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www.arvore<strong>do</strong>leite.org<br />

Esta é uma cópia digital de um <strong>do</strong>cumento que foi preserva<strong>do</strong> para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto<br />

Frensel <strong>do</strong> Instituto de Laticínios Cândi<strong>do</strong> Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG),<br />

antes de ter si<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong>samente digitalizada pela Arvore<strong>do</strong>leite.org como parte de um projeto de parceria entre a<br />

Arvore<strong>do</strong>leite.org e a Revista <strong>do</strong> Instituto de Laticínios Cândi<strong>do</strong> Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista <strong>do</strong><br />

ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu<br />

nome foi altera<strong>do</strong> para o atual.<br />

Este exemplar sobreviveu e é um <strong>do</strong>s nossos portais para o passa<strong>do</strong>, o que representa uma riqueza de história, cultura e<br />

conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta<br />

REVISTA, desde a sua publicação, permanecen<strong>do</strong> por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegan<strong>do</strong> até você.<br />

Diretrizes de uso<br />

A Arvore<strong>do</strong>leite.org se orgulha da parceria com a Revista <strong>do</strong> Instituto de Laticínios Cândi<strong>do</strong> Tostes da EPAMIG para digitalizar<br />

estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a<br />

oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais.<br />

Também pedimos que você:<br />

● Faça uso não comercial <strong>do</strong>s arquivos. Projetamos a digitalização para uso por indivíduos e ou instituições e solicitamos que<br />

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para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las.<br />

● Mantenha-o legal. Seja qual for o seu uso, lembre-se que você é responsável por garantir que o que você está fazen<strong>do</strong> é<br />

legal. O fato <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento estar disponível eletronicamente sem restrições, não significa que pode ser usa<strong>do</strong> de qualquer<br />

forma e/ou em qualquer lugar. Reiteramos que as penalidades sobre violação de propriedade intelectual podem ser bastante<br />

graves.<br />

Sobre a Arvore<strong>do</strong>leite.org<br />

A missão da Arvore<strong>do</strong>leite.org é organizar as informações técnicas e torná-las acessíveis e úteis. Você pode pesquisar outros<br />

assuntos correlatos através da web em http://arvore<strong>do</strong>leite.org.


digitaliza<strong>do</strong> por<br />

arvore<strong>do</strong>leite.org


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Ruo Holfeld 99 Juiz de F6ro - Ruo Or Murici, 249/253 - CurlllbQ<br />

EX-FELCTIANO<br />

Chefe. de Secção <strong>do</strong> Departamento<br />

de Bromatologia <strong>do</strong> Conselho<br />

Superior de Investigações<br />

Científicas de Zaragosa (Espa·<br />

nha) .<br />

To<strong>do</strong>s sabemos que entre uns leites 'C<br />

outros há valores muito variáveis como<br />

a densidade, g;ordura e extrato sêco, enquanto<br />

outros o são menos, como o extrato<br />

sêco desengordura<strong>do</strong> ; apesar disto<br />

() importância a êles atribui da não dinlinue<br />

quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com 'o· valor<br />

<strong>do</strong> cita<strong>do</strong> componente. Êstes fatos vêm<br />

obrigan<strong>do</strong> os lacticinistas de to<strong>do</strong>s os<br />

t(;mpos a buscar reiações existentes en­<br />

I n os valores clássicos <strong>do</strong> leite sabidamente<br />

integral e assim nasceram 'o' que<br />

denominamos "Constantes", ainda que<br />

l,ão absolutamente constantes na verdadeira<br />

expressão da palavra, Não S2<br />

dribuin<strong>do</strong> a êstes valores tôda impor·<br />

tiincia que de fato possuem, nunca pre·<br />

tl-nden<strong>do</strong> obter dêles mais <strong>do</strong> que possam<br />

oferecer, conseguem-se bons result[\<strong>do</strong>s<br />

quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s com argúcia.<br />

Apresentamos hoje ao leitor duas des·<br />

tas constantes, estudadas a fun<strong>do</strong> por<br />

(>minentes investiga<strong>do</strong>res. "Constanl(<br />

:'Ifolecular Simplificada Real" e "Constante<br />

de Cloro Refração"; a primeira<br />

devida a Mathien y Ferré e a segunda,<br />

a Beckel, Para designá-las com mais facilidade<br />

empregam-se as iniciais C. M.<br />

S. R. e B. Cl. Z,<br />

A primeira tem o seguinte valor:<br />

(Lactose hidratada + 11,9 X Cloreto<br />

de sódio) X R.<br />

A lactose e os cloretos são calcula<strong>do</strong>.';<br />

por litro de leite ; 11,9 é o quociente (1:\<br />

(\!visão de 360 (pêso molecular da lactose)<br />

por 30,25 (valor em gramas que<br />

corresponde isotonicamente à lactos<br />

hidratada) .<br />

R se !obtém pela seguinte fórmula:<br />

1.000<br />

1,000<br />

Cas )<br />

( 0:4 ) ( 1,35<br />

JANEIRO·- FEVEREIRO<br />

Dr. A. Goded Y Mur<br />

digitaliza<strong>do</strong> por<br />

em que Gr é a gordura por litro ; Cas,<br />


correspondentes à caseina e gordura e<br />

c0incidin<strong>do</strong> êstes <strong>do</strong>is pontos com auxí­<br />

lIo de uma regua, no pont.o de intersecção<br />

sôbre a altura, estará o valor <strong>do</strong><br />

fator de correção.<br />

A Constante Cloro Refração, como 't<br />

C. M. S. R. é um meio de determinar o<br />

índice crioscópico <strong>do</strong> leite, sua fórmula<br />

é:<br />

B. Cl.:Z. 42,0 41,8 41,6 41,4<br />

/:<br />

...J 57,0 5G,8 56,() 56,4<br />

B. Cl. Z. 40 30,8 39,G 39,4<br />


6 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />

que ela desacredita seu rebanho. O Iene<br />

desta vaca tuberculosa, além de inferior,<br />

é um produto que oferece perigo.<br />

Já está bem compreendida a importância<br />

dêste problema, sen<strong>do</strong> que, em muitos<br />

países nórdicos, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />

e no Canadá, pela execução de um trabalho<br />

consciencioso posto que árduo,


8 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />

75-80 C - manten<strong>do</strong>-se o leite em agi­<br />

tação com colher' e, refrigeração ime­<br />

diata em água corrente, de preferência<br />

com pedra de gêlos (refrigeração entre<br />

fi a 101' C), mata os micrólJi,os <strong>do</strong> leite,<br />

aumenta a sua conservação e o torna<br />

um alimento livre da possibilidade de<br />

transmitir <strong>do</strong>enças .<br />

Existem pequenos aparelhos de paredes<br />

duplas (a interna, de alumínio ou<br />

de aço inoxidável) que permitem .]<br />

[tquecimento <strong>do</strong> leite em hanho-maria,<br />

haven<strong>do</strong> um dispositiv1o, que indicá<br />

quandó. foi atingida a temperatura dese-<br />

CORRIGENDA<br />

jada . Na Suíça existem pequenos pasteuriza<strong>do</strong>res<br />

(pasteuretes) para alguns<br />

]jtros de leite, usa<strong>do</strong>s em cafés e restaurantes.<br />

No trabalho <strong>do</strong> Dr. J. J. Carneiro Filho, publica<strong>do</strong> no n.o 75,<br />

. desta Revista, intitula<strong>do</strong> "A ORDENHA MECÂNICA", na página 30,<br />

llnha 8, onde se lê:. .. "Com prazer verificamos ... " leia-se: "Com<br />

pezar verificamos ... "<br />

(Continuação da página 23)<br />

rior ao <strong>do</strong> produto importa<strong>do</strong>, ·ou que nos­<br />

so produto é inferior ao impo ::. ta<strong>do</strong> . . a­<br />

da mais falso. O próprio órgao oflclal,<br />

encarrega<strong>do</strong> da fiscalizaçã-ü, já delarou<br />

que o produto nacional te n . qualldades<br />

tão boas quanto qualquer slmIlar estran­<br />

geiro. E, quanto aos prços, não n s po-'<br />

demos esquecer que os n'Jrte-amencanos<br />

enviarão excedentes, produtos que de­<br />

vem ser vendi<strong>do</strong>s a quaquer prêço, pois<br />

que o Govêrno investiu grandes somas,<br />

provenientes de tributos, para adquiri-lo.<br />

Não nos podemos esquecer que o produ.,<br />

tor norte-americano é assisti<strong>do</strong> de tôdas'<br />

as formas pelo Govêrno, até mesmo na<br />

compra de excedentes, caso entre nós raro<br />

e motivo de escândalos. E, se assim<br />

é, uma conclusão, poI' absurda que pareça,<br />

se impõe: nosso Govêrno ajuda o<br />

produtor estrangeiro a aplicar o "dum­<br />

pig" na indústria nacional, mesmo sem<br />

solicitação daquele produtor.<br />

É incrível, mas a realidade é esta.<br />

Senhores deputa<strong>do</strong>s, a situação da indústria<br />

transforma<strong>do</strong>r a <strong>do</strong> leite é esta.<br />

Sua produção basta e superará,' de mui-<br />

to, o consumo nacional. Não pode permitir<br />

importações demagógicas e sem nenhum<br />

fundamento econômico ou finan­<br />

ceiro. A economia nacional não pode s::r<br />

tratada desta maneira. O Govêrno tem<br />

solicita<strong>do</strong> desta Casa tôda. a . colaboração<br />

ao seu programa <strong>do</strong> desenvolvimento,<br />

e esta não tem si<strong>do</strong> negada.<br />

Urge, pois que esta Casa. alerte o<br />

Govêrno para o êrro em que incorre, para<br />

as consequências econômicas e políticas<br />

de atos como êsb. Acreditamos que melhor<br />

colaboração' <strong>do</strong> que o alertamento<br />

<strong>do</strong>s órgãos <strong>do</strong> Executivo para fatos como<br />

êste constituem nossa melhor eolabração.<br />

/:.. análise que apresentamos sômenb<br />

nos pode levar à conclusão de que tôda<br />

e qualquer importação de leite em pó<br />

deve ser suspensa sob pena de f2rir<br />

profundamente, nssa pecuária leiteir<br />

e a indústria de transformação derivada.<br />

Não mais podemos continuar a admitir<br />

erros como êste e, muito menos, permi­<br />

tir que o eleitora<strong>do</strong> tenha ilusões quan­<br />

to aos problemas <strong>do</strong> custo de vida.<br />

Aí fica, . pois, o apêlo que fazemos à<br />

Casa e, através dela, aos. órgãos <strong>do</strong> PO­<br />

der Executivo.<br />

EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO 9<br />

Uma 'Singular Simplificação em Colimetria: uma<br />

Técnica Sensivel e uma Reducão de 6listos<br />

E' preciso notar ainda que o fato de<br />

se renunciar ao consumo <strong>do</strong> leite e deriva<strong>do</strong>s<br />

crús, não torna absolutamente<br />

uperflUtQ.<br />

<strong>do</strong><br />

a luta con<br />

. ga<strong>do</strong>' leiteiro - tuberculose, br'uce-.<br />

Falan<strong>do</strong> de ensaios colorimétric03<br />

nesta mesma revista (outubro de 1945),<br />

haviamos pôsto em evidência as dificuldades<br />

de ordem pratica na seleçã,o de<br />

um méto<strong>do</strong> bacteriológico correspon­<br />

ensaios devem ser amplos e abranger<br />

mações e <strong>do</strong>s caminhos que percorre o<br />

leses e mamites. A pasteurização resoldente<br />

e eficiente na determinação elas<br />

ve um aspecto sanitário ele consumo <strong>do</strong>.<br />

leite. A luta contra estas <strong>do</strong>enças 1'esol­<br />

,e o problema da produção' <strong>do</strong> leite .:.- '<br />

em quantidade e em qualidade.<br />

bacterias <strong>do</strong> grupo coli. Haviamos anota<strong>do</strong><br />

também _que, além <strong>do</strong> grande número<br />

de procedimentos colorimetric'os,<br />

existia muita heterogeneidade e (porque<br />

não dize-lo) confusão.<br />

Em geral as provas sobre leite pasteuriza<strong>do</strong><br />

. (especialmen te ) não especifi·<br />

clm os mios a serem utiliza<strong>do</strong>s, as técnicas<br />

a seguir-se : circunscrevem-se ú<br />

tecnologias higiênicas . Cabe perguntar<br />

a esta altura : os mei,os são líqui<strong>do</strong>s ou<br />

sóli<strong>do</strong>s, específicos ou não : a quantidade<br />

<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> para semeadura, a temperatura<br />

e o tempo de incubação, enfim,<br />

quais serão os limites culturais e morfológicos<br />

típicos c invariáveis <strong>do</strong>s coliformes.<br />

Temos que averiguar e precisar<br />

se a investigação patog['nica se limitarú<br />

aos animais de laboratório, às investi·<br />

gações bioquímicas, sOl'ologicas e outras<br />

.<br />

Indiscutivelmente a colimetria interessa<br />

grandemente à lJledicina e higiene<br />

humana e animal, ü tôdas as indústrias<br />

de alimentação e especialmente à indústria<br />

leiteira . Para esta última principalmente<br />

para o leite ele consumo, a industrialização<br />

<strong>do</strong> queijo, da rnan leiga e fahricação<br />

de supprodutos, etc .<br />

A identificação destas bactérias tão<br />

prejudiciais bem como sua determinação<br />

numél:ica, tem si<strong>do</strong> uma preocupação<br />

constante elos técnicos lacticinislas;<br />

mas' a fornada da amostra, seu cuida<strong>do</strong>,<br />

conservação e preparação da sen:;eadura,<br />

a utilização de grande quantidade<br />

de material de vidro, as pesadas<br />

das quantidades minimas <strong>do</strong>s reativos,<br />

a limpeza <strong>do</strong> material, as esterilizações,<br />

as interpretações das reações, etc., requerem<br />

pessoal especializa<strong>do</strong> e de certo<br />

conhecimento técnico. Por sua vez (como<br />

fator de eficiência e de custo), os<br />

digitaliza<strong>do</strong> por<br />

,<br />

as fases mais significativas das transfor­<br />

leite. TudJo isto deve ser realiza<strong>do</strong> metó­<br />

dicamente para identificar um produtor<br />

descuida<strong>do</strong>, uma ordenha suja,<br />

latões mal lava<strong>do</strong>s ou lava<strong>do</strong>s com<br />

águas impróprias; saber em que etapa<br />

se deu a contaminação, comprovar se o<br />

tratamento térmico é ,ou não eficiente<br />

QU satisfatóri,o . Saber se a elaboração<br />

foi descuidada e em que momento careceu<br />

de cuida<strong>do</strong>s higiênicos e em que<br />

circunstâncias se (ieu o aparecimento<br />

<strong>do</strong>s coliformes.<br />

Estes conceitos criteriosos da técnica<br />

moderna, não têm si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong>s por<br />

dguns índustriais de lacticinios. No entretanto,<br />

esta indiferença industrial, esta<br />

frialdade destacada e palpavel de to<strong>do</strong>s<br />

os dias, está em completa contradição<br />

com os preceitos da higiene moderna,<br />

da bromatol,ogia e da toxicologia.<br />

O fato de comprovar sómente de vêz<br />

em quan<strong>do</strong> a ausência de bacterias coliformes<br />

ou sua presenç:a excessiva em<br />

determina<strong>do</strong> momento, não é auxiliar<br />

a industria com os conhecimen tos bacleriológicos.<br />

E', isto sim, fazer ,ostentação<br />

exterior, é demonstrar "para as<br />

galerias" o con trole efetua<strong>do</strong>, mas sem<br />

que êste seja benéfico para a industria .<br />

Deste mo<strong>do</strong>, o con trrol(' é ineficiente e<br />

incompleto e geralmente resulta num<br />

obstáculo para as investigações futuras,<br />

mormente quan<strong>do</strong>' os resulta<strong>do</strong>s são negativos<br />

nestas ocaSlOes, motivan<strong>do</strong> o<br />

distanciamento <strong>do</strong>s industriais <strong>do</strong>s en­<br />

saios bacteriológicos (as exceções infelizmente<br />

não fazem a regra) . Não desconhecemos<br />

certa razão ou motivos justos,<br />

mormente pelas causas que an,otamos<br />

acima, mas estas, são capítulos n<br />

parte.<br />

As elaborações que fracassam com<br />

leites super-baclerianos de coliformes,<br />

são numerosas, as perdas economicas<br />

chegam muitas vêzes a fazer perigar a<br />

estabilidade econômica da firma, isto<br />

porque, não se recorre ;1.0 que indica a<br />

arvore<strong>do</strong>leite.org


10 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />

ciência leiteira. A colimetria em particular<br />

se reveste de uma singular irnl)Ort:'lncia<br />

técnirl, p.conomiea e comercial.<br />

Comprovar constantemente o teôr<br />

eleva<strong>do</strong> de coliformes em determina<strong>do</strong><br />

produto lacteo é basico, higiênico e sanitariamente,<br />

bem como ' os meios de<br />

racionalizar as ,elaborações e colocá-las<br />

em' um plano de segurança viavel e permanente,<br />

para evitar-se as surpresas da<br />

qualidade: isoladamente, isto é, esporadicamente,<br />

aquelas comprovações são<br />

simbólicas e academicas. Nada mais.<br />

A indústria leiteira deve livrar-se <strong>do</strong><br />

llesadêlo destas bacterias, pois não se<br />

trata sàmente de pagar multa por "excesso<br />

de coli" ou ,ele perder uma partida<br />

de- queijo incha<strong>do</strong>, e sim compreender<br />

que as bacterias coliformes estão<br />

sempre presen tes no leite e que sua<br />

missão e pre.iudicar o trabalho <strong>do</strong> queijeiro,<br />

<strong>do</strong> manteigueira, e <strong>do</strong> lactotécnico<br />

em geral. A indústria sul-americana não<br />

se preocupa muito com êste problema<br />

porque, como temos dito, se necessita<br />

de pessoal especializa<strong>do</strong>, reativos importa<strong>do</strong>s,<br />

material fragil, em suma, gastos<br />

e mais gastos que terminam sempre<br />

em aumentar con sideravelmen te o custo<br />

cio produto, dificultan<strong>do</strong> as vendas, 'etc.<br />

Dai os embaraços e consequentementc<br />

.<br />

por "tradição", nada se faz.<br />

Por sorte apareceu um méto<strong>do</strong> simples<br />

e fácil para a investigação <strong>do</strong>s microorganismos<br />

an ticasearios, coliformes<br />

no leite. O processo é tão seguro como<br />

(; mais cota<strong>do</strong> meio de cultura em uso<br />

no laboratorios de hacteriologia par.l<br />

os ensaios de colimetria, com a diferença<br />

que não precisamos de pipetas<br />

calibradas, de provetas, de tubos de<br />

Durhan, de placas de Petri, etc. O trans'porte<br />

é fácil e não necessita refrigera- '<br />

çâo. Em suma, o material para o ensaio<br />

se reduz a um papel absorvente que<br />

contem o meio nutritivo normal seletivo<br />

para as bacterias que desejamos investigar,<br />

ou sejam, as hacterias <strong>do</strong> grupo<br />

coliforme, que fermentam a lactose<br />

com produção de áci<strong>do</strong> e gaz.<br />

A mencionada tira bacteriológica (comercialmente<br />

"Bacto-Strip" ) é de papel<br />

rosa<strong>do</strong> e tem f mm. de largura, por 135<br />

mm. de comprimento. O poder absor- ',<br />

ven te da mesma foi bem calcula<strong>do</strong> e determina<strong>do</strong>.<br />

Ela está colocada sob outra<br />

cie material plastico transparente, esteriliza<strong>do</strong>.<br />

Para efetuar o ensaio,' procede-se assim:<br />

corta-se' o plastico na ' parte perfurada<br />

e toma-se, com o indica<strong>do</strong>r e o polt'gar<br />

da mão direita, o papel rosa<strong>do</strong>,<br />

sem passar <strong>do</strong>s limites da perfuração,<br />

situada a uns 20 mm. da parte terminal,<br />

e o extraimos. Em seguida, submerge-se<br />

rapidamente êste no líqui<strong>do</strong> a examinar,<br />

leite, sôro, água, etc., por fração de<br />

segun<strong>do</strong>, para que absorva a quantidade<br />

necessária <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong>. Em' resumo, (J<br />

ensaio é por imersão. Se por acaso alguma<br />

gota ficou aderida na base da tira<br />

(caso não desapareça normalmente),<br />

provoca-se sua retirada com uma leve<br />

sacudidela. Consegui<strong>do</strong> o humidecimento<br />

uniforme de to<strong>do</strong> o papel, pressiona-se<br />

com a mão esquerda sôbre o<br />

material plástico, provocan<strong>do</strong> a abertura<br />

para inclusão da tira. Uma vêz II<br />

I1l esma den tro, pressiona-se um pouco<br />

mais abaixo, das perfurações transversftis<br />

<strong>do</strong> plastico e assim se separa puxan<strong>do</strong><br />

a parte tocada com os de<strong>do</strong>s, pa­<br />

I'fI eliminar-se po'ssíveis con taminações.<br />

Para fechar a tira, colocá-la entre <strong>do</strong>is<br />

"idros Oaminas por exemplo), deixan<strong>do</strong><br />

fóra uns 2 mm. da extremidade qUe<br />

será queimada, provoéan<strong>do</strong> assim o fechamento<br />

hermetico. A simples chama<br />

ele um fosforo, será suficiente para esta<br />

r;peração. Isto feito, coloca-se o cultivo<br />

(;m 'uma estufa a 37 QC., ou na sua falta,<br />

pode-se usar o bolsinho <strong>do</strong> paletó', utilizan<strong>do</strong><br />

o calor humano para incubação.<br />

A leitura é realizada após 8-10 horas.<br />

Cada colonia, que se apresentar{,<br />

em forma de pontinhos vermelhos, representa<br />

uma bactéria em 1 ml <strong>do</strong> leite.<br />

Se a carga bacteriana <strong>do</strong> leite fôr muito<br />

grande, a tira nos mostrará um grande<br />

número de pontinhos que tendém a se<br />

confluir, impossibilitan<strong>do</strong> neste caso, a<br />

leitura numérica e referida a 1 'ml.<br />

As colonias que aparecem pertencem<br />

à grande família <strong>do</strong>s coli, sejam êles<br />

aerogenes, Dyspepsie, P. fluorescens,<br />

etc. Os ensaios que nos referimos, cor-<br />

EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO 11<br />

respondem pelo menos a <strong>do</strong>is ou<br />

mais, quan<strong>do</strong> êstes são realiza<strong>do</strong>s na<br />

formação de gaz. Contan<strong>do</strong> na face da<br />

tira sàmente 3 a 4 hactérias, compreende-se<br />

que o resulta<strong>do</strong> colorimetrico é<br />

negativo na série de 0,1 ml <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong><br />

analiza<strong>do</strong> .<br />

Se o leite no momento da tomada da<br />

amostra etiver frio (recém refrigera<strong>do</strong>,<br />

guarda<strong>do</strong> em câmaras frigorificas, etc.),<br />

a leitura então deverá ser feita após<br />

11-12 horas .<br />

Êste original processo para a investigação<br />

das ,bact,érias ,<strong>do</strong>, ,grupo coli, foi<br />

descoberto pelo' engenheiro químico<br />

alemão Fõrg e sua indus'trialização explQrada<br />

pela SOCIEDADE ANONIMA<br />

"BACTO-STRIP", de ZoIlikon Zurich,<br />

Suiça<br />

J'elnbcrg, na Alemanha e Liebefeld na<br />

Suiça.<br />

O Dr: Livio Leali da Faculdade de Veterinaria.<br />

de Milão, em um trabalho puhlica<strong>do</strong><br />

na revista "lI latte", <strong>do</strong> mês de<br />

abl:ii de 1956, pág. 265 (La prova della<br />

colimetria nel laUc), afirma em' suas<br />

conclusões: - "In practica dunque la<br />

l1Iaggior fedeltá dei resultati é sata data<br />

dalle caI'tine di Fõrg." Exprime também<br />

um juizo favorável dizen<strong>do</strong> que a<br />

simplicidade <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>· da tira de papel,<br />

pela facilidade de execução e rapidez<br />

<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>, pela sua uniformidade,<br />

seu uso constante poderia representar<br />

um elemento positivo para a tipificação<br />

de um <strong>do</strong>s mais importantes ensaios<br />

bacteriológicos <strong>do</strong> leite.<br />

NOTA: - O refed<strong>do</strong> artigo,<br />

duas fotografias <strong>do</strong> papel, reproduzin<strong>do</strong><br />

uma incubação perfeita e outra imper-<br />

Em bacteriologia existem técnicas feita, nas quais pode-se observar perfei-<br />

aperfeiçoadas nestes ultimos tempos, tamente as colonias c1esen volvidas. A<br />

para melhorar a contagem, que simpli- seguir, faz as seguintes advertências :<br />

ficam as provas e que reduzem consi- "Existem colonias tão profundas que<br />

dcravelmente os gastos. Entre estas Sl apresentam <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> papel.<br />

mencionaremos também a <strong>do</strong> professor Para contá-las aconselha perfura-las com<br />

Rowlands, méto<strong>do</strong> "Astell", para a con- toma agulha grossa, evi tan<strong>do</strong>-se assim,<br />

tctgem geral das bactérias. Desnecessário con tú-Ias novamente".<br />

dizer que o meto<strong>do</strong> "Bacto-Strip" foi .T. MINUT - La in(lllstria lechera<br />

ensaia<strong>do</strong> nos laboratórios de hacteriologia<br />

leiteira de Kiel, de Munich, de Nu-<br />

Noviembre 195(i.<br />

;.':/.:'6':/."/.:'/.:'.:'.::.:':.: : •. :: :.: :: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :.: :. : :.: :.: :.: :.: :<br />

.<br />

, '.: '. ' • • • • • • '. • • oi- ,. 1) '" ,-/>' '. '.: '.' '.' ':<br />

,<br />

(L. P. V.)<br />

: l.a FÁBRICA DE COALHO NO BRASIL <br />

•<br />

•<br />

<br />

<br />

<br />

!(ING'MA &<br />

FABRICANTES DO SUPERIOR<br />

elA.<br />

<br />

<br />

<br />

E m I íq u i d o e e m p Ó<br />

(Marca Regis.trada)<br />

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COALHO FRISIA<br />

Único premia<strong>do</strong> com 10 medalhas de ouro<br />

MANT:LQlJEIRA -: - E. F. C. B. -: - MINAS GERAIS<br />

F ÁBIUCA E ESCRITóRIO:<br />

MANTIQUEIRA - E. F, C. B.<br />

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MINAS GERAIS<br />

RIO DE JANEIRO<br />

Caixa Postal, 342<br />

SÃO PAULO<br />

Correspondência:<br />

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Caixa Postal! 3191<br />

Caixa Postal,<br />

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26<br />

SANTOS DUMONT PELOTAS ---.: R. G. <strong>do</strong> Sul<br />

MINAS GERAIS Caixa Postal, 191<br />

;<br />

ou diretamente aos fabricantes.<br />

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:<br />

A venda em tôda porte. Peçam amostras gl;atis aos reprcsentantec;:<br />

Cria<strong>do</strong>res de bovinos da ra«;a holandêsa. Vendemos ótimos animais puros de pedigrce. <br />

, ' ' puros pOr c'ruza, etc. ' <br />

.<br />

{.;:.>.


12 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />

DOIS TRABALHOS D'E ASSIS RIBEIRO<br />

I -<br />

Racionalizaçd:o<br />

d Compra de <strong>Leite</strong><br />

pelas Fábricas<br />

Preço proporcional à qualidadeúnico<br />

meio de combate à fraude e<br />

às sujeiras <strong>do</strong> leite.<br />

O divorcio entre o fabricante e o la­<br />

EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO 13<br />

zendeir,o,s<br />

das sujeiras <strong>do</strong> curral, das vacas, <strong>do</strong>s<br />

retireiros, <strong>do</strong> vasilhame, etc., bem como<br />

lhes despertaria o interêsse pela refrigeração<br />

<strong>do</strong> leite na fazenda, (ou . pelo<br />

inenos, a não deixar os latões cheIOS expostos<br />

permanentemente ao sol) 'ou<br />

pelo transporte mais rápi<strong>do</strong>. às fábricas.<br />

: O teor de gordura é da<strong>do</strong> pela prova<br />

dt· Gerber, em que se <strong>do</strong>sa a percentagem<br />

de matéria gorda colocan<strong>do</strong>-se no<br />

butirometro próprio, quantidades cleterminadas<br />

de áci<strong>do</strong> sulfúrico, leite e 'alcoo,l<br />

mílico . E' prova rápida. c' de facilima<br />

execução. Como não é muito barata,<br />

de c.ada fornece<strong>do</strong>r faz-se uma pro·<br />

va<br />

boratório - a causa cl:o,s<br />

semanal que valerá<br />

maiores<br />

para o leite for­<br />

prejuizos à fabricasão <strong>do</strong>s lacticínios.<br />

O fazendeiro relaxa<strong>do</strong> o inimigo<br />

número um da indústria leiteira .<br />

* * *<br />

A quase totalidade <strong>do</strong>s nossos estabelecimentos<br />

de lacticínios paga o leite<br />

sjmplesmente pelo volume, e, mesmo<br />

êste, muito mal controla<strong>do</strong>. E' comum<br />

encontrarem-se latões de 50 litros; ten<strong>do</strong><br />

sàmente 47, 48 ou 49 ... e tanto menos<br />

quanto mais amass<strong>do</strong>s . A inexistência<br />

de medi<strong>do</strong>res aferi<strong>do</strong>s é praxe, em nossas<br />

fábrica,s, residin<strong>do</strong> aqui um <strong>do</strong>s<br />

pontos iniciais a serem corrigi<strong>do</strong>s pelos<br />

industriais que pretenderem racior.alizar<br />

sua fabricação.<br />

O único sistema racional de compra<br />

<strong>do</strong> leite é o que se baseia no pagamento<br />

pela qualidade, consideran<strong>do</strong>-se como<br />

tnl seu teor de gordura e seu grau de<br />

Dr. José Assis Ribeiro<br />

Médico Veterinário<br />

giene ; ,os que mantém o leite exposto à3<br />

sujeiras comuns (não se envergonhan<strong>do</strong><br />

de mandar às fábricas leite coberto<br />

rh: fezes, carrapatos, moscas e outras<br />

imundicies, como que esqueci<strong>do</strong>s de<br />

que o leite é um alimento); os que mandam<br />

leite frauda<strong>do</strong> com água, com sôro,<br />

ou o que é pi,Q.r,<br />

inimigos da industria leiteira devem ser<br />

combati<strong>do</strong>s em tôda a linha, pois são<br />

* * *<br />

1 - Compra elo leite pelo teor de<br />

gordura.<br />

A gordura é, comercialmente, o elemen<br />

to mais caro <strong>do</strong> leite, embora, no<br />

ponto de vista de nutrição, não seja o<br />

mais importante. Técnicamente é o<br />

mais fácil de ser <strong>do</strong>sa<strong>do</strong> ou retira<strong>do</strong>, e<br />

assim, sua percentagem é muito' variável<br />

. E sabe-se que tanto melhor é o leite<br />

quanto maior seu teor de górdura, de<br />

ViZ que o 'leite, de alta percentagem de<br />

matéria gorda tem também, corresporidentemente,<br />

maior riqueza <strong>do</strong>s demais<br />

componentes . Assim, um leite gor<strong>do</strong><br />

deve ser pago por preço superior ao de<br />

um leite magro. E' técnicame,nte inconcebivel<br />

que ambos sejam pagos pelo<br />

mesmo preço.<br />

aeci<strong>do</strong> na semana correspondente. O<br />

preço <strong>do</strong> leite será estabeleci<strong>do</strong> para o<br />

padrão de gordura da regiã'Q, que é de<br />

3,5 % para as nossas condições. Para o<br />

Sul de Minas, no momento, po(le-se a<strong>do</strong>tar<br />

o preço de Cr$ 4,00 o litro de leite<br />

• com 3,5 % de gordura . O leite que apresentar<br />

teor de gordura inferior, serú<br />

pago pIor preço proporcionalmente inferior<br />

. O que· apresentar percentagem<br />

de gordura superior, terá aumento na<br />

nJCsma base. Este acerto de preço serà<br />

na base <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> quilo de matérb<br />

gorda (em creme) para manteiga. NesLt '<br />

região, como só se fabrica manteiga comum,<br />

o preço de quilo de gonltll.:a é<br />

Cr$ 50,00 .<br />

Base para ,os cálculos: 1.000 gramas<br />

ele gordura <strong>do</strong> leite = CI$ 50,00; 1 grama<br />

Cr$ 0,05 . As 3'5 gtamas de 1 litro<br />

de leite (a 3,5%) custàrao Cr$ 1,7:>.<br />

'1 litro de ieite a 3,5 % Cr$ 4,00.<br />

c<br />

limpeza. Mas a determinação dêstes detalhes<br />

- percentagem de matéria gorindignos<br />

de figurarem como participantes<br />

da mais brasileira das indlls­<br />

Ouadro <strong>do</strong>s Preços <strong>do</strong> <strong>Leite</strong> Proporcionalmente ao Teor de Gordura<br />

(Ih e gráu de limpeza exige estreito entl'elaçamento<br />

entre o fabricante e o laboratório,<br />

coisa que raramente existe,<br />

da<strong>do</strong> o inexplicavel desinteresse que<br />

a quase totalidade <strong>do</strong>s lacticinis,tas<br />

às provas de controle químico, físico<br />

ou bacteriológico <strong>do</strong> leite. En tretan to,<br />

o critério de pagamento <strong>do</strong> leite ten<strong>do</strong><br />

por base êstes elementos é a única medida<br />

eficiente contra os fazendeiros relapsos<br />

- os que reiteradamente mandam<br />

leite sujo ou frauda<strong>do</strong>, pon<strong>do</strong> a<br />

culpa (quan<strong>do</strong> surpreendi<strong>do</strong>s pela fiscalização)<br />

em seus retireiros. .. Neste<br />

grupo de fazendeiros a noss,Q. ver,<br />

.inimigos número um da indústria leiteira<br />

estão os que permitem ordenha<br />

em curral sujo (poeirento na sêca.e lamacento<br />

nas chuvas) ; os que 'admitem<br />

trabalhos de pessoas irresponsáveis, que<br />

trias . ..<br />

* :;: :;:<br />

Diante da impossibilidade de uma<br />

fiscalização permanente por parte <strong>do</strong>s<br />

órgãos encarrega<strong>do</strong>s, e, dada a frequência<br />

com que estas falhas são observadas<br />

isSlo em to<strong>do</strong> o nosso imenso Brasil<br />

apesar das medidas reiteradamente<br />

tomadas para coibir os abusos" a única<br />

atitude que compete aos industriais é \<br />

pagar o leite pela qualidade, e não pelo<br />

simples volume.<br />

O pagamento <strong>do</strong> leite pelo teor de<br />

gordura anulará grandemente o interesse<br />

pela prática da fraude rcsuItan te<br />

da adição de água ou outr.o,<br />

qui<strong>do</strong>, visto que isso viria reduzir o teor<br />

de matéria gorda. Ao la<strong>do</strong> disso, a redução<br />

dêste preço em bases proporcio­<br />

Gramas de gordura por<br />

o/ de gordura<br />

litros de leite<br />

3<br />

ao<br />

3,1 .. .... . ... '" .... 31<br />

3.2<br />

32<br />

a,8 · ..... .... . , . ..... ..... 33<br />

8,4 ' . ... .... .... ..... '. ·34<br />

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35<br />

· .. . ...... ...... ...... 36<br />

'" ..... .. .... . ........ 37<br />

3,8 .. ...... .... .. ...... .. 38<br />

.. ..... ....... '" ...... 39<br />

4,0 .. .... .... .. .... .. 40<br />

4,1 · ... .... . , . . .... . ...... .. 41<br />

4,2<br />

. ..<br />

.. .... .. .... .... ..... 43<br />

4.4 .. .... .... ...... ...... 44<br />

45<br />

.. .... .... ...... .. .... 50<br />

Preço <strong>do</strong> leite<br />

por litro Cr8<br />

vota<br />

3,95<br />

4,10<br />

1<br />

0-;<br />

4,50<br />

ordenham sem o menor cuida<strong>do</strong> de hi- nais ao gráu de sujidade levaria os fa-<br />

Exemplo: Seja o fazendeiro X que<br />

forneceu 650 litros na 1." semana com<br />

3,9<br />

4,8<br />

4,5<br />

5,0<br />

digitaliza<strong>do</strong> por<br />

. . .. .... ' .. ... .<br />

... ... .. .. .... ........<br />

3,73<br />

3,80<br />

3,85<br />

3,90<br />

4,00<br />

4,05<br />

4,15<br />

4,20<br />

4,25<br />

4,30<br />

4,35<br />

4,40<br />

, 4,45<br />

4,75<br />

3,5 % de glordura ; 640 litros na segunda,<br />

com 4,0% de r;orclm'n; 590 na tercéi!1.<br />

arvore<strong>do</strong>leite.org


14 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />

. . . .<br />

. ... . . .<br />

3,5%<br />

em nosso País.<br />

. . . .<br />

EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO<br />

II ·<br />

CREME PARA CAFÉ -. Embora o<br />

uso <strong>do</strong> 'creme no' café seja niuito pouco<br />

conheci<strong>do</strong> em nosso meio, é interessan­<br />

te a divulgação das condições da obten-<br />

de Mesa<br />

com 3,6 %, e, 700 na quarta semana, com<br />

3,5 %. Nas bases <strong>do</strong> quadro anexo, qual<br />

c preço a ser pago pelo seu lei te ?<br />

Cremes<br />

,Creme para café e Creme-chantilly ção dêste. produto, que em resumo, são<br />

I<br />

Litros de leite Total de gordura<br />

. \<br />

Semana<br />

forneci<strong>do</strong>s quilos<br />

1.<br />

650<br />

3,5% .... ... . . . . . 22,750<br />

2.<br />

. , . . . .. . ... . 640.<br />

4,0% . . .. . . . ..... 25,600<br />

3."<br />

... . ... . 590<br />

3,6%<br />

. . . . 21,240<br />

. 4.<br />

700<br />

. . . . . . . ... . 24,500<br />

Total <strong>do</strong> mês<br />

2.580<br />

94,090<br />

Teor de g,ordura <strong>do</strong> leite forneci<strong>do</strong><br />

durante o mês:<br />

. 94,090 X 100<br />

3,64<br />

2.580<br />

Prço a ser pago por litro de leite cimal por corresponder a muito pouca<br />

== Cr$ 4,05 (desprezan<strong>do</strong> a segunda de- coisa) .<br />

A regulamentação vigente no País<br />

prevê duas variedades de creme: creme<br />

de mesa.e creme industrial. O primeiro<br />

se destina a consumo direto ou a apHcação<br />

em culinaria, e, o segundio, à fabricação<br />

de manteiga.<br />

Nos cremes de mesa estão previstos<br />

três. tipos:<br />

a) creme <strong>do</strong>ce - pasteuriza<strong>do</strong> e com<br />

acidez até 181lD;<br />

b) creme áci<strong>do</strong> - pasteuriza<strong>do</strong> e fermenta<strong>do</strong><br />

com fermentos seleciona<strong>do</strong>s,<br />

até 501lD, e<br />

c) creme estedliza<strong>do</strong> - esteriliza<strong>do</strong><br />

pelo cal!Q.r;<br />

biliza<strong>do</strong>r.<br />

as segúintes:<br />

Selecionar o leite ; desnatá-lo a 32-351lC<br />

regulan<strong>do</strong> a desnatadeira para creme<br />

ralo, com 25 % de gordura. Se fôr pre­<br />

C1S0 padronizar, empregar leite integral<br />

ótimo.· Pasteurizar mediante pré-aquecimento<br />

a 631lC e manutenção <strong>do</strong> creme a<br />

esta temperatura, com a meno,r agitação<br />

possível, por 30 minutos. Refrigerar,<br />

rapidamente, a 5\lC, de preferência, em<br />

refrigera<strong>do</strong>r de cascata (para evitar<br />

agitação). Homogeneização é indicada,<br />

antes da pasteurização, em casos de se<br />

observarem defeitos no creme - formação<br />

de camada infcrior, de lclte desnab.lClo<br />

ou leitelho,;<br />

vre" (oil ofO; presença de grumos de<br />

* * *<br />

gordura, etc. O creme para café deve<br />

2 . Compra <strong>do</strong> leite pelo gráu de limpeza.<br />

Um leite sujo não pode valer o mesmo<br />

que um leite limpo. To<strong>do</strong>s os queijeiros<br />

estão convenci<strong>do</strong>s mais vaier 1 litro de<br />

leite limpo que uma tonelada de leite<br />

sujo ou frauda<strong>do</strong>!<br />

padrão de azul de metileno em determina<strong>do</strong><br />

volume de leite (que fica to<strong>do</strong><br />

azul) e marcan<strong>do</strong>-se o tempo que levarú<br />

para descorar (fican<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> branc.a).<br />

<strong>Leite</strong> limpo, não ten<strong>do</strong> sujeiras, ter:)<br />

poucos micróbios e assim, levará muito<br />

tempo (de 3 a 5 horas) para descorar.<br />

Para to<strong>do</strong>s êsles tipos está previsto o<br />

teor mínimo de 25 % de gordura.<br />

Verifica-se que, em consequência da<br />

nossa falta de tradição no consumo de<br />

creme em natureza, de um la<strong>do</strong>, nossá<br />

lcgislaço é incompleta, e, de ,outro,<br />

nossos industriais não têem prepara<strong>do</strong><br />

Sf'r manti<strong>do</strong> em geladeira, entre 5 e 71lC.<br />

Um bom creme para café deve atender<br />

ao seguinte:<br />

1 - embalagem atrativa;<br />

2 nenhuma sedimentação visivel.<br />

Ausência de gaseificação ou estufamenta;<br />

A prova mais fácil de se determinar<br />

o gráu de limpeza <strong>do</strong> leite é a da redutase.<br />

Este é um enzima <strong>do</strong>s micróbios<br />

da sujeira contida no leite. Avalia-se sua<br />

quantidade misturan<strong>do</strong>-s'e<br />

TEMPO DE DESCORAMENTO<br />

20 a :30 minutos<br />

30 minut,os a 1 hora -<br />

1 hora a 2,30 horas<br />

2,30 a 3,30 horas<br />

Qualquer fiscal de leite sabe realizai'<br />

C'sta prova e a explicará detalhadamentc<br />

ao industrial interessa<strong>do</strong> em executá-la.<br />

Para fins práticos, a classificação <strong>do</strong><br />

leite é a sguinte:<br />

CLASSIFICAÇÃO<br />

<strong>Leite</strong> péssimo. Só sC'rvirá p:lra desnate.<br />

Preço <strong>do</strong> leite - no máximo o da quantidade<br />

de gordura que contivC'I', na base<br />

de Cr$ 50,00 o kg. de matéria gorda,<br />

mais Cr$ 0,50 por litro <strong>do</strong> leite desnata<strong>do</strong><br />

que tiver aproveItamento.<br />

r .. eite aceitável para queijos mediant<br />

boa pasteurização. Dificilmente dará<br />

queijo de primeira. Descontar Cr$ 0,20<br />

.<br />

por litro.<br />

<strong>Leite</strong> bom para queijos - preço normal.<br />

<strong>Leite</strong> para consumo ou para leITe em pó.<br />

Preço normal.<br />

prodUtos que possam ter grande consumo.<br />

Daí as falhas que se observam nos<br />

cremes comuns, tanto na fase de produção,<br />

como no eomércio e no consumo.<br />

No intuito de afastar estas falhas, a<br />

seguir resumimos da<strong>do</strong>s tecnológicos<br />

colhi<strong>do</strong>s em literatura de países tradicionais<br />

neste assunto, que poderão<br />

orientar os fabricantes de creme, em<br />

nosso meio, de mo<strong>do</strong> a se obterem melhores<br />

produtos.<br />

TÉCNOLOGIA DOS CREMES<br />

Os cremes de mesa podem ser classifica<strong>do</strong>s<br />

em duas variedades:<br />

a) creme para café - para ser toma<strong>do</strong><br />

dilui <strong>do</strong> em café quente, c,<br />

b) creme "chantilly" - isto é creme<br />

bati<strong>do</strong> em condições especiais.<br />

3 - ausência de leitelho ou de leite<br />

desnata<strong>do</strong> no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> frasc,Q;<br />

4 - ausência de grumos de gordura<br />

vatida, ou de espuma, na superfície;<br />

5 - cheiro e g.ôsto uma solução<br />

p<strong>do</strong>s. Ausência ele fermentação ou de<br />

lIualquer defeito no paladar;<br />

6 - máxima viscosidade. Consistência<br />

cremQ.sa homogênea;<br />

7 - máxima habilidade de se dissolver<br />

no café, colorin<strong>do</strong>-o bem.<br />

8 - ausência de gordur:::J. livre ("oiling<br />

off") ao se dissolver no café;<br />

9 - ausência de grumos ou de particuIas<br />

coalhadas ("feathering") ao se<br />

ttssolver no café quente;<br />

10 baixa acidez, sem neutralização;<br />

11 - baixa contagem bacteriana, e,<br />

12 - teor de gordura entre 20 e 25 %.<br />

Mais de 3,30 horas -<br />

<strong>Leite</strong> ótimo para qualquer produto. Dal'<br />

Êstes produtos. correspondem, respe­<br />

gratificação 'de Cr$ 0,20 a Cr$ 0,30 por<br />

litr.o. ..<br />

ctivamente, ao "coffee-cream" e 'whipping<br />

cream"


16 , JANEIRO '<br />

seu teor de gordura deve ser entre<br />

3G e 40%;<br />

eleve apresentar boa visco.sidade:<br />

- não pode ser homogeneizaclo (ruptu-'<br />

ra de glo:bulos de gordura). Uma vez<br />

rompi<strong>do</strong>s os jlobulos, não mais<br />

poderá "bater", nem darú, man teiga;<br />

deve estar matura<strong>do</strong>, no momento<br />

da ' bateção, por 24 horas, no nU 11lmo,<br />

e à temperatura ele 2 a 5QC ,<br />

Isto' solidifica a g:onlura; elimiui 'J<br />

tempo ele bateção e elá maior estahilidade<br />

ao "chan tilly" .<br />

No mento de bater, o creme deve estar<br />

frio, isto é, 5QC no máximo.<br />

PRBPARO DO CREME "CHANTILLY",<br />

O creme "chantilly" nada mais é <strong>do</strong><br />

que creme ótimo bati<strong>do</strong> em condições<br />

especiais, as quais permitem quc a gOl':"<br />

dura, as proteinas e água se disponham<br />

em fina película ao re<strong>do</strong>r dc bôlhas de<br />

ar que é incorpora<strong>do</strong> ao ereme durant<br />

a batida, fazen<strong>do</strong>-o crescer; A formação<br />

da "espuma" e a firmeza da ' massa depende<br />

de vários fatores, tais como :<br />

temperatura elo creme, teor de gordúra,<br />

quantidade batida, velücielaele ela bateção,<br />

etc.<br />

r'"'' ,., ., .<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

...<br />

...<br />

...<br />

<br />

<br />

. ,. 'u, ,.". ,., ,., . , •• '·;'·:'''H::·:<br />

:.: :.: :.: : +: :+: :.: :+: :·<br />

o MELHOR<br />

F A B R I C A Ç Ã O<br />

A<br />

,<br />

FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />

Assim, os pontos a Sel!em observa<strong>do</strong>s<br />

no preparo <strong>do</strong> "chantilly" são os seguintes:<br />

1 - creme de qualidades ótimas, com<br />

36 a 40% de gordura, matura<strong>do</strong>,<br />

no mínimo por 24 hotas, a 5'1C.<br />

2 - hater em vasilha própria, esterilizada,<br />

estan<strong>do</strong> ela e o batecl:ot ü<br />

temperatura de 5QC;<br />

3 - manter durante a bateção a , tem-<br />

peratura de 5Q,C ;<br />

4 - bater em pequenos volumes - de<br />

0,12 a 0,5 litros, por vez, e nas<br />

quantidades destinadas' a pronto<br />

consumo;<br />

5 ,- bater de pressa, de preferênci:.l,<br />

com bate<strong>do</strong>r de dupla ale ta, de<br />

120 a 200 rotações por minuto ;<br />

levará de 2,5 a 10 minutos;<br />

G bater até obtenção dc massa fi_o<br />

na, porém, não superbater.<br />

Várias substâncias podem ser adicionadas<br />

ao creme, antes de hater, melhoran<strong>do</strong><br />

o paladar (aroma e gôsto) ou<br />

dan<strong>do</strong> mais estabilidade. Estas substâncias<br />

podem ser: vanilina ; açúcar (de 5<br />

C! 10%), viscogeno (sucrato de cál<strong>do</strong>,),<br />

aIginato de sódio, gelatina (até 0,35 %),<br />

L : :.:;+:<br />

leite desnata<strong>do</strong> em pó (até G %), elc.<br />

:+: :+ ' ,.<br />

,.,., .• ;, •• "".""." '''''''.'. ''''''''''. '.'. '''']<br />

A<br />

COALHO EM Pó<br />

D E<br />

D I N A M A R Q U S A<br />

A' venda na CIA' FABIO BASTOS,. Comércio e Indústria<br />

<br />

e em todas as casas <strong>do</strong> ramo<br />

<br />

<br />

<br />

e l A. FA.B IO BASTOS i<br />

<br />

RIO DE JANEIRO --:- Rua Teófilo otoni, 81<br />

SAO PAULO - Rua Florêncio de Abreu, 828 ,"".:! !<br />

BELO, HORIZONTE - Rua Tupinambás, 364<br />

"<br />

<br />

JUIZ DE FORA - Rua HaHeld, 399<br />

<br />

. <br />

CURITIBA - Rua Dr. Murici, nOs. 249 j2!l3 <br />

PORTO ALEG;RE - Av. Julio dJe Castllhos, 30<br />

"<br />

i<br />

.. ::+:':+, :0,':+::,,,:::+:':+,':+:::+: :+: :+:-:0: :+:-:+::.::+: :+:-:+:-:+:-:+:.:+:::+:':+: :+:-:+: :.: :+:-:+: :+: :+::+::.; :.;-:.::.: :.: :.::+: :.:,:+,':+,':.:'1+: :+; :+; :+: :+:


18 .JANEIRO<br />

cálcio e vitaminas i ndispensáveis à vida<br />

<strong>do</strong> novo sêr que se forma, dan<strong>do</strong>-lhe<br />

imediatamente após o parto a amamentação<br />

exigida, pelo estímulo à secreção<br />

láctea.<br />

Daí a falta que faz o leite na alimen­<br />

tação diária, não se justifican<strong>do</strong> o descaso<br />

em que é ti<strong>do</strong> , mesino, porque, ainda<br />

pode ser destaca<strong>do</strong>, consideran<strong>do</strong>­<br />

Sl'-O em relação aos demais alimentos,<br />

um <strong>do</strong>s mais baratos .<br />

O 'queijo e a manteiga, como deriva­<br />

va<strong>do</strong>s, têm tambem sua valorização des-<br />

FEVEREIRO EX-FELCTIANO'<br />

tacadà, atenden<strong>do</strong> iIielusive às exigências<br />

<strong>do</strong>s paladares mais ,o,riginais, pelas<br />

diversas formas e sabores como podem<br />

ser feitos.<br />

Cuida<strong>do</strong> especial, ,deverá,. merecer a<br />

industrialização elo leite ' 'e ' deriva<strong>do</strong>s.<br />

pela possibilidade de . cOlltaminaç'ão<br />

comprovàda .<br />

Descle ,à simI>les pasteurização até o<br />

complexo leite em pó, será indispensavel<br />

a ab so,luta e rigorosa inspeção para<br />

uma completa higienização, para que<br />

seja atingi<strong>do</strong> o objetivo econômico <strong>do</strong><br />

bem estar social.<br />

(asa 8adaraco Indústria e Comércio Limitada<br />

Apresenta<br />

a última<br />

palavra em<br />

Refriger ação<br />

'Industrial e<br />

Comércial<br />

Resfria<strong>do</strong>r para leite<br />

Instalações Frigoríficas, CUmaras, Sorveteiras, Balcões Frigoríficos, Geladeiras paira<br />

Açougue, Hotéis, Restaurantes e Bares em geral, Refrigera<strong>do</strong>res Comerciais e Domésticos.<br />

Máquinas para Café, Estufas p3.ra Pastéis, Vitrinas, Balanças automáticas, Corta<strong>do</strong>res<br />

de Frios e Regula<strong>do</strong>res de voltagem.<br />

RADIOS DE DIVERSAS MARCAS IMPORTAÇãO E EXPORTAÇãO<br />

LOJA: Avenida Getúlio Vargas, 367 - Fone, 1620 - End. Telegr. "BADARACO "<br />

FABRICA: Avenida Coronel Vidal, 458 - Fone, 5967<br />

JUIZ DE FORA - MINAS - BRASIL<br />

,:.,';0; :.;:


20 JANEIRO ,- FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />

PRODUÇÃO E COl'fSUMO DE LEITE<br />

NO BRASIL<br />

To<strong>do</strong>s os estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s entre nós,<br />

no setor da nutrição, têm ressalta<strong>do</strong> o<br />

baixo índice de consumo de leite, proclaman<strong>do</strong><br />

a necessidade de se elvar a<br />

produção e incrementar seu consumo. Se<br />

países como a Noruega, a Bélgica, a Aus<br />

tria e a Finlândia consomem, respectivamente,<br />

430, 395, 300 e 294 quilogramos<br />

de leite, "per capita", em um ano a média<br />

nacional não ultrapassa 17 quilogra_<br />

gramos. Ainda mais. Os mais eleva<strong>do</strong>s<br />

índices de consumo entre nós são encontra<strong>do</strong>s<br />

nas capitais, sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>s mais bai<br />

xos e, muitas vêzes, inexistente, o consumo<br />

no interior. Mesmo assim, Pôrto<br />

Alegre e Belo Horizonte, cidades que<br />

apresentam índices de consumo de leite<br />

mais eleva<strong>do</strong>s no Brasil; não ultrapassam<br />

80 e 76 quilogramos, respectivamente. E<br />

os órgãos governamentais, encarrega<strong>do</strong>s<br />

da saúde pública são os primeiros a acon_<br />

selhar e empreender campanhas pelo aumento<br />

de consumo <strong>do</strong> produto. E, se assim<br />

é, os demais responsáveis pela coisa<br />

pública não podem fugir ao dever de ·<br />

procurar incrementar a produção dêste<br />

produto. Não podemos admitir, aqui, medidas<br />

protelatórias ou de superfície. Torna-se<br />

necessário medidas de base, com<br />

a devida profundidade para uma solução<br />

definitiva. Não podemos descurar da<br />

saúde das gerações futuras, pois que estas<br />

não poderão ser denigridas se vierem<br />

a apontar nossa in cúria, e nossa responsabilidade<br />

pela manutenção de um<br />

esta<strong>do</strong> de coisas capaz de solapar as bases<br />

da organização social.<br />

A produção leiteira <strong>do</strong> Brasil tem cresci<strong>do</strong><br />

continuamente, se bem que seu desenvolvimento<br />

se processa ainda em ritmo'<br />

mais lento <strong>do</strong> que seria de se desejar.<br />

E, isto, ante tôda a sorte de dificuldades<br />

encontradas pelo produtor, seja no que<br />

concerne a produtos essenciais à alimentação<br />

<strong>do</strong> ga<strong>do</strong>, aos preços eleva<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

mesmos, . à. regularização <strong>do</strong>s tni.nsportes,<br />

ao eleva<strong>do</strong> custo <strong>do</strong>s implementos e até<br />

mesmo quanto aos preços pouco compensadres<br />

quan<strong>do</strong> da venda de produto. Pois<br />

que, se to<strong>do</strong>s aquêles elementos oneram<br />

de muito o seu custo de produção, o<br />

reajuste <strong>do</strong>s preços de venda encontra<br />

obstáculos de tôda ordem, ante as campa_<br />

nhas demagógicas que a essencialidade <strong>do</strong><br />

produto permite empreender. A infhção<br />

é elemento de proa tôda vez que se<br />

trata de defender o acréscimo de salários<br />

e <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong>s produtos industriais<br />

<strong>do</strong> meio urbano. Mas, a desvalorização<br />

monetária não é admitida como ar _<br />

gumento sempre que se trata' <strong>do</strong> reajuste<br />

de preços <strong>do</strong> leite, ou de seus deriva<strong>do</strong>s,<br />

ou ainda mesmo, <strong>do</strong> produto industrializa<strong>do</strong><br />

N este momento, nos esquecemos<br />

de que o produtor tem sua atividade como<br />

fonte de renda e, quase sempre, co­<br />

·mo única fonte de renda.<br />

Hoje, o rebanho bovino l:iteiro nacional,<br />

' segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s -da Comissão N acionaI<br />

de Pecuária <strong>Leite</strong>ira, é estima<strong>do</strong> em<br />

cêrca de 13 'milhões de cabeças, representan<strong>do</strong><br />

perto de 20% <strong>do</strong> rebanho brasileiro.<br />

Sua produção é da ordem de 4<br />

bilhões de quilogramos, anualm2nte. No<br />

entanto, as regiões produtoras não encontram<br />

merca<strong>do</strong> para a totalidade de<br />

sua produção.<br />

E êste produto apresenta características<br />

muito particulares. Sua pequena capacidade<br />

de resistência ao tempo, colocan<strong>do</strong>-o<br />

na classe de elementos altamente<br />

perecíveis, bem como tôdas as exigências<br />

muito naturais, ligadas . à saúde pública,<br />

para o seu consumo, impedem a estocagem<br />

ainda a curto prazo, como sucede<br />

com quase to<strong>do</strong>s os outros. Assim sen<strong>do</strong>,<br />

a sua industrialização, ou seja, a<br />

transformação <strong>do</strong> produto, quan<strong>do</strong> toma<br />

a forma em pó, já desidrata<strong>do</strong>, é um<br />

imperativo. Aliás, em tôda nação que<br />

evoÍui o consumo <strong>do</strong> leite · em pó cresce<br />

continuamente, pois que é uma exigência<br />

da própria civilização, desde que<br />

determina<strong>do</strong> povo mantenha um desejável<br />

padrão alimentar. Não há como fugir<br />

a êste fato, de vez qu não existe<br />

outra forma de abastecer regiões não<br />

produtoras, ou que produzem aquem das<br />

necessidades <strong>do</strong> consumo.<br />

No Brasil vamos encontrar o Nordes-<br />

. te, cujà pródução está muito aquem de<br />

suas reais necessjdades·, ·satisfazen<strong>do</strong> as<br />

exigências <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, em cêrca de <strong>do</strong>is<br />

terços, com leit d!:'sidrata<strong>do</strong> reconstituí<strong>do</strong>;<br />

Pôrto Alegre, cuj a bacia ' leiteira<br />

não produz o suficiente distribui duran-<br />

EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO !U<br />

te 9 meses <strong>do</strong> ano, 5 toneladaq diãrias<br />

<strong>do</strong> produto nesta forma.<br />

Ninguém nega a preferência <strong>do</strong> mer­<br />

ca<strong>do</strong> pelo produto "in atura" , mas desde<br />

que a satisfação desta ne e sid de s tor­<br />

ne impossível, é uma eXlgencla 111tro­<br />

dução de outro méto<strong>do</strong> de aQas . teclmen o.<br />

E êste é inevitável. A indústrIa <strong>do</strong> leIte<br />

e:n pó é, pois, uma resultante <strong>do</strong> pro­<br />

gresso . .<br />

Por outro la<strong>do</strong>, alguns pontos rela­<br />

tivos às causas ' <strong>do</strong> baixo .. consumo <strong>do</strong> lei­<br />

te no Brasil não podem ser esqueci<strong>do</strong>s,<br />

antes de entrarmos no tema . central.<br />

Sempre que se fala <strong>do</strong>s baixos níveis<br />

de consumo <strong>do</strong> leite no ' Brasil, toma-se<br />

motivo único o seu preço de merca<strong>do</strong>.<br />

Nada mais errôneo. O leite é produto<br />

essencial. Seus preços não podem, e to<strong>do</strong>s<br />

nós reconcemos't constituir resultante<br />

.. de manobras especula<strong>do</strong>ras. Mas,<br />

uma verdade precisa ser dita: nunca o<br />

produtor nacional se lançou em campanhas<br />

destinadas a tornar () preço <strong>do</strong> leite<br />

resultante de especuliaço. Quandq<br />

êle se pronuncia no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> aumento<br />

de preços é porque chegou ao limeite<br />

máximo de resistência. É porque sua<br />

atividade está ameaçada _de __ ,.paraliza_<br />

ção. É porque o seu "meio de vida" já<br />

não mais atende às suas reais necessidades.<br />

Em Belo Horizonte, o preço de venda<br />

<strong>do</strong> leite para o consumi<strong>do</strong>r era, em 1949,<br />

de Cr$ 2,60, representan<strong>do</strong> duas h ' )ra,--;<br />

e dezenove minutos de trabalho; o produtor<br />

somente recebia Cf- 1,70, por litro.<br />

Já em 1956, com ·os produtos dirigin<strong>do</strong> a<br />

Cooperativa Central, o preço de venda<br />

para o consumi<strong>do</strong>r atingira Cr$ 9,53 por<br />

litro, representan<strong>do</strong> quarenta e um mi­<br />

nutos de trabalho, na base <strong>do</strong> salário<br />

mínimo; e o produtor recebia Cr$ 5,56.<br />

E, se houve desvalorização monetária,<br />

não foi acrescida, no entanto, a partici­<br />

pação <strong>do</strong> produtor, proporcionalmente à<br />

de 1949. E, proporcionalmente ao tem­<br />

po de trabalho dispendi<strong>do</strong> para a aqui­<br />

sição de um litro, aumentou . o poder<br />

aquisitivo <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.<br />

Ante isso, não nos podemos mais descurar<br />

da educação <strong>do</strong> público no senti:..<br />

<strong>do</strong> <strong>do</strong> consumo <strong>do</strong> produto. Êste tem<br />

si<strong>do</strong> um elemento pouco nota<strong>do</strong> mas<br />

da mais alta importância no baixo ' índi-<br />

digitaliza<strong>do</strong> por<br />

ce de consumo. Até mesmo nas Capitais,<br />

dentro de famílias que têm pelo menos<br />

um bom poder aquisitivo, o corsumo<br />

tem si<strong>do</strong> descura<strong>do</strong>. Seja por negligên­<br />

cia, seja por falta de ábitos alimentares<br />

sadios. Sabemos to<strong>do</strong>s nós que grande<br />

parte de nossa alimentação não satisfaz<br />

às reais necessidades <strong>do</strong> organismo, pe..:<br />

la falta de educação <strong>do</strong> consUmi<strong>do</strong>r que<br />

não sabe escolher produtos realmente<br />

necessários e 'mantem hábitos dietéticos<br />

desaconselháveis. Os nutricionistas têm<br />

revela<strong>do</strong> êste fato por várias vêzes. E O'<br />

leite está dentro daquele quadro de<br />

produtos que mUita vez são despreza<strong>do</strong>s<br />

por desvirtuamento das preferências.<br />

Torna-se necessário, pois, o empreendimento<br />

de campanhas educativas também<br />

para os adultos e não somente para<br />

as crianças, como se tem feito nas esco..:<br />

las e nos postos de puericultura. b produtor<br />

não negará sua aj uda . e estas<br />

campanhas, uma vez que tem to<strong>do</strong> o interêsse<br />

no incremento <strong>do</strong> consumo <strong>do</strong><br />

produto.<br />

Isto posto, paSS2mos ao tema principal.<br />

A INDÚSTRI)\. DO ' l.EITE EM Pó NO<br />

BRASVI..<br />

A indústria <strong>do</strong> leite em pó surgiu, entre<br />

nós, depois de 1930, ten<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong><br />

seu rítmo de desenvolvimento no após<br />

guerra.<br />

Hoje, contamos com 11 unidades em<br />

plena fase de ' produção, com capacidade<br />

para 44.011 toneladas anuais (360.000.000<br />

litros), sen<strong>do</strong> que mais três iniciaram<br />

ou devem iniciar, dentro em pouco, suas<br />

atividades, levan<strong>do</strong> a capacidade de<br />

produção para 54.572 toneladas anuais<br />

(446.600.000 de litros).<br />

Somente entre 1945 e 1956 a produção<br />

foi acrescida em dezoito vêzes. Sua<br />

produção tem permiti<strong>do</strong> o abastecimento<br />

<strong>do</strong> Nordeste em cêrca de · <strong>do</strong>is terços<br />

<strong>do</strong> total <strong>do</strong> leite alí consumi<strong>do</strong>, juntamente<br />

com o produto importa<strong>do</strong>. E, notemos<br />

bem, esta é uma das regiões onde<br />

pràticamente não se consumia o produto,<br />

surgin<strong>do</strong> a indústria como fator<br />

da mais alta valia para a alimentação e<br />

recuperação <strong>do</strong> homem nordestino. Acredita.mos<br />

que os da<strong>do</strong>s são muito mais<br />

eloquentes <strong>do</strong> que nós. Que êle,s falem<br />

portanto.<br />

arvore<strong>do</strong>leite.org


22 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />

o consumo nacional, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> Conselho de Desenvolvimento, que<br />

assessora o senhor Presidente da República,<br />

foi eleva<strong>do</strong> de 9.312 toneladas, em<br />

1950, para 33.541 toneladas, em 1956.<br />

A produção nacional que era, em 1950,<br />

de 7.818 toneladas, foi elevada para<br />

23 .240 ton2ladas em 1956,. ,ten<strong>do</strong> a<br />

diferença existente entre o consumo total<br />

e a produção de ·nossos indústrias,<br />

si<strong>do</strong> coberJa pela importação. Ressaltese,<br />

no entanto, que da importação de<br />

perto de 10. 000 toneladas em 1956, somepte<br />

3.824 o foram pelo comércio,<br />

ten<strong>do</strong> 6.477 toneladas si<strong>do</strong> objeto de importação<br />

por parte da FISI ou de organizações<br />

religiosas.<br />

QUADRO DA PRODUÇÃO E CONSU­<br />

MO NO BRASIL ELABORADO PELO<br />

CONSELHO D - E DE!ENVOL VIMENTO<br />

Nos da<strong>do</strong>s que apresentamos existe<br />

uma divergência entre o que apontamos<br />

como capacidade de produção da indústria<br />

e a produção apontada pelo Conselho<br />

de Desenvolvimento. Esta é fàcilmente<br />

explicável. Estas indústrias não<br />

vêm operan<strong>do</strong> em rítimo normal, como<br />

os Sindicatos representativos de Minas<br />

Gerais, São Paulo e Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio fizeram<br />

sentir ao Conselho de Desenvolvimento,<br />

uma vez que a grande estocagem,<br />

provocada pela importação contínua<br />

sem considerações para com o<br />

acréscimo de nossa capacidade de produção,<br />

não lhes permite produção normal.<br />

Assim sen<strong>do</strong>, a produção <strong>do</strong> corrente<br />

ano. está prevista para 32.000 toneladas,<br />

consideran<strong>do</strong>-se a produção das<br />

novas emprêsas.<br />

Aqueles SindicatOii estimaram os estoques<br />

existentes em cêrca de 8.270 toneladas,<br />

além daqueles provenientes da<br />

importação.<br />

O próprio Presidente da COF AP declarou<br />

em entrevista à imprensa desta<br />

Capital que, visitan<strong>do</strong> uma indústria,<br />

verificou a existência<br />

'<br />

de "grandes estoques".<br />

No entanto, êle próprio determinou a<br />

importaçã.o de dz mil toneladas de leite<br />

em pó deverão estar no Brasil até<br />

setembro. As dez mil toneladas que ge<br />

pretende importar, têm uma correspondente<br />

estocagem nó Brasil. Como justificar<br />

a importação?<br />

A IMPORTAÇÃO DO LEITE EM Pó<br />

O leite em pó é produto industrial.<br />

Exige tratamento, investimento eleva<strong>do</strong><br />

e, por conseguinte, remuneração <strong>do</strong> ca­<br />

pital invertida, mão de obra, embala­<br />

gem, etc. Como então esperar que seu '<br />

preço de venda se assemelhe ao de pro­<br />

duto 'in .natura?"<br />

Já demonstramos que a indústria <strong>do</strong><br />

leite em pó é uma exigência de um desenvolvimento<br />

normal, da mesma maneira<br />

que uma eXlgencia <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

To<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> que não pode consumir<br />

o produto "in natura" recebe, e, digase<br />

de passagem, muito bem, o produto<br />

em pó, mesmo saben<strong>do</strong> que seu preço é<br />

mais eleva<strong>do</strong>.<br />

Esta indústria, por outro la<strong>do</strong>, surge<br />

como complementação da atividade pecuária<br />

produtora de leite, permitin<strong>do</strong><br />

que o produtor receba, de outras fontes,<br />

elementos garantin<strong>do</strong>res de melhor remuneração,<br />

com tôda a gama de reflexos<br />

positivos na melhoria de seu rebanho,<br />

no acréscimo da produtividade <strong>do</strong><br />

mesmo e, consequentemente, aumento<br />

da produção nacional. Tu<strong>do</strong> isso, tornase<br />

necessário afirmar, sem ônus para os<br />

cofres públicos.<br />

O exemplo da Cooperativa Central<br />

<strong>do</strong>s Produtores de <strong>Leite</strong> é bem significativo<br />

a êste respeito c solicitamos permissã.o<br />

para relatá-lo.<br />

Os produtores de leite da bacia leiteira<br />

de Belo Horizonb tomaram o contrôle<br />

daquela Cooperativa, mediante convênio<br />

com o Govêrno <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, em<br />

149. Até aquela época, eram freqüentes<br />

as crises de abastecimentos de leite<br />

à população da Capital mineira. Pois<br />

bem, hoje o consumq de leite atinge<br />

mais de 25 milhões de litros, contra 16<br />

milhões naquele primeiro ano; e não existem<br />

problemas de abastecimento. As instalações<br />

entregues pelo Govêrno foram<br />

modernizadas, ampliadas; o sistema de<br />

distribuição foi aperfeiçoa<strong>do</strong> e o produtor<br />

hoje está melhor remunera<strong>do</strong>, sem<br />

maiores reflexos no preço de venda <strong>do</strong><br />

produto. E, isto, porque instalou-se unidades<br />

destinadas ao aproveitamento <strong>do</strong>s<br />

sub-produtos, tais como fábrica de manteiga,<br />

etc. E, em vista da elevação da<br />

produção, muito acima <strong>do</strong> nível de con-<br />

EX-FELCTIANO JANEIRO<br />

sumo, instalou-s2 em Sete Lagoas uma<br />

unidade transforma<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> sobrante em<br />

leite em pó, visan<strong>do</strong> o abastecimento de<br />

locais onde o produto "in natura" não<br />

pode ser leva<strong>do</strong> em condições desejáveis.'<br />

A contribuição <strong>do</strong>s coopera<strong>do</strong>s - um tostão<br />

por litro de leite - no início das<br />

operações, fêz com que a arrecadação<br />

se elevasse a Cr$ 180 411,00 em 1951, e<br />

em 30 de junho de 1957 atingisse Cr$<br />

26 325 308,00.<br />

Com isto, a Cooperativa Central trata,<br />

atualmente, 90 000 lltros diàriamente,<br />

e projeta construir uma outra unidade<br />

que lhe permitirá tratar 200 000 litros;<br />

a Fábrica de <strong>Leite</strong> em pó iniciou<br />

suas atividades em março <strong>do</strong> corrente<br />

ano e já participa <strong>do</strong> abastecimento de<br />

leite em pó de Pôrto Alegre com mais<br />

de 90 toneladas.<br />

Êste é um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da integração<br />

industrial com o setor rur.al. Esta<br />

tem si<strong>do</strong> a origem e as. finalidades das<br />

indústrias de leite em pó ou desidrata<strong>do</strong>.<br />

Contribuiçã,o para o desenvolvimento<br />

industrial <strong>do</strong> País, melhor amparo ao<br />

produtor e incentivo ao consumo de alimento<br />

básico como o leite.<br />

Ainda mais. A indústria <strong>do</strong> leite em<br />

pó tem propicia<strong>do</strong> ao produtor, de maneira<br />

positiva, a melhoria <strong>do</strong> tebanho<br />

como afirmamos acima. Isto, porque, em<br />

virtude das Usinas não poderem aceitar<br />

maior volume da produção, desde que uL<br />

trapassa<strong>do</strong> sua capacidade de operação,<br />

quitas- devem ser dadas aos produtores,<br />

proporcionalmente à sua produção. Se esta<br />

aumenta e não existe merca<strong>do</strong> próximo,<br />

é destruída ou destinada aos animais,<br />

ante a natureza <strong>do</strong> produto. Mas, existin<strong>do</strong><br />

a indústria <strong>do</strong> leite em pó" o produtor<br />

pode entregar tôda a sua produção,<br />

receben<strong>do</strong> em troca um correspondente<br />

elemento financeiro, capaz de lhe<br />

propiciar meios destina<strong>do</strong>s ao trato devi<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> ga<strong>do</strong> durante o perío<strong>do</strong> da sê-<br />

. ca. Êste trato proporciona produção mais<br />

ou menos !equilibrada durante o ano<br />

': to<strong>do</strong>, com enorme reflexo no' montante<br />


24 JANEIRO --:- FEVERE:IRO EX-EELCTIANO<br />

Aspectos ' <strong>do</strong> Abastecimentos de Leie e Lacticinios em<br />

(Discurso pronuncia<strong>do</strong> no Ro­<br />

tary Club de Belo Horizonte, em<br />

17 7 - 57) .<br />

Roberto E. F. \VerIleck<br />

A gentileza e fidalguia d,o· nosso velho<br />

amigo ' Laércio Garcia Nogueira, que<br />

é hoje o presidente desté Club, propiciou-nos<br />

o ensêjo, que para nós é suniamente<br />

grato, de neste contato com os<br />

homens que são expoentes das suas Pf'lOfissões,<br />

expôr alguns aspectos <strong>do</strong> abas·<br />

tecimento da nossa Capital naquele se<br />

tor que nos foi confia<strong>do</strong>.<br />

Para que um abastecimento seja bom<br />

êle deve se revestir de características<br />

que lhe dêem capacidade ele atender ü<br />

tempo, tôdas as solicitações elo consu<br />

mo. Para tal impõe-se um sistema que<br />

a,o la<strong>do</strong> de um fluxo permanente, ele uma<br />

corrente regular <strong>do</strong>s produtos, disponha<br />

de estocagem capaz el e atender (lurante<br />

um certo perío<strong>do</strong>, às necessidades<br />

da população. Deverú haver sempre,<br />

uma estócagem de que se possa (lispôr ,<br />

lôda vêz que o fluxo de suprimento sofra<br />

redução ou paralização. Tratan<strong>do</strong>-se<br />

el e produtos capazes de suportar armazenamento,<br />

é suficiente que nas regiões<br />

ele produção seja feita a primeira estócagem,<br />

que se organize um sistema de<br />

transportes, que leve ao centro distribui<strong>do</strong>r<br />

ou de consumo, as quantidades<br />

que são desfalcadas nos estóques f'Ürma<strong>do</strong>s<br />

nesses centros .<br />

Si entanto, nos ocupamos de gêneros<br />

perecíveis que devem ser da<strong>do</strong>s ao consumo,<br />

em curto prazo, o esquema tem<br />

'de ser modifica<strong>do</strong>, de tal sorte que o<br />

produto seja conduzi<strong>do</strong> ao centro con­<br />

sumi<strong>do</strong>r, com presteza e regularidade, e<br />

uma vez lá chega<strong>do</strong> deve sGr imediata­<br />

mente distribuí<strong>do</strong>.<br />

Sen<strong>do</strong> a produção cíclica e as colhei­<br />

tas se fazen<strong>do</strong> uma -nu duas vêzes no<br />

ano, é indispensável a armazenagem,<br />

pois, ,na sua ausência não haverá possi­<br />

bilidade de suprir às populações. Si os<br />

Belo, Horizonte<br />

gêneros são perecíveis, a armazenagem<br />

só é possível com cuida<strong>do</strong>s espeCIaIS,<br />

que podem determinar modifi'eações das<br />

, caracteristicas primitivas <strong>do</strong> produto, as<br />

quais algumas vêzes, é possível restabelecer<br />

na ocaSIU


26 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />

ço que se aproxime daquele pelo<br />

qual é paga a quota de consumo" .<br />

"os estu<strong>do</strong>s estão sen<strong>do</strong> feitos c<br />

esperamos que por ocasião da<br />

Assembléia Geral a realizar-se em<br />

abril, nos seja . possível apresen­<br />

tar aos Snrs. Coopera<strong>do</strong>s, ele­<br />

mento.s mais concretos a respeito<br />

'<strong>do</strong> empreendimento" .<br />

Esta é a genese da fábrica que, localizada<br />

em Sete Lagôas, começou a produzir<br />

leite em pó, em 7 de março de<br />

1957.<br />

Foi feita com fun<strong>do</strong>s provenientes,<br />

exclusivamente da economia forçada<br />

<strong>do</strong>s produtores, cuja arrecadação inicial<br />

feita em ,outubro de 1951, atingiu a 'Cr$<br />

180.411,00 e já totalizava em 30 de junho<br />

de 1957, Cr$ 26.325.308,50. .<br />

O empreendimento coloca o abastecimento<br />

da população de Belo Horizonte<br />

dentre os de maior segurança no BrasiL<br />

O órgão que é responsável pelo servi ..<br />

ço - a Coo'perativa ' Central - ter!Í<br />

sempre ao seu dispôr um substancial<br />

volume de leite in-natura para ocorrer<br />

às eventuais vadações no volume dià­<br />

riamente envia<strong>do</strong> à Uzina Central, para<br />

distribuição.<br />

-- Pode agora, a Cooperativa Central<br />

empreender ampla campanha para au­<br />

mento de consumo. Por outro lad,o"<br />

ten<strong>do</strong> o produtor possibilidade de en­<br />

tI'egar qualquer volume, cujo, preço mé­<br />

dio é' mais eleva<strong>do</strong> que anteriormente,<br />

pode ter a necessária tranquilidade pa­<br />

ra se dedicar à árdua tarefa de melho­<br />

rar a prod,utividade <strong>do</strong>, seu rebanho,<br />

aperfeiçoan<strong>do</strong> seus méto<strong>do</strong>s de trabalho,<br />

atingin<strong>do</strong> aqueles objetivos tão preconi­<br />

sa<strong>do</strong>s pelos que desejam uma melhoria<br />

geral das condições de vida no país: '<br />

produzir racionalmente, a custos<br />

mais baixos, para vender barat,o"<br />

auferin<strong>do</strong> lucros compensa<strong>do</strong>res.<br />

No corrente ano, estamos realizan<strong>do</strong><br />

um trabalho de racionalização da cUstribuição,<br />

sen<strong>do</strong> de assinalar que nos<br />

seis primeiros mêses <strong>do</strong> ano já distribuimos<br />

mais 583.731 litr,os que em<br />

igual perío<strong>do</strong> de 1956.<br />

Pelo último relatório se pode verificar<br />

que, durante to<strong>do</strong>. o ano de 1956, a<br />

distribuição foi maior <strong>do</strong> que no ano de<br />

1955, em apenas 347.374,75 litros. Neste<br />

ano a distribuição média diária se<br />

expressa:<br />

Janeir,Q.<br />

Fevereiro .. .. ... .. .<br />

Março .. .. ... . ... .<br />

Abril .. .... . . . .. .<br />

Maio .. . . ... .. .<br />

Junho .. .. ..... .. .<br />

H4.890<br />

G7.909<br />

72.421<br />

73.878<br />

74.578<br />

78.457<br />

Em uma exposição como a que estamos<br />

fazen<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se reali.za<br />

duranté um jantar, é sumamente<br />

indigesto citar números ; fômos, no entanto,<br />

força<strong>do</strong>s a fazê-lo, para poder dizer,<br />

que êste incremento de distribuição<br />

só foi possível, por termos, diàriamente,<br />

,à nossa disposição, to<strong>do</strong> o volume<br />

de leite que entra na fábrica de Sete<br />

Lagôas. A impossibilidacle de estocá­<br />

,gem referida anteriormente, por se tratar<br />

de gênero altamente perecível, foi<br />

substituída por um sistema que põe à<br />

disposição <strong>do</strong> órgão distribui<strong>do</strong>r, um<br />

volume de manobra apreciável. A Administração<br />

da Cooperativa tem, frequentemente,<br />

lança<strong>do</strong> mão el e parte desse<br />

volume para manter o abastecimento da<br />

Capital nos níveis que a solicitação <strong>do</strong><br />

consumo tem exigi<strong>do</strong> . Assim proccderú<br />

sempre. Esta circunstflncia coloca a população<br />

de Belo Horizonte, a coberto)<br />

das incertezas e insuficiências que conheceu<br />

até 1949 .. Podemos afirmar, sem<br />

receiar contestação que os produtores"<br />

a quem o Govêrno de Minas confiou em<br />

1949, o abastecimento de leite à Capital,<br />

conscios de suas responsabilidades,<br />

têm procura<strong>do</strong> solucionar os problema:s<br />

que têm , surgi<strong>do</strong>, de forma a bem servir<br />

i't população .<br />

Podemos ainda dizer que Beto Horizonte<br />

ê a única Capital <strong>do</strong> País onde o<br />

consumo pode ser de pronto amplia<strong>do</strong>.<br />

Pôrto Alegre, com ótimo sistema de distribuição<br />

está com defici t de cerca de<br />

40.000 litros diários, supri<strong>do</strong>s com leite<br />

reconstituí<strong>do</strong>, através de fornecimento<br />

de leite em pó <strong>do</strong> qual .iá participamos,<br />

com mais de 90 toneladas. Tôdas<br />

as demais capitais, com exceção de São<br />

Paulo, não têm suprimentos satisfatórios<br />

. Nas cidades <strong>do</strong> interÍlor é pior o<br />

quadro .<br />

EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRÇ) 27<br />

Além <strong>do</strong> abastecimento de leite a<br />

Cooperativa a partir de 1950 passou a<br />

produzir man'teiga. Os motivos que nos<br />

levam ao empreendimento estão exi)Qstos<br />

no nosso relatóri.o referente ao exercício<br />

de 1950:<br />

"O padrão de Manteiga produzida<br />

nesta região deixa a desejar,<br />

pois, geralmente os crêmes são<br />

provenientes ' das fazendas, onde<br />

se acumula dia , após dia, até que,<br />

periodiCamente seja e:ncaminha<strong>do</strong><br />

à fábrica, .onde chega com<br />

elevada acidêz, resultan<strong>do</strong> num<br />

produto elabora<strong>do</strong>, de qualidade<br />

de medíocre para inferior. "Se<br />

não forem a<strong>do</strong>tadas novas normas<br />

de ação não estará longe a época<br />

em que a indústria de lacticínios<br />

de :Minas Gerais será desbancada<br />

pela de São Paulo, onde ela vem<br />

sen<strong>do</strong> instalada dentro das melhores<br />

e mais modernas bases.<br />

Há igualmente, o perigo da concorrência<br />

da margarina, que produzida<br />

de óleos vegetais, já se<br />

apresenta no merca<strong>do</strong>, sob atraente<br />

aspecto e preços reduzi<strong>do</strong>s.<br />

E' tempo pois, de ser empreendida<br />

urna campanha no senti<strong>do</strong> de<br />

alterar os hábitos e as praxes<br />

a fim de que po,ssarnos conservar<br />

merca<strong>do</strong>s já conquista<strong>do</strong>s, e atenden<strong>do</strong><br />

às exigências <strong>do</strong> consumo,<br />

quanto à alta qualidade de produto,<br />

se possa obter melhor remuneração<br />

para o fornece<strong>do</strong>r da matéria<br />

prima .<br />

"Dentro destlc objetivo, I dispon<strong>do</strong><br />

as Cooperativas de maté'ria<br />

prima de alta qualidade, qual a<br />

provenien te ' da padronização (lu<br />

gordura <strong>do</strong> leite destina<strong>do</strong> ao<br />

consumo iniciamos, com o maior<br />

sucesso a maniRulação de crêmes<br />

recebi<strong>do</strong>s diàriamen te ... "<br />

E assim fizemos:<br />

em 1950 .. . .<br />

em 1956 .. . .<br />

78.200,00 kgs.<br />

925.400,00 kgs.<br />

A semente de H50 se tornou árvore<br />

fron<strong>do</strong>sa.<br />

A manteiga de nossa fabricação tem<br />

largo consumo nesta Capital, e é impossível<br />

atender, com os excedentes, tôdas<br />

digitaliza<strong>do</strong> por<br />

as solicitações de fornecimento a outras<br />

praças.<br />

* * *<br />

No momento em que rememoramos<br />

os conceitos que o relatório de 1950<br />

contém quanto à necessidade de aper·,<br />

fciçoamento qualitativo da nossa produção,<br />

parece-nos oportuno mencionar o<br />

Ilome de um homem a quem o destino<br />

ensejou se tornar o executoT de um plano<br />

educativo da lavra, <strong>do</strong> então Secrei<br />

tário da Agricultura, Dr. Israel ' Pinhei-<br />

1'0 . Este homem cujo corpo repousa<br />

desde 14 de Julho, na necrópole <strong>do</strong> Bon':'<br />

fim, foi


28 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />

8.a Semana <strong>do</strong> Lacticinista<br />

VIAGENS LACTICINIST AS<br />

(Pernambuco Para<strong>do</strong>xal) conclusão<br />

Já de 'iarde chegamos a Belo Jardim,<br />

hoa cidade situada a margem <strong>do</strong> rio Bituri,<br />

já estudacla anteriormente para a<br />

localização de uma grande indústria de<br />

lactic1nio's. Visitamos o respectivo., Prefeito<br />

Municipal, Sr. Artur Paes, bem<br />

como o Pôsto de Monta da Diretoria da<br />

Produção Animal <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> . Visitamos<br />

tamhém uma fábrica de lacticínios que<br />

estava recehen<strong>do</strong> 400 liLros, sen<strong>do</strong> sua<br />

instalação <strong>do</strong> tipo já descrito. O seu<br />

ni aior negócio 'era comprar e reven:de1'<br />

manteiga e queijo, pro(:llzi<strong>do</strong> nos tais<br />

"fabricos" que também já citamos.<br />

Finalmente, após um dia de grande<br />

atividade, como se vê, chegamos a bela<br />

cidade de veraneio <strong>do</strong> Nordeste : Garanhuns,<br />

cuja altitude de quase 1.000 metros<br />

no,s fêz sentir um frio e cÍima se­<br />

.melhante ao <strong>do</strong> Sul de Minas. Hospeda'<br />

mo-nos no Hotel "Sanatório", cujo nome<br />

deriva <strong>do</strong> fato ele ter si<strong>do</strong> sanatório,<br />

antes de ser hotel . Tivemos mesmo a<br />

impressão de estarmo,s num sanatório<br />

o que, enlretanto, não nos roubou, nem<br />

o apetite, nem o sono . Dêstc tivemos<br />

muita necessi dade, pois. logo na manhã<br />

seguinte devíamos continuar ilossa viagem,<br />

já agora em pleno. "agreste" . Assim,<br />

no dia 24 de maio, saímos para São<br />

Bento <strong>do</strong> Una, onele tivemos a grande<br />

sütisfação de rever o nosso bom amigo<br />

Dl'. Silvio Parente Viana, Chefe da Fazenda<br />

Experimental de Criação, cujas<br />

excelentes instalações e os notáveis trabalho's,<br />

aí realiza<strong>do</strong>s, assim, mais uma<br />

vez' tivemos ensejo ele poder admirar. O<br />

Dl'. Silvio nos prestou ll1umeros e valiosos<br />

esclarecimentos que muito contribuiram<br />

paar a melhor elucidação das<br />

finalidades que tinham motiva<strong>do</strong> nossa<br />

presente viagem. Referiu-se a fraude<br />

que campeia em tôda parte, não haven<strong>do</strong><br />

fiscalização alguma, mas sim comércio<br />

clandestino que não paga impostos.<br />

nem salário mínimo. A invoJu{;ão da<br />

indústria de lacticínios que, desta vez<br />

mais <strong>do</strong> que em nossas visitas anteriores,<br />

tivemos ensejo ele observar, assim<br />

passá a ter uma explicação quase<br />

natural. Acreditamos, contu<strong>do</strong>, qUe<br />

diante <strong>do</strong> exemplo de Bom Conselho.<br />

ao qual nos vamos dedicar mais adiante,<br />

essa situação poderá ser corrigida,<br />

quan<strong>do</strong>, como lá, aparecer gen te capaz<br />

Fizemos visitas as fábricas de lacticinios<br />

locais, hem como a algumas fazenelas.<br />

A expressão oportuna de Assis Hibeiro<br />

: aqui no Nordeste assistimos ao<br />

inverso <strong>do</strong> que se verifica no StÍI : enquanto<br />

aqui a produção está Ill ui to<br />

adiantada e a inclutrialização altamente<br />

atrazada, lá a incluslrializa'ão é que<br />

é muito adiantada, mas a pro,c1 uç'ão bem<br />

atrazada. De fato, como já assinalamos<br />

em trahalho anterior" o ga<strong>do</strong> <strong>do</strong> Nordeste,<br />

notadamente <strong>do</strong> agreste, é muito<br />

ln'ais saudável e grande produtor de leite,<br />

pois, verific.am o,s Ulll a média de to<strong>do</strong>s<br />

os rehanhos de 5,5 à G litros e ele<br />

10 litros em muitos rebanhos. Duas ordenhas<br />

são prática normal desde prisca<br />

éra . . J á de tarde voltamos para Garanhuns,<br />

ten<strong>do</strong> almoça<strong>do</strong> pejo caminho<br />

upenas deliciosa melan cia. Fizemos uma<br />

visita ao. Sr. Prefeito Mun icipal que estava<br />

ausente. Outra visita foi feita a antiga<br />

fábrica da Cooperativa Agro-Pecu'úria<br />

a qual, emhora fechada, ten<strong>do</strong> ainda<br />

algumas máquinas enferrujadas, tem<br />

excelente prédio que ainda poderá ser<br />

recupera<strong>do</strong>; Verifica-se na mesma um<br />

EX .. FELCTIANO JANEIRO - FEVER"EIRO 29<br />

ato de ,vandalismo incrível. Um cidadão Acôr<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ministério da Agricul tura<br />

stá retiran<strong>do</strong> os azulejos elas " paredes, com o Esta<strong>do</strong>, que vinha ele Alagoas c<br />

mas para conseguí-Io tem que quebrar tamhém nos forneceu granele número<br />

gr'ande parte, haven<strong>do</strong>, pois, um apro- de inler,essantes informações. Enquanto<br />

veitamente mínimo, o que verificamos estávamos nesta fazenda, apareceu um<br />

pela grande quantidacÍe de azulejôs es- a,ião da Secretáária da Agricultura que<br />

pelhá<strong>do</strong>s pelo soalho de to<strong>do</strong>s os cômo- trazia de Recife o Dr. Aúlônio de Anelos.<br />

A primeira impressão que se tem é' drade Coelho o qual; de fato, em breve,<br />

el e aban<strong>do</strong>no repentino, pois, üao se se juntou· ao nosso grupo lá ela fazenda,<br />

cogitou de limpar e conservar as ni. á- Voltamos para a cidade, a fiin de se.quinas<br />

e utensílio·s que foram ' larga<strong>do</strong>s gUirmos para Bom Conselho, mas, antes<br />

como estavam, ainda com restos de lei- levamos ao aeroporto local o nosso bom<br />

te . . . Tuhulações e instalações elétricas amigo Dl'. José Marcelino da Rosa e Sil-<br />

arrancadas das paredes, tal como os va Neto o qual voltava para Recife.<br />

azulejos . Felizmente não encontramos Seguimos então para a etapa final da<br />

também os mora<strong>do</strong>res que encontramos r.ossa visita no Interior de Pernambuco<br />

em Bezerros, cuj a 'lembrança dantesca c que era Bom Conselho. Excelente nonos<br />

perseguiu durante a viagem e mes- me e ótimo lugar. Ao lá chegarmos já<br />

mo até êste momento. Como dissemos estava à nossa espera o nosso excelente<br />

Garanlllns é uma cidade bonita e inte- amigo, Sr. Antonio Eduar<strong>do</strong> ::\laHos, Siressante.<br />

Visitamos o Lacticínio Santa mÕes e, o seu sócio, tam!Jém nosso pl'e-<br />

Tereza 'que vende 400 litros ele leite' ao za<strong>do</strong> amigo felctiano José Galinclo AIpúblico<br />

no balcão, além ele outros deri- ves. Após os efusivos cumprimentos .<br />

va<strong>do</strong>s <strong>do</strong> leite. Uma "isita final naquê- abraços, o amigo José Galin<strong>do</strong> nos ofele<br />

dia não podia deixar el e ser às monu- receu em sua ' residência um memorável<br />

mentais obras elo futuro, Hotel Monte almoço, to<strong>do</strong> êle compôsto de ' produtos<br />

Sinái, cujas construções estão paraliza- el a "fazenda", isto é, das terras da fádas<br />

há anos, com evidentes grandes brica de lacticínios da firma Lucticínios<br />

prejuízos para os compo'n entes da res- Santa Maria Lida., da qual aqueles amipectiva<br />

emprêsa mista .. Uma _Jumília to- . -gos e- mais 'o Alberto Simões são sócios.<br />

ma conta <strong>do</strong> colosso . Gente pobre com ' Havia um perú que pouco tempo sobre -<br />

filhos vivo,s e espertos, embora vesti<strong>do</strong>s viveu ao avanço generaliza<strong>do</strong>. Seguicom<br />

finos trapos, apeZHr <strong>do</strong> frio reinante<br />

(são 1.000 m. de :d litude lá) . Vm<br />

ram-se galinhas<br />

desapareceram<br />

assadas que<br />

por encanto.<br />

lalllbém<br />

Depois<br />

garotinho de 7 anos, Illuito precoce, ainda apareceu a excelenlc CHrn.e lte<br />

bancou o "cicerone", explican<strong>do</strong> com sol . Havia aipim, verduras. lomates.<br />

vivacidade e conhecimen to a finalida- (' lc., e para sobremçsa elJormes "pidC'<br />

<strong>do</strong>,s inúmeros cômo<strong>do</strong>s que compõem r\has" . Que paraíso, hein '? Baslante euessa<br />

bela construção . Enquanlo isso sua fóricos, fizemos umá visita pela cidade.<br />

irmãzinha, não melhor vestida, estava admiran<strong>do</strong> o grande movimento da fejestiran<strong>do</strong><br />

fios de arame para fazer ces- ra <strong>do</strong> dia, que nos apresentava tanta<br />

las, .judan<strong>do</strong> , ambos, assim, a manuten- variedade da produção local, tão hene .<br />

ção da família. Eis a vittilidade nordes- fi ciada pelas chuvas havidas. Dêm ágllu<br />

tina que tanto admiramos . ao nordeste e o Brasil se encontrarú<br />

Na manhã <strong>do</strong> dia seguinte, 25 de abasteci<strong>do</strong> para sempre ! De repente<br />

maio, fizemos uma visita a Fazenda Ex- vimos umas garotinhas dançan<strong>do</strong> de .<br />

perimental de Criação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>" cujo al egria .<br />

Chefe, o agrônomo, Sr. J€)ão Pires de O autor dessa alegria não podia te!'<br />

Carvalho (que Jem o pitoresco apeli<strong>do</strong> deixa<strong>do</strong> ,de ser o Dl'. Romulo Joviano<br />

dQ "Piranha") nos recebeu com muita que as presentear"a com chapéus de pugentileza,<br />

mostran<strong>do</strong> e explican<strong>do</strong> a fi- lh.a Um garoto chamaclo Aluizio, nos<br />

nalidade <strong>do</strong> estabelecimento que possui vil}ha acompanhan<strong>do</strong>, bancan<strong>do</strong> o "ciuma<br />

casa de veraneio para o "Governa- cerone". Muito esperto e vivo (to<strong>do</strong>s os<br />

<strong>do</strong>r ,<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Aluizios são assim) em bre"e conqllis-<br />

Nesta altura chegou o 1)1'. vV ander lQu o ·corÇlção de to<strong>do</strong>s nós. Além <strong>do</strong><br />

Silva, Veterinário, Encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> chapéu. de palha, ganhou um corte de<br />

digitaliza<strong>do</strong> por<br />

arvore<strong>do</strong>leite.org


30 JANEIRO - FEVEREIRO EX,.FELCTIANO<br />

==== == == == == ====== == ==<br />

cabelos (que estava mesmo precisan<strong>do</strong>),<br />

tu<strong>do</strong> obra <strong>do</strong> bom coração <strong>do</strong> Dr.<br />

Homulo . Chegamos então à fábrica de<br />

lacticínios <strong>do</strong>s nossos amigos, Srs. Simões<br />

e José Galin<strong>do</strong> .<br />

Outra antiga cooperativa Agro-Pecuária,<br />

que êle tinha podi<strong>do</strong> comprar<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, recuperan<strong>do</strong> ' grande parte<br />

das máquinas que lá se encontravam .<br />

Naturalmente teve que- fazer e ainda está<br />

fazen<strong>do</strong> grandes reformas, pois, o<br />

aban<strong>do</strong>no de tantos anos não podia deixar<br />

de causar sérios estragos.<br />

Entretanto a exemplar iniciativa e<br />

notável persistência <strong>do</strong>s nossos ' cita<strong>do</strong>s<br />

amigos vencerão tôdas as dificuldades,<br />

, pois, muitas já estão controladas. Pare­<br />

ce incrível o que às vêzes se passa no<br />

nosso Brasil. Quan<strong>do</strong> lá estivemos an­<br />

teriormente, nenhum valor demos à<br />

desnatadeira de 2.000 litros, pois, não<br />

havia uma peça moveI presente. Entre­<br />

tanto, os nossos amigos, mandan<strong>do</strong> pro­<br />

curar no mato num perímetro de <strong>do</strong>is<br />

quilômetros, acharam quase tôdas<br />

elas ! . .. Fi zemos também uma visita ao<br />

Sr. Prefeito Municipal" Dl'. João Felino<br />

Tenório que nos recebeu muito aten­<br />

ciosamente e com êle tivemos ensejo de<br />

palestrar sôbre muitos assuntos de mú­<br />

luo interêsse. Já se fazia tarde e a hora<br />

da despedida estava chegan<strong>do</strong>, pois, os<br />

Srs. Drs. Romulo Joviano, Antonio de<br />

Andrade Coelho e José Assis Ribeiro ,<br />

ainda naquela tarde tinham que seguir<br />

para Alagôas e Sergipe, para, na volta,<br />

se encontrarem novamente conosco em<br />

Hecife, pois, o nosso programa de via­<br />

bem abrangia apenas o Esta<strong>do</strong> de Per ..<br />

nambuco. Feitas as despedidas, fizemos<br />

uma visita de cortezia ao Sr. Deputa<strong>do</strong><br />

Estadual Coronel José Abilio eTe Albuquerque<br />

A vila, Chefe político lo cal .<br />

Após um excelente jantar na casa <strong>do</strong><br />

amigo felctiano .J osé Galin<strong>do</strong>, demos al- .<br />

gumas voltas pela Praça D. Pedro lI,<br />

trocan <strong>do</strong> idéias sôbre to<strong>do</strong>s êstes assuntos<br />

que são a nossa permanente preocu­<br />

pação : como contribuir para o pro­<br />

gresso <strong>do</strong> nosso Brasil por intermédio<br />

<strong>do</strong>s seus lacticínios . Ouvimos com<br />

grancle atenção e satisfação os planos<br />

para o futuro <strong>do</strong>s nossos amigos Simões<br />

(' José Galin<strong>do</strong>, em cujo pleno êxito<br />

acreditamos sinceramente, pois, os tra-<br />

balhos que já viamos em realização, nos<br />

parecem uma garantia <strong>do</strong> mesmo.<br />

Na manhã seguinte, após um ligeiro<br />

desjejum, outra vez na casa <strong>do</strong> amigo<br />

Jcsé Galin<strong>do</strong>, compôsto de pinha, macachera.<br />

(aipim), requeijão da excelente<br />

marca "Macururê" (o que significa:<br />

o que é bom), ovos estala<strong>do</strong>s, pão, manteiga,<br />

café com leite, 'tocamos para a<br />

fábrica. Lá procedemo.s a nova detalhada<br />

inspeção, fazen<strong>do</strong>, em companhia <strong>do</strong><br />

amigo Simões o levan tamen to de Uma<br />

planta completa para futura aprovação<br />

da fábrica pelos nossos amigos da D. I.<br />

P. O. A. Enquanto isso o amigo José<br />

Galin<strong>do</strong> estava vacinan<strong>do</strong> pessoalmente<br />

a porcada contra febre aftosa. Eram<br />

perto de 200 cabeças - uma manhã<br />

_ bem empregada. Visitamos as terras da<br />

fábrica que possui três nascentes de<br />

água <strong>do</strong>ce perenes, cercadas de grandes<br />

plantações de verduras, bananeiras,<br />

outras árvores frutífel:as (pinha, etc.),<br />

batata <strong>do</strong>ce para a porcada, juntamente<br />

com talos de bananeiras, uma riqueza,<br />

tu<strong>do</strong> verde, cheiroso e agradável. Apó';<br />

um lauto almoço, outra vez na casa <strong>do</strong><br />

amigo José Galin<strong>do</strong>, excelente garfo corno<br />

pudemos comprovar, fizemos uma<br />

visita ao Sr. Prefeito, Dl'. João Felino<br />

Tenório, a fim de nos despedirmos, bem<br />

como <strong>do</strong> seu sôgro, Sr. Coronel José<br />

Abilio de Albuquerque Avila.<br />

F,oi lá que tomamos o melhor café<br />

que jamais tornamos em tôda nossa viclt.<br />

. Após efusivas despedidas <strong>do</strong> amicro o<br />

.ose J ' Galin<strong>do</strong> Alves e de sua exma. fa-<br />

Ilília para o que não encontramos ex ·<br />

pressões adequadas, tantas foram as<br />

amabilidades que nos dispensaram, seguimos<br />

na caminhonete da Lacticínios<br />

Santa Maria Ltda., em companhia <strong>do</strong>s<br />

amigos, Srs. Antoni·o Eduar<strong>do</strong> 1attos<br />

Simões e Arnal<strong>do</strong> Dias Fernan des, conta<br />

<strong>do</strong>r da firma, que estava fazen<strong>do</strong> sua<br />

primeira visiLa a Bom Conselho e foi<br />

nosso excelente<br />

tôda a viagem.<br />

companheiro durante<br />

Durante tôda a viagem<br />

quase que não parava el e chover, nem a<br />

caminhonete de enguiçar, mas a excelente<br />

companhia e procuran<strong>do</strong> repetir,<br />

bem ou mal, algumas das inúmeras piael<br />

as e ane<strong>do</strong>tas que tínhamos ouvi<strong>do</strong> nos<br />

dias anteriores <strong>do</strong> grande mestre Assis<br />

Ribeiro, acrescidas de outras <strong>do</strong>s nos-<br />

EX,.FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO 31<br />

ms <strong>do</strong>is companheiros de viagem, fàcilmente<br />

venceram to<strong>do</strong>s os óbice e chegamos<br />

sãos e salvlÜs às 3 horas da madrugada<br />

em Recife .<br />

No dia 27 de maio, segunda-feira, fizemos<br />

visitas à zona comercial de Recife,<br />

conversan<strong>do</strong> com amigos antigos e<br />

novos sôbre a situação lacticinista e as<br />

suas possibilidades no Esta<strong>do</strong>. Notamos<br />

'o geral desgôsto, diante da fraude que<br />

da Rosa e Silva Neto publicou diversos<br />

interessante trabalhos, sobressain<strong>do</strong> o<br />

intitula<strong>do</strong> : "A produção de _ leite no<br />

nordeste brasileiro - II ---:- Estu<strong>do</strong>s sôbre<br />

a exploração <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> leiteiro no<br />

Município de Recif·e" . Vale a pena ser<br />

li<strong>do</strong>. A noite jantamos na residência <strong>do</strong><br />

Sr. Alberto Simões e lá estivemos até<br />

tarde, conversan<strong>do</strong> com êle e o seu pai<br />

que compareceu mais tarde.<br />

A manhã <strong>do</strong> dia 29 foi uma manhã<br />

de alegria, pois, os jornais trouxeram a<br />

&uspiciosa notícia da apresentação na<br />

Câmara Federal de Deputa<strong>do</strong>s, pelo Deputa<strong>do</strong><br />

Ney Maranhão, <strong>do</strong> tão ansiosamente<br />

espera<strong>do</strong> projeto da instalação<br />

de uma -Fábrica-Escola de Lacticínios<br />

em Pernambuco, ideal que o nosso amigo<br />

José Marcelino vem defenden<strong>do</strong> com<br />

tanta firmeza e há tanto tempo. Fizemos<br />

com êle, naquela manhã, uma visita<br />

à Universi dade Rural, estabeleciménto<br />

de ensino que honra o país e cujas<br />

instalações existentes e projetadas<br />

muito bem nos impressionaram. Tivemos<br />

magnífica recepção pelo respectivo<br />

Reitor, Engenheiro Agrônomo Dr. Mar..oel<br />

Rodrigues de Almeida, o qual, pessoalmente,<br />

nos mostrou as instalações<br />

existentes e explican<strong>do</strong> os projetos em<br />

an damento . O Sr. Professor Dr. João<br />

Dias nos mostrou as obras em adianta<strong>do</strong><br />

andamento <strong>do</strong> modernissimo estábulo,<br />

dan<strong>do</strong> detalhes interessantes. Foi<br />

uma visita muito interessante e proveitosa<br />

. A ambos agradecemos a atenção<br />

dispensada.<br />

Na tarde fizemos uma visita ao Departamento<br />

Estadual de Estatística, cujo<br />

encarrega<strong>do</strong>, na ausência <strong>do</strong> Diretor,<br />

.Sr. Geral<strong>do</strong> Peixoto de Mello nos receteu<br />

com muita atenção, fornecen<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s,<br />

impressos, plantas, etc., de muito<br />

valor para os trabalhos que estamos<br />

realizan<strong>do</strong>. Fizemos também uma visita<br />

digitaliza<strong>do</strong> por<br />

ao nosso bom amigo, Sr. Dl'. Almir Pires<br />

Ferreira, excelente companheiro de<br />

nossa anterior "viagem muito danada<br />

de bôa" e que continua na chefia dh<br />

D. I. P. O. A. em to<strong>do</strong> o enorme Norte<br />

e Nordeste, desde a Bahia até o Amazonas<br />

. Encontramos lá também _ outros<br />

velhos amigos e com to<strong>do</strong>s palestramos<br />

longamente . Voltamos para o escritório<br />

(lo Projeto ,n. 20, onde enc-ontramos de<br />

volta o Sr . Dr. Antonio de Andrade<br />

Coelho o qual tinha- deixa<strong>do</strong> os companheiros<br />

Drs. Romulo Joviano e José<br />

Assis Ribeiro em Alagôas. Conversamos<br />

com os técnicolll presentes, inclusive<br />

com o Dr. Antonio Joaquim Carneiro<br />

da Cunha, da Cia. Agrícola e Industrial<br />

São João.<br />

O dia 30 era feria<strong>do</strong>, mas pela manhã<br />

conversamos no hotel com o Dr. Antonio<br />

de Andrade Coelho, fizemos uma<br />

,' isi ta aos escri tórios da Lacticínios<br />

Santa Maria Ltda., e a seguir o nosso<br />

amigo José Marcelino nos veio buscar<br />

para o prometi<strong>do</strong> almoço em sua residência,<br />

onde tivemos eX1celente recepção<br />

de parte de D . Lígia e filhos, bem<br />

como pelo pai <strong>do</strong> Marcelino, com o qual<br />

tivemos ensejo de manter proveitosa<br />

palestra. O almoço foi um acontecimento<br />

inesquecível, pais, consistiu essencialmente<br />

num notabilíssimo "vatapá"<br />

ú pernambucana, com o excelente peix,:,<br />

campeia em tôda parte, estragan<strong>do</strong> o<br />

paladar <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r e a sua saúde,<br />

sem que medidas con trúrias possam ser<br />

tomadas, diante <strong>do</strong> que jú comentamos<br />

inicialmente. O que lú citamos se faz<br />

em plena Capital pernambucana !<br />

Matan<strong>do</strong> saudades, :visi tamos a nossa<br />

querida e tradicional Olinda, em companhia<br />

<strong>do</strong> nosso amigo Jabel. O mar estava<br />

calmo, mas os danos causa<strong>do</strong>s bem<br />

visíveis . Devi<strong>do</strong> as chuvas, os bairros<br />

novos esta:vam t-o<strong>do</strong>s inunda<strong>do</strong>s, pois,<br />

ficam ao nível" <strong>do</strong> mar, senão até inferior.<br />

Jantamos com o nosso bom amigo,<br />

Sr . . Tabel Ventura Correia, o qual,<br />

como sempre, nos foi de inestimável<br />

valia. A noite comentamos a situação<br />

lacticinista com o Sr .. Dr. Antônio Leandro<br />

Estima, <strong>do</strong> Projeto n. 20.<br />

Na manhã <strong>do</strong> dia 28 de maio, fizemos<br />

uma visita à Sociedade Nordestina<br />

de Cria<strong>do</strong>res que presta excelentes ser-<br />

arvore<strong>do</strong>leite.org


32 JANEIRO - Ft:VEREIRO EX-FELCTIANO<br />

viços ,à sua classe . Encontramo-nos lá<br />

com o Dr. Antônio Leandro Estima que<br />

dirige o Serviço de Registro Genealógico.<br />

Os comentários giraram mais em<br />

tôrno <strong>do</strong> que poderia ser feito para<br />

controlar as entradas clandestinas e as<br />

fraudes. Antes <strong>do</strong> almoço demos um gi­<br />

ro pela cidade, a fim de admirar as be­<br />

k' zas ele nossa · Veneza. Brasileira, esca­<br />

pan<strong>do</strong> das chuvas intermitentes, como<br />

podíamos . Novamente chamou a noss . a<br />

atenção a "oficialização" <strong>do</strong> jôgo <strong>do</strong> bI­<br />

cho como já tínhamos visto em tôdas<br />

a, idades e vilas <strong>do</strong> Interior . Não há<br />

uma mas duas extrações diárias. De­<br />

pois '<br />

<strong>do</strong> almoço fômos fazer uma visita<br />

ao Escritório <strong>do</strong> Projeto N. 20, em com­<br />

panhia <strong>do</strong> amigo José Marcelino da R o­<br />

sa e Silva Netto. Tivemos, então, a sa­<br />

ti sfação de cumprimentar o técnico<br />

americano <strong>do</strong> Projeto N. 20, Mr. Ivan<br />

H. Loughary, <strong>do</strong> qual os leitores <strong>do</strong><br />

"Boletim <strong>do</strong> <strong>Leite</strong>" já leram alguns tra­<br />

balhos de divulgação, bem. como a Se­<br />

nhorinha Elisabet \V iedemann, sua as­<br />

sistente. Mantivemos interessante pa- .<br />

lcstra com êles e demais técnicos presentes<br />

como os Srs. Drs. Antônio Lean­<br />

dro E ' stima, Renato de Andrade Mora!:<br />

e outros. O Dl'. José Marcelino expos<br />

le'nO'amente as suas idéias sôbre a ques··<br />

tão<br />

tl<br />

<strong>do</strong> abastecimento de leite de Reci­<br />

fe bem como <strong>do</strong>s problemas da indus­<br />

tri alização . . Das discussões que s . egu ­<br />

ram, pode-se concluir que, em prImeI­<br />

ro luO'ar há necessidade urgente da<br />

conclsã ' o das obras da Usina Higieni­<br />

za<strong>do</strong>ra de <strong>Leite</strong>, poden<strong>do</strong> a mesma ser<br />

entreO'ue a uma Autarquia, a cujo cargo<br />

ficar; o funcionamento inicial e a or··<br />

ganização de uma cooperati : a centra . l,<br />

a cujo cargo ficarão os serVIços, . depo;s<br />

de tu<strong>do</strong> devidamente amadurecI<strong>do</strong> : N<br />

momento o abastecimento de ReCIfe e<br />

avalia<strong>do</strong> em cerca de 40 . 000 litros eliá­<br />

rios, sen<strong>do</strong> 14.000 litros, impor a<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

interior e 26.000 litros, produzI<strong>do</strong>s por<br />

estábulos vacarIas, etc., na zona' rural .<br />

To<strong>do</strong>' êst planej amento . será obje ! o de<br />

trabalho separa<strong>do</strong>, a ser publIca<strong>do</strong><br />

oportunamente . Compareceu t ? mbém o<br />

Sr . Dl'. Lauro Borb a, PresI lente da<br />

F. A. R. E. P. que teceu precIOSOS co­<br />

mentá<strong>do</strong>s em torno <strong>do</strong> assunto, sem­<br />

similar ao atum que os japonéses forne­<br />

cem barato e em enormes quantidades<br />

:;ws recifenses . Foi uma delícia que, sem<br />

o menor constrangimento, repetimos<br />

mais · de uma vez. Como bebida um ex­<br />

celente vinho de cajú (que lembra um<br />

excelente Madeira), refresco de mara­<br />

cujá e sorvete de caj á. Que mais se pre­<br />

cisa .pala ser. feliz ? Após longa, palestrn<br />

com to<strong>do</strong>s voltamos para o hotel, onde<br />

em breve ' também chegou, de volta de<br />

Alagôas e Sergipe, o. nosso companhei­<br />

ro Assis Ribeir'o, enquanto o Dr. Romu­<br />

lo e esposa tinham. segui<strong>do</strong> para admi­<br />

rar as quedas de Paula Afonso. Troca­<br />

mos idéias sôbre nossas observações e<br />

nos preparamos para a reunião que teria<br />

luO'ar no Escritório <strong>do</strong> Projeto n. 20<br />

tl<br />

no dia seguinte, pois, o autor detas I' 1nhas<br />

tinha necessidade absoluta de voltar<br />

para o Rio no dia seguinte, dia 31,<br />

fim de mês, mesmo porque já estava ultrapassan<strong>do</strong><br />

em <strong>do</strong>is -dias os 10 dias<br />

concedi<strong>do</strong>s para essa viagem. Na hora<br />

<strong>do</strong> jantar tivemos ainda a visita <strong>do</strong> Sr .<br />

Silvamo Queiroga, veterano lacticinista<br />

no Nordeste, cuja palestra,<br />

pre, foi interessante e útil .<br />

como sem­<br />

Na manhã <strong>do</strong> dia seguinte, 31 de<br />

maio, seguimos logo ce<strong>do</strong> para a Sédr.<br />

d.o Projeto n. 20, onde jú se encontra­<br />

vam os técnicos, interessa<strong>do</strong>s em nos­<br />

sos trabalhos, Srs. Drs. An tonio de An­<br />

(lrade Coelho, Antonio Leandro Estima,<br />

Eutiquio de Barros Corrêa Filho, Rena­<br />

to de Andrade Morais, \Varner Silva,<br />

:'ylurilo Salga<strong>do</strong> Cai-neiro (executor <strong>do</strong><br />

Acôr<strong>do</strong> de Defesa Sanitária Animal ) c<br />

outros, . comparecen<strong>do</strong> no correr <strong>do</strong>s<br />

trabalhos também o Sr. Dl'. Aluizio Fra­<br />

O"oso Costa Diretor da Produção Animal,<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>: participan<strong>do</strong> ativamente <strong>do</strong>s<br />

trabalhos'. Foam revistas tôdas as con­<br />

clusões preliminares, chegan<strong>do</strong>-se a um<br />

acôr<strong>do</strong> quanto às medidas a serem su­<br />

creridas<br />

'<br />

tanto quanto para o abasteci­<br />

lCnto de leite de Recife, como quanto<br />

à parte de industrialização. Como disse­<br />

mos, os trabalhos finais, serão objeto<br />

de outras publicações .<br />

Um pouco apresadamente despedimonos<br />

<strong>do</strong>s presentes, seguimos para o hotel<br />

e arrumadas as malas, deixamos o·<br />

amig José· Assis Ribeiro, a guardan<strong>do</strong> a<br />

\'olta <strong>do</strong> Dl'. Romulo Joviano para, jun ·<br />

tos, seguirem sua ' missão ao Nordeste<br />

restante e ao Norte, conforme . progra-<br />

EX-FELCTIANO JANEIRO - FEVEREIRO 33<br />

ma<strong>do</strong>. Cavalheirescamen te, como sempre,<br />

o Dr. Antonio de Andrade Coelho,<br />

nos levou até o Aeroporto, assistin<strong>do</strong> ao<br />

nosso embarque até final despedida. De<br />

repente estávamos lá nos ares, ven<strong>do</strong><br />

um Nordeste tão diferente das nossas<br />

viagens anteriores . Tu<strong>do</strong> verde até perder<br />

' as vistas. Aonde estavam aqueles<br />

quadra<strong>do</strong>s cinzen tos e marrons ? Oh !<br />

Pernambuco para<strong>do</strong>xal !<br />

Após excelente viagem chegamos ao<br />

Rio e voltamos com grande satisfação, .<br />

apesar das belas horas passadas em<br />

companhia de tão bons amigos, ao seio<br />

ele nossa família, pois, não hú nada como<br />

o lar, seja êle pobre ou rico.<br />

Deviamos parar aqui, mas não é fácil<br />

parar quan<strong>do</strong> se está em disparada.<br />

Primeiramente desejamos reiterar a to<strong>do</strong>s<br />

os nossos bons amigos no grandioso<br />

Nordeste brasileiro, tôdas as suas<br />

gentilezas e finezas e, muito especialmente,<br />

ao Sr. Dl'. Antonio de Andrade<br />

Coelho, Diretor <strong>do</strong> Projeto n. 20 <strong>do</strong> E.<br />

T. A. que nos possibilifou mais essa<br />

proveitosa viagem, graças à sua larga<br />

compreensão das verdadeiras necessidades<br />

à produção agro-pecuária, não só<br />

nCJ Nordeste, como de to<strong>do</strong> o Brasil, CÚ '<br />

1110 tem demoJlstra flo no notúvel elesem<br />

1J f'nho <strong>do</strong>s eleva<strong>do</strong>s cargos que vem<br />

() cupn <strong>do</strong>. EsLul10S cerÍ'C:s (\(' que [d l'<br />

conseguirá solucionar 0:-; gr:ives pl'Jble ·<br />

mas que apénas de leve :IS'i!n


34 JANEIRO - FEVEREIRO EX-FELCTIANO<br />

(Ao Dr. Sebastião Sena Ferrei­<br />

ra de Andrade) .<br />

"Ergueremos um busto <strong>do</strong> Dr. Andra­<br />

de em homenagem póstuma" . Frase ingrata<br />

e ,traiç,o,eira que arrebatou-me cá<br />

na distância, pon<strong>do</strong>-me como que num<br />

êxtase de saudade e dôr ! Ocorreu-me<br />

logo ao pensamento, ao deparar-me tão<br />

inesperada e infausta notícia, o cenário<br />

familiar, alegre e feliz da "Cândi<strong>do</strong><br />

Tostes" nos risonhos anos de 48 e 49.<br />

Ali, como que gozan<strong>do</strong> das delícias <strong>do</strong><br />

lar paterno, vivíamos na felicidade pe­<br />

rene de ter e possuir um Diretoi'-Chefe<br />

que era ' bem a expressão paternal, cari­<br />

nhosa e bôa. Éramos 12 a turma de 49.<br />

Sempre recordava eu, nas tardes felctia­<br />

nas, quan<strong>do</strong> nos reuníamos após o jan­<br />

tar, no páteo interno da Escola, a figura<br />

meiga e v'enerável de Cristo - como<br />

nos narra a história - entre os 12 dis­<br />

cípulos, pregan<strong>do</strong> e ensinan<strong>do</strong> o bem<br />

viver . Assim eram aquelas tardes : no<br />

centro, posta<strong>do</strong> de pé, nosso respeita­<br />

vel Dr. Sebastião discorria sôbre vários<br />

assuntos liga<strong>do</strong>s ao nosso estu<strong>do</strong> ; de vez<br />

surgia alguma polemicazinha entre nós<br />

alunos, mas sempre o espírito eleva<strong>do</strong><br />

e aclara<strong>do</strong>r naquelas contendas era da­<br />

<strong>do</strong> pela "batuta" sábia e prudente da­<br />

quele venerável mestre. Quan<strong>do</strong>, às vê­<br />

zes, o silêncio vinha queren<strong>do</strong> desharmonizar<br />

aquela palestra, Dr. Sebastião<br />

tomava de sua gaita e soltava no espaço<br />

as notas de uma canção, que acompa­<br />

nhávamos to<strong>do</strong>s com vivo interêsse e<br />

entusiasmo . Lembr,o-me, suas canções<br />

prediletas eram : "La Barca de Ouro" ;<br />

"Tem Jurití, tem Sabiá" ; "Faz Um Ano"<br />

e "Peixe Vivo" . Eram sempre tocadas<br />

de um misto nostálgico aquelas can-<br />

EM MEMORIA<br />

ções ... eu sentia que o seu prazer tal­<br />

vez fôsse mesmo liga<strong>do</strong> às coisas que<br />

calam mais ao coração, fazen<strong>do</strong>-nos<br />

mergulhar na solidão de no,sso ego, re­<br />

memoran<strong>do</strong> nossos passos na infância,<br />

nossas ilusões da juventude e nossa ca­<br />

minhada ligeira para 'a vel,hice, em bus:<br />

ca <strong>do</strong> túmulo . Tinha êle um estribilho<br />

assim :<br />

"Dim, dim, dim, dim,<br />

Dim, dim, ôlá-lá;<br />

Quem não gosta dela,<br />

De quem gostará . ' .' (Bis).<br />

Com êste estribilho fazíamos o côro e<br />

êlc solan<strong>do</strong>, respondia :'<br />

"E os olhinhos dela. .. são da côr <strong>do</strong><br />

mar I . .. "<br />

Repetíamos, então, o estribilho e assim<br />

as horas se consumiam noite a dentro-,<br />

e os seresteiros alí. buscavam as carícias<br />

<strong>do</strong> silênCio noturno, em meio<br />

àquela amizade fraternal, sob aquele carinho<br />

quase paternal <strong>do</strong> nosso maestro.<br />

E, agora digo daquí :<br />

Se a saudade fere a dôr,<br />

Que ferir então me importa ? !<br />

Se ela já tem mesmo a côr<br />

De uma felicidae já morta !<br />

E, nesta hora, Dr. Sebastiã,o, que vossa<br />

alma descansa no céu eternamente,<br />

permiti que um dia vos tornemos a ver<br />

e. em côro, cantaremos as baladas <strong>do</strong>­<br />

tentes Felctianas lá nos páramos felizes<br />

da eterna glória.<br />

Que Deus o tenha em Seu reino, é a.<br />

prece ardente e sincera <strong>do</strong>s "Técnicos<br />

Lacticinistas de 49".<br />

Alpinópolis, outubro de 1957.<br />

Miguel Carvalho Faria<br />

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I<br />

EX-FELCTIANO SETEMBRO - OUTUBRO 35<br />

ANIVERSARIOS DE ILCTIANOS<br />

JANEIRO<br />

19 Jesus da Silva Brandão - Téc­<br />

nico em Lacticínios.<br />

5 \V alter Rente Braz Técnico em<br />

Lacticínios.<br />

G<br />

7<br />

8<br />

JO<br />

1" ,)<br />

15<br />

Carlos Tarcísi,o Nogueira - Técnico<br />

em Lacticínios .<br />

::Vlário Valclez Antas Aluno da<br />

1" série <strong>do</strong> CIL .<br />

João Barbosa <strong>Leite</strong> Aluno dü<br />

1" série <strong>do</strong> CIL .<br />

Luiz de Melo Dias Técnico em<br />

Lacticínios .<br />

Jerônimo Pinto Santana - Técnico<br />

em Lacticínios .<br />

Altair Vital de Sales - Aluno da<br />

1" série elo CU,.<br />

Hi - José ;.VIarcelo de Araujo - Técni·<br />

co em Lacticínios .<br />

Sebastião Dutra de Morais ­<br />

Funcionário <strong>do</strong> Serviço Auxiliar<br />

<strong>do</strong> Instituto de Lacticínios "Cândi<strong>do</strong><br />

Tostes".<br />

18 DI'. Paulo \V all (lcrl ey - :Médico<br />

Veterinúrio, ex-aluno <strong>do</strong> ILCT .<br />

José .ruder Domingues Leal<br />

:\luJloo da 1" série <strong>do</strong> CU,.<br />

20 José Sebastião Rahclo - Técnico<br />

em Lacticínios.<br />

Sebastião Fabiano Rabelo - Técnico<br />

em Lacticínios .<br />

2: Alvuro Vituzzo Técnico em<br />

Laeticínios .<br />

27 Lyogi Okada - Técnico em Lacticínios<br />

.<br />

28 DI'. Gera l<strong>do</strong> Gomes Pimenta ­<br />

Profess,or de Econômia Aplica(b<br />

<strong>do</strong> I. L. C. T .<br />

31 Zoreth Salomão - Funcionárb.<br />

<strong>do</strong> Servi ço de Laboratórios <strong>do</strong><br />

ILCT .<br />

FEVEREIRO<br />

4 - Dr. Rogerio de Albuquerque Maranhão<br />

- Inspetor Chefe da I. R.<br />

da DIPOA, no Rio de Janeiro,<br />

ex-aluno <strong>do</strong> ILCT .<br />

SOCIAIS<br />

5<br />

1 ';<br />

digitaliza<strong>do</strong> por<br />

J'o sé \Vilbaur Junqucira de Bar­<br />

ros - Técnico em Lacticínios.<br />

Mário :Vloreira de Carvalho<br />

Técnico em Lacticínios .<br />

Alberto Mendes de Oliveira<br />

Técnico em Lacticínios.<br />

Fausto Cezar Belloti - Técnico<br />

em Lacticínios .<br />

Temistoclcs Fabiano Vieira de<br />

Souza - Técnico em Lacticínios ,<br />

Schastiã,o Speranza Paiva - Técnico<br />

em Lacticínios .<br />

Joaquim Alney G, Junqueira<br />

Aluno ela 1" série <strong>do</strong> CIL .<br />

13 Aluizio de Aquino Andrade<br />

Técnico em Lacticínios, professor<br />

<strong>do</strong> ILCT .<br />

2·1 - Jacinto Bittencourt Godinho ­<br />

Técnico em Lacticínios .<br />

Francisco Vitorino de Miranda -<br />

Aluno da 2" série <strong>do</strong> CIL .<br />

José Sérgio Sampaio - Técnico<br />

em Lacticínios.<br />

DR. SEBASTL\O SENA FERREIRA<br />

DE ANDRADE<br />

o dia 18 de janeiro assinala mais um<br />

nniversário de nascimento <strong>do</strong> nosso<br />

prantea<strong>do</strong> diretor e amigo Dr. Sebastiã0<br />

S(n a Ferreira de Andrade, faleci<strong>do</strong> a 1:<br />


SETEMBRO OUTUBRO EX-FELCTIAO<br />

::.,.:. , .:., . :., .:+,.:., :.: :.: :.: :.;.; :.;.; :.;;.;.; :.;,:.;:'.;:'.;.:.;.; .;;:.; .;:'.;.:.;.::.;-:'.X.;::.;'{.;·:.;::.:-:.;-:.:.:::.:::.:-:.:-:.: :6y..y..:.y..y..y..x.y..y..x.:::: :.:::: :.:::: :<br />

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