

forma dos pela primeira, se formam sabores<br />

e o aroma do produto. A degradação<br />

protéica dos qu,eijos é devida especial mente<br />

aos ,enzimas do coalho e dos microrganismos.<br />

Por isto, as proporções a,dequadas<br />

entre enzim a's do coalho e enzimas proteolíticas<br />

das bactérias láticas é de suma im-<br />

digitalizado por<br />

portância. O excesso de uma ou outra no<br />

queijo pode causar anormalidade na ma ­<br />

turação e, em conseqüência, defeitos graves<br />

no produto.<br />

Daí a importância que representa o emprego<br />

do coalho, infelizmente em nosso<br />

meio relegado a um pLano s'ecundá rio( pelas<br />

dificuldades de sua obtencão em escala<br />

Indústria de Queijo no Brasií. Tecnologia,<br />

nacionais existentes e dos importados, não<br />

controlados, cuja aplicação inadequada tem<br />

causado uma série de _problemas aos nossos<br />

queijeiros.<br />

Todos a'qui sabem o qua-nto as enzimas<br />

afetam diretamelnte a vida. O seu uso controlado<br />

pode ter um efeito potencialmente<br />

eterno sobre todos os seres vivos deste<br />

planeta. N-a área médica e farmacêutica( as<br />

enzimas são usadas no tratamento de doenças<br />

ligadas à dig,estão dos alimentos, em<br />

métodos diagnósticos, no tratamento das<br />

leucemias e, entre outros, no tratamento das<br />

inflamacões.<br />

Para' que se telnha uma pequena idéia<br />

de sua importância, citaremos :que, somente<br />

como produtos digestivos, representa m<br />

um mercado anual da ordem de 20 milhões<br />

de dói-ares na Europa e 10 milhões de<br />

dólares no Japão.<br />

A obtenção de enzimas é feita por métodos<br />

extrativos, a partir de órgãos de animais,<br />

de plantas e de microrganismos. A<br />

tecnologi,a moderna possibilita separar enzimas<br />

e utilizá-Ias na indústria, para ativa r<br />

processos de lermentação, de dig estão de<br />

alimentes, de sínteses de novm substâncias<br />

e de destruição de substâncias tóxicas.<br />

Em muitos dos processos industria-is e<br />

princi palmente na indústria queijeira, as enzimas<br />

oferecem várias vantagens comparadas<br />

aos reagentes químicos convencionais,<br />

especialmente como é de nosso interesse,<br />

no processamento da fabricação de queijos.<br />

O desenvolvimento da tecnologia de enzimas<br />

é de grande interesse no mundo moderno,<br />

tendo um mer,cado amplo que garante<br />

sua produção em alta escala.<br />

No Brasil, a expansão da agropecuária<br />

e da agro-i,ndústria, a disponibilidade de<br />

matérias-primas de origem animal e vegeta l,<br />

e a s condicões do mercado nacional e internacional'<br />

nos últimos anos, oferece um<br />

suporte excelente e necessário à implantação<br />

desta indústr,ia. 'E é neste particular que<br />

desejamos trazer ao conhecimento dos senhores,<br />

que o nosso País acaba de entrar,<br />

pra valer mesmo, nesta indústria.<br />

Em recente artigo de 11 0 Globoll, publicado<br />

em janeiro deste ano, tomamos conhecimentO'<br />

da imtalacão na cidade de<br />

Montes Claros, em noss Estado, em terre-<br />

arvoredoleite.org


Pág. 40 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCI<br />

no de 40 . .Q,00 m 2 , dentro da área da SU­<br />

DENE, da BIOQUf;MICA .0,0 BRASIL S.A.. -<br />

BIOB'RÁ'S, ,empresa que tem por fina,lidade<br />

produz,ir enzimas, ,proteí.nas e produtos correlatos,<br />

para comercialização nos mercados<br />

internos e de ex'portação. Para isto, estão<br />

realizando um invest,imento de .(r$ 55 milhões<br />

'que possibi,j,jtará uma produção de<br />

cerca de l'Ü.0 toneladas de enzimas.<br />

Compõe-se a HIOBRAS de uma equipe<br />

técnica, de 20 profissionais , altamente qua­<br />

lificados, com capacitação de PhD (Doutor<br />

em Filosofi,a) em Bioquími'ca, Doutores em<br />

Medicina e em Veterinária, Engenheiros 'quí­<br />

micos, Mestres em 'Bioquímica, e Farmacêu­<br />

ticos e Bioquímicos, para desenvolver uma<br />

tecnologia inteiramente nacional na conso­<br />

lidação ,de uma i,ndústria de vanguarda no<br />

Brasi,l, fato que nos vem encher de orgulho<br />

e alegria.<br />

'Como lalicinista, anrevejo com sadio oti­<br />

mismo, um novo marco da indústria queijei­<br />

ra de ,nossa Pátri,a, ,com este empreendimen­<br />

to citado, etapa de extraordinária impor­<br />

tância como da fabricacão da enzima-re­<br />

nina, que virá desvincular nossa ,i,ndústria<br />

das importações onerosas e difíceis, com a<br />

utilização, tenho certeza, do produto 'nac.ional,<br />

apresentado com a garantia que todos<br />

nós há muito estamos desejando, para que<br />

possamos, em f.uturo bem próximo, melho­<br />

rar a qu.alidade dos ,nossos queijos, alimento<br />

que, a ,eX'emplo dos Países aJtamente ci­<br />

v,ilizados, serve para a'quilatar o progresso<br />

de uma Nação.<br />

Duplamente orgulhoso, como brasileiro<br />

e como laitón ista mineiro, espero que esta<br />

ind(Jstria venha atender às nossas necessidades,<br />

colocando no mercado um produto<br />

tecni'camente elaborado e contro,lado, para<br />

tranqüilidade da indústria queijeira; teceremos<br />

alguns comentários a respeito da enzima<br />

que diretamente nos interessa, ou seja<br />

a quimosina ou renina, ou simplesmente o<br />

nosso velho conhecido Icoalho.<br />

'Enzimas 'são proteínas, o principal materi.al<br />

de construcão da vida. IProte-ínas são<br />

moléculas de longas cadei,as, constituídas<br />

de várias seqüê,ncias interligadas dos 20<br />

pri,ncipais aminoácidos. Somente nos últimos<br />

anos o homem conseg uiu desvendar alguns<br />

segredos da estrutura das enzimas. Em<br />

1951, foi pela primeira vez identifi'cada a<br />

ordem que aminoácidos se ,ligam para formar<br />

a estrutura de uma enz,ima. São elas, os<br />

catalizador'es mais eficientes que se conhece.<br />

Podem acelerar reações por fatores q ue<br />

variam de 1 a 10 milhões de vezes.<br />

Sem o 'saber, o homem vem util,izando<br />

as 'enzimas por centenas de anos. A fermentação<br />

de vinhos e a fabricação de<br />

'<br />

queijos, são exemplos das funcões naturais<br />

controladas pOr enzimas. Hoje ' a industriali­<br />

zação de enzimas repr'es'enta um importan­<br />

te segmento da e.conomia, haja vista que,<br />

somente para o mercado ameri cano, o coa­<br />

lho, usado na fabricação de queiÍ'os, 'São<br />

gastos 25 milhões de dólares por ano. O<br />

coalho é um dos pr,incipais age,ntes da de­<br />

composição da caseína, do fosfo-para-ca­<br />

sei nato de cá.lcio em produtos intermediá­<br />

rios, os quais experimentam a oontinuação<br />

de uma deg radação maior, devido a ação<br />

das enzimas microbianas.<br />

No sentido de co-r,elacionar a impor­<br />

tân.cia desta enz,ima, que agora o Brasil,<br />

por ,intermédio de firma brasileira, se pro­<br />

põe a suprir as nossas ,necessidades, numa<br />

implicação de fabulosa economia de divi­<br />

sas, nossa satisfação é' maior, qua ndo nos<br />

inteira mos dos cuidados ,espe,da is que esta<br />

indústria dedi'ca pam ohtenção, dentro dos<br />

mais elevados padrões teonológ,icos, das<br />

proteínas e enzimas, tão carentes em !nos­<br />

so País, alicerçando seus trabalhos nos co­<br />

nhecimentos tecnológicos de bioquímicos<br />

altamente espeóalizados e projetando o<br />

TÉ'CNICO brasilei,ro na vanguar,da dos pes­<br />

quisadores 'estrangeiros.<br />

O que nos foi dado conhecer até então,<br />

apesar de ,numerosos trabalhos e est,udos<br />

dedicados a esclarecer a coagulação do<br />

leite, parece se des'enro.lar da seguinte forma<br />

: o casei nato de cákio ,ao ser atacado<br />

pelo coalho se transforma em para-caseinato<br />

de cálcio e em seguida este se ,combina<br />

com os íons livres de cál cio (sais solúveis),<br />

os tornam insolúveis e precipitando,<br />

forma a coalhada.<br />

A velocidade da ,coagulação e os características<br />

da coalhada são afetadas por<br />

uma série de fator,es que atuam diretamente<br />

sobre o fenômeno. Estes fatores principais<br />

são :<br />

A acidez do leite (pH);<br />

- A concentracão dos sais solúveis de cálcio<br />

(íons ,livres);<br />

- A concentra cão , da caseína e fosfatos co-<br />

loidais;<br />

- A temperatura de coagulação e, finalmente,<br />

a temperatura de conservação e<br />

tratamento a que o leite foi submetido.<br />

A coalhada produzida pela ação do coa­<br />

lho é bastante elástica e em determi nadas<br />

condicões de temperatura e ,acidi'ficação,<br />

tem a' propriedade de o contrair. A textura<br />

é fechada, homogênea ! com aspecto e con­<br />

sistência de um pudIm. A coal,hada por<br />

ação do coalho, retém grande parte dos<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 41<br />

sais insolúveis do leite, mais do q ue a coalhada<br />

obt,ida por meio de ácido, onde os<br />

sais insolúveis são transformados em solúveis<br />

por ação do ácido e se perdem 'no<br />

soro; isto significa 'que a coalhada obtida<br />

pelo coaJho é mais mineralizada qy e a coalhada<br />

ácida e, portanto, retém maIs elementos<br />

necessários ao equi,líbrio do ,pH, transmitindo<br />

,ao queijo uma textura elástica e<br />

flexível. As características de um bom coalho<br />

·comercial devem apresentar :<br />

1.° - poder constante;<br />

2.° - boa conservação;<br />

3.° - estar isento de bactérias prejudiciais;<br />

4.° - estar isento de enzimas prejudiciais.<br />

O coalho comercial ,é apresentado em<br />

3 formas : coalho em pó, coalho em pastilhas<br />

e o coalho Hqui,do. O coalho sólido<br />

se conserva melhor que o 'líquido. Deve ser<br />

armazenado em temperatura baixa para<br />

poder conservar durante maior tempo SI'"<br />

poder 'coagulante, sem perdas apreciáveis;<br />

para isto preconiza-se a temperatura de<br />

4.oC No caso de ser armazenado nesta<br />

temperatur'a, no momento de ,uso, devemos<br />

retirá-lo do frio uns 4 a 5 dias antes de ser<br />

usado para que "desperte" todo o seu poder<br />

coagulante e também para que a temperatura<br />

do coal,h·o, ao abrir-se a lata ou<br />

vidro, seja a mesma da temperatura ambiente,<br />

evitando-se assim condensação de<br />

umidade no :produto. Guardado ,em temperatura<br />

ambiente relativamente alta, o coalho<br />

sólido pode perder cerca de 3% de 'sua<br />

força de coagul,ação, por mês, mas c0 ! 1servado<br />

em ambiente fres,co, a perda sera em<br />

redor de 1 % por mês. Além disso, devemos<br />

preservá-Ia, em todo o momento, da ação<br />

da luz, do ar ,e da umidade. Para determi-<br />

110r ,a quantidade de coal,ho a ser ,usada,<br />

é necessário que se conheça o título de<br />

sua força.<br />

São ta'ntos os fatores inerentes às características<br />

do leite, 'que i,nfluem na coagulacão<br />

que cientificamente não se pode falar<br />

de forca de coalho para 'se fazer compapações<br />

'genéricas, fora de ár,eas limitadas e<br />

com ,leites diferentes mas ,dentro de uma<br />

mesma zona e com mesmo ,leite, se pode<br />

perfeita mente ,comparar a força do coalho,<br />

digitalizado por<br />

para cada caso s'pedfico com absoluta segurança.<br />

Não vamos entrar no problema da determinacão<br />

da forca do coalho, mas simplesmen'te<br />

lembrar que ,qualquer ,que seja o<br />

processo ou método uti,lizado, o ponto mais<br />

difícil é o de se determinar o momento ex·ato<br />

,da coagulação e, porta.nto, o tempo preciso<br />

com iotal seç:jurança. Em qualquer circunstância,<br />

a força ou o título ativo do coalho,<br />

é necessáTio determinar as propriedades<br />

da coalhada resultonte, a'conselhando­<br />

-se fazer a prova com uns 2 a 4 litros de<br />

leitE) na temperatura normal mente usada :para<br />

cada tipo de queijo e coagular este leite<br />

em 40 minutos (mantendo-se a temperatura<br />

constante).<br />

Para obter-se uma comparação, é sempre<br />

úti,l ,repetir a prova com leite cru e de<br />

a,cidez e temperatura idênticas. Esta prova<br />

permite verificar as propriedades da coalhada,<br />

as propriedades do ,leite e as propriedades<br />

que um coalho a presenta para<br />

formar uma coalhada determinada.<br />

Sinais de coagulação. Em condições normais<br />

de trabalho, os primeiros sinais de 'coagulação<br />

podem ser verificados entre '5 a 8<br />

minutos depois ,de se adicionar o coalho.<br />

Isto pode 'ser comprovado, deixa·ndo-se cair<br />

umas gotas de água na superfície do leite,<br />

de uma determinada altura mínima. No momento<br />

em 'que a coagulação se inicia, esta<br />

gota dágua deixa de se misturar com o leite<br />

e aparece como uma gota i'ndividua,lizada<br />

iransparente na superfície.<br />

Terminamos aqui, meus senhores, o despretensioso<br />

relato 'que nos propusemos trazer<br />

para os trabalhos desta XXVl.a SEMA­<br />

NA DO LATIClNIST A. A todos, o nosso<br />

agradecimento pela atenção dispensada e<br />

colocando-nos à disposicão do nobre auditór,io,<br />

par,a perguntas porventura julgadas<br />

necessárias, queremos .nesta oportunidade,<br />

reverenciar a memória daquele que conlinua<br />

'nesta CA,S,A presente em espírito, o<br />

nosso saudoso SEBASTIÃO SENA FE'RR,EIIRA<br />

DE ANDRADE. por nós todos considerado o<br />

GRANüE T'ÉCN IOO, pois grande é todo<br />

a1quele q ue, como ele, plantou em chão árido,<br />

como árida era ,a ,indúst-ria de laticínios<br />

br,asileira, - uma semente de SONHO, e<br />

conseguiu ,com o tempo, torná-la uma<br />

REALIDADE.<br />

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o leite deve continuar<br />

, genuíno e rentável.<br />

E para iss existe o<br />

LEITEF I da APV.<br />

LEITEFRIO mod o H-1 .500 (para 1.500<br />

litros de capacidade). Com tampa também<br />

de fáci I abertura. para limpeza<br />

o LEITE FRIO da APV resfria e armazena o<br />

leite em quantidades de 1.100 e.1 .500 litros.<br />

E vai mais além : ele preserva as qualidades e<br />

a pureza do leite, para uso dos prod utores .<br />

Que saem ganhando porque LEITE FRIO<br />

permite a armazenagem das duas ordenhas diárias,<br />

e mantém o leite em condições ideais.<br />

Esse tipo de coleta economiza combustível<br />

gasto no transporte e permite que vários produtores<br />

peq uenos se reúnam para util izar um só<br />

equipamento .<br />

E, mais ainda: LEITEFRIO ocupa pouco<br />

espaço, dispensa operadores e não exige<br />

man utenção.<br />

. LEITE FRIO, da APV. O leite como ele deve ser:<br />

genuíno e rentável.<br />

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Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 45<br />

SELEÇÕES LATICINISTAS MUNDIAIS<br />

XXlIl.a Série<br />

World Dairy News - 23rd sene<br />

Com a formatura de 555 técnicos laticinistas<br />

até 1974 neste lnst.itute de Laticínios<br />

JJCândido Tostes" e es agrônomos, veterinários,<br />

zeotecnistas e outros técni,ces, de<br />

curso superior ou nãO', que tam bém ,incluíram<br />

'Os laticínios em seu currículo, não falando<br />

numa destacada falange de técnicos,<br />

formados em outro>s países, todos ded icados<br />

aO' progressO' des laticínios brasileiros<br />

em todes 'Os seus inúmeros setores, entendemos<br />

que pO'demos agora centi:nuar trp nqüilamene<br />

nossO' modesto caminhe de divulgador,<br />

apes'a'r de muitO' honroso ·títule<br />

de "técnicO' lacti.cinista h. c . " cem que fomos<br />

dist,inguidos pela antiga Fábrica-Escola<br />

de Laticínios "ICândide Tostes", antecessera<br />

deste LLC.T., em 1961.<br />

Ocorre-nos tam bém assi,nalar, cemo já<br />

mencionamos :na Série XXI destas Seleções,<br />

aqui lidas no anO' passadO', nem todas estas<br />

Selecões têm s,ide dedicadas exclusivamen-<br />

. te ao I.L,c. T., peis, a XXll.a Joi Hda por<br />

ocasião de V,l Curso de TreinamentO' em<br />

Laticínies da D.,J "P.O.A., como e ·será a<br />

XXIV. no VII Curse, atualmente em andaménte.<br />

Continuando, pois nossa missãü e agradecendo<br />

mais esta oportun'idade, vamos ler<br />

a seguir mais trinta (30) notícias que supomos<br />

de interesse e que extraímes ou adaptamos<br />

das revistas que recebemos de onze<br />

países latioinistas amigos.<br />

- ·Embera mantidO' na maioria dos paíse's,<br />

e paÇlamento do leite por litro ou<br />

kg ié obsoletO' e até injusto. Na verdade,<br />

e que tem valer nO' leite é e extrato<br />

seco que representa apenas cerca<br />

de '11,5%, segundo R.LLS.P.O.A.<br />

Quando estivemos na Tndia, em dezembrO'<br />

de ano passado, vimos o le'ite<br />

(de búfalo) ser pago pelo seu teor de<br />

gordura ('Rs 27,00 eu ·Cr$ 24,00 o kg na<br />

ecasião). Aqui também pag'Olmos e ex­<br />

,cesse de 3% de gordura mínima, mas<br />

Otto Frensel *<br />

não é suficiente, nem justo. Muito apro­<br />

.eriade nos parece, per issO', um estude,<br />

entre tantos outros, efetuadO' em<br />

teda parte, per técn icos alemães de di·<br />

versos i nstitutes.<br />

Propõe diversos medelos de um pagamento<br />

combinadO' na base de leite e<br />

proteína, a saber,:<br />

A) DiferenciaçãO' do atual preçO' básicO'<br />

censtante (preç'O do ,leite desengordurade1<br />

correspondente aO' teor<br />

de proteína de le'ite.<br />

'8) ValorizaçãO' idêntica por unidade<br />

de gordura e unidade de preteína.<br />

C) Participaçã·o igual da gordura e da<br />

proteína no preç'O do leite.<br />

Os efeitos do sistema de preço-gordura-proteína<br />

para o produtor de leite<br />

feram pesquisados numa regiãO' de<br />

4.000 produtores, apresenta ndo es seguintes<br />

resultados :<br />

1. geralmente os produtores de leite<br />

que até entãO' obt,inham um preço<br />

acima da média, nãO' sofreram com<br />

nenhum destes modelos;<br />

2. o medel.o · A conduz em comparação<br />

com e atual preço de leite às<br />

demais alterações;<br />

3. dentro de uma classe de ,gordura<br />

resulta para os modelos B e C, em<br />

virtude da maior valorização da<br />

proteína, uma maior variabilidade<br />

nO' preçO' do leite do que no Modelo<br />

Ai<br />

4. para 10-20% des produtores de leite<br />

o preçO' apenas ·sefre alteração<br />

insign ificante cem a introduçãO' do<br />

pagamentO' pela gerdura/preteína;<br />

* Redater de "BOI.:ElIM DO 1,EITE". Técni-co em Laticínios Honoris causa, de ILCT.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 46 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

Ofto Frensel: Palestra.<br />

5. o modelo (, em virtude de uma<br />

maior valorização da proteína ofereoe<br />

ma'ior interesse para o produtor<br />

no sentido de um incremento<br />

na atenção para o teor protéico<br />

do leite.<br />

2 - .o consumo de ,leite da população de<br />

Mos'cou é atendido por quatro usinas,<br />

as quais, juntamente com uma fábrica<br />

de queijo fundido, outra de coalho e<br />

uma "cafeter,ia", se uniram .em 1962.<br />

A sua venda atinge 1.100 . .000 I,itros diários<br />

de leite em garrafas e embalagem<br />

perdida, 450.000 kg de I,eite dietético .'<br />

e acidificado (kefir, et.c.), 200 t de<br />

"Quark" e derivados, 100 t de creme<br />

de mesa e 20 t de queijo fundido. Uma<br />

quinta usina para 720.000 kg de leite<br />

está sendo construída nos arredores.<br />

3 - lO crescente consumo mundial de produtos<br />

Mcteos, inclusive o próprio le,ite,<br />

tratados pelo sistema UHT, naturalmente,<br />

também causa crescente número<br />

de problemas. As c;ausas pdem ser<br />

múlti.plas e não apenas defeItos mecân'Ícos<br />

ou humanos. A presença de<br />

esporos extremamente termo-resistentes,<br />

pode ter o.rigem ,no próprio leite,<br />

nas instalacões e na emba'lagem. Um<br />

acurado cnt'role bacteriológ ico em<br />

todas as fases, é de muito maior import6ncia<br />

do 'que se pode imaginar.<br />

Não se trata apenas de controlar a<br />

qual,idade do leite, como matéria-prima,<br />

mas todas as peças, principalmente<br />

as juntas, solda's, ,etc., do equipamento<br />

e da própria embal'agem, facilmente<br />

sujeita à reinfecção.<br />

4 - As pesquisas práticas com os produtos<br />

concentrados e permeabilizados, gra­<br />

ças a ultrafiltração do leite e do soro<br />

de queijo apresentam crescentes resul­<br />

tados favoráveis, tanto economicamen­<br />

te, COmo alimentares. Um iOç:Jurte óti­<br />

mo, à prova de textura firme e super­<br />

fície perfe,itamente lisa foi obtido cI..<br />

seguinte composição :<br />

16 litros de leite integral com 3;6% de<br />

gordura e 3,1 0% de proteínai<br />

13,85 litros de leite magro com 0,05%<br />

de gordura ie 3,1 0% de proteínai<br />

6,1 5 litros de concentrado de leite<br />

desnatado com 0,1 5% de gordura<br />

e 9,9% de proteínai<br />

2 ,litros de cultura com 0 . .05% de<br />

gordura e 3,10% de proteínai<br />

38 litros de iOç:Jurte com 1,58% de<br />

gordura e 4,2.0% de proteína :<br />

5 - Numa análise da situacão lati.cinista<br />

na Alemanha (R.F.), o áutor constata<br />

que, apesar de li9'eiro aum'ento na<br />

produção (.0,6%), a situação de excedentes<br />

de ma'nteiga não se agravou da<br />

forma esperada. Embora o consumo<br />

interno tenha estagnado, os mercados<br />

exportadores se mostra ram aceitáveis.<br />

.o mercado queijeiro mostrou uma forte<br />

expansão. Os produtos frescais que<br />

tinham mostrado forte incremento, decaíram<br />

rapidamente. Com a transformação<br />

da va'lorização, o problema estruturai<br />

dos exce:dentes lácteos se<br />

transfer.iu para o mercado das proteínas<br />

lácteas. O leite de consumo caiu<br />

de 87 para 85 kg "per ,capita" anuais i<br />

o creme de mesa de 1 06 para 1 04 kg.<br />

Os queijos frescais e os produtos do<br />

"'quark" se mantivera m inalterados. A<br />

produção de manteiga se ma:nteve<br />

quase nas 508.000 t, mas o consumo<br />

caiu 3%, atingindo com 7,1 kg nper capital/<br />

anuais o seu menor nível desde<br />

1972. Mas as exportações, como já citado,<br />

compensara m esta queda, bastando<br />

cita r a 'Inglaterra i(Jue importou<br />

umas 50.000 t em lugar - das apenas<br />

3.0,00 em 1973. Como f.icou dito, o queijo<br />

aumentou consideravelmente com<br />

13%. Não só na exportação, como no<br />

consumo interno que Ipassou de 6,1 kg<br />

para 6,3 kg "per .capita".<br />

6 - A necessidade da concentracão na indústria<br />

de latidnios, também se está<br />

efetiva ndo na Africa do Sul. Em 1978,<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 47<br />

E:xistiam 154 fábricas de queiio com<br />

uma média anual de 18 . .000 kg. Em<br />

1944, já eram apenas 88 com uma média<br />

de 90.000 kg. Em 197.0, apenas 44<br />

com a média de 450.00.0 kg 'anuais cada<br />

uma.<br />

7 - Numa gigantesca pes'q uisa em 1967/<br />

1968 com 650.000 amo.stras de leite de<br />

todas as reg.iões da Alemanha (R . F.)<br />

constatou-se 2,4% contendo fatores inibitivos<br />

positivos. Atualmente esta porcentagem<br />

está ,reduzida para .0,5%,<br />

graças a uma legislação objetiva e<br />

respectiva execução positiva que proíbe<br />

a adição de penicilina como aditivo<br />

em alimentos animais.<br />

8 - A poluição está na ordem-do-di e<br />

não apenas em São Paulo. PesquIsas<br />

nos Estados Unidos provaram que os<br />

bebedores de ,leite adoecem muito me­<br />

,nos do que os demais, tendo constatado<br />

que este fato estava relacionado<br />

com o consumo de leite. IEm diversas<br />

indústrias, sujeitas a influências poluidoras,<br />

comprovou-se que os períodos<br />

de doencas eram 65010 menores entre<br />

os bebedores de leite do que os demais.<br />

9 - O crescente aumento quantitativo dos<br />

rebanhos, a crescente capacidade produtiva<br />

da vaca, agravam os problemas<br />

da sanidade dos úberes :das vacas<br />

produtoras de leite de alta capacidade.<br />

Por ,isso se tor,na indispensável uma<br />

cada vez mais coordenada cooperação<br />

de todos os interessados, não só os<br />

produtores de leite, mas também suas<br />

organizaçõe's de cont.role leiteiro, os<br />

depa rtamentos veterinários, as cooperativas<br />

e .fábri,cas de lat.icínios, a fim<br />

de evitar prejuízos maiores e crescent'es.<br />

Um rigoroso serviço de contro le<br />

sanitário dos úberes, que possa garantir<br />

uma produção real de leite são, é<br />

do máximo interesse de todos : do<br />

produtor, do ,industrial e do consumi­<br />

·dor.<br />

10 - Durante a titulacão do leite com ácido<br />

clorídrico, como' se encontra baseada<br />

na determinação do grau de alcalinidade,<br />

ocorre uma diminuição pH<br />

correspondente a quantidade de alcalinidade<br />

verificada. O :grau de akalinidade<br />

depende, porta,nto, do valor final<br />

do pH previsto. O grau de alcalinidade<br />

também depende do teor pro-<br />

digitalizado por<br />

léico do leite. Elevado teor de proteína<br />

no leite resulta em elevado,s ç:Jraus<br />

de alcalinidade, de maneira que o<br />

grau de alcalinidade isoladamente não<br />

permite uma conclusão inequívoca Çl<br />

respeito da neutralização realizada no<br />

leite.<br />

11 - O conhecido Instituto Holandês NIZO<br />

'd esenvolveu um .novo aparelho para a<br />

dosagem contínua de formação de<br />

massa de queijo e drenagem do soro.<br />

Este sistema dá atencão essencial à<br />

manutenção da umida'de e da qualidade<br />

da superfície do ·corte. Este processo<br />

permite um desvio mínimo do<br />

pad rão. Resultam daí queijos de boa<br />

qualidade. A capacidade do autômato,<br />

composto de duas colunas de drenaç:JE:;n<br />

é de 1.2CO kç:J por hora. O aumento<br />

da capacidade reside, pois, simplesmente<br />

na colocação de maior número<br />

de colunas. Este sistema permite<br />

ai,nda maior segurança de funcionamento.<br />

Com a introdução de programações,<br />

pode ser regulado o tempo<br />

·de enchimento das formas e a 'alt,ura<br />

do bloco de massa. A manutencão a<br />

curto prazo da mistura de soro e' massa<br />

num tanque preliminar, permite o<br />

esvaziamento ,completo deste, evitando<br />

a mistura do soro e da massa com<br />

as carogas 'seguintes.<br />

12 - A osmose é conhecida desde 1784. A<br />

osmose inversa somente há alguns de- .<br />

cênios deu entrada na indústria farma,cêutica.<br />

I$omente em 1965 ela deu<br />

entrada na indústria olimenta r, ,inclusive<br />

na indústria de laticínios, notadamente<br />

na concentracão de soro, leile,<br />

etc. e também para 'a clarificação das<br />

águas residuais. No Inst.ituto de Higie­<br />

,ne Alimentar, em Te'ssalonica, Groécia,<br />

se realizaram ,interessantes experoiên­<br />

cias com leite concent.rado por este<br />

processo no enriquecimento e fabrica­<br />

São ,de um queijo típico ("FETA'l Nu­<br />

ma mist,ura de 1:3 à 1:2 de le'lte comum<br />

de vaca e o concentrado, obte­<br />

ve-.se um rendimento superior em 12%.<br />

13 - Num estudá sobre a identificação da<br />

origem de esporos de germ es psicrootróficos<br />

termo-resistentes e sob baixa<br />

temperatura . este's foram encontrad os<br />

tanto ,no ,leite e ,produtos lácteos pasteuroizados<br />

e esteri lizados em embalagem<br />

assética, como no leite cru. Esporos<br />

se encontravam presentes em 10<br />

c;\e 28 amostras de leite cru, em 18 de<br />

arvoredoleite.org


Pág. 48 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

20 amostras de ,leite de tanques e em<br />

35% de todos os produtos lácteos. Os<br />

germes psicrolrópicos eram bactérias<br />

em bastonetes grã-positivos e grã-variáveis.<br />

·Por enquanto, identificou-se os<br />

s,eguintes germes : B. cereus, B. circulans,<br />

B. coagU'lans, B. -Ientis, B. lichen·i'formis,<br />

B. ma,cerans, B. megaterium,<br />

IB . pa,ntothenticus, B. subtilis e<br />

B. pumilus.<br />

14 - A determi'nação quantitátiva de impurezas<br />

'Drgânicas em solucões de limpeza<br />

pode ser baseada 'na oxidacão<br />

das impurezas por meio de uma sólução<br />

de dicromato de IPotássio em ácido<br />

sulfúrico. A quantidade dessa solução<br />

neces'sária para um volume definido<br />

da so·lução de limpeza é o índice<br />

do grau de poluição :d es'sa solução. E<br />

condicão essencial o uso de meio de<br />

limpeza puro. O resultado é constatadOI<br />

quando a poluição da so-Iução cessa.<br />

Assim o processo de enxaÇJuamento<br />

final pode ser ,interrompido, logo<br />

que não aparecerem ma is residu'os na<br />

aguagem final.<br />

15 - Uma supervisão sobre os mais recentes<br />

,conhecimentos da atividade principal<br />

das bactérias de fermentos láticos{<br />

como acidificação, proteólise, lipólise{<br />

formação de gás e acetil, procura<br />

atalizar os conhecimentos até agora<br />

eXistentes. Também são estudados conhecimentos<br />

recentes sobre a inibicão<br />

de bactér'ias patogênicas. Procurá-'se<br />

estabelecer métodos e controles sobre<br />

as atividades dos 11 starters", inclusive<br />

sua conservação, preservação e<br />

distribuição.<br />

16 - Ainda por muito tempo haverá criação<br />

e engorda de porcos, mesmo em<br />

J;?aíses laticinista,s muito desenvolvidos,<br />

i'nclusive na Suíca. Em interessante e<br />

oportuno artigo' :informa-se, ,não som<br />

nte as conhecidas composições, do<br />

,leite des,natado, leitelho e soro de<br />

que,i'io{ mas também re,c'Dmendações,<br />

quanto ao seu ,uso na alime,ntacão suí­<br />

.na e{ notadamente{ quanto ao oro de<br />

queijo ao 'qual se ,dá 60 g de valor ali­<br />

mentar total por litro dos 'quais 70%<br />

de lactose. Recomenda-se o uso de so­<br />

ro a partir de 35. kÇJ de peso do ani­<br />

maI. Além das recomendacões de fres­<br />

cu . ra e hig,iene e a fim de ' regular uma<br />

alimentação bem aproveitada, sugere­<br />

-se a seguinte tabela :<br />

peso alimento<br />

vivo soro de queijo adiciona'l<br />

kg litros por dia kg por dia<br />

35 4 1{3<br />

40 5 1{5<br />

50 7 1{6<br />

60 8 1,8<br />

70 10 2,.0<br />

80 12 2{1<br />

9.0 12 2,2<br />

1.00 12 2,2<br />

O alimento adióonal difere do alimento<br />

comum de engorda pela presença<br />

de mai,s fibra e proteína láctica<br />

podendo o teor de proteína animal se;<br />

mantido em nível mais baixo em virtude<br />

da val iosa proteína do soro. 12 a<br />

14 litros de soro{ :por exemplo{ correspondem<br />

,ao valor alimentar de um<br />

quilo de cevada.<br />

17 - A exportação de qus·ijo da Suíça aos<br />

E. U .A. encontra crescentes dificuldades,<br />

notadamente pela cada vez mais<br />

acirrada oposicão da indústria de laticínios<br />

e dos produtores de leite. Apesar<br />

disso{ se conseg uiu ·exportar aos<br />

E.U .A. 3.211 t no período de 1973/74<br />

ou sejam, mais 2{8% do que no perío <br />

do anterior (1972/73). Uma maior exportação<br />

ao Canadá e outros países<br />

da América do Norte e do Sul{ conseguiu<br />

no final aumentar a mesma em<br />

9{3%.<br />

18 - Na S.uíça é proibida alimentacão do<br />

gado I,eiteiro ,com silagem{ quándo o<br />

leite Iproduzido se destina à fabricacão<br />

de queijo. O Governo , Federal ,instituiu<br />

uma indenização por litro{ aliás,<br />

kg de Fr. Sw. 0,02 a 0;03{ ou sejam,<br />

Cr$ .o{06 a 0{.o9, conforme a região.<br />

Sem prejudicar o abastecim ento local<br />

de leite de ,consumo{ deseja-se ·i ncrementar{<br />

o mais po>ssível, a producão de<br />

leite para fabricação de queijo 'no interesse<br />

da obts·nção de divisas.<br />

19' - O Museu Nacional da Indústria de<br />

Laticínios recebeu ·nos sete meses em<br />

que se encontra aberto para o público<br />

nada menos de 5.000 visita ntes inclu <br />

sive turistas do 'Exterior. Ele se ' encontra<br />

na antiga fábri.ca de queijo, montada<br />

em 1815, por Rudolf Emmanuel<br />

von Effinger, em Kiesen, uma vila entr-e<br />

Berna e Thoune. A residência ' se<br />

encontrava no sobrado e a queijaria<br />

embaixo. Naquele tempo ainda não<br />

havia serviço de inspeção oficial.<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 49<br />

2.0 - As culturas selec.ionadas de fermento<br />

lático{ usadas nos afamados queijos<br />

suíços, devem proceder para os fabricantes<br />

suícos exclusivamente do laboratór.io<br />

do' conhecido e reputado Estabelecimento<br />

de 'Pesquisa Laticinista de<br />

Liebefeld. Por isso mesmo houve preocupação<br />

,especial nos dias de festas de<br />

Natal e fim do ano, quanto a respectiva<br />

remessa{ uma vez que estas ,culturas<br />

devem ,ser fornecidas semanalmente,<br />

a fim de garantir a sua pureza e<br />

frescura. Os fabricantes foram amplamente<br />

avsados pela Imprensa pará se<br />

precaverem em tempo. O rigor no julgamento<br />

dos queijos fabricados, nofa<br />

damente quando destinados à e . x­<br />

portação é extremame,nte severo, pOIS{<br />

a classificação dos queijos e, conseqüentemente,<br />

o preço a ser paqo, depende<br />

inteira mente do mesmo. Este fat'D<br />

obriga a uma rigorosa seleção do<br />

leite a ser usado, motivo por que o<br />

pagamento do mesmo, forçosam ent,e{<br />

deve ser ,de acordo com a qualidade.<br />

Pode parecer fácil num país pequeno,<br />

como a Suíça e difícil num país enor­<br />

me como o Brasil. Não pensamos, ,con­<br />

tudo assim, pois, tudo depende do sistema<br />

de coleta ,do leite e de sua seleção.<br />

21 - A falta e encapeóme1nto do coalho<br />

-normal{ fez desenvolver u ma série de<br />

suce:dâneos de diversas origens com re­<br />

sultados variados, favoráveis ou não.<br />

Não admira 'que novamente ,se fale em<br />

coalho vegetal, há longos anos usado<br />

na Europa para a fabricação de quei­<br />

jos típicos como o Serra da Estrella.<br />

de Portug1. Novamente o conhecido<br />

cientista lactólogo Dr. F. Vieira de Sá,<br />

Portugal, fez um estudo sobre o assun­<br />

to. Na conclusão{ diz que facilmente<br />

se depreende que o cardo (Cynara car­<br />

dunculus) porta uma flora tecnológ'ica<br />

que pode contribuir favoravelm


Pág. 50 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

inte'ÇJ ral ou não. Isso conduziu a uma<br />

série de produtos solúveis de lactoalbumina.<br />

Estes estudos e experimentações<br />

continuam, muitas já em escala<br />

industrial com evidentes resultados satisfatórios.<br />

A desmineralizacão do soro<br />

,pela troca de íons e electrodiálise seguem<br />

o mesmo caminho. Encontra-se<br />

·em andamento um processo modificado<br />

para a produção de lacto-albumina<br />

insolúvel com qualidade e características<br />

gerais bem melhoradas.<br />

25 - A "ndústria francesa de ,laticínios encontra-se<br />

muito bem colocada 'na ,Comunidade<br />

Econômica Eur,upéia : a Gervais-Danone<br />

ocupa o 3.0 ,lugar - a<br />

Union Laitiêre Normande o 24.0 - 'a<br />

Perrier o 26.0 - a Sopad o 32.0 - a<br />

Genvrain o 42.0 - a Sodima o 46.0 e<br />

a Bel o 51 .°.<br />

26 - Está tendo grande aceitação um bolo<br />

de "Quark", feito de massa adequada,<br />

enri!q uecido com passas, etc. ,Colocado<br />

num invólucpo impermeável aprorxiado,<br />

tra nsparente, pode ser guardado<br />

em geladeira ,durante até oito dias.<br />

São 'porções para duas pessoas.<br />

27 - Num lTabalho sobre leite refrigerado,<br />

como matéria-prima da queijaria moderna,<br />

pergunta-se se este processo<br />

pode ser e'nca rado como um melhoramento<br />

para a qualidade do produto<br />

final. Parece um tanto otim ista. Freqüéntemente,<br />

com efeito, a implantação<br />

do frio na fazenda, não é acompanhado<br />

de uma atuação adequada<br />

que vise o melhoramento bacteriológi­<br />

co do leite. Com demasiada freqüên­<br />

cia as condições de refrigeração e as<br />

temperaturas de conservação ,recomendadas<br />

'não são respeitadas. Freqüente­<br />

mente chega às fábricas de queijo um<br />

leite resfriado fortemente conta minado,<br />

em virtude de sua microflora e de­<br />

teriora ções conseqüentes. Somente uma<br />

atuação paciente, insistente, conduzida<br />

habilmente junto aos produtores e um<br />

incentivo de preço podem resolver es­<br />

te grave problema. E: necessário um<br />

esforco na coleta. As técnicas atuais<br />

de ,cleta são freqüentemente por ,de­<br />

mais bruta is e as alteracões da estru-<br />

1 ura físico-química do I ite daí resul­<br />

tantes, não deixam de ter conseqüên­<br />

cias sobre a 'q ualidade dos produtos<br />

fabricados.<br />

28 - Em virtude dos grandes prejuízos sofridos<br />

pelos produtores de leite na<br />

Grã-Bretanha no inverno passado,<br />

além do encarecimento dos alimentos<br />

para gado e de todos os insumos, o<br />

Mi,lk Marketing Board que controla<br />

praticamente toda a produção do leite<br />

do país, 'r,esolveu suspender por três<br />

meses 'a cobra nça da contribuição que<br />

lhe é devida e que é representada por<br />

uma taxa de P 0,1 6 por galão 'imperial<br />

(ou seja Cr$ 0,,006 por litro).<br />

29 - Embora a uhra.fjltração já seja um<br />

grande caminho na solução do melhor<br />

aproveita mento do soro de 'queijo,<br />

,este processo, contudo, também<br />

apresenta um resíduo, 'cujo aproveitamento<br />

ag,uarda sua solução. Trata-se<br />

do "permeat" , ou seja, o Hqu.ido que<br />

sobra na ultrafiltração. O se'u pH é o<br />

natural do leite, ou sejam 6,7 - 6,8,<br />

loratando-se, assim, de um soro doce,<br />

desprote,inizado. A sua concentração<br />

que ainda contém 70% do conteúdo<br />

normal de lactose, já foi exper,imentado,<br />

inicialmente, na alimentação de<br />

suínos, mas aproveitamentos mais va­<br />

,Iorizados estão em andamento. Não<br />

resta dúvida 'q ue es,ta ,solução será encontrada,<br />

quando o pagamento do leite<br />

pelo seu teor de proteína for genera<br />

lizado.<br />

30 - Como última destas despretensiosas '<br />

notas, desejamos prestar uma s.incera<br />

homenagem aos latidnios alemães, os<br />

quais há pouco mais :de um ano festejaram<br />

o Centenár.io de s,ua União<br />

Latkinista, fundada em Bremen em 15<br />

de junho de 1874, hoje denominado<br />

Verband der Deutschen Milchwirt'schaH<br />

(VDM, ou seia LiÇJa da Economia Laticini,sta<br />

Alemã.<br />

O Sr. Johannes Hansen, nosso colega,<br />

Presidente da V.U.M., foi nosso com­<br />

panheiro durante o recente XIX Con­<br />

qresso Internacional de 60<br />

- queijoo$ com conteúdo<br />

completo de ÇJordura .. gordo 010>452510


Pág. 52 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCi<br />

Máquinas para fechar cartuchos<br />

plásticos em câ mara de vácuo,<br />

usadas na embalagem de queijos<br />

(Fracionados ou inteiros )<br />

- BARRAS DE SOLDA -- duas barras em cada câmara proporcionam<br />

alto rendimento para cartuchos gran­<br />

- CÂMARA BASCULANTE<br />

- CORPO INCLINÁ VEL<br />

- PLACAS DE PREENCHIMENJO<br />

des e pequenos<br />

-- aumenta o rendimento do operador<br />

- facilita o trabalho com produtos a granel<br />

- dão maior produção com cartuchos pequenos<br />

- CICLO INTEIRAMENTE AUTOMÁTICO - controles baseados em eletrônica de es­<br />

- SOLDA POR IMPULSO<br />

- AMPLA APLICAÇÃO<br />

tado sólido, de alta segurança e precisão<br />

- sistema que permite o melhor tipo de<br />

solda, com esfriamento antes da abertu­<br />

ra da barra soldante. Podem ser usados<br />

todos os ti pos de embalagens termo-sol­<br />

dáveis<br />

- carnes, frios, fi ambres, conservas, laticínios,<br />

café, especiari as, produtos químicos,<br />

etc.<br />

SCHAUSE & CIA. L TDA.<br />

BR 116 - KM. 399 - TREVO DO TARUMÃ<br />

CAIXA POSTAL 8973 - FONE (0412) 24-8228<br />

C.G.C. 76691765/0001-87 - INSCR. EST. 10121218 W<br />

80.000 CURITIBA PARANÁ<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 53<br />

o ILCT - A ESCOLA PROFISSIONALIZANTE PERFEITA<br />

ILCT - The Perfect Professional School<br />

Felizes I$ão t,odos aqueles que depois dos<br />

25 anos de· sua passagem p-or uma escola<br />

brasileira, são lembrados, carinhosamente,<br />

por ela.<br />

A raridade de fatos como este, aliada a<br />

uma gama de outros fatores, não menos importantes,<br />

caracterizam o ILeT, como a ES­<br />

COLA PROFISSIONALIZANTE PERFEITA.<br />

Falar do ILCT é falar da "Família Feletíana".<br />

Falar do ILCT é falar do seu criador,<br />

daquele que na condição de HOMEM te-ve<br />

a clarividência de transformar, estruturalmente,<br />

um prédio destinado a ser presídio,<br />

num educa ndári-o filosoficamente diferente<br />

de todos os outros existentes no País - o<br />

ILeT - A ESCOLA PROFISSIONALIZANTE<br />

PERFEITA. .<br />

Falar do ILCT é falar na eternidade do<br />

espírito que o ilumina, desde aquéla triste,<br />

fria, tráÇJica e inesquedvel madrugada do<br />

dia 13 de julho de 1957.<br />

Falar do ILeT é ter a autocompreensã-o e<br />

consciência de que a Família Felctiana existe<br />

como um todo, unida e coesa, centra da<br />

nos mesmos idea is comuns, indispensáveis<br />

à consecução de um só objetivo: -o desenvolvimento<br />

das indústrias de laticínios nacional,<br />

como suporte do del$ejado bem-estar<br />

social e econômico do País.<br />

Falar do ILeT é acender mais ainda a<br />

chama da amizade que, sem distinção, nos<br />

envolve a todos - alunos e ex-alunos, funcionários<br />

e professore-s, na mais íntima interligação<br />

com todos os induoStriais laticinistas<br />

- de onde se destaca m líd eres e técnicos<br />

COmo OTTO FRENSEL, ROG!:RIO MA­<br />

RANHÃO, J.J . CARNEIRO FILHO e JOS E<br />

ASSIS RIBEIRO (este último, de saudosa<br />

memória).<br />

Falar do ILeT é, finalmente, chegar ao<br />

entendime-nto puro de que o "ESPfRITO<br />

FELCTIANO" é inconfundível, na medida<br />

em que se expressa, na sua luminosidade,<br />

como sena-o o próprio el$pírito de Sebastião<br />

S. Ferreira de Andrade - para quem a Turma<br />

de Técnicos em Laticínios, de 1950, nes-<br />

(*) Técnico em Lacticínios, diplomado pelo ILeT em 19 ..<br />

Professor do Ministério da Educação e Cultura.<br />

digitalizado por<br />

Joacyr Rodrigues Lima (*)<br />

te momento, transcorridos 25 anos de sua<br />

formatura - volta ao seu pensamento, como<br />

testemunho da saudade que sente, como<br />

reconhecimento e gratidão pelo muito<br />

que dele recebera.<br />

Não fOl$se um Sebastião S. Ferreira de<br />

Andrade, que há 35 anos passados vislumbrou<br />

a possibilidade da transformacão do<br />

dualismo educação geral - formaçã-ó especial,<br />

na síntese educação integral - só agora<br />

tida como válida, na forma dos ditames<br />

da Lei n .o 5.692/71 , que fixa as Diretrizes e<br />

Bases para o Ensino de 1.° e 2.° Graus.<br />

Não fosse a decisiva audácia de, um Sebastião<br />

S. Ferreira de Andrade que levou<br />

a contrapor-se à filosofia de educação, até<br />

então vigente e "intimamente vinculada a<br />

uma determinada estrutura social e· a um<br />

sistema de valores inerentes à era pré-industrial<br />

e pré-tecnológica".<br />

Não fosse Sebastião S. Ferreira de Andrade<br />

o educador perspicaz, no entender o<br />

homem nas suas dimensões de pensar e fazer<br />

- um fazer orientado para a transformaçã-o<br />

da natureza, na busca da construção<br />

de um mundo melh or, como forma de<br />

plena realização - não teríamos, hoje, a<br />

felicidade de ter este modelar estabelecimento<br />

de ensino técnico.<br />

t que o ILCT em nada se modific-ou quanio<br />

às diretrizes de sua filosofia origina l.<br />

Assim, pe'rmanecerá preparando técnicos<br />

para o Brasil - cumprindo rigorosamente<br />

a I$ábia orientacão de Sebastião S. Ferreira<br />

de Andrade, ' na forma dos mais diversos<br />

pronunciamentos, como se seguem :<br />

- Do Discurso proferido na 1.a Semana<br />

do Laticinisra - 1950.<br />

"O Brasil não pode prescindir da indústria<br />

de laticínios, como ·elemento produtor<br />

de riqueza e de civilizaçã.o, e Minas<br />

Gerais com muito mais razão, porque<br />

al$ suas montanhas, . não permitindo a<br />

mecanização da lavoura, só podem ser<br />

a proveitadas economicamente para a<br />

pecuária de leite-."<br />

arvoredoleite.org


Pág. 54 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

Em prosseguimento, na mesma oportunidade,<br />

caracterizava com rara felicidade, o<br />

laticinista mineiro, seu conterrâneo e a terra<br />

natal, a ,quem soube amar acima de tudo '<br />

como:<br />

"O nov'o bande'irante. Penetrando pelo<br />

sertão e embrenhando-se na.s matas encontra<br />

vilas e povoados com vida uramente<br />

vegetativa."<br />

E prossegue no seu discurso, caracterizando<br />

sociologica mente o meio rural de sua<br />

terra:<br />

"Inúmeras são as cidade.s, vilas e povoados<br />

de Minas Gerais, que devem à indústria<br />

de laticín ios o advento de seu<br />

progresso."<br />

Entendem-se, agora, mais facilmente, as<br />

razões que levaram o Dr. Sebastião S. Ferreira<br />

de Andrade, a promover aquela 1 .a<br />

Semana do Laticinista, quando éra mos seus<br />

alunos e não podíamos entender o seu<br />

pensamento, na grandeza de toda a dimensã'o.<br />

Convidara "homens que trabalhavam<br />

com o mesmo ideal e para um mesmo fim,<br />

para estabelecer as bases amistosas da<br />

união de esforço.s dispersos, em benefício da<br />

indústria e do País", conforme afirmara .<br />

E 'os recebia cOm a grandeza de sua<br />

modéstia:<br />

"Perdoai-nos, pois, a ousadia de vos ter<br />

convidado para visitar a própria casa,<br />

quando não temos grandes real izacões .<br />

para vos mostrar."<br />

Prof, Cid Maurício Stehling, queremos<br />

ag'ora nos congratular com V. s.a pelo muito<br />

que temos para mostra r, nesta XXVl.a Semana<br />

do Laticinista , como Felctiano e<br />

continuador da obra de Seba.stião S. F. de<br />

Joacyr Rodrigues Lima : Palestra.<br />

And:ade, queremos patenteá-lo com o nos­<br />

S'O sincero reconhecimento.<br />

Saibam todos; que o êxito da administração<br />

atual do ILCT, está no saber de que há<br />

uma filosofia a ser seguida, desde a sua<br />

Inauguração, em .1940. Filosofia esta, que<br />

para se ransformar em "praxis", requer<br />

metodologlas de açã'o consentâneas com as<br />

exigências do mundo da ciência, da tecnologia<br />

e da técnica.<br />

Por outro lado, decorrem dessas mesmas<br />

exiÇJências, as reformulacõel$ estrutur<br />

i .em andamento no ILCT e ;em as quais,<br />

dificilmente se poderá preparar técnicos cOm<br />

capacidade para contribuir nas mudancas<br />

requeridas pela problemática-realidade "da<br />

indústria de laticínios do País.<br />

Na verdade', há que se reconhecer, que<br />

somos uma força em crescimento.<br />

Assim sendo, caberá a cada novo "bandeirant"<br />

cuidadosamente preparado pelo<br />

ILCT, firmar-se como os anteriores, quer<br />

dando uma direta e efetiva participacão no<br />

de'.;envolvimento da indústria de lat"icínios,<br />

quer contribuindo indiretamente, após estudos<br />

mais avançados, em diferentes áreas de<br />

influência para essa própria indústria.<br />

Cabe 'destacar, que, inúmeros "fektianos"<br />

já estão servindo nessas áre'as, como professores<br />

universitários, assessores de órgãos<br />

técnicos, inclusive. de Ministérios e até mesmo<br />

na direção de esta belecimentos de ensino<br />

aÇJrícola.<br />

Assim, o ILCT cumpre' a sua grande missão,<br />

na medida em que procura atender aos<br />

anseios da mais bra.sileira das indústrias.<br />

Nesse sentido, a perfeição do ILCT há<br />

que ser entendida no seu contexto dinâmico-evolutivo,<br />

sem o que não podería mos situá-lo<br />

n'o tempo e no espaço, inclusive, como<br />

a escola capaz de servir de, modelo na<br />

implantação do ensino de 2.° grau (Lei<br />

n.o 5.692/71 ).<br />

Há que se reconhecer ainda, que há 35<br />

ano.s, o ILCT vem adotando uma filosofia<br />

de educação que, só agora pela Reforma<br />

do Ensino está sendo proposta ao País -<br />

superando, assim, uma problemática tida como<br />

intransponível pelos educadores comprometidos<br />

COm o ensino tradicional.<br />

A par disso, o ILCT, na medida em que<br />

Ge volta para os interesses da indústria de<br />

'aticínios, jamais perderá de, vista a perspectiva<br />

do context'o sócio-econômico no<br />

qual esta indústria está inserida.<br />

t esta macrovisão que tem fa ltado às<br />

escolas profissionalizantes bmsileiras - e<br />

'Revista do ILeT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 55<br />

sem a qual o ILCT jamais teria condicões de<br />

, real izar certames como este, onde s debatem,<br />

em iÇJualdade de condições, temas de<br />

suma importância para o desenvolvimento<br />

do País.<br />

Aqui, nos>sas reflexões já se voltam para<br />

as novas possibilidades que advirão para a<br />

pecuária e, conseqüentemente, para a indústria<br />

de laticínios, com a progressiva mudança<br />

do eixo de desenvolvimento n"O sentido<br />

"Sul-nordeste-norte" - na forma da política<br />

de ação que ora se implanta, objetivando<br />

" a priori" criar no Brasil uma clas·se' média<br />

rural.<br />

Para isso, o INCRA estabelecera como<br />

pass'O inicial de sua política, a localização<br />

de cem mil famílias, em núcleos de colonização<br />

que estão sendo instalados na Amazônia.<br />

Mas aié agora, somente cerca de 20<br />

mil pessoa:s foram transportadas para a re­<br />

ÇJião, procede'ntes de vários Estados. Caráter<br />

de urgência foi adotado no processo<br />

com vistas a solucionar graves problemas<br />

do mei,o rura l no Pa ís, dentre os quais estão<br />

os conflitos entre posseiros e proprietários<br />

de várias unidades federadas do Sul e<br />

Centro-oeste do Brasil.<br />

Houve portanto, ,d a parte do Governo<br />

Federa l anterior, uma nítida preocupação,<br />

no sentido de localizar na faixa prioritá ria<br />

de 20 quilômetros de' largura em toda a ex­<br />

tensão das estradas Transamazônica e Cuia­<br />

bá-Santarém, os excedentes demográficos<br />

do Nordeste.<br />

O Projeto Brasileiro de Reforma Agrá ria<br />

estabeleceu 4 (quatro) Polígonos de colonização<br />

na Amazônia: Altamira que em 1968<br />

tinha uma população de três mil famílias e<br />

em 90 dias passou para oito mil, e h'oie<br />

existem 1.300 famílias com cerca de 650.0<br />

pessoas; Ouro Preto (pri meira experiência<br />

re,a !izada em 197,0), em Rondônia, com mil<br />

famílias e no Acre, com 250 (dados possíveis<br />

de correção).<br />

A par disso, consta do II Pl ano Nacional<br />

de Desenvo lvimento (11 PND), e como decorrência,<br />

o Governo Federal acaba de assinar<br />

decreto criando o Programa de Polos<br />

AÇJropecuári'os e. AÇJrominerais da Amazônia<br />

(POLAMAZONIA). Trata-se da "progra<br />

mação do aproveitamento inteÇJrado das<br />

potencialidades aÇJropecuárias, agro-i ndustriais,<br />

florestais e minerais, nas quinze área.s<br />

definidas no documento".<br />

Sem dúvida, o POLAMAZONIA que em<br />

síntese objetiva um intensiv'o Cíescimento<br />

econômico e conseqüentemente a ocupação<br />

da Região - implicará na criação de uma<br />

estrutura apoiada numa "estratéÇJia que conjuga<br />

programas de colonos e pequenos<br />

produtores, com programa.s a serem realizados<br />

através de empresas agrícolas - pequenas,<br />

médias e grandes - assim como de empresas<br />

de colonizacão".<br />

Espera-se que rÍe.ssa nova estrutura, ten<br />

a-se o "homem" como "aÇJente" da colonização<br />

- o oposto ao "pária" da estrutura<br />

aÇJrária ora predominante.<br />

Trta-se, como se vê, de um processo de<br />

colonlzaçã'o centrado no próprio homem, a<br />

desenvolver-se em polos que envolvem a<br />

Transamazônica, a Cuiabá-Santarém a projetada<br />

Perimetral Norte e outras.<br />

'<br />

t, sem dúvida, o despertar de uma nova<br />

era para a Amazônia legal com .seus 4<br />

milhões e 800.0.00 quilômetros q uadrados -<br />

onde incalculáve'l riqueza em potencia l deverá<br />

transfo rmar-se numa riqueza realmente<br />

dinâmica, em termos de producão . agropecuária<br />

e agromineral.<br />

Só assim, acreditamos, dar-se-á a efetiva<br />

ocupação da ReÇJião, sem a depredacão . de<br />

suas bases natura is.<br />

Ao Brasil está reservado um lugar de<br />

destaque na minoração da fome mundial -<br />

sua produçã'O de alimentos tende a aumenta<br />

r dia a dia, haja vista a taxa de acréscimo<br />

e 6%, no período 1969/1 973, para quas<br />

9 /0, em 1974, quando se sabe que a médIO<br />

anual do resto da América Latina foi<br />

de 3%.<br />

Na<br />

.<br />

produção c;le leite de vaca, manteiÇJa<br />

e que"os o Brasil ocupa, respectivamente<br />

os 9.°, 30.° e 25.0 IUÇJares. @<br />

Importantes sã'O a>s reservas brasileiras<br />

de animais, dentre as quais destacam-se os<br />

bovinos, permitindo ao Brasil ocupar o 4.°<br />

IUÇJar, com o "per capita" de um bovino por<br />

habitante.<br />

A aqricultura brasileira tem sido um sustentáculo<br />

do desenvolvimento nacional. E o<br />

II PND já fala de o Brasil realizar "a sua<br />

vocação de supridor mundial de alimentos<br />

e matérias-primas aÇJrícolas".<br />

Tal posicionamento envolve perspectivas<br />

de aumento do nível de comércio exteri'or<br />

brasileiro para mais de 40 milhões de dólares<br />

até 1979 (15 vezes' maior em relacão .<br />

a 1963).<br />

digitalizado por<br />

Trata-se de um crescimento a taxas<br />

anuais superiores a 20%.<br />

Para o .setor primário prevê-se um crescimento<br />

à taxa média 6 a 7% nas lavouras<br />

- e acima de 7%, na pecuária.<br />

Para a consecução de tais metas, na<br />

f.orma do II PND, estão consignados 105<br />

bilhões de cruzeiros, para a implantação de<br />

oroÇJramas como Pola mazônia, Polonordeste,<br />

Polocentro, ProÇJrama da ReÇJião Geo-<br />

(Continua na pág. 59)<br />

arvoredoleite.org<br />

,


Pág. 56 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

SEGUNDO SEMINÁRIO DA FAO SOBRE ADMINISTRAÇÃO<br />

E GERÊNCIA DA EMPRESA DE LATICíNIOS (::,)<br />

2nd FAO Seminar on Dairy Business Management<br />

Real izou-se de 15 de junho a 8 de julho<br />

do corrente ano, na Dinamarca, o 2.°<br />

Seminário sobre administração e gerência<br />

de estabelecimento de· laticínios sob o,s auspícios<br />

do Real Governo da Dinamarca.<br />

Os parti.:ipantes foram recrutados em<br />

diversos países em desenvolvimento, num<br />

total de 2,0, assim distribuídos:<br />

ARGENTINA :<br />

Donalclo Pedro Brusa - 11 ArSsociación Unión<br />

Ta mberos Coop. Ltda. Franck (Santa Fé).<br />

Ernesto Gunther Kasdorf - Kasdorf S.A. -<br />

Buenos Aires.<br />

Osvaldo Mendizábal - Câmara Técnica dos<br />

Produtores de Queijo - Buenos Aires.<br />

Juan Carlos Domingo Testa - Sancor Cooperativm<br />

Unidas Limitadas - Sunchales<br />

(Santa Fé).<br />

BANGLADESH<br />

Abu Z. M. Sayem - "Eastern Milk Producers<br />

Cooperative' Union" - Dacca.<br />

BRASIL<br />

Cláudio César Guadalupe - Alimentos Gerais<br />

S.A. - Leite Big - Belo Horizonte<br />

(Minas Gera is).<br />

Pautilha Guimarães - (Observador) Embrater<br />

- Ministério da Agricultura - Rio de<br />

Janeiro (RJ) .<br />

CHILE<br />

Rodolfo Harwardt Rabenko - "Planta Ca-<br />

Io" - Osorno.<br />

Alfredo Vial Calvo - CORFO - Santiago.<br />

CHIPRE<br />

A. O. Assim - "Dairy Factory Division" -<br />

Nicosia.<br />

Yiannoos Pittas - 11 AndrearS Pittas & Brothers<br />

Chee·se Factory - Nicosia.<br />

EGITO - Mohamed Abdel Aziz Mohamed -<br />

"Misr Milk & Food Co. - Tanta.<br />

Hossam EI-Din Ahmed Morsi - "Siclam Milk<br />

P!ant" - Montasa (Alexandria).<br />

Pautilha Guimarães (**)<br />

QUÊNIA - Davies E, Mwai - "Kenya Coocerative<br />

Creameries - Nairobi.<br />

MALTA<br />

Albert Chetcuti - "Milk Marketing Underta­<br />

king" - Hamrun.<br />

MALAWI<br />

G. P. Lijabu - "Blantyre Pilot Dairy - Chi­<br />

chiri (Blantyre')'<br />

NEPAL<br />

H€'ramba Bahadur Rajbhanda ry - "Dairy<br />

Development Corporation" - Kathmandu.<br />

PERÚ<br />

Hernán Santivánez Guiia - Ministério da<br />

Alimentação - Lima.<br />

TAILÂNDIA<br />

Thinakorn Komkris - "Dairy Promotion Orç:janization<br />

of Thailand - Bangkok.<br />

URUGUAI<br />

Aldo Ariel Ibarra Garcia - CONAPROLE -<br />

Montevideu.<br />

ZÂMBIA<br />

Matthew D. Exoloma - "Dairy Produce B'O­<br />

ardil - Lusaka.<br />

Participantes do 2.° Seminário da FAO na<br />

Dinamarca. De branco, Pautilha Guimarães.<br />

(*) Resumo da palestra proferida na 26.a Semana do Laticinista.<br />

( **) Técnica da EMBRATER (Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rura l).<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 57<br />

OBJETIVOS DO SEMINÁRIO<br />

Os objetivos do Seminário foram os se­<br />

. ç:juintes:<br />

a) Desenvolver a experiência administrativa<br />

dos participantes sobre problemas específicos<br />

da indúrStria de laticínios.<br />

b) Desenvolver a capacidade' de gerência<br />

dos participantes, fornecendo-lhes modernos<br />

instrumentos nos campos de formulações<br />

objetivas; problema do trabalhador,<br />

motivação, etc.<br />

c) Promover entre os participantes troca<br />

de idéias e experiências de administração<br />

e ç:jerência da indúrStria de laticínios,<br />

em países em que a indústria está em vários<br />

estáç:jios de desenvolvimento.<br />

d) Fornecer informações a respe·ito dos<br />

mais recentes progressos tecnológicos da<br />

i ndú:stria.<br />

PPRINCIPAIS TÓPICOS DO S,EMINÁRIO<br />

I - Administração em ç:jeral<br />

1 Organização da empresa.<br />

2 - Política e Metas da empresa.<br />

3 - Problemas do trabalhador.<br />

4 - Motivacão do trabalhador<br />

11 - Gerência de Fábrica<br />

1 - Princípi·os, política e' promoção da<br />

indústria de laticínios.<br />

2 - Comercializacão do leite e derivados.<br />

.<br />

3 - Administração e treinamento do<br />

pessoal.<br />

EXCURSõES REALIZADAS<br />

Fora m feitas visitas a varIas indústriarS<br />

de laticínios e de equipamentos, além de<br />

outras instituições, durante o Seminário :<br />

1) Nil'o Atomizer, Copenhagen (Equipamentos<br />

para leite em pó).<br />

2) Foss Electric, Hillerod - Fábrica de equipamentos<br />

eletrônicos para análise de<br />

leite, derivados e outrorS produtos (Milko<br />

teste r).<br />

3) Instituto Dinamarquês de Pesquisas Laticinistas,<br />

em Hillerod.<br />

4) Christian Hansens Laboratory - Lahoratório<br />

para preparo de coalho e férmentos<br />

para laticínios, com sede em Copenhaç:jen.<br />

5) Federacão das IndústriarS de Laticínios<br />

da Dinamarca, Aarhus.<br />

6) Usina de Beneficiamento e Fábrica de<br />

iOç:jurte, sOrvetes e outrOs produtos -<br />

Alborg.<br />

7) Fábrica Central de Mant . eiga (Processo<br />

contínuo), Hjorring.<br />

8) Fábrica de leite em pó, queijo e mante<br />

iÇJa (processo contínuo), em Svenstrup.<br />

digitalizado por<br />

9) Exposição Nacional de Gado, Herning.<br />

10) Fazendas de produção de leite', em<br />

Skjorring.<br />

11) Três fábrica ,;> de ll queijo's, es ecialmente<br />

Dana blue e Gorgonzola .<br />

12) Paasch Silkeborg - Fábrica . de equipamentos<br />

para laticínios, em Silkeborg.<br />

13) Centr·o de treinamento para laticínios,<br />

na Escola de Laticínios em Dalum -<br />

Odense.<br />

14) Supermercados - Setor Laticínios, em<br />

Aarhus.<br />

15) Usina de Beneficiamento de· Leite em<br />

Aarhus.<br />

16) Fábrica de compressorerS, em Aarhus, da<br />

firma Thomas Ths. Sabroe & Co. A/S.<br />

Além das visitas, m'esas redondas e discussões<br />

técnicas, foram realizadas, em várias<br />

oportunidade.s, reuniões de' caráter social<br />

e recreativo.<br />

OBSERVAÇÕES PESSOAIS<br />

Além da oportunidade de troca de idéias<br />

e impressões entre os participantes sobre o<br />

desenvolvimento da indústria de laticínios<br />

em seus países de .origem, tivemos oportunidade<br />

de conhecer a Dinamarca e seu grande<br />

progrerSso, através de um programa intenso<br />

de excursões e visitas realizadas durante<br />

o Seminário.<br />

Na letra do Hino Nacional Dinamarquês<br />

encontramos uma frase que diz : "Há um<br />

país formoso", e que expressa, realmente,<br />

o que é a Dinamarca - um país formoso !<br />

A Dinamarca é toda um jordim florido<br />

no período de verão, com os campos verdes,<br />

intensamente cultivados, pov·oados de<br />

belos plantéis das mais puras raças le·iteiras,<br />

onde se alcança elevados índices de<br />

produção e produtividade. Sua produção de<br />

alimentos ultrapassa a 2/3 das necessidades<br />

do con:sumo interno. A qualidade dos<br />

seus aliment·os, tanto naturais como industrializados,<br />

goza do mais alto conceito mundial.<br />

A sua indústria de laticínios é das mais<br />

desenvolvidas do mundo. Merece destaque<br />

a eficiência de sua.s fábricas, muito bem<br />

aparelhadas, dentro de altos padrões tecnológicos.<br />

Não há, entretanto, sofisticações,<br />

tudo é muito simples, prático e eficiente.<br />

Isto se deve à objetividade· com que se ministra<br />

o ensino de laticínios, nos In.stitutos<br />

e Escolas, mu ito bem aparelhados, onde se<br />

dá wande ênfase ao ensino prático.<br />

A divisão do progra ma de ensino de laticínios<br />

é muito bem dosada e consta, inicialmente',<br />

de uma fase de aprendizagem<br />

prática, na indústria, para depoi.s o aluno<br />

receber, na Escola ou Instituto, um equilibrado<br />

progra ma de aulas teóricas, sempre<br />

arvoredoleite.org


Pág. 58 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

intercaladas de aulas práticas. Isto dá ao<br />

técnico em laticínios uma capacidade de<br />

trabalho e conhecimentos científicos capazes<br />

de- leva r à indústria muita eficiência no<br />

trabalho.<br />

Mesmo para aqueles profi.ssionais que<br />

chegam aos mais altos níveis ·de· graduação<br />

e pós-qraduação o seu aprendizado passa<br />

por todos os estágios dentro dos diversos<br />

níveirS que o ensino profissionalizante -oferece.<br />

Pode-se concluir que a alta qualidade<br />

dos produtos dinamarqueses deve-se, principalmente,<br />

à capacidade e à objetividade<br />

do ensino de laticínios.<br />

ENCERRAMENTO DO SEMINÁRIO DA FAO<br />

Sessão Final<br />

No dia 7 de julho, pe-Ia manhã, a última<br />

sessã-o de trabalho foi realizada COm<br />

os participa ntes. A finalidade foi discutir a<br />

Avaliação do Seminário, pOr parte dos participante.s<br />

e considerar as sujestões para<br />

planejamento e realizacão de seminários<br />

posteriores sobre Gerênéia e Admin istracãa<br />

de Esta belecimentos de Laticíni-os. Diversas<br />

perg untas foram feitas pelos participantes<br />

sobre várias face·ta.s do Seminário e os pontos-de-vista<br />

dos participantes foram bem discutidos<br />

e anotados;<br />

Entrega de Certificados<br />

Após a sessão final 'Os 20 participantes<br />

reuniram-se com 0>5 técnicos. O convidado<br />

de honra, nesta ocasião, foi o Sr. K. Krusebaek-Jensen,<br />

na sua qualidade de membro<br />

do Com itê Governamental Dinamarquês<br />

para CO'operação Técnica COm os Países em<br />

Desenvolvimento, que falou rapidamente<br />

sobre o interesse· da Dina marca em ajudar<br />

estes paíse>5, especialmente na esfera laticinista.<br />

Ele desejou aOs participantes sucesso<br />

no se-u trabalho, em seus próprios países<br />

e fez entrega de um Certificado de Freqüência<br />

ao Seminário realizado.<br />

Jantar de despedida<br />

Segunda-feira, dia 7 de julho, real izou-.se<br />

um jantar de despedida na Escola que foi<br />

sede do Seminário, ao qual comparecera m<br />

os participantes, todo o corpo técnico que<br />

orientou o Seminári'O e o Díretor da Escola,<br />

Sr. H. Munck. Falara m na ocasião o Prof.<br />

A. Jul Overby, diretor do Seminário, Sr. H.<br />

Munck, diretor da "Unge Hjems Hojsko le"<br />

e o Sr. A. Chetcuti representa ndo os participantes.<br />

Sugestões dos participantes<br />

Em Reral expressaram grande satisfação<br />

quanto à duração do Seminário e aos assuntos<br />

tratados. Na sessão final, entretanto,<br />

algumas sugestões foram apresentadas e<br />

serão-objeto de estudo.s.<br />

Recomendações<br />

- O Seminári'O deve ser real izado de dois<br />

em dois anos, de forma similar.<br />

- O Seminário recomendou que a FAO deve<br />

preparar uma relação de tipos e níveis<br />

de treinamento e educação em laticínios,<br />

nos países em desenvolvimento.<br />

- Foi recomendado com veemência que se<br />

evitas.se a escolha de participantes sem<br />

qualquer conhecimento de Inglês. Apenas<br />

devem ser encaminhados candidatos que<br />

tenham facilidade de usar a Irngua ' inglesa.<br />

CONCLUSÕES (Resumo)<br />

1. Uma política nacional que vise o desenvolvimento<br />

da indú,stria de. laticínios deve<br />

incentivar, principal mente, a criacão<br />

de associações de. classe, com a párticipa<br />

ção de representantes de produtore's,<br />

da indústria e do Governo.<br />

Recomenda-se, outrossim, a criacão de<br />

associações de consumid ores. .<br />

Associações bem extruturadas e ativas<br />

contribuem para dinamizar a indústria.<br />

Uma as.sociação de classe não deve se<br />

limitar, apenas, a assessorament'o mas<br />

sua atuação deve ser dinâmica de forma<br />

a causar verdadeiro impacto no setor.<br />

A orqanização de associacões de consumidores,<br />

de produtos lác'teo:s consiste<br />

n um excelente instrument'o para manter<br />

a indústria em ÇJrande atividade a<br />

fim . de atender a demanda, exiRindo e<br />

estimulando cada vez mais a melhoria<br />

do produto.<br />

2. Na administração de uma empresa a<br />

delegação de poderes e distribuição de<br />

responsabilidade constitui fator básico<br />

para o sucesso do empreendiment'O.<br />

3. A elaboração de relatórios mensais informativos<br />

é indispensável numa indústria<br />

de' laticínios. Tais relatórios deverão<br />

constar de um resumo das informações<br />

diárias dos diversos setores da indústria.<br />

Para isto torna-se nece,ssári,o o<br />

uso de fichas de controle das atividade:;<br />

diária's da indústria em todos os<br />

seus aspectos: qualitativo, qua ntitativo<br />

e econômico.<br />

Revista do ILeT MAIO-JUNHO Pág. 59<br />

4. A implantação sistemática de relatórios<br />

pos5ibilita a correção ime'd iata das<br />

distorções surgidas em<br />

.<br />

todo o processo<br />

produtivo.<br />

. A necessidade de treinamento em admi­<br />

nistração e gerência foi altamente en­<br />

fatizada pelos participantes. Recomen­<br />

dou-se que nOs centros de· treincimento<br />

re·gionais da . FAO dêem mais atenção<br />

para este aspecto.<br />

6. Que os gerente.s das empresas laticinis­<br />

ta,s tenham conhecimentos básicos - de<br />

tecnologia do leite, para melhor so!u­<br />

cionar os inúmeros problemas que· a 10-<br />

dúslria apresenta nos países em desen­<br />

volvimento.<br />

(Continuação da pág. 55)<br />

-econômica de Brasília, e -outros, no período<br />

de 1975/1 979.<br />

Agora, não podemos esquecer, que a<br />

"iniciativa privada, caudatária das empre.sas<br />

estata is e das empresas multinacionais no<br />

nosso processo de desenvolvimento, p oderá<br />

desempenhar o papel de ap'oio e prosperar<br />

também à luz do átomo".<br />

7. A falta de pessoal convenientemente<br />

treinando para a indústria de laticíni'Os<br />

constitui um dos mais rSérios problemas<br />

nesses países.<br />

8 . Centros de treinamento devem ser criados<br />

nos países em desenvolvimento, onde<br />

'a indústria já se e-ncontra em bom<br />

e.stáRio de adiantamento. '<br />

9 . Fábricas automatizadas exigem pessoal<br />

especializado em mais alt-o nível, principalmente<br />

engenheiros eletrônicos.<br />

10. Grandes automatizacões não devem ser<br />

recomendadas nos países em desenvo lvimento,<br />

dada a falta de pessoal convenientemente.<br />

treinado.<br />

t nesse contexto que deverão surgir nO­<br />

vais oportunidades para a indústria de. laticínios,<br />

onde o nosso técnico, 'O "novo ban­<br />

de·irante" dará mais uma vez contribu ição<br />

num processo de desenvolvimento centrado<br />

na liberdade sócio-econômica do "n-ovo ho­<br />

mem rural" e, conseqüentemente., do País<br />

COmo extensão ao que vem faze-ndo em<br />

Minas Gerais, na afirmativa do nosso ines­<br />

'q uecível amigo, Dr. Sebastião S. Ferreira de<br />

Andrade, há 25 ano.s passados.<br />

CASA HADARACO INDÚSTRIA & COMfRCIO UDA.<br />

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Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 61<br />

EFEITOS DO CALOR SOBRE O LEITE (1)<br />

Effects of Heat on Milk Constituents<br />

o calor provoca uma série de alterações<br />

na estrutura física do leite, em sua composição<br />

e nas propriedades de seus componentes<br />

bioquímicos.<br />

O grau de transformação está na estreita<br />

dependência da intensidade e da duração<br />

do tratamento térmico sofrido pelo<br />

leite.<br />

Vejamos, a seguir, os efe'itos do calor<br />

sobre os componentes do leite.<br />

1. Pasteurização:<br />

I - ÁGUA<br />

Praticamente sem al,teração .<br />

2. Pulverização:<br />

O leite em pó fabricado pelo processo<br />

16pray" tem, no máximo, 2 a 4010 de umidade;<br />

uma taxa mais elevada de 'u midade<br />

favoreceria a ranci·ficacão e torna ria me,nos<br />

satis,fatória a reconstituição. A porcentagem<br />

de umidade depende da -temperatura<br />

do ar quente e da pressão com que o<br />

leite entra na câmara de pulverização.<br />

3. Condensação<br />

Fica reduzida de 10 a 12010 do seu peso,<br />

no leite condensado com açúca r e, de 37<br />

a 40%, aproximadamente, no leite evaporado<br />

e' no leite concentrado, em relacão aOs<br />

sólidos do leite. Os produtos aéabados<br />

conlêm, em méd ia, 25, 55 e 75%, respectivamente,<br />

de água.<br />

11 - GORDURA<br />

1. A gordura do leite<br />

A gordura do leil'e se assemelha em sua<br />

composição geral à das plantas, tendo, como<br />

a deslas, uma composição de glicerinC?<br />

e ácidos graxos.<br />

No leite, se acha em suspensão, em forma<br />

de glóbulos, vi6íveis só com o auxílio<br />

de microscópio; seu diâmetro varia de<br />

0,0.01 6 a 0,01 O mm e seu conteúdo por mm3<br />

é de 1,52 a 11 A milhões.<br />

digitalizado por<br />

Formandos do Curso Técnico do ILCT (2)<br />

Pre!f. Jardas da Costa Silva (3)<br />

Tem sido sustentada a teoria de 'que os<br />

!=jlóbulos de gordura formam uma verdadeira<br />

emulsão no leite, isto é, cada glóbulo<br />

se acha rodeado por uma película de líquido<br />

que se adere a eles por atração mo··<br />

leculor. Segundó Stuch, existe' uma membrana<br />

ÇJelatinosa que envolve, 06 !=jlóbulos de<br />

!=jordura, que ele isolou e analisou e que<br />

consiste de 94010 de á!=jua e 6% de substâncias<br />

protéicas.<br />

As diferentes gorduras do leite dividem­<br />

-se em dois grupos gerais, que são:<br />

1. Gorduras voláte,is, solúveis e in.solúveis<br />

.<br />

2. Gorduras estáveis e insolúveis.<br />

Estas propriedades só se observam em<br />

um aglomerado de gordura, como na mante'iga;<br />

quando este produto se rancifica por<br />

ação da luz, dos microrganismos e do ar,<br />

a !=jlicerina 6e separa d'os ácidos voláteis e<br />

estes escapam _ em forma de gás. As gorduras<br />

voláteis têm, também, a propriedade<br />

de absorver os odores e !=jases esparsos no<br />

ambiente. Por este motivo convém que o leite,<br />

o creme e a manteiga não sejam p06tOS<br />

em contato com al!=jo que possa transmitir<br />

odores fortes. Na manteiga fresca, as gorduras<br />

voláteis formam o aroma agradável<br />

que a caracteriza. O leite varia em seu conteúdo<br />

de !=jorduras voláteis de uma estação<br />

para outra, sendo estas maiô numerosas na<br />

primavera e no verão; também varia seu<br />

conteúdo no leite segundo o período de<br />

lactação se acha mais ou menos adiantado,<br />

sendo mais numerosas no princípio do que<br />

no final deste.<br />

A.s gorduras e'stáveis con.stituem 92010 das<br />

gorduras totais. Seu ponto de fusão é co nsiderado<br />

importante, pois dele depende a<br />

consistência da manteiga. Delas a oleína<br />

tem o ponto de ,fusão mais baixo, ou seja,<br />

10°C; a palmitina se funde a 7;Q°C e a miristina<br />

a 60°C. Dela6, a primeira, isto é, a<br />

ole'ína se acha em estado líquido à temperatura<br />

ordinária e se encontra com mais<br />

freqüência no leite na primavera, em cuja<br />

época também as !=jorduras voláteis são mais<br />

comuns, daí que a manteiga suave (mole)<br />

seja mais freqüente na primavera do que<br />

no inverno.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 62 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

Gordura<br />

A composlçao da gordura do leite, segundo<br />

vários inve.stigadores, é a seguinte :<br />

I<br />

Butirina : . ...... .<br />

Voláteis - 8% (aproína<br />

(aprilina<br />

Estáveis - 92010<br />

Se entendemos que as gorduras são glicérides<br />

de, ácidos graxos, temos a segui nte<br />

fórmula geral da sua composição química.<br />

Radicais de Glice- Radicais de ,ácidos<br />

r , ina<br />

(Butírico)<br />

(Oléico)<br />

('8H3602 (Estaá ri co)<br />

A gordura do leite tem, além disso, vestígios<br />

de colesteriná, lecitina e certa substância<br />

corante, de composição química desconhecida.<br />

Os glóbulos de gordura do leite de vaca<br />

estão, total ou parcialmente, rodeados<br />

por um grupo especial de substâncias, cuja<br />

origem pode ser devida, em parte, à sua<br />

maior atividade capilar. As outras substâncias<br />

ativas da superfície constituem, evidentemente,<br />

as camadas mdis externas das sudo<br />

glóbulo de g-ordura , se na realiestão<br />

normalmente concentradas de.<br />

maneira ali. Estas camadas mais<br />

se eliminam com facilidade quanse<br />

lava o creme por diluição com água.<br />

Porcentagem de gordura no leite<br />

A gordura d-o leite está compreendida na<br />

de 2,,0 a 6,0%, com valor médio de<br />

Influência do calor na determinação do<br />

teor de gordura<br />

A de·terminação deste componente a temperaturas<br />

variáveis trará resultados errôneos,<br />

uma vez que este método nos oferece maior<br />

quando se verifica o result-ado à<br />

de 65°C.<br />

3,85010<br />

3,60<br />

0,55<br />

(aprina ......... 1,9<br />

laurina ....... . . . 7,4<br />

Miristina . ........ 2.0,2<br />

Palmitina ........ 25,7<br />

Estearina ........ 1,8<br />

Oleína .......... 35,,0<br />

4. Densidade de um leite<br />

temperaturas:<br />

11 ml<br />

Oo(<br />

5°(<br />

WO(<br />

15°(<br />

200(<br />

25°(<br />

300(<br />

. " . . " .......<br />

............<br />

............<br />

........... .<br />

. ...........<br />

............<br />

. . ..........<br />

de leite pesam:<br />

IDO(<br />

5°(<br />

100(<br />

15°(<br />

200(<br />

25°(<br />

38°(<br />

............<br />

o • • • • • • • • • • •<br />

...... . .. " " "<br />

" " ". " " . . .. " "<br />

" . " . . " . " " " " .<br />

" " " " .. " . " . ..<br />

" " . . .. " . " " " "<br />

5. Influência . do calor sobre<br />

a<br />

várias<br />

1,.0335<br />

1,0328<br />

1,031 9<br />

1,031 0<br />

1,.0289<br />

1,.0285<br />

1,0274<br />

11,3685 g<br />

11,3608 g<br />

11,3509 g<br />

l1,3410 g<br />

11,3278 g<br />

11,3135 g<br />

11,301 5 g<br />

a gordura :<br />

a. Se o aquecimento não é mui,to elevado<br />

este componente do leite não se alte·ra.<br />

b. À medida que aumenta a temperatura, o<br />

glóbulo de gordura se libera, deixando<br />

livre a emulsão de gordura .<br />

c. O aquecime'nto diminui o diâ:-netro dos<br />

p,lóbulos de gordura.<br />

d. A gordura, a-o ser resfriada, se contrai.<br />

111 - PROTEíNAS<br />

O trabalho aqui apresentado foi elaborado<br />

tomando como base a faixa de temperatura<br />

mais comumente empregada na<br />

indústria laticinista. Isto porque é bom lembrar<br />

que os efeitos do calor sobre os componentetS<br />

do leite, não obedecem nenhuma<br />

proporção cO m a intensidade do mesmo,<br />

assim como há sempre uma temperatura<br />

'ótima para determinada transformação deste's<br />

complexos compostos.<br />

1 - Pasteurização<br />

Sob o ponto-de-vista físico, a modificação<br />

mais evidenciada que se registra du-<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 63<br />

rante o proce.sso de pasteurização, é a precipitação<br />

de uma parte das proteínas solúveis,<br />

lactoalbumina e lactog:·obulina, que se<br />

inicia deste 600( e se prolonga até à temperatura<br />

de ebulição. Esta precipitação é irreversível<br />

es,tando ligada a certas modificações<br />

dos enlaces químicos da superfície da<br />

molécula protéica, astSim como o pH do<br />

meio e à natureza e concentracão dos sais<br />

em solução. Isso também, porqe a precipitação<br />

de ais proteínas está na dependência<br />

de fatores variáveis. Nem , todos os leites se<br />

comportam identicamente sob este ponto­<br />

-de-vista e, ainda mais que em determinados<br />

leites, a desnafuracão oCOrre às mais<br />

baixas temperaturas e éom ma is intensidade<br />

que em outros. Todavia, pode dizer-se<br />

que, de um modo geral, o processo de pasteurização<br />

provOca a precipitação de 10%<br />

do total de albumina e globulina. A catSeína<br />

que é muito estável, só precipita após<br />

longa e intensa a,ção térmica .<br />

Sob o ponto-de-vista químico a mais importante<br />

modi'ficação que se -obse·rva no<br />

leite pasteurizado, é o a parecimento de compostos<br />

tSulfidrílicos R-SH, formados à custa<br />

do enxofre, dos ácidos aminadotS sulfurados<br />

das proteínas. Estes compostos são<br />

responsáveis pelo ligeiro sabor a cozido que<br />

se verifica p-or vezes em leite tratado a tempera<br />

turas tSuperiores a 750,(, o que também<br />

provavelmente influenciará na oxidacã-o . da<br />

gordura do leite.<br />

Acreditam que a ação do calor na pasteurização<br />

provoca uma desnaturação sobre<br />

t'odas as proteínas, tendo COmo prova<br />

dissc, o fato de que' o precipitado de um<br />

leite pasteurizado ser visivelmente mais floculoso<br />

do que o de um leite cru.<br />

O nitrogênio residual, ou não protéico,<br />

que no leite ,fresco é de .0,02 a 0,03010, aumenta<br />

para cerca de .0,4% .<br />

2 - Esterilização<br />

As proteínas solúveis, lactoalbumina e<br />

lactoglobul ina , que são em média 10,4%<br />

desnaturadas a 63°(, quando o leite é submetido<br />

à temperatura de esterilização, e ' stas<br />

proteínas têm 82% do seu todo precipitados,<br />

dependendo entretanto da intensidade<br />

do tempo de exposição.<br />

A caseína que até então exis,te no leite<br />

na forma de casei nato de cálcio, sofre acentuada<br />

alteração nas .suas propriedades físicas,<br />

e tende a se precipita r mais facilmente<br />

à temperatura de esterilização. A sua<br />

afinidade de precipitação sob ação dos ácidos,<br />

ou de coagulação sob a açã'Ü da quimosina,<br />

sofre relativa alteração que depende,<br />

também, da constituição original do leite.<br />

digitalizado por<br />

3 - Reação não enzimática de Browning<br />

A reação deste tipo que merece mai-ores<br />

considerações Ocorre entre aldoses e<br />

aminoácidos livres e/ou aglomerados destes<br />

aminoácidos em forma de proteínas, desde<br />

que seja expost'o o conjunto a uma determinada<br />

temperatura.<br />

A reação de BrowninÇ! pode ser desejável<br />

na industrializa ção de vários produtos<br />

como cerveja preta, café, coca-cola, etc.;<br />

porém na indústria de laticínios a metSma<br />

é indesejável, pois é sua característica principal<br />

ter como produto final, compostos que<br />

conferem sabor e aroma indesejáveis, exceto<br />

quando se trata de fabricacão de caramelos,<br />

que depende destes compostos para<br />

especificar tSuas características organolépticas,<br />

contando ainda com 'outros compostos<br />

resulta ntes da reação que lhe conferem a<br />

coloracão ideal.<br />

Está reação nada mais é que a conhecida,<br />

e às vezes -temida, cara melização,<br />

sempre presente qua ndo emprega processo<br />

de a-quecimento de leite, cujo processo não<br />

conta com um controle, adequado e principalmente<br />

quando 'não .se conhece a apresentação<br />

qualitativa e quantitativa do leite no<br />

momento do tratamento.<br />

,Entre -os fatores que a'fetam a cara melização<br />

da lactose com proteínas, destacamos<br />

os de maior importância, na seguinte<br />

ordem:<br />

a - Temperatura<br />

Sendo este o fator mais importante é<br />

evidente que, independente da qualidade<br />

e constituição do leite, 'Ü aquecimento é capaz<br />

de caramelizá-Io dependendo apenas<br />

da intensidade de calor e do tempo de exposição<br />

ao mesmo.<br />

b - pH - Concentração de hidrogênio<br />

iônico<br />

Quando o pH do leite é elevado, haverá<br />

uma maior tendência de "polimerização"<br />

dos produtos re·sultantes da degradacão<br />

da cetose-amina, razão pela qual observa-se<br />

que um leite de baixa acidez (pH<br />

alto), quando aquecido, não precipita facilmente,<br />

enquanto que a velocidade de caramelização<br />

será sempre superior a de um<br />

leite de acidez normal.<br />

c - Conteúdo dáguCl<br />

Quanto mais diluído for o leite, menor<br />

é a tendência à caramelizacão. Da í se conclui<br />

que quando se trabalha' com concentração<br />

de leite, o problema é mais acentuado,<br />

o que' pode ser amenizado utilizando-se<br />

processo a vácuo.<br />

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Pág. 64 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

4. Preventivos contra a caramelização pelo<br />

prOcesso de Browning<br />

a - Abaixamento do pH, ou acidificação do<br />

produto antes da aplicação de, cal or,<br />

tende a evitar esta reação;<br />

b - Deslactosagem do ,leite preve·niria a<br />

rea'ção de caramelização;<br />

c - Fermentacão da ladose antes do uso<br />

de calor;'<br />

d - Util ização de, inibidores da reação de<br />

caramelização como HS0 3 (hisulfito),<br />

NaHS0 3 (bisulfito de sódio), S02 (dióxido<br />

de e'nxofre), Na2S0 3 (sulfito de<br />

sódio).<br />

Estes bisulfitos somente podem ser utilizados<br />

até 1 %, acima disto são considerados<br />

tóxicos. Em relacão aos itens relacionados<br />

a'Cima, esles sao válidos para doce<br />

de leite e leite em pó. Deve-se salientar<br />

também que em alguns casos muito raros,<br />

a caramelização pode ser favorecida pelo<br />

pH ácido.<br />

. IV - LACTOSE<br />

A ladose é o açúcar do leite, encontrado<br />

em maior ou menor proporção no leite<br />

de todos os mamÍ'feros, variando a porcentagem<br />

segundo a espécie.<br />

No leite de vaca a porcentagem média<br />

de l adose é de 5% , sendo, depois da água,<br />

o componente que se apresenta em mai'Or<br />

porcentagem.<br />

É um hidrato de carbono que tem por<br />

fórmula C12H22011 . H20. É, portanto, um dissacarídeo<br />

ou uma diose. Por ação enzimá-<br />

3. Influência da temperatura controlada sobre a lactose<br />

FRIO<br />

CALOR<br />

Resfria mento<br />

Congelamento<br />

----<br />

Pasteurização ----<br />

Condensação<br />

Pulverizacão<br />

(cilindros' ou<br />

de contatos)<br />

Pulverizacão<br />

(SPR,A Y óu de<br />

atomização)<br />

Ebulição<br />

Esteri I ização<br />

tica a ladose se desdob ra nas duas mono- I<br />

ses que a compõem : glicose e galactose.<br />

1. Solubilidade e cristalização<br />

Solubilidade inicial:<br />

na forma ex é de 5%, a OOC<br />

na forma f3 é de 45%, a ,O°e.<br />

Solubilidade final: Quando se estabelece 'O<br />

equilíbrio entre as duas formas:<br />

11,9% a OOC<br />

16,9% a 15°1(<br />

21 ,6% a 25°C.<br />

Formação de cristais: ·os microcristais vão<br />

se atraindo por terem cargas elétricas<br />

opostas. Causam o aparecimento<br />

de cristais maiores que são perceptíveis<br />

ao tato bucal, isto acontece, por<br />

exemplo, no doce de leite, sendo um<br />

dos mai,ores problemas e dos mais<br />

comuns neste produto.<br />

,A. parece, também, esta formação em<br />

produtos supergelados: sorveTes.<br />

2. Produtos pirolíticos da lactose:<br />

A cor escura adquirida pelo leite aquecido<br />

fortemente é conseqüência da cara melização.<br />

da ladose em presença da ca.seína,<br />

a qual, depois, adsorve' o lactocaramelo<br />

produzido.<br />

A ladose hidratada perde água de cristalizacão<br />

entre 13.o-140°e.<br />

A í 50-1 65°C, torna-se amarela e a 175°C<br />

marr'Om, emitindo cheiro típico e perdendo<br />

13% do seu peso.<br />

--+ sem alteração<br />

»- sem alteração<br />

-- Não é afelada, ou, no máximo, de maneira<br />

imperceptível. .<br />

A solução de sacarose e a presença de<br />

proteínas em soluçã'O mais concentrada reduzem<br />

a solubilidade da ladose, exigindo-se<br />

cuidados especiais para que a cristalização<br />

se faça em cristais microscópicos.<br />

A ladose sofre às vezes um início de caramelizacão<br />

ao entrar em contato com o cilindro<br />

'quente.<br />

A ladose é precipitada, mas não cheÇJa a<br />

cristalizar-se por ser instantânea a pulverização.<br />

Há, às vezes, uma carame·lização incipiente<br />

da ladose. A fervura prolonÇJada desdobra<br />

a lactose em ácido.<br />

Há, freqüentemente, uma carame!izaçã'o da<br />

ladose, catalisada pela presença de prole·ínas<br />

em solução coloidal concentrada.<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 65<br />

1. Conceito<br />

V - ENZIMAS<br />

São substâncias qUlmlcas secretadas pelas<br />

células, as quais são capazes de acelerar<br />

ou retardar uma reação química sem<br />

formar parte do composto resultante.<br />

2. Classificação<br />

De acordo com o substrato sobre o qual<br />

atuam, as enzimas se clas.silficam em :<br />

a) Proteases (proteolíticos) :<br />

São as enzimas que atacam e promovem<br />

a decomposição das proteínas em . aminoácidos.<br />

b) Carbohidrases (carbohid ratos) :<br />

Sã·o a'que·las que atuam sobre os açúcares<br />

produzindo gás, ácido e álcool.<br />

c) Lipases (Iipolíticos) :<br />

Atacam os glóbulos de gordura decompondo-se<br />

em ÇJlicerina e ácidos ÇJraxos.<br />

d) Amilase.s (amiláceos) :<br />

Sã·o as enzimas que atuando sobre o<br />

amido o decompõe em açúcares simples.<br />

e) Coagulases :<br />

São as que provocam a coagulação da<br />

caseína do leite ocasionando a sua precioitação.<br />

f) Redutases :<br />

São aquelas que decompõem 'O peroxldo<br />

de hidrogênio (água oxigenada) em áÇJua<br />

e oxiÇJênio molecular (02).<br />

3. Enzimas encontradas no leite<br />

As enzimas geral mente encontradas no<br />

leite são: catalase, peroxidase, xantina oxidase,<br />

f'Osfatase, aldolase amilases (alfa e<br />

beta), lipases e outras e·stera.ses, proteases,<br />

anidrase carbônica.<br />

Todas estas enzimas são termolábeis, isto<br />

é, são inativadas ou destruídas por temperaturas<br />

re:ativamente baixa.s.<br />

A peroxidase é uma enzima que existe<br />

naturalmente no leite. Tem seu limite máximo<br />

de tolerância em torno de 80°e. Em<br />

tempos passados, quando se recomendava<br />

a pasteurização do leite a 80-85°C, a pesquisa<br />

de peroxidase era exiÇJida e procedida<br />

com a finalidade de· determinar se o<br />

mesmo era um leite cru ou pasteurizado.<br />

Hoje, como as fórmula.s mais modernas de<br />

pasteurizaçã'O recomendam temperatuas inferiores<br />

a 80°C, sua pre·sença no leite de<br />

consumo é exigida.<br />

Está, porém, ausente em leites esterilizados,<br />

pois neste tratamento térmico o leite<br />

é submetido a temperatura.s superiores a<br />

100°C.<br />

digitalizado por<br />

A fosfatase é outra enzima que está originariamente<br />

presente no leite. É inativada<br />

por tod'Os os tratamentos térmicos usados.<br />

Sua destruição está enquadrada nas fórmulas<br />

de pasteurização do leite. Se·;]undo<br />

prescrição do DIPOA, a fosfatase deve esta<br />

r ausente no leite de consumo. Pois considerando-se<br />

que, de um modo ÇJeral, os<br />

ÇJerme's patoÇJênicos são mais sensíveis ao<br />

calor do que a fosfatase, conc:uímos que<br />

a ausência desta indica também a ausência<br />

daqueles ÇJermes. Serve também para<br />

verificar a eficiência da pasteurização ou<br />

fazer o controle desta, além de identificar<br />

leite cru e leite fervido.<br />

Li mite de resistência da fosfatase :<br />

% de destruição Temperatura<br />

96 61 ,7°C<br />

lQ,Q 63,OoC<br />

100 75,00C<br />

Tempo<br />

30 min<br />

2.0 mln<br />

2 min<br />

A lipase é uma enzima lipolítica oriunda<br />

do animal ou de oriÇJem microbiana.<br />

É importante na maturação de certos tipos<br />

de queijos, ta is como roquefort, camembert,<br />

etc. Tem sua temperatura ótima<br />

de atuação em torno de 37°C, sendo de.struída<br />

completa mente a 60C durante 30 minutos.<br />

A lipase é, portanto, destruída por todos<br />

os tratamentos térmicos a que 'O leite<br />

é normalmente submetido. A sua presença,<br />

no leite e subprodutos, pode causar sabor<br />

amarqo e rancidez.<br />

Outra enzima que é de·struída pelos tratamentos<br />

térmicos é a casease. Também<br />

chamada protease, é a principal enzima na<br />

funçã'O da maturação dos q:Jeijos, encarregando-se<br />

de desinteÇJrar a mo ' écula de<br />

paracaseína até seus elementos mais simples.<br />

É produzida por quase todos os ÇJermes<br />

proteolíticos.<br />

A catalase pode ser produzida por várias<br />

bactérias e é capaz de decompor o<br />

peróxido de hidroÇJênio em áÇJua e oxiÇJênio<br />

molecular sendo, portanl'O, uma redutase.<br />

Reação de redução da áÇJua oxiÇJe'nada :<br />

H202 + Cata lase --- ·2 H20 + 02<br />

Resiste até 85-900C por 3. minutos, sendo,<br />

porta nto, destruída somente pela e·sterilizacão.<br />

A' renina, também chamada quimosina,<br />

quimose, presamo ou pressura, é o elemento<br />

principal do coalho. Tem melhor atuacão<br />

a 40-41 °e. Pode ser destruída a 65°(<br />

por 30 minutos sendo, aSoSim, eliminada pela<br />

pasteurização.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 66 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

Observação :<br />

Re,centemente tem-se realizado numerosas<br />

investigoç0es sobre a re·ativaçã'Ü da<br />

fosfatase e da peroxidade, após o aquecimento.<br />

Tem-se comprovado que hão de<br />

transcorrer mais de 30 horas contadas a<br />

partir do término do aquecimento, a 83°C<br />

durante 5 segundos para que a pe-roxidase<br />

volte a aparecer. Para que o desapa recimento<br />

desta enzima seja tota,I, necessita-se<br />

de um aquecimento de 9.oo.C.<br />

Pelo 'que se refere à fosfatase, sabe-se<br />

que também pode reaparece'r depois de um<br />

certo tempo, principa lmente se adicionarmos<br />

cloreto de sódio ao leite.<br />

VI - SAIS MINERAIS<br />

o total dos sais no leite varia de 0,69010<br />

a OJ7%. Devido a certas dificuldades analíticaoS<br />

e ao estado coloidal do leite, não<br />

há acordo entre 06 vários autores quanto<br />

à composição dos sais minerais e às combinações<br />

possíveis. Os teores indicados têm,<br />

apenas, um val or teórico e para referência<br />

citamos :<br />

Cálcio ...... .<br />

Magnésio ... .<br />

Sódio ...... ..<br />

Potássio<br />

1,25 g/I<br />

0,10 g/I<br />

.0,50 g/I<br />

1,50 g/I<br />

Fosfatos ..... . 2,1.0 g/I<br />

Citratos ..... . 2,00 g/I '(como ácido cítrico)<br />

Cloro ....... . '1 ,00 g/I<br />

Bicarbonatos . 0,20 g/I<br />

Sulfato ...... . 0,10 g/I<br />

Lactafo ..... . 0,02 g/I<br />

1. Traços de elementos microgramos/litro :<br />

Alumínio ............. .<br />

Arsênico ............. .<br />

.sopo . . . ....... . . ... .. .<br />

Coba lto ............ .. .<br />

Cobre ............... .<br />

Ferro ................ .<br />

·Magnésio ............ .<br />

Molibdeno ........... .<br />

Silício ............. ... .<br />

Zinco ................ .<br />

Bromo ............... .<br />

lodo ..... , ... ... ... .. .<br />

15.0 - 1.


Condições de<br />

produção<br />

Vacas. utensí-<br />

lios ie meio<br />

limp06.<br />

Vacas limpas,<br />

utensílios e<br />

meio sujos.<br />

Vacas ute·nsí-<br />

lios e meio<br />

sujos.<br />

EFEITOS DA TEMPERATURA NO CRESCIMENTO DAS BACTéRIAS NO LEITE PRODUZIDO<br />

SOB VÁRIAS COND!ÇÕES<br />

(*)<br />

NOMERO DE BACTE:R,I'AS<br />

Temperatura<br />

POR MI LlUTRO<br />

de armaze- Produ:to<br />

namento fresco<br />

24 hOí'as 48 horas 72 horas<br />

I I I I<br />

I 4,4°C 4.300 I 4.10G I 4.60.0 I 8.500 I<br />

10,OoC 4.300 14.000 130.000 5.700.00.0<br />

15,5°C 4.300 1.600.,000 33.0.00.000 330.00.0.0.00<br />

4,4°( 39.000 88.000 120.000 140.,000<br />

1 0,.00, C 39.000 180.00.0 830.00.:) 1.800.000<br />

15,5°C 39.000 4.500.,000 99 . .00.0.000 630.000.000<br />

4,4°C 14 . .00.0 280 . .000 540.,Q,00 750.0.00<br />

10,,0,0:( 14.,00,0 1.200.000 14.000 . .000 26.000.000<br />

15,5°C<br />

* - Os dados acima apre6entados são aproximados.<br />

Substâncias<br />

modificadas<br />

LACTOSE<br />

LACTOSE +<br />

P,ROTEfN-AS<br />

PROTEfNAS<br />

(principalmente<br />

f3. lactoglobulina)<br />

P-ROTHNAS SO­<br />

LOV'EIS E CAISEfNA<br />

I<br />

I<br />

14 . .00,0 24.000.0.00 64.0.0.00.,000 2.400.,Q,00.'000<br />

EFEITOS DO CALOR SOBRE OS CONSTITUiNTES DO LEITE<br />

Modificações<br />

• Decomposição com formação de ácidorS orgânicos.<br />

• Reação entre ÇJrUpos aldeídicos e aminados; produtos<br />

de condensação co loridos (reação de Mailard).<br />

o Aparecimento de ÇJrUpos SH ativos e' de compostos<br />

sulfúricos livres;<br />

• Desnaturação (inativação aÇJlutina;.<br />

Formação de amoníaco;<br />

• C'oncentração e insolubilização na interfase líqui-<br />

• formação de complexo CarSeína K + f3 - lactoglobulina.<br />

Principais consequências<br />

96 horas<br />

20.000<br />

39.,Q,00.Oo,O<br />

960 . .0.00.0.0,0<br />

1.000.00.0<br />

13 . .000.000<br />

1.40·0 . .00.0.0:00<br />

852.000<br />

41.0.00..0001<br />

5.,00,0.000.000<br />

• Influência no crescime·nto das bactérias látic;<br />

• Abaixa mento do pH;<br />

• Caramelização;<br />

• Substâncias extraídas ao éter.<br />

• J,,1oaixamento do valor nutritiv'o das proteínas (perda<br />

de lisina);<br />

• Formação de compostos redutore6, ahaixo o potencial<br />

Redóx, obstáculo na oxidaçã·o dos ÇJases;<br />

• Escurecimento.<br />

e "Gosto de cozido";<br />

• Sistema redutor;<br />

• F!oculação;<br />

• Obstácuo à formação de' creme.<br />

o Influência no ÇJosto;<br />

• Formação de "pedra de leite";<br />

Uma das causas da estabilização por pré-aqueci- .<br />

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Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 71<br />

VIII - CONCLUSÕES<br />

A,o iniciarmos este trabalho sal ienta mos<br />

sobre a curiosidade e poder de observação<br />

do homem, isto é, da pré-história até nOssos<br />

dias.<br />

O homem pré-histórico descobriu o fogo<br />

através de acontecimentos diretamente relacionados<br />

com a nautreza.<br />

O homem tê'cnológico transformou esta<br />

curi'osidade em pesquisa criando e estudando<br />

novas técnicas para atender ao bem estar<br />

do homem Século XX,<br />

Pelo exposto, o uso do calor na indústria<br />

de laticínios é de suma imp'ortância e<br />

o seu emprego exige cuidados especiais l a<br />

fim de evitar conseqüências graves.<br />

Entre todos os métodos de .conservação<br />

em uso, a prática tem-nOs mostrado que pelo<br />

seu emprego constante este é, ainda, o<br />

meio mais eficiente. Existe uma concordância<br />

generalizada e louvável contra a adição<br />

de qualquer substância estranha aos alimentos,<br />

principalmente a'O leite.<br />

Se compararmos o -cartaz agora apresentado<br />

(homem pré-histórico) com os equipamentos<br />

de que dispomos na atualidade, verificaremos<br />

'que realmente h'ouve uma grande<br />

evolução. Entretanto, se encararmos o<br />

fato com espírito mais crítico l somos obriqados<br />

a concordar que muita coisa há, ainda,<br />

para ser criada .<br />

Se auscultarmos a opinião pública sobre,<br />

por exemplo, o paladar do leite, ouviremos<br />

certamente as seguintes respostas:<br />

- leite g ostos'o é aquele colhido quentinho,<br />

diretamente do úbere da vaca;<br />

- queijo bom é o de fazenda;<br />

- coalhada saborosa é a feita em casa.<br />

Ignorância do consumidor? Perguntamos<br />

nós. A coisa se complica quando vemos a<br />

propaganda falando em leite-do-dia l leite­<br />

-de-granja, etc.<br />

O II leite certificado" - leite cru produzido<br />

em condições rigorosamente higiênico­<br />

-sanitárias - em países altamente desenvolvidos,<br />

parece-n'Os uma utopia, sua producão<br />

no Brasil.<br />

:Assim sendo, acreditamos na necessidade<br />

de pesquisar, para darmos ao consumidor<br />

o que a propaganda anuncia, me·smo<br />

que para isto te.nhamos de queimar etapas.<br />

Nada temos contra as atuais caldeiras<br />

Çjeradoras de va por; apenas achamos pequena'<br />

a disfância entre o início e o estágio<br />

atual, que para garantia da saúde pública<br />

e para maior conservação dos alimentos,<br />

priva muitas ve'zes ' o consumidor daquele<br />

digitalizado por<br />

paladar e do conse'quente sentido de pureza<br />

dos a limentos naturais.<br />

Hoje o Instituto de Laticínios IICândido<br />

Tostesll pertence a uma empresa de pesquisa,<br />

a EPAMIG, que, por sua vez, é filiada<br />

à EMBRAPA.<br />

Agora que o Brasil ingressa no I IClube<br />

Atôicoll, que tal o emprego da energia<br />

nuclear com'O processo ou coadj uvante da<br />

tecnologia leiteira?!<br />

Senhores, as cartas estão na mesa ...<br />

IX - BIBLIOGRAFIA<br />

MCKENZIE, H. A. - Milk Proteins I e H. Chemistry<br />

and Molecular Biolog;y.<br />

PERAZA, V. M. - La leche y sus productos.<br />

Cultura l S.A. Havana.<br />

BALLARIN, O. - Notas sobre a bioquímica<br />

do leite. Rio de Janeiro, 1975.<br />

CARPENT'ER, P. L. Microbiology. \IV. Saunders<br />

·Company. U .,S. A. 1961 .<br />

PELOZAR, M. J. e RElU, R. D. - Microbiologia.<br />

Talleres Gráficos de Ediciones<br />

Castil'la, S.A. Madrid, 1966. Segunda<br />

Edicion.<br />

BROCKI T. D. Biologia de los microorganismOS.<br />

Ediciones Omega S.A. Barcelona,<br />

1966.<br />

ALAIS, t. SCIENCE DU LAIT. Principes du<br />

Tecnologie laitiêre.<br />

SANTOS, I. A. et alii - Leite Pasteurizado.<br />

Edicão da Câmara Municipal de Lisboa,<br />

1963. 400 pág.<br />

SENES, J. C. - Microbiologie Genera le.<br />

VILLELA, J. O. - Sanitizaçã'O na Indústria de<br />

Laticínios. Edição do ILCT. Juiz de _Fora,<br />

MinaIS Gerais.<br />

GUAZZElLl I M. J. - Lactose. Felctiano, Juiz<br />

de Fora 1 (3) :35. 1946.<br />

ALBUQUERQUE, H. - Obtenção da lactose<br />

bruta. Felctiano, Juiz de Fora 1 (13/1 4) :3.<br />

1946.<br />

RAUCH, A. M. L. - Las alteraciones de la<br />

lache. La Indústria Lechera, Buenos Aires.<br />

25 (287) : 391/392. 1943.<br />

PALMER, L. S. _. Estructura y propriedade de<br />

la II membranall natural de,1 globulo graso.<br />

La Industria Lechera, Buenos Aires.<br />

27 (313): 521 a 536. 1945.<br />

Revista do Instituto de Laticínios II Cândido<br />

Tostesll, Juiz de Fora, MG. N°s. 35, 50,<br />

99, 106, 1 .07, 153 e 176.<br />

Anales dei Instituto Municipa l de Higiene de<br />

Zaragoza. Vol. 7, n,o 1. Abril, 1958.<br />

arvoredoleite.org


Indústria Mecânica Juiz de Fora Ltda.<br />

Máquinas para Laticínios em Geral<br />

Bated·eiras de eco inoxidáv,el - Fracionadeiras<br />

.::.<br />

Cravadeiras - Depósitos - Tanques - etc.<br />

FÁBRICA :<br />

Avenida dos Andradas, 1015 - Tel. 212-5553<br />

JUIZ DE FORA - Minas Gerais<br />

Revista do ILcr JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 73<br />

EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA ·<br />

DE MIAS GERAIS<br />

INSTITUTO DE LATiCíNIOS "CANDIDO TOSTES"<br />

A - COMISSÕES<br />

XXVI.a SEMANA DO LATICINISTA<br />

7 a 11 de julho d 1975<br />

Tendo em vista a real ização da XXVl.a<br />

Semana do Laticir'lirsta no período de 7 a<br />

11 de iulho, nomeio as Comissões abaixo<br />

especificadas, . bem cOmo as atribuições de<br />

cada uma:<br />

1. Coordenacão ' Prof. Cid Maurício StehlinÇ].<br />

1 .1 . Atribuições :<br />

1 .1 .1 . Prover recursos materiais e financeiros<br />

para a realização da Semana.<br />

1 .1 .2. Destinar e controlar as dotações de<br />

cada Comis,são.<br />

1.1 .3. Efetuar paÇJamentos e' rece imntos<br />

relativos às despesas e receitas das<br />

Comissões.<br />

1.1 .4. Estudar e 'o pinar sobre recur.sOs solicitados<br />

pelas diferentes Comissões.<br />

2. Comissão de Publicidade e Organização<br />

Presidente: Praf. Válter Estêves Júnior.<br />

Membros: Prof. Braz dos Santos Neve's.<br />

2.1 . Atribuicõe·s :<br />

2.1 .1. Elab rar proÇJramas de publicida?e<br />

junto aos órÇJãos da imprensa escrita<br />

e falada, pela divulgação da Semana.<br />

2.1 .2. Entrar em ligação com as diferentes<br />

firmas no sentido de obtenção ÇJratuita<br />

de pastas, folhetos e outras<br />

matérias de propaganda.<br />

2.1 .3. Elaborar os proÇJra mas da S . e'mana<br />

para serem di.stribuídos aOs Interessados,<br />

juntamente com . s pastas,<br />

por intermédio da Comlssao de Secretaria<br />

e HospedaÇJem.<br />

3. Comissão de Conferências e Cursos :<br />

Presidente : Prof. Otacílio Lopes Vargas.<br />

26th National Dairy Meeting<br />

July 7 to 1,.1/1975<br />

I -<br />

ORGANIZAÇÃO<br />

Organizatíon<br />

digitalizado por<br />

ME::nbro,s : Professores: Sebastiã'o Duarte<br />

A. Vieira e José Ma uro de<br />

Moraes.<br />

3.1 . Atribuicões:<br />

3.1. i. Providenciar a pr,oqramação das<br />

Conferências e dos Cursos da Semana,<br />

fazendo entreÇJa da documentacão<br />

à Comissão de Secretaria e HospedaÇJem<br />

parei a devida expediçã?<br />

3.1 .2. Elaborar modelos de cartas-convite<br />

aos Conferencistas, fazendo entreÇJa<br />

das me·smas à Comissão de Secretaria<br />

e HospedaÇJem, para expedição.<br />

4. O . Comissão de Secretaria e Hospedaqem<br />

:<br />

. Presidente : Hélio Pederneiras Taulois<br />

- Coordenador.<br />

Membros: Eunice de Andrade Drummond,<br />

Eliane Novaes Stehling,<br />

Eliane Pereira Santiaqo:<br />

pof.a Maria Nazaré<br />

Fontenele Lima, Arlindo Ambrósio<br />

Filho, Milton Leal e<br />

José Oswaldo da Silva.<br />

4.1 . Atribdcões:<br />

4.1 .1 . Elabóra ção da lista de convidados<br />

para a Semana.<br />

4.1 .2. Remes


Pág. 74 MARÇO-ABRIL Revista do ILCr<br />

5. Comissão de Julgamento de Queijo:<br />

Presidente: Prof. Múcio Mansur Furtado.<br />

Membros : Professores: Jacob Francklin<br />

de Oliveira e Marco Elias Nimer<br />

Rocha.<br />

5. 1. Atribuicões :<br />

5.1 .1. Em (jgação cOm a Comissão de<br />

Conferências e Cursos, organizar<br />

norma.s para o julgamento de queijo.<br />

5.1 .2. Elaborar modelos de cartas-convite<br />

a serem enviadas às Indústrias interessadas,<br />

fazendo constar das mesmas<br />

as e-specificações d06 queijos,<br />

etc. Fazer entrega da documenta ção<br />

à Comissão de Secretaria e Hospedagem,<br />

para expedição.<br />

5 .1.3. Organizar uma equipe de Juízes, ficando<br />

responsável pelo convite aos<br />

mesmOs.<br />

5.1 .4. Escolher e prepara r o local para<br />

julgamento.<br />

6. COmissão de Exposição de Máquinas,<br />

Queijos e Produtos Industriais<br />

Presidenl"e : Prof. José Frederico de Magalhães<br />

Siqueira.<br />

Membros : Prof. Wanderson Amarante<br />

Campos.<br />

6.1 . Atribuicões:<br />

6.1 .1. Apreentar à Comis6ão de Finanças<br />

uma estimativa das despesas do se­<br />

tor.<br />

6.1 .2. Entrar em ligação COm as diferentes<br />

Indústrias de Máquinas e demais<br />

produtos, bem como Indústrias de<br />

Laticínio6, solicitando suas presenças<br />

na Semana, informando o preço do<br />

m2 de área ocupada.<br />

6.1 .3. Determinar os locais para a Exposição,<br />

em comum acordo e ajuda<br />

dos elementos interessados.<br />

7. INFORMACÕES COMPLEMENTARES<br />

7.1. O Presidente de qualquer Comissão<br />

poderá a qualquer tempo solicitar -o<br />

concur'so de elementos não constante<br />

da presente portaria.<br />

7.2. As ligaçõe-s entre os Presidentes das<br />

Comissões devem ser feitas · voluntariamente,<br />

sempre que necessárias para o<br />

bom andamento dos trabalho-s.<br />

7.3. Os Presidentes de Comissão deverãol<br />

sempre que necessário, lançar mão da<br />

cooperação de alunos bolsistas e de<br />

outros voluntári-os.<br />

7.4. Os caso.s omissos serão levados pelos<br />

Presidentes das Comissões a esta Direção<br />

para estudo e solução.<br />

Juiz de F-ora, 19 de maio de 1975.<br />

Cid Mauríció Stehling<br />

Diretor do ILCT.<br />

B - PROGRAMA<br />

07/.07/75<br />

08:00 - Inscricões.<br />

09:00 - Missa' Solene na Igreja de Santa<br />

Teresinha.<br />

10 :100 - Hasteamento do.s Pavil hões Nacional<br />

e Estadual.<br />

10:30 - Abertura da XXVl.a Semana do Laticinista,<br />

pelo Presidente da Epamig<br />

- Dr. Helvécio Mattana Saturnino,<br />

representado pelo Secretário-Adjunt-o<br />

da Agricultura, Dr. Paulo Caldeira<br />

Brant.<br />

11 :30 - Abertura de Iv.a Exposição de<br />

Queijos e de Maquinaria, no Edifício<br />

do Pavilhão Fábrica.<br />

12:30 - Almoço.<br />

14 :00 - Palestra I<br />

Dr. José Sátiro.<br />

Prof. Faculdade de Tecnologia de<br />

Alimentos - Universidade Estadual<br />

de Campinas.<br />

- PRODUCÃO DE QUEIJO PRATO<br />

- VARIEDADE LANCHE: COMPA-<br />

RAÇÃO, SALGA EM SALMOURA<br />

COM SALGA NA MASSA.<br />

15 :00 - Palestra 11<br />

Sr. Otto Frensel - Presidente da ABL.<br />

- SELECõES LATICINISTAS MUN­<br />

DIAIS -' Série 23. .<br />

16 :00 - Palestra 111<br />

Evaldo Schmidit Alves.<br />

- A EMBALAGEM PARA O MER­<br />

CADO: PROTEÇÃO E PROMOÇÃO.<br />

17 :00 - 19 :00 - CURSO RAPIDO.<br />

Prof. J osé Mauro de Mora es -<br />

DEPT.o ILCT.<br />

- CURSO RAPIDO EM CULTURAS<br />

LATICAS.<br />

18:30 - LANCHE.<br />

19:00 - Noite livre.<br />

,08/07/75<br />

09 :00 - Palestra IV<br />

Dr. Ebbe Petersen - Diretor do<br />

Centro Regional de Capacitación en<br />

Leche-ría para a América Latina.<br />

- DEFEITOS DE QUEIJOS E SUAS<br />

CORRECÕES.<br />

10:00 - Idem. '<br />

12:30 - Almoço.<br />

14 :00 - Dr. Ebbe Petersen<br />

- DEFEITOS DE QUEIJOS E SUAS<br />

CORREÇÕES.<br />

17:00 - 19:00 - CURSO RAPIDO.<br />

Prof. José Mauro de Moraes -<br />

DEPT.o ILCT.<br />

-' CURSO RAPIDO EM CULTURAS<br />

LATICAS.<br />

Revista do ILCT . JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 75<br />

18:30 - Lanche.<br />

.<br />

19:00 - Demonstraçãlo do Equlpame n to Schause. para fechamento de embalagem<br />

de queijos a vácuo, pelos<br />

Srs. Lisberto Cavalcanti de Souza e<br />

Paulo Macedo.<br />

09/,07/75<br />

09 ·00 - Dr. Ebbe Petersen<br />

- DEFEITOS DE QUEIJOS E SUAS .<br />

.<br />

CORREÇÕES.<br />

10:00 - Idem.<br />

12:30 - Almoço.<br />

14:00 - Palestra V<br />

Joacyr Rodrigues Lima - Prof. do ·<br />

Ministério da Educaçãlo e Cultura<br />

- O ILCT, A ESCOLA PROFISSIO­<br />

NALIZANTE PERFEITA.<br />

15 :00 - Palestra VI<br />

Dr. Luiz Pinto Valente - Inspetor do<br />

DIPOA<br />

- A INDOSTRIA DE LATICfNIOS<br />

BRASILEIRA.<br />

16 :00 - Palestra VII<br />

/I<br />

Dr. J . J. Carneiro Filho - Prof. . Ho<br />

noris causa" do ILCT<br />

- RIESfDUOS PESTICI DAlS. CONTA­<br />

MINACÃO DO LElliE E DERIV'ADOS<br />

E DOS ALIMENTOS EM GERAL.<br />

17 :00 - 19 :00 - CURSO RAPIDO<br />

Prof. José Mauro de Moraes<br />

DEPT.o ILCT.<br />

- CURSO RAPIDO EM CULTURAS<br />

LACTEAS.<br />

18:00 - Lanche.<br />

.<br />

19 ·00 - Noite dos Ex-Alun'os.<br />

- COMEMORAÇÃO DO JUBILEU<br />

DE PRATA DA TURMA DE 1950.<br />

09 :00 Palestra VIII<br />

10/.07/75<br />

Alunos do 3.° Ano do Curso de<br />

Técnica em Laticínios.<br />

Jardas da Costa Silva - Coordenador.<br />

_<br />

- EFEITOS DA APLlCAÇAO DO<br />

CALOR SOBRE O LEITE.<br />

1 0:00 ....: Palestra IX<br />

Prof. Múcio Mansur Furtado<br />

- FABRICACÃO DO QUEIJO CAM­<br />

MEMBERT NO ILCT.<br />

11 :.00 - Palestra X<br />

Dr. Nelcindo Nascimento Terra<br />

Dept.o de Tecnolog ia Alimentar -<br />

Universidade Federa l de Santa Ma­<br />

ria.<br />

- VALOR BIOLóGICO DE PROTEf­<br />

NAS CELULARES.<br />

digitalizado por<br />

Apresentação do Prof. Otacílio Lo­<br />

pes Vargas.<br />

12:30 · - Almoço.<br />

14:00 - Palestra XI<br />

Dr. Mário Passani - Centro Tecnológico<br />

de Minas Gera is - CETEC<br />

- CLASSIFICAÇÃO DE QUEIJOS.<br />

16 :00 - Palestra XII<br />

Prof. Josué Leitão e Silva - Departamento<br />

de Economia Rural - Universidade<br />

Federal de Viçosa.<br />

- ANALISE ECONOMICA DO PON­<br />

TO DE NIVELAMENTO DAS COO­<br />

PERATIVAS RURAIS.<br />

17 :00 - 19 :.Q.O - CURSO RAPIDO.<br />

Prof. J06é Mauro de Moraes -<br />

DEPT.O ILCT<br />

- CURSO RAPIDO EM CULTURAS<br />

LÁCTEAS.<br />

18:30 - Lanche.<br />

19 :00 - Apresentação · do Grupo Afro-Brasileiro<br />

no Auditóri-o do I LCT.<br />

11 /07/75<br />

09 :00 - Palestra XIII<br />

Prof. Antônio Carlos Ferreira -<br />

- OLTIMOS PROGRESSOS DA IN­<br />

DOSTRIA QUEIJEIRA: CULTURAS<br />

LATICAS CONCENTRADAS.<br />

1 0:00 - Palestra XIV<br />

Pautilho Guimarães - Técnica da<br />

ABCAR -<br />

- SEMINARIO SOBRE LATICfNIOS<br />

NA DINAMARCA: ADMINISTRA­<br />

CÃO TECNICA DA EMPRESA LA­<br />

TICINISTA E COMERCIALIZAÇÃO<br />

DE PRODUTOS DE LATICfNIOS.<br />

12:30 - Almoço.<br />

14 :00 - Palestra XV<br />

Dr. José Pinto da Rocha, Diretor da<br />

DILEI e Diretor-Geral Substituto do<br />

DIPOA e Dr. Ailton Marin-o da Silva,<br />

Diretor da Divisão de Padronizacão<br />

e Classificacão de Produtos<br />

de' Origem Animal'.<br />

- OBTENCÃO HIGH:NICA DE LEI­<br />

TE PARA 'QUEIJO.<br />

16:.00 - Homenagem ao Dr. Rogério de Albuquerque<br />

Maranhão, Ex-Diretor<br />

da DIPOA.<br />

16 :30 - Entrega de Prêmios e Certificados<br />

a'os Vencedore.s do Concurso de<br />

Julgamento de Queijos. . .<br />

17 :00 - Conclusões e Moções.<br />

17 :50 - Encerramento.<br />

arvoredoleite.org


• permitem leitúras simultâneas<br />

de pêso e volume (q úilos e<br />

litros).<br />

• mostrador graduado com escalas<br />

de 1/4 de litro e 100 grs.<br />

• podem efetuar medidas até<br />

20 litros e 20 quilos.<br />

• podem ser operadas com qual ...<br />

quer vasilhame.<br />

NO MERCADO AS<br />

RA CONTRÔLE LEITEIRO<br />

ffÃ\<br />

- .... .<br />

• fáceis de manejar, pesam não<br />

somente. o leite, assim como<br />

todo o alimento do gado lei­<br />

·teiro (r a ç ã o , sai's minerais,<br />

etc.), até o limite de 20 quilos.<br />

Balanças p a ra contrô le l eiteiro<br />

Gelominas · a' melhor m aneira de<br />

afer1r a produção e o valo r de<br />

suas vacas leiteirasl<br />

Um produto da GELOMINAS S.A. 'INDÜSTRfA E COMÉRCIO<br />

Av. Olavo Bilac, 2001 - Juiz de Fora - MG - Tels.: 2-4867, 2-5148 e 2-51 53<br />

C. Postal 585 - End. Telegráfico GELlSA<br />

. .<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 77<br />

11 - DISCURSOS NA INAUGURAÇÃO<br />

Cid Stehling: Discurso.<br />

Caros companheiros laticinistas.<br />

Mais uma vez tenho a satisfação de, à<br />

frente deste Instituto, dirigir a palavra a<br />

todos cs companheiros laticinistas e industriais<br />

do ramo, que anualmente vêm prestigiar-no.s<br />

com os seus concursos e apoiar<br />

com maior bri:ho a Semana do Laticinista.<br />

Criada pe·lo dinamismo patriótico do<br />

eminente brasileiro, Sebastião Sena Ferreira<br />

de Andrade, aqui nos reunimos pela<br />

primeira vez' nos idos de 1950, para a reCtlizacão<br />

da primeira Semana do Laticin ista,<br />

éuja finalidade principa l era a de· congregar,<br />

cada vez mais, a classe laticinista<br />

de todo país para, em conjunto,' serem estudadas<br />

as proposições mais viáveis e 'oportunas<br />

para a solução dos diferentes e complexos<br />

problemas do ramo deste, importante<br />

setor do sistema Agropecuário e Industrial<br />

- o do laticínios.<br />

Vencidas as primeiras dificuldades normai,s<br />

a qualquer empreendimento que traz<br />

em sua finalidade estudos e' sugestões que<br />

colidem muitas vezes com interesses particulares<br />

e de grupo, pôde a Semana do Laticinista<br />

se firmar de ano para ano, buscando<br />

e trazendo ,soluções em benefício gerai<br />

da clmse.<br />

O evento anteriormente patrocinado diretamente<br />

I=ela Secretaria de Estado da<br />

Agricultura, contou sempre, e de·sde a fundação<br />

do ILCT - com o apoio da DIPOA<br />

que sempre trouxe sua solidariedade e participação<br />

a todos 'Os nossos empreendimentos,<br />

de vez que sempre· foi conhecedora de<br />

Inaugural Speeches<br />

digitalizado por<br />

a) - CID MAURíCIO STEHUNG.<br />

nossos propósito.s e finalidades, deu . o sentido<br />

de um maior desenvolvimento do ramo<br />

de laticínios no Brasil.<br />

Da Secretaria de Agricultura, nunca nos<br />

faltaram o apoio e confiança em nossas<br />

realizações, pois que todas e·las faziam parte<br />

direta de seu planejamento e açã'o.<br />

O primeiro grande pas.so para o maior<br />

desenvolvimento das atividades do Instituto<br />

foi o do convênio entre o Govemo do<br />

Estado de Minas Gerais e a Universidade<br />

de Purc;lue, por intermédio da USAID, que<br />

além do envio de dois técnicos - Roy Stein<br />

e Richard R. Day - que· aqui prestaram eficiente<br />

ajuda técnica, também forneceram<br />

equipamento industrial e aparelhagem de<br />

laboratório, para remodelação do setor de<br />

treinamento operacional.<br />

Logo após, outros convênios .seguiram<br />

com entidades tais como o INDA (atualmente<br />

(lNCRA), -CONTAP/USAID, MEC, por<br />

parte do Estado de Minas Gera is, contribuição<br />

do fundo de participação para<br />

construção de quadra de esporte', almoxari'fado,<br />

seção de varejo e aquisição e montagem<br />

de equipamento, auxílio da Diretoria<br />

de Esportes do Estado para a construção<br />

da piscina olímpica.<br />

Do Fundo Agropecuári·o Federal, que<br />

com a colaboracão do Banco Centra l/FUN­<br />

DAG possibilito a construção do moderno<br />

dormitório com 44 apartamentos, ocupando<br />

uma área total de 4.200 m2, novo<br />

Auditório e seis salas de aula, reformas do<br />

prédio central da admin istração e do setor<br />

de treinamento operacional.<br />

Em convêni'Os com o BNDE, em número<br />

de 3, no espaço de 68 e' 74, manutenção e<br />

aperfeiçoamento do corpo docente, aquisição<br />

de bib:iografia e aquisição de aparelhos<br />

e equipamento para o lab'Üratório e<br />

setor de treinamento operacional.<br />

Em convênio com o IBC/GERCA, foram<br />

construídas uma -s ubestacão abaixadora de<br />

enerq ia com capacidadé pura 425 KVAFs,<br />

restaura nte e cozinha, carteiras escolares,<br />

aquisição de equipa mentos para setores de<br />

frio, laboratório, biblioteca do Instituto e<br />

instalação de um sistema de PBX.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 78 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILcr<br />

Na parte referente a ensino, em face da<br />

ra.li . zação dos convênio.s refe-ridos, f'Oi possibilitado<br />

o aumento do número de vagas<br />

de 30 para 40 alunos, bem como a realização<br />

de cursos extras em co-operação com<br />

setores federa l e particular, possibilitando,<br />

deste modo, ampliar ainda mais as nece-ssidade,s<br />

de. aprendizagem não só dos futuros<br />

Técnicos em Laticínios, bem cOmo o de<br />

f-odo o pessoal destinado ao traba lho nas<br />

Indústrias especializadas.<br />

Pôde também contribuir para que os alunos<br />

da última série do curso de Técnico em<br />

Laticínio.s fizessem estágio obrigatório de<br />

4,0 dias no próprio Instituto, aproveita ndo<br />

os seus setores de Laboratório e Industrial.<br />

O presente relato sucinto sobre a vida<br />

do Institut-o, prendeu-se ao fato de relacio·ná-Io<br />

a uma vincu l acão direta à Secretaria<br />

de AÇJricultura, para; a partir desta Semana<br />

que agora iniciamos, tornar esta vincu- '<br />

iação já completada, a 01/01 /75, à EMPRE­<br />

SA DE PESQUISA AGROPECUARIA DE MI­<br />

NAS GERAIS, 'Onde eMe Instituto passou a<br />

constituir um de seus departamentos.<br />

Criada pela Lei Estadual n.O 6.3W, de<br />

08/05/74, a Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />

de Minas Gerais, que após sua implantação<br />

de-finitiva em 06/,08/74, veio, a partir<br />

desta data, ássumir efetivamente sua acão<br />

direta .sobre os vários órÇ)ãos a ela inéorporados,<br />

face às normais implicações administrativas.<br />

Constitui, pois, esta XXVl .a Semana do<br />

Laticinista, a primeira em que a EPAMIG em<br />

toda a sua ação presta o seu apoio, que<br />

face ao -que· representa - este Instituto, vem<br />

sendo dado em todos os set'Ores pa ra que<br />

este- evento, a cada ano, seja mais repleto<br />

de real izações e ensinamentos para a família<br />

laticin ista.<br />

A criação da Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />

de MinQrS Gerais veio atender a<br />

uma necessidade não só do Governo Estadual,<br />

mas s-obre-tudo oferecer uma cooperação<br />

eficiente ao Governo Federa l que, a<br />

partir de 1964 e muito particul a rmente no<br />

Governo do Presidente Geisel, vem dando<br />

uma importância prioritária à aÇ)ropecuária,<br />

e conse-qüentemente no setor de Pesquisa,<br />

de real necessidade n'O aprimoramento dos<br />

métodos e proces.sos de produtos cada vez<br />

melhores e fartos.<br />

Vem assim a Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />

de Minas Ge-rais, se situar dentro<br />

do 11 Plano Básico de Desenvolvimento Científico<br />

e Tecn·olóÇ)ico no sentido da modernização,<br />

'geração, inovação e subMituição<br />

de tecnologia importada por processos<br />

desenvolvidos localmente, conscientização<br />

A partir da . esquerda: Cid Stehling, Caldeira<br />

Brant, DIrceu de Resende e Jardas da<br />

Costa Silva.<br />

pú<br />

.<br />

blica em relação aos dispêndios COm diredos<br />

e<br />

.<br />

patentes para a tecnologia impor­<br />

!?da, orientação do consumid-or e suá mo.<br />

TJv<br />

_<br />

çao paa o consumo de produtos nacionaiS,<br />

val Orização de laboratório.s e servicos<br />

de pesquisa existentes, capacitacã'O técnica<br />

e Ievação Ç)eral d "performanéel / do pes­<br />

ulsador, estabelecimento de mecanismos e<br />

Instrumentos que previnam a evasão, o desem,:::reÇ)o<br />

e o desvio de funções dos recur-<br />

60S humanos em ciência e tecnol'OÇ)ia.<br />

Preoupa-se no momento a Empresa em<br />

proporcionar aos professores maiores conhecime<br />

.<br />

ntos no campo laticinista, possibilit<br />

ndo vlaÇ)'ns de aperfeiçoamento no exterior,<br />

como lá foi conseÇ)uido para três professors,<br />

que, na França, fizeram curso de<br />

aperfeiçoamento, fi-:: ando previsto para o<br />

seÇ)undo semestre a ida de um outro professor<br />

para . fazer curso de pós;'Ç)raduação<br />

em<br />

.<br />

Tecnologia de Alimentos, sendo previstos<br />

dOIS outros para o próximo 'ano ' em Univer.sidade<br />

Brasileira.<br />

. oe 14 a 24 de abril, real izou-se o primelr<br />

. ,? curso de E>


Pág. 80 JULHO , A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

e Silva, no s6ÇJundo, merece destaque especial<br />

'J representação do Brasil no XIX Con­<br />

ÇJresso Internacional de Laticínios, realizado<br />

em Nova Dehli, Tndia, nos dias 2 a 6<br />

de dezembro p.p. pelo Sr. José Carlos Bustamante<br />

de Carvalho e este que vos fala.<br />

Estamos escrevendo minucioso relatório que<br />

vai ser publicado nas colunas do "Boletim<br />

do Leite" aos poucos. Desejamos aproveilar<br />

tão ÇJrato ensejo para awadecer aqui,<br />

de público, as entidades que nos permitiram<br />

tão honrosa, quão valiosa possibilidade:<br />

Associação Brasileira de Laticin istas,<br />

Brasholanda, S. A., Companhia Industrial e<br />

Comercia l Brasileira de Pr,oduto'5 Alimentares<br />

(Nestlé), Coooperativa Central de Laticínios<br />

do Estado de São Paulo, Cooperativa<br />

Central dos Produtores de Leite Ltda. (CCPL<br />

Rio de Janeiro) e Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados no Estado<br />

do Rio de Janeiro. Esta visita também<br />

nos permitiu asústir em Paris aOs Salões<br />

Internacionais de Alimentação e de Equipamento<br />

Leiteiro, bem como visitar em Roma<br />

as obras monumentais, diÇJnas dos antiÇJos<br />

Romanos, da nova Usina Central do<br />

Leite, a carÇJo da "Alfa Lavai".<br />

Merece destaque especial a crescente<br />

cooperação e interes,se da FAO realizando<br />

entre nós bem sucedidos cursos de treina ..<br />

mento em Campinas, Juiz de Fora e Santa<br />

Maria, com a presença de seus mais deslacados<br />

técnicos, tendo à sua frente o ilustre<br />

Profes,sor Ebbe Lytzhoeft Petersen o qual,<br />

aliás, novamente nos honra com a sua presenca<br />

nesta XXVl.a Semana do Laticinista.<br />

Éntretanto, como nem tudo são rosas,<br />

não podemos deixar de lamentar que as<br />

nossas recomendacõe·s da xxv.a Semana do<br />

Laticinista anterio( continuem aÇJuardando<br />

as tão desejáveis, quão urgentes soluções.<br />

Achamos, por isso, de nOsso dever repeti­<br />

- Ias a seÇJuir:<br />

1.°) rigoroso e exato levantamento estatístico<br />

de todos os setores ligados à produção,<br />

à industrialização, a'o transporte e à<br />

comercializacão . do leite e de seus deriva-<br />

dos;<br />

2.°) determinação precisa e segura do<br />

custo do leite em termos regionais, considerando<br />

todos os fatores;<br />

3.°) determinação exata do va lor alimentar<br />

e, conseqüentemente econômico, do leite<br />

e de seus derivados em relacão a outros<br />

alimentos para melhor copreensão<br />

pe:o consumidor.<br />

!nfelizmente o Destino em suas ines


Pág. 82 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

7. EMBALAGENS PARAIBUNA - Juiz de<br />

Fora, Minas Gera is<br />

Embalagens para produtos de laticínios,<br />

papel ondulado, etc.<br />

8. INDOSTRIAS ANNUNCIATO DE BIASO<br />

IRMÃOS, S.A. - Lambarí, Minas Gera is<br />

Vasilhame e equipament'Üs para a indústria<br />

de laticínio.s.<br />

9. PREPAC DO BRASIL, S.A.<br />

Máquinas para envasar leite em sacos<br />

plásticos.<br />

10. IMPORTA DOR E DISTRIBUIDOR CASA<br />

TOZAN, S.A.<br />

CoaÇJu!ante Meito Rennet.<br />

11. BLASINOX - Lambari, Minas Gerais<br />

Máquinas e eq uipamentos para a indústria<br />

de laticínios.<br />

12. EDEA INDOSTRIA E COMERCIO LTDA.<br />

- Curitiba, Estado do Paraná<br />

Filmes plásticos para embalagem em<br />

geral (leite e queijo).<br />

13. DANILAC - PFEIZER - São Paulo, E.stado<br />

de São Paulo<br />

Máquinas e equipament'0s. Coagulante<br />

Pfeizer.<br />

14. SCHAUSE & CIA. LTDA. - Curitiba, Estado<br />

do Paraná<br />

Projeto, construção e Instalação de máauinas<br />

e controles - Máquinas para<br />

plásticos - a vácuo e automáticas. Máquinas<br />

para embalar que.ijos.<br />

15. FUNDiÇÃO JUIZ DE FORA - Juiz de<br />

Fora, Mina,s Gera is<br />

Máquinas e Equipamento:; para a indústria<br />

de laticínios.<br />

16. SPUMA RIO QUfMICA, S.A. - Rio de<br />

Janeiro, Estado do Rio de Janeiro<br />

Produtos de limpeza para fábricas de<br />

laticínios.<br />

Moinho Juiz de Fora Ltda . Distribuidora.<br />

IV - RELAÇÃO DE FIRMAS PRODUTORAS DE QUEIJO<br />

A EXPOSiÇÃO E JULGAMENTO<br />

01 - Cooperativa de· Laticíni'os de Teófilo<br />

Ottoni, Ltda. - Teófilo Ottoni, Minas<br />

Gerais.<br />

02 - Laticínios Radiante - Elói Mendes, Minas<br />

Gera is.<br />

03 - Cooperativa Central do,s Produtores<br />

de Leite - CCPL: Fábrica Estrela Branca.<br />

Juiz de Fora, Minas Gera is.<br />

04 - Laticínios Sul Bahia, S.A. - Medeiros<br />

Neto, Bahia.<br />

05 - Laticínios Salgado & Irmãos Cia. Ltda.<br />

- Andrelândia, Minas Ge·rais.<br />

06 - Cooperativa dos Produtores de Leite<br />

de Leopoldina Ltda. Leopoldina, Minas<br />

Gera is.<br />

07 - Laticínios Figuinha - Oliveira, Minas<br />

Gera is.<br />

08 Cooperativa Agropecuária do Va le do<br />

Paracatu, Ltda. Paracatu, Minas Gera il$.<br />

09 - Calimério Alves da Silva - CACISA -<br />

Camr.;o Belo, Minas Gera is.<br />

1.0 Com. e Ind. Barbosa & Ma rques - Governador<br />

Valadares, Minas Gerais.<br />

11 - Sociedade União de Laticínios Ltda.<br />

São Paulo, Estado de São Paulo.<br />

12 - Cooperativa dos Produtores de Leite<br />

de Muriaé Ltda. - Muriaé, Minas Gera<br />

is.<br />

13 - CooperaJ-iva Nacional Agro-Industrial<br />

- COONAI - Ribeirão Preto, São Paulo.<br />

Cheese: Exhibit and Judgement<br />

14 - Cooperativa Central dos Produtore.s<br />

Regionais - CCPR - Bel'Ü Horizonte,<br />

Minas Gerais.<br />

15 - Cooperativa Agropecuária Regional<br />

de Montes Claros, Ltda. - Montes Clares,<br />

Minas Gera is.<br />

B - EXPOSiÇÃO<br />

16 - Laticínios Poços de Caldas - DANONE<br />

- Poços de Caldas, Minas Gerais.<br />

17 - Companhia Goiana de Laticíni'Ü.s ­<br />

Goiânia, Goiás.<br />

18 - InsJ-ituto de Laticínios "Cândido Tostes"<br />

- Juiz de Fora, Minas Gerais.<br />

COMISSÃO DE JULGAMENTO<br />

Presidente: Professor Múcio Mansur Furtado<br />

- ILCT.<br />

Juízes: Otto Frensel - Presidente da Associacão<br />

Brasileira de Laticini.stas.<br />

Dr.' J.J. Carneir'Ü Filho Prof. "Honoris<br />

causa" do ILCT.<br />

Bruno Christensen Técnico e Especialista<br />

em Laticínios.<br />

Braz Santos Neves - Professor do ILCT.<br />

Sebastião Duarte Vieira - Professor do<br />

ILCT.<br />

Marco Elias Nimer - Profes'sor do ILCT.<br />

Iv.a EXPOSICÃO DE QUEIJOS - 26. SE­<br />

MA.NA DO 'LATICINISTA - CATEGORIAS :<br />

MINAS MATURADO, TIPOS PARMESÃO,<br />

LUNCH DE 1 QUILO E LUNCH DE 2 QUILOS<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág<br />

-----===----------<br />

QUEIJO MINAS :<br />

1.° Lugar - Medalha de Our'Ü - Coop. Agropecuária<br />

do Vale do Paracatu Ltda .<br />

2.° Lugar - Medalha de Prata - Comércio<br />

e Indústria Barbosa & Marq ues.<br />

3.° Lugar - Medalha de Bronze - Coop. dos<br />

Produtores de Leite' de Muriaé, Ltda.<br />

4.° Lugar - Menção Honrosa - Cooperativa<br />

Centra l do Produtores Rurais - Itambé,<br />

QUEIJO PARMESÃO :<br />

1.° Lugar - Medalha de Ouro - Sociedade<br />

União de Laticínios de S. Paulo.<br />

2.° Lugar - Medalha de Prata - Coop. Nacional<br />

AÇJro-lndustrial - COONAI.<br />

3.° LUÇJar - Medalha de Bronze - CCPL -<br />

'Fábrica Estre la Branca - Juiz de Fora .<br />

4.° Lugar - Me·nção Honrosa - Com. e Indústria<br />

Barbosa & Marques.<br />

Conforme estava progra mado, a Associacão<br />

do Ex-aluno do ILCT, presidida pelo<br />

Prot. Jardas C'Üsta da Silva, homenageou a<br />

turma de 1950, por motivo de seu Jubile·u<br />

de Prata.<br />

Infelizmente poucos compareceram, em<br />

virtude de desconhecimento do endereço de<br />

uns e de compromissos já assumidos anteriormente,<br />

p'0r parte de outros.<br />

A turma de 1950 é constituída dos seguintes<br />

Técnicos em Laticínios:<br />

Antônio Carlos Penha<br />

Antônio Rodrigues Lima<br />

Augusto Silva Carvalho<br />

Calos Monteiro Vilas-Boas<br />

Fra ncisco R'Überto Meirelles de Andrade<br />

Jarbas Alves da Silva<br />

José Furtado Pere·ira (Orador)<br />

José Costa de Araújo Lages<br />

José Carvalho de Souza .<br />

José dos Santos Botelho<br />

Luiz Fernando de Araúj'Ü<br />

Mário Moreira de Carvalho<br />

Paulo Gomes<br />

José Maria Motinha Duboc<br />

Carl Christian Rasmussen<br />

Joacyr Rodrigues Lima<br />

Sebastião de Andrade Drumond<br />

Walter Rente Braz.<br />

Destes e.stiveram presentes, apenas, os<br />

Técnicos José Furtad·o Pereira, José dos Santos<br />

Botelho, Carl Christian Rasmussen, Joa-<br />

V - NOITE DA SAUDADE<br />

digitalizado por<br />

QUEIJO TIPO l'LUNCH" DE 1 QUILO<br />

1.° Lugar - Medalha de Ouro - Calimério<br />

Alves Costa - CACIS,A.<br />

2.° Lugar - Medalha de Prata - Coop. Centrai<br />

dos Produtores Rurais - Itam bé.<br />

3.° Lugar - Medalha de, Bronze -:- Cooperativa<br />

dos Produtores de Leite de Muriaé.<br />

4.° Lugar - Menção H onrosa - Salgado Irmã'os<br />

e Cia.<br />

QUEIJO TIPO "LUNCH" DE 2 QUILOS<br />

1.° Lugar - Medalha de· Ouro - Calimério<br />

Alves Costa - CACISA.<br />

2.° Lugar - Meda lha de Prata - Com. e Indústria<br />

BarbOsa & Marques.<br />

3.° Lugar - Medalha de Bronze - Lacticínios<br />

Sul Bahia.<br />

4.° Lugar - Menção Honrosa - Laticínios<br />

Radiante.<br />

cyr Rodrigues Lima, Sebastião de Andrade<br />

Drumond e Walter Rente Braz.<br />

Também foi Jubileu de Prata dos Especialistas<br />

em Laticínio,s, médico-ve:terinári,?s<br />

Ariste·u A. Botelho e Gilberto Vi ana hOle<br />

genua is veterinários reform?ds . . Somente o<br />

segundo compareceu à cenmonla.<br />

Foi paraninfo da turma o r. ebastião<br />

Sena Ferreira de Andrade, entao diretor da<br />

antiÇJa Fábrica-Escola de Laticíni'Üs "Cândido<br />

Toste's" e orador o Prof. José Furtado<br />

Pereira. O discurso do paraninfo foi lido<br />

pelo atual diretor d'Ü ILCT, Prof. Cid Maurício<br />

Stehling e o próprio orador d e;' turma<br />

voltou à tribuna para reler a bonita oração<br />

que havia pronunciado 25 anos antes.<br />

Foi uma b'Ünita cerimônia, animada pela<br />

Profe.ssora Neuza Vieira de Souza e auxiliada<br />

pelas senhoras Celina de' Oliveira e<br />

Eunice de Andrade Drumond, e ex-alunas do<br />

Curso Técnico.<br />

Seguiu-se uma hora de seresta, lembra ­<br />

do músicas daque!a época, durante o delicioso<br />

"strog'ÜnoH" servido a todos os presentes.<br />

Foi oferecida uma placa de prata, comemorativa<br />

do Jubileu, a cada formand . o,<br />

além de uma linda caneta, ÇJentile a da firma<br />

Spuma Química Rio e Jan . elro, S.A.,<br />

aqui repre.sentada pelo MOinho JUIZ d Fo a.<br />

Bing'os, leilões e muita confraternlz? çao<br />

ultimaram essa noite de saudosa ale·g na.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 84 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

RELAÇÃO DE AUTORID,ADES PRESENTES A SESSÃO<br />

DE ENCERRAMENTO DA XXVl.a SEMANA DO<br />

DA DIREITA PARA A ESQUERDA :<br />

1 - Carlos Alberto Albuquerque Mara nhão.<br />

2 Miriam Albuquerque Maranhão.<br />

LATICINISTA - 11/07/75<br />

DI'. José Gera ldo Chaves, da Fundaçã'o João Pinheiro . .<br />

4 - Dr. Ebbe L. Petersen, da FAO.<br />

5 - Pautilha Guima rãerS, da Em brater.<br />

6 - Dr. Alberto Duque PortuÇJal, representando o Presidente da EPAMIG.<br />

7 - Dr. José Pinto da Rocha DIPOA - Ministério da AÇJricultura.<br />

8 - Prof. Cid Maurício StehlinÇJ, Diretor do ILCT.<br />

9 - DI'. J.J . Carneiro Filho, Prof. tlH.Ctl do ILCT .<br />

10 Capo ,A,bel SantiaÇJ'o, representa ndo o Comandante do 2.° BPM.<br />

11 Prof. Hobbes Albuquerque - Prof. do Ministério da AÇJricultura.<br />

12 - Dr. Má rio Passani, da FAO.<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 85<br />

VI - SESSÃO DE ENCERRAMENTO. HOMENAGEM AO<br />

DR. ROGÉRIO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO,<br />

EX-PROFESSOR DO ILCT E EX-DIRETOR DO D'IPOA.<br />

DISCURSO DO PROF CID MAURíCIO STEHLING,<br />

Neste exato mOmento desejo, em meu<br />

nome e de todos os Felctianos homenagear<br />

a um coOleÇJa e amiÇJo.<br />

A maqnanimidade de Rogério de Albu·querque<br />

Maranhão abre um horizonte dos<br />

mais brilhantes, feito pelo ,seu trabalho e<br />

dinamismo de técnico incansável.<br />

Sua jornada de eventos por esta vida<br />

vem marcando passos de ÇJlória e alewia<br />

para todos lal'icinistas, veterinários e outros<br />

de carreiras afins ...<br />

Nomeado para o elevado cargo de Diretor<br />

da Divisão de In,s peção de Produtos<br />

de OriÇJem Animal, do Ministério da AÇJricultura<br />

- quando aqui se rea lizava a XILa<br />

Semana do Laticinisl'a, deixou e'sta casa envaidecida<br />

e coberta de muitas a:ewias.<br />

Sua existência é marcada neste Institut'o<br />

desde quando aqui ingressou para a sua<br />

formação laticinista.<br />

Desde aquele,s idos anos nosso homenageado<br />

tem sabido se impor à admiração<br />

de seus amiÇJos. Formado em Medicina Veterinária<br />

em 1936, foi sempre um luador em<br />

p/"'o l da moderna indústria de laticínios no<br />

Brasil.<br />

Ingressou na DIPOA, indo servir no sul<br />

de Minas Gerais pelo,s anos de. 1940; já em<br />

1943 foi designado para fazer o Curso de<br />

Aperfeiçoamento de Inspeção Sanitária e<br />

Indústria de Laticínios, curso este que funcionou<br />

no Instituto de Laticínios Cândido<br />

Tostes, sob a orientação do Dr. José de' Assi,s<br />

Ribeiro.<br />

Honrou esta área de laticínios, cOm sua<br />

marcante personalidade, 10ÇJo após a conclusão<br />

do curso, quando assumiu a orientação<br />

do mesmo, aqui fica ndo até 1944, quando<br />

também lecionava a cadeira de Tecnolo;a<br />

da FabricaçãoO de Manteiga, no Curso<br />

de Técnico em Laticínios.<br />

Esteve em Varginha até 1949, rSeguindo<br />

posteriormente para o Rio de Janeiro, para<br />

fazer o Curso de E,specialização do Ministério<br />

da Awicultura.<br />

. Assim crescia ano a an'o, em ÇJrande<br />

proporção, sua cultura técnica e geral!<br />

DIRETOR DO ILCT.<br />

digitalizado por<br />

Cid Stehling: Discurso.<br />

o ano de 1951 trouxe ao meu ex-professor<br />

(porque fui aluno dele, recebendo sólida<br />

orientacãü sobre a fabricacão de manteiga)<br />

uma' carga a mais de 'responsabilidade.<br />

Iria aÇJorC! em 1951 , chefiar a Inspetoria<br />

Reqional da DIPOA, em Curitiba.<br />

Deixando este cargo no ano seguinte,<br />

quando foi convocado para diriÇJir a Ins­<br />

I=.etorio ReÇJionGd doO Rio de Jane'iro, onde<br />

brotavam rSua força e inteligência, guiadas<br />

por sua personalidade, que iria dar rumos<br />

revolucioOnários ao ABASTECIMENTO DE<br />

LEITE da cidade do Rio de Janeiro através<br />

de ca:ninhões isotérmicos.<br />

Avanç'ou com este largo passo aproximadamente<br />

dez anos na tecnoloÇJia leiteira<br />

do então Distrito Federal.<br />

Em 1961 , roubava-o a Administracão Federa<br />

l, para dirigir a Divisão de Inspeção<br />

de Produtos de Origem Animal, do Mini,stério<br />

da Agricultura.<br />

Contava entã·o com um acervo de: mé··<br />

dica-veterinário, inspetor da DIPOA, prof.<br />

do ILCT, orie'ntador do Curso Avulso de<br />

Aperfeicoamento de Inspeção Sanitária e<br />

Indústria de Laticínios, Assessor Técnico no<br />

Seto r de Leite, do Conselho Coordenador<br />

do Abastecimento.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 86 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILcr<br />

Atingia outro setor, era um elo a mais<br />

do 'Centroo de Estudos LeiteirolS da Comissão<br />

N acional da Pecuária de Leite( do Ministério<br />

da Agricultura.<br />

O nosso homenageado( na qualidade de<br />

conferencista( também tinha suas idéias publicadas<br />

em órgão de comunicação de massa.<br />

- Colaborava com revistas do gênero.<br />

Tendo publicado( em colaboração com Rômulo<br />

Joviano( Robison de VasconcelolS C-osta<br />

e- Otto Fre,nsel, uma monografia sobre a<br />

bacia leiteira da cidade do Rio de Janeiro.<br />

Dr. Rogério de Albuquerque Maranhão<br />

sempre recebeu com simplicidade· as muitas<br />

homenagens que são por justiça a ele pre,stadas.<br />

Este seu ex-aluno, somente com poucas<br />

palavralS simples, vem dizer-lhe que se<br />

sente feliz por juntar-se a tantos outros( de<br />

ricas retóricas que já enaltecera m o seu<br />

grande valor de h-omem( mE;-stre( companheiro(<br />

laticinista, médico-veterinário e chefe,<br />

diretor e consciente orientador. - Exemplo<br />

disto são as palavras proferidas pelo<br />

dI'. Amleto Mosci - na XVII.a Semana do<br />

Dr. José Pinto da Rocha la.deado por Miriam<br />

e Carlo,s Albei'to, filhos do homenageado.<br />

Continuação da pág. 67<br />

Carlos Alberto Maranhão, Nunes da Silva,<br />

(Vigor Rio de Janeiro), Miriam Maranhão<br />

e Cid Stehling.<br />

Latici nilSta. Outroo a homenage-á-Io, foi o<br />

nosso colega Eol'o Albino de Souza, e mUItos<br />

outros por este Brasil afora.<br />

O menino da ilha de Marajó( que iniciou<br />

seus estudos no ginósio de Belém( passou<br />

pelas divisas militares e diplomou-,se em<br />

Medicina Veterinária pela Escola Nacional<br />

de Veterinária em 1936, áposentando-se em<br />

1966( dando-nos hoje a feliz oportunidade<br />

de abraçá-lo, vem atualmente colaborando<br />

nas indústrias particulares( como supervisor<br />

da Cia. Vigor.<br />

Amigo Rogério, agradecimentos pelo que<br />

eu, particularmente( aprendi com você( deixo<br />

nestas palavras o ma is carinhoso abraco.<br />

Há no Instituto de Laticíni'os Cândido<br />

Tostes um júbilo neste 11 de julho de 1975(<br />

por receber sua pessoa representada por<br />

seus filhos e ter a grata oportun;dade de<br />

entregar-lhe esta lembrança.<br />

São estas a,s informais palavras que eu<br />

tinha a dizer-lhe. Coordenei-as nestas folhas(<br />

para não me perder no muito que<br />

tenho e- que nós apreciamos e conhecemos<br />

de sua carreira.<br />

(1 ) Trabalho apre'sentado na 26.a Semana do Laticinista.<br />

(2) Apresentação inicial e conclusão : Rachei Virginia Ligeiro Delage.<br />

Água e Sais Minerais: Francisco de Assis.<br />

Gordura: Antônio José Mazine.<br />

Proteínas: Aristides Ferreira.<br />

Lactose: :Ronaldo Bretas.<br />

Enzimas: David Souza lima Junior.<br />

Flora microbiana: Sérg io Casadine Villela.<br />

Coordenacão: Valéria Jucá e Melo.<br />

Colaboradores: TodooS os alunos do 3.0 Ano, não mencionados( Professora Maria<br />

Naza ré Fontenelle Lima e aluna da 1.a Série, Rosemery Antunes<br />

,Revisão: IProfessor Hobbes Albuquerque.<br />

(3) Profe-ssor de Tecnologia Especial e Orientador dos Trabalhos.<br />

Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 87<br />

Missa na Igreja de Santa T erezinha.<br />

Hasteamento dos pavilhões.<br />

Hasteamento dos pavilhões.<br />

Hasteando as bandeira do Brasil e de Minas.<br />

digitalizado por<br />

Grupo no pátio interno : Taulois, Frensel e<br />

Hobbes.<br />

So·lenidade de hasteamento das bandeiras.<br />

COi'ollel Taulois: relações públicas.<br />

Autoridades presentes : solenidade.<br />

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Revista do ILCT JULHO A OUTUBRO DE 1975 Pág. 89<br />

Participantes.<br />

Participantes.<br />

Recreação.<br />

digitalizado por<br />

Participantes.<br />

Grupo Afro-Brasileiro.<br />

Exposição de queijos.<br />

Exposição de queijos.<br />

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Pág. 94 JULHO A OUTUBRO DE 1975 Revista do ILCT<br />

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Cid Stehling: discurso. Seresta.<br />

Ex-Aluno recebe lembrança. Jantar festivo.<br />

HomenagEado recebe lembrança. Jantar festivo.<br />

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