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52<br />
parâmetros binários.<br />
Nas últimas décadas, houve muitas transformações no campo das Ciências Sociais e<br />
consequentemente nas metodologias e práticas de pesquisa, ao considerar que os discursos gerados<br />
podem inuenciar fortemente numa sociedade mais democrática. Desde então, é interessante notar<br />
as investigações que estão repensando a teoria crítica e a pesquisa qualitativa. Virginia Olesen (2006)<br />
apresenta o desenvolvimento da pesquisa qualitativa feminista e suas distintas vertentes. Defende<br />
uma pesquisa voltada para as mulheres e não somente sobre as mulheres, onde se empregam<br />
métodos experimentais de pesquisa e texto. A investigação feminista é sugerida a partir da dialética,<br />
onde o contexto histórico e o lugar da mulher em uma ordem social são discutidos. Olesen (2006)<br />
argumenta que as propostas feministas desestabilizaram formas de produzir conhecimentos,<br />
introduzindo a subjetividade na narração do texto, assumindo o envolvimento emotivo no processo<br />
teórico e apontando as tendências conceituais dentro e fora da esfera feminina. A autora aponta que<br />
a desconstrução de identidades sugere uma formulação mutável da mulher, sobrepondo o contexto<br />
cultural às identidades de gênero e abolindo o conceito de mulher.<br />
As pesquisas com orientações para estudos lésbicos acusam o conceito dualista de gênero,<br />
propagado por movimentos feministas, de ignorarem a situação homossexual e as múltiplas<br />
identidades que coexistentes num mesmo sujeito. Tal como o feminismo e a teoria queer, recorrem<br />
à pluralidade de identidades, que são instáveis e estão sempre em formação. Teorias pós-modernas<br />
e desconstrucionistas enfatizam a representação e o texto. Entra em questão a análise de objetos<br />
culturais, como o desejo é expresso através destes produtos e como a mídia intervém na construção<br />
da subjetividade. O feminismo acrescentou aos relatos a ousadia de experimentar novas formas de<br />
apresentações como performances, obras literárias, contos, peças de dramaturgia ou qualquer outra<br />
proposta inconvencional. Diversos pontos de teorização epistemológica atravessam a pesquisa em<br />
gênero e sexualidade. Joshua Gamson (2006) explica que no processo de desenvolvimento da teoria<br />
queer, as questões interpretativas passam a ser enfoque da pesquisa. A interpretação se sobrepõe aos<br />
fatos, diante do questionamento de uma ciência soberana e de uma sociedade opressora. As relações<br />
de poder que dominam o pensamento e se introjetam na cultura são enfaticamente discutidos com<br />
a teoria queer. A partir da década de 1970 a sexualidade passa a ser estudada como um conjunto de<br />
signicados atribuído a corpos e desejos, rompendo com a ideia de uma “verdade” constituída na<br />
natureza da sexualidade, onde se discute as críticas e as políticas da identidade, desconstrução do<br />
discurso e a credibilidade das “grandes narrativas”.<br />
Ao traçar os percursos das pesquisas humanas, Lucila Scavone (2004) discute as formas<br />
tradicionais de fazer ciência baseada nos modelos cartesianos. Ela demonstra a trajetória da crítica<br />
feminista e apresenta reexões no campo da Sociologia a respeito das pesquisas de gênero. A autora<br />
(2004) aborda questões relacionadas as imbricações do feminismo com a academia, reexões no<br />
campo da saúde, do público e privado, aborto e maternidade. Scarvone defende a ideia que os<br />
vários feminismos, principalmente o feminismo dos anos 1960 e 1970, trouxeram novos modelos<br />
de pensar a Ciências Sociais, rompendo com os meios tradicionais de pesquisa, ao criar novos<br />
conceitos analíticos. Ela exemplica o conceito de gênero que ainda considera não conclusivo.