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www.arvore<strong>do</strong>leite.org<br />
Esta é uma cópia digital de um <strong>do</strong>cumento que foi preserva<strong>do</strong> para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto<br />
Frensel <strong>do</strong> Instituto de Laticínios Cândi<strong>do</strong> Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG),<br />
antes de ter si<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong>samente digitalizada pela Arvore<strong>do</strong>leite.org como parte de um projeto de parceria entre a<br />
Arvore<strong>do</strong>leite.org e a Revista <strong>do</strong> Instituto de Laticínios Cândi<strong>do</strong> Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista <strong>do</strong><br />
ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu<br />
nome foi altera<strong>do</strong> para o atual.<br />
Este exemplar sobreviveu e é um <strong>do</strong>s nossos portais para o passa<strong>do</strong>, o que representa uma riqueza de história, cultura e<br />
conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta<br />
REVISTA, desde a sua publicação, permanecen<strong>do</strong> por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegan<strong>do</strong> até você.<br />
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digitaliza<strong>do</strong> por<br />
arvore<strong>do</strong>leite.org
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Paulo - Ruo Tupinombo'IL 64 Selo Horizonte - Av. Julio de Costilhol, 30· Porto Alegr.<br />
Matriz' Rua· Teófilo Oto", 81/83· R io de )on8Iro- Rua Florêncio de Abreu, a2a - sao<br />
Ruo Holfeld 99 Juiz de F6ro - Ruo Or Murici, 249/253 - CurlllbQ<br />
EX-FELCTIANO<br />
Chefe. de Secção <strong>do</strong> Departamento<br />
de Bromatologia <strong>do</strong> Conselho<br />
Superior de Investigações<br />
Científicas de Zaragosa (Espa·<br />
nha) .<br />
To<strong>do</strong>s sabemos que entre uns leites 'C<br />
outros há valores muito variáveis como<br />
a densidade, g;ordura e extrato sêco, enquanto<br />
outros o são menos, como o extrato<br />
sêco desengordura<strong>do</strong> ; apesar disto<br />
() importância a êles atribui da não dinlinue<br />
quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com 'o· valor<br />
<strong>do</strong> cita<strong>do</strong> componente. Êstes fatos vêm<br />
obrigan<strong>do</strong> os lacticinistas de to<strong>do</strong>s os<br />
t(;mpos a buscar reiações existentes en<br />
I n os valores clássicos <strong>do</strong> leite sabidamente<br />
integral e assim nasceram 'o' que<br />
denominamos "Constantes", ainda que<br />
l,ão absolutamente constantes na verdadeira<br />
expressão da palavra, Não S2<br />
dribuin<strong>do</strong> a êstes valores tôda impor·<br />
tiincia que de fato possuem, nunca pre·<br />
tl-nden<strong>do</strong> obter dêles mais <strong>do</strong> que possam<br />
oferecer, conseguem-se bons result[\<strong>do</strong>s<br />
quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s com argúcia.<br />
Apresentamos hoje ao leitor duas des·<br />
tas constantes, estudadas a fun<strong>do</strong> por<br />
(>minentes investiga<strong>do</strong>res. "Constanl(<br />
:'Ifolecular Simplificada Real" e "Constante<br />
de Cloro Refração"; a primeira<br />
devida a Mathien y Ferré e a segunda,<br />
a Beckel, Para designá-las com mais facilidade<br />
empregam-se as iniciais C. M.<br />
S. R. e B. Cl. Z,<br />
A primeira tem o seguinte valor:<br />
(Lactose hidratada + 11,9 X Cloreto<br />
de sódio) X R.<br />
A lactose e os cloretos são calcula<strong>do</strong>.';<br />
por litro de leite ; 11,9 é o quociente (1:\<br />
(\!visão de 360 (pêso molecular da lactose)<br />
por 30,25 (valor em gramas que<br />
corresponde isotonicamente à lactos<br />
hidratada) .<br />
R se !obtém pela seguinte fórmula:<br />
1.000<br />
1,000<br />
Cas )<br />
( 0:4 ) ( 1,35<br />
JANEIRO·- FEVEREIRO<br />
Dr. A. Goded Y Mur<br />
digitaliza<strong>do</strong> por<br />
em que Gr é a gordura por litro ; Cas,<br />
correspondentes à caseina e gordura e<br />
c0incidin<strong>do</strong> êstes <strong>do</strong>is pontos com auxí<br />
lIo de uma regua, no pont.o de intersecção<br />
sôbre a altura, estará o valor <strong>do</strong><br />
fator de correção.<br />
A Constante Cloro Refração, como 't<br />
C. M. S. R. é um meio de determinar o<br />
índice crioscópico <strong>do</strong> leite, sua fórmula<br />
é:<br />
B. Cl.:Z. 42,0 41,8 41,6 41,4<br />
/:<br />
...J 57,0 5G,8 56,() 56,4<br />
B. Cl. Z. 40 30,8 39,G 39,4<br />
6 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />
que ela desacredita seu rebanho. O Iene<br />
desta vaca tuberculosa, além de inferior,<br />
é um produto que oferece perigo.<br />
Já está bem compreendida a importância<br />
dêste problema, sen<strong>do</strong> que, em muitos<br />
países nórdicos, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />
e no Canadá, pela execução de um trabalho<br />
consciencioso posto que árduo,
8 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />
75-80 C - manten<strong>do</strong>-se o leite em agi<br />
tação com colher' e, refrigeração ime<br />
diata em água corrente, de preferência<br />
com pedra de gêlos (refrigeração entre<br />
fi a 101' C), mata os micrólJi,os <strong>do</strong> leite,<br />
aumenta a sua conservação e o torna<br />
um alimento livre da possibilidade de<br />
transmitir <strong>do</strong>enças .<br />
Existem pequenos aparelhos de paredes<br />
duplas (a interna, de alumínio ou<br />
de aço inoxidável) que permitem .]<br />
[tquecimento <strong>do</strong> leite em hanho-maria,<br />
haven<strong>do</strong> um dispositiv1o, que indicá<br />
quandó. foi atingida a temperatura dese-<br />
CORRIGENDA<br />
jada . Na Suíça existem pequenos pasteuriza<strong>do</strong>res<br />
(pasteuretes) para alguns<br />
]jtros de leite, usa<strong>do</strong>s em cafés e restaurantes.<br />
No trabalho <strong>do</strong> Dr. J. J. Carneiro Filho, publica<strong>do</strong> no n.o 75,<br />
. desta Revista, intitula<strong>do</strong> "A ORDENHA MECÂNICA", na página 30,<br />
llnha 8, onde se lê:. .. "Com prazer verificamos ... " leia-se: "Com<br />
pezar verificamos ... "<br />
(Continuação da página 23)<br />
rior ao <strong>do</strong> produto importa<strong>do</strong>, ·ou que nos<br />
so produto é inferior ao impo ::. ta<strong>do</strong> . . a<br />
da mais falso. O próprio órgao oflclal,<br />
encarrega<strong>do</strong> da fiscalizaçã-ü, já delarou<br />
que o produto nacional te n . qualldades<br />
tão boas quanto qualquer slmIlar estran<br />
geiro. E, quanto aos prços, não n s po-'<br />
demos esquecer que os n'Jrte-amencanos<br />
enviarão excedentes, produtos que de<br />
vem ser vendi<strong>do</strong>s a quaquer prêço, pois<br />
que o Govêrno investiu grandes somas,<br />
provenientes de tributos, para adquiri-lo.<br />
Não nos podemos esquecer que o produ.,<br />
tor norte-americano é assisti<strong>do</strong> de tôdas'<br />
as formas pelo Govêrno, até mesmo na<br />
compra de excedentes, caso entre nós raro<br />
e motivo de escândalos. E, se assim<br />
é, uma conclusão, poI' absurda que pareça,<br />
se impõe: nosso Govêrno ajuda o<br />
produtor estrangeiro a aplicar o "dum<br />
pig" na indústria nacional, mesmo sem<br />
solicitação daquele produtor.<br />
É incrível, mas a realidade é esta.<br />
Senhores deputa<strong>do</strong>s, a situação da indústria<br />
transforma<strong>do</strong>r a <strong>do</strong> leite é esta.<br />
Sua produção basta e superará,' de mui-<br />
to, o consumo nacional. Não pode permitir<br />
importações demagógicas e sem nenhum<br />
fundamento econômico ou finan<br />
ceiro. A economia nacional não pode s::r<br />
tratada desta maneira. O Govêrno tem<br />
solicita<strong>do</strong> desta Casa tôda. a . colaboração<br />
ao seu programa <strong>do</strong> desenvolvimento,<br />
e esta não tem si<strong>do</strong> negada.<br />
Urge, pois que esta Casa. alerte o<br />
Govêrno para o êrro em que incorre, para<br />
as consequências econômicas e políticas<br />
de atos como êsb. Acreditamos que melhor<br />
colaboração' <strong>do</strong> que o alertamento<br />
<strong>do</strong>s órgãos <strong>do</strong> Executivo para fatos como<br />
êste constituem nossa melhor eolabração.<br />
/:.. análise que apresentamos sômenb<br />
nos pode levar à conclusão de que tôda<br />
e qualquer importação de leite em pó<br />
deve ser suspensa sob pena de f2rir<br />
profundamente, nssa pecuária leiteir<br />
e a indústria de transformação derivada.<br />
Não mais podemos continuar a admitir<br />
erros como êste e, muito menos, permi<br />
tir que o eleitora<strong>do</strong> tenha ilusões quan<br />
to aos problemas <strong>do</strong> custo de vida.<br />
Aí fica, . pois, o apêlo que fazemos à<br />
Casa e, através dela, aos. órgãos <strong>do</strong> PO<br />
der Executivo.<br />
EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO 9<br />
Uma 'Singular Simplificação em Colimetria: uma<br />
Técnica Sensivel e uma Reducão de 6listos<br />
E' preciso notar ainda que o fato de<br />
se renunciar ao consumo <strong>do</strong> leite e deriva<strong>do</strong>s<br />
crús, não torna absolutamente<br />
uperflUtQ.<br />
<strong>do</strong><br />
a luta con<br />
. ga<strong>do</strong>' leiteiro - tuberculose, br'uce-.<br />
Falan<strong>do</strong> de ensaios colorimétric03<br />
nesta mesma revista (outubro de 1945),<br />
haviamos pôsto em evidência as dificuldades<br />
de ordem pratica na seleçã,o de<br />
um méto<strong>do</strong> bacteriológico correspon<br />
ensaios devem ser amplos e abranger<br />
mações e <strong>do</strong>s caminhos que percorre o<br />
leses e mamites. A pasteurização resoldente<br />
e eficiente na determinação elas<br />
ve um aspecto sanitário ele consumo <strong>do</strong>.<br />
leite. A luta contra estas <strong>do</strong>enças 1'esol<br />
,e o problema da produção' <strong>do</strong> leite .:.- '<br />
em quantidade e em qualidade.<br />
bacterias <strong>do</strong> grupo coli. Haviamos anota<strong>do</strong><br />
também _que, além <strong>do</strong> grande número<br />
de procedimentos colorimetric'os,<br />
existia muita heterogeneidade e (porque<br />
não dize-lo) confusão.<br />
Em geral as provas sobre leite pasteuriza<strong>do</strong><br />
. (especialmen te ) não especifi·<br />
clm os mios a serem utiliza<strong>do</strong>s, as técnicas<br />
a seguir-se : circunscrevem-se ú<br />
tecnologias higiênicas . Cabe perguntar<br />
a esta altura : os mei,os são líqui<strong>do</strong>s ou<br />
sóli<strong>do</strong>s, específicos ou não : a quantidade<br />
<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> para semeadura, a temperatura<br />
e o tempo de incubação, enfim,<br />
quais serão os limites culturais e morfológicos<br />
típicos c invariáveis <strong>do</strong>s coliformes.<br />
Temos que averiguar e precisar<br />
se a investigação patog['nica se limitarú<br />
aos animais de laboratório, às investi·<br />
gações bioquímicas, sOl'ologicas e outras<br />
.<br />
Indiscutivelmente a colimetria interessa<br />
grandemente à lJledicina e higiene<br />
humana e animal, ü tôdas as indústrias<br />
de alimentação e especialmente à indústria<br />
leiteira . Para esta última principalmente<br />
para o leite ele consumo, a industrialização<br />
<strong>do</strong> queijo, da rnan leiga e fahricação<br />
de supprodutos, etc .<br />
A identificação destas bactérias tão<br />
prejudiciais bem como sua determinação<br />
numél:ica, tem si<strong>do</strong> uma preocupação<br />
constante elos técnicos lacticinislas;<br />
mas' a fornada da amostra, seu cuida<strong>do</strong>,<br />
conservação e preparação da sen:;eadura,<br />
a utilização de grande quantidade<br />
de material de vidro, as pesadas<br />
das quantidades minimas <strong>do</strong>s reativos,<br />
a limpeza <strong>do</strong> material, as esterilizações,<br />
as interpretações das reações, etc., requerem<br />
pessoal especializa<strong>do</strong> e de certo<br />
conhecimento técnico. Por sua vez (como<br />
fator de eficiência e de custo), os<br />
digitaliza<strong>do</strong> por<br />
,<br />
as fases mais significativas das transfor<br />
leite. TudJo isto deve ser realiza<strong>do</strong> metó<br />
dicamente para identificar um produtor<br />
descuida<strong>do</strong>, uma ordenha suja,<br />
latões mal lava<strong>do</strong>s ou lava<strong>do</strong>s com<br />
águas impróprias; saber em que etapa<br />
se deu a contaminação, comprovar se o<br />
tratamento térmico é ,ou não eficiente<br />
QU satisfatóri,o . Saber se a elaboração<br />
foi descuidada e em que momento careceu<br />
de cuida<strong>do</strong>s higiênicos e em que<br />
circunstâncias se (ieu o aparecimento<br />
<strong>do</strong>s coliformes.<br />
Estes conceitos criteriosos da técnica<br />
moderna, não têm si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong>s por<br />
dguns índustriais de lacticinios. No entretanto,<br />
esta indiferença industrial, esta<br />
frialdade destacada e palpavel de to<strong>do</strong>s<br />
os dias, está em completa contradição<br />
com os preceitos da higiene moderna,<br />
da bromatol,ogia e da toxicologia.<br />
O fato de comprovar sómente de vêz<br />
em quan<strong>do</strong> a ausência de bacterias coliformes<br />
ou sua presenç:a excessiva em<br />
determina<strong>do</strong> momento, não é auxiliar<br />
a industria com os conhecimen tos bacleriológicos.<br />
E', isto sim, fazer ,ostentação<br />
exterior, é demonstrar "para as<br />
galerias" o con trole efetua<strong>do</strong>, mas sem<br />
que êste seja benéfico para a industria .<br />
Deste mo<strong>do</strong>, o con trrol(' é ineficiente e<br />
incompleto e geralmente resulta num<br />
obstáculo para as investigações futuras,<br />
mormente quan<strong>do</strong>' os resulta<strong>do</strong>s são negativos<br />
nestas ocaSlOes, motivan<strong>do</strong> o<br />
distanciamento <strong>do</strong>s industriais <strong>do</strong>s en<br />
saios bacteriológicos (as exceções infelizmente<br />
não fazem a regra) . Não desconhecemos<br />
certa razão ou motivos justos,<br />
mormente pelas causas que an,otamos<br />
acima, mas estas, são capítulos n<br />
parte.<br />
As elaborações que fracassam com<br />
leites super-baclerianos de coliformes,<br />
são numerosas, as perdas economicas<br />
chegam muitas vêzes a fazer perigar a<br />
estabilidade econômica da firma, isto<br />
porque, não se recorre ;1.0 que indica a<br />
arvore<strong>do</strong>leite.org
10 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />
ciência leiteira. A colimetria em particular<br />
se reveste de uma singular irnl)Ort:'lncia<br />
técnirl, p.conomiea e comercial.<br />
Comprovar constantemente o teôr<br />
eleva<strong>do</strong> de coliformes em determina<strong>do</strong><br />
produto lacteo é basico, higiênico e sanitariamente,<br />
bem como ' os meios de<br />
racionalizar as ,elaborações e colocá-las<br />
em' um plano de segurança viavel e permanente,<br />
para evitar-se as surpresas da<br />
qualidade: isoladamente, isto é, esporadicamente,<br />
aquelas comprovações são<br />
simbólicas e academicas. Nada mais.<br />
A indústria leiteira deve livrar-se <strong>do</strong><br />
llesadêlo destas bacterias, pois não se<br />
trata sàmente de pagar multa por "excesso<br />
de coli" ou ,ele perder uma partida<br />
de- queijo incha<strong>do</strong>, e sim compreender<br />
que as bacterias coliformes estão<br />
sempre presen tes no leite e que sua<br />
missão e pre.iudicar o trabalho <strong>do</strong> queijeiro,<br />
<strong>do</strong> manteigueira, e <strong>do</strong> lactotécnico<br />
em geral. A indústria sul-americana não<br />
se preocupa muito com êste problema<br />
porque, como temos dito, se necessita<br />
de pessoal especializa<strong>do</strong>, reativos importa<strong>do</strong>s,<br />
material fragil, em suma, gastos<br />
e mais gastos que terminam sempre<br />
em aumentar con sideravelmen te o custo<br />
cio produto, dificultan<strong>do</strong> as vendas, 'etc.<br />
Dai os embaraços e consequentementc<br />
.<br />
por "tradição", nada se faz.<br />
Por sorte apareceu um méto<strong>do</strong> simples<br />
e fácil para a investigação <strong>do</strong>s microorganismos<br />
an ticasearios, coliformes<br />
no leite. O processo é tão seguro como<br />
(; mais cota<strong>do</strong> meio de cultura em uso<br />
no laboratorios de hacteriologia par.l<br />
os ensaios de colimetria, com a diferença<br />
que não precisamos de pipetas<br />
calibradas, de provetas, de tubos de<br />
Durhan, de placas de Petri, etc. O trans'porte<br />
é fácil e não necessita refrigera- '<br />
çâo. Em suma, o material para o ensaio<br />
se reduz a um papel absorvente que<br />
contem o meio nutritivo normal seletivo<br />
para as bacterias que desejamos investigar,<br />
ou sejam, as hacterias <strong>do</strong> grupo<br />
coliforme, que fermentam a lactose<br />
com produção de áci<strong>do</strong> e gaz.<br />
A mencionada tira bacteriológica (comercialmente<br />
"Bacto-Strip" ) é de papel<br />
rosa<strong>do</strong> e tem f mm. de largura, por 135<br />
mm. de comprimento. O poder absor- ',<br />
ven te da mesma foi bem calcula<strong>do</strong> e determina<strong>do</strong>.<br />
Ela está colocada sob outra<br />
cie material plastico transparente, esteriliza<strong>do</strong>.<br />
Para efetuar o ensaio,' procede-se assim:<br />
corta-se' o plastico na ' parte perfurada<br />
e toma-se, com o indica<strong>do</strong>r e o polt'gar<br />
da mão direita, o papel rosa<strong>do</strong>,<br />
sem passar <strong>do</strong>s limites da perfuração,<br />
situada a uns 20 mm. da parte terminal,<br />
e o extraimos. Em seguida, submerge-se<br />
rapidamente êste no líqui<strong>do</strong> a examinar,<br />
leite, sôro, água, etc., por fração de<br />
segun<strong>do</strong>, para que absorva a quantidade<br />
necessária <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong>. Em' resumo, (J<br />
ensaio é por imersão. Se por acaso alguma<br />
gota ficou aderida na base da tira<br />
(caso não desapareça normalmente),<br />
provoca-se sua retirada com uma leve<br />
sacudidela. Consegui<strong>do</strong> o humidecimento<br />
uniforme de to<strong>do</strong> o papel, pressiona-se<br />
com a mão esquerda sôbre o<br />
material plástico, provocan<strong>do</strong> a abertura<br />
para inclusão da tira. Uma vêz II<br />
I1l esma den tro, pressiona-se um pouco<br />
mais abaixo, das perfurações transversftis<br />
<strong>do</strong> plastico e assim se separa puxan<strong>do</strong><br />
a parte tocada com os de<strong>do</strong>s, pa<br />
I'fI eliminar-se po'ssíveis con taminações.<br />
Para fechar a tira, colocá-la entre <strong>do</strong>is<br />
"idros Oaminas por exemplo), deixan<strong>do</strong><br />
fóra uns 2 mm. da extremidade qUe<br />
será queimada, provoéan<strong>do</strong> assim o fechamento<br />
hermetico. A simples chama<br />
ele um fosforo, será suficiente para esta<br />
r;peração. Isto feito, coloca-se o cultivo<br />
(;m 'uma estufa a 37 QC., ou na sua falta,<br />
pode-se usar o bolsinho <strong>do</strong> paletó', utilizan<strong>do</strong><br />
o calor humano para incubação.<br />
A leitura é realizada após 8-10 horas.<br />
Cada colonia, que se apresentar{,<br />
em forma de pontinhos vermelhos, representa<br />
uma bactéria em 1 ml <strong>do</strong> leite.<br />
Se a carga bacteriana <strong>do</strong> leite fôr muito<br />
grande, a tira nos mostrará um grande<br />
número de pontinhos que tendém a se<br />
confluir, impossibilitan<strong>do</strong> neste caso, a<br />
leitura numérica e referida a 1 'ml.<br />
As colonias que aparecem pertencem<br />
à grande família <strong>do</strong>s coli, sejam êles<br />
aerogenes, Dyspepsie, P. fluorescens,<br />
etc. Os ensaios que nos referimos, cor-<br />
EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO 11<br />
respondem pelo menos a <strong>do</strong>is ou<br />
mais, quan<strong>do</strong> êstes são realiza<strong>do</strong>s na<br />
formação de gaz. Contan<strong>do</strong> na face da<br />
tira sàmente 3 a 4 hactérias, compreende-se<br />
que o resulta<strong>do</strong> colorimetrico é<br />
negativo na série de 0,1 ml <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong><br />
analiza<strong>do</strong> .<br />
Se o leite no momento da tomada da<br />
amostra etiver frio (recém refrigera<strong>do</strong>,<br />
guarda<strong>do</strong> em câmaras frigorificas, etc.),<br />
a leitura então deverá ser feita após<br />
11-12 horas .<br />
Êste original processo para a investigação<br />
das ,bact,érias ,<strong>do</strong>, ,grupo coli, foi<br />
descoberto pelo' engenheiro químico<br />
alemão Fõrg e sua indus'trialização explQrada<br />
pela SOCIEDADE ANONIMA<br />
"BACTO-STRIP", de ZoIlikon Zurich,<br />
Suiça<br />
J'elnbcrg, na Alemanha e Liebefeld na<br />
Suiça.<br />
O Dr: Livio Leali da Faculdade de Veterinaria.<br />
de Milão, em um trabalho puhlica<strong>do</strong><br />
na revista "lI latte", <strong>do</strong> mês de<br />
abl:ii de 1956, pág. 265 (La prova della<br />
colimetria nel laUc), afirma em' suas<br />
conclusões: - "In practica dunque la<br />
l1Iaggior fedeltá dei resultati é sata data<br />
dalle caI'tine di Fõrg." Exprime também<br />
um juizo favorável dizen<strong>do</strong> que a<br />
simplicidade <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>· da tira de papel,<br />
pela facilidade de execução e rapidez<br />
<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>, pela sua uniformidade,<br />
seu uso constante poderia representar<br />
um elemento positivo para a tipificação<br />
de um <strong>do</strong>s mais importantes ensaios<br />
bacteriológicos <strong>do</strong> leite.<br />
NOTA: - O refed<strong>do</strong> artigo,<br />
duas fotografias <strong>do</strong> papel, reproduzin<strong>do</strong><br />
uma incubação perfeita e outra imper-<br />
Em bacteriologia existem técnicas feita, nas quais pode-se observar perfei-<br />
aperfeiçoadas nestes ultimos tempos, tamente as colonias c1esen volvidas. A<br />
para melhorar a contagem, que simpli- seguir, faz as seguintes advertências :<br />
ficam as provas e que reduzem consi- "Existem colonias tão profundas que<br />
dcravelmente os gastos. Entre estas Sl apresentam <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> papel.<br />
mencionaremos também a <strong>do</strong> professor Para contá-las aconselha perfura-las com<br />
Rowlands, méto<strong>do</strong> "Astell", para a con- toma agulha grossa, evi tan<strong>do</strong>-se assim,<br />
tctgem geral das bactérias. Desnecessário con tú-Ias novamente".<br />
dizer que o meto<strong>do</strong> "Bacto-Strip" foi .T. MINUT - La in(lllstria lechera<br />
ensaia<strong>do</strong> nos laboratórios de hacteriologia<br />
leiteira de Kiel, de Munich, de Nu-<br />
Noviembre 195(i.<br />
;.':/.:'6':/."/.:'/.:'.:'.::.:':.: : •. :: :.: :: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :. : :.: :.: :.: :.: :<br />
.<br />
, '.: '. ' • • • • • • '. • • oi- ,. 1) '" ,-/>' '. '.: '.' '.' ':<br />
,<br />
(L. P. V.)<br />
: l.a FÁBRICA DE COALHO NO BRASIL <br />
•<br />
•<br />
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, ' ' puros pOr c'ruza, etc. ' <br />
.<br />
{.;:.>.
12 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />
DOIS TRABALHOS D'E ASSIS RIBEIRO<br />
I -<br />
Racionalizaçd:o<br />
d Compra de <strong>Leite</strong><br />
pelas Fábricas<br />
Preço proporcional à qualidadeúnico<br />
meio de combate à fraude e<br />
às sujeiras <strong>do</strong> leite.<br />
O divorcio entre o fabricante e o la<br />
EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO 13<br />
zendeir,o,s<br />
das sujeiras <strong>do</strong> curral, das vacas, <strong>do</strong>s<br />
retireiros, <strong>do</strong> vasilhame, etc., bem como<br />
lhes despertaria o interêsse pela refrigeração<br />
<strong>do</strong> leite na fazenda, (ou . pelo<br />
inenos, a não deixar os latões cheIOS expostos<br />
permanentemente ao sol) 'ou<br />
pelo transporte mais rápi<strong>do</strong>. às fábricas.<br />
: O teor de gordura é da<strong>do</strong> pela prova<br />
dt· Gerber, em que se <strong>do</strong>sa a percentagem<br />
de matéria gorda colocan<strong>do</strong>-se no<br />
butirometro próprio, quantidades cleterminadas<br />
de áci<strong>do</strong> sulfúrico, leite e 'alcoo,l<br />
mílico . E' prova rápida. c' de facilima<br />
execução. Como não é muito barata,<br />
de c.ada fornece<strong>do</strong>r faz-se uma pro·<br />
va<br />
boratório - a causa cl:o,s<br />
semanal que valerá<br />
maiores<br />
para o leite for<br />
prejuizos à fabricasão <strong>do</strong>s lacticínios.<br />
O fazendeiro relaxa<strong>do</strong> o inimigo<br />
número um da indústria leiteira .<br />
* * *<br />
A quase totalidade <strong>do</strong>s nossos estabelecimentos<br />
de lacticínios paga o leite<br />
sjmplesmente pelo volume, e, mesmo<br />
êste, muito mal controla<strong>do</strong>. E' comum<br />
encontrarem-se latões de 50 litros; ten<strong>do</strong><br />
sàmente 47, 48 ou 49 ... e tanto menos<br />
quanto mais amass<strong>do</strong>s . A inexistência<br />
de medi<strong>do</strong>res aferi<strong>do</strong>s é praxe, em nossas<br />
fábrica,s, residin<strong>do</strong> aqui um <strong>do</strong>s<br />
pontos iniciais a serem corrigi<strong>do</strong>s pelos<br />
industriais que pretenderem racior.alizar<br />
sua fabricação.<br />
O único sistema racional de compra<br />
<strong>do</strong> leite é o que se baseia no pagamento<br />
pela qualidade, consideran<strong>do</strong>-se como<br />
tnl seu teor de gordura e seu grau de<br />
Dr. José Assis Ribeiro<br />
Médico Veterinário<br />
giene ; ,os que mantém o leite exposto à3<br />
sujeiras comuns (não se envergonhan<strong>do</strong><br />
de mandar às fábricas leite coberto<br />
rh: fezes, carrapatos, moscas e outras<br />
imundicies, como que esqueci<strong>do</strong>s de<br />
que o leite é um alimento); os que mandam<br />
leite frauda<strong>do</strong> com água, com sôro,<br />
ou o que é pi,Q.r,<br />
inimigos da industria leiteira devem ser<br />
combati<strong>do</strong>s em tôda a linha, pois são<br />
* * *<br />
1 - Compra elo leite pelo teor de<br />
gordura.<br />
A gordura é, comercialmente, o elemen<br />
to mais caro <strong>do</strong> leite, embora, no<br />
ponto de vista de nutrição, não seja o<br />
mais importante. Técnicamente é o<br />
mais fácil de ser <strong>do</strong>sa<strong>do</strong> ou retira<strong>do</strong>, e<br />
assim, sua percentagem é muito' variável<br />
. E sabe-se que tanto melhor é o leite<br />
quanto maior seu teor de górdura, de<br />
ViZ que o 'leite, de alta percentagem de<br />
matéria gorda tem também, corresporidentemente,<br />
maior riqueza <strong>do</strong>s demais<br />
componentes . Assim, um leite gor<strong>do</strong><br />
deve ser pago por preço superior ao de<br />
um leite magro. E' técnicame,nte inconcebivel<br />
que ambos sejam pagos pelo<br />
mesmo preço.<br />
aeci<strong>do</strong> na semana correspondente. O<br />
preço <strong>do</strong> leite será estabeleci<strong>do</strong> para o<br />
padrão de gordura da regiã'Q, que é de<br />
3,5 % para as nossas condições. Para o<br />
Sul de Minas, no momento, po(le-se a<strong>do</strong>tar<br />
o preço de Cr$ 4,00 o litro de leite<br />
• com 3,5 % de gordura . O leite que apresentar<br />
teor de gordura inferior, serú<br />
pago pIor preço proporcionalmente inferior<br />
. O que· apresentar percentagem<br />
de gordura superior, terá aumento na<br />
nJCsma base. Este acerto de preço serà<br />
na base <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> quilo de matérb<br />
gorda (em creme) para manteiga. NesLt '<br />
região, como só se fabrica manteiga comum,<br />
o preço de quilo de gonltll.:a é<br />
Cr$ 50,00 .<br />
Base para ,os cálculos: 1.000 gramas<br />
ele gordura <strong>do</strong> leite = CI$ 50,00; 1 grama<br />
Cr$ 0,05 . As 3'5 gtamas de 1 litro<br />
de leite (a 3,5%) custàrao Cr$ 1,7:>.<br />
'1 litro de ieite a 3,5 % Cr$ 4,00.<br />
c<br />
limpeza. Mas a determinação dêstes detalhes<br />
- percentagem de matéria gorindignos<br />
de figurarem como participantes<br />
da mais brasileira das indlls<br />
Ouadro <strong>do</strong>s Preços <strong>do</strong> <strong>Leite</strong> Proporcionalmente ao Teor de Gordura<br />
(Ih e gráu de limpeza exige estreito entl'elaçamento<br />
entre o fabricante e o laboratório,<br />
coisa que raramente existe,<br />
da<strong>do</strong> o inexplicavel desinteresse que<br />
a quase totalidade <strong>do</strong>s lacticinis,tas<br />
às provas de controle químico, físico<br />
ou bacteriológico <strong>do</strong> leite. En tretan to,<br />
o critério de pagamento <strong>do</strong> leite ten<strong>do</strong><br />
por base êstes elementos é a única medida<br />
eficiente contra os fazendeiros relapsos<br />
- os que reiteradamente mandam<br />
leite sujo ou frauda<strong>do</strong>, pon<strong>do</strong> a<br />
culpa (quan<strong>do</strong> surpreendi<strong>do</strong>s pela fiscalização)<br />
em seus retireiros. .. Neste<br />
grupo de fazendeiros a noss,Q. ver,<br />
.inimigos número um da indústria leiteira<br />
estão os que permitem ordenha<br />
em curral sujo (poeirento na sêca.e lamacento<br />
nas chuvas) ; os que 'admitem<br />
trabalhos de pessoas irresponsáveis, que<br />
trias . ..<br />
* :;: :;:<br />
Diante da impossibilidade de uma<br />
fiscalização permanente por parte <strong>do</strong>s<br />
órgãos encarrega<strong>do</strong>s, e, dada a frequência<br />
com que estas falhas são observadas<br />
isSlo em to<strong>do</strong> o nosso imenso Brasil<br />
apesar das medidas reiteradamente<br />
tomadas para coibir os abusos" a única<br />
atitude que compete aos industriais é \<br />
pagar o leite pela qualidade, e não pelo<br />
simples volume.<br />
O pagamento <strong>do</strong> leite pelo teor de<br />
gordura anulará grandemente o interesse<br />
pela prática da fraude rcsuItan te<br />
da adição de água ou outr.o,<br />
qui<strong>do</strong>, visto que isso viria reduzir o teor<br />
de matéria gorda. Ao la<strong>do</strong> disso, a redução<br />
dêste preço em bases proporcio<br />
Gramas de gordura por<br />
o/ de gordura<br />
litros de leite<br />
3<br />
ao<br />
3,1 .. .... . ... '" .... 31<br />
3.2<br />
32<br />
a,8 · ..... .... . , . ..... ..... 33<br />
8,4 ' . ... .... .... ..... '. ·34<br />
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35<br />
· .. . ...... ...... ...... 36<br />
'" ..... .. .... . ........ 37<br />
3,8 .. ...... .... .. ...... .. 38<br />
.. ..... ....... '" ...... 39<br />
4,0 .. .... .... .. .... .. 40<br />
4,1 · ... .... . , . . .... . ...... .. 41<br />
4,2<br />
. ..<br />
.. .... .. .... .... ..... 43<br />
4.4 .. .... .... ...... ...... 44<br />
45<br />
.. .... .... ...... .. .... 50<br />
Preço <strong>do</strong> leite<br />
por litro Cr8<br />
vota<br />
3,95<br />
4,10<br />
1<br />
0-;<br />
4,50<br />
ordenham sem o menor cuida<strong>do</strong> de hi- nais ao gráu de sujidade levaria os fa-<br />
Exemplo: Seja o fazendeiro X que<br />
forneceu 650 litros na 1." semana com<br />
3,9<br />
4,8<br />
4,5<br />
5,0<br />
digitaliza<strong>do</strong> por<br />
. . .. .... ' .. ... .<br />
... ... .. .. .... ........<br />
3,73<br />
3,80<br />
3,85<br />
3,90<br />
4,00<br />
4,05<br />
4,15<br />
4,20<br />
4,25<br />
4,30<br />
4,35<br />
4,40<br />
, 4,45<br />
4,75<br />
3,5 % de glordura ; 640 litros na segunda,<br />
com 4,0% de r;orclm'n; 590 na tercéi!1.<br />
arvore<strong>do</strong>leite.org
14 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />
. . . .<br />
. ... . . .<br />
3,5%<br />
em nosso País.<br />
. . . .<br />
EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO<br />
II ·<br />
CREME PARA CAFÉ -. Embora o<br />
uso <strong>do</strong> 'creme no' café seja niuito pouco<br />
conheci<strong>do</strong> em nosso meio, é interessan<br />
te a divulgação das condições da obten-<br />
de Mesa<br />
com 3,6 %, e, 700 na quarta semana, com<br />
3,5 %. Nas bases <strong>do</strong> quadro anexo, qual<br />
c preço a ser pago pelo seu lei te ?<br />
Cremes<br />
,Creme para café e Creme-chantilly ção dêste. produto, que em resumo, são<br />
I<br />
Litros de leite Total de gordura<br />
. \<br />
Semana<br />
forneci<strong>do</strong>s quilos<br />
1.<br />
650<br />
3,5% .... ... . . . . . 22,750<br />
2.<br />
. , . . . .. . ... . 640.<br />
4,0% . . .. . . . ..... 25,600<br />
3."<br />
... . ... . 590<br />
3,6%<br />
. . . . 21,240<br />
. 4.<br />
700<br />
. . . . . . . ... . 24,500<br />
Total <strong>do</strong> mês<br />
2.580<br />
94,090<br />
Teor de g,ordura <strong>do</strong> leite forneci<strong>do</strong><br />
durante o mês:<br />
. 94,090 X 100<br />
3,64<br />
2.580<br />
Prço a ser pago por litro de leite cimal por corresponder a muito pouca<br />
== Cr$ 4,05 (desprezan<strong>do</strong> a segunda de- coisa) .<br />
A regulamentação vigente no País<br />
prevê duas variedades de creme: creme<br />
de mesa.e creme industrial. O primeiro<br />
se destina a consumo direto ou a apHcação<br />
em culinaria, e, o segundio, à fabricação<br />
de manteiga.<br />
Nos cremes de mesa estão previstos<br />
três. tipos:<br />
a) creme <strong>do</strong>ce - pasteuriza<strong>do</strong> e com<br />
acidez até 181lD;<br />
b) creme áci<strong>do</strong> - pasteuriza<strong>do</strong> e fermenta<strong>do</strong><br />
com fermentos seleciona<strong>do</strong>s,<br />
até 501lD, e<br />
c) creme estedliza<strong>do</strong> - esteriliza<strong>do</strong><br />
pelo cal!Q.r;<br />
biliza<strong>do</strong>r.<br />
as segúintes:<br />
Selecionar o leite ; desnatá-lo a 32-351lC<br />
regulan<strong>do</strong> a desnatadeira para creme<br />
ralo, com 25 % de gordura. Se fôr pre<br />
C1S0 padronizar, empregar leite integral<br />
ótimo.· Pasteurizar mediante pré-aquecimento<br />
a 631lC e manutenção <strong>do</strong> creme a<br />
esta temperatura, com a meno,r agitação<br />
possível, por 30 minutos. Refrigerar,<br />
rapidamente, a 5\lC, de preferência, em<br />
refrigera<strong>do</strong>r de cascata (para evitar<br />
agitação). Homogeneização é indicada,<br />
antes da pasteurização, em casos de se<br />
observarem defeitos no creme - formação<br />
de camada infcrior, de lclte desnab.lClo<br />
ou leitelho,;<br />
vre" (oil ofO; presença de grumos de<br />
* * *<br />
gordura, etc. O creme para café deve<br />
2 . Compra <strong>do</strong> leite pelo gráu de limpeza.<br />
Um leite sujo não pode valer o mesmo<br />
que um leite limpo. To<strong>do</strong>s os queijeiros<br />
estão convenci<strong>do</strong>s mais vaier 1 litro de<br />
leite limpo que uma tonelada de leite<br />
sujo ou frauda<strong>do</strong>!<br />
padrão de azul de metileno em determina<strong>do</strong><br />
volume de leite (que fica to<strong>do</strong><br />
azul) e marcan<strong>do</strong>-se o tempo que levarú<br />
para descorar (fican<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> branc.a).<br />
<strong>Leite</strong> limpo, não ten<strong>do</strong> sujeiras, ter:)<br />
poucos micróbios e assim, levará muito<br />
tempo (de 3 a 5 horas) para descorar.<br />
Para to<strong>do</strong>s êsles tipos está previsto o<br />
teor mínimo de 25 % de gordura.<br />
Verifica-se que, em consequência da<br />
nossa falta de tradição no consumo de<br />
creme em natureza, de um la<strong>do</strong>, nossá<br />
lcgislaço é incompleta, e, de ,outro,<br />
nossos industriais não têem prepara<strong>do</strong><br />
Sf'r manti<strong>do</strong> em geladeira, entre 5 e 71lC.<br />
Um bom creme para café deve atender<br />
ao seguinte:<br />
1 - embalagem atrativa;<br />
2 nenhuma sedimentação visivel.<br />
Ausência de gaseificação ou estufamenta;<br />
A prova mais fácil de se determinar<br />
o gráu de limpeza <strong>do</strong> leite é a da redutase.<br />
Este é um enzima <strong>do</strong>s micróbios<br />
da sujeira contida no leite. Avalia-se sua<br />
quantidade misturan<strong>do</strong>-s'e<br />
TEMPO DE DESCORAMENTO<br />
20 a :30 minutos<br />
30 minut,os a 1 hora -<br />
1 hora a 2,30 horas<br />
2,30 a 3,30 horas<br />
Qualquer fiscal de leite sabe realizai'<br />
C'sta prova e a explicará detalhadamentc<br />
ao industrial interessa<strong>do</strong> em executá-la.<br />
Para fins práticos, a classificação <strong>do</strong><br />
leite é a sguinte:<br />
CLASSIFICAÇÃO<br />
<strong>Leite</strong> péssimo. Só sC'rvirá p:lra desnate.<br />
Preço <strong>do</strong> leite - no máximo o da quantidade<br />
de gordura que contivC'I', na base<br />
de Cr$ 50,00 o kg. de matéria gorda,<br />
mais Cr$ 0,50 por litro <strong>do</strong> leite desnata<strong>do</strong><br />
que tiver aproveItamento.<br />
r .. eite aceitável para queijos mediant<br />
boa pasteurização. Dificilmente dará<br />
queijo de primeira. Descontar Cr$ 0,20<br />
.<br />
por litro.<br />
<strong>Leite</strong> bom para queijos - preço normal.<br />
<strong>Leite</strong> para consumo ou para leITe em pó.<br />
Preço normal.<br />
prodUtos que possam ter grande consumo.<br />
Daí as falhas que se observam nos<br />
cremes comuns, tanto na fase de produção,<br />
como no eomércio e no consumo.<br />
No intuito de afastar estas falhas, a<br />
seguir resumimos da<strong>do</strong>s tecnológicos<br />
colhi<strong>do</strong>s em literatura de países tradicionais<br />
neste assunto, que poderão<br />
orientar os fabricantes de creme, em<br />
nosso meio, de mo<strong>do</strong> a se obterem melhores<br />
produtos.<br />
TÉCNOLOGIA DOS CREMES<br />
Os cremes de mesa podem ser classifica<strong>do</strong>s<br />
em duas variedades:<br />
a) creme para café - para ser toma<strong>do</strong><br />
dilui <strong>do</strong> em café quente, c,<br />
b) creme "chantilly" - isto é creme<br />
bati<strong>do</strong> em condições especiais.<br />
3 - ausência de leitelho ou de leite<br />
desnata<strong>do</strong> no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> frasc,Q;<br />
4 - ausência de grumos de gordura<br />
vatida, ou de espuma, na superfície;<br />
5 - cheiro e g.ôsto uma solução<br />
p<strong>do</strong>s. Ausência ele fermentação ou de<br />
lIualquer defeito no paladar;<br />
6 - máxima viscosidade. Consistência<br />
cremQ.sa homogênea;<br />
7 - máxima habilidade de se dissolver<br />
no café, colorin<strong>do</strong>-o bem.<br />
8 - ausência de gordur:::J. livre ("oiling<br />
off") ao se dissolver no café;<br />
9 - ausência de grumos ou de particuIas<br />
coalhadas ("feathering") ao se<br />
ttssolver no café quente;<br />
10 baixa acidez, sem neutralização;<br />
11 - baixa contagem bacteriana, e,<br />
12 - teor de gordura entre 20 e 25 %.<br />
Mais de 3,30 horas -<br />
<strong>Leite</strong> ótimo para qualquer produto. Dal'<br />
Êstes produtos. correspondem, respe<br />
gratificação 'de Cr$ 0,20 a Cr$ 0,30 por<br />
litr.o. ..<br />
ctivamente, ao "coffee-cream" e 'whipping<br />
cream"
16 , JANEIRO '<br />
seu teor de gordura deve ser entre<br />
3G e 40%;<br />
eleve apresentar boa visco.sidade:<br />
- não pode ser homogeneizaclo (ruptu-'<br />
ra de glo:bulos de gordura). Uma vez<br />
rompi<strong>do</strong>s os jlobulos, não mais<br />
poderá "bater", nem darú, man teiga;<br />
deve estar matura<strong>do</strong>, no momento<br />
da ' bateção, por 24 horas, no nU 11lmo,<br />
e à temperatura ele 2 a 5QC ,<br />
Isto' solidifica a g:onlura; elimiui 'J<br />
tempo ele bateção e elá maior estahilidade<br />
ao "chan tilly" .<br />
No mento de bater, o creme deve estar<br />
frio, isto é, 5QC no máximo.<br />
PRBPARO DO CREME "CHANTILLY",<br />
O creme "chantilly" nada mais é <strong>do</strong><br />
que creme ótimo bati<strong>do</strong> em condições<br />
especiais, as quais permitem quc a gOl':"<br />
dura, as proteinas e água se disponham<br />
em fina película ao re<strong>do</strong>r dc bôlhas de<br />
ar que é incorpora<strong>do</strong> ao ereme durant<br />
a batida, fazen<strong>do</strong>-o crescer; A formação<br />
da "espuma" e a firmeza da ' massa depende<br />
de vários fatores, tais como :<br />
temperatura elo creme, teor de gordúra,<br />
quantidade batida, velücielaele ela bateção,<br />
etc.<br />
r'"'' ,., ., .<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
...<br />
...<br />
...<br />
<br />
<br />
. ,. 'u, ,.". ,., ,., . , •• '·;'·:'''H::·:<br />
:.: :.: :.: : +: :+: :.: :+: :·<br />
o MELHOR<br />
F A B R I C A Ç Ã O<br />
A<br />
,<br />
FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />
Assim, os pontos a Sel!em observa<strong>do</strong>s<br />
no preparo <strong>do</strong> "chantilly" são os seguintes:<br />
1 - creme de qualidades ótimas, com<br />
36 a 40% de gordura, matura<strong>do</strong>,<br />
no mínimo por 24 hotas, a 5'1C.<br />
2 - hater em vasilha própria, esterilizada,<br />
estan<strong>do</strong> ela e o batecl:ot ü<br />
temperatura de 5QC;<br />
3 - manter durante a bateção a , tem-<br />
peratura de 5Q,C ;<br />
4 - bater em pequenos volumes - de<br />
0,12 a 0,5 litros, por vez, e nas<br />
quantidades destinadas' a pronto<br />
consumo;<br />
5 ,- bater de pressa, de preferênci:.l,<br />
com bate<strong>do</strong>r de dupla ale ta, de<br />
120 a 200 rotações por minuto ;<br />
levará de 2,5 a 10 minutos;<br />
G bater até obtenção dc massa fi_o<br />
na, porém, não superbater.<br />
Várias substâncias podem ser adicionadas<br />
ao creme, antes de hater, melhoran<strong>do</strong><br />
o paladar (aroma e gôsto) ou<br />
dan<strong>do</strong> mais estabilidade. Estas substâncias<br />
podem ser: vanilina ; açúcar (de 5<br />
C! 10%), viscogeno (sucrato de cál<strong>do</strong>,),<br />
aIginato de sódio, gelatina (até 0,35 %),<br />
L : :.:;+:<br />
leite desnata<strong>do</strong> em pó (até G %), elc.<br />
:+: :+ ' ,.<br />
,.,., .• ;, •• "".""." '''''''.'. ''''''''''. '.'. '''']<br />
A<br />
COALHO EM Pó<br />
D E<br />
D I N A M A R Q U S A<br />
A' venda na CIA' FABIO BASTOS,. Comércio e Indústria<br />
<br />
e em todas as casas <strong>do</strong> ramo<br />
<br />
<br />
<br />
e l A. FA.B IO BASTOS i<br />
<br />
RIO DE JANEIRO --:- Rua Teófilo otoni, 81<br />
SAO PAULO - Rua Florêncio de Abreu, 828 ,"".:! !<br />
BELO, HORIZONTE - Rua Tupinambás, 364<br />
"<br />
<br />
JUIZ DE FORA - Rua HaHeld, 399<br />
<br />
. <br />
CURITIBA - Rua Dr. Murici, nOs. 249 j2!l3 <br />
PORTO ALEG;RE - Av. Julio dJe Castllhos, 30<br />
"<br />
i<br />
.. ::+:':+, :0,':+::,,,:::+:':+,':+:::+: :+: :+:-:0: :+:-:+::.::+: :+:-:+:-:+:-:+:.:+:::+:':+: :+:-:+: :.: :+:-:+: :+: :+::+::.; :.;-:.::.: :.: :.::+: :.:,:+,':+,':.:'1+: :+; :+; :+: :+:
18 .JANEIRO<br />
cálcio e vitaminas i ndispensáveis à vida<br />
<strong>do</strong> novo sêr que se forma, dan<strong>do</strong>-lhe<br />
imediatamente após o parto a amamentação<br />
exigida, pelo estímulo à secreção<br />
láctea.<br />
Daí a falta que faz o leite na alimen<br />
tação diária, não se justifican<strong>do</strong> o descaso<br />
em que é ti<strong>do</strong> , mesino, porque, ainda<br />
pode ser destaca<strong>do</strong>, consideran<strong>do</strong><br />
Sl'-O em relação aos demais alimentos,<br />
um <strong>do</strong>s mais baratos .<br />
O 'queijo e a manteiga, como deriva<br />
va<strong>do</strong>s, têm tambem sua valorização des-<br />
FEVEREIRO EX-FELCTIANO'<br />
tacadà, atenden<strong>do</strong> iIielusive às exigências<br />
<strong>do</strong>s paladares mais ,o,riginais, pelas<br />
diversas formas e sabores como podem<br />
ser feitos.<br />
Cuida<strong>do</strong> especial, ,deverá,. merecer a<br />
industrialização elo leite ' 'e ' deriva<strong>do</strong>s.<br />
pela possibilidade de . cOlltaminaç'ão<br />
comprovàda .<br />
Descle ,à simI>les pasteurização até o<br />
complexo leite em pó, será indispensavel<br />
a ab so,luta e rigorosa inspeção para<br />
uma completa higienização, para que<br />
seja atingi<strong>do</strong> o objetivo econômico <strong>do</strong><br />
bem estar social.<br />
(asa 8adaraco Indústria e Comércio Limitada<br />
Apresenta<br />
a última<br />
palavra em<br />
Refriger ação<br />
'Industrial e<br />
Comércial<br />
Resfria<strong>do</strong>r para leite<br />
Instalações Frigoríficas, CUmaras, Sorveteiras, Balcões Frigoríficos, Geladeiras paira<br />
Açougue, Hotéis, Restaurantes e Bares em geral, Refrigera<strong>do</strong>res Comerciais e Domésticos.<br />
Máquinas para Café, Estufas p3.ra Pastéis, Vitrinas, Balanças automáticas, Corta<strong>do</strong>res<br />
de Frios e Regula<strong>do</strong>res de voltagem.<br />
RADIOS DE DIVERSAS MARCAS IMPORTAÇãO E EXPORTAÇãO<br />
LOJA: Avenida Getúlio Vargas, 367 - Fone, 1620 - End. Telegr. "BADARACO "<br />
FABRICA: Avenida Coronel Vidal, 458 - Fone, 5967<br />
JUIZ DE FORA - MINAS - BRASIL<br />
,:.,';0; :.;:
20 JANEIRO ,- FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />
PRODUÇÃO E COl'fSUMO DE LEITE<br />
NO BRASIL<br />
To<strong>do</strong>s os estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s entre nós,<br />
no setor da nutrição, têm ressalta<strong>do</strong> o<br />
baixo índice de consumo de leite, proclaman<strong>do</strong><br />
a necessidade de se elvar a<br />
produção e incrementar seu consumo. Se<br />
países como a Noruega, a Bélgica, a Aus<br />
tria e a Finlândia consomem, respectivamente,<br />
430, 395, 300 e 294 quilogramos<br />
de leite, "per capita", em um ano a média<br />
nacional não ultrapassa 17 quilogra_<br />
gramos. Ainda mais. Os mais eleva<strong>do</strong>s<br />
índices de consumo entre nós são encontra<strong>do</strong>s<br />
nas capitais, sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>s mais bai<br />
xos e, muitas vêzes, inexistente, o consumo<br />
no interior. Mesmo assim, Pôrto<br />
Alegre e Belo Horizonte, cidades que<br />
apresentam índices de consumo de leite<br />
mais eleva<strong>do</strong>s no Brasil; não ultrapassam<br />
80 e 76 quilogramos, respectivamente. E<br />
os órgãos governamentais, encarrega<strong>do</strong>s<br />
da saúde pública são os primeiros a acon_<br />
selhar e empreender campanhas pelo aumento<br />
de consumo <strong>do</strong> produto. E, se assim<br />
é, os demais responsáveis pela coisa<br />
pública não podem fugir ao dever de ·<br />
procurar incrementar a produção dêste<br />
produto. Não podemos admitir, aqui, medidas<br />
protelatórias ou de superfície. Torna-se<br />
necessário medidas de base, com<br />
a devida profundidade para uma solução<br />
definitiva. Não podemos descurar da<br />
saúde das gerações futuras, pois que estas<br />
não poderão ser denigridas se vierem<br />
a apontar nossa in cúria, e nossa responsabilidade<br />
pela manutenção de um<br />
esta<strong>do</strong> de coisas capaz de solapar as bases<br />
da organização social.<br />
A produção leiteira <strong>do</strong> Brasil tem cresci<strong>do</strong><br />
continuamente, se bem que seu desenvolvimento<br />
se processa ainda em ritmo'<br />
mais lento <strong>do</strong> que seria de se desejar.<br />
E, isto, ante tôda a sorte de dificuldades<br />
encontradas pelo produtor, seja no que<br />
concerne a produtos essenciais à alimentação<br />
<strong>do</strong> ga<strong>do</strong>, aos preços eleva<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />
mesmos, . à. regularização <strong>do</strong>s tni.nsportes,<br />
ao eleva<strong>do</strong> custo <strong>do</strong>s implementos e até<br />
mesmo quanto aos preços pouco compensadres<br />
quan<strong>do</strong> da venda de produto. Pois<br />
que, se to<strong>do</strong>s aquêles elementos oneram<br />
de muito o seu custo de produção, o<br />
reajuste <strong>do</strong>s preços de venda encontra<br />
obstáculos de tôda ordem, ante as campa_<br />
nhas demagógicas que a essencialidade <strong>do</strong><br />
produto permite empreender. A infhção<br />
é elemento de proa tôda vez que se<br />
trata de defender o acréscimo de salários<br />
e <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong>s produtos industriais<br />
<strong>do</strong> meio urbano. Mas, a desvalorização<br />
monetária não é admitida como ar _<br />
gumento sempre que se trata' <strong>do</strong> reajuste<br />
de preços <strong>do</strong> leite, ou de seus deriva<strong>do</strong>s,<br />
ou ainda mesmo, <strong>do</strong> produto industrializa<strong>do</strong><br />
N este momento, nos esquecemos<br />
de que o produtor tem sua atividade como<br />
fonte de renda e, quase sempre, co<br />
·mo única fonte de renda.<br />
Hoje, o rebanho bovino l:iteiro nacional,<br />
' segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s -da Comissão N acionaI<br />
de Pecuária <strong>Leite</strong>ira, é estima<strong>do</strong> em<br />
cêrca de 13 'milhões de cabeças, representan<strong>do</strong><br />
perto de 20% <strong>do</strong> rebanho brasileiro.<br />
Sua produção é da ordem de 4<br />
bilhões de quilogramos, anualm2nte. No<br />
entanto, as regiões produtoras não encontram<br />
merca<strong>do</strong> para a totalidade de<br />
sua produção.<br />
E êste produto apresenta características<br />
muito particulares. Sua pequena capacidade<br />
de resistência ao tempo, colocan<strong>do</strong>-o<br />
na classe de elementos altamente<br />
perecíveis, bem como tôdas as exigências<br />
muito naturais, ligadas . à saúde pública,<br />
para o seu consumo, impedem a estocagem<br />
ainda a curto prazo, como sucede<br />
com quase to<strong>do</strong>s os outros. Assim sen<strong>do</strong>,<br />
a sua industrialização, ou seja, a<br />
transformação <strong>do</strong> produto, quan<strong>do</strong> toma<br />
a forma em pó, já desidrata<strong>do</strong>, é um<br />
imperativo. Aliás, em tôda nação que<br />
evoÍui o consumo <strong>do</strong> leite · em pó cresce<br />
continuamente, pois que é uma exigência<br />
da própria civilização, desde que<br />
determina<strong>do</strong> povo mantenha um desejável<br />
padrão alimentar. Não há como fugir<br />
a êste fato, de vez qu não existe<br />
outra forma de abastecer regiões não<br />
produtoras, ou que produzem aquem das<br />
necessidades <strong>do</strong> consumo.<br />
No Brasil vamos encontrar o Nordes-<br />
. te, cujà pródução está muito aquem de<br />
suas reais necessjdades·, ·satisfazen<strong>do</strong> as<br />
exigências <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, em cêrca de <strong>do</strong>is<br />
terços, com leit d!:'sidrata<strong>do</strong> reconstituí<strong>do</strong>;<br />
Pôrto Alegre, cuj a bacia ' leiteira<br />
não produz o suficiente distribui duran-<br />
EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO !U<br />
te 9 meses <strong>do</strong> ano, 5 toneladaq diãrias<br />
<strong>do</strong> produto nesta forma.<br />
Ninguém nega a preferência <strong>do</strong> mer<br />
ca<strong>do</strong> pelo produto "in atura" , mas desde<br />
que a satisfação desta ne e sid de s tor<br />
ne impossível, é uma eXlgencla 111tro<br />
dução de outro méto<strong>do</strong> de aQas . teclmen o.<br />
E êste é inevitável. A indústrIa <strong>do</strong> leIte<br />
e:n pó é, pois, uma resultante <strong>do</strong> pro<br />
gresso . .<br />
Por outro la<strong>do</strong>, alguns pontos rela<br />
tivos às causas ' <strong>do</strong> baixo .. consumo <strong>do</strong> lei<br />
te no Brasil não podem ser esqueci<strong>do</strong>s,<br />
antes de entrarmos no tema . central.<br />
Sempre que se fala <strong>do</strong>s baixos níveis<br />
de consumo <strong>do</strong> leite no ' Brasil, toma-se<br />
motivo único o seu preço de merca<strong>do</strong>.<br />
Nada mais errôneo. O leite é produto<br />
essencial. Seus preços não podem, e to<strong>do</strong>s<br />
nós reconcemos't constituir resultante<br />
.. de manobras especula<strong>do</strong>ras. Mas,<br />
uma verdade precisa ser dita: nunca o<br />
produtor nacional se lançou em campanhas<br />
destinadas a tornar () preço <strong>do</strong> leite<br />
resultante de especuliaço. Quandq<br />
êle se pronuncia no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> aumento<br />
de preços é porque chegou ao limeite<br />
máximo de resistência. É porque sua<br />
atividade está ameaçada _de __ ,.paraliza_<br />
ção. É porque o seu "meio de vida" já<br />
não mais atende às suas reais necessidades.<br />
Em Belo Horizonte, o preço de venda<br />
<strong>do</strong> leite para o consumi<strong>do</strong>r era, em 1949,<br />
de Cr$ 2,60, representan<strong>do</strong> duas h ' )ra,--;<br />
e dezenove minutos de trabalho; o produtor<br />
somente recebia Cf- 1,70, por litro.<br />
Já em 1956, com ·os produtos dirigin<strong>do</strong> a<br />
Cooperativa Central, o preço de venda<br />
para o consumi<strong>do</strong>r atingira Cr$ 9,53 por<br />
litro, representan<strong>do</strong> quarenta e um mi<br />
nutos de trabalho, na base <strong>do</strong> salário<br />
mínimo; e o produtor recebia Cr$ 5,56.<br />
E, se houve desvalorização monetária,<br />
não foi acrescida, no entanto, a partici<br />
pação <strong>do</strong> produtor, proporcionalmente à<br />
de 1949. E, proporcionalmente ao tem<br />
po de trabalho dispendi<strong>do</strong> para a aqui<br />
sição de um litro, aumentou . o poder<br />
aquisitivo <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.<br />
Ante isso, não nos podemos mais descurar<br />
da educação <strong>do</strong> público no senti:..<br />
<strong>do</strong> <strong>do</strong> consumo <strong>do</strong> produto. Êste tem<br />
si<strong>do</strong> um elemento pouco nota<strong>do</strong> mas<br />
da mais alta importância no baixo ' índi-<br />
digitaliza<strong>do</strong> por<br />
ce de consumo. Até mesmo nas Capitais,<br />
dentro de famílias que têm pelo menos<br />
um bom poder aquisitivo, o corsumo<br />
tem si<strong>do</strong> descura<strong>do</strong>. Seja por negligên<br />
cia, seja por falta de ábitos alimentares<br />
sadios. Sabemos to<strong>do</strong>s nós que grande<br />
parte de nossa alimentação não satisfaz<br />
às reais necessidades <strong>do</strong> organismo, pe..:<br />
la falta de educação <strong>do</strong> consUmi<strong>do</strong>r que<br />
não sabe escolher produtos realmente<br />
necessários e 'mantem hábitos dietéticos<br />
desaconselháveis. Os nutricionistas têm<br />
revela<strong>do</strong> êste fato por várias vêzes. E O'<br />
leite está dentro daquele quadro de<br />
produtos que mUita vez são despreza<strong>do</strong>s<br />
por desvirtuamento das preferências.<br />
Torna-se necessário, pois, o empreendimento<br />
de campanhas educativas também<br />
para os adultos e não somente para<br />
as crianças, como se tem feito nas esco..:<br />
las e nos postos de puericultura. b produtor<br />
não negará sua aj uda . e estas<br />
campanhas, uma vez que tem to<strong>do</strong> o interêsse<br />
no incremento <strong>do</strong> consumo <strong>do</strong><br />
produto.<br />
Isto posto, paSS2mos ao tema principal.<br />
A INDÚSTRI)\. DO ' l.EITE EM Pó NO<br />
BRASVI..<br />
A indústria <strong>do</strong> leite em pó surgiu, entre<br />
nós, depois de 1930, ten<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong><br />
seu rítmo de desenvolvimento no após<br />
guerra.<br />
Hoje, contamos com 11 unidades em<br />
plena fase de ' produção, com capacidade<br />
para 44.011 toneladas anuais (360.000.000<br />
litros), sen<strong>do</strong> que mais três iniciaram<br />
ou devem iniciar, dentro em pouco, suas<br />
atividades, levan<strong>do</strong> a capacidade de<br />
produção para 54.572 toneladas anuais<br />
(446.600.000 de litros).<br />
Somente entre 1945 e 1956 a produção<br />
foi acrescida em dezoito vêzes. Sua<br />
produção tem permiti<strong>do</strong> o abastecimento<br />
<strong>do</strong> Nordeste em cêrca de · <strong>do</strong>is terços<br />
<strong>do</strong> total <strong>do</strong> leite alí consumi<strong>do</strong>, juntamente<br />
com o produto importa<strong>do</strong>. E, notemos<br />
bem, esta é uma das regiões onde<br />
pràticamente não se consumia o produto,<br />
surgin<strong>do</strong> a indústria como fator<br />
da mais alta valia para a alimentação e<br />
recuperação <strong>do</strong> homem nordestino. Acredita.mos<br />
que os da<strong>do</strong>s são muito mais<br />
eloquentes <strong>do</strong> que nós. Que êle,s falem<br />
portanto.<br />
arvore<strong>do</strong>leite.org
22 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />
o consumo nacional, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> Conselho de Desenvolvimento, que<br />
assessora o senhor Presidente da República,<br />
foi eleva<strong>do</strong> de 9.312 toneladas, em<br />
1950, para 33.541 toneladas, em 1956.<br />
A produção nacional que era, em 1950,<br />
de 7.818 toneladas, foi elevada para<br />
23 .240 ton2ladas em 1956,. ,ten<strong>do</strong> a<br />
diferença existente entre o consumo total<br />
e a produção de ·nossos indústrias,<br />
si<strong>do</strong> coberJa pela importação. Ressaltese,<br />
no entanto, que da importação de<br />
perto de 10. 000 toneladas em 1956, somepte<br />
3.824 o foram pelo comércio,<br />
ten<strong>do</strong> 6.477 toneladas si<strong>do</strong> objeto de importação<br />
por parte da FISI ou de organizações<br />
religiosas.<br />
QUADRO DA PRODUÇÃO E CONSU<br />
MO NO BRASIL ELABORADO PELO<br />
CONSELHO D - E DE!ENVOL VIMENTO<br />
Nos da<strong>do</strong>s que apresentamos existe<br />
uma divergência entre o que apontamos<br />
como capacidade de produção da indústria<br />
e a produção apontada pelo Conselho<br />
de Desenvolvimento. Esta é fàcilmente<br />
explicável. Estas indústrias não<br />
vêm operan<strong>do</strong> em rítimo normal, como<br />
os Sindicatos representativos de Minas<br />
Gerais, São Paulo e Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio fizeram<br />
sentir ao Conselho de Desenvolvimento,<br />
uma vez que a grande estocagem,<br />
provocada pela importação contínua<br />
sem considerações para com o<br />
acréscimo de nossa capacidade de produção,<br />
não lhes permite produção normal.<br />
Assim sen<strong>do</strong>, a produção <strong>do</strong> corrente<br />
ano. está prevista para 32.000 toneladas,<br />
consideran<strong>do</strong>-se a produção das<br />
novas emprêsas.<br />
Aqueles SindicatOii estimaram os estoques<br />
existentes em cêrca de 8.270 toneladas,<br />
além daqueles provenientes da<br />
importação.<br />
O próprio Presidente da COF AP declarou<br />
em entrevista à imprensa desta<br />
Capital que, visitan<strong>do</strong> uma indústria,<br />
verificou a existência<br />
'<br />
de "grandes estoques".<br />
No entanto, êle próprio determinou a<br />
importaçã.o de dz mil toneladas de leite<br />
em pó deverão estar no Brasil até<br />
setembro. As dez mil toneladas que ge<br />
pretende importar, têm uma correspondente<br />
estocagem nó Brasil. Como justificar<br />
a importação?<br />
A IMPORTAÇÃO DO LEITE EM Pó<br />
O leite em pó é produto industrial.<br />
Exige tratamento, investimento eleva<strong>do</strong><br />
e, por conseguinte, remuneração <strong>do</strong> ca<br />
pital invertida, mão de obra, embala<br />
gem, etc. Como então esperar que seu '<br />
preço de venda se assemelhe ao de pro<br />
duto 'in .natura?"<br />
Já demonstramos que a indústria <strong>do</strong><br />
leite em pó é uma exigência de um desenvolvimento<br />
normal, da mesma maneira<br />
que uma eXlgencia <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />
To<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> que não pode consumir<br />
o produto "in natura" recebe, e, digase<br />
de passagem, muito bem, o produto<br />
em pó, mesmo saben<strong>do</strong> que seu preço é<br />
mais eleva<strong>do</strong>.<br />
Esta indústria, por outro la<strong>do</strong>, surge<br />
como complementação da atividade pecuária<br />
produtora de leite, permitin<strong>do</strong><br />
que o produtor receba, de outras fontes,<br />
elementos garantin<strong>do</strong>res de melhor remuneração,<br />
com tôda a gama de reflexos<br />
positivos na melhoria de seu rebanho,<br />
no acréscimo da produtividade <strong>do</strong><br />
mesmo e, consequentemente, aumento<br />
da produção nacional. Tu<strong>do</strong> isso, tornase<br />
necessário afirmar, sem ônus para os<br />
cofres públicos.<br />
O exemplo da Cooperativa Central<br />
<strong>do</strong>s Produtores de <strong>Leite</strong> é bem significativo<br />
a êste respeito c solicitamos permissã.o<br />
para relatá-lo.<br />
Os produtores de leite da bacia leiteira<br />
de Belo Horizonb tomaram o contrôle<br />
daquela Cooperativa, mediante convênio<br />
com o Govêrno <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, em<br />
149. Até aquela época, eram freqüentes<br />
as crises de abastecimentos de leite<br />
à população da Capital mineira. Pois<br />
bem, hoje o consumq de leite atinge<br />
mais de 25 milhões de litros, contra 16<br />
milhões naquele primeiro ano; e não existem<br />
problemas de abastecimento. As instalações<br />
entregues pelo Govêrno foram<br />
modernizadas, ampliadas; o sistema de<br />
distribuição foi aperfeiçoa<strong>do</strong> e o produtor<br />
hoje está melhor remunera<strong>do</strong>, sem<br />
maiores reflexos no preço de venda <strong>do</strong><br />
produto. E, isto, porque instalou-se unidades<br />
destinadas ao aproveitamento <strong>do</strong>s<br />
sub-produtos, tais como fábrica de manteiga,<br />
etc. E, em vista da elevação da<br />
produção, muito acima <strong>do</strong> nível de con-<br />
EX-FELCTIANO JANEIRO<br />
sumo, instalou-s2 em Sete Lagoas uma<br />
unidade transforma<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> sobrante em<br />
leite em pó, visan<strong>do</strong> o abastecimento de<br />
locais onde o produto "in natura" não<br />
pode ser leva<strong>do</strong> em condições desejáveis.'<br />
A contribuição <strong>do</strong>s coopera<strong>do</strong>s - um tostão<br />
por litro de leite - no início das<br />
operações, fêz com que a arrecadação<br />
se elevasse a Cr$ 180 411,00 em 1951, e<br />
em 30 de junho de 1957 atingisse Cr$<br />
26 325 308,00.<br />
Com isto, a Cooperativa Central trata,<br />
atualmente, 90 000 lltros diàriamente,<br />
e projeta construir uma outra unidade<br />
que lhe permitirá tratar 200 000 litros;<br />
a Fábrica de <strong>Leite</strong> em pó iniciou<br />
suas atividades em março <strong>do</strong> corrente<br />
ano e já participa <strong>do</strong> abastecimento de<br />
leite em pó de Pôrto Alegre com mais<br />
de 90 toneladas.<br />
Êste é um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da integração<br />
industrial com o setor rur.al. Esta<br />
tem si<strong>do</strong> a origem e as. finalidades das<br />
indústrias de leite em pó ou desidrata<strong>do</strong>.<br />
Contribuiçã,o para o desenvolvimento<br />
industrial <strong>do</strong> País, melhor amparo ao<br />
produtor e incentivo ao consumo de alimento<br />
básico como o leite.<br />
Ainda mais. A indústria <strong>do</strong> leite em<br />
pó tem propicia<strong>do</strong> ao produtor, de maneira<br />
positiva, a melhoria <strong>do</strong> tebanho<br />
como afirmamos acima. Isto, porque, em<br />
virtude das Usinas não poderem aceitar<br />
maior volume da produção, desde que uL<br />
trapassa<strong>do</strong> sua capacidade de operação,<br />
quitas- devem ser dadas aos produtores,<br />
proporcionalmente à sua produção. Se esta<br />
aumenta e não existe merca<strong>do</strong> próximo,<br />
é destruída ou destinada aos animais,<br />
ante a natureza <strong>do</strong> produto. Mas, existin<strong>do</strong><br />
a indústria <strong>do</strong> leite em pó" o produtor<br />
pode entregar tôda a sua produção,<br />
receben<strong>do</strong> em troca um correspondente<br />
elemento financeiro, capaz de lhe<br />
propiciar meios destina<strong>do</strong>s ao trato devi<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> ga<strong>do</strong> durante o perío<strong>do</strong> da sê-<br />
. ca. Êste trato proporciona produção mais<br />
ou menos !equilibrada durante o ano<br />
': to<strong>do</strong>, com enorme reflexo no' montante<br />
24 JANEIRO --:- FEVERE:IRO EX-EELCTIANO<br />
Aspectos ' <strong>do</strong> Abastecimentos de Leie e Lacticinios em<br />
(Discurso pronuncia<strong>do</strong> no Ro<br />
tary Club de Belo Horizonte, em<br />
17 7 - 57) .<br />
Roberto E. F. \VerIleck<br />
A gentileza e fidalguia d,o· nosso velho<br />
amigo ' Laércio Garcia Nogueira, que<br />
é hoje o presidente desté Club, propiciou-nos<br />
o ensêjo, que para nós é suniamente<br />
grato, de neste contato com os<br />
homens que são expoentes das suas Pf'lOfissões,<br />
expôr alguns aspectos <strong>do</strong> abas·<br />
tecimento da nossa Capital naquele se<br />
tor que nos foi confia<strong>do</strong>.<br />
Para que um abastecimento seja bom<br />
êle deve se revestir de características<br />
que lhe dêem capacidade ele atender ü<br />
tempo, tôdas as solicitações elo consu<br />
mo. Para tal impõe-se um sistema que<br />
a,o la<strong>do</strong> de um fluxo permanente, ele uma<br />
corrente regular <strong>do</strong>s produtos, disponha<br />
de estocagem capaz el e atender (lurante<br />
um certo perío<strong>do</strong>, às necessidades<br />
da população. Deverú haver sempre,<br />
uma estócagem de que se possa (lispôr ,<br />
lôda vêz que o fluxo de suprimento sofra<br />
redução ou paralização. Tratan<strong>do</strong>-se<br />
el e produtos capazes de suportar armazenamento,<br />
é suficiente que nas regiões<br />
ele produção seja feita a primeira estócagem,<br />
que se organize um sistema de<br />
transportes, que leve ao centro distribui<strong>do</strong>r<br />
ou de consumo, as quantidades<br />
que são desfalcadas nos estóques f'Ürma<strong>do</strong>s<br />
nesses centros .<br />
Si entanto, nos ocupamos de gêneros<br />
perecíveis que devem ser da<strong>do</strong>s ao consumo,<br />
em curto prazo, o esquema tem<br />
'de ser modifica<strong>do</strong>, de tal sorte que o<br />
produto seja conduzi<strong>do</strong> ao centro con<br />
sumi<strong>do</strong>r, com presteza e regularidade, e<br />
uma vez lá chega<strong>do</strong> deve sGr imediata<br />
mente distribuí<strong>do</strong>.<br />
Sen<strong>do</strong> a produção cíclica e as colhei<br />
tas se fazen<strong>do</strong> uma -nu duas vêzes no<br />
ano, é indispensável a armazenagem,<br />
pois, ,na sua ausência não haverá possi<br />
bilidade de suprir às populações. Si os<br />
Belo, Horizonte<br />
gêneros são perecíveis, a armazenagem<br />
só é possível com cuida<strong>do</strong>s espeCIaIS,<br />
que podem determinar modifi'eações das<br />
, caracteristicas primitivas <strong>do</strong> produto, as<br />
quais algumas vêzes, é possível restabelecer<br />
na ocaSIU
26 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />
ço que se aproxime daquele pelo<br />
qual é paga a quota de consumo" .<br />
"os estu<strong>do</strong>s estão sen<strong>do</strong> feitos c<br />
esperamos que por ocasião da<br />
Assembléia Geral a realizar-se em<br />
abril, nos seja . possível apresen<br />
tar aos Snrs. Coopera<strong>do</strong>s, ele<br />
mento.s mais concretos a respeito<br />
'<strong>do</strong> empreendimento" .<br />
Esta é a genese da fábrica que, localizada<br />
em Sete Lagôas, começou a produzir<br />
leite em pó, em 7 de março de<br />
1957.<br />
Foi feita com fun<strong>do</strong>s provenientes,<br />
exclusivamente da economia forçada<br />
<strong>do</strong>s produtores, cuja arrecadação inicial<br />
feita em ,outubro de 1951, atingiu a 'Cr$<br />
180.411,00 e já totalizava em 30 de junho<br />
de 1957, Cr$ 26.325.308,50. .<br />
O empreendimento coloca o abastecimento<br />
da população de Belo Horizonte<br />
dentre os de maior segurança no BrasiL<br />
O órgão que é responsável pelo servi ..<br />
ço - a Coo'perativa ' Central - ter!Í<br />
sempre ao seu dispôr um substancial<br />
volume de leite in-natura para ocorrer<br />
às eventuais vadações no volume dià<br />
riamente envia<strong>do</strong> à Uzina Central, para<br />
distribuição.<br />
-- Pode agora, a Cooperativa Central<br />
empreender ampla campanha para au<br />
mento de consumo. Por outro lad,o"<br />
ten<strong>do</strong> o produtor possibilidade de en<br />
tI'egar qualquer volume, cujo, preço mé<br />
dio é' mais eleva<strong>do</strong> que anteriormente,<br />
pode ter a necessária tranquilidade pa<br />
ra se dedicar à árdua tarefa de melho<br />
rar a prod,utividade <strong>do</strong>, seu rebanho,<br />
aperfeiçoan<strong>do</strong> seus méto<strong>do</strong>s de trabalho,<br />
atingin<strong>do</strong> aqueles objetivos tão preconi<br />
sa<strong>do</strong>s pelos que desejam uma melhoria<br />
geral das condições de vida no país: '<br />
produzir racionalmente, a custos<br />
mais baixos, para vender barat,o"<br />
auferin<strong>do</strong> lucros compensa<strong>do</strong>res.<br />
No corrente ano, estamos realizan<strong>do</strong><br />
um trabalho de racionalização da cUstribuição,<br />
sen<strong>do</strong> de assinalar que nos<br />
seis primeiros mêses <strong>do</strong> ano já distribuimos<br />
mais 583.731 litr,os que em<br />
igual perío<strong>do</strong> de 1956.<br />
Pelo último relatório se pode verificar<br />
que, durante to<strong>do</strong>. o ano de 1956, a<br />
distribuição foi maior <strong>do</strong> que no ano de<br />
1955, em apenas 347.374,75 litros. Neste<br />
ano a distribuição média diária se<br />
expressa:<br />
Janeir,Q.<br />
Fevereiro .. .. ... .. .<br />
Março .. .. ... . ... .<br />
Abril .. .... . . . .. .<br />
Maio .. . . ... .. .<br />
Junho .. .. ..... .. .<br />
H4.890<br />
G7.909<br />
72.421<br />
73.878<br />
74.578<br />
78.457<br />
Em uma exposição como a que estamos<br />
fazen<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se reali.za<br />
duranté um jantar, é sumamente<br />
indigesto citar números ; fômos, no entanto,<br />
força<strong>do</strong>s a fazê-lo, para poder dizer,<br />
que êste incremento de distribuição<br />
só foi possível, por termos, diàriamente,<br />
,à nossa disposição, to<strong>do</strong> o volume<br />
de leite que entra na fábrica de Sete<br />
Lagôas. A impossibilidacle de estocá<br />
,gem referida anteriormente, por se tratar<br />
de gênero altamente perecível, foi<br />
substituída por um sistema que põe à<br />
disposição <strong>do</strong> órgão distribui<strong>do</strong>r, um<br />
volume de manobra apreciável. A Administração<br />
da Cooperativa tem, frequentemente,<br />
lança<strong>do</strong> mão el e parte desse<br />
volume para manter o abastecimento da<br />
Capital nos níveis que a solicitação <strong>do</strong><br />
consumo tem exigi<strong>do</strong> . Assim proccderú<br />
sempre. Esta circunstflncia coloca a população<br />
de Belo Horizonte, a coberto)<br />
das incertezas e insuficiências que conheceu<br />
até 1949 .. Podemos afirmar, sem<br />
receiar contestação que os produtores"<br />
a quem o Govêrno de Minas confiou em<br />
1949, o abastecimento de leite à Capital,<br />
conscios de suas responsabilidades,<br />
têm procura<strong>do</strong> solucionar os problema:s<br />
que têm , surgi<strong>do</strong>, de forma a bem servir<br />
i't população .<br />
Podemos ainda dizer que Beto Horizonte<br />
ê a única Capital <strong>do</strong> País onde o<br />
consumo pode ser de pronto amplia<strong>do</strong>.<br />
Pôrto Alegre, com ótimo sistema de distribuição<br />
está com defici t de cerca de<br />
40.000 litros diários, supri<strong>do</strong>s com leite<br />
reconstituí<strong>do</strong>, através de fornecimento<br />
de leite em pó <strong>do</strong> qual .iá participamos,<br />
com mais de 90 toneladas. Tôdas<br />
as demais capitais, com exceção de São<br />
Paulo, não têm suprimentos satisfatórios<br />
. Nas cidades <strong>do</strong> interÍlor é pior o<br />
quadro .<br />
EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRÇ) 27<br />
Além <strong>do</strong> abastecimento de leite a<br />
Cooperativa a partir de 1950 passou a<br />
produzir man'teiga. Os motivos que nos<br />
levam ao empreendimento estão exi)Qstos<br />
no nosso relatóri.o referente ao exercício<br />
de 1950:<br />
"O padrão de Manteiga produzida<br />
nesta região deixa a desejar,<br />
pois, geralmente os crêmes são<br />
provenientes ' das fazendas, onde<br />
se acumula dia , após dia, até que,<br />
periodiCamente seja e:ncaminha<strong>do</strong><br />
à fábrica, .onde chega com<br />
elevada acidêz, resultan<strong>do</strong> num<br />
produto elabora<strong>do</strong>, de qualidade<br />
de medíocre para inferior. "Se<br />
não forem a<strong>do</strong>tadas novas normas<br />
de ação não estará longe a época<br />
em que a indústria de lacticínios<br />
de :Minas Gerais será desbancada<br />
pela de São Paulo, onde ela vem<br />
sen<strong>do</strong> instalada dentro das melhores<br />
e mais modernas bases.<br />
Há igualmente, o perigo da concorrência<br />
da margarina, que produzida<br />
de óleos vegetais, já se<br />
apresenta no merca<strong>do</strong>, sob atraente<br />
aspecto e preços reduzi<strong>do</strong>s.<br />
E' tempo pois, de ser empreendida<br />
urna campanha no senti<strong>do</strong> de<br />
alterar os hábitos e as praxes<br />
a fim de que po,ssarnos conservar<br />
merca<strong>do</strong>s já conquista<strong>do</strong>s, e atenden<strong>do</strong><br />
às exigências <strong>do</strong> consumo,<br />
quanto à alta qualidade de produto,<br />
se possa obter melhor remuneração<br />
para o fornece<strong>do</strong>r da matéria<br />
prima .<br />
"Dentro destlc objetivo, I dispon<strong>do</strong><br />
as Cooperativas de maté'ria<br />
prima de alta qualidade, qual a<br />
provenien te ' da padronização (lu<br />
gordura <strong>do</strong> leite destina<strong>do</strong> ao<br />
consumo iniciamos, com o maior<br />
sucesso a maniRulação de crêmes<br />
recebi<strong>do</strong>s diàriamen te ... "<br />
E assim fizemos:<br />
em 1950 .. . .<br />
em 1956 .. . .<br />
78.200,00 kgs.<br />
925.400,00 kgs.<br />
A semente de H50 se tornou árvore<br />
fron<strong>do</strong>sa.<br />
A manteiga de nossa fabricação tem<br />
largo consumo nesta Capital, e é impossível<br />
atender, com os excedentes, tôdas<br />
digitaliza<strong>do</strong> por<br />
as solicitações de fornecimento a outras<br />
praças.<br />
* * *<br />
No momento em que rememoramos<br />
os conceitos que o relatório de 1950<br />
contém quanto à necessidade de aper·,<br />
fciçoamento qualitativo da nossa produção,<br />
parece-nos oportuno mencionar o<br />
Ilome de um homem a quem o destino<br />
ensejou se tornar o executoT de um plano<br />
educativo da lavra, <strong>do</strong> então Secrei<br />
tário da Agricultura, Dr. Israel ' Pinhei-<br />
1'0 . Este homem cujo corpo repousa<br />
desde 14 de Julho, na necrópole <strong>do</strong> Bon':'<br />
fim, foi
28 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />
8.a Semana <strong>do</strong> Lacticinista<br />
VIAGENS LACTICINIST AS<br />
(Pernambuco Para<strong>do</strong>xal) conclusão<br />
Já de 'iarde chegamos a Belo Jardim,<br />
hoa cidade situada a margem <strong>do</strong> rio Bituri,<br />
já estudacla anteriormente para a<br />
localização de uma grande indústria de<br />
lactic1nio's. Visitamos o respectivo., Prefeito<br />
Municipal, Sr. Artur Paes, bem<br />
como o Pôsto de Monta da Diretoria da<br />
Produção Animal <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> . Visitamos<br />
tamhém uma fábrica de lacticínios que<br />
estava recehen<strong>do</strong> 400 liLros, sen<strong>do</strong> sua<br />
instalação <strong>do</strong> tipo já descrito. O seu<br />
ni aior negócio 'era comprar e reven:de1'<br />
manteiga e queijo, pro(:llzi<strong>do</strong> nos tais<br />
"fabricos" que também já citamos.<br />
Finalmente, após um dia de grande<br />
atividade, como se vê, chegamos a bela<br />
cidade de veraneio <strong>do</strong> Nordeste : Garanhuns,<br />
cuja altitude de quase 1.000 metros<br />
no,s fêz sentir um frio e cÍima se<br />
.melhante ao <strong>do</strong> Sul de Minas. Hospeda'<br />
mo-nos no Hotel "Sanatório", cujo nome<br />
deriva <strong>do</strong> fato ele ter si<strong>do</strong> sanatório,<br />
antes de ser hotel . Tivemos mesmo a<br />
impressão de estarmo,s num sanatório<br />
o que, enlretanto, não nos roubou, nem<br />
o apetite, nem o sono . Dêstc tivemos<br />
muita necessi dade, pois. logo na manhã<br />
seguinte devíamos continuar ilossa viagem,<br />
já agora em pleno. "agreste" . Assim,<br />
no dia 24 de maio, saímos para São<br />
Bento <strong>do</strong> Una, onele tivemos a grande<br />
sütisfação de rever o nosso bom amigo<br />
Dl'. Silvio Parente Viana, Chefe da Fazenda<br />
Experimental de Criação, cujas<br />
excelentes instalações e os notáveis trabalho's,<br />
aí realiza<strong>do</strong>s, assim, mais uma<br />
vez' tivemos ensejo ele poder admirar. O<br />
Dl'. Silvio nos prestou ll1umeros e valiosos<br />
esclarecimentos que muito contribuiram<br />
paar a melhor elucidação das<br />
finalidades que tinham motiva<strong>do</strong> nossa<br />
presente viagem. Referiu-se a fraude<br />
que campeia em tôda parte, não haven<strong>do</strong><br />
fiscalização alguma, mas sim comércio<br />
clandestino que não paga impostos.<br />
nem salário mínimo. A invoJu{;ão da<br />
indústria de lacticínios que, desta vez<br />
mais <strong>do</strong> que em nossas visitas anteriores,<br />
tivemos ensejo ele observar, assim<br />
passá a ter uma explicação quase<br />
natural. Acreditamos, contu<strong>do</strong>, qUe<br />
diante <strong>do</strong> exemplo de Bom Conselho.<br />
ao qual nos vamos dedicar mais adiante,<br />
essa situação poderá ser corrigida,<br />
quan<strong>do</strong>, como lá, aparecer gen te capaz<br />
Fizemos visitas as fábricas de lacticinios<br />
locais, hem como a algumas fazenelas.<br />
A expressão oportuna de Assis Hibeiro<br />
: aqui no Nordeste assistimos ao<br />
inverso <strong>do</strong> que se verifica no StÍI : enquanto<br />
aqui a produção está Ill ui to<br />
adiantada e a inclutrialização altamente<br />
atrazada, lá a incluslrializa'ão é que<br />
é muito adiantada, mas a pro,c1 uç'ão bem<br />
atrazada. De fato, como já assinalamos<br />
em trahalho anterior" o ga<strong>do</strong> <strong>do</strong> Nordeste,<br />
notadamente <strong>do</strong> agreste, é muito<br />
ln'ais saudável e grande produtor de leite,<br />
pois, verific.am o,s Ulll a média de to<strong>do</strong>s<br />
os rehanhos de 5,5 à G litros e ele<br />
10 litros em muitos rebanhos. Duas ordenhas<br />
são prática normal desde prisca<br />
éra . . J á de tarde voltamos para Garanhuns,<br />
ten<strong>do</strong> almoça<strong>do</strong> pejo caminho<br />
upenas deliciosa melan cia. Fizemos uma<br />
visita ao. Sr. Prefeito Mun icipal que estava<br />
ausente. Outra visita foi feita a antiga<br />
fábrica da Cooperativa Agro-Pecu'úria<br />
a qual, emhora fechada, ten<strong>do</strong> ainda<br />
algumas máquinas enferrujadas, tem<br />
excelente prédio que ainda poderá ser<br />
recupera<strong>do</strong>; Verifica-se na mesma um<br />
EX .. FELCTIANO JANEIRO - FEVER"EIRO 29<br />
ato de ,vandalismo incrível. Um cidadão Acôr<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ministério da Agricul tura<br />
stá retiran<strong>do</strong> os azulejos elas " paredes, com o Esta<strong>do</strong>, que vinha ele Alagoas c<br />
mas para conseguí-Io tem que quebrar tamhém nos forneceu granele número<br />
gr'ande parte, haven<strong>do</strong>, pois, um apro- de inler,essantes informações. Enquanto<br />
veitamente mínimo, o que verificamos estávamos nesta fazenda, apareceu um<br />
pela grande quantidacÍe de azulejôs es- a,ião da Secretáária da Agricultura que<br />
pelhá<strong>do</strong>s pelo soalho de to<strong>do</strong>s os cômo- trazia de Recife o Dr. Aúlônio de Anelos.<br />
A primeira impressão que se tem é' drade Coelho o qual; de fato, em breve,<br />
el e aban<strong>do</strong>no repentino, pois, üao se se juntou· ao nosso grupo lá ela fazenda,<br />
cogitou de limpar e conservar as ni. á- Voltamos para a cidade, a fiin de se.quinas<br />
e utensílio·s que foram ' larga<strong>do</strong>s gUirmos para Bom Conselho, mas, antes<br />
como estavam, ainda com restos de lei- levamos ao aeroporto local o nosso bom<br />
te . . . Tuhulações e instalações elétricas amigo Dl'. José Marcelino da Rosa e Sil-<br />
arrancadas das paredes, tal como os va Neto o qual voltava para Recife.<br />
azulejos . Felizmente não encontramos Seguimos então para a etapa final da<br />
também os mora<strong>do</strong>res que encontramos r.ossa visita no Interior de Pernambuco<br />
em Bezerros, cuj a 'lembrança dantesca c que era Bom Conselho. Excelente nonos<br />
perseguiu durante a viagem e mes- me e ótimo lugar. Ao lá chegarmos já<br />
mo até êste momento. Como dissemos estava à nossa espera o nosso excelente<br />
Garanlllns é uma cidade bonita e inte- amigo, Sr. Antonio Eduar<strong>do</strong> ::\laHos, Siressante.<br />
Visitamos o Lacticínio Santa mÕes e, o seu sócio, tam!Jém nosso pl'e-<br />
Tereza 'que vende 400 litros ele leite' ao za<strong>do</strong> amigo felctiano José Galinclo AIpúblico<br />
no balcão, além ele outros deri- ves. Após os efusivos cumprimentos .<br />
va<strong>do</strong>s <strong>do</strong> leite. Uma "isita final naquê- abraços, o amigo José Galin<strong>do</strong> nos ofele<br />
dia não podia deixar el e ser às monu- receu em sua ' residência um memorável<br />
mentais obras elo futuro, Hotel Monte almoço, to<strong>do</strong> êle compôsto de ' produtos<br />
Sinái, cujas construções estão paraliza- el a "fazenda", isto é, das terras da fádas<br />
há anos, com evidentes grandes brica de lacticínios da firma Lucticínios<br />
prejuízos para os compo'n entes da res- Santa Maria Lida., da qual aqueles amipectiva<br />
emprêsa mista .. Uma _Jumília to- . -gos e- mais 'o Alberto Simões são sócios.<br />
ma conta <strong>do</strong> colosso . Gente pobre com ' Havia um perú que pouco tempo sobre -<br />
filhos vivo,s e espertos, embora vesti<strong>do</strong>s viveu ao avanço generaliza<strong>do</strong>. Seguicom<br />
finos trapos, apeZHr <strong>do</strong> frio reinante<br />
(são 1.000 m. de :d litude lá) . Vm<br />
ram-se galinhas<br />
desapareceram<br />
assadas que<br />
por encanto.<br />
lalllbém<br />
Depois<br />
garotinho de 7 anos, Illuito precoce, ainda apareceu a excelenlc CHrn.e lte<br />
bancou o "cicerone", explican<strong>do</strong> com sol . Havia aipim, verduras. lomates.<br />
vivacidade e conhecimen to a finalida- (' lc., e para sobremçsa elJormes "pidC'<br />
<strong>do</strong>,s inúmeros cômo<strong>do</strong>s que compõem r\has" . Que paraíso, hein '? Baslante euessa<br />
bela construção . Enquanlo isso sua fóricos, fizemos umá visita pela cidade.<br />
irmãzinha, não melhor vestida, estava admiran<strong>do</strong> o grande movimento da fejestiran<strong>do</strong><br />
fios de arame para fazer ces- ra <strong>do</strong> dia, que nos apresentava tanta<br />
las, .judan<strong>do</strong> , ambos, assim, a manuten- variedade da produção local, tão hene .<br />
ção da família. Eis a vittilidade nordes- fi ciada pelas chuvas havidas. Dêm ágllu<br />
tina que tanto admiramos . ao nordeste e o Brasil se encontrarú<br />
Na manhã <strong>do</strong> dia seguinte, 25 de abasteci<strong>do</strong> para sempre ! De repente<br />
maio, fizemos uma visita a Fazenda Ex- vimos umas garotinhas dançan<strong>do</strong> de .<br />
perimental de Criação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>" cujo al egria .<br />
Chefe, o agrônomo, Sr. J€)ão Pires de O autor dessa alegria não podia te!'<br />
Carvalho (que Jem o pitoresco apeli<strong>do</strong> deixa<strong>do</strong> ,de ser o Dl'. Romulo Joviano<br />
dQ "Piranha") nos recebeu com muita que as presentear"a com chapéus de pugentileza,<br />
mostran<strong>do</strong> e explican<strong>do</strong> a fi- lh.a Um garoto chamaclo Aluizio, nos<br />
nalidade <strong>do</strong> estabelecimento que possui vil}ha acompanhan<strong>do</strong>, bancan<strong>do</strong> o "ciuma<br />
casa de veraneio para o "Governa- cerone". Muito esperto e vivo (to<strong>do</strong>s os<br />
<strong>do</strong>r ,<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Aluizios são assim) em bre"e conqllis-<br />
Nesta altura chegou o 1)1'. vV ander lQu o ·corÇlção de to<strong>do</strong>s nós. Além <strong>do</strong><br />
Silva, Veterinário, Encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> chapéu. de palha, ganhou um corte de<br />
digitaliza<strong>do</strong> por<br />
arvore<strong>do</strong>leite.org
30 JANEIRO - FEVEREIRO EX,.FELCTIANO<br />
==== == == == == ====== == ==<br />
cabelos (que estava mesmo precisan<strong>do</strong>),<br />
tu<strong>do</strong> obra <strong>do</strong> bom coração <strong>do</strong> Dr.<br />
Homulo . Chegamos então à fábrica de<br />
lacticínios <strong>do</strong>s nossos amigos, Srs. Simões<br />
e José Galin<strong>do</strong> .<br />
Outra antiga cooperativa Agro-Pecuária,<br />
que êle tinha podi<strong>do</strong> comprar<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, recuperan<strong>do</strong> ' grande parte<br />
das máquinas que lá se encontravam .<br />
Naturalmente teve que- fazer e ainda está<br />
fazen<strong>do</strong> grandes reformas, pois, o<br />
aban<strong>do</strong>no de tantos anos não podia deixar<br />
de causar sérios estragos.<br />
Entretanto a exemplar iniciativa e<br />
notável persistência <strong>do</strong>s nossos ' cita<strong>do</strong>s<br />
amigos vencerão tôdas as dificuldades,<br />
, pois, muitas já estão controladas. Pare<br />
ce incrível o que às vêzes se passa no<br />
nosso Brasil. Quan<strong>do</strong> lá estivemos an<br />
teriormente, nenhum valor demos à<br />
desnatadeira de 2.000 litros, pois, não<br />
havia uma peça moveI presente. Entre<br />
tanto, os nossos amigos, mandan<strong>do</strong> pro<br />
curar no mato num perímetro de <strong>do</strong>is<br />
quilômetros, acharam quase tôdas<br />
elas ! . .. Fi zemos também uma visita ao<br />
Sr. Prefeito Municipal" Dl'. João Felino<br />
Tenório que nos recebeu muito aten<br />
ciosamente e com êle tivemos ensejo de<br />
palestrar sôbre muitos assuntos de mú<br />
luo interêsse. Já se fazia tarde e a hora<br />
da despedida estava chegan<strong>do</strong>, pois, os<br />
Srs. Drs. Romulo Joviano, Antonio de<br />
Andrade Coelho e José Assis Ribeiro ,<br />
ainda naquela tarde tinham que seguir<br />
para Alagôas e Sergipe, para, na volta,<br />
se encontrarem novamente conosco em<br />
Hecife, pois, o nosso programa de via<br />
bem abrangia apenas o Esta<strong>do</strong> de Per ..<br />
nambuco. Feitas as despedidas, fizemos<br />
uma visita de cortezia ao Sr. Deputa<strong>do</strong><br />
Estadual Coronel José Abilio eTe Albuquerque<br />
A vila, Chefe político lo cal .<br />
Após um excelente jantar na casa <strong>do</strong><br />
amigo felctiano .J osé Galin<strong>do</strong>, demos al- .<br />
gumas voltas pela Praça D. Pedro lI,<br />
trocan <strong>do</strong> idéias sôbre to<strong>do</strong>s êstes assuntos<br />
que são a nossa permanente preocu<br />
pação : como contribuir para o pro<br />
gresso <strong>do</strong> nosso Brasil por intermédio<br />
<strong>do</strong>s seus lacticínios . Ouvimos com<br />
grancle atenção e satisfação os planos<br />
para o futuro <strong>do</strong>s nossos amigos Simões<br />
(' José Galin<strong>do</strong>, em cujo pleno êxito<br />
acreditamos sinceramente, pois, os tra-<br />
balhos que já viamos em realização, nos<br />
parecem uma garantia <strong>do</strong> mesmo.<br />
Na manhã seguinte, após um ligeiro<br />
desjejum, outra vez na casa <strong>do</strong> amigo<br />
Jcsé Galin<strong>do</strong>, compôsto de pinha, macachera.<br />
(aipim), requeijão da excelente<br />
marca "Macururê" (o que significa:<br />
o que é bom), ovos estala<strong>do</strong>s, pão, manteiga,<br />
café com leite, 'tocamos para a<br />
fábrica. Lá procedemo.s a nova detalhada<br />
inspeção, fazen<strong>do</strong>, em companhia <strong>do</strong><br />
amigo Simões o levan tamen to de Uma<br />
planta completa para futura aprovação<br />
da fábrica pelos nossos amigos da D. I.<br />
P. O. A. Enquanto isso o amigo José<br />
Galin<strong>do</strong> estava vacinan<strong>do</strong> pessoalmente<br />
a porcada contra febre aftosa. Eram<br />
perto de 200 cabeças - uma manhã<br />
_ bem empregada. Visitamos as terras da<br />
fábrica que possui três nascentes de<br />
água <strong>do</strong>ce perenes, cercadas de grandes<br />
plantações de verduras, bananeiras,<br />
outras árvores frutífel:as (pinha, etc.),<br />
batata <strong>do</strong>ce para a porcada, juntamente<br />
com talos de bananeiras, uma riqueza,<br />
tu<strong>do</strong> verde, cheiroso e agradável. Apó';<br />
um lauto almoço, outra vez na casa <strong>do</strong><br />
amigo José Galin<strong>do</strong>, excelente garfo corno<br />
pudemos comprovar, fizemos uma<br />
visita ao Sr. Prefeito, Dl'. João Felino<br />
Tenório, a fim de nos despedirmos, bem<br />
como <strong>do</strong> seu sôgro, Sr. Coronel José<br />
Abilio de Albuquerque Avila.<br />
F,oi lá que tomamos o melhor café<br />
que jamais tornamos em tôda nossa viclt.<br />
. Após efusivas despedidas <strong>do</strong> amicro o<br />
.ose J ' Galin<strong>do</strong> Alves e de sua exma. fa-<br />
Ilília para o que não encontramos ex ·<br />
pressões adequadas, tantas foram as<br />
amabilidades que nos dispensaram, seguimos<br />
na caminhonete da Lacticínios<br />
Santa Maria Ltda., em companhia <strong>do</strong>s<br />
amigos, Srs. Antoni·o Eduar<strong>do</strong> 1attos<br />
Simões e Arnal<strong>do</strong> Dias Fernan des, conta<br />
<strong>do</strong>r da firma, que estava fazen<strong>do</strong> sua<br />
primeira visiLa a Bom Conselho e foi<br />
nosso excelente<br />
tôda a viagem.<br />
companheiro durante<br />
Durante tôda a viagem<br />
quase que não parava el e chover, nem a<br />
caminhonete de enguiçar, mas a excelente<br />
companhia e procuran<strong>do</strong> repetir,<br />
bem ou mal, algumas das inúmeras piael<br />
as e ane<strong>do</strong>tas que tínhamos ouvi<strong>do</strong> nos<br />
dias anteriores <strong>do</strong> grande mestre Assis<br />
Ribeiro, acrescidas de outras <strong>do</strong>s nos-<br />
EX,.FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO 31<br />
ms <strong>do</strong>is companheiros de viagem, fàcilmente<br />
venceram to<strong>do</strong>s os óbice e chegamos<br />
sãos e salvlÜs às 3 horas da madrugada<br />
em Recife .<br />
No dia 27 de maio, segunda-feira, fizemos<br />
visitas à zona comercial de Recife,<br />
conversan<strong>do</strong> com amigos antigos e<br />
novos sôbre a situação lacticinista e as<br />
suas possibilidades no Esta<strong>do</strong>. Notamos<br />
'o geral desgôsto, diante da fraude que<br />
da Rosa e Silva Neto publicou diversos<br />
interessante trabalhos, sobressain<strong>do</strong> o<br />
intitula<strong>do</strong> : "A produção de _ leite no<br />
nordeste brasileiro - II ---:- Estu<strong>do</strong>s sôbre<br />
a exploração <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> leiteiro no<br />
Município de Recif·e" . Vale a pena ser<br />
li<strong>do</strong>. A noite jantamos na residência <strong>do</strong><br />
Sr. Alberto Simões e lá estivemos até<br />
tarde, conversan<strong>do</strong> com êle e o seu pai<br />
que compareceu mais tarde.<br />
A manhã <strong>do</strong> dia 29 foi uma manhã<br />
de alegria, pois, os jornais trouxeram a<br />
&uspiciosa notícia da apresentação na<br />
Câmara Federal de Deputa<strong>do</strong>s, pelo Deputa<strong>do</strong><br />
Ney Maranhão, <strong>do</strong> tão ansiosamente<br />
espera<strong>do</strong> projeto da instalação<br />
de uma -Fábrica-Escola de Lacticínios<br />
em Pernambuco, ideal que o nosso amigo<br />
José Marcelino vem defenden<strong>do</strong> com<br />
tanta firmeza e há tanto tempo. Fizemos<br />
com êle, naquela manhã, uma visita<br />
à Universi dade Rural, estabeleciménto<br />
de ensino que honra o país e cujas<br />
instalações existentes e projetadas<br />
muito bem nos impressionaram. Tivemos<br />
magnífica recepção pelo respectivo<br />
Reitor, Engenheiro Agrônomo Dr. Mar..oel<br />
Rodrigues de Almeida, o qual, pessoalmente,<br />
nos mostrou as instalações<br />
existentes e explican<strong>do</strong> os projetos em<br />
an damento . O Sr. Professor Dr. João<br />
Dias nos mostrou as obras em adianta<strong>do</strong><br />
andamento <strong>do</strong> modernissimo estábulo,<br />
dan<strong>do</strong> detalhes interessantes. Foi<br />
uma visita muito interessante e proveitosa<br />
. A ambos agradecemos a atenção<br />
dispensada.<br />
Na tarde fizemos uma visita ao Departamento<br />
Estadual de Estatística, cujo<br />
encarrega<strong>do</strong>, na ausência <strong>do</strong> Diretor,<br />
.Sr. Geral<strong>do</strong> Peixoto de Mello nos receteu<br />
com muita atenção, fornecen<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s,<br />
impressos, plantas, etc., de muito<br />
valor para os trabalhos que estamos<br />
realizan<strong>do</strong>. Fizemos também uma visita<br />
digitaliza<strong>do</strong> por<br />
ao nosso bom amigo, Sr. Dl'. Almir Pires<br />
Ferreira, excelente companheiro de<br />
nossa anterior "viagem muito danada<br />
de bôa" e que continua na chefia dh<br />
D. I. P. O. A. em to<strong>do</strong> o enorme Norte<br />
e Nordeste, desde a Bahia até o Amazonas<br />
. Encontramos lá também _ outros<br />
velhos amigos e com to<strong>do</strong>s palestramos<br />
longamente . Voltamos para o escritório<br />
(lo Projeto ,n. 20, onde enc-ontramos de<br />
volta o Sr . Dr. Antonio de Andrade<br />
Coelho o qual tinha- deixa<strong>do</strong> os companheiros<br />
Drs. Romulo Joviano e José<br />
Assis Ribeiro em Alagôas. Conversamos<br />
com os técnicolll presentes, inclusive<br />
com o Dr. Antonio Joaquim Carneiro<br />
da Cunha, da Cia. Agrícola e Industrial<br />
São João.<br />
O dia 30 era feria<strong>do</strong>, mas pela manhã<br />
conversamos no hotel com o Dr. Antonio<br />
de Andrade Coelho, fizemos uma<br />
,' isi ta aos escri tórios da Lacticínios<br />
Santa Maria Ltda., e a seguir o nosso<br />
amigo José Marcelino nos veio buscar<br />
para o prometi<strong>do</strong> almoço em sua residência,<br />
onde tivemos eX1celente recepção<br />
de parte de D . Lígia e filhos, bem<br />
como pelo pai <strong>do</strong> Marcelino, com o qual<br />
tivemos ensejo de manter proveitosa<br />
palestra. O almoço foi um acontecimento<br />
inesquecível, pais, consistiu essencialmente<br />
num notabilíssimo "vatapá"<br />
ú pernambucana, com o excelente peix,:,<br />
campeia em tôda parte, estragan<strong>do</strong> o<br />
paladar <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r e a sua saúde,<br />
sem que medidas con trúrias possam ser<br />
tomadas, diante <strong>do</strong> que jú comentamos<br />
inicialmente. O que lú citamos se faz<br />
em plena Capital pernambucana !<br />
Matan<strong>do</strong> saudades, :visi tamos a nossa<br />
querida e tradicional Olinda, em companhia<br />
<strong>do</strong> nosso amigo Jabel. O mar estava<br />
calmo, mas os danos causa<strong>do</strong>s bem<br />
visíveis . Devi<strong>do</strong> as chuvas, os bairros<br />
novos esta:vam t-o<strong>do</strong>s inunda<strong>do</strong>s, pois,<br />
ficam ao nível" <strong>do</strong> mar, senão até inferior.<br />
Jantamos com o nosso bom amigo,<br />
Sr . . Tabel Ventura Correia, o qual,<br />
como sempre, nos foi de inestimável<br />
valia. A noite comentamos a situação<br />
lacticinista com o Sr .. Dr. Antônio Leandro<br />
Estima, <strong>do</strong> Projeto n. 20.<br />
Na manhã <strong>do</strong> dia 28 de maio, fizemos<br />
uma visita à Sociedade Nordestina<br />
de Cria<strong>do</strong>res que presta excelentes ser-<br />
arvore<strong>do</strong>leite.org
32 JANEIRO - Ft:VEREIRO EX-FELCTIANO<br />
viços ,à sua classe . Encontramo-nos lá<br />
com o Dr. Antônio Leandro Estima que<br />
dirige o Serviço de Registro Genealógico.<br />
Os comentários giraram mais em<br />
tôrno <strong>do</strong> que poderia ser feito para<br />
controlar as entradas clandestinas e as<br />
fraudes. Antes <strong>do</strong> almoço demos um gi<br />
ro pela cidade, a fim de admirar as be<br />
k' zas ele nossa · Veneza. Brasileira, esca<br />
pan<strong>do</strong> das chuvas intermitentes, como<br />
podíamos . Novamente chamou a noss . a<br />
atenção a "oficialização" <strong>do</strong> jôgo <strong>do</strong> bI<br />
cho como já tínhamos visto em tôdas<br />
a, idades e vilas <strong>do</strong> Interior . Não há<br />
uma mas duas extrações diárias. De<br />
pois '<br />
<strong>do</strong> almoço fômos fazer uma visita<br />
ao Escritório <strong>do</strong> Projeto N. 20, em com<br />
panhia <strong>do</strong> amigo José Marcelino da R o<br />
sa e Silva Netto. Tivemos, então, a sa<br />
ti sfação de cumprimentar o técnico<br />
americano <strong>do</strong> Projeto N. 20, Mr. Ivan<br />
H. Loughary, <strong>do</strong> qual os leitores <strong>do</strong><br />
"Boletim <strong>do</strong> <strong>Leite</strong>" já leram alguns tra<br />
balhos de divulgação, bem. como a Se<br />
nhorinha Elisabet \V iedemann, sua as<br />
sistente. Mantivemos interessante pa- .<br />
lcstra com êles e demais técnicos presentes<br />
como os Srs. Drs. Antônio Lean<br />
dro E ' stima, Renato de Andrade Mora!:<br />
e outros. O Dl'. José Marcelino expos<br />
le'nO'amente as suas idéias sôbre a ques··<br />
tão<br />
tl<br />
<strong>do</strong> abastecimento de leite de Reci<br />
fe bem como <strong>do</strong>s problemas da indus<br />
tri alização . . Das discussões que s . egu <br />
ram, pode-se concluir que, em prImeI<br />
ro luO'ar há necessidade urgente da<br />
conclsã ' o das obras da Usina Higieni<br />
za<strong>do</strong>ra de <strong>Leite</strong>, poden<strong>do</strong> a mesma ser<br />
entreO'ue a uma Autarquia, a cujo cargo<br />
ficar; o funcionamento inicial e a or··<br />
ganização de uma cooperati : a centra . l,<br />
a cujo cargo ficarão os serVIços, . depo;s<br />
de tu<strong>do</strong> devidamente amadurecI<strong>do</strong> : N<br />
momento o abastecimento de ReCIfe e<br />
avalia<strong>do</strong> em cerca de 40 . 000 litros eliá<br />
rios, sen<strong>do</strong> 14.000 litros, impor a<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
interior e 26.000 litros, produzI<strong>do</strong>s por<br />
estábulos vacarIas, etc., na zona' rural .<br />
To<strong>do</strong>' êst planej amento . será obje ! o de<br />
trabalho separa<strong>do</strong>, a ser publIca<strong>do</strong><br />
oportunamente . Compareceu t ? mbém o<br />
Sr . Dl'. Lauro Borb a, PresI lente da<br />
F. A. R. E. P. que teceu precIOSOS co<br />
mentá<strong>do</strong>s em torno <strong>do</strong> assunto, sem<br />
similar ao atum que os japonéses forne<br />
cem barato e em enormes quantidades<br />
:;ws recifenses . Foi uma delícia que, sem<br />
o menor constrangimento, repetimos<br />
mais · de uma vez. Como bebida um ex<br />
celente vinho de cajú (que lembra um<br />
excelente Madeira), refresco de mara<br />
cujá e sorvete de caj á. Que mais se pre<br />
cisa .pala ser. feliz ? Após longa, palestrn<br />
com to<strong>do</strong>s voltamos para o hotel, onde<br />
em breve ' também chegou, de volta de<br />
Alagôas e Sergipe, o. nosso companhei<br />
ro Assis Ribeir'o, enquanto o Dr. Romu<br />
lo e esposa tinham. segui<strong>do</strong> para admi<br />
rar as quedas de Paula Afonso. Troca<br />
mos idéias sôbre nossas observações e<br />
nos preparamos para a reunião que teria<br />
luO'ar no Escritório <strong>do</strong> Projeto n. 20<br />
tl<br />
no dia seguinte, pois, o autor detas I' 1nhas<br />
tinha necessidade absoluta de voltar<br />
para o Rio no dia seguinte, dia 31,<br />
fim de mês, mesmo porque já estava ultrapassan<strong>do</strong><br />
em <strong>do</strong>is -dias os 10 dias<br />
concedi<strong>do</strong>s para essa viagem. Na hora<br />
<strong>do</strong> jantar tivemos ainda a visita <strong>do</strong> Sr .<br />
Silvamo Queiroga, veterano lacticinista<br />
no Nordeste, cuja palestra,<br />
pre, foi interessante e útil .<br />
como sem<br />
Na manhã <strong>do</strong> dia seguinte, 31 de<br />
maio, seguimos logo ce<strong>do</strong> para a Sédr.<br />
d.o Projeto n. 20, onde jú se encontra<br />
vam os técnicos, interessa<strong>do</strong>s em nos<br />
sos trabalhos, Srs. Drs. An tonio de An<br />
(lrade Coelho, Antonio Leandro Estima,<br />
Eutiquio de Barros Corrêa Filho, Rena<br />
to de Andrade Morais, \Varner Silva,<br />
:'ylurilo Salga<strong>do</strong> Cai-neiro (executor <strong>do</strong><br />
Acôr<strong>do</strong> de Defesa Sanitária Animal ) c<br />
outros, . comparecen<strong>do</strong> no correr <strong>do</strong>s<br />
trabalhos também o Sr. Dl'. Aluizio Fra<br />
O"oso Costa Diretor da Produção Animal,<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>: participan<strong>do</strong> ativamente <strong>do</strong>s<br />
trabalhos'. Foam revistas tôdas as con<br />
clusões preliminares, chegan<strong>do</strong>-se a um<br />
acôr<strong>do</strong> quanto às medidas a serem su<br />
creridas<br />
'<br />
tanto quanto para o abasteci<br />
lCnto de leite de Recife, como quanto<br />
à parte de industrialização. Como disse<br />
mos, os trabalhos finais, serão objeto<br />
de outras publicações .<br />
Um pouco apresadamente despedimonos<br />
<strong>do</strong>s presentes, seguimos para o hotel<br />
e arrumadas as malas, deixamos o·<br />
amig José· Assis Ribeiro, a guardan<strong>do</strong> a<br />
\'olta <strong>do</strong> Dl'. Romulo Joviano para, jun ·<br />
tos, seguirem sua ' missão ao Nordeste<br />
restante e ao Norte, conforme . progra-<br />
EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO 33<br />
ma<strong>do</strong>. Cavalheirescamen te, como sempre,<br />
o Dr. Antonio de Andrade Coelho,<br />
nos levou até o Aeroporto, assistin<strong>do</strong> ao<br />
nosso embarque até final despedida. De<br />
repente estávamos lá nos ares, ven<strong>do</strong><br />
um Nordeste tão diferente das nossas<br />
viagens anteriores . Tu<strong>do</strong> verde até perder<br />
' as vistas. Aonde estavam aqueles<br />
quadra<strong>do</strong>s cinzen tos e marrons ? Oh !<br />
Pernambuco para<strong>do</strong>xal !<br />
Após excelente viagem chegamos ao<br />
Rio e voltamos com grande satisfação, .<br />
apesar das belas horas passadas em<br />
companhia de tão bons amigos, ao seio<br />
ele nossa família, pois, não hú nada como<br />
o lar, seja êle pobre ou rico.<br />
Deviamos parar aqui, mas não é fácil<br />
parar quan<strong>do</strong> se está em disparada.<br />
Primeiramente desejamos reiterar a to<strong>do</strong>s<br />
os nossos bons amigos no grandioso<br />
Nordeste brasileiro, tôdas as suas<br />
gentilezas e finezas e, muito especialmente,<br />
ao Sr. Dl'. Antonio de Andrade<br />
Coelho, Diretor <strong>do</strong> Projeto n. 20 <strong>do</strong> E.<br />
T. A. que nos possibilifou mais essa<br />
proveitosa viagem, graças à sua larga<br />
compreensão das verdadeiras necessidades<br />
à produção agro-pecuária, não só<br />
nCJ Nordeste, como de to<strong>do</strong> o Brasil, CÚ '<br />
1110 tem demoJlstra flo no notúvel elesem<br />
1J f'nho <strong>do</strong>s eleva<strong>do</strong>s cargos que vem<br />
() cupn <strong>do</strong>. EsLul10S cerÍ'C:s (\(' que [d l'<br />
conseguirá solucionar 0:-; gr:ives pl'Jble ·<br />
mas que apénas de leve :IS'i!n
34 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />
(Ao Dr. Sebastião Sena Ferrei<br />
ra de Andrade) .<br />
"Ergueremos um busto <strong>do</strong> Dr. Andra<br />
de em homenagem póstuma" . Frase ingrata<br />
e ,traiç,o,eira que arrebatou-me cá<br />
na distância, pon<strong>do</strong>-me como que num<br />
êxtase de saudade e dôr ! Ocorreu-me<br />
logo ao pensamento, ao deparar-me tão<br />
inesperada e infausta notícia, o cenário<br />
familiar, alegre e feliz da "Cândi<strong>do</strong><br />
Tostes" nos risonhos anos de 48 e 49.<br />
Ali, como que gozan<strong>do</strong> das delícias <strong>do</strong><br />
lar paterno, vivíamos na felicidade pe<br />
rene de ter e possuir um Diretoi'-Chefe<br />
que era ' bem a expressão paternal, cari<br />
nhosa e bôa. Éramos 12 a turma de 49.<br />
Sempre recordava eu, nas tardes felctia<br />
nas, quan<strong>do</strong> nos reuníamos após o jan<br />
tar, no páteo interno da Escola, a figura<br />
meiga e v'enerável de Cristo - como<br />
nos narra a história - entre os 12 dis<br />
cípulos, pregan<strong>do</strong> e ensinan<strong>do</strong> o bem<br />
viver . Assim eram aquelas tardes : no<br />
centro, posta<strong>do</strong> de pé, nosso respeita<br />
vel Dr. Sebastião discorria sôbre vários<br />
assuntos liga<strong>do</strong>s ao nosso estu<strong>do</strong> ; de vez<br />
surgia alguma polemicazinha entre nós<br />
alunos, mas sempre o espírito eleva<strong>do</strong><br />
e aclara<strong>do</strong>r naquelas contendas era da<br />
<strong>do</strong> pela "batuta" sábia e prudente da<br />
quele venerável mestre. Quan<strong>do</strong>, às vê<br />
zes, o silêncio vinha queren<strong>do</strong> desharmonizar<br />
aquela palestra, Dr. Sebastião<br />
tomava de sua gaita e soltava no espaço<br />
as notas de uma canção, que acompa<br />
nhávamos to<strong>do</strong>s com vivo interêsse e<br />
entusiasmo . Lembr,o-me, suas canções<br />
prediletas eram : "La Barca de Ouro" ;<br />
"Tem Jurití, tem Sabiá" ; "Faz Um Ano"<br />
e "Peixe Vivo" . Eram sempre tocadas<br />
de um misto nostálgico aquelas can-<br />
EM MEMORIA<br />
ções ... eu sentia que o seu prazer tal<br />
vez fôsse mesmo liga<strong>do</strong> às coisas que<br />
calam mais ao coração, fazen<strong>do</strong>-nos<br />
mergulhar na solidão de no,sso ego, re<br />
memoran<strong>do</strong> nossos passos na infância,<br />
nossas ilusões da juventude e nossa ca<br />
minhada ligeira para 'a vel,hice, em bus:<br />
ca <strong>do</strong> túmulo . Tinha êle um estribilho<br />
assim :<br />
"Dim, dim, dim, dim,<br />
Dim, dim, ôlá-lá;<br />
Quem não gosta dela,<br />
De quem gostará . ' .' (Bis).<br />
Com êste estribilho fazíamos o côro e<br />
êlc solan<strong>do</strong>, respondia :'<br />
"E os olhinhos dela. .. são da côr <strong>do</strong><br />
mar I . .. "<br />
Repetíamos, então, o estribilho e assim<br />
as horas se consumiam noite a dentro-,<br />
e os seresteiros alí. buscavam as carícias<br />
<strong>do</strong> silênCio noturno, em meio<br />
àquela amizade fraternal, sob aquele carinho<br />
quase paternal <strong>do</strong> nosso maestro.<br />
E, agora digo daquí :<br />
Se a saudade fere a dôr,<br />
Que ferir então me importa ? !<br />
Se ela já tem mesmo a côr<br />
De uma felicidae já morta !<br />
E, nesta hora, Dr. Sebastiã,o, que vossa<br />
alma descansa no céu eternamente,<br />
permiti que um dia vos tornemos a ver<br />
e. em côro, cantaremos as baladas <strong>do</strong><br />
tentes Felctianas lá nos páramos felizes<br />
da eterna glória.<br />
Que Deus o tenha em Seu reino, é a.<br />
prece ardente e sincera <strong>do</strong>s "Técnicos<br />
Lacticinistas de 49".<br />
Alpinópolis, outubro de 1957.<br />
Miguel Carvalho Faria<br />
i IRMÃOS CAVALCANTI &. CIA I<br />
"'IIn."."."IiI".".".".".".".".".".".-I'.".".".".".".".".".".".".".".".l1li".".".11.".11.11. ,.".ntII __ IIIn11u .. IIlt."., .• I .• 'I.I:.II.,I.llri .<br />
i ESPECIALIZADOS EM REPRESENTAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E i<br />
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'LU •• __ IIIIII"._IIIIltIIIIIIIIIHIIIIIIlI.u.nllllllllllll.".".II.".".".II.II.II.II.II.II.".II.".II.H.II.".II.II.II.II.II.II.II.".'.II.II.II.II.II.II_.<br />
I<br />
EX-FELCTIANO SETEMBRO - OUTUBRO 35<br />
ANIVERSARIOS DE ILCTIANOS<br />
JANEIRO<br />
19 Jesus da Silva Brandão - Téc<br />
nico em Lacticínios.<br />
5 \V alter Rente Braz Técnico em<br />
Lacticínios.<br />
G<br />
7<br />
8<br />
JO<br />
1" ,)<br />
15<br />
Carlos Tarcísi,o Nogueira - Técnico<br />
em Lacticínios .<br />
::Vlário Valclez Antas Aluno da<br />
1" série <strong>do</strong> CIL .<br />
João Barbosa <strong>Leite</strong> Aluno dü<br />
1" série <strong>do</strong> CIL .<br />
Luiz de Melo Dias Técnico em<br />
Lacticínios .<br />
Jerônimo Pinto Santana - Técnico<br />
em Lacticínios .<br />
Altair Vital de Sales - Aluno da<br />
1" série elo CU,.<br />
Hi - José ;.VIarcelo de Araujo - Técni·<br />
co em Lacticínios .<br />
Sebastião Dutra de Morais <br />
Funcionário <strong>do</strong> Serviço Auxiliar<br />
<strong>do</strong> Instituto de Lacticínios "Cândi<strong>do</strong><br />
Tostes".<br />
18 DI'. Paulo \V all (lcrl ey - :Médico<br />
Veterinúrio, ex-aluno <strong>do</strong> ILCT .<br />
José .ruder Domingues Leal<br />
:\luJloo da 1" série <strong>do</strong> CU,.<br />
20 José Sebastião Rahclo - Técnico<br />
em Lacticínios.<br />
Sebastião Fabiano Rabelo - Técnico<br />
em Lacticínios .<br />
2: Alvuro Vituzzo Técnico em<br />
Laeticínios .<br />
27 Lyogi Okada - Técnico em Lacticínios<br />
.<br />
28 DI'. Gera l<strong>do</strong> Gomes Pimenta <br />
Profess,or de Econômia Aplica(b<br />
<strong>do</strong> I. L. C. T .<br />
31 Zoreth Salomão - Funcionárb.<br />
<strong>do</strong> Servi ço de Laboratórios <strong>do</strong><br />
ILCT .<br />
FEVEREIRO<br />
4 - Dr. Rogerio de Albuquerque Maranhão<br />
- Inspetor Chefe da I. R.<br />
da DIPOA, no Rio de Janeiro,<br />
ex-aluno <strong>do</strong> ILCT .<br />
SOCIAIS<br />
5<br />
1 ';<br />
digitaliza<strong>do</strong> por<br />
J'o sé \Vilbaur Junqucira de Bar<br />
ros - Técnico em Lacticínios.<br />
Mário :Vloreira de Carvalho<br />
Técnico em Lacticínios .<br />
Alberto Mendes de Oliveira<br />
Técnico em Lacticínios.<br />
Fausto Cezar Belloti - Técnico<br />
em Lacticínios .<br />
Temistoclcs Fabiano Vieira de<br />
Souza - Técnico em Lacticínios ,<br />
Schastiã,o Speranza Paiva - Técnico<br />
em Lacticínios .<br />
Joaquim Alney G, Junqueira<br />
Aluno ela 1" série <strong>do</strong> CIL .<br />
13 Aluizio de Aquino Andrade<br />
Técnico em Lacticínios, professor<br />
<strong>do</strong> ILCT .<br />
2·1 - Jacinto Bittencourt Godinho <br />
Técnico em Lacticínios .<br />
Francisco Vitorino de Miranda -<br />
Aluno da 2" série <strong>do</strong> CIL .<br />
José Sérgio Sampaio - Técnico<br />
em Lacticínios.<br />
DR. SEBASTL\O SENA FERREIRA<br />
DE ANDRADE<br />
o dia 18 de janeiro assinala mais um<br />
nniversário de nascimento <strong>do</strong> nosso<br />
prantea<strong>do</strong> diretor e amigo Dr. Sebastiã0<br />
S(n a Ferreira de Andrade, faleci<strong>do</strong> a 1:<br />
SETEMBRO OUTUBRO EX-FELCTIAO<br />
::.,.:. , .:., . :., .:+,.:., :.: :.: :.: :.;.; :.;.; :.;;.;.; :.;,:.;:'.;:'.;.:.;.; .;;:.; .;:'.;.:.;.::.;-:'.X.;::.;'{.;·:.;::.:-:.;-:.:.:::.:::.:-:.:-:.: :6y..y..:.y..y..y..x.y..y..x.:::: :.:::: :.:::: :<br />
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