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Rubin (1980) faz de Lévi-Strauss, ela examina os argumentos do autor sobre o sistema de casamento,<br />
a relação de parentesco e faz o percurso onde discute a prerrogativa da heterossexualidade. Rubin<br />
arma que o parentesco instaura a diferença biológica entre os sexos e cria os gêneros dicotômicos.<br />
Ela propõe uma forma diferente de perceber a formação do masculino e do feminino no sistema<br />
sexo/gênero. Ela ainda discute sobre a “heterossexualidade obrigatória” e o processo de fabricação<br />
da heterossexualidade, o que produz a anti-homossexualidade (RUBIN, 1975).<br />
Rubin interpreta os fundamentos do sistema social sexual, no qual aborda a divisão dos<br />
sexos (masculino/feminino) de modo que se criou categorias mutuamente excludentes e opostas,<br />
o que caracteriza o comportamento que os homens devem reprimir qualquer dos seus aspectos<br />
femininos e as mulheres, seus aspectos masculinos. A respeito da divisão social do trabalho, dos ritos<br />
sociais (como o matrimônio) e sobre a construção do desejo heterossexual (dedicado as teorias de<br />
Freud e Lacan), ela argumenta que para compreender a história da heterossexualidade é necessário<br />
um estudo histórico que mostre as conjunções da sexualidade, da economia e da política. Mas<br />
ainda, a autora, demonstra o sentido político do sexo ao denunciar os dispositivos de normalização<br />
sexual e ainda reivindica as sexualidades não-normativas (RUBIN, 1984).<br />
Investigações nesse sentido podem esclarecer aquilo a que se refere Seidman (1996) como a<br />
contribuição da teoria queer às Ciências Sociais, ou seja, o convite ao estudo daqueles conhecimentos<br />
e daquelas práticas que organizam a ‘sociedade’ como um todo, sexualizando – heterossexualizando<br />
ou homossexualizando – corpos, desejos, atos, identidades, relações sociais, conhecimentos, cultura<br />
e instituições sociais.<br />
Dentro da perspectiva pós-feminista, ocorrem também na Europa, as obras de Beatriz<br />
Preciado e Marie-Hélène Bourcier, inuenciadas por Butler, que buscam analisar para além da<br />
teoria das performances. Uma política queer que aposta para as possibilidades subversivas dos corpos<br />
desviados (queer, abjetos, estranhos e esquisitos), na materialidade dos corpos e na necessidade de<br />
historicizar categorias de sexo, carne, corpo, biologia e natureza, tal como as explanações de Donna<br />
Haraway (1985) sobre a metáfora dos ciborgues.<br />
Preciado (2000) elabora uma proposta de subversão dos mecanismos de poder cultural,<br />
social e político, para promover uma análise crítica da heterocentralidade inscritas nos corpos, da<br />
defesa da sexualização total do corpo, da desconstrução do sistema heterocêntrico e da compreensão<br />
das tecnologias do sexo. A autora chama de tecnologias do sexo as transformações plásticas como as<br />
primeiras práticas contra-sexuais. A autora defende que o sistema heterossexual surge como aparato<br />
social para a construção do feminino e do masculino, e que ainda, opera como instrumento que<br />
centraliza diferenças anatômicas sexuais. Preciado, assim como Haraway, entende o corpo como<br />
espaço de opressão e lócus de resistência e que as novas biotecnologias de produção e reprodução do<br />
corpo assumem um papel importante para novas ressignicações corpóreas, de modo que estabelecem<br />
relações entre corpo e máquina. Deste modo, Preciado não essencializa a tecnologia como simples<br />
aparato da dominação masculina, mas sim, a compreensão do sexo e gênero como tecnologia em<br />
sua própria linguagem. Ela ainda assinala que o gênero não é simplesmente performativo como<br />
Butler (2005) nomeia, mas se manifesta na materialidade dos corpos, puramente construídos e