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O uso de instrumentos de design na construção de eventos de moda

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O <strong>uso</strong> <strong>de</strong> <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>moda</strong><br />

The use of tools <strong>de</strong>sign in building fashion events<br />

Moreira, Bru<strong>na</strong> Ruschel; Mestranda; FEEVALE<br />

bru<strong>na</strong>ruschel@feevale.br<br />

Scaletsky, Celso Carnos; Doutor; Unisinos<br />

celsocs@unisinos.br<br />

Resumo<br />

O artigo tem como objetivo refletir sobre a relação entre a utilização dos <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong><br />

metodologias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign durante a projetação, <strong>de</strong>senvolvimento e realização <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong><br />

<strong>moda</strong> multimarca – evento em que mais <strong>de</strong> uma empresa se faz presente durante a<br />

apresentação. A fim <strong>de</strong> elucidar esta relação, se tomará com estudo <strong>de</strong> caso um <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong><br />

<strong>moda</strong> multimarca <strong>de</strong>senvolvido <strong>na</strong> serra gaúcha durante o ano <strong>de</strong> 2008, a fim <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lisá-lo e<br />

relacioná-lo com alguns elementos presentes durante a metodologia projetual do <strong>de</strong>sign.<br />

Palavras Chave: Instrumentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, Desfile multimarca, Moda.<br />

Abstract<br />

This article aims to reflect on the relationship between the use of <strong>de</strong>sign tools during the<br />

<strong>de</strong>signing, <strong>de</strong>velopment and implementation of a multi-brand fashion show - an event where<br />

more than one company is present during the presentation. In or<strong>de</strong>r to elucidate this<br />

relationship strikingly, will become a case study with a multi-brand fashion <strong>de</strong>veloped in<br />

Minnesota in the year 2008, in or<strong>de</strong>r to a<strong>na</strong>lyze it and relate it to some elements present in the<br />

methodology projectual <strong>de</strong>sign.<br />

Keywords: Design instruments, Multibrand fashion, Fashion.


O <strong>uso</strong> <strong>de</strong> <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

Introdução<br />

Os <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong> precisam se reformular a fim <strong>de</strong> proporcio<strong>na</strong>r diferentes formatos<br />

<strong>de</strong> espetáculos aos freqüentadores e evitar, com isso, o <strong>de</strong>sinteresse do público. Tais<br />

apresentações encontram-se em meio ao universo da <strong>moda</strong> que se <strong>de</strong>svela em um campo<br />

efêmero e inconstante, on<strong>de</strong> a oferta <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s tor<strong>na</strong>-se uma premissa fundamental para a<br />

condução da força motriz do setor. Em meio a este panorama, encontram-se os <strong>de</strong>sfiles <strong>de</strong><br />

<strong>moda</strong> multimarcas, ou seja, apresentações compostas por mais <strong>de</strong> uma empresa que tem por<br />

objetivo possibilitar a divisão da atenção da mídia em um mesmo ambiente e <strong>de</strong> forma<br />

igualitária.<br />

Reformular formatações <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> requer um estudo aprofundado que envolve<br />

diversas análises e consi<strong>de</strong>rações junto ao público, à marca, às condições estruturais do<br />

ambiente a sediar o evento, bem como a disponibilida<strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nceira da empresa frente ao<br />

investimento requerido por um <strong>de</strong>sfile. Desta forma, a problemática do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

uma apresentação <strong>de</strong> <strong>moda</strong> se agrava quando trata-se <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sfile multimarca em função da<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> público que <strong>de</strong>ve-se aten<strong>de</strong>r, bem como estilos das empresas participantes. A<br />

temática a ser seguida no evento é um dos fatores mais <strong>de</strong>licados neste cenário, pois se tem o<br />

compromisso <strong>de</strong> respeitar os diferentes públicos e estilos em um único viés <strong>de</strong> atuação.<br />

Neste contexto, o artigo objetiva relacio<strong>na</strong>r o <strong>uso</strong> <strong>de</strong> <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> metodologias <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sign e os processos <strong>de</strong> projetação <strong>de</strong> um evento <strong>de</strong> <strong>moda</strong>. Busca-se contribuir, em especial,<br />

para com os <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong> multimarca que, por muitas vezes, se apresentam sem<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e apelo comercial e conceitual em função da multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas presentes.<br />

A fim <strong>de</strong> estabelecer uma relação entre a utilização dos <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign durante<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfiles <strong>de</strong> <strong>moda</strong> multimarca, será <strong>de</strong>senvolvida uma análise <strong>de</strong> caso do<br />

<strong>de</strong>sfile multimarca do Festimalha 2008, ocorrido <strong>na</strong> serra gaúcha durante o ano <strong>de</strong> 2008.<br />

1 Metodologia e <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign: breves <strong>de</strong>finições<br />

Segundo a gramática, a palavra <strong>de</strong>sign significa a concepção <strong>de</strong> um projeto ou mo<strong>de</strong>lo;<br />

o planejamento <strong>de</strong>ste projeto; ou o produto <strong>de</strong>sse planejamento (FERREIRA, 1993). Porém, o<br />

termo abrigou-se <strong>na</strong> língua portuguesa a partir <strong>de</strong> um conceito mais amplo: <strong>de</strong> projeto. Para<br />

Baxter, o termo <strong>de</strong>sign significa um amplo aglomerado <strong>de</strong> idéias e traduz-se,<br />

superficialmente, através do conceito <strong>de</strong> que trata-se <strong>de</strong> um processo que visa a melhoria dos<br />

aspectos funcio<strong>na</strong>is, ergonômicos e visuais dos produtos, aten<strong>de</strong>ndo às necessida<strong>de</strong>s do<br />

consumidor, melhorando o conforto, a segurança, a satisfação, além <strong>de</strong> adicio<strong>na</strong>r valor aos<br />

produtos industrializados e conquistar novos mercados. O autor ainda salienta que Design é<br />

um po<strong>de</strong>roso instrumento para introduzir diferenciações nos produtos e <strong>de</strong>stacar-se perante os<br />

concorrentes, além <strong>de</strong> ser um dos principais <strong>instrumentos</strong> para as empresas competirem nos<br />

mercados <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (2000). Em uma <strong>de</strong>finição mais sintética, enten<strong>de</strong>-se que o<br />

<strong>de</strong>sign não resi<strong>de</strong>, ape<strong>na</strong>s, nos produtos acabados, mas no ato <strong>de</strong> fazê-los, bem como seu foco<br />

não se concentra no resultado, mas sim, no processo (BRANZI in MORAES, 2006).<br />

Percebe-se, assim, que <strong>de</strong>sign traduz-se em muitos aspectos diferentes: por um lado<br />

enquanto um processo ou um meio para promover as vendas e inseri-las em um estágio <strong>na</strong><br />

linha <strong>de</strong> produção . Por outro lado enquanto resultado dos diversos processos colocados em<br />

jogo no ato <strong>de</strong> projetar. Através <strong>de</strong>le po<strong>de</strong>-se realçar os produtos, bem como os ven<strong>de</strong>r;<br />

resolver problemas e os converter em idéias; po<strong>de</strong> ser artístico e comercial, intelectual e<br />

físico. Para tanto, a fim <strong>de</strong> ampliar a problematização dos termos discutidos no presente<br />

estudo, faz-se necessário retomar alguns conceitos relacio<strong>na</strong>dos com a metodologia <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />

e mo<strong>de</strong>los que a representam.<br />

Os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign tem como intuito representar a estrutura <strong>de</strong> pensar a ação e,<br />

consequentemente, projetar. Estes formatos possibilitam refletir sobre o método e as técnicas<br />

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O <strong>uso</strong> dos <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

empregadas no processo que são utilizadas a fim <strong>de</strong> auxiliar no ato projetual, oferecendo-se,<br />

com isso, caminhos e possíveis ferramentas para resolver problemas (ROOZENBURG,<br />

1996).<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se o processo <strong>de</strong>scritivo - revelar o método aplicado <strong>na</strong> estrutura lógica<br />

a<strong>na</strong>lítica do pensamento do <strong>de</strong>sign - ou prescritivo - opinião baseada <strong>na</strong> análise <strong>de</strong>scritiva,<br />

além <strong>de</strong> indicar <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das soluções <strong>de</strong> métodos para problemas (APUD, 1996).<br />

Sinteticamente, enten<strong>de</strong>-se que o processo engloba aspectos <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição, análise e síntese do<br />

problema. A metodologia, no entanto, constitui-se <strong>de</strong> ferramentas que visam facilitar o ato<br />

projetual a fim <strong>de</strong> indicar caminhos durante o processo <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> problemas.<br />

A metodologia projetual <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign congrega diversos <strong>instrumentos</strong> que auxiliam e<br />

colaboram no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um bem <strong>de</strong> consumo a fim <strong>de</strong> nortear e indicar<br />

possibilida<strong>de</strong>s para dado problema. Cada projeto caracteriza-se pelo <strong>uso</strong> específico <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos meios, bem como, um mesmo projeto po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvido a partir <strong>de</strong><br />

ferramentas diferenciadas.<br />

A fim <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>r ferramentas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign com apresentações <strong>de</strong> <strong>moda</strong>, serão<br />

abordados alguns <strong>instrumentos</strong> que relacio<strong>na</strong>m-se com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sfile multimarca. A partir do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> inúmeros <strong>de</strong>sfiles <strong>de</strong> <strong>moda</strong>, percebe-se<br />

que os <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> briefing, brainstorm, mapas conceituais e moodboard corroboram<br />

contun<strong>de</strong>ntemente para a realização <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong>ste porte.<br />

Contudo, será apresentado a seguir o estudo <strong>de</strong> caso <strong>de</strong>senvolvido durante o ano <strong>de</strong><br />

2008 para o Festimalha, apontando a utilização <strong>de</strong> algumas ferramentas projetuais.<br />

2 Análise <strong>de</strong> caso do <strong>de</strong>sfile Festimalha 2008 – Fase projetual<br />

Em maio <strong>de</strong> 2008, realizou-se 1 a produção dos <strong>de</strong>sfiles <strong>de</strong> <strong>moda</strong> multimarca do evento<br />

Festimalha, acontecimento <strong>de</strong> <strong>moda</strong> que ocorre anualmente <strong>na</strong> serra gaúcha. Através <strong>de</strong>sta<br />

experiência, <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>-se fazer um estudo <strong>de</strong> caso, que foi o resultado prático <strong>de</strong> um estudo<br />

teórico ao qual se utilizou <strong>de</strong> metodologias do <strong>de</strong>sign para tor<strong>na</strong>r sua realização viável.<br />

2.1 Briefing 2<br />

Tratando-se, muitas vezes, do primeiro estágio <strong>de</strong> um projeto, esta etapa faz-se<br />

importante em função <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir o problema e esclarecer o cronograma do projeto, a fim <strong>de</strong><br />

evitar conflitos <strong>de</strong> informações entre <strong>de</strong>signers e contratantes. Tal ferramenta, visa facilitar o<br />

entendimento sobre algo. Objetivando-se a atuar como um ponto <strong>de</strong> partida no ato projetual<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, o briefing constitui-se <strong>de</strong> informações sob o ponto <strong>de</strong> vista da empresa contratante<br />

do projeto (BRUCE, 1999). O briefing, geralmente, é um documento escrito que funcio<strong>na</strong><br />

como uma “espécie <strong>de</strong> contrato”. Ao mesmo tempo, po<strong>de</strong>-se afirmar que o briefing mantém<br />

relação direta com a <strong>construção</strong> do problema <strong>de</strong> projeto. Se aceitamos o fato <strong>de</strong> que o<br />

problema <strong>de</strong> projeto é um problema <strong>de</strong> <strong>na</strong>tureza mal estruturada e aberta é possível<br />

compreen<strong>de</strong>r o briefing como um documento que po<strong>de</strong> sofrer alterações.<br />

Desta forma, o primeiro contato com a associação promotora do evento Festimalha<br />

<strong>de</strong>rivou-se em informações acerca do evento, do <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong> <strong>moda</strong> da feira e da campanha<br />

midiática e, através <strong>de</strong>stas, viabilizou-se o início do <strong>de</strong>senvolvimento projetual do <strong>de</strong>sfile<br />

multimarca do Festimalha 2008 3 . O briefing apontou que <strong>eventos</strong> como o Festimalha são<br />

1 Produção realizada por Bru<strong>na</strong> Ruschel Moreira.<br />

2 Informações obtidas no site oficial do Festimalha: www.festimalha.com.br e através <strong>de</strong> reuniões com diretores<br />

da associação.<br />

3 Promovido pelo Departamento <strong>de</strong> Malharias da Associação Comercial e Industrial <strong>de</strong> Nova Petrópolis, o evento<br />

Festimalha é realizado anualmente <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova Petrópolis durante o mês <strong>de</strong> maio. Consi<strong>de</strong>rado o maior<br />

evento <strong>de</strong> <strong>moda</strong> em malha do sul do país, o acontecimento ocorre no Centro <strong>de</strong> Eventos da cida<strong>de</strong>.<br />

Congregando as malharias da região da serra gaúcha, o evento reúne cerca <strong>de</strong> cem empresas do ramo, além <strong>de</strong><br />

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O <strong>uso</strong> <strong>de</strong> <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

consi<strong>de</strong>rados como acontecimentos direcio<strong>na</strong>dos a segmentos específicos <strong>de</strong> mercado, porém,<br />

apesar <strong>de</strong> possuir enfoque para as malhas, o público-alvo do evento caracteriza-se pela<br />

diversificação. Na feira se encontram diferentes tipos <strong>de</strong> estilos e, principalmente, <strong>de</strong><br />

entretenimento. Além das malhas, existem diversas atrações concomitantes à feira,<br />

relacio<strong>na</strong>das ao lazer. Para tanto, diversas ações são realizadas antes do evento, tendo sempre<br />

como objetivo a qualida<strong>de</strong> da prestação <strong>de</strong> seus serviços e a contribuição com o setor<br />

malheiro da cida<strong>de</strong> e regiões próximas. A feira objetiva apresentar ao público o potencial do<br />

setor malheiro da serra gaúcha, expondo peças em malhas com conceito <strong>de</strong> <strong>moda</strong> –<br />

permeando a idéia <strong>de</strong> que a indumentária em malha também po<strong>de</strong> ser sinônimo <strong>de</strong> <strong>moda</strong> e não<br />

ape<strong>na</strong>s <strong>de</strong> inverno.<br />

Além do briefing do evento, foram disponibilizadas informações específicas do <strong>de</strong>sfile<br />

que ocorre anualmente. No piso superior do pavilhão localiza-se um auditório com<br />

capacida<strong>de</strong> para seiscentas pessoas. Este local <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>-se para a realização dos <strong>de</strong>sfiles. O<br />

<strong>de</strong>sfile <strong>de</strong>veria contemplar vinte e três malharias, sendo que cada empresa <strong>de</strong>veria possuir um<br />

espaço para quatro entradas <strong>de</strong> manequins, além <strong>de</strong> projeção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual e locução<br />

dos nomes das empresas durante a realização da apresentação.<br />

Ao total, o <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong>veria congregar noventa e duas propostas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>na</strong> apresentação,<br />

sendo que <strong>de</strong>ntre as empresas participantes, os segmentos dividiam-se em adulto, juvenil e<br />

infantil; e os estilos em clássico, esporte, casual, retrô e social.<br />

O briefing relativo a campanha da feira, findou as coletas <strong>de</strong> informações necessárias<br />

da primeira parte do projeto. A fim <strong>de</strong> promover a feira, veiculando-a em mídias impressas e<br />

verbais, foi <strong>de</strong>senvolvida uma campanha 4 para o evento.<br />

2.2 Brainstorm<br />

Esta ferramenta procura dar vazão a criativida<strong>de</strong> através da geração <strong>de</strong> resultados<br />

satisfatórios via um processo coletivo, livre e sem censura. A técnica objetiva facilitar o<br />

processo através <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> trabalhos em grupo a fim <strong>de</strong> gerar idéias manifestadas <strong>de</strong><br />

forma conjunta e em prol do conhecimento almejado. Acredita-se que este procedimento<br />

estimule os participantes da ativida<strong>de</strong>, agregando, <strong>de</strong>sta forma, interesse um ao outro. A<br />

premissa baseia-se <strong>na</strong> idéia <strong>de</strong> que não existe o coletivo sem haver o individual. A<br />

combi<strong>na</strong>ção do individual no grupo, faz com que esta ferramenta possibilite alcançar<br />

<strong>de</strong>finições inesperadas se imagi<strong>na</strong>das individualmente.<br />

Existem alguns tipos <strong>de</strong> brainstorm, entre eles, o estruturado e o não estruturado. A<br />

ativida<strong>de</strong> estruturada realiza-se <strong>de</strong> maneira organizada on<strong>de</strong> os integrantes atribuem seus<br />

pensamentos e associações sobre o projeto <strong>de</strong> forma seqüencial. Cada integrante <strong>de</strong>ve<br />

expressar algum termo sobre o assunto, respeitando a seqüência dos indivíduos. Neste caso,<br />

não convém que um integrante dirija seus pensamentos e percepções ao grupo em momentos<br />

distintos da seqüência programada. Intitulado como não estruturado, este tipo <strong>de</strong> brainstorm<br />

não possui seqüência, possibilitando aos integrantes o intercâmbio dos pensamentos<br />

concomitantemente e sem or<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong> suas percepções.<br />

A partir do briefing obtido através da empresa contratante e agência <strong>de</strong> comunicação,<br />

<strong>de</strong>senvolveu-se um brainstorm não estruturado com três integrantes, que se objetivou a gerar<br />

idéias a partir da temática proposta: “Viva o inverno dos seus sonhos”. A partir da idéia<br />

mobilizar o comércio em geral da cida<strong>de</strong>, como restaurantes, pousadas e pontos turísticos.<br />

4 Campanha <strong>de</strong>senvolvida pela agência Interativa Comunicação e Design, <strong>de</strong> Caxias do Sul, que po<strong>de</strong> ser<br />

acessada pelo site www.interativacom.com.<br />

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O <strong>uso</strong> dos <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

principal <strong>de</strong> o que seriam “sonhos da Emília?”, <strong>de</strong>rivaram-se diversas associações – diretas e<br />

indiretas – com o tema. Algumas das palavras relevantes e oriundas da dinâmica foram:<br />

sonhos da Emília – viagem – tempo – passado – futuro – presente - cida<strong>de</strong> – parque <strong>de</strong><br />

diversões – galáxia – planetas – arco íris – paraíso - trem – avião – nuvem – céu – mar –<br />

jardim encantado – <strong>na</strong>tureza – fau<strong>na</strong> - lúdico – surrealismo – colorido – pirulitos – doces -<br />

encantamento – faz <strong>de</strong> conta – tapete voador – varinha mágica – cartola - duen<strong>de</strong>s – animais –<br />

planeta Terra – zepelin – pessoas famosas – momentos históricos importantes – obras <strong>de</strong> arte<br />

– esculturas – pinturas – roda gigante – maça do amor – algodão doce – gran<strong>de</strong>s metrópoles –<br />

cosmopolita – presente.<br />

2.3 Mapas conceituais<br />

Após o brainstorm, buscou-se o intercâmbio das idéias através do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

dos mapas conceituais – instrumento informatizado que visa a criação <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong><br />

organização e representação <strong>de</strong> conhecimentos obtidos em pesquisas anteriores<br />

(SCALETSKY, 2006). O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mapas conceituais permite o raciocínio por<br />

a<strong>na</strong>logias que se caracteriza por um processo <strong>de</strong> “i<strong>de</strong>ntificação, mapeamento e transferência<br />

<strong>de</strong> conhecimentos entre um problema (elemento alvo) e situações familiares paradigmáticas e<br />

conhecidas (elementos fonte)” (CASAKIN apud SCALETSKY, 2008). Com isto, os termos,<br />

idéias e expressões oriundas do brainstorm po<strong>de</strong>m ser reunidos por semelhanças e afinida<strong>de</strong>s<br />

através <strong>de</strong> grupos<br />

A partir do brainstorm do caso Festimalha, <strong>de</strong>senvolveram-se mapas conceituais a fim<br />

<strong>de</strong> procurar estabelecer ligações entre as palavras obtidas e os estilos das malharias<br />

integrantes do <strong>de</strong>sfile, conforme ilustrado <strong>na</strong> figura 01.<br />

Figura 01: Reunião <strong>de</strong> conceitos oriundos da organização dos mapas conceituais.<br />

Tal metodologia sobressaiu-se em função do fato <strong>de</strong> que cada empresa, ao <strong>de</strong>senvolver<br />

suas coleções, opta por percorrer um tema específico, seguindo tendências <strong>de</strong> <strong>moda</strong> e<br />

direcio<strong>na</strong>ndo seus produtos para seus públicos-alvos. Contudo, a problemática <strong>de</strong>sta etapa<br />

restringiu-se em como unificar todas as malharias num único tema e <strong>de</strong>ntro do mesmo <strong>de</strong>sfile.<br />

Em função da similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conceitos tangíveis e intangíveis obtidos com o brainstorm as<br />

malharias infanto e infantis foram associadas aos conceitos <strong>de</strong>: parque <strong>de</strong> diversões, arco íris,<br />

paraíso, nuvem, jardim encantado, pirulitos, encantamento, faz <strong>de</strong> conta, animais, maça do<br />

amor e algodão doce. Devido a reunião <strong>de</strong> termos mais urbanos e cosmopolitas, as malharias<br />

adultas com estilo casual e urbano foram relacio<strong>na</strong>das com os conceitos <strong>de</strong>: cida<strong>de</strong>, trem,<br />

avião, planeta Terra, gran<strong>de</strong>s metrópoles, cosmopolita, presente. Os termos resultantes <strong>de</strong><br />

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O <strong>uso</strong> <strong>de</strong> <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

relações <strong>de</strong> viagem ao túnel do tempo foram associados com empresas <strong>de</strong> caráter retrô:<br />

viagem, passado, céu, tapete voador, cartola, zepelin, momentos históricos importantes, obras<br />

<strong>de</strong> arte, esculturas, pinturas. .<br />

Contudo, estas reuniões foram realizadas imagi<strong>na</strong>riamente a fim <strong>de</strong> promover a união<br />

<strong>de</strong> um mesmo tema, subdividido em etapas, conforme observa-se <strong>na</strong> imagem 02.<br />

Figura 02: Reunião e seleção dos conceitos oriundos da organização dos mapas conceituais.<br />

Desta forma, a reunião dos conceitos auxiliou <strong>na</strong> divisão da apresentação em três<br />

momentos. Obtendo como premissa maior os “sonhos <strong>de</strong> Emília”, propô-se realizar três<br />

sonhos diferentes ao longo do <strong>de</strong>sfile. O primeiro sonho ocorreu <strong>na</strong> gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong> sob o viés<br />

<strong>de</strong> um estilo urbano; o segundo aconteceu em um parque lúdico; e o terceiro realizou-se<br />

através <strong>de</strong> uma viagem ao túnel do tempo, composta por indumentárias caracterizadas pelo<br />

estilo “retrô”.<br />

2.4 MoodBoard<br />

O instrumento <strong>de</strong> mood board é uma ferramenta que proporcio<strong>na</strong> suporte as idéias,<br />

objetivando-se a coletar, organizar e visualizar um conjunto <strong>de</strong> imagens que representam e<br />

constroem significados. Salienta-se que este instrumento não se restringe ape<strong>na</strong>s a imagens,<br />

mas também a fotos, <strong>de</strong>senhos técnicos, texturas, cores, tecidos, entre outros elementos<br />

capazes <strong>de</strong> representar conceitos, também se fazem presentes se necessário (GARNER &<br />

MCDONAGH-PHILP, 2001).<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se que este instrumento ocorra através <strong>de</strong> raciocínios por a<strong>na</strong>logia ou<br />

metáfora e buscam <strong>de</strong>scobrir o <strong>de</strong>sconhecido através do semelhante ou familiar. Atuando<br />

enquanto um processo <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> conhecimento entre objetos fontes e objetos alvos,<br />

esta ferramenta possibilita que o criador estruture idéias em cima <strong>de</strong> relações estabelecidas.<br />

Logo, a relação <strong>de</strong> semelhança entre dois universos distintos ocorre com o objetivo <strong>de</strong><br />

conhecer ou <strong>de</strong>scobrir o <strong>de</strong>sconhecido através do semelhante ou familiar (HEYLIGHEN,<br />

2000). Este processo incentiva o criador a enxergar o mundo através <strong>de</strong> um olhar curioso e<br />

disposto a combi<strong>na</strong>r conceitos através <strong>de</strong> a<strong>na</strong>logias e metáforas até então inéditas. Contudo,<br />

percebe-se a relevância do olhar a<strong>na</strong>lógico, pois o mesmo possibilita que o projetista observe<br />

e aprenda conceitos através <strong>de</strong> elementos <strong>na</strong>turais ou artificiais do cotidiano, bem como<br />

formas e texturas da <strong>na</strong>tureza.<br />

A <strong>construção</strong> <strong>de</strong> moodboards po<strong>de</strong>, assim, ser associada a <strong>construção</strong> <strong>de</strong> conceitos e<br />

atmosferas e não <strong>de</strong>ve ser visto ape<strong>na</strong>s como um instrumento <strong>de</strong> colagens <strong>de</strong> imagens<br />

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O <strong>uso</strong> dos <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

isoladas. Moodboards criam vínculos entre as imagens (e outros objetos nele contidos)<br />

construindo assim novos significados.<br />

A partir do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> três possíveis eixos dos “Sonhos <strong>de</strong> Emília”, iniciouse<br />

uma busca por imagens restrita a recursos da web e o site mais utilizado foi o GettyImages.<br />

A figura 03 é constituída do quadro resultante da pesquisa imagética do eixo “parques <strong>de</strong><br />

diversão” que ligou-se a empresas infanto e infantis ao qual possuíam públicos alvo<br />

semelhantes e os elementos mais salientes foram: fau<strong>na</strong>, flora e parques, além <strong>de</strong> explorar<br />

imagens relacio<strong>na</strong>das com paraísos, arco íris e potes <strong>de</strong> ouro.<br />

Figura 03: Resumo <strong>de</strong> imagens relacio<strong>na</strong>das com o eixo “parques <strong>de</strong> diversão”.<br />

Fonte: Gettyimages.<br />

A pesquisa imagética relacio<strong>na</strong>da com o tema “gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s” obteve como<br />

princípios chaves alguns elementos urbanos, referenciando semáforos, gran<strong>de</strong>s obras<br />

arquitetônicas mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>s, trânsito terrestre e aéreo, além <strong>de</strong> fazer alusão ao planeta Terra,<br />

conforme representa-se <strong>na</strong> figura 04. A busca por ícones <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s metrópoles – orientais e<br />

oci<strong>de</strong>ntais - também se fez presente nesta pesquisa.<br />

Figura 04: Resumo <strong>de</strong> imagens relacio<strong>na</strong>das com o eixo “gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s”.<br />

Fonte: Gettyimages.<br />

O eixo <strong>de</strong> idéia referente ao grupo “viagem ao túnel do tempo”, relacionou-se com<br />

elementos passados, bem como estilos antigos, através <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong>sfocadas com o intuito<br />

<strong>de</strong> relacioná-las com o trabalho exercido pelo tempo. Imagens relacio<strong>na</strong>das com formas <strong>de</strong> se<br />

obter uma “viagem” também estiveram presentes com o objetivo <strong>de</strong> elucidar formas criativas<br />

e, principalmente, lúdicas <strong>de</strong> se obter transporte. Monumentos e locais importantes <strong>na</strong> história<br />

também foram inseridos <strong>na</strong>s buscas a fim <strong>de</strong> correlacioná-los com o sonho <strong>de</strong> Emília,<br />

conforme constitui-se a figura 05.<br />

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O <strong>uso</strong> <strong>de</strong> <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

2.5 Contrabriefing<br />

Figura 05: Resumo <strong>de</strong> imagens relacio<strong>na</strong>das com o eixo “viagem do túnel do tempo”.<br />

Fonte: Gettyimages.<br />

Conforme comentamos, a dinâmica do projeto traz, freqüentemente um<br />

reposicio<strong>na</strong>mento do problema que po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>finido como contrabriefing.<br />

Após o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> brainstorm, mapas conceituais e moodboard, organizouse<br />

uma apresentação com os conceitos da proposta do <strong>de</strong>sfile a fim <strong>de</strong> ser apresentado para a<br />

Associação Comercial <strong>de</strong> Nova Petrópolis. Para tanto, apresentou-se a idéia <strong>de</strong> se<br />

“materializar” os “sonhos <strong>de</strong> Emília” durante o <strong>de</strong>sfile, caracterizando-os em três momentos<br />

distintos. Este momento fez-se importante em função da aprovação e início do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do projeto <strong>na</strong> fase prática.<br />

3 Análise <strong>de</strong> caso do <strong>de</strong>sfile Festimalha 2008 – Fase prática<br />

O retorno positivo do contrabriefing encaminhou o andamento do <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

<strong>de</strong>sfile e os estilos das malharias, bem como suas propostas <strong>de</strong> coleções, foram organizados<br />

em função dos subtemas <strong>de</strong>senvolvidos, a fim <strong>de</strong> gerar unida<strong>de</strong> ao <strong>de</strong>sfile e à trilha sonora<br />

executada ao longo do mesmo. Mesmo que subdividido em três eixos, o tema central – em<br />

torno dos “sonhos <strong>de</strong> Emília” - permaneceu presente em todos os blocos. .<br />

Para transmitir a idéia <strong>de</strong> encantamento, achou-se necessário a criação <strong>de</strong> uma<br />

ambientação propícia - para o auditório <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfiles - que possibilitasse ao espectador viver nos<br />

sonhos <strong>de</strong> Emília, bem como <strong>de</strong>senvolver ações no pré <strong>de</strong>sfile a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o interesse<br />

para com o <strong>de</strong>sfile junto ao público.<br />

3.1 Lounge 5 , Cenário e Ilumi<strong>na</strong>ção<br />

O auditório 6 caracterizou-se em um ambiente lúdico, buscando retratar um mundo <strong>de</strong> sonhos<br />

através <strong>de</strong> referências coloridas, sonoras e olfativas. Montanhas gigantes, o fi<strong>na</strong>l do arco íris<br />

com o pote <strong>de</strong> ouro, caminhos <strong>de</strong> neve, cogumelos e dados gigantes, constituíram a passarela,<br />

conforme ilustram as figuras 06, 07 e 08.<br />

5 De origem inglesa, a palavra Lounge significa sala, sofá, espreguiça<strong>de</strong>ira, salão, divã. Muito utilizado <strong>na</strong> língua<br />

portuguesa, a mesma possui o significado <strong>de</strong> um universo sonoro <strong>de</strong> referências diversas.<br />

6 Créditos do cenário. Criação: Bru<strong>na</strong> Ruschel. Construção do cenário: Adélia Hillebrand, Márcia Wiltgen e João<br />

Rodrigues.<br />

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O <strong>uso</strong> dos <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

Figura 06, 07 e 08: Sala <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfiles sob diferentes ângulos. Fonte: Mauro Stoffel.<br />

32 Trilha sonora e animações<br />

O <strong>de</strong>sfile iniciou-se com as <strong>de</strong>vidas apresentações dos créditos <strong>de</strong> empresas apoiadoras<br />

e patroci<strong>na</strong>doras do evento a fim <strong>de</strong> contemplar as necessida<strong>de</strong>s expostas durante a realização<br />

do briefing. Contudo, a fim <strong>de</strong> seguir a idéia <strong>de</strong> sonhos, as empresas foram citadas e<br />

projetadas em três telões gigantes, em meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos animados – assemelhando-se com o<br />

cenário - conforme verificado abaixo <strong>na</strong>s figuras 09 e 10.<br />

Figura 09: Imagem da projeção dos apoiadores e patroci<strong>na</strong>dores do evento. Fonte: Bru<strong>na</strong> Ruschel.<br />

Figura 10: Imagem da projeção dos telões. Fonte: Mauro Stoffel.<br />

Posterior a isto, foram projetados - nos mesmos telões – o ví<strong>de</strong>o do primeiro sonho <strong>de</strong><br />

Emília. Os ví<strong>de</strong>os transcorreram em formato <strong>de</strong> animações e obtiveram como objetivo<br />

apresentar os sonhos <strong>de</strong> Emília antes do início <strong>de</strong> cada bloco do <strong>de</strong>sfile. Este trabalho foi o<br />

resultado da mistura do conceito da campanha <strong>de</strong> TV e da sua vetorização, ou seja,<br />

transformação da mesma em <strong>de</strong>senho animado, conforme visualizado <strong>na</strong>s figuras 11 e 12.<br />

Figura 11: Foto da campanha. Fonte: Interativa Comunicação.<br />

Figura 12: Foto vetorizada. Fonte: Bru<strong>na</strong> Ruschel.<br />

Enten<strong>de</strong>-se que o estímulo visual possibilitou às pessoas a fazer relações entre as<br />

imagens projetadas nos telões e as informações sobre o mundo que cada indivíduo possui. As<br />

imagens normalmente são “<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>das a agradar seu espectador lhes oferecendo sensações<br />

específicas”. Elas reforçam, reafirmam e explicitam a relação do público com o mundo visual,<br />

on<strong>de</strong> os mesmos estabelecem i<strong>de</strong>ntificação e reconhecimento com os estímulos visuais<br />

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O <strong>uso</strong> <strong>de</strong> <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

(AUMONT, 1993, p. 80). .<br />

A projetação dos três sonhos apresentaram as imagens da meni<strong>na</strong> Emília em formato<br />

real da campanha e no formato <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho animado vetorizado com o objetivo <strong>de</strong> simbolizar<br />

ao público que os sonhos seriam iniciados e, com ele, um novo conceito. Esta idéia foi<br />

reforçada com a intervenção sonora <strong>de</strong> uma mesma frase 7 citada no início dos três ví<strong>de</strong>os<br />

representativos dos sonhos. A música obteve como intuito a marcação imaginária da transição<br />

<strong>de</strong> um sonho para o outro junto aos indivíduos presentes <strong>na</strong> platéia.<br />

3.3 Primeiro sonho: “A cida<strong>de</strong> e seu fantástico <strong>de</strong>senvolvimento”<br />

Intitulado como “A cida<strong>de</strong> e seu fantástico <strong>de</strong>senvolvimento”, o primeiro bloco<br />

congregou sete malharias a partir <strong>de</strong> conceitos urbanos. Para tanto, a trilha sonora também fez<br />

referência aos gran<strong>de</strong>s centros urbanos do mundo, como por exemplo: Paris, Buenos Aires,<br />

Tóquio, Nova Iorque, entre outros. Abaixo, figuras ilustrativas <strong>de</strong> trechos das animações que<br />

fizeram a composição da primeira animação do <strong>de</strong>sfile, conforme ilustrado <strong>na</strong>s figuras 13 e<br />

14. Refletindo referências <strong>de</strong> um mundo quem não pára, o ví<strong>de</strong>o mostra Emília, já traduzida<br />

em <strong>de</strong>senho animado, em meio a um centro agitado e globalizado, viajando através <strong>de</strong> carros<br />

e aviões.<br />

Figuras 13 e 14: Trechos inicial e fi<strong>na</strong>l do ví<strong>de</strong>o do sonho número um. Fonte: Bru<strong>na</strong> Ruschel.<br />

Ao fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> cada ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> animação, foram apresentados - através <strong>de</strong> projeção visual -<br />

os logotipos das malharias participantes do bloco, conforme ilustra a figura 14. Esta ação<br />

relacionou-se com o fato do briefing sugerir que os créditos das empresas fossem<br />

<strong>de</strong>vidamente inseridos ao longo da apresentação em função da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferenciação<br />

frente a vinte e três empresas diferentes estarem <strong>na</strong> mesma passarela. .<br />

Após a apresentação do ví<strong>de</strong>o simbólico em alusão ao sonho da meni<strong>na</strong>, manequins,<br />

vestindo looks 8 caracterizados pelo conceito <strong>de</strong> metrópole, <strong>de</strong>sfilaram <strong>na</strong> passarela fazendo<br />

referência a um universo <strong>de</strong> indumentária caracterizado pelo conceito <strong>de</strong> cores sóbrias, peças<br />

utilitárias e mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>s.<br />

7 “Quando os meus pensamentos caem, para a terra do fazer rir, on<strong>de</strong> tudo é divertido, para sempre [...]”<br />

8 Créditos dos looks do <strong>de</strong>sfile. Criação: Bru<strong>na</strong> Ruschel.<br />

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O <strong>uso</strong> dos <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

Figuras 15 e 16: Elementos urbanos inseridos <strong>na</strong>s composições do primeiro sonho. Fonte: Mauro Stoffel.<br />

3.4 Segundo sonho: “Uma tar<strong>de</strong> romântica no parque” .<br />

Findado o primeiro bloco, novamente projetaram-se através dos telões, uma animação<br />

que objetivou-se a traduzir o segundo sonho <strong>de</strong> Emília, intitulado como “Uma tar<strong>de</strong> romântica<br />

no parque”. O mesmo referenciou malhas através <strong>de</strong> apelos mais românticos e a trilha sonora<br />

transcorreu-se com ruídos da <strong>na</strong>tureza e sons exóticos. As figuras 17 e 18 ilustram o ví<strong>de</strong>o<br />

apresentado.<br />

Figura 17 e 18: Trechos inicial e fi<strong>na</strong>l do ví<strong>de</strong>o do sonho número dois. Fonte: Bru<strong>na</strong> Ruschel.<br />

As roupas traduziram o conceito do sonho com muitas cores e estampas, além do <strong>uso</strong><br />

<strong>de</strong> componentes ingênuos, como as mantas em formato <strong>de</strong> “pompons” e polai<strong>na</strong>s. Cores fortes<br />

alegraram e <strong>de</strong>scontraíram a passarela que antes havia sido marcada pelo cinza asfalto das<br />

gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s, conforme ilustram as figuras 19 e 20.<br />

Figura 19 e 20: Presença <strong>de</strong> cores, referências românticas e <strong>de</strong>licadas no bloco dois. Fonte: Mauro Stoffel.<br />

3.5 Terceiro sonho: “Viagem ao túnel do tempo”<br />

Na parte fi<strong>na</strong>l do <strong>de</strong>sfile, o público po<strong>de</strong> assistir ao último ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> animação da<br />

apresentação do sonho <strong>de</strong> Emília, que trouxe a idéia <strong>de</strong> uma “Viagem no túnel do tempo”.<br />

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O <strong>uso</strong> <strong>de</strong> <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

Para remeter o público a tal conceito, Emília entra numa espiral sentada num tapete voador e<br />

ressurge em algum lugar do passado, conforme verifica-se <strong>na</strong>s figuras 20 e 21.<br />

Figuras 20 e 21: Trecho inicial e fi<strong>na</strong>l do ví<strong>de</strong>o três. Fonte: Bru<strong>na</strong> Ruschel.<br />

As malharias presentes neste bloco apresentaram roupas com apelos antigos e as<br />

músicas vieram com toques retrôs, relembrando hits das décadas <strong>de</strong> décadas <strong>de</strong> 50, 60, 70, 80<br />

e 90. Elementos marcantes do vestuário <strong>de</strong> épocas passadas, bem como formatos e cores,<br />

estiveram presentes para incrementar as roupas dos mo<strong>de</strong>los neste bloco. Vestidos e saias em<br />

linhas “A” 9 , sandálias, polai<strong>na</strong>s e cores sóbrias se fizeram presentes, conforme po<strong>de</strong> se<br />

observar através das figuras 22 e 23.<br />

Figuras 22 e 23: Referências as linhas antigas. Fonte: Mauro Stoffel.<br />

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Sabe-se que a criativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada a capacida<strong>de</strong> do ser humano em<br />

combi<strong>na</strong>r suas informações pessoais <strong>de</strong> formas inusitadas, gerando <strong>de</strong>sta maneira, resultados<br />

apropriados e interessantes. Contudo, tor<strong>na</strong>-se mais difícil combi<strong>na</strong>r informações textuais e<br />

imagéticas se os indivíduos possuem poucos recursos metodológicos. Enten<strong>de</strong>-se que<br />

ferramentas <strong>de</strong> acesso a estas combi<strong>na</strong>ções facilitam o processo criativo e visam organizar a<br />

reunião <strong>de</strong> idéias dispersas em conceitos únicos.tor<strong>na</strong>-se importante salientar que, muitos<br />

<strong>de</strong>signers, utilizam estas ferramentas sem ter consciência disto. Este cenário reflete-se <strong>na</strong><br />

dificulda<strong>de</strong> que muitos criadores e projetistas possuem em verbalizar o ato projetual. O<br />

projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign trata-se <strong>de</strong> um processo não linear e inconstante, porém, suas metodologias<br />

buscam-se apoiar-se em ferramentas e <strong>instrumentos</strong> que facilitem seu caminho criativo. Tais<br />

etapas relevam-se <strong>na</strong> idéia <strong>de</strong> que as mesmas po<strong>de</strong>m ser utilizadas em diferentes construções<br />

9 O mo<strong>de</strong>lo origi<strong>na</strong>l foi <strong>de</strong> um vestido criado em 1955 por Christian Dior que tinha a forma <strong>de</strong> uma letra A, com<br />

ombros estreitos e saia que se abre em direção à barra. Hoje temos também saias em linha A, que são<br />

ajustadas no quadril e se abrem em direção à barra.<br />

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O <strong>uso</strong> dos <strong>instrumentos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>na</strong> <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>eventos</strong> <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

<strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo, seja ele um produto ou um serviço. O presente estudo objetivou <strong>de</strong>linear<br />

um processo utilizado <strong>na</strong> realização <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong> <strong>moda</strong> multimarca.<br />

Ao longo do <strong>de</strong>senvolvimento da análise <strong>de</strong> caso, po<strong>de</strong>-se referenciar a importância <strong>de</strong><br />

tais ferramentas, on<strong>de</strong> muitas empresas fazem-se presente, dividindo seus espaços, públicos e<br />

segmentos, em um mesmo evento. Sabe-se que um tema <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sfile valoriza os<br />

componentes do mesmo e po<strong>de</strong>m ser apresentados <strong>de</strong> várias formas diferentes ao espectador,<br />

surpreen<strong>de</strong>ndo-o <strong>de</strong> forma positiva (DUGGAN, 2001, p. 08). No entanto, a fim <strong>de</strong> unificar<br />

um mesmo tema a aten<strong>de</strong>r a diferentes <strong>de</strong>mandas das empresas participantes do<br />

acontecimento, fez-se fundamental o <strong>de</strong>senvolvimento e planejamento <strong>de</strong> um método com o<br />

intuito <strong>de</strong> organizar as diversas variantes que constituíam tal cenário.<br />

Salienta-se que a metodologia aplicada no <strong>de</strong>sfile a<strong>na</strong>lisado refere-se exclusivamente a<br />

este projeto e não se constitui em uma fórmula ou uma estrutura pré-estabelecida para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outros <strong>eventos</strong> <strong>de</strong>ste porte. Logo, os critérios <strong>de</strong> atuação, bem como as<br />

ferramentas utilizadas po<strong>de</strong>m não vir ao encontro <strong>de</strong> outros casos <strong>de</strong> apresentações <strong>de</strong> <strong>moda</strong><br />

multimarca, pois as necessida<strong>de</strong>s dos projetos variam conforme as constantes a eles inseridas.<br />

Apesar <strong>de</strong>ssa ressalva, percebe-se a importância do conhecimento da metodologia <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sign, bem como os <strong>instrumentos</strong> que facilitam este processo. Através <strong>de</strong>ste entendimento,<br />

tor<strong>na</strong>-se possível que o <strong>de</strong>signer consiga optar e escolher as ferramentas mais apropriadas<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento dos problemas que lhes são apresentados.<br />

5 Referências<br />

AUMONT, Jacques. A imagem. trad. Estela dos S. Abre. Campi<strong>na</strong>s: Papirus, 1993.<br />

BAXTER, Mike. Projeto <strong>de</strong> produto : guia prático para o <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> novos produtos. 2.<br />

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mestiçagem. São Paulo: Edgard Blücher, 2006.<br />

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DUGGAN, Ginger Gregg. Fashion Theory: a revista da <strong>moda</strong>, corpo e cultura. N. 2. Ed.<br />

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Visual Stimuli: The Use of ‘Mood Boards’ in Design Education. In: The Jour<strong>na</strong>l of Art and<br />

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25, 2000.<br />

MORAES, Dijon. Limites do <strong>de</strong>sign. 2. ed. São Paulo: Studio Nobel, 1999.<br />

PHILLIPS, Peter L. Briefing: a gestão do projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign. São Pailo: Blucher, 2008.<br />

ROOZENBURG, N.F.M. EEKELS, J. Product Design, Fundamentals and Methods.<br />

Wiley: Chichester, 1996.<br />

SCALETSKY, Celso C. Criação <strong>de</strong> bibliotecas <strong>de</strong> conceitos a partir <strong>de</strong> uma Base <strong>de</strong><br />

Projetos <strong>de</strong> Arquitetura. SIGraDI 2006, Santiago, Universidad <strong>de</strong> Chile, 2006.<br />

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Universitário SENAC, 2008, pg. 1132-1145.<br />

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