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sobre fenomenologia. Martin Heidegger (1889-1938) seguiu sua linha de pesquisa também no<br />
cenário losóco alemão. Após esse período é possível destacar na França, os estudos fenomenológicos<br />
de Jean-Paul Sartre (1905-1980) e Merleau-Ponty. Ainda há signicativos estudos em outros países,<br />
como Rússia, Bélgica, Espanha, Itália, Polônia, Inglaterra e EUA (SOKOLOWSKI, 2004). Outros<br />
movimentos losócos foram inuenciados pela fenomenologia, durante o século XX, no mundo<br />
ocidental, como a hermenêutica 37 , estruturalismo, formalismo literário e desconstrutivismo. A<br />
fenomenologia de Husserl se baseia nos estudos losócos das essências e da existência. É considerada<br />
“o estudo da experiência humana e dos modos como as coisas se apresentam elas mesmas para<br />
nós em meio e por meio dessa experiência” (SOKOLOWSKI, 2004, p. 10). Apesar de Husserl e<br />
Heidegger formarem um par de grandes pensadores da história da losoa, principalmente no seu<br />
desenvolvimento sobre fenomenologia, eles se diferem muito em suas teorias e estudos. Husserl, o<br />
racionalista, tem sua formação em matemática e depois losoa, enquanto que Heidegger iniciou sua<br />
vida acadêmica já no campo da losoa. Este, se diferenciava da linha fenomenológica de Husserl,<br />
na medida em que considerava a vida prática não distinta da vida teórica, ou seja, relacionou seu<br />
cotidiano, que até então não era usado como método adequado para o pensamento losóco, com<br />
os estudos em losoa. Consequentemente isto inuenciou enormemente seus estudos, porque<br />
em sua prática inicial dos estudos religiosos já havia uma certa preocupação de aplicar os preceitos<br />
religiosos na vida prática. Nesse ponto, importante entender que Husserl dissolveu e superou o<br />
modelo cartesiano de pensar o ser e a própria losoa (SOKOLOWSKI, 2004). Assim, há uma<br />
mudança losóca para Husserl e Heidegger que irá contribuir para o futuro do pensamento<br />
fenomenológico.<br />
Contudo, a fenomenologia de Husserl, assim como a de Heidegger, passa a ser questionada<br />
por Foucault em seus estudos arqueológicos das estruturas formais de sentido, signicação e<br />
conhecimento. A fenomenologia, portanto, em sua apresentação “original” husserliana, com<br />
contornos posteriores de Heidegger e Merleau-Ponty, sofre críticas e aplicações foucaultianas em sua<br />
estrutura, pois aponta para outras questões losócas relacionadas ao saber, construção de discursos<br />
e relações de poder. A importância disso deve-se aos novos direcionamentos que a fenomenologia e<br />
até mesmo os estudos losócos sobre os sujeitos apresentaram sobre signicação, sentido, simbólico,<br />
real e imaginário, e, principalmente, conhecimento e verdade. Neste momento podemos pensar em<br />
fenomenologia queer.<br />
Para Husserl (apud AHMED, 2006b) existe um ponto de partida, um ponto zero, do<br />
qual o mundo se desenvolve e que marca as distâncias percorridas pelos sujeitos. Essa concepção<br />
fenomenológica de abordar as orientações dos sujeitos, relaciona-se com uma lógica de verdade<br />
e de uma concepção velada da formação biológica que inicialmente vai orientar os sujeitos para<br />
um caminho dado naturalmente. Nesse ponto, podemos interferir e pensar sobre os dispositivos<br />
37 A hermenêutica ressaltou originalmente, na Alemanha, as estruturas de ler e interpretar textos e documentos do<br />
passado para uma interpretação da existência humana, com ênfase em textos bíblicos. A principal referência teórica é<br />
Hans-Georg Gadamer.