YEBR[MEF[F BN@R SNF ND[ / $N"[S& ^cN WN`#6%UN`.]TV'H]. `V ...
YEBR[MEF[F BN@R SNF ND[ / $N"[S& ^cN WN`#6%UN`.]TV'H]. `V ...
YEBR[MEF[F BN@R SNF ND[ / $N"[S& ^cN WN`#6%UN`.]TV'H]. `V ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
o campo do saber, o campo do poder e análise das formas de produção da verdade. Esses três<br />
campos inuenciaram os estudos da teoria queer, principalmente no que diz respeito as formas de<br />
identidade essencialista, principalmente nas noções de gay, lésbica, mulher e homem.<br />
Foucault (1976) teoriza sobre o “dispositivo da sexualidade”, onde o sexo passa a ser<br />
questionado como um campo de discursos, de escrita, de investigação e de conhecimento. Outro<br />
conceito foucaultiano fundamental que vai inuenciar a teoria queer, é o conceito de “biopoder” e de<br />
“biopolítica”, ou seja, o poder de controle, de controlar o “corpo-espécie”, onde é possível identicar<br />
estratégias de determinações sociais para os gêneros, além do poder que é exercido sobre os corpos<br />
dos sujeitos, e subverte a própria forma de pensar o corpo. Biopoder é a forma de poder que regula a<br />
vida social por dentro, acompanhando-a, interpretando-a, absorvendo-a e rearticulando-a. O poder<br />
só pode adquirir comando efetivo sobre a vida total da população quando se torna integral, vital, que<br />
todos os indivíduos abraçam e reativam por sua própria vontade. “[...] O Biopoder, portanto, refere-<br />
se a uma situação na qual o que está diretamente em jogo no poder é a produção e a reprodução da<br />
própria vida” (HARDT, 2001, p. 43). Ou seja, o Biopoder corresponde a um poder disciplinador<br />
que controla os nascimentos, mortes, reprodução, doenças dos indivíduos. Seguindo a metodologia<br />
foucaultiana, a teoria queer analisa não somente o corpo ou o sexo como um corpo neutro ou físico,<br />
mas passa a considerar os processos de produção dos corpos e sexualidades construindo outras<br />
subjetividades. Foucault explica que<br />
A sexualidade é o nome que se pode dar a um dispositivo histórico: não à realidade<br />
subterrânea que se apreende com diculdade, mas a grande rede da superfície<br />
em que a estimulação dos corpos, a intensicação dos prazeres, a incitação ao<br />
discurso, a formação dos conhecimentos, o reforço dos controles e das resistências,<br />
encadeiam-se uns aos outros, segundo algumas grandes estratégias de saber e de<br />
poder (FOUCAULT, 2005, p. 100).<br />
Nas questões de gênero e sexualidade destacam-se as relações de dominação, que muitas<br />
vezes, são reexos de repressão. Foucault explica que a repressão ocorre pelas relações de poder, entre<br />
homens e mulheres, jovens e idosos, pais e lhos, educadores e educandos, entre administração e<br />
população, entre padres e leigos. Ele ainda argumenta que a sexualidade é um dos elementos mais<br />
capazes de sofrer relações de poder, pois há variadas estratégias de dominação e opera por um<br />
conjunto diversicado de discursos e práticas sociais.<br />
Diante desse ponto de vista, a representação de gênero e da sexualidade torna-se um<br />
instrumento de manobra e repressão alicerçando as relações de poder, considerando que gênero e<br />
sexualidade são dimensões que integram a identidade pessoal de cada indivíduo e de grupos sociais<br />
integrados por uma identidade de gênero. Segundo Butler, uma das maneiras pelas quais<br />
[...] o poder é ocultado e perpetuado é pelo estabelecimento de uma relação<br />
externa ou arbitrária entre o poder, concebido como repressão ou dominação, e<br />
o sexo, concebido como energia vigorosa mas toldada, à espera de libertação ou<br />
auto-expressão autêntica (BUTLER, 2003, p. 141).<br />
39